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Análise Térmica abrange um grupo de técnicas nas quais uma propriedade física ou química de uma substância, ou de seus produtos de reação, é monitorada em função da temperatura ou tempo, enquanto a temperatura da amostra, sob uma atmosfera específica, é submetida a uma programação controlada. ANÁLISES TÉRMICAS 1. Definir a propriedade física a ser medida. 2. Expressar a propriedade física em função da temperatura (medida direta ou indireta). 3. Estabelecer um programa controlado de temperatura a ser executado na medição CRITÉRIOS A SEREM DEFINIDOS PARA UMA ANÁLISE TÉRMICA Classificação das principais técnicas termoanalíticas Termogravimetria (TG) Termogravimetria (TG) é a técnica na qual a variação da massa de uma amostra é medida em função da temperatura e ou tempo, enquanto amostra é submetida a uma programação controlada. Variação da massa Transformação física Transformação química Evaporação, condensação, sublimação, etc Decomposição, oxidação, etc Componentes básicos para TG TG possibilita: 1. Estabelecer a faixa de temperatura em que a substância adquire composição química fixa, definida e constante (estabilidade térmica da amostra); 2. Estabelecer a temperatura em que começa a se decompor; 3. Acompanhar o andamento das reações de desidratação, oxidação, combustão, decomposição, etc Características de uma curva TG de uma reação de decomposição térmica que ocorre em uma única etapa X é termicamente estável entre a e b (patamar inicial) Ponto b (Ti) inicia-se o processo de decomposição térmica com liberação do componente volátil Z Ponto c corresponde a Tf (temperatura onde há uma variação máxima da massa): - Término da decomposição - Liberação total de Z - Formação completa de Y (termicamente estável- patamar final) Degrau bc = Tf-Ti CurvasTG de alguns polímeros Cada polímero apresenta uma perda de massa em uma temperatura específica Poliimida As poliimidas (PI), criadas na forma de filmes pela DuPont Elas são conhecidas por não derreterem antes da decomposição, que se inicia acima dos 400ºC, e pela elevada estabilidade térmica, permitindo uso contínuo ao redor de 260ºC, com picos até 480ºC. Avaliação do efeito de retardantes de chama em polímeros Retardantes de chama: minimizar os riscos de incêndio ou propagação de chama em ambientes internos Curva a: amostra não tratada e Curva b: tratada com retardante de chama Curvas TG obtidas a 10ºC/min sob atmosfera de ar de amostras de algodão A porcentagem da perda de massa da amostra tratada (b) é cerca de 43% menor até a temperatura de 500ºC Isto evidencia o efeito do aditivo no material 46 % 89 % Película pastosa e impermeável ao ar Equipamento utilizado na Análise Termogravimétrica (TGA) Desenvolvimento de um retardante de chama para tecidos em algodão Ensaio de Flamabilidade Vertical Termograma do PVC: dois processos degradativos Pela liberação térmica de ácido clorídrico, iniciada nos sítios com cloro lábil ou com outras estruturas irregulares, são formadas ligações duplas C = C conjugadas Características da amostra Tamanho de partículas compactação da amostra calor de reação quantidade de amostra solubilidade dos gases liberados na própria amostra condutividade térmica da amostra natureza da amostra Influência da quantidade da amostra Quanto maior a massa da amostra Maior será a temperatura de decomposição térmica Maior será a temperatura final Curvas TG obtidas a 10ºC/min de uma amostra de copolímero etileno-acetato de vinila com massas de (-) 3 mg; (- - -) 30 mg Na primeira etapa de decomposição térmica ocorre a liberação de ácido acético HAc Massa menor promove uma melhor separação dos eventos térmicos Influência da atmosfera do forno Gás reativo ou inerte Pressão do gás Atmosfera estática ou fluente Depende das características da amostra Por exemplo: -quando se deseja oxidar a amostra, usa-se atmosfera de O2 (formação de CO2 em compostos orgânicos); -quando se deseja uma atmosfera inerte (sem reação com a amostra) usa-se N2. Um gás inerte é utilizado como gás de purga para remover os produtos gasosos liberados durante a decomposição térmica. Atmosfera dinâmica Se o gás utilizado for oxidante ou redutor, dependendo da reação afetará a curva TG. A curva TG para amostras de PET não mostra variação de massa até 350 ºC, quando se inicia uma perda de massa entre 350 e 510ºC, na qual 88% da massa inicial é perdida. Isso gera um resíduo carbonizado que foi queimado, ao se mudar a atmosfera do forno para ar a 800ºC. Quando esta alteração é realizada, ocorre a queima dos resíduos carbonizados entre 800 e 840 ºC, não restando nenhum resíduo no porta-amostras no final do experimento. 88% Mudança de atmosfera (queima de resíduos) Influência da forma e tamanho do cadinho Cadinho estreito e profundo Cadinho raso e largo As curvas se deslocam para temperaturas mais altas O intervalo de temperatura onde ocorre a desidratação (decomposição) é maior As curvas permanecem em temperaturas mais baixas O intervalo de temperatura de decomposição é menor Geometria do cadinho dificulta a saída de moléculas de água Curvas TG/DTG obtidas sobre atmosfera dinâmica (50 ml/min) ar, razão de aquecimento 10ºC/min de uma amostra de CaC2O4.H2O com massa de 11 mg em : (a) Cadinho estreito e profundo ; (b) Cadinho largo Influência do tamanho da partícula ou granulometria da amostra Cristais grandes Baixa relação área superficial/massa Decompõe-se de forma mais lenta do que uma amostra com partículas pequenas Curvas TG do CuC2O4.H2O que evidencia o efeito do tamanho da partícula na etapa de desidratação: (a) amostra pulverizada (b) único cristal Termogravimetria derivada (DTG) Na DTG as curvas são registradas a partir das curvas TG e correspondem a derivada primeira da variação de massa em relação ao tempo (dm/dt) que é registrada em relação à temperatura ou do tempo: dm/dt = f (T ou t) ou dm/dT = f (T ou t) A cuva DTG resultante é a derivada primeira da curva TG Características da Curva DTG: Curva TG (linha tracejada) e DTG (linha sólida) de uma reação de decomposição térmica que ocorre em uma única etapa Degrau bc da curva TG é substituído por um pico bcd Pico bcd delimita uma área proporcional a variação de massa sofrida pela amostra Os patamares horizontais da curva TG correspondem aos patamares horizontais ab e de na curva DTG Ponto b corresponde a Ti (dm/dt começa a ser diferente de zero) – início da decomposição de X Ponto c corresponde ao máximo da curva DTG e a Tpico- onde a massa varia mais rapidamente Ponto d corresponde a Tf (dm/dt volta a ser igual de zero) – final da decomposição (liberação total de Z) Largura do pico bd está relacionada à cinética da decomposição térmica Área do pico bcd = variação de massa Informações adicionais da Curva DTG: Determina a temperatura onde a taxa de variação da massa é máxima (T pico) Área do pico sob a curva DTG é diretamente proporcional à variação de massa Curvas TG e DTG do ácido acetilsalicílico (aspirina) A primeira etapa sugere a perda de ácido acético e na segunda, a decomposição do ácido salicílico. Comparação de CurvasTG/DTG, três das quais exibem reações sobrepostas Curvas DTG evidenciam sutis variações de massa não observadas na TG Curva a: ocorre em uma única etapa e em uma estreita faixa de temperatura Curva b: mostra 2 reações parcialmente sobrepostas Curva c: mostra 2 reações- a primeira ocorre lentamente (I) e, em seguida, a segunda ocorre rapidamente (II) Curva d: mostra reações secundárias ou menores que ocorrem próximas à reação principal Gráfico de TGA (vermelho) e sua derivada, DTG (azul) Exemplo prático da decomposição de oxalato de cálcio Determinação quantitativa de resina acrílica e de carbono black em revestimento Carbon Black (Negro de fumo) Não se decompõe termicamente em atmosfera de N2 Em atmosfera de O2 é convertido completamente em CO2 (550 -750°C) Primeira etapa: Liberação do solvente Segunda etapa: Decomposição térmica da resina Terceira etapa: Queima do carbon black Troca de atmosfera de N2 para O2 APLICAÇÃO Curvas TG/DTG obtidas a 10ºC/min e sobre atmosfera dinâmica de N2 (até 500◦C) e de ar comprimido (entre 500 e 900°C). m= 20 mg APLICAÇÃO Determinação quantitativa da carga inorgânica em polímeros Carga inorgânica (agentes de reforço) Carbonato de cálcio, talco, sílica Primeira etapa: 250 e 400°C Decomposição térmica do polietileno (38,8%) Segunda etapa: 550 e 880°C Decomposição térmica do CaCO3 (liberação de CO2) (20,85%) Quantidade de CaCO3 liberada (47,4%) Curvas TG/DTG obtidas a 10ºC/min sob atmosfera dinâmica de ar (m=43,33 mg) de uma amostra de polipropileno contendo carga inorgânica Polietileno = 38,8% + CaCO3 = 47,4% TOTAL = 86,2% Diferença: 100-86,2= 13,8% 13,8% Outro material inorgânico que é estável à temperatura de aproximadamente 1000º C CO2 PE Análise Térmica Diferencial (DTA) • É a técnica na qual a diferença de temperatura entre uma substância e um material de referência é medida em função da temperatura enquanto a substância e o material de referência são submetidos a uma programação controlada de temperatura. termopar Suporte para amostra porta amostra Processos envolvendo trocas de calor A quimissorção é um processo específico que exige uma energia de ativação para ocorrer. Inicialmente, a molécula deve estar fisicamente fixada no substrato (adsorção). A etapa seguinte é a quimissorção, que resulta na dissociação da molécula em átomos, que se ligam ao substrato. b) c) d) e) a) Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) “Differential Scanning Calorimetry” Foi desenvolvido com o intuito de evitar as dificuldades encontradas no DTA ou compensá-las, criando um equipamento capaz de quantificar a energia envolvida nas reações. Diferenças entre DTA e DSC Na DTA, é medida a diferença de temperatura entre a amostra e o material referência inerte (ΔT = Ta – Tr). Na DSC com compensação de potência a amostra e o material de referência são mantidos isotermicamente pelo uso de aquecedores individuais. O Parâmetro medido é a diferença na potência de entrada dos aquecedores, d (ΔQ/dt ou dH/dt). Diferença entre DTA e DSC Para ambos, DTA e fluxo de calor DSC, o primeiro sinal medido durante uma medição é a diferença de temperatura entre uma amostra e a referência, em µV (Tensão Térmica). Para DSC, esta diferença de temperatura pode ser convertida em um fluxo de calor, em mW, por meio de uma calibração apropriada. Esta possibilidade não existe para um instrumento DTA puro. d H /d t Δ T DSC de fluxo de calor DSC de compensação de potência DSC de fluxo de calor DSC fluxo de calor referência amostra alumel ChromelBloco de aquecimento Disco termoelétrico Gás de purga Amostra e referência são colocadas em cápsulas idênticas, posicionadas sobre um disco termoelétrico e aquecidas por uma única fonte de calor ∆T (TA-TR), em determinado momento será proporcional à variação de entalpia. Alumel é o nome dado a uma liga de 95%Ni (Níquel) e 5%Al (Alumínio)e Chromel é o nome dado a uma liga de 90%Ni (Níquel) e 10%Cr (Cromo) utilizadas em termopares. Temperatura máxima de operação por volta de 1100°C. DSC de compensação de potência A R Aquecedores Individuais Amostra e referência são aquecidas em fornos separados idênticos, mantidas sempre em condições isotérmicas: -se a amostra sofre uma alteração de temperatura (evento endotérmico ou exotérmico), o equipamento iguala automaticamente a temperatura de ambos (amostra e referência) A diferença entre o calor fornecido à amostra e a referência (dH/dt) é registrada em função da temperatura ou tempo. Fatores Variáveis Aplicações Efeitos Fatores Variáveis Aplicações Efeitos Eventos térmicos que geram modificações em curvas DTA e DSC: Transições de primeira e segunda ordem Transições de primeira ordem Variação de entalpia: Endotérmica ou Exotérmica Dão origem a formação de picos Eventos endotérmicos em polímeros Fusão; Perda de massa da amostra (vaporização de água, aditivos ou produtos voláteis de reação ou decomposição); Dessorção; Reações de redução. Eventos exotérmicos em polímeros Cristalização; Reação de polimerização Oxidação Degração oxidativa; Adsorção. Transições de segunda ordem Variação da capacidade calorífica (sem variação de entalpia) Estas transições não geram picos Deslocamento da linha de base em forma de S (ex: transição vítrea) Termograma típico Um evento de segunda ordem Um evento de primeira ordem exotérmico Dois eventos de primeira ordem endotérmicosTg Cristalização a frio Tm para duas fases diferentes Algumas transições de polímeros que modificam as curvas DSC A)Temperatura de Transição Vítrea Passagem do estado vítreo para o estado borrachoso Transição de segunda ordem, portanto, é acompanhada da variação da capacidade calorífica da amostra Variação da linha de base da curva DSC “a” e “e” = início e fim da variação de calor específico “b” e “d” = faixa de transição que caracteriza a temperatura de transição vítrea “c” = Tg Curva DSC do PLA- poliácido lático - dentre os polímeros biodegradáveis, o que apresenta o maior potencial para substituição aos polímeros derivados do petróleo na indústria de embalagens. Temperatura de Transição Vítrea Permite identificação de amostras desconhecidas Dois eventos de primeira ordem que são típicos de materiais cristalinos ou semi-cristalinos A fusão é um evento endotérmico e a cristalização exotérmico A fusão ocorre geralmente numa faixa de temperatura (lembrando que todo material polimérico é uma mistura e ainda há regiões amorfas e cristalinas) A cristalização é um evento complexo e está relacionado à forma com que o polímero foi resfriado B)Fusão e Cristalização Fusão: Temperatura em que desaparece toda a cristalinidade Calor de Fusão: Determinado pela área sob o pico endotérmico Cristalização: ocorre liberação de calor latente Fatores que influenciam na Cristalização a partir do fundido: Massa molar do polímero Taxa de resfriamento (°C/min) Taxa de Cristalização Inversamente proporcional à massa molar do polímero Métodos empregados para determinaçãoda cristalinidade Microscopia eletrônica de um PP Cristalização do PP Relação entre Temperatura de Fusão, Variação de entalpia e Cristalinidade PET -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 0 50 100 150 200 250 300 350 Temperature (C) He at Flo w (W /gm ) Melting Glass Transition Crystallization ENDOTHERMIC EXOTHERMIC Para um mesmo polímero, a área do pico de cristalização deve ser aproximadamente igual à área do pico de fusão 79.70°C(I) 75.41°C 81.80°C 144 .72°C 137 .58°C 20.30J/g 245 .24°C 228 .80°C 22.48J/g Cycle 1 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 H e a t F lo w ( W /g ) 0 50 100 150 200 250 300 Temperature (°C) Sample : PET 80 PC20 _MM1 1 min Size : 23 .4300 mg Method : standard dsc heat -cool -heat Comment : 5/4/06 DSC File : C:... \DSC \Melt Mixed 1\PET 80PC 20_MM1.001 Operator : SAC Run Date : 05 -Apr -2006 15 :34 Instrument : DSC Q 1000 V9.4 Build 287 Exo Down Universal V 4.2E TA Instruments Tg Tc Tm PET- aquecimento seguido de diferentes condições de resfriamento controlado Amostra “a”- não apresenta Tg no aquecimento e sofre fusão (alto grau de cristalinidade). No resfriamento houve cristalização da amostra. PET- aquecimento seguido de diferentes condições de resfriamento controlado Amostra “b”- No aquecimento comportamento igual ao anterior. Resfriamento muito rápido (não se observa pico de cristalização) Amostra “c”- No aquecimento Tg bem definida e cristalização (material semi cristalino) antes da fusão. Resfriamento mostra a cristalização Análise DSC do ponto de fusão do polipropileno: determinação do ponto de fusão de uma amostra de polipropileno, através do pico da curva, e seu calor de fusão através da área da curva. Relação entre resfriamento grau de cristalinidade Aplicações Aplicações Calor de fusão do Poli (tetrafluor- etileno) : 82 J/g (100%) O grau de cristalinidade sofreu redução de 52,6% para 31,6% após tratamento térmico 52,6% 31,6% Aplicações Presença de plastificantes: Modifica a Tg e interfere no processo de fusão Aplicações 1- Início do aquecimento; 2- Final do aquecimento e volta a linha de base original; 3- Período isotérmico; 4- início do resfriamento; 5- início da etapa isotérmica a 120 °C com registro de cristalização Curva DSC do PEAD com fusão no aquecimento e cristalização isotérmica Aplicações Teste de envelhecimento acelerado Resistência dos materiais à oxidação Antioxidantes voláteis podem ocasionar resultados pobres de OIT Polímero é aquecido à uma temperatura acima do ponto de fusão (atmosfera de N2 ou outro gás inerte) Depois de estabilizada a temperatura, a atmosfera inerte é substituída por oxigênio O momento da troca de gases é considerado o início da medida (tempo zero) Diferença entre diferentes taxas de aquecimento na análise por DSC Influência da taxa de aquecimento na amplitude e largura do pico. Al + TiN Reações ocorrendo em 587°C e 660 °C As reações ocorrem muito perto uma da outra - sem indícios de fusão do alumínio 1) Qual o princípio destas técnicas ? Compare DSC e DTA. 2) Discuta os principais fatores que interferem nas curvas de DSC e DTA. 3) Quais são as principais aplicações de DSC? 4) Comente que informações (dados) é possível extrair do DSC. 4) Explique e cite algum exemplo de como é possível avaliar a miscibilidade de blendas poliméricas através destas técnicas ? 5) Como se determina o grau de cristalinidade de um polímero por meio das técnicas de DSC ? Cite algum exemplo.
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