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Resumo para AP1 direito administrativo

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RESUMO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – AP1 
 
Duas grandes áreas 
do Direito 
 
 
 
Pessoa física: pessoa natural – todo indivíduo (homem ou mulher), desde o nascimento até a morte. 
 Personalidade civil da pessoa: adquirida no nascimento 
 Imposto de renda: empresas individuais são equiparadas às pessoas jurídicas 
 Atividade econômica: pessoa física pode atuar como autônomo ou sócio de empresa ou sociedade simples 
Pessoa jurídica: entidade abstrata com existência e com responsabilidade jurídica 
 Ex.: empresas, companhias, associações  quando legalmente autorizadas 
As pessoas jurídicas podem ser: 
 de Direito Público: União, Unidades Federativas, Autarquias 
 de Direito Privado: empresas, sociedades simples, associações 
 
 
História do Direito Administrativo: Direito Público (nasce com a Revolução Francesa, final do séc. XVIII)  destaque para o “Conselho 
de Estado Francês” + “caso Blanco”. 
 Restante do Mundo: a Resolução Francesa não impactou todos os países 
 Sistemas anglo-americanos: prevaleceu regras do direito privado, conforme o tipo de Estado adotado 
 No Brasil: [1824] criação do Conselho de Estado, órgão consultivo do imperador, extinto em 1889 (Proclamação da República); 
[1851] criação da disciplina de Direito Administrativo nas faculdades de Direito de São Paulo e Olinda 
 1o a influencia das doutrinas europeias (Antônio Joaquim Ribas e Vicente Pereira do Rego), 2o emergiram as doutrinas 
influenciadas pelos modelos franceses (Visconde do Uruguai e José Rufino de Oliveira) 
 Importantes doutrinadores brasileiros: Hely Lopes Meirelles e Celso Antônio Bandeira de Mello 
 
 
NÚCLEO DO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
 Supremacia do interesse público sobre o privado  Indisponibilidade dos interesses públicos 
- O interesse público se sobrepõe ao interesse do particular 
- A Administração, ao exercer suas atividades administrativas, 
deverá dar prioridade ao interesse público, mesmo que para 
cumprir tal objetivo tenha de sacrificar ou reduzir algum direito 
de liberdade ou de propriedade do particular 
. Ex.: uso do poder de polícia para lacrar um 
estabelecimento irregular 
- Toda ação da APU é um dever para com o cidadão 
- O interesse público é indisponível 
. A APU não pode dispor livremente dos bens e interesses 
colocados pelo ordenamento jurídico aos seus cuidados, 
tampouco pode transigir nem negociar livremente com tais 
bens e interesses 
. Ex.: proteção legal especial que incide sobre os bens 
públicos 
 
 
PRINCÍPIOS CONTITUCIONAIS DA APU (art. 37 da CF/1988 + EC no 19/1998) 
 Legalidade  Impessoalidade  Moralidade  Publicidade  Eficiência 
Cidadão (direito comum) 
pode fazer tudo aquilo 
que a lei não o proíba. 
Entretanto, a APU é 
obrigada fazer, ou deixar 
de fazer, exatamente 
aquilo que a lei 
estabelece, sob pena de 
estar praticando ato 
inválido. 
A lei deve trazer as 
“condutas discricionárias” 
Ex.: obrigatoriedade de 
realizar concurso público. 
A APU deve atender a 
todos, sem preferência ou 
favorecimento. 
Orientar-se por critérios 
objetivos, tendo em vista 
a finalidade pública. 
A APU não pode 
estabelecer preferências 
pessoais. Deve aplicar 
igualdade de tratamento. 
Agente público age em 
nome do Estado. 
Ex.: obrigatoriedade de 
realização de 
procedimento licitatório. 
Impõe à APU agir de 
maneira ética, com 
probidade, decoro e boa-
fé considerando que o 
interesse público se 
sobrepõe ao interesse 
particular. 
É saber distinguir o 
honesto do desonesto. 
Ex.: acumulação ilícita de 
dois cargos públicos + Lei 
de Improbidade 
Administrativa 
Atos da APU são públicos 
e devem ser publicados 
nos órgãos oficiais de 
divulgação para que 
tenham validade. Todos 
têm direito de saber o que 
a APU faz. Total 
transparência. 
Ex.: Publicação no Diário 
do resumo do edital de 
licitação. 
Exceção: sigilo para 
garantir a intimidade ou o 
interesse social. 
Advêm da iniciativa 
privada: eficácia, 
resultados, controle, 
avaliação, cumprimento 
de metas, produtividade, 
economicidade e redução 
do desperdício. 
É a obtenção do melhor 
resultado com o uso 
racional dos meios. 
Incorporado pelo EC no 
19/1998. 
Ex.: criação de auditoria 
interna 
Outros princípios citados na CF/1988 
Igualdade + Continuidade + Motivação + Razoabilidade + Hierarquia + Proporcionalidade + Finalidade pública de suas ações + 
Fundamentação dos Atos Administrativos + Controle judicial + Especialidade 
 
 
 
Agentes Públicos: aqueles que estão vinculados à APU por meio de uma atividade, remunerada ou não. 
MEIRELLES GASPARINI MELLO DI PIETRO CARVALHO FILHO 
“São todas as pessoas 
incumbidas definitiva ou 
transitoriamente, do 
exercício de alguma 
função estatal 
(remunerada ou gratuita, 
política ou jurídica)”. 
 Políticos 
 Administrativos 
 Honoríficos 
Utiliza a “sistematização 
constitucional” 
 Agentes políticos 
 Agentes temporários 
 Agentes de 
colaboração (por 
vontade própria, por 
compulsão ou por 
concordância) 
 Servidores 
governamentais 
 Servidores públicos 
(estatuários ou 
celetistas) 
 Agentes militares 
(federal, estadual ou 
distrital) 
 Agentes políticos 
 Servidores estatais 
(servidores públicos ou 
servidores 
governamentais de 
direito privado) 
 Particulares em 
colaboração com o 
Poder Público 
Considera a CF/1988 + 
EC no 18/98: 
 Agentes políticos 
 Servidores públicos 
 Militares 
 Particulares em 
colaboração com o 
Poder Público 
É difícil agrupar em 
classes, mas por motivos 
didáticos deve ser 
sistematizado: 
 Agentes políticos 
 Agentes particulares 
 Colaboradores 
 Servidores públicos 
 Agentes de fato 
(subdivididos estes em 
agentes necessários e 
putativos ) 
 
 
 
 
AGENTES PÚBLICOS: classificações didáticas 
MEDAUAR GASPARINI (segundo a prestação de serviços) 
 Agentes Políticos  Servidores Públicos  Colaboradores 
 Colaboradores 
compulsórios 
 Colaboradores 
por concordância 
da APU 
 Eleitos por sufrágio 
universal 
 Auxiliares imediatos 
dos chefes dos 
executivos 
(Ministros de 
Estado, Secretários 
de Estado e 
Municipais) 
 Detentores de 
funções 
constitucionais 
(Magistratura, 
Ministério Público e 
Tribunal de Contas) 
Pessoas físicas que trabalham de forma 
remunerada na APU, por vínculo 
empregatício 
 Servidores estatutários: CLT – ocupam 
cargos públicos 
 Empregados públicos ou celetistas: CLT 
– ocupam empregos públicos. 
 Servidores temporários: art. 37 da 
CF/1988 – tempo determinado para 
atender excepcional interesse –ocupam 
função pública. 
 Funcionários Públicos: ocupavam cargos 
públicos antes da CF/1988 
 Agentes de Colaboração (agente 
honorífico ou agente particular 
colaborador): atividade pública transitória, 
sem vínculo 
Assumem uma 
função por ação 
espontânea 
(vontade própria) 
para a salvaguarda 
dos interesses 
públicos 
 Ex.: prisão de um 
criminoso 
São obrigados ao 
desempenho de 
determinada função 
pública, em virtude 
de lei específica. 
 Serviços eleitorais 
(mesários e 
membros da junta 
eleitoral) + 
jurados + 
recrutados para o 
serviço militar 
obrigatório. 
Desempenham 
funções públicas em 
caráter privado, por 
contrato ou 
delegação de 
função, de ofício ou 
serviço público. 
 Ex.: contratados 
para a realização 
de uma obra de 
arte ou parecer 
 Ex.: delegados 
por função ou 
ofício: tabeliães, 
juízes de paz, 
leiloeiros 
 
Regime Jurídico: corpo normativo que engloba os deveres, direitos e demais aspectos da vida funcional dos servidores públicos 
 Art. 39 da CF/1988: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbitode sua competência, regime 
jurídico único e planos de carreira para os servidores da APU direta, das autarquias e das fundações públicas.” 
 O regime deve ser único para todos os servidores de um órgão público, não obrigando a adoção do regime estatutário. 
 Confusão em torno do tema – EC no 19/1988 (Reforma Administrativa) mudou para regime múltiplo: o órgão poderia adotar os 
dois regimes de forma simultânea. Só que STF considerou a alteração inconstitucional e voltou o RJU (regime jurídico único), 
na maioria dos casos o regime estatutário. 
CLT: situação funcional dos servidores das empresas públicas e das sociedades de economia mista. 
 Estatutários  Celetistas  Emprego público  Regime especial 
Ocupantes de cargos públicos na 
APU direta, autárquica e 
fundacional pública e têm a sua 
respectiva situação funcional 
regida por um Estatuto. 
Estatuto: conjunto normativo que 
rege a relação jurídica funcional 
entre o servidor público 
estatutário e o Estado. 
 Estatuto dos servidores 
públicos civis da União: Lei 
Federal no 8.112/1990 
 Específicos: Magistério, 
Ministério Público e 
Magistratura. 
 Os servidores estaduais e 
municipais também dispõem 
de Estatutos. 
Regime jurídico, de natureza 
contratual, submetido às regras 
da CLT 
Utilizado pelos entes 
governamentais de direito 
privado: sociedades de economia 
mista, empresas públicas e 
fundações de Direito Privado 
instituídas pelo Poder Público 
(CEF, Banco do Brasil, 
Petrobrás, etc.) 
Servidores celetistas são 
“empregados públicos”: detém 
emprego público e não possuem 
estabilidade. Equiparam-se aos 
servidores em alguns aspectos: 
concurso público, regime de não 
acumulação de cargos, teto 
remuneratório, etc. 
Tipo especial de “empregado 
público”, mediante contrato (CLT) 
por tempo indeterminado. 
Regulamentado pela Lei no 
9.962/2000 – válido apenas para 
a APU Federal direta, autárquica 
e fundacional. 
Relativa estabilidade: contrato só 
pode ser rescindido por falta 
grave, acumulação ilegal de 
cargos e necessidade de 
redução de despesas. 
 
 
Contrato de trabalho de regime 
administrativo jurídico especial – 
não regido pela CLT. Só existe 
na APU Federal (Lei no 
8.745/1993). 
Contratação de servidores 
temporários para o atendimento 
de excepcional interesse público: 
calamidade pública + 
emergências em saúde pública + 
censo do IBGE + professor e 
pesquisador federal + Forças 
Armadas + emergências 
ambientais. 
Processo seletivo simplificado 
(não é concurso público). Ficam 
por tempo determinado. Não 
pode ser atividade permanente. 
Competência Organizacional: União, Estados e Municípios possuem autonomia para organizar a questão político-administrativa, desde 
que respeitada a CF/1988 (não se pode ampliar ou restringir alcance de direitos)  fixar regras que melhor lhes pareçam para a 
organização e disciplina da atividade funcional. 
 Os Estados e Municípios podem fixar regras semelhantes ao Estatuto Federal. 
 É de iniciativa de edição de leis que dispõem sobre regime jurídico dos servidores é do Poder Executivo (Casas Legislativas 
não possuem esse poder de iniciativa) 
 
Posse: aceitação das atribuições, responsabilidades e direitos do cargo pelo nomeado, efetuando-se por assinatura de um termo. O 
nomeado tem 15 dias para tomar posse (Lei Federal no 8.112/1990) 
Quadro: conjunto de carreiras, cargos isolados e funções gratificadas de um mesmo serviço, órgão ou Poder. 
Carreira: conjunto de classes da mesma profissão ou atividade, escalonadas pela hierarquia do serviço, para o acesso privativo dos 
titulares dos cargos que a integram 
 Cargo de carreira: cargo que se escalona em classes, para o acesso privativo de seus titulares 
 Classe: agrupamento de cargos da mesma profissão, com idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos (degraus de 
acesso na carreira) 
 Cargo isolado: é instituído em regime de exceção na organização funcional, porque não pressupõe promoção vertical. 
 
Cargo Público: conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um 
servidor. 
 Cargo de provimento efetivo: caráter permanente, só pode ser ocupado por prévia aprovação em concurso público. O titular se 
efetiva e adquire estabilidade após três anos de efetivo exercício e avaliação positiva em estágio probatório. Se estável, só é 
exonerado mediante processo administrativo ou judicial (garantido contraditório e ampla defesa). 
 Cargos de provimento vitalício: comportam investidura em caráter perpétuo, só permitindo-se a extinção do vínculo funcional 
em virtude de sentença judicial transitada em julgado. É uma determinação constitucional, que garante independência e 
resguarda eventuais pressões. Ex.: Magistrados + membros do Ministério Público + Ministro dos Tribunais de Contas + Oficiais 
Militares 
 Cargo de provimento em comissão: livre nomeação e exoneração, independente de concurso público (critério de nomeação é 
político). Em alguns casos, existem exigências: idade mínima, pleno exercício dos direitos políticos, quitação militar e eleitoral. 
Função pública: atribuição ou conjunto de atribuições a serem exercidas pelos agentes públicos 
 Funções de natureza permanente: exercidas por servidores ocupantes de cargo efetivo (direção, chefia e assessoramento). 
 Funções exercidas pelos servidores contratados temporariamente: com fundamento no regime especial. 
 
Não existe cargo sem função – mas existe função sem cargo. É possível adquirir estabilidade no exercício de cargo – mas não é possível 
em função. 
 Funções de confiança: exercidas por servidores públicos concursados - “direção, chefia e assessoramento” 
 Cargos em comissão: provimento sem concurso público, livre nomeação e exoneração - “direção, chefia e assessoramento” – 
parte deve ser preenchido por servidores públicos 
Nepotismo: nomeação para cargos em comissão ou funções de confiança não pode recair em pessoa que mantenha relações de 
parentesco com o nomeante – viola o princípio da moralidade administrativa 
 
Acumulação de cargos públicos: é proibida a acumulação simultânea e remunerada de cargos públicos, empregos e funções públicas. 
Regra válida para todos agentes – Administração Direta e Indireta (autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia 
mista, subsidiárias e sociedades controladas) 
 Os proventos de aposentadoria não podem ser acumulados com cargo efetivo (salvo as exceções da CF/1988) 
E
X
C
E
Ç
Õ
E
S
 Dois cargos de professor Professor + técnico ou científico Dois cargos na área de saúde 
Vereadores: desde que o horário de 
trabalho seja compatível – direito a 
perceber a remuneração + subsídio 
Magistrados: somente podem acumular 
uma função no magistério 
Promotores de Justiça: somente podem 
acumular uma função no magistério 
Militar: se empossado em cargo ou emprego público civil permanente será transferido automaticamente à reserva. Se temporário (mas não 
cargo eletivo), ficará agregado ao quadro e somente poderá ser promovido por antiguidade. Depois de dois anos de afastamento, é 
transferido para a reserva. 
 
Acesso a cargo público: direito que tem o administrado de ingressar no serviço público pelo provimento de cargos, funções e empregos 
– significa também ascensão funcional. É admissível aos brasileiros (atendidos os requisitos legais) e estrangeiros na forma da lei (só 
que essa lei não foi editada). Caso especial de professores, técnicos e cientistas estrangeiros – regulamentada pela Lei no 9.515/1997. 
Portugueses com residência permanente: é garantido o acesso, desde que os brasileiros tenham esse direito em Portugal. 
Formas de ingresso no serviço público: por aprovação prévia em concurso de provas ou provas + títulos. O concurso não é exigível 
para cargoscomissionados + ex-combatentes + Ministros dos Tribunais de Contas (os demais cargos vitalícios exigem concurso público 
– magistrados e membros do MP). 
Concurso Público: a investidura cargo ou emprego público depende de concurso. Cargos em comissão são de livre nomeação e 
exoneração, sem concurso público. Regra válida para APU direta + indireta (empresas públicas e sociedades de economia mista). 
Validada do concurso: dois anos, prorrogável por mais dois. 
 Aprovação em concurso não garante direito à nomeação. A ordem de classificação deve ser sempre seguida. 
 STF: é inconstitucional a investidura sem prévia aprovação em concurso público 
 
 
SISTEMA REMUNERATÓRIO DOS AGENTES PÚBLICOS 
Remuneração Subsídio 
Conjunto formado pelo vencimento padrão do 
cargo ou da função + vantagens pecuniárias. 
Valor a que faz jus o servidor pelo período 
trabalhado. É devida à grande massa de 
agentes públicos (servidores ou agentes 
administrativos). 
 Vencimentos (no plural) = remuneração 
 Remuneração = vencimento (singular) 
+ vantagens pessoais (gratificações, 
adicionais e indenizações) 
Empregados públicos + ocupantes de 
emprego público + submetidos às CLT – 
recebem remuneração, na forma de salário. 
Modalidade de remuneração, fixado em parcela única, sem qualquer acréscimo de vantagem 
pessoal. 
 Exceção: é permitido 13o salário, adicional noturno, remuneração por serviço 
extraordinário e adicional de férias 
É devido às seguintes carreiras: 
 Detentores de mandatos eletivos: chefe e vice do Executivo e membros do Legislativo 
(nos três poderes) 
 Ministros de Estado, secretários estaduais e municipais 
 Membros do Judiciário (Juízes, Desembargadores e Ministros) 
 Membros do Ministério Público (Promotores, Procuradores de Justiça e da República) 
 Ministros do TCU + Conselheiros dos TCE´s e TCM´s 
 Membros da AGU + Membros da Defensoria Pública + Servidores policiais 
É facultado a edição de lei estendendo o recebimento por subsídio à outros servidores. 
Fixar ou alterar remuneração ou subsídio: só por lei específica. É assegurada à revisão anual, mas o aumento fica condicionado à 
existência de recursos financeiros e os limites com despesa de pessoal. Para o STF, é inconstitucional os chefes do Executivo não iniciarem o 
projeto de lei da revisão anual. A omissão desatende a CF/1988. 
Teto remuneratório: limite máximo para a remuneração de quaisquer agentes públicos (temporário, comissionado, político, estatutário ou 
celetista). Aplicável para remuneração e para subsídio. Atinge aposentados e pensionistas. É definido da CF/1988: o teto geral (limite máximo) 
é a remuneração dos ministros do STF, que só será alterado por lei de iniciativa conjunta dos três poderes. 
 Exceção: empresas públicas, sociedades de economia mista e subsidiárias - só limita se receberem recursos públicos. 
 Acumulação de cargos: o teto é único e abrange a soma da dupla remuneração. 
 Na teoria, as parcelas de cunho indenizatório entram no teto. Mas, na prática, elas estão sendo excluídas (remuneração de 
magistério, benefícios previdenciários, exercício temporário de função cumulativa). 
 Existem tetos parciais (ou subtetos) aplicáveis às demais esferas federativas. Existem várias regras. Algumas delas: [Federal] 
igual para todos os servidores; [Estadual] diferenciado para os servidores de cada um dos três Poderes, tendo por base a 
remuneração do maior cargo do Poder (limitado a 90,25% da remuneração dos ministros do STF). [Municipal] a maior 
remuneração é do Prefeito. Vereadores: máximo varia de 20% a 75% do subsídio dos Dep. Estaduais – analisa a população 
 Diferença entre os níveis: não pode ser superior a 10% ou inferior a 5%. 
Irredutibilidade de remuneração e de subsídio: os vencimentos do agente público (inclusive empregado público e cargos em comissão) não 
podem ser reduzidos. Entretanto, a lei não é clara – já pensaram que seria uma questão de poder de compra “real” (tinha sempre que corrigir a 
inflação para manter lei cumprida). Hoje já é unânime o entendimento que a questão é “nominal” – não pode abaixar o valor que está no 
contracheque. 
 Exceções: adaptação de valores ao teto constitucional + imposição legal (mandado judicial) + consentimento do servidor (crédito 
consignado em folha). 
 
 
 
 
DIREITOS DOS SERVIDORES 
Férias: gozo de férias anuais de 30 dias + acréscimo de 1/3 sobre a remuneração (igual ao setor privado). Se aposentar com férias não 
gozadas, tem direito à indenização. 
13º salário: calculado sobre a retribuição pecuniária integral. Concedido aos servidores ativos e inativos (aposentados e pensionistas). 
Licenças: a CF/1988 prevê licença-maternidade (120 dias) e licença-paternidade (5 dias), ambas remuneradas. Os Estatutos preveem ainda 
licença para tratamento de saúde do servidor ou de pessoa de sua família; por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; para o 
serviço militar; para atividade política; para capacitação profissional; para desempenho de mandato classista; e para tratar de interesses 
particulares. 
Afastamentos: para servir a outro órgão ou entidade; para estudo ou missão no exterior; para participação em programa de pós-graduação 
stricto sensu no país e para exercício de mandato eletivo. 
 Exercício de mandato eletivo: se for vereador, poderá ter a remuneração simultânea dos dois cargos, desde que compatíveis os 
horários. Se for prefeito ou vereador (sem compatibilidade de horários), facultada a opção pela maior remuneração. 
Sindicalização: todos os servidores podem se filiar a sindicatos. Se em campanha ou em mandato de representação sindical + um ano depois 
- não pode ser dispensado, salvo falta grave. Essa garantia não se estende aos cargos em comissão. É norma de eficácia plena e imediata: 
não existem divergências quanto ao tema. 
Greve: gera polêmica, pois a CF/1988 estabelece que esse direito seja exercido “nos termos e limites definidos em lei específica”. Mas ainda 
não há norma regulamentadora. Não pode ser objeto de convenção coletiva a fixação de vencimentos. 
 De um lado estão os que consideram inadequado o exercício do direito de greve por servidores públicos. 
 
Mayara
Realce
Mayara
Realce
 Outros defendem que a tal regulamentação irá apenas fixar limites, mas o direito é assegurado, ressalvada as necessidades 
inadiáveis da comunidade. São serviços essenciais: tratamento/distribuição/coleta de água, energia elétrica, gás e combustíveis, 
esgoto e lixo, substâncias radioativas; assistência médica, medicamentos e alimentos; funerários, transporte coletivo, 
telecomunicações, tráfego aéreo e compensação bancária. 
 STF 2007: ante a omissão do legislador, aplica-se a lei da iniciativa privada para greve em serviços essenciais. Se ilegal, é falta 
funcional e permite desconto dos dias. Se for formalizado acordo para manutenção mínima das atividades, não pode haver falta 
funcional e nem suspensão dos pagamentos. 
 Carreiras militares e Forças Armadas: direito de sindicalização e greve é vedado. 
Aposentadoria e pensão: é o direito à inatividade remunerada. A CF/1988 prevê dois regimes previdenciários: 
 Regime geral da previdência social (RGPS): 
 Empregados públicos (CLT) + temporários (regime especial) + 
cargos comissionados 
 Regime previdenciário próprio do servidor público (RPSP): 
 Servidores estatutários + cargos vitalícios (magistrados, 
membros do MP, Ministros e Conselheiros dos TC`s) 
Reformas Previdenciárias (EC no 20/98, 41/03 e 47/05): introduziram modificações no sistema previdenciário – aproximaram o  do . 
Características do novo sistema previdenciário: [1] caráter contributivo e solidário (equilíbrio financeiro e atuarial), [2] contribuições devidas por 
todos (ente público + ativos + inativos + pensionistas), [3] contribuição sobre os proventos dos inativos que ultrapassaro limite máximo. 
 STF: considerou constitucional a contribuição devida pelos inativos e pensionistas. 
 Não existe mais a aposentadoria exclusivamente por tempo de serviço: exigências agora são de idade mínima, tempo de serviço 
público e tempo de exercício no cargo. 
 EC no 20/98: todos os entes públicos podem instituir regime de previdência complementar para os seus servidores efetivos 
 EC no 41/03: critérios para fixação do valor dos pensionistas,extinção da paridade entre ativos e inativos, extinção dos proventos 
integrais. 
MODALIDADES DE APOSENTADORIA (dos servidores efetivos + cargos vitalícios) 
 Aposentadoria 
compulsória 
 Aposentadoria por invalidez 
permanente 
 Aposentadoria voluntária 
70 anos de idade: 
proventos 
proporcionais ao 
tempo de contribuição. 
Impossibilidade absoluta de o agente 
público exercer o cargo (inviável a 
readaptação a outro cargo). 
Depende de prévia avaliação médica: 
determina proventos integrais 
(acidente em serviço, moléstia 
profissional ou doença grave, 
contagiosa ou incurável) ou proventos 
proporcionais ao tempo de 
contribuição. 
 10 anos de efetivo exercício no serviço público, no mínimo + 5 
anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria 
 Proventos integrais: homem (60 anos de idade e 35 de 
contribuição) ou mulher (55 anos de idade e 30 de contribuição) 
 Proventos proporcionais ao tempo de contribuição: homem (65 
anos de idade) ou mulher (60 anos de idade) 
 Exceção: professor que tenha tempo exclusivamente de efetivo 
exercício das funções de magistério na educação infantil e no 
Ensino Fundamental e Médio - requisitos de idade e tempo de 
contribuição reduzem 5 anos. 
 
RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR 
Ato ilícito praticado pelo agente público no exercício de suas funções: desencadeia três processos distintos e independentes (as sanções 
poderão ser acumuladas). STF: APU pode aplicar pena de demissão em processo disciplinar, ainda que em curso a ação penal. 
 Responsabilidade civil  Responsabilidade administrativa  Responsabilidade penal 
Relacionado à reparação de dano patrimonial Aplicação de punições funcionais Apuração de eventual crime 
Poder Judiciário Apurada pela própria APU Poder Judiciário 
Art. 186 do Código Civil: “todo aquele que causa dano a outrem é 
obrigado a repará-lo”. Ilícito civil: decorrente de ato omissivo 
(deixar de fazer) ou comissivo (ação praticada), doloso (com 
intenção) ou culposo (sem intenção), que resulte em prejuízo ao 
erário ou a terceiros. 
 Para configuração do ilícito civil: indispensável ação, culpa 
ou dolo, relação de causalidade e verificação do dano. 
 É necessário provar a culpa civil através do Processo 
administrativo disciplinar (PAD), garantido o contraditório e 
a ampla defesa. 
 Ressarcimento dos prejuízos ao erário: desconto em folha 
(STF exige a concordância do servidor, pois a decisão de 
reparo não é autoexecutória) 
 Dano contra terceiros: responde o Estado, depois ação de 
cobrança contra o servidor. 
Ilícito administrativo: conduta comissiva 
ou omissiva, prevista em Estatuto 
(deveres e vedações). 
 Garantido o contraditório e ampla 
defesa no Processo 
administrativo disciplinar (PAD). 
 Se comprovada infração, 
servidor fica sujeito às penas 
disciplinares (advertência, 
suspensão, demissão, cassação 
de aposentadoria, destituição de 
cargo em comissão ou função 
comissionada) e às medidas 
preventivas (afastamento + 
sequestro de bens). 
Ilícito penal tipificado pelo 
Código Penal: competência 
do Poder Judiciário. 
 Crimes praticados 
contra a APU: arts. 
312 a 326 do Código 
Penal 
 Fins criminais: 
conceito de servidor 
público é ampliado 
para agente público. 
 Lei no 8.112/90: 
assegura auxílio-
reclusão à família do 
servidor ativo 
 
 
ATOS E FATOS JURÍDICOS (necessários à movimentação da APU) 
Ato jurídico: manifestação de vontade que tenha por finalidade adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. A manifestação 
de vontade resultante do exercício da função administrativa resulta em um ato administrativo. Ato jurídico corresponde ao gênero, ato 
administrativo é espécie. 
Ato administrativo: um dos modos de expressão das decisões tomadas por órgãos e autoridades da APU. Produz efeitos jurídicos, em 
especial no sentido de reconhecer, modificar, extinguir direitos ou impor restrições e obrigações com observância da legalidade. 
Critérios para a classificação dos ATOS ADMINISTRATIVOS 
 Grau de liberdade para a sua prática  Conforme os efeitos  Quanto às prerrogativas 
Vinculados: praticados pela APU sem margem alguma de 
liberdade, pois a lei define de antemão todos os aspectos 
da conduta. Podem ser anulados por vício de legalidade, 
mas não revogados. 
 Ex.: aposentadoria compulsória de servidor 
Discricionários: praticados pela APU dispondo de 
margem de liberdade para que o agente público decida, 
diante do caso concreto, qual a melhor maneira de atingir 
o interesse público. Deve seguir os critérios de 
oportunidade, conveniência, justiça e equidade. Podem ser 
anulado e revogado. Poder Judiciário não pode analisar o 
mérito (a motivação). 
 Ex.: decreto expropriatório, autorização para 
instalação de circo em área pública, permissão de 
banca de jornal. 
Constitutivo: cria, modifica ou 
extingue um direito ou situação 
do ato administrado. 
 Ex.: admissão de aluno 
em escola pública 
Declaratório: apenas reconhece 
direito que já existe antes do ato 
– preservar direito. 
 Ex.: certidão ou 
declaração 
Enunciativo: apenas atesta ou 
reconhece determinada situação 
de fato ou direito existente. 
 Ex.: atestado 
Atos de império: praticados pela 
Administração em posição de superioridade 
diante do particular 
 Ex.: desapropriação, multa, 
interdição de atividade 
Atos de gestão: expedidos pela 
Administração em posição de igualdade 
perante o particular, sem usar de sua 
supremacia 
 Ex.: locação de imóvel, alienação de 
bens públicos 
Atos de expediente: dão andamento a 
processos administrativos – atos de rotina 
interna, sem competência decisória. 
 Ex.: numeração de processo 
 
 
ELEMENTOS dos atos administrativos 
Serão considerados, para fins de estudo, os cinco elementos elencados no art. 2o da Lei no 4.717/1965 (Lei de Ação Popular). A falta de 
qualquer um desses requisitos pode conduzir à invalidação do ato administrativo. 
 Competência  Finalidade  Forma  Motivo  Objeto 
Poder atribuído ao agente 
público para o 
desempenho de suas 
funções. 
Não é competente quem 
quer, mas quem a lei 
assim quer. O agente 
público tem que ser 
competente para o 
desempenho das 
funções. 
Resultado (interesse 
público) que a APU quer 
alcançar com a prática do 
ato. 
Está enraizado à 
impessoalidade. A 
competência do agente 
está vinculada à 
finalidade alcançada. 
Revestimento exterior do 
ato, em sua maioria a 
escrita. 
Processo Administrativo 
na APU Federal: os atos 
do processo 
administrativo não 
dependem de forma 
determinada, senão 
quando a lei 
expressamente o exigir. 
Situação de direito e fato 
que determina ou autoriza 
a realização do ato 
administrativo – é o 
fundamento do ato. 
Ausência de motivo ou 
falso motivo: anulam ato 
administrativo. 
 Ex.: motivo para 
punição de 
funcionário: 
infração cometida 
Conteúdo do ato 
administrativo: a ordem 
ou o resultado prático. 
Todo ato administrativo 
tem por objeto a criação, 
modificação ou 
comprovação de 
situações jurídicas. 
O objeto deve ser lícito, 
possível, certo e moral. 
ATRIBUTOS dos atos administrativos 
 Presunção de legitimidade  Imperatividade  Autoexecutoriedade 
Característica decorrente da soberania do 
Estado, assim se manifesta nas certidões,declarações, informações ou atestados 
dotados de fé pública. 
Todo ato administrativo nasce com 
presunção de legalidade. 
Certos atos administrativos possuem 
vigência obrigatória em relação aos seus 
destinatários independentemente de 
concordância. 
É sinônimo de coercibilidade e está 
fundamentado na supremacia do interesse 
público. 
A APU não precisa recorrer ao Poder Judiciário 
para fazer valer suas decisões. 
Ela existe quando a lei prevê expressamente ou 
em caso de providências urgentes que, se não 
adotadas de imediato, podem ocasionar um 
prejuízo maior para o interesse público. 
 Ex.: exercício do poder de polícia 
 
 
FORMALIZAÇÃO dos atos administrativos 
Decretos: de competência exclusiva dos chefes do Poder Executivo, por meio do qual procede ao regulamento das leis. Também serve para 
expressar outras decisões. Não pode criar obrigações de fazer ou não fazer a particulares (isso é somente por lei) Ex.: decreto de nomeação 
ou permissão de uso de bem público. 
Regimento: disciplina o funcionamento de órgão colegiado. Decorre do poder hierárquico e são veiculados por meio de resolução. Ex.: 
Regimentos Internos dos Tribunais de Justiça e de Contas, ou das casas legislativas. 
Resolução: ato de caráter normativo, de alto escalão, com o objetivo de fixar normas sobre matérias de competência do órgão. Inferiores aos 
decretos e regulamentos – versam sobre matérias de interesse interno dos respectivos órgãos. 
Certidão: reproduz fielmente (cópias autenticadas) atos ou fatos da administração registrados em processos, arquivos ou demais documentos 
públicos. 
Outros: portarias + circulares + ordens de serviço (ostentam ordens ou diretrizes) + comunicados + instruções + homologações + despachos + 
alvarás (expressam o consentimento da administração para a prática de certos atos por particulares). 
DESFAZIMENTO dos atos administrativos 
Todos os atos administrativos deveriam ser sempre válidos (atender às normas vigentes). Mas eles podem nascer com algum vício (defeito). 
Neste caso, faz-se necessário o desfazimento (alteração de algo, restituição ou recuperação, desmonte). Existem dois meios: 
  Revogação  Anulação (ou invalidação) 
Sujeito 
APU (é a autoridade no exercício da função 
administrativa): discricionariedade 
APU (pode anular por ofício ou provocação) + Poder 
Judiciário (sentença judiciária) 
Motivo 
Se fundamenta em razões de mérito: inconveniência ou 
inoportunidade do ato 
Ilegitimidade do ato – ato ilegal em decorrência de algum 
vício. Sem conformidade com a ordem jurídica. 
Extinção dos efeitos Sempre é ex nunc (a partir do presente e não retroage) Pode ser ex nunc (não retroage) ou ex tunc (retroage) 
 Se o ato revogado já incorreu em direitos, cabe indenização pelos danos causados. 
 Ato ilegal deve ser invalidado: o ato é problemático desde a sua edição e a invalidação produz efeitos retroativos. Entretanto, se o 
particular praticou o ato de boa-fé, crendo que ele era legítimo – ou seja, acreditou na presunção de veracidade do administrador 
público – este efeito da invalidação também não retroage. 
 Art. 49 da Lei no 8.666/93 (Lei de Licitações): instauração do contraditório quando do desfazimento do processo licitatório 
 
Prescrição dos atos inválidos: perder a validade ou a vigência com o decurso do tempo. A lei não estabelece regras e não há unanimidade na 
doutrina. 
 Meirelles: defende a prescritibilidade do prazo para a APU corrigir os seus próprios atos – usa os argumentos da segurança + 
estabilidade jurídica 
 Di Pietro: defende o prazo quinquenal (cinco anos), pois em se tratando de direitos reais, é passível de penalidade o 
descumprimento de prazos previstos pelo Código Civil 
 Lei no 9.784/99 (Processo Administrativo na APU Federal): cinco anos é o prazo para revisão de atos dos quais decorram efeitos 
favoráveis para os destinatários. 
Atos administrativos com defeitos leves: devem ser invalidados, sanados ou convalidados? 
 Art. Lei no 9.784/99: se não tiver lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis 
poderão ser convalidados pela própria administração. 
 Convalidar: publicar novo ato administrativo, que produzirá efeitos ex tunc (retroativos). É um ato discricionário usado para validar 
determinados atos viciados, com vistas de aproveitar os efeitos já produzidos. Não podem ser convalidados os atos que tiverem 
vícios de incompetência (em razão da matéria, por se tratar de competência exclusiva) e viciados por desvio de finalidade – pois 
estão eivados de ilegalidade. 
 
 
PODER DE POLÍCIA 
É uma atividade do Estado. Consiste em limitar o exercício dos direitos individuais em favor do interesse público. Princípio da supremacia do 
interesse público sobre o particular. Impõe restrições à liberdade e atuação da conduta individual, em razão de interesse público. 
 Deve se submeter ao princípio da legalidade: só pode agir de acordo com a lei (previsão normativa). Devem ser praticados 
levando em conta necessidade + proporcionalidade + eficácia. 
 É repartido entre legislativo (elabora e aprova a lei) + executivo (regulamenta, aplica e controla). 
 Pode ser compreendido em dois sentidos: amplo (atividade estatal que condiciona a liberdade e a propriedade) e restrito (atividade 
do poder Executivo para prevenir ação do particular contrária aos interesses sociais) 
 Mesmo quando o poder de polícia é uma obrigação de fazer, o que pretende a APU é evitar uma situação perigosa ou nociva ao 
interesse público. Ex.: obrigação de tirar habilitação para dirigir. 
 Atos exercício do poder de polícia: porte de arma + habite-se + licença p/ construir + autorização p/ eventos públicos + transporte 
produtos químicos + alvarás p/ bares e restaurantes + serviços acústicos + área preservação ambiental + etc. 
Polícia judiciária: polícia civil + militar 
Polícia administrativa: exercida também pelos órgãos de fiscalização (saúde, educação, trabalho, previdência social, assistência social) 
Características do 
poder de polícia 
 
Discricionariedade 
É discricionário, pois depende da avaliação de oportunidade da autoridade administrativa. Ex.: 
autorização para porte de arma. Mas ele também pode ser vinculado: quando a lei não deixa 
opção para o administrador. Ex.: licença para edificação – se cumpridos os quesitos exigidos, o 
administrador não tem opção – terá que reconhecer o direito do particular. 
Autoexecutoriedade 
Privilégio que tem a administração de fazer com que as suas decisões sejam cumpridas, 
independentemente de autorização do poder Judiciário. Poder de exigibilidade: está associado à 
coercibilidade. Ex.: aplicação de multas + apreensão de mercadorias 
Coercibilidade Ato de polícia dotado de força coercitiva – força que impõe pena que reprime. 
 
INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE PRIVADA – Modalidades de restrição 
 Limitações administrativas: são medidas de caráter geral, previstas em lei, com fundamento no poder de polícia do Estado, gerando 
para os proprietários obrigações, com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar social. De todas as formas, é 
a mais singela, pois o proprietário não perde os direitos de usar o bem. Ex.: medidas técnicas para construção de móveis, como a limitação 
da altura dos edifícios. 
 Ocupação temporária: utilização transitória (provisória), gratuita ou remunerada, de bem móvel ou imóvel de propriedade particular, 
para fins de interesse público. O particular não perde a propriedade. Geralmente usada em apoio à realização de obras públicas. Ex.: 
escavações em terrenos privados com objetivo de pesquisa arqueológica + ocupação de imóvel particular diante da ameaça de inundação 
ou desabamento (visa garantir a segurança dos próprios moradores). 
 Tombamento: visa proteger o patrimônio histórico e artísticonacional. Restrição parcial do direito de propriedade, uma vez que o 
proprietário fica obrigado a fazer as obras de conservação necessárias. Em regra, não gera direito de indenização, pois o proprietário 
continua usufruindo. Ex.: tombamento de sítios arqueológicos e s construções coloniais. 
 Requisição Administrativa: procedimento adotado para a APU requisitar bens, móveis ou imóveis, ou serviços de particulares em 
situações de guerra ou iminente perigo público. Utilização transitória e compulsória. Pode ser civil ou militar. Afeta temporariamente a 
propriedade, durante o período em que a APU utilizar o bem. Ex.: polícia militar requisição veículo de particular para perseguir criminosos + 
Justiça Eleitoral requisita imóvel particular para instalação de seção eleitoral. 
 Servidão administrativa: direito real de natureza pública que impõe ao proprietário a obrigação de suportar um ônus parcial sobre 
imóvel de sua propriedade, em benefício de um serviço público. Instituída de forma perpétua. Não gera direito de indenização, a não ser 
que haja destruição de bens localizados no imóvel. O particular não perde a propriedade, mas também não terá liberdade total. Ex.: 
terrenos por onde passam redes de energia elétrica ou de gás. 
 Desapropriação: procedimento pelo qual o Estado (poder público ou seus delegados) retira definitivamente um bem de seu proprietário, 
mediante prévia declaração de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social. O patrimônio é substituído por justa indenização. 
Ex.: construção de uma rodovia cujo trajeto adentra o terreno particular + reforma agrária

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