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PROJETO DE CONTROLADORES PARA UM SISTEMA DE FERMENTAÇÃO EM REATOR BATELADA DE OLIVEIRA, AUGUSTA V. W.; MOTTA, GUILHERME G.; EIFLER, KAIO P. Universidade do vale do Itajaí – UNIVALI. Escola do Mar, Ciência e Tecnologia. Rua Uruguai, 458 - Centro, Itajaí, SC - CEP 88302-202 E-mails:augustavitoriawo@hotmail.com; guislote.motta@gmail.com; kaio.eifler@hotmail.com. Resumo: O uso de controladores em um processo fermentativo é necessário quando objetiva-se uma boa qualidade do produto, com segurança e otimização da produção. Com o auxílio de software (MATLAB/SIMULINK) e embasamento teórico, o presente artigo apresenta o projeto e simulação do controle de uma planta fermentativa em batelada, visando o alcance de determinada concentração de saída com a rejeição de diversas perturbações intrínsecas ao projeto. Foram propostos quatro controladores, sendo um para a malha principal e outros 3 capazes de reduzirem os efeitos das perturbações, utilizou-se o método de alocação para que estas perturbações fossem rejeitadas o mais brevemente possível. O método de cálculo conhecido como lugar geométrico das raízes (LGR) foi utilizado com o intuito de descrever qualitativamente o desempenho do sistema por suas representações gráficas sobre a estabilidade do sistema. Palavras-chave: Controle, MATLAB, SIMULINK, Simulação, Alocação. 1. INTRODUÇÃO Um sistema de controle tem como finalidade monitorar variáveis de um processo e induzir mudanças necessárias a elas, ou seja, o controle de um processo nada mais é do que a atuação sobre suas condições de modo a atingir um objetivo mesmo com fatores externos que o desviam desta condição desejada. Os princípios básicos que norteiam a implantação de um controle são: segurança, taxas de produção pré-estabelecidas, qualidade dos produtos, produtividade, e fatores econômicos (Simonelli et al., 2017; Meneguelo, 2007). Os procedimentos que envolvem organismos vivos, como no caso da fermentação, o controle automático da produção tem sido de extrema importância, uma vez que a mesma possibilita condições ótimas de reprodutibilidade dos microrganismos utilizados. Em geral, o controle tem sido utilizado nas variáveis mais preocupantes do processo fermentativo, sendo esses: a temperatura, a densidade, o pH, a velocidade de alimentação e os açúcares residuais, pois são capazes de interferir diretamente na eficiência do processo (Carneiro, 2010; Paschoalini e Alcarde, 2009). Desde a década de 70 problemas com a implementação das estratégias de controle de processos fermentativos são registrados, sendo que as maiores críticas se encontram no distanciamento entre a teoria e a prática fermentativa. Os primeiros algoritmos utilizados na tentativa de melhorar o processo por meio de controladores representavam fracamente o processo bioquímico real, devida a pouca pesquisa biotecnológica. Desde então, o conhecimento teórico a respeito do procedimento fermentativo tem sido aprimorado e as metodologias de controles da produção, consequentemente, têm se tornado mais eficazes devido a aproximação matemática dos modelos reais (Carneiro, 2010). O controlador aplicado é um dispositivo físico, podendo ser: eletrônico, elétrico, mecânico, pneumático, hidráulico ou combinações destes. No projeto real de um sistema de controle, o projetista deverá decidir pela utilização de um ou mais controladores. Esta escolha depende de vários fatores. O tipo de controlador mais comumente usado, mesmo em plantas das mais diversas naturezas, é o controlador eletrônico. De fato, os sinais não elétricos são, normalmente, transformados em sinais elétricos, através de transdutores, e, devido a simplicidade de transmissão, aumento da performance, aumento da confiabilidade e principalmente, facilidade de compensação. Geralmente controladores eletrônicos são circuitos simples, formados basicamente por amplificadores operacionais, sendo assim de fácil implementação prática e baixos custos (OGATA, 1998). Segundo Ogata (1998) os principais tipos de controladores são: On-Off; Proporcional (P); Integral (I); Proporcional e Integral (PI); Proporcional e Derivativo (PD); e Proporcional, Integral e Derivativo (PID) (OGATA, 1998). A ação de controle proporcional visa à relação entre o sinal de saída u(t) do controlador e o sinal de erro e(t) (OGATA, 1998). A Equação 1 mostra o exposto aqui. 𝑢(𝑡) = 𝐾𝑝 𝑒(𝑡) → 𝑈(𝑠)/𝐸(𝑠) = 𝐾𝑝 (1) A ação de controle integral, o valor da saída é variado a uma taxa proporcional ao sinal de erro (OGATA, 1998). A Equação 2 mostra o exposto aqui, onde, Ki é uma constante. 𝑢(𝑡) = 𝐾𝑖 ∫ e(t) 𝑡 𝑜 𝑑𝑡 → 𝑈(𝑠)/𝐸(𝑠) = 𝐾𝑖/s (2) O controlador do tipo PI tem a ação de controle definida pela Equação 3, onde, Kp é o ganho proporcional e Ti é tempo integrativo. u(t) = Kp e(t) + Kp Ti ∫ e(t)dt t 0 (3) Ou então, a função de transferência do controlador é dada por: 𝑈(𝑠) /𝐸(𝑠) = 𝐾𝑝 (1+ 1 /𝑇𝑖𝑠) (4) Ainda em 1948 Walter R. Evans apresentou o método Evans do lugar das raízes que após dois anos, em 1950, tornou-se o método do Lugar Geométrico das Raízes (LGR). O método permite a determinação dos polos da função de transferência (FT) em malha fechada, a partir dos polos e zeros da FT de malha aberta, em função do ganho do sistema (EVANS, 1950). Com a análise feita no LGR é possível saber como os polos e zeros da malha aberta devem ser modificados, para que a resposta atenda as especificações propostas pelo sistema, porém este é apenas um entre muitos recursos oferecidos com a aplicação do método, aplicado a plantas de segunda ordem (GOMES, 2009). 2. ESTUDO DE CASO O presente trabalho visa o controle de um reator dentro de um processo fermentativo onde o equipamento é alimentado com um substrato A e um fermento D, objetivando um Produto C, com uma conversão X que deve ser controlada a fim de se obter o valor desejado para o processo. Os produtos A e D são alimentados através de tubos, onde suas vazões são controladas através de válvulas, onde a abertura da válvula irá delimitar a vazão estipulada para cada. A vazão de A é 9 vezes maior que a vazão de D, sendo assim a vazão de A que irá receber o sinal de controle a através de controle por relação irá enviar o mesmo sinal para a planta de D porém com um valor de intensidade 10 vezes menor. Para finalizar deve haver um controle rigoroso da Temperatura de reação, onde a ação de controle é feita na bomba que faz a alimentação do fluido de processo que percorre a camisa para manter o reator na temperatura desejada, assim mantendo a eficiência do processo e garantindo a conversão X desejada ao fim do processo. A Figura 1 representa um esquema simples do reator fermentativo a ser alvo de estudo. Figura 1 – Ilustração do Reator e sua Variáveis. Os modelos fenomenológicos que regem o sistema fermentativo estão linearizados e descritos nas equações a seguir, sendo que X se refere a concentração do produto no final, T a temperatura interna do reator, TA é a temperatura de entrada do produto A e U representa o sinal de controle enviado pelo acionamento da bomba. 𝑋(𝑠) = 2 (20𝑠 + 1)(2𝑠 + 1) 𝑉𝐴(𝑠) − 0,5 20𝑠 + 1 𝑇(𝑠) 𝑇(𝑠) = 1 (2𝑠 + 1) [𝑇𝐴(𝑠) − 2 0,1𝑠 + 1 𝑈(𝑠)] VA e VD são as válvulas de controle da vazão de entrada do produto A e do fermento D, respectivamente e são descritas matematicamente pelas equaçõesseguintes, sabendo-se que VA é muito maior que VD. Sendo pA, pD, as pressões na linha de alimentação do produto A e do fermento D, respectivamente, as variáveis αA e αD são os sinais de controle que as válvulas emitiram. 𝑉𝐴(𝑠) = 5 (𝑠 + 1) [𝑎𝐴(𝑠) − 0,7𝑝𝐴(𝑠)] 𝑉𝐷(𝑠) = 3 (0,5𝑠 + 1) [𝑎𝐷(𝑠) − 0,8𝑝𝐷(𝑠)] 2.1. Especificações de Projeto Para todos os projetos de controle devem ser atendidas algumas especificações de projeto para que o controle e eficiência do projeto se aproxime da excelência, sendo assim o Quadro 1 mostra os valores requeridos para projeto de controle para VA, VD, T e X. Quadro 1 – Especificações para o projeto do processo fermentativo. Planta ts(5%)(s) Mp e(∞) VA 2,5 0 0 VD 2,5 0 0 T 2,5 10 0 X 25 20 0 Todas as Plantas devem rejeitar as suas perturbações o mais rápido possível. 3. OBJETIVO Para o presente projeto deseja-se propor um sistema de controle para controlar um processo de fermentação em um reator em batelada a sim de se obter uma conversão X de produto. Para que tal conversão seja atingida deve-se haver um controle nas válvulas de alimentação de A e D afim de se obter sempre uma relação 9:1 entre A e D, respectivamente, dentro do meio reacional e além desta, porém não menos importante deve haver um controle da temperatura interna da reação já que esta interfere diretamente na conversão final de C. 4. SIMULAÇÃO DE PROCESSO Primeiramente, com as equações linearizadas e transformadas para o domínio de Laplace, onde estas já foram fornecidas pelo problema, montou-se o diagrama de blocos do processo a fim de se poder ter uma visualização melhor de como irá ser procedido o sistema de controle. A Figura 2 mostra o diagrama de blocos para este sistema. Com o diagrama de Blocos montado e sabendo cada equação respectiva para as plantas de VA, VD, T e X, com auxílio do software MatLAb, aplicou-se uma entrada do tipo degrau para cada planta, onde as Figuras 3, 4, 5 e 6, representam a dinâmica da resposta, sem controle, para as plantas de VA, VD, T e X, respectivamente. Figura 3 – Resposta da Planta VA. Figura 4 – Resposta da Planta VD. Figura 5 – Resposta da Planta T. Figura 2 – Diagrama de Blocos do Sistema de Controle Fermentativo Figura 6 – Resposta da Planta X 4.1. Controle para Plantas de 1ª ordem. Para as Plantas de Controle VA e VD, ambas plantas de 1ª ordem, as respostas não convergem para o valor unitário, então um controlador proporcional se az necessário. Deseja-se erro nulo em regime permanente, onde para tal efeito deve-se adicionar, em malha aberta, um polo em zero. Este polo e ganho devem vir do controlador a ser escolhido, e para essas duas especificações os controladores que restam são o PI e o PID. O PI por ser mais fácil de se trabalhar matematicamente será o controlador que será testado primeiro a fim de se obter os resultados e verificar a possibilidade de uso. Como se tratam de plantas de primeira ordem, dois métodos de analises para determinar o valor das constantes Kc e Ki dos controles são o método do cancelamento e o método da alocação. Os dois métodos serão testados a fim de se observar a melhor dinâmica entre eles e selecionar o método que apresentar a melhor resposta dentro das especificações estabelecidas. 4.1.1. PI por Cancelamento Como tanto para a planta VA como para planta VD as especificações são as mesmas, a equação desejada será a mesma. Assim a Equação 5 apresenta a equação desejada para projeto. 1 0,833𝑠 + 1 (5) Como, pelo método do cancelamento, o tempo integrativo é igual ao tau da planta pode-se determinar a constante proporcional de forma simples através da equação 6, onde 𝜏𝐷 representa o valor do tau da planta desejada 𝜏 𝐾 ∙ 𝐾𝑐 = 𝜏𝐷 (6) Com isso determinou-se os valores das constantes proporcional onde a Tabela 1 mostra os valores obtidos. Tabela 1 – Valores obtidos para Kc, Ti e Ki, para as Plantas VA e VD. Plantas Ti (s) Kc Ki VA 1 0,24 0,24 VD 0,5 0,2 0,4 Com os valores definidos de todos os parâmetros dos controladores, as Figuras 7 e 8 representam o gráfico obtido para as plantas controladas de VA e VD, respectivamente. Figura 7 – Resposta, controlada, para a Planta VA por cancelamento Figura 8 – Resposta, controlada, para a Planta de VD por cancelamento A resposta de VD é 10 vezes menor que a resposta da VA, como era esperado, através do controle por relação. 4.1.2. PI por alocação Para ambas as plantas o espera é que não haja sobressinal, assim sabe-se que o valor de csi para determinar a equação característica do método será 1, indicando um sistema criticamente amortecido. Assim para esse valor de csi a equação para determinar a frequência natural (wn) do sistema é apresenta pela Equação 7 onde é nesta equação que se atenderá a especificação de tempo de acomodação 𝑤𝑛 = 4,8 𝑡𝑠,(5%) (7) Com esta equação pode-se determinar o valor da frequência natural, onde está, para ambos os casos, deve possui valor de 1,2 rad/s. Com isso é elabora a equação desejada do método onde esta está apresentada na Equação 8, a seguir. 1,92 𝑠2 + 1,92𝑠 + 3,6864 (8) Com a equação desejada montada, pode-se determinar o valor das constantes proporcional e integral do sistema de controle, onde as equações 9 e 10 mostram como determinar estes valores a partir da equação desejada (Eq. (9)). 𝐾𝑐 = 2 ∙ 𝜉 ∙ 𝑤𝑛 ∙ 𝜏 − 1 𝐾 (9) 𝐾𝑖 = 𝑤𝑛² ∙ 𝜏 𝐾 (10) Com estas equações pode-se elaborar a Tabela 2 onde nesta apresenta os valores das constantes calculadas. Tabela 2 – Valores obtidos para Kc, Ti e Ki, para as Plantas VA e VD através do método da alocação. Plantas Ti (s) Kc Ki VA 0,7704 0,5680 0,7373 VD 0,4991 0,3067 0,6144 Para as duas plantas deve ser construído um filtro onde a equação do denominador para cada um deve ser do tipo (Ti.s+1) e o ganho no numerador unitário, onde o filtro irá ser inserido no processo logo após o sinal de referência. Para a Planta de VA e VD, devidamente controlada, os gráficos estão representados nas Figuras 9 e 10, respectivamente. Figura 9 – Resposta, controlada, para a Planta de VA por alocação. Figura 10 – Resposta, controlada, para a Planta de VD por alocação. 4.1.3. Perturbações Sabe-se que um grande problema nos sistemas de controle, senão o pior, são as perturbações presentes no sistema físico e que não podem ser deixadas de levar em conta para análise da dinâmica e comportamento de um sistema. Ambos sistemas, VA e VD, possuem perturbações, em que no inicio do sistema, logo após a entrada de referência, nesse caso degrau unitário, possuem um ganho de valor 0,7 e 0,8, respectivamente. Conhecendo os detalhes pertinentes a cada malha, verifica-se qual dos dois métodos, cancelamento ou alocação, possuem uma rejeição à perturbação mais rápida, onde este será selecionado para tal projeto, já que uma das condições de projeto é rejeitar, o mais rápido possível, as perturbações. A Figura 11 representa a perturbação referente a Planta VA enquanto a Planta VD é representada pela Figura 12. Figura 11 – Rejeição da Perturbação referente a Planta VA para ambos métodos de projeto. Legenda: Linha Azul – Cancelamento; Linha Vermelha Alocação.Figura 12 – Rejeição da Perturbação referente a Planta VD para ambos métodos de projeto. Legenda: Linha Azul – Cancelamento; Linha Vermelha Alocação. Analisando ambas imagens nota-se que a rejeição da perturbação se dá mais rapidamente pelo método da alocação, além de se obter um sobressinal menor em relação ao método do cancelamento. Este analise não é nada fora do esperado, já que na maioria das vezes o método da alocação rejeita uma perturbação mais rápido que o método do cancelamento. 4.2. Controle para Plantas de 2ª ordem Dentro de todo sistema há duas plantas de segunda ordem, a planta referente a temperatura (T) do sistema e a planta referente à conversão (X) do produto C. Sabendo que os métodos vistos no item 4.1. não são suficientes para controle da malha um outro método se faz necessário: Lugar Geométrico das Raízes (LGR). Para tal método será utilizado o software MatLab, pois os cálculos que deveriam ser feitos, manuscritos, para projeto de controle, em plantas de segunda ordem, não fora ensinado, assim o que resta para propor um sistema de controle é o software. Primeiramente será determinado o local das raízes para as Plantas T e X. Assim, as figuras 13 e 14 apresentam os locais das raízes paras as plantas T e X, respectivamente. Figura 13 – Lugar das Raízes para a Planta T. Figura 14 – Lugar das Raízes para a Planta X. Feito isso, sabendo como se comportam os polos das plantas, pode-se começar a ser inserido os parâmetros dos controladores a fim de se obter os valores das constantes. Para ambas as plantas será proposto primeiramente um controlador do tipo PI, onde será incluso no LGR de cada planta um polo em zero, indicando a presença de um elemento integrador. Sabe-se que usando este tipo de controlador á garantido erro nulo em regime permanente. Feito isso foi alocado um zero sobre o valor de sigma referente a especificação de cada planta, onde o sigma para T e X valem, respectivamente 1,2 e 0,12 s-1. Alocado zero em cima desses valores, através de tentativa e erro, fazendo combinações de mudanças com o zero alocado e com os ganhos, representados pelos pontos rosas, que indicam os polos em malha fechada, chegou-se num controlador que fizesse com que ambas as plantas convergissem para a resposta final, atendendo todas as especificações. As Figuras 15 e 16 apresentam o LGR das Plantas controladas T e X, respectivamente. Feito isso, pode-se determinar os valores dos parâmetros de controle Kc, Ki e Ti, apresentados na Tabela 3. Tabela 3. Valores dos parâmetros de controle Kc, Ki e Ti para as plantas de X e T. Plantas Ti (s) Kc Ki T 1 -2,0556 -2,0556 X 8,6806 1,9172 0,2209 Com os valores dos parâmetros de controle definido, fecha-se a malha e elabora a resposta temporal de cada uma, com controle, para verificar se as especificações foram atendidas, onde as Figuras 17 e 18 apresentam os gráficos resposta de T e X, respectivamente. Figura 15 – LGR da Planta T controlada de acordo com especificações. Figura 16 – LGR da Planta T controlada de acordo com especificações. Figura 17 –Resposta Controlada da Planta de T. Figura 18 –Resposta Controlada da Planta de X. Para as perturbações sabe-se que todas serão controladas e rejeitadas como mostra a Figura 19. Figura 19. Rejeição das Perturbações das Plantas T e X. Legenda: Linha Rosa - Perturbação Planta T; Linha Verde – Perturbação Planta X. Projetados todos os controladores, deve-se verificar a dinâmica de todo sistema como um só, colocando as equações dos controladores e verificando a dinâmica de comportamento do mesmo. A Figura 19 mostra a Planta final com todos os controladores e seus parâmetros de projeto. Feito o diagrama aplicou-se uma entrada degrau como referencia para ambas entradas de T e X, analisando o comportamento total, mostrado pela Figura 20. Figura 20 – Analise geral e completa do sistema de controle fermentativo. Analisando a Figura 20 verifica-se que a Planta T e X se comportam dentro das especificações de projeto, sem nenhuma alteração. Já as Plantas VA e VD mudaram sua dinâmica de comportamento devido a presença do controlador X, em que ele altera a dinâmica de cada planta de modo a fazer com que ambas apresentem sobressinal e aumentem o seu tempo de acomodação de 5%, diferente do que é especificado e diferente do que acontece quando controlados separadamente. Isso geralmente é normal para os casos, porem as plantas ainda devem seguir referência, mesmo que apresentem parâmetros diferente dos especificados. Verificando isso é visto que a planta VD continua seguindo referencia e convergindo para o valor final 0.1, porem a planta de VA não converge para o valor unitário e sim, para o valor de 0,75. Então se faz necessário o uso de um controlador PID para controlar a Planta X, onde para este fato os valores de Kc, Ki e Kd, respectivamente são:2,1830; 0,3437 e; 3,4115. Para estes valores o sistema de controle está apresentado na Figura 21. Figura 21 – Analise geral e completa do sistema de controle, porem com um controlador PID para X. Para este sistema de controle, com um PID para controlar X, nota-se que VA e VD apresentam um sobressinal maior e consequentemente um tempo de acomodação maior, sendo assim o controle PID em comparação ao PI é pior, devido a inserção de um elemento derivativo no controle. O descontrole de VA pode ser dado devido a dinâmica do controlador X em não conseguir rejeita a perturbação do sistema como um todo. Assim, sabendo isso deve-se elaborar um controle mais especifico e mais completo para o modelo, onde um controle digital ou feed ford podem ser possíveis apostas de controladores a serem utilizados aqui. 5. CONCLUSÃO Para processos fermentativos, o controle do todo se faz essencial devido a grandes variações que podem ser provocadas por diferentes perturbações envolvidas no sistema. Cada planta possui seu comportamento e para cada se faz necessário um controle. Quando separadas, todas as plantas são controladas como mostrado nesse projeto, porem quando armado o sistema por completo a dinâmica do controlador X interfere no sistema de VA e VD, fazendo com que ambas apresente sobressinal e tempo de acomodação maior que o especificado, este fato não é visto como um problema, porem o fato de VA não convergir para o valor final unitário pode sim ser dado como um problema já que VA representa a vazão mãe do sistema e esta que irá dizer o quão bom será a conversão de C. Para melhorar a dinâmica do processo deve ser utilizado controladores mais elaborados e mais completo, como por exemplo o controle por Feed Ford, que irá rejeitar qualquer perturbação que possa estar interferindo na dinâmica de VA e VD e controla- las corretamente segundo especificações de projeto. Pode-se dizer que todos os ensinamentos obtidos em sala de aula puderam ser aplicados para o desenvolvimento do projeto de controle para o presente trabalho. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS SIMONELLI, George et al. Simulação do controle de uma coluna de destilação descontínua utilizando o Scilab. Engevista, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p.498-519, maio 2017. MENEGUELO, A. P. Contribuições à análise e modelagem de operações transientes de colunas de destilação. 2007. 161 f. Tese (Doutorado em Engenharia Química) – Universidade Federal de Santa Catarina, 2007.Carneiro, D. D. (2010). Estudo Computacional da Etapa Fermentativa da Produção de Cerveja e Proposta de uma Estratégia de Controle para o Processo. UFRRJ, Seropédia – RJ Paschoalini G. and Alcarde V. E. (2009). Estudo do Processo Fermentativo de Usina Sucroalcooleira e Proposta para sua Otimização. Revista da Ciência e Tecnologia, vol. 16, nº 32, pp. 59-68. Carneiro, D. D. (2010). Estudo Computacional da Etapa Fermentativa da Produção de Cerveja e Proposta de uma Estratégia de Controle para o Processo. UFRRJ, Seropédia – RJ. OGATA, Katsuhiko. Engenharia de Controle Moderno. 3. ed. Minnesota: Prentice-hall, 1998. 828 p. Tradução: Prof. Bernardo Severo. EVANS, Walter R. Control System Synthesis and Root Locus Method. [s.i]: Aiee Transactions, 1950. 69 v. FOUST, A. S. et al. Princípios das operações unitárias. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2008. GOMES, Silvio Celso Peixoto. Lugar geométrico das raízes incremental e sua aplicação na sintonia de controladores PID. 2009. 75 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos, Instituto Mauá de Tecnologia, São Caetano do Sul, 2009.
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