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Globalização e Educação Física

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09/05/2011
 AULA 2
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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA – AULA 3
Rio de Janeiro, 12 de Maio de 2011 
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EAD 2011 - PROFESSOR JOSÉ VEIGA DE CARVALHO
09/05/2011
 AULA 2
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EDUCAÇÃO FÍSICA:HISTÓRIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA.– AULA 3
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09/05/2011
 AULA 2
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OBJETIVOS
 Explicitar as circunstâncias gerais de estabelecimento da sociedade capitalista que, na busca por sua perpetuação, vale-se de elementos para a intensificação da alienação humana, em detrimento da sua emancipação; 
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09/05/2011
 AULA 2
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A essência da filosofia liberal é a crença na dignidade do indivíduo, em sua liberdade de usar ao máximo suas capacidades e oportunidades de acordo com as suas próprias escolhas, sujeito somente à obrigação de não interferir com a liberdade de outros indivíduos fazerem o mesmo. (FRIEDMAN, Capitalismo e Liberdade. Editora Abril, 1984.)
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09/05/2011
 AULA 2
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As inúmeras transformações implementadas pelo modo de produção social capitalista, desde a sua origem aos dias atuais, mantêm íntima relação com os rumos políticos, econômicos, ideológicos e culturais adotados mundialmente. Os ideólogos do capitalismo, defendem que trata-se de transformações concebidas naturalmente por um mundo que pretende-se “globalizado”, inclusivo e livre.
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09/05/2011
 AULA 2
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Apenas não esclarecem que este mesmo mundo não se orienta pelas necessidades humanas, mas, ao contrário, funciona  ao sabor das demandas perversas do mercado.
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09/05/2011
 AULA 2
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A globalização é um fenômeno produzido historicamente e tem estreita relação com o mundo do trabalho. Seus primeiros sinais puderam ser identificados, em alguns países, já no final dos anos 1960. 
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09/05/2011
 AULA 2
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A globalização é a síntese das transformações radicais pelas quais vem passando a economia mundial desde o início dos anos de 1980.
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09/05/2011
 AULA 2
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A partir dessa época, os efeitos deste fenômeno já podiam ser identificados em praticamente todo o planeta, determinando os diversos campos das relações humanas, dirigindo seus efeitos sobre nossa vida diária e que, deste modo, não podem ser ignorados. 
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09/05/2011
 AULA 2
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Se por um lado a globalização diminui as distâncias entre os povos, facilitando o comércio e a circulação de mercadorias em suas múltiplas expressões, de outro aprofunda a distância entre ricos e pobres, gerando condições de vida cada vez mais inseguras. 
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09/05/2011
 AULA 2
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Você já reparou como esse fenômeno afeta a sua vida, em particular, e as múltiplas expressões da vida da humanidade?
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09/05/2011
 AULA 2
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Uma das dimensões da globalização é a crescente desigualdade entre as pessoas. As estatísticas internacionais indicam que, em 1960, os vinte por cento de pessoas mais ricas do mundo tinham renda trinta vezes maior do que os vinte por cento de pessoas mais pobres; quatro décadas depois, por volta do ano 2000, os vinte por cento mais ricos tinham renda oitenta vezes maior do que os vinte por cento mais pobres. Em suma, a era da globalização é a era da incerteza e da desigualdade crescentes.
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09/05/2011
 AULA 2
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Diante desta constatação, esta aula tem por objetivo possibilitar a análise crítica sobre alguns aspectos responsáveis pelas transformações apontadas anteriormente. Transformações estas que, sob os impactos da globalização, bem como sob o avanço das políticas neoliberais, têm favorecido a segregação de Seres Humanos. 
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Video 4
09/05/2011
 AULA 2
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Seja em função das profundas desigualdades inerentes à própria dinâmica capitalista ou, dentre outros inúmeros aspectos, pela descaracterização das manifestações histórico-culturais que, a priori, constituem-se enquanto atividades exclusivamente humanas.
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09/05/2011
 AULA 2
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Dado este novo cenário, vê-se impondo um novo padrão de Homem, de corpo, de beleza, etc, que, em pouquíssimo tempo, serão substituídos por outros: mais dinâmicos, mais adaptáveis, mais flexíveis... 
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09/05/2011
 AULA 2
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Tais circunstâncias, reforçando o que já fora dito anteriormente, se estabelecem na medida em que favorecem o surgimento de mecanismos que insistem em desconhecer, por um lado, as especificidades culturais e históricas do homem e, por outro, em negar aquilo que é inerente a sua própria condição de Ser Humano:
A perpetuação da vida social pela emancipação e para a liberdade.
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09/05/2011
 AULA 2
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Diante do contexto ora exposto, parece relevante as seguintes problematizações:
Até que ponto a  globalização capitalista tem atuado sobre o processo  de alienação do homem, fragmentando-o entre corpo e mente?
Em que medida tem sido o avanço técnico-científico dos mercados globalizados a implementação de uma pedagogia que privilegie a educação de Corpos Humanos treinados, adestrados e dóceis,do útil ao que se adaptem às exigências de um mundo cada vez mais veloz e submisso ao Deus mercado?
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09/05/2011
 AULA 2
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Pensar a Educação Física mergulhada no contexto citado anteriormente requer:
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09/05/2011
 AULA 2
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Em primeiro lugar, superar a ideia de uma Educação Física serviçal da concepção tecnicista de formação humana, que ainda se faz presente na ação pedagógica dos trabalhadores deste campo de conhecimento.
Ao romper com tal perspectiva, faz-se urgente o resgate de uma práxis pautada no âmbito das pedagogias críticas, que buscam explicar a Educação Física para além da realidade imediata. 
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 AULA 2
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Significa, portanto, desempenhar uma ação pedagógica fundamentada pela reflexão crítica do Corpo histórico e de suas reais possibilidades no mundo.
Mas, sobretudo, significa educar para a conscientização deste Corpo, destacando a sua relevância enquanto condutor da história.
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09/05/2011
 AULA 2
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A Educação Física, enquanto campo de conhecimento que tem por objeto de estudo a “Cultura Corporal do Movimento” (COLETIVO DE AUTORES, 1992), constitui-se como um conjunto de saberes capazes de dar contribuições à formação de um Ser Humano em busca da produção de sua emancipação. Ser Humano este que, ao tomar consciência do significado de sua intervenção nos rumos da história, possa optar por sua efetiva participação no processo de libertação de toda humanidade.
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09/05/2011
 AULA 2
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Pensar nas questões que historicamente estiveram ligadas ao processo de conformação e adequação do Corpo (que direta ou indiretamente participaram do adiamento da tão desejada emancipação do ser humano, na sua integralidade), significa apreender, minimamente, os elementos constitutivos deste padrão de sociedade, bem como elucidar as contradições próprias à mesma.
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09/05/2011
 AULA 2
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Fazer um breve resgate de aspectos da Europa do século XIX parece bastante elucidativo. Segundo Soares (2002), foi neste período que a “ginástica científica” afirmava-se como “parte significativa dos novos códigos da civilidade”. 
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 AULA 2
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Era necessário àquele novo padrão de sociedade emergente exibir um:
Corpo milimetricamente reformado, cujo o porte ostente uma simetria nunca antes vista. Nada de solto ou largado. Nada está fora do prumo. Este corpo fechado e empertigado desejou banir qualquer vestígio de exibição do orgânico e, sobretudo, qualquer indício de perda de fixidez, qualquer sinal de um estado de mutação”. 
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 AULA 2
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Identifica-se no século XIX, “de um modomais preciso que em outros momentos da história do homem ocidental”, aquilo que Soares identificou como “uma pedagogia do gesto e da vontade”. Ainda, para esta autora, resultou destas circunstâncias uma 'educação do corpo', já reconhecida à época como de extrema importância. 
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09/05/2011
 AULA 2
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A ginástica, enquanto saber que ganha o status e a legitimidade científica, passa a enquadrar-se nesta pedagogia fazendo-se, deste modo, representante de normas, regras e preceitos básicos, indispensáveis à formação do corpo do novo homem, para uma nova sociedade industrializada. 
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09/05/2011
 AULA 2
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Os corpos que se desviam dos padrões de uma normalidade utilitária não interessam. 
Desde a infância, ou melhor, sobretudo nela, deve iniciar uma educação que privilegie a retidão corporal, (…) que mantenha em verticalidade. 
O corpo reto e porte rígido comparecem nas instruções dos estudos sobre a ginástica no século XIX.
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09/05/2011
 AULA 2
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Estes estudos, carregados de descrições detalhadas de exercícios físicos que podem moldar e adestrar o corpo, imprimindo-lhe este porte, reivindicam com insistência seus vínculos com a ciência e se julgam capazes de instaurar uma ordem coletiva. 
Com estes indícios, a ginástica assegura, neste momento, o seu lugar na sociedade burguesa (Ibid., p. 18. Grifos nossos). 
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 AULA 2
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É importante dar atenção ao século XIX quando se tem por objetivo compreender o homem (que só existe por se constituir como corpo e mente) e a sociedade ocidental moderna. A Europa consolidou-se, portanto, como o “lugar de formação de um novo homem e de uma nova sociedade regida por um 'espírito capitalista' que passa a dominar quase exclusivamente aquele presente” (Ibid.). 
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09/05/2011
 AULA 2
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A ginástica é constitutiva desta mentalidade. Destaca-se pelo seu caráter ordenativo, disciplinador e metódico. 
É possível afirmar que, ao longo do século XIX, surgem inúmeras tentativas de estender sua prática ao conjunto da população urbana.  Havia várias vantagens na aplicação da ginástica: a suposta aquisição e preservação da saúde, compreendida já como conquista/responsabilidade individual, podia ocorrer como decorrência de sua prática sistemática, afirmavam higienistas e pedagogos, como críticos dos 'excessos do corpo' vividos por acrobatas e funâmbolos (Ibid., p. 19). 
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 AULA 2
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É neste tempo e neste espaço, aos quais nos remete a autora, que podemos encontrar a produção de um Corpo que passa a ter os seus movimentos tecnicizados, mecanizados e milimetricamente avaliados segundo os ditames das novas descobertas, fundamentadas no método científico positivista.
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09/05/2011
 AULA 2
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E hoje, em pleno século XXI 
?
O que será que se quer deste Corpo 
?
Você não tem a sensação de que o tempo passa rápido demais
?
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09/05/2011
 AULA 2
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Segundo o geógrafo David Harvey, vive-se o que pode-se classificar como “compressão do espaço-tempo”. 
A transmissão de informações via satélite faz com que, em um segundo, nós saibamos das coisas que estão acontecendo do outro lado do mundo. 
Os avanços científicos e tecnológicos também contribuem para que possamos fazer as coisas de forma mais rápida, produzindo mais e mais. 
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 AULA 2
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Embora as máquinas nos ajudem a trabalhar com uma velocidade cada vez maior, isso não significa, necessariamente, que tenhamos mais tempo para nós mesmos, para nos dedicarmos ao lazer, para gozar o que Paul Lafargue chamava de “o direito à preguiça”. 
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09/05/2011
 AULA 2
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Se as máquinas estão aí para facilitar a vida dos seres humanos, por que precisamos trabalhar tanto? 
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 AULA 2
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Se for possível produzir mais em menos tempo, menor será o custo da produção. O trabalhador visto neste processo como uma peça a mais na engrenagem produtiva deverá ter o seu Corpo e a sua mente submetidos à fragmentação frente ao processo da “divisão mundial do trabalho”. 
O trabalhador, portanto, passa a saber, passa a ter conhecimentos próprios de determinado momento da produção. Desta forma, precisa ser e manter-se cada vez mais treinado, para exercer tal função com competências e habilidades cada vez maiores. A estes processos pode-se denominar de “alienação” humana (KARL MARX). 
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09/05/2011
 AULA 2
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Na atualidade sob a qual se desenvolve o capitalismo globalizado, tanto o espaço quanto o tempo sofrem influências da tecnologia, dos meios de comunicação, dos transportes e dos ritmos de vida e de trabalho. 
A tecnologia acelera os acontecimentos, encurta as distâncias e o tempo torna-se mais produtivo, ao mesmo tempo em que providencia o afastamento entre os Seres Humanos. 
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09/05/2011
 AULA 2
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O rico industrial ficou horrorizado ao encontrar um pescador deitado indolentemente ao lado de seu barco, fumando um cachimbo.
-Mas por que você não está pescando?
-Porque já peguei peixe suficiente para hoje.
-E por que você não sai para pegar mais peixes?
-O que eu faria com eles?
-Ora, você poderia ganhar dinheiro vendendo-os – explicou o industrial.
PARA REFLETIR:
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09/05/2011
 AULA 2
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-Com o dinheiro poderia consertar o motor do barco, ir a águas mais profundas e pescar ainda mais peixe. Teria então dinheiro para comprar redes de nylon. O que lhe traria ainda mais peixes e mais dinheiro. Logo teria dinheiro para possuir dois barcos... talvez uma frota de barcos. E seria um homem rico como eu.
-E o que eu faria então?
-Ora, você poderia então realmente gozar a vida.
-E o que você acha que eu estou fazendo agora?
Histórias da alma, histórias do coração, compiladas por Christina Feldman e Jack Kornfield. São Paulo: Pioneira, 1994. In: Ministério da Educação. SECAD-Secretraria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2007. (Coleção Cadernos de EJA)
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09/05/2011
 AULA 2
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Por fim, a emancipação humana também deve ser construída pela “Cultura Corporal do Movimento”, porém, na perspectiva de uma emancipação humana plena. Nesse sentido, dar relevância a uma práxis educativa emancipatória e libertadora do Ser Humano deve constituir-se apenas como uma das esferas humanas imprescindíveis à sua tão esperada emancipação. 
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09/05/2011
 AULA 2
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Nesta aula, você:
- Aprendeu que foi na Europa do século XIX, sob os impactos da Revolução Industrial, que consolidou-se a ideia da necessidade de formação de um novo Corpo, para um novo homem, para atender às demandas da sociedade capitalista emergente.
- Compreendeu que o fenômeno da “globalização” atua sobre o Corpo do homem contemporâneo, interferindo na própria ação educativa.
SÍNTESE DA AULA:
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