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Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 251 
A LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA 
 
Campo 
 
Aquilo que a câmera vê. No espaço, o 
campo tem a forma de uma pirâmide com o 
vértice no centro da objetiva. 
 
 
 
 
Quadro 
 
O retângulo resultante da projeção da 
pirâmide sobre uma superfície plana seja, o 
filme, seja a tela de projeção. 
 
 
 
 
Ângulo de visão 
 
A medida do ângulo formado pelo 
vértice da pirâmide, em graus. O ângulo de 
visão varia em função da distância focal da 
objetiva e das dimensões da janela sobre o 
filme. Como o quadro é retangular, os ângulos 
de visão horizontal, vertical e diagonal são 
sempre distintos. Uma objetiva é classificada 
em função de seu ângulo horizontal: chama-se 
"normal" quando este mede cerca de 40 graus, "tele" quando é menor e "grande angular" 
quando é maior. 
 
Ponto de Vista, Plano Subjetivo ou Câmera Subjetiva (o enquadramento subjetivo). 
 
A câmera mostra o ângulo de visão do personagem, gerando no espectador o artifício 
de se encontrar na mente do mesmo e em sua subjetividade. 
É o local do espaço em que se encontra o vértice da pirâmide. Quando ele reproduz o 
ponto de vista de um personagem, chamamos de câmera subjetiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 252 
Plano 
 
Entende-se por plano o trecho contínuo de filme/vídeo contido entre dois cortes consecutivos. 
 
2 - Não confundir plano com tomada ou take, que é a ação de filmar/gravar um plano. Em 
uma filmagem/gravação, podem ser feitas várias tomadas de um mesmo plano, das quais 
apenas uma será aproveitada. 
 
Cena 
 
Pode ser composta por um ou mais planos. São agrupados em uma mesma cena os 
planos que têm uma continuidade temporal e espacial entre si. 
 
Sequência 
 
Pode ser composta por uma ou mais cenas. Define-se pela continuidade da ação. 
 
Plano sequência 
 
 É uma seqüência de vários planos, ângulos e movimentos de câmera sussessivos e 
diferentes, feitos em uma única tomada, ou seja, sem cortes. 
 
Plano Base ou Master 
 
È a tomada de câmera em que se mostra toda a ação da cena em uma única tomada e 
enquadramento. 
 
Plano e Contra-plano ou Campo/contra-campo 
 
Chama-se de plano e contra-plano uma sequência de cenas na qual dois ou mais 
personagens travam um diálogo e a imagem deles se alterna na tela. Através desta montagem, 
cria-se a sensação de que os personagens estão diante um do outro, porque a câmera se coloca 
ora numa posição próxima ao ponto-de-vista de um dos personagens, ora na posição do ponto-
de-vista do outro. Geralmente, ao se gravar uma cena com plano e contra-plano, procura-se 
respeitar a regra dos 180º. 
 
Em resumo é alternância de planos orientados no mesmo eixo dramático, mas em sentidos 
opostos, como na Fig2. 
 
 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 253 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANOS DE CÂMERA 
 
Os planos não são rigorosamente fixados por enquadres exatos. Eles permitem 
variações, sendo definidos muito mais pelo equilíbrio entre os elementos do quadro, do que 
por medidas formais exatas.Plano é a menor estrutura visual de um filme ou vídeo. É o 
elemento básico e primordial do cinema. Refere-se tanto ao enquadramento da câmera em 
uma pessoa, um grupo de pessoas, um objeto ou um cenário, quanto à imagem apresentada 
entre dois cortes. 
 
Tipos de Planos 
 
A terminologia utilizada para interpretar os planos de um filme tem como referência à 
porção do corpo de um ou mais personagens que são exibidos pelo enquadramento da câmera 
ou à distância da câmera com relação ao cenário. No geral, os tipos de enquadramentos são 
sempre os mesmos, variando a forma como são referidos conforme o histórico dos 
profissionais envolvidos na realização de uma obra cinematográfica ou do país onde a obra é 
desenvolvida. 
 
Planos, Corte e Enquadramentos 
 
Quanto ao distanciamento da câmara em relação ao objeto filmado, levando-se em 
conta a organização dos elementos internos do enquadramento, verifica-se que a distinção 
entre os planos não é somente uma diferença formal, cada um possui uma capacidade 
narrativa, um conteúdo dramático próprio. 
É justamente isso que permite que eles formem uma unidade de linguagem, a 
significação decorre do uso adequado dos elementos descritivos e ou dramáticos contidos 
como possibilidades em cada plano. 
Veremos cada plano, usando a nomenclatura cinematográfica para, didaticamente, 
facilitar as definições dos enquadramentos ajudando seu estudo. Os planos se dividem em três 
Fig. 2 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 254 
grupos principais (seguindo-se a nomenclatura cinematográfica): os plano gerais, os planos 
médios, e os primeiros planos. 
Os Planos determinam o distanciamento da câmera em relação ao objeto filmado, 
levando-se em conta a organização dos elementos dentro do enquadramento realizado. Uma 
mesma fotografia pode conter vários planos, sendo classificada por aquele que é responsável 
por suas características principais. 
Enquadrar o centro de interesse focalizando objetos que estejam no "Primeiro Plano", 
nos dá a sensação de profundidade. Usar ou não o enquadramento para uma foto, dependerá 
de cada novo assunto e o que o fotógrafo escolhe como moldura, varia a cada foto tirada. 
Também é comum utilizarmos a expressão "Segundo Plano" para nos referirmos a 
assuntos, pessoas ou objetos, que mesmo não estando em destaque ou determinando o sentido 
da foto, têm sua importância. 
 
1 - Grande Plano Geral (GPG) 
 
Abrange uma vasta e distante porção de 
espaço, como uma paisagem. O ambiente é o elemento 
primordial. O sujeito/objeto é um elemento dominado 
pela situação geográfica. Objetivamente a área do 
quadro é preenchida pelo ambiente deixando uma 
pequena parcela deste espaço para o sujeito que 
também o dimensiona. Seu valor descritivo está na 
importância da localização geográfica do sujeito e o 
seu valor dramático está no envolvimento, ou 
esmagamento, do sujeito pelo ambiente. Pode enfatizar a dominação do ambiente sobre o 
homem ou, simbolicamente, a solidão. Os personagens, quando presentes no GPG, não podem 
ser identificados. 
 
2 - Plano Geral (PG) 
 
Abrange uma distante porção de espaço bem menor que o GPG. Os personagens, 
quando presentes no PG, ainda não podem ser 
identificados mais algumas de suas características já 
podem ser percebidas. Neste enquadramento, o 
ambiente ocupa uma menor parte do quadro: divide, 
assim, o espaço com o sujeito. Existe aqui uma 
integração entre eles. Tem grande valor descritivo, 
situa a ação e situa o homem no ambiente em que 
ocorre a ação. O dramático advém do tipo de relação 
existente entre o sujeito e o ambiente. O PG é 
necessário para localizar o espaço da ação. 
 
3 - Plano Inteiro ou Plano Aberto (PI) 
 
É o enquadramento em que o sujeito preenche o 
quadro. Os pés estão sobre a linha inferior e a cabeça 
está encostada na linha superior do quadro, ou O 
sujeito ou assunto fotografado está ocupando boa 
parte do quadro, deixando espaço para outros 
elementos que deverão completar a informação. Este 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 255 
plano é bastante descritivo, narrando a ação e o sujeito. Seu valor narrativo começa a 
potencializar o valor expresivo e dramático. 
 
 
4 - Plano de Conjunto (PC) 
 
Pode mostrar um grupo de personagens ou 
objetos, já reconhecíveis, e o ambiente em que se 
encontram. A relação do plano conjunto está para o 
seu conteúdo do que a sua forma.5 - Plano Americano (PA) 
 
Um pouco mais próximo, corta os 
personagens na altura das coxas ou acima dos joelhos. 
Este plano se originou nos filmes de “Farwests”, nas 
cenas de duelo, quando se precisava mostrar o 
momento do “saque” da arma em conjunto com a 
expressão do “rosto” do cawboy. Seu valor é 
narrativo e dramático 
 
6 - Plano Médio (PM) 
 
É o enquadramento cuja linha inferior corte o sujeito 
na cintura, ou seja, enquadra os personagens na altura 
da cintura (a metade do plano inteiro). O sujeito ou 
assunto fotografado está ocupando grande parte do 
quadro, deixando pouco espaço para outros elementos 
completarem a informação. Este plano é intimista ao 
mostrar a ação e o sujeito. Seu valor narrativo é 
grande, aumentando o valor expresivo e dramático. 
 
7 - Primeiro Plano (PP) 
 
Enquadra na altura do busto os personagens. 
 
 
 
 
 
 
 
8 - Primeiríssimo Plano ou Close up (PPP ou C) 
 
Enquadra apenas o rosto. 
 
 
 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 256 
 
9 - Super Close up (BC) 
 
Enquadra áreas do rosto (expressão nos olhos, 
boca e nariz, etc.). 
 
 
 
 
 
 
10 - Plano de Detalhe (PD) 
 
Enquadra e destaca partes do corpo (um olho, 
uma mão) ou objetos (uma caneta, relógio ou um 
pequeno dispositivo sobre uma mesa), por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
1º. Plano, 2º. Plano, 3º. Plano ... 
 
 É o posicionamento dimensional do 
personagem/objeto dentro do plano. Um personagem 
que está mais próximo da câmera é dito que está em 
1º. Plano. Já outro personagem, no mesmo plano, que 
está mais afastado da câmera está em 2º. Plano e 
assim por diante. Quanto mais afastados os 
personagens, tantos planos surgirão. 
 
 
Foco Seletivo, Foco Diferencial, Repasse de Foco ou Passagem de Foco 
 
 É a mudança do foco de um tema em 1º. Plano para outro em 2º. Plano, assim por 
diante e vise-versa. Esse tipo de linguagem é muito usada em diálogo entre personagens que 
estão no mesmo quadro, mas em planos diferentes, e proporciona um efeito muito elegante na 
imagem. 
 
 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 257 
 
 
ANGULOS E POSIÇÕES DE CÂMERA 
 
Ângulo da Câmera 
 
A câmera pode ser situada tanto na mesma altura do sujeito, como também abaixo ou 
acima dele. Ao fotografarmos com a máquina de "cima para baixo" (plongée), ou de "baixo 
para cima" (contra-plongée) temos que nos preocupar com a impressão subjetiva causada por 
esta visão. 
A câmera na posição de plongée tende a diminuir o sujeito em relação ao espectador e 
pode significar derrota, opressão, submissão, fraqueza do sujeito; enquanto que o contra-
plongée pode ressaltar sua grandeza, sua força, seu domínio. Evidentemente estas colocações 
vão depender do contexto em que forem usadas. 
 
Normal 
 
A câmera fica posicionada na horizontal 
(paralela ao solo) ao nível do olho humano. 
 
 
 
 
 
 
Plongée ou Picado 
 
Câmera posicionada em nível mais ou menos 
elevado do que o objeto enquadrado, respectivamente. 
O personagem/objeto fica insignificante, representa 
fraqueza, evoca pena ou fragilidade, denota situação de 
perigo, humilhação ou pobreza, impotência. 
 
 
 
Contra-plongée ou Contra-Picado 
 
Câmera posicionada em nível mais ou menos 
baixo do que o objeto enquadrado. O 
personagem/objeto ganha importância, representa 
força, poder, o heróico, a situação positiva, nobre ou de 
grandeza, domínio. 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 258 
 
 
Nadir ou Supino 
 
A câmera se coloca completamente por debaixo 
do personagem, em um ângulo perpendicular ao solo. 
O personagem/objeto ganha importância, representa 
força, poder. Esse ângulo também é chamado de Anti-
zenital. 
Zenital 
 
A câmera está completamente por cima do 
personagem, em um ângulo também perpendicular ao 
solo. O personagem/objeto fica insignificante, 
representa fraqueza, evoca pena ou fragilidade, denota 
situação de perigo, humilhação. 
 
 
ALTURA DA CÂMERA 
 
Normal: A câmera se situa a uma altura do solo equivalente a da visão. Entre 1,50 e 1,80 
metros. 
Câmara baixa: A câmera se situa abaixo de 1,50 m. de altura do solo, como a visào de um 
menino ou um adulto sentado. 
Câmera alta: Se situa a uma altura maior a 1,80 metros, a distancia do solo é muito elevada, 
podemos chamar de uma câmera aérea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
MO
VIMENTOS DE CÂMERA 
 
Movimento em maior e em menor grau, Estaticidade 
 
O captar ou não o movimento do sujeito é também 
uma escolha do fotografo. Às vezes, um objeto adquire 
maior realce quando a sua ação é registrada em movimento, 
ou o movimento é o principal elemento, portanto deve-se 
captá-lo. Outras vezes, a força maior da ação reside na sua 
estagnação, na visão estática obtida pelo controle na 
câmera (Still). 
 
Tilt 
 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 259 
Rotação da câmera em torno de seu eixo horizontal para cima ou para baixo. 
 
Panorâmica (Pan) 
 
Rotação da câmera em torno de seu eixo vertical para a esquerda ou para direita. 
 
Arco ou 360° 
 
Rotação da câmera em torno do objeto filmado. 
 
Travelling 
 
Deslocamento da câmera horizontalmente para 
o lado esquerdo ou direito. 
 
Dolly 
 
Deslocamento da câmera horizontalmente para 
frente (dolly-in) ou para trás (dolly-out). Existe 
também a definição de “dolly-back”, que nesse caso 
seria o movimento da câmera para trás e o dolly-out 
passaria a ser definido como “recuo de câmera com 
mudança de assunto (a câmera anda para trás 
recompondo o quadro com uma nova imagem ou 
objeto). 
 
Pedestal ou Lift 
 
Deslocamento da câmera verticalmente para 
cima (lift-up) ou para baixo (lift-down). 
 
Rotação ou Roll 
 
Movimento efetuado com a câmera em torno 
do eixo de suas lentes. 
 
 
Pivô 
 
Movimento em diagonal da camera de cima para baixo 
ou vice-versa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Varredura 
 
Movimento lateral da câmera rasteiro ao 
chão. 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 260 
 
 
 
Sempre que um objeto se move em frente à câmera, sua imagem projetada sobre o 
filme ou CCD também se move. Se o movimento do objeto é rápido e o obturador fica aberto, 
por um tempo relativamente longo, essa imagem ou movimento será registrada como um 
borrão, um tremor, ou uma forma confusa. 
Se o tempo de exposição for reduzido, o borrão no movimento também será reduzido 
ou até eliminado. 
Um tempo de exposição à luz curto (velocidade alta), pode "congelar" o movimento de 
um objeto, mostrando sua posição num dado momento. Por outro lado, um tempo de 
exposição longo (velocidade baixa), pode ser usado deliberadamente para acentuar o borrão 
ou tremor no movimento sugerindo uma sensação de grande velocidade 
Uma regra prática para uma velocidade ideal é que o número da velocidade tem que 
ser maior do que a objetiva que está sendo usada. 
 
Chicote ou Whip Pan (Swish Pan) 
 
É o mesmo movimento efetuado com a câmera em Pan ou Tilt, porém com velocidade 
bem maior. A câmera que está enquadrando uma pessoa ou objeto desloca-se rapidamente 
para a esquerda (ou direita), em busca de outra pessoa ou objeto. Durante este deslocamento, 
a imagem torna-se borrada, não permitindo distinguirem-se pessoas ou objetos durante o 
trajeto da câmera. 
O movimento de Chicote pode ser utilizado para indicar passagem de tempo na estória 
ou então mudança de local. Neste caso, durante a edição (ou montagem na própria câmera, em 
tempo de gravação), sãojustapostos dois movimentos de Chicote: no primeiro, a câmera está 
enquadrando a pessoa / objeto A e desloca-se para a direita (ou esquerda). A gravação é então 
interrompida na metade do movimento (ou isso é feito em tempo de edição). A seguir, em 
outra locação, a câmera inicia a gravação (ou idem montagem durante a edição) em Chicote e 
desacelera rapidamente até enquadrar a pessoa / objeto B. Como, embora borrados, os fundos 
das imagens nos 2 Chicotes mudam de cor e aspecto no meio do movimento, transmite-se a 
noção de passagem de tempo ou mudança de local. 
 
Snap Zoom 
 
Movimento de aproximação ou afastamento de grande rapidez, efetuado manualmente 
através da alavanca ou anel de controle do zoom. 
 
Zoom ou Travelling Ótico 
 
Alteração gradual, dentro de um mesmo plano, do ângulo de visão. Chama-se zoom-in 
quando este ângulo diminui (a imagem se aproxima) e zoom-out quando ele aumenta (a 
imagem se afasta). 
 
Zoom-dolly (Efeito Vertigo ou Hitchcock) 
 
Combinação dos movimentos de dolly da câmera com o de zoom da objetiva, mas em 
sentidos inversos e ambos na mesma velocidade. No primeiro provoca a sensação de 
afastamento do fundo em relação ao objeto em primeiro plano na imagem. No segundo a 
provoca a sensação de aproximação do fundo. 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 261 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPOSIÇÃO DE IMAGEM 
 
"A composição deve ser uma de nossas preocupações constantes, até nos encontrarmos 
prestes a tirar uma fotografia; e então, devemos ceder lugar à sensibilidade..." 
(Henri Cartier-Bresson) 
 
Composição fotográfica é a seleção e o arranjo agradáveis dos assuntos dentro da área 
a ser fotografada. 
Na imagem, é a sua sólida composição o que torna mais atraente do que em outra. 
Arranjos são feitos colocando-se figuras ou objetos em determinadas posições. Às 
vezes, na mudança do ângulo de tomada você pode deslocar sua câmera suavemente, 
acarretando uma mudança considerável na composição. 
Uma foto bem composta exige planejamento e paciência! Como forma de orientar o 
estudo da fotografia, descrevemos a seguir alguns elementos da linguagem fotográfica e suas 
finalidades. 
 
Composição 
 
Composição é o arranjo dos elementos do quadro: o assunto principal, o primeiro plano, 
os motivos secundários. É a qualidade estética da imagem que inclui textura, equilíbrio de 
cores e formas e outras variáveis que combinadas formam uma imagem comunicativa e 
agradável de se ver. 
A composição da imagem é responsabilidade de muitas pessoas que trabalham na 
produção. Desde o operador de câmera até o diretor do programa, passando pelo cenógrafo, 
iluminador e diretor de fotografia, todos têm participação no resultado final. 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 262 
O senso estético pode ser um talento nato ou ser desenvolvido com o estudo e a 
observação de trabalhos de bons diretores, fotógrafos e artistas. 
A composição da imagem deve ter como objetivo alcançar um efeito emocional, passar 
um clima, quebrar a monotonia. Compor não é só criar bonitas imagens, compor é mostrar 
imagens apropriadas. Deve-se enquadrar levando-se o espectador a olhar o que se deseja, a 
fixar a atenção em algum ponto da cena. E este centro de interesse pode estar no primeiro 
plano, no meio ou atrás. É preciso levar em conta à forma, o tamanho, a importância na cena 
de pessoas ou objetos. Se uma imagem não está bem composta, o espectador desvia sua 
atenção para um ponto não interessante da cena. 
Os elementos de uma cena devem estar ordenados de maneira que tenham sentido para o 
espectador. 
É importante observar o quadro por inteiro e não só o personagem ou o objeto principal. 
Com isto evita-se, por exemplo, plantas no fundo da cena que pareçam sair da cabeça de uma 
pessoa ou interferências que confundem o espectador. 
Podemos dividir os elementos visuais que compõe uma cena em massa (pessoas, 
objetos, etc.), profundidade (perspectiva, profundidade real ou aparente da cena), linhas 
(direção dos movimentos, linhas da cena) e tonalidade (os tons das cores, os brilhos e 
contrastes presentes na cena). 
Podemos controlar estes elementos com a adequada colocação da câmera, com a seleção 
da distância focal, com a iluminação ou mesmo com o arranjo dos objetos e pessoas da cena. 
 
Tomadas: 
Massa 
 
O centro geométrico da tela nem sempre é o melhor lugar para situar o centro de 
interesse de uma cena. Existem algumas regras para composição que são utilizadas na pintura, 
na fotografia e no cinema que podem auxiliar na composição do quadro, tornando as imagens 
mais harmoniosas e equilibradas. A regra dos terços, que os antigos gregos chamavam de 
proporção áurea, é uma delas. 
 
 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 263 
Regra dos Terços 
 
Antes de se fazer a tomada, imagine a área do seu quadro dividido simultaneamente 
em 3 terços verticais e horizontais, isto é, trace três linhas paralelas imaginárias no sentido 
horizontal e no sentido vertical da fotografia. 
As interseções destas linhas imaginárias sugerem 4 opções para a colocação do centro 
de interesse para uma boa composição. A opção depende do assunto e como o câmera ou 
diretor quer que ele seja apresentado. 
Geralmente, enquadramentos com assuntos centralizados, tendem a ter uma 
característica mais estática e menos interessante do que os com o assunto fora do centro. Você 
deve sempre considerar a direção do movimento dos assuntos, e deixar um espaço na frente, 
dentro do qual possam se movimentar. 
Pode-se também aplicar a orientação da regra dos terços 
na colocação da linha do horizonte em seu quadro, pois a linha do 
horizonte dividindo o quadro ao meio, dá uma sensação de 
estática. O mesmo vale para assuntos verticais. 
As melhores imagens são aquelas onde o assunto 
principal não está no centro e sim em um dos quatro pontos de 
interseção. A colocação em um destes pontos vai depender do 
assunto e de como ele deve ser apresentado. 
Por exemplo, os olhos de um personagem devem ficar na 
linha superior. O horizonte não deve ficar no centro do quadro 
e sim na linha superior ou na inferior quando se quiser dar mais ênfase ao primeiro plano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta é uma regra que deve ser seguida em tomadas 
normais, mas pode-se por razões dramáticas ou para isolar um 
objeto do todo, enquadrar de outra maneira. 
 
Composição Triangular. 
 
No método de composição triangular o centro 
de interesse se encontra no vértice de um triangulo 
que tem como base o estremo inferior do 
enquadramento. Os elementos são colocados de 
forma triangular ficando o ponto de interesse muito 
claro com o apoio dos outros elementos da cena. 
 
 
 
 
 
 
 
Os pontos em que as linhas se 
cruzam são chamados de 
“Pontos de Ouro”. 
Imagem cpmposta utilizando a 
regra dos terços 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 264 
Linhas Convergentes ou Vetores Dinâmicos da Imagem 
 
As linhas reais de uma 
cena, aquelas formadas pelos 
objetos, pelas pessoas e pela 
direção do movimento podem 
proporcionar um clima e 
conduzir a atenção do 
espectador ao centro de 
interesse, elas possuem a 
força e dinâmica das linhas 
vetoriais. 
As bordas dos objetos 
são formadas por linhas. Estas 
linhas direcionam nossa 
atenção para determinados 
lugares. Trabalhando estas 
linhas conseguimos chamar a atenção para determinado ponto da cena. 
As linhas também têm um significado. Linhas verticais sugerem dignidade, poder. As 
horizontais sugerem estabilidade. Linhas paralelas àsbordas do quadro criam uma sensação 
de formalidade e ordem, mas deixam a imagem monótona. Já as que formam um ângulo com 
as laterais do quadro transmitem mais emoção e vigor. As linhas diagonais são sempre 
melhores que as horizontais e verticais. As linhas curvas, por sua vez, passam uma sensação 
de suavidade, tranqüilidade, graça, movimento e sensualidade. As dentadas, destruição ou 
violência. 
O movimento dentro de uma cena está diretamente relacionado com a linha. Através 
do movimento podemos chamar a atenção para o centro de interesse de uma imagem. Por 
exemplo, quando o objeto principal é o único que se move no meio de outros completamente 
estáticos ou vice-versa. Ou quando é o único que anda em sentido contrário a todos os outros. 
 
Tonalidade 
 
Os tons mais claros e escuros dos componentes de uma cena são importantes também 
na composição da imagem. O centro de interesse deve estar sempre na parte mais clara ou de 
maior contraste. 
 
 
Profundidade 
 
A imagem da televisão é plana, por isto devemos dispor os objetos da cena visando dar 
a sensação de profundidade e volume, criando a sensação de perspectiva e efeito 
tridimensional. Colocando-se, por exemplo, um objeto perto da câmera no canto do quadro, 
aumenta a amplitude da cena. O uso de uma lente grande angular exagera a perspectiva e 
aumenta a distância aparente entre os objetos. Conseguimos também uma maior profundidade 
deixando o primeiro plano mais escuro e o fundo mais claro, ou dispondo as linhas de forma 
diagonal ou convergente. 
 
 
 
 
Cena do filme Captain Blood - 1935 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 265 
REGRAS PARA UMA BOA COMPOSIÇÃO 
 
Forma, Espaço e Fusão 
 
Forma não é só o contorno; é o modo do objeto ocupar espaço. As possibilidades 
normais na fotografia fornecem aspectos bidimensionais da imagem; a forma, enquanto 
aspecto isolado pode fornecer a sensação tridimensional. A maneira pela qual a câmera pode 
fornecer a sensação tridimensional depende de alguns truques visuais, tais como: a maneira 
pela qual as imagens são compostas; os efeitos da perspectiva; a relação entre os objetos longe 
e objetos próximos. 
Procure por formas que dêem maior atenção visual ao centro de interesse da imagem. 
Uma das formas seria selecionar um fundo suficientemente uniforme que não roube a atenção 
que o assunto principal merece. Para isso seja simples, por exemplo: 
 
1. Sempre teste todo o equipamento entes de sair. Grave o seu teste. 
2. Você está sem tripé em uma entrevista longa, use algum tipo de apoio. Não use a 
câmera só na mão ou no ombro. 
3. Fique esperto no “Povo fala”. O cinegrafista deve sempre estar com a câmera 
preparada com a objetiva em modo “grande angular e com o foco no infinito”. 
4. Também ao caminhar com a câmera, use a objetiva em modo grande angular. 
5. O entrevistado tem vergonha de falar? Deixe-o a vontade e faça um ensaio da 
entrevista “de mentira”, ou seja, na verdade você já está gravando pra valer sem que 
ele saiba. 
6. A declaração do entrevistado é muito importante e reveladora, mas ele só fala se a 
câmera NÃO estiver gravando, ou seja, em “OFF”, então manda uma “CHAPA 13” no 
entrevistado. 
7. Se o assunto rende poucas imagens mas é de suma importância para você, utilize 
muitos planos fechados e repetidos, mas em ângulos diferentes. 
8. Respeite o ambiente do entrevistado. O entrevistado ficar esperando demais enquanto 
sua equipe prepara o equipamento. Seja ágil na montagem e desmontagem do mesmo. 
Você e sua equipe devem sempre se comportem de forma disciplinada, profissional e 
silenciosa. 
9. Uma imagem inusitada e os fatos relacionados a ela também são importantes. 
Independente de ser diferente do assunto que você está gravando, “priorize” sempre o 
que está acontecendo naquele instante e sempre mantenha MUITA CALMA, você 
pode perder as melhores imagens por causa da afobação. 
10. Não deixe o entrevistado tomar conhecimento de problemas técnicos. Caso ocorram, 
sempre amenize o fato, procurando não transparecer a gravidade do problema. 
11. Deve-se utilizar fundos descomplicados para não roubarem a atenção do assunto 
principal. 
12. Tenha sempre uma razão para gravar determinado plano e seu propósito dentro do 
conjunto da produção. 
13. Componha uma cena com um centro de interesse único. Utilize técnicas de 
planificação para ressaltar o personagem ou a idéia principal. 
 
 
 
 
 
 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 266 
 
14. A estabilidade da imagem é muito importante, por isto use um bom tripé, sempre que 
possível. 
15. Observe a Regra dos Terços usando-a também para situar as linhas horizontais e 
verticais da imagem. 
16. Evite cortar pessoas nas articulações ou de modo que pareçam estar encostadas ou se 
apoiando nas bordas do quadro. 
17. O espaço deve ser maior no lado que uma pessoa estiver olhando (olhar direcional) e 
do lado que ela estiver andando (espaço para movimentação). 
18. Ao utilizar na composição da cena linhas diagonais com o ponto de fuga da linha do 
horizonte, você dará mais textura a sua imagem, deixando-a mais dinâmica e 
agradável. 
19. O Big Close-up quando ele for necessário, não corte o queixo do personagem, quanto 
a testa não há problema, o importante são os olhos e a boca. 
20. Evite tomadas de perfil. 
21. Um fundo deve ser sempre o mais neutro possível. Evite luzes piscando ou com 
assuntos em movimento. 
22. Procure equilibrar os tons da imagem. Em geral os objetos mais escuros são mais 
"pesados" que os mais claros. 
23. Utilize as cores para dar o clima apropriado a uma cena. As cores brilhantes 
transmitem energia, os tons suaves dão à cena um aspecto harmonioso e estável. 
24. O tamanho dos objetos também tem um peso visual. Procure manter a cena 
equilibrada. 
25. Não coloque numa cena elementos desnecessários. Cada elemento deve representar 
algo e fazer parte de um conjunto. 
 
Componha seu plano de forma que a razão de tê-lo feito fique claramente expressa. 
Faça com que as demais áreas da imagem complementem harmoniosamente aquilo que foi 
escolhido como o centro de interesse. 
Não importa o assunto que tenha sido escolhido para ser filmado, o importante é evitar 
as fusões. Lembre-se: nós vemos as coisas em três dimensões, portanto, é mais freqüente do 
que se imagina o câmera concentrar-se somente no assunto principal e não perceber que o 
fundo está interferindo. Você pode estar certo de que a câmera sempre registra as fusões, 
portanto sempre antes de filmar seu assunto, preste mais atenção ao fundo deste. 
Cortar cabeças, pés ou pessoas pela metade, também estamos cometendo uma fusão, 
esta é chamada de fusão de bordas. 
 
Elipse 
 
Elipse na linguagem cinematográfica se refere a ação, diálogo ou acontecimento que 
ficam implícitos entre um plano e outro. São trechos de uma história que não são declarados 
por meio de sons, textos ou imagens, mas que são subentendidos pelos espectadores. Por 
exemplo, se em um plano o personagem sai da sua casa pela porta e no plano seguinte 
eleaparece no seu escritório trabalhando, fica implícito para o espectador que o personagem 
fez todo o caminho da sua casa até chegar ao escritório. 
A maior elipse temporal do cinema e talvez a mais famosa pertence ao filme 2001-
Uma Odisséia no Espaço do diretor Stanley Kubrick. Neste filme, um homem-macaco atira 
um pedaço de osso para o céu e no caminho, com a câmera tentando acompanhar o 
movimento do osso, há um corte para o plano seguinte, no qual surge a imagem de uma nave- 
espacial com um formato parecido com o do osso. Na cena fica implícita toda a história da 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 267 
humanidade, dos seus primórdioscomo homens-macacos até os tempos modernos das viagens 
espaciais. 
 
Raccord 
 
Raccord serve para designar os efeitos visuais, sonoros ou de linguagem cinematográfica 
utilizados para garantir a coerência entre dois planos ou duas cenas subsequentes em um filme 
ou vídeo. 
 
Tipos de Raccord: 
 
Raccord de Movimento 
Ocorre quando um movimento parece manter continuidade entre um plano e outro. Por 
exemplo, um jogador de futebol chuta uma bola em um plano e no plano seguinte vemos a 
imagem do gol e da bola entrando na rede. 
 
Na imagem ao lado, 
vemos uma cena com 
três planos 
consecutivos de um 
homem pulando o 
muro para uma 
escadaria, caracterizando um raccord de movimento entre os planos. O primeiro plano é um 
plano de detalhe no qual vemos a mão de uma pessoa se apoiar sobre uma mureta. No 
segundo plano, mais aberto, o homem aparece tomando impulso e pulando sobre a mureta. O 
terceiro plano é um plano aberto, no qual o homem aparece caindo sobre a escada, depois de 
pular a mureta. 
 
Raccord de Direção 
 
Na montagem de dois planos seguidos no qual um personagem ou veículo se 
movimenta pela tela, é necessário que este 
objeto ou veículo siga a mesma direção nos 
dois planos. Assim se o personagem se desloca da direita para a esquerda em um plano, no 
plano seguinte ele deve surgir na tela deslocando-se da direita para a esquerda, até que um 
movimento deste personagem indique o contrário (como uma curva ou uma parada no seu 
deslocamento). 
 
 
 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 268 
Raccord por Analogia 
 
Quando um plano possui uma imagem, objeto, cor, figura ou qualquer outro conteúdo 
da cena que remete a um conteúdo da cena anterior, a isto chamamos de Raccord por 
Analogia. Um dos mais famosos Raccords por Analogia do cinema também é conhecido 
como a mais longa elipse: a sequência do filme 2001-Uma Odisséia no Espaço, de Stanley 
Kubrick, na qual um homem-macaco atira um pedaço de osso para o céu e a cena corta para a 
imagem de uma nave espacial no mesmo formato do osso. Neste momento ocorre um Raccord 
por analogia entre o osso e a espaçonave. 
Outro exemplo de Raccord por Analogia está presente no filme Lawrence da Arábia, 
quando o personagem Lawrence apaga um lampião no centro da tela e na cena seguinte, na 
mesma posição na qual se encontrava o lampião, aparece o nascer do sol no horizonte. 
 
Faux Raccord 
 
Utiliza-se a expressão Faux Raccord ou Jump Cut para sequência de planos 
aparentemente sem conexão entre si ou sem uma continuidade na ação de uma cena para a 
outra. Este efeito de montagem é utilizado para se criar uma sensação de estranhamento no 
espectador, de modo que ele crie conexões próprias entre as imagens, ou para ilustrar uma 
série de fatos aparentemente desconexos. Pode-se utilizar o Faux Raccord também para tirar a 
atenção do público da carga dramática e emocional do filme e evidenciar a sua mensagem de 
forma consciente. 
Uma maneira eficaz de se criar Faux Raccords é violar a Regra dos 30º e colocar em 
sequência duas ou mais imagens com pouca ou nenhuma alteração no ângulo e no plano 
dessas imagens. Um exemplo está no filme 2001-Uma Odisséia no Espaço, quando o homem- 
macaco descobre que pode utilizar um osso como arma para se conseguir comida ou para 
atacar inimigos. Este filme contêm inúmeros exemplos de Faux Raccord. 
Uma obra que analisa este tipo de ferramenta da linguagem cinematográfica, 
principalmente entre os diretores da chamada Nouvelle Vague ou do Realismo Italiano, é o 
livro "Cinema 2: Imagem-Tempo", do filósofo Gilles Deleuze. 
Faux Raccord também é empregado para se referir a uma ação ou acontecimento que 
deveria remeter a um corte de cena que não ocorre. Por exemplo, imagine uma personagem 
que caminha pelas ruas e de repente vira a cabeça em outra direção, como se sua atenção 
fosse chamada por um acontecimento qualquer. Mas a câmera ao invés de cortar para o ponto- 
de-vista da personagem, se mantém na imagem da personagem, sem revelar o que lhe chamou 
a atenção. A isto se emprega a expressão Faux Raccord. esta técnica era empregada pelos 
cineastas do Realismo Italiano, da Nouvelle Vague francesa e do Cinema Novo brasileiro. 
 
Regra dos 180º 
 
Na gravação ou 
filmagem de uma sequência 
de planos e contra-planos, a 
câmera nunca deverá ser 
posicionada em volta dos 
personagens para além de 
180 graus da posição do 
plano ou do contra-plano, a 
não ser que haja um outro 
Raccord que anuncie a 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 269 
chegada de mais um elemento ou personagem na sequência. 
 
Todas as tomadas devem ser feitas, a princípio, sem ultrapassar uma linha imaginária 
que passa à frente da câmera (ver ilustração). Se uma tomada for feita a mais de 180 graus, 
terá cruzado o eixo da ação invertendo a direção da cena na tela. Num jogo de futebol, por 
exemplo, todas as câmeras ficam do mesmo lado do campo. Se um corte for feito para uma 
câmera colocada depois do eixo, parecerá que os times trocaram de lado. 
 
Quebra de Eixo 
 
Distingue-se eixo visual da câmera de eixo dramático. 
O eixo visual é o próprio eixo geométrico da pirâmide, a 
direção para a qual a câmera 
está apontada. O eixo 
dramático, estabelecido pela 
relação entre dois personagens 
que se olham frente a frente, 
por exemplo, é fundamental 
para situar o espectador 
espacialmente. A quebra de 
eixo, nome que se dá ao salto 
do ponto-de-vista de um lado para o outro do eixo dramático, pode confundi-lo, portanto deve 
ser usada com cuidado. Equivale a mudar repentinamente a câmera que transmite um jogo de 
futebol para o outro lado do campo: o torcedor que assiste pela TV pode pensar que um gol 
marcado foi contra, pois não sabe mais para qual lado joga cada time. 
 
Regra dos 30º 
 
Se um personagem aparece em dois planos sucessivos e muito semelhantes, a 
diferença entre o primeiro plano e o 
segundo deve ser um ângulo acima de 30º. 
Ou seja, para gravar o segundo plano, a 
câmera deve estar posicionada em um 
ângulo acima de 30º, tendo como centro 
do círculo o personagem ou apresentador, 
a partir do ponto em que ela se encontrava 
quando gravou a primeira cena. A figura 
ao lado exemplifica a gravação de uma 
cena na qual uma câmera gravará uma 
mulher em dois planos distintos. A 
diferença entre o plano 1 e o plano 2 
deverá ser de mais de 30 graus. Portanto, a 
câmera dois será 
posicionada fora da área vermelha demarcada no chão. 
 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 270 
Continuidade Espaço-Temporal 
 
Ë o mesmo conceito 
da quebra de eixo na regra 
dos 180°, só que desta vez 
aplicada a objetos em 
movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Chave Tonal 
 
Denomina-se Tom a transição das altas-luzes (áreas claras) e para a sombra (áreas 
escuras). A gama de cinzas existente entre o preto e o branco. O ponto médio de cinzas numa 
escala é de 18%. 
Chave Tonal significa que toda fotografia tem praticamente o mesmo tom de cor. 
Quando se tem cores iguais, significa uma chave tonal alta, e quando se tem cores diferentes, 
significa uma chave tonal baixa. 
Em uma imagem que possui poucos tons de cinza, apenas a silhueta de um objeto em 
preto recortada contra um fundo branco, esta será considerada uma fotografia dura, de alto-
contraste, isto é, uma imagem bem contrastada. 
Quando as áreas brancas são em excesso, dominando a cena, a correção deve ser de ½ 
a 1 ponto de abertura, fechando o diafragma, conforme as condições da imagem. 
Já uma imagem onde predominem os tons de cinza, poderá ser considerada uma 
imagem suavee pouco contrastada. 
 
 
 
 
 
 
Forma Fechada e Aberta da Imagem 
 
A forma fechada tem bem demarcado todo o contorno da imagem, a informação está 
completa. Já a forma aberta não mostra o limite da imagem nem, portanto, toda a informação 
visual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um corte para uma câmera do 
outro lado do eixo faz com que o 
objeto em movimento mude de 
direção. Para evitar este 
problema insira entre os cortes 
uma tomada neutra ou uma 
tomada feita com a câmera sobre 
o eixo dramático. 
Eixo Dramático 
Exemplos de Forma 
fechada e Aberta 
Eixo Dramático 
Eixo Dramático 
ALTA MÉDIA BAIXA 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 271 
O Foco, Foco Diferencial, Desfoque e Profundidade de Campo: 
 
Dentro dos limites técnicos, temos possibilidades de controlar não só a localização do 
foco, como também a quantidade de elementos que ficarão nítidos. 
Além disso, podemos também trabalhar com a falta de foco, ou seja, o desfoque. 
Podemos enfatizar melhor um elemento da fotografia sobre os demais, selecionando-o 
como ponto de maior nitidez dentro do quadro. A escolha depende do autor mas a força da 
mensagem deve muito ao foco. É ele que vai ressaltar um certo objeto em detrimento dos 
outros constantes no enquadramento. A pequena falta de foco de todos os elementos que 
compõem a imagem pode servir para a suavização dos traços, o contrario acontece quando há 
total nitidez, que demonstra a rudeza ou brutalidade da realidade. 
Dentro dos limites técnicos, temos possibilidades de controlar não só a localização do 
foco, como também a quantidade de elementos que ficarão nítidos. Através destes controles, 
podemos destacar esta ou aquela área dentro de um assunto fotografado. E o foco que vai 
ressaltar um objeto em detrimento dos outros constantes da foto. 
Hiper-Focal: Nas câmeras populares a abertura do diafragma geralmente vai até o 
número 16, portanto com uma abertura pequena e uma profundidade de campo grande. É 
chamado de Hiper-Focal pois o infinito é o visor da câmera. 
 
A Gradação de Cinzas e as Cores 
 
É a mais imediata evidência da visão. Ela pode propiciar uma maior proximidade da 
realidade, limitando a imaginação do espectador, o que já não acontece na fotografia em B&P 
que nos fornece, nos meios tons, a sensação de diferença das cores. A escolha de B&P ou 
colorido vai determinar diferentes respostas do espectador, já que as cores também são uma 
forma de sugerir uma realidade enganosa. 
A cor pode e deve ser usada desde que sob um cuidadoso controle estético. Existe uma 
"escala de cinzas" medida em progressão logarítmica, que vai do branco ao preto. Esta escala 
é de grande utilidade, podendo-se através dela interferir no resultado final da fotografia. 
 
Textura, a Impressão Visual 
 
A textura fornece a idéia de substância, densidade e tato. A textura pode ser vista 
isoladamente. A superfície de um objeto pode apresentar textura lisa, porosa ou grossa, 
dependendo do ângulo, dos cortes, da luz... 
A eliminação da textura na fotografia pode causar impacto, uma vez que é a forma de 
eliminar aspectos da realidade, distorcendo-a. A textura é elemento muito importante para a 
criação do real dentro da fotografia, embora possa, também, desvirtuá-lo. 
A textura e a forma espacial estão intimamente relacionadas, entendendo-se como 
textura a forma espacial de uma superfície. É através da textura que muitas vezes podemos 
reconhecer o material com o qual foi feito um objeto que aparece em nossa fotografia, ou 
podemos afirmar que em tal paisagem o campo que aparece é gramado ou não de terra. 
Uma fonte luminosa mais dura, forte e lateral, irá privilegiar mais a textura; enquanto uma luz 
mais difusa, indireta, suave, poderá fazer desaparecer uma textura ou diminuir sua 
intensidade. 
A textura pode ser considerada um fator de importância em uma fotografia, em virtude 
de criar uma sensação de tato, em termos visuais, conferindo uma qualidade palpável à forma 
plana. 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 272 
Ela não só nos permite determinar a aparência de um objeto, como nos dá uma idéia 
da sensação que teríamos em contato com ele. Podemos, através da luz, acentuar ou eliminar 
texturas, a ponto de tornar irreconhecíveis objetos do cotidiano. 
 
As Aberrações Óticas e Químicas 
 
As aberrações podem ser causadas quimicamente ou oticamente. Todas as 
deformações da imagem, que a técnica fotográfica nos permite usar, têm conotações bastante 
marcantes. As deformações, causadas nas proporções das formas dos elementos da foto, 
fogem á realidade causando um forte impacto. 
Outras aberrações, como a mudança dos tons, das cores, podem criar um clima de 
sonho, de "fora do tempo", de irreal. Todas estas mudanças da realidade provocadas 
intencionalmente pelo fotógrafo, têm como objetivo 
primordial a alteração do clima de realidade e, portanto, 
devem ser muito bem elaboradas. 
 
As Linhas 
 
Cada uma proporciona um impacto diferente na 
fotografia e devem ser utilizadas conforme o que você quer 
transmitir com aquela imagem 
Ao planejar um plano, verifique quais são as linhas 
que podem ser utilizadas a seu favor, para proporcionar mais 
impacto a sua imagem e narrativa. 
 
Linhas Horizontais: 
 
Linhas horizontais, normalmente, são utilizadas para 
transmitir “estabilidade” e/ ou “descanso”. São exemplos: 
Horizontes, arvores caídas, oceanos, pessoas dormindo,etc. 
As linhas horizontais transmitem a idéia de paz, permanência e serenidade. 
Para acentuar calma e tranqüilidade às imagens faça composições horizontais. Ao se 
manter o assunto na parte direita da imagem faz-se com que 
os olhos do espectador corram da esquerda para a direita. 
 
Linhas Verticais: 
 
As linhas verticais podem transmitir uma enorme 
variedade de informações em uma imagem, que vão desde 
poder e força (pense em arranha-céus) até o crescimento 
(pense nas árvores). 
 
Linhas Diagonais: 
 
Elas criam pontos de interesse e geralmente surge uma perspectiva e profundidade 
assim como dinamismo e ação. 
 
 
 
 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 273 
A Perspectiva 
 
A perspectiva auxilia a indicação da profundidade e da forma, uma vez que cria a 
ilusão de espaço tridimensional. Ela se determina a partir de um ponto de convergência que 
centraliza a linha, ou as linhas principais da fotografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As fotografias são bidimensionais: possuem largura e comprimento, e para se 
conseguir o efeito de profundidade é preciso que uma terceira dimensão seja introduzida: a 
perspectiva. 
Sem dúvida a perspectiva não passa de uma ilusão de ótica. Quando seguramos um 
livro, mantendo o braço esticado, este objeto dará a impressão de ser tão grande quanto uma 
casa situada a uma centena de passos. Quanto mais se reduz a distância entre o livro e a casa, 
mais os objetos se aproximam de suas verdadeiras dimensões. Só quando o livro se encontra 
em um plano idêntico ao da casa, é que o tamanho aparente de cada um deles equivale com 
exatidão ao real. 
Através da perspectiva, linhas retas e paralelas dão a impressão de convergir, objetos 
que encobrem parcialmente a outros dão a sensação de profundidade, e através do 
distanciamento dos objetos temos a sensação de parecerem menores. 
Podemos utilizar a perspectiva para criar impressões subjetivas, e o caso de efeitos de: 
"plongée" filmar com a câmera num ângulo superior ao assunto, diminuindo-o com relação ao 
espectador; e "Contra- plongée " a câmera num ângulo inferior ao assunto criando uma 
sensação de poder,força e grandeza. Cada um destes recursos deverá ser utilizado de acordo 
com o contexto e o objetivo do fotógrafo. 
O desenho pode transformar-se em um tema, e introduzir ordem e ritmo em uma foto 
que, sem ele, talvez parecesse caótica. Nos 
casos onde o seu efeito é muito grande, ele 
pode dominar a imagem, a ponto de os outros 
componentes perderem quase por completo sua 
importância. 
As linhas constituem um importante 
papel na composição, e linhas diagonais são 
muito dinâmicas. Você pode usar linhas 
diagonais como linhas de condução a fim de 
proporcionar um direcionamento na foto. 
Podemos usar linhas repetidas para chamar a 
atenção do observador para o centro de 
interesse, ou também podemos usar qualquer outra simples forma geométrica para ajudar na 
Ponto de Fuga 
(PF) 
x 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 274 
 
 
 
 
 
 
ERRADO 
composição das fotos. Uma das mais atrativas linhas usadas na composição é a chamada 
curva em "S". Desenvolve-se mais senso artístico, estudando fotos de forma a encontrar a 
força de suas linhas, as formas geométricas e o equilíbrio. 
Linhas e formas podem ser usadas para criar imagens abstratas, subjetivas, ou para 
desviar a atenção do assunto principal de uma fotografia. 
 
Enquadramentos Certos e Errados 
 
Big Close: Em um Big Close, havendo a necessidade de se cortar o personagem no 
enquadramento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diálogos: Em um diálogo entre dois personagens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equilíbrio, Composição, Balanço, Ponto de Vista e Arranjo Visual Dos Elementos. 
 
Composição é o arranjo visual dos elementos, e o equilíbrio é produzido pela interação 
destes componentes visuais. 
O equilíbrio perfeito independe dos elementos individuais, mas sim do relativo peso 
que o fotógrafo dá a cada elemento. Desta maneira, considera-se que o mais importante para o 
equilíbrio é o interesse que determinará a composição dos outros elementos. Equilíbrio 
perfeito é simplesmente arranjar as formas, o volume, a localização, as cores, a conceituação, 
e as áreas de luz e sombras que se complementam mutuamente para dar uma aparência bem 
equilibrada. Como todos os outros elementos, o equilíbrio será conseguido de acordo com os 
propósitos do fotógrafo, de evocar ou não estabilidade, conforto, harmonia, etc. 
A capacidade para selecionar e dispor os elementos de uma imagem depende em 
grande parte do ponto de vista do fotógrafo. Na verdade, o lugar onde ele decide se colocar 
para bater uma foto constitui uma de suas decisões mais críticas. Muitas vezes uma alteração, 
mesmo mínima, do ponto de vista, pode alterar de forma drástica o equilíbrio e a estrutura da 
foto. 
Por isso torna-se indispensável andar de um lado para o outro, aproximar-se e afastar-
se da cena, colocar-se em um ponto superior ou inferior a ela, a fim de observar o efeito 
produzido na imagem por todas essas variações. A composição nada mais é do que a arte de 
dispor os elementos, do assunto a ser mostrado, da forma que melhor atenda nossos objetivos. 
CERTO 
Ronaldo Morant 
 
A Câmera de Vídeo 275 
Explore o equilíbrio simétrico, e explore também o equilíbrio não simétrico, que em 
geral é muito mais interessante que o equilíbrio simétrico. Dê às suas fotos uma sensação de 
informalidade e descontração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DICAS DE LINGUAGEM 
 
Qual a velocidade ideal em um movimento de Panorâmica? 
 
Macete: É a velocidade que você acha que está boa para entender a imagem mostrada 
na panorâmica, mas só que na hora de filmá-la, você a filma com a metade da velocidade que 
antes escolheu. 
Por quê? Porque o cérebro humano interpreta cada vez mais rápido a informação 
quanto mais ela se repetir, daí a velocidade da panorâmica pode ser boa para você, que está no 
local vendo a mesma imagem várias vezes, mas será rápida demais para o espectador que a 
está assistindo pela primeira vez na tela, e então não poderá entendê-la totalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cena do desenho animado “A Bela e a Fera”

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