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DIREITO CIVIL

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DIREITO CIVIL
Introdução ao Direito
Prof.ª M.sc. Gabriela de Cássia Moreira Abreu
INTRODUÇÃO
Direito Civil: disciplina as relações interpessoais com efeito jurídico. 
O Novo Código Civil brasileiro – Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – unificou parcialmente o direito privado, isto é, as obrigações civis e comerciais. 
O Código Civil de 2012 se divide em duas partes principais: parte geral e parte especial. A primeira se subdivide em: pessoas naturais e jurídicas; bens; e fatos jurídicos, e a segunda se subdivide em: direito das obrigações, direito de empresa, direito das coisas, direito de família e direito das sucessões. 
PESSOAS NATURAIS
Personalidade civil começa do nascimento com vida. E o nascituro? Esse tem os seus direitos assegurados desde a concepção. 
A extinção da pessoa natural se dá com a morte. Essa pode ser presumida em algumas situações: 
1. No caso dos ausentes, quando a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva. 
2. Morte extremamente provável de quem estava em situação de perigo de vida. 
Ausente: pessoa que desaparece do seu domicílio sem dar notícias. 
Maioridade civil: 18 anos de idade. 
Capacidade civil: aptidão para exercer direitos e assumir obrigações. 
PESSOAS NATURAIS
TIPOS DE CAPACIDADE 
Relativa (relativamente incapazes): assistência dos pais ou responsáveis. São eles: 
a) Menores entre 16 e 18 anos; 
b) Ébrios (estado de embriaguez) habituais; 
c) Toxicômanos (sob efeito de drogas); 
d) Deficientes mentais; 
e) Excepcionais;
f) Pródigos. 
PESSOAS NATURAIS
Absoluta (absolutamente incapazes): representação dos pais ou responsáveis. São eles: 
a) Menores de 16 anos; 
b) Sem discernimento suficiente, por enfermidade ou deficiência mental; 
c) Os que não puderem exprimir a sua vontade. 
Emancipação: pode ocorrer de três maneiras: 
a) Voluntária: pais, ou um deles na falta do outro, emancipam o menor, independentemente de homologação judicial, desde que o mesmo tenha completado 16 anos; 
PESSOAS NATURAIS
b) Judicial: ao contrário da voluntária, depende de concessão pelo juiz, e é ouvido o tutor, também sendo exigido que o menor tenha completado 16 anos;
c) Legal: nos casos de: casamento; exercício de emprego público efetivo; colação de grau em curso de ensino superior; e estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria. 
Direitos da personalidade: arts. 11 a 21, CC. Referem-se à integridade física, moral e intelectual. 
Domicílio: lugar onde a pessoa estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Pode haver mais de um domicílio? Sim, quando a pessoa possui duas ou mais residências que habita alternadamente. Se a pessoa vive viajando de um lugar para o outro (ex: ambulantes), o domicílio será aquele onde forem encontradas. 
PESSOAS JURÍDICAS
Não há unanimidade numa definição, sendo preferível entendê-la como uma entidade criada a partir da vontade humana, e atendidas certas condições legais, se propõe a atingir determinado fim, que deve ser lícito. 
São classificadas em pessoas jurídicas de: 
- Direito Público Interno; 
- Direito Público Externo;
- Direito Privado. 
PESSOAS JURÍDICAS
Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno: 
1. União; 
2. Estados, Distrito Federal; 
3. Municípios; 
4. Autarquias, inclusive associações públicas (Redação dada pela Lei n. 11.107, de 2005. Redação anterior: só autarquias);
5. As demais entidades de caráter público criadas por lei. 
PESSOAS JURÍDICAS
Pessoas Jurídicas de Direito Público Externo: Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
Pessoas Jurídicas de Direito Privado: 
1. Associações; 
2. Sociedades; 
3. Fundações; 
4. Organizações religiosas. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22/12/2003); 
5. Partidos políticos. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22/12/2003);
6. Empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei n. 12.441, de 2011). 
PESSOAS JURÍDICAS
Personalidade: adquirida com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. Exemplos: sociedades empresárias são registradas em Junta Comercial, enquanto que fundações e associações são registradas em registro civil das pessoas jurídicas. 
Atenção! Às vezes é necessária autorização ou aprovação do Poder Executivo. 
Associações: formada pela união de pessoas, sem finalidade econômica, normalmente relacionadas com atividades educacional, cultural e desportiva. 
Sociedades: instituída por meio de um contrato social ou estatuto, tem por finalidade exercer atividade econômica, e prevê participação nos lucros. 
PESSOAS JURÍDICAS
Fundações: resulta da afetação de um patrimônio com uma finalidade específica determinada por seu instituidor por meio de testamento ou escritura pública. 
Organizações religiosas: formada pela união de pessoas com a finalidade de culto. 
Partidos políticos: formada pela união de pessoas com ideias comuns, a fim de, por meio do exercício do poder, realizar o seu programa. 
Empresas individuais de responsabilidade limitada. 
Domicílio: a sede indicada no ato constitutivo, ou, caso não indicada, o lugar onde funcionarem os órgãos de direção. No caso das pessoas jurídicas de direito público o domicílio é aquele previsto em lei (ex: União tem por domicílio o Distrito Federal). 
Extinção: pode se dar de modo: 
1.Convencional: deliberada pelos integrantes ou sócios; 
2.Administrativa: cassação de autorização de funcionamento exigida para certas atividades;
3.Judicial: prevista em lei ou no estatuto. 
BENS
Existem diferentes correntes para definir o que seja um “bem” e sua diferença de “coisa”. Adotamos aqui a corrente (Pablo Stolze) que entende “bem” como sendo tudo aquilo de existência material ou abstrata, enquanto coisa se refere ao que é corpóreo. 
Classificação dos bens jurídicos: 
1. Bens considerados em si mesmos; 
2. Bens reciprocamente considerados;
3. Bens públicos e particulares. 
4. Bem de família (Direito de Família, arts. 1711 a 1722 do CC) 
BENS
Bens considerados em si mesmos 
1. Bens corpóreos e incorpóreos: embora não positivada (expressa em lei), tal classificação é largamente utilizada. Reciprocamente se referem a bens físicos (ex: Fusca) e abstratos (ex: marca de empresa). 
2. Bens imóveis: não podem ser transportados sem alteração de sua substância – ex: solo (por natureza), construções (por acessão, adição), animais (por destinação) e penhor agrícola (por disposição legal). 
3. Bens móveis: suscetíveis de locomoção por meio próprio (ex: animais, considerados mais especificamente como semoventes) ou alheio (cadeira). 
4. Bens fungíveis: podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade (ex: sacas de juta). O contrário são bens infungíveis (ex: uma tela de Afrânio de Castro). 
5. Bens consumíveis: aqueles que se destroem à medida que são utilizados (ex: alimentos em geral e bens destinado à alienação). O contrário são os bens inconsumíveis (ex: bens duráveis, como um carro). 
6. Bens divisíveis: podem ser fracionados sem alteração da substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso (ex: prédio de apartamentos). O contrário são bens indivisíveis (ex: cachorro). 
7. Bens singulares: que se consideram de per si (ex: livro). 
8. Bens coletivos: engloba a universalidade de fato e a de direito. Exemplo da primeira é a biblioteca, e exemplo da segunda é o fundo de comércio. 
BENS
Bens reciprocamente considerados: 
1. Bem principal: que assim se considera em relação a outros (ex: árvore em relação ao fruto). 
2. Bem acessório: cuja existência supõe a do principal (ex: o fruto em relação à arvore). 
2.1 Benfeitorias: 
a) Benfeitorias necessárias: conservação; 
b) Benfeitorias úteis: melhoramentos;
c) Benfeitorias voluptuárias: embelezamento. 
2.2. Frutos: 
a) Naturais (frutos de árvores); 
b) Industriais;
c) Civis. 
BENS
BENS PÚBLICOS 
Bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
interno. Já os bens particulares são aqueles que pertencem a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. 
Espécies: 
a) de uso comum do povo (rios, mares, estradas, ruas e praças); 
b) de uso especial (edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive autarquias); 
c) dominicais (dominiais). 
FATOS JURÍDICOS
Fato Jurídico: fenômeno decorrente da natureza ou da ação humana com implicação jurídica. Ex: chuva relacionada a um contrato de seguro. 
Ato Jurídico: quando o fenômeno com implicação jurídica decorre da ação humana. Existem dois tipos: em sentido estrito, quando a lei disciplina o ato de modo a deixar pouca margem a formatações, e o negócio jurídico, que ocorre quando é possível atuar em um nível maior de liberdade. 
Validade do Negócio Jurídico (art. 104, CC): 
1. Agente capaz; 
2. Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
3. Forma prescrita ou não defesa em lei. 
FATOS JURÍDICOS
Agente capaz: arts. 3º e 4º do NCC. 
Objeto lícito: não proibido pelo direito. 
Objeto possível: jurídica e fisicamente. 
Objeto determinado (ex: medida exata de um imóvel) ou determinável (venda de saca de café) 
Forma prescrita ou não defesa em lei: princípio da liberdade da forma (art. 107 do NCC). 
FATOS JURÍDICOS
DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
1. Erro: declaração de vontade emanada de erro substancial (ex: celebrar doação pensando se tratar de venda). É anulável! 
2. Dolo: meio utilizado para enganar alguém. É anulável! Exceto quando se trata de dolo acidental, que só incorre em perdas e danos. 
3. Coação: emprego de violência física ou moral que impede o livre arbítrio. 
4. Estado de perigo: alguém, sob pressão de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. 
5. Lesão: quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
6. Fraude contra credores: quando o devedor insolvente, ou na iminência de o ser, desfalca seu patrimônio. 
FATOS JURÍDICOS
ATOS NULOS E ANULÁVEIS
É nulo (nulidade absoluta): 
a) praticado por pessoa absolutamente incapaz; 
b) objeto ilícito ou impossível ou indeterminável; 
c) motivo (comum a ambas as partes) ilícito; 
d) não preencher a forma prescrita em lei; 
e) sonegação de solenidade prevista em lei; 
f) objetivo de fraude; 
g) lei taxativamente declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
Pode ser declarado de ofício. 
FATOS JURÍDICOS
É anulável (nulidade relativa): 
a) incapacidade relativa do agente; 
b) vício resultante de erro, dolo, coação, lesão ou fraude contra credores. 
- Não pode ser declarado de ofício.
Simulação: revestido de negócio jurídico, mas que não corresponde à real intenção das partes. Ex: compra e venda fictícia para enganar credores. 
Ato ilícito: contrário ao direito e que provoca dano (moral/material) a terceiro, gerando o dever de indenizar (responsabilidade civil). 
OBRIGAÇÕES
Direito das Obrigações: conjunto de normas e princípios jurídicos reguladores das relações patrimoniais entre um credor (sujeito ativo) e um devedor (sujeito passivo) a quem incumbe o dever de cumprir, espontânea ou coativamente, uma prestação de dar, fazer ou não fazer. 
Elementos constitutivos: 
1. Subjetivo (sujeitos ativo e passivo); 
2. Objetivo: prestação (deve ser lícito, possível e determinado ou determinável);
3. Vínculo jurídico entre os sujeitos. 
OBRIGAÇÕES
Fontes da obrigação: 
1. Contrato; 
2. Declaração unilateral de vontade; 
3. Ato ilícito. 
Diferença entre direitos pessoais e reais: 
- Relação Jurídica Obrigacional: Credor – Devedor 
- Relação Jurídica Real: Titular do Direito Real – Bem/Coisa 
OBRIGAÇÕES
Modalidades das Obrigações 
- Classificação Básica: 
1. Obrigação de Dar ou Restituir: 
a) Coisa certa (ex: Enciclopédia Barsa, última edição impressa);e 
b) Coisa incerta (ex: coleção de livros, sem especificação). 
2. Obrigação de fazer: 
a) Fungível (ex: qualquer um dos técnicos da assistência técnica pode realizar o serviço de manutenção de um aparelho);e 
b) Infungível (ex: somente o técnico João pode realizar a manutenção do aparelho). 
3. Obrigação de não fazer (ex: compromisso de sigilo da empresa sobre as informações obtidas do cliente). 
OBRIGAÇÕES
Classificação especial ou secundária: 
1. Obrigação simples: um só credor, um devedor e um objeto. 
2. Obrigação complexa: mais de um credor, devedor ou objeto. 
3. Obrigação cumulativa: várias obrigações e o devedor só se exonera com cumprimento de todas (ex: na compra de um imóvel o comprador se compromete a entregar um carro e certa quantia em dinheiro). 
4. Obrigação alternativa: duas ou mais obrigações, sendo que o devedor se exonera cumprindo apenas uma delas (ex: reserva do barco “Rapidão” ou “Ventania” para recreio). 
5. Obrigação facultativa: embora com único objeto, o devedor tem a faculdade de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa (ex: na compra de um imóvel o comprador se compromete a pagar R$20.000,00, sendo facultado, entretanto, a substituição da prestação em dinheiro pela entrega de um carro no mesmo valor). 
OBRIGAÇÕES
6. Obrigação divisível: a obrigação pode ser cumprida por partes pelo devedor (ex: entrega de 100 sacas de farinha) 
7. Obrigação indivisível: a obrigação não pode ser cumprida por partes. 
a) Natural (ex: entrega de um boi reprodutor); 
b) Legal (ex: módulo rural – Estatuto da Terra);e 
c) Convencional (ex: estipulação em contrato). 
8. Obrigação Solidária: mais de um credor (solidariedade ativa) ou mais de um devedor (solidariedade passiva), cada um com direito ou obrigação à dívida toda, respectivamente. 
a) Solidariedade ativa (ex: qualquer dos credores, professores Daniel e Dênnis, pode exigir o cumprimento da obrigação do aluno “Desatento”, que se liberta ao cumprir a obrigação com qualquer dos credores); 
b) Solidariedade passiva (ex: o credor, professor “Daniel”, poderá exigir de qualquer dos alunos da sala de aula o cumprimento da obrigação, e sendo um o prestador, esse poderá cobrar dos demais a quota-parte de cada um). 
OBRIGAÇÕES
9. Obrigação de resultado: obrigação é cumprida com a obtenção de determinado resultado (ex: os alunos que obtiverem média anual acima de 9,98 conquistarão uma vaga de estágio. Atenção! É só um exemplo!) 
10. Obrigação de meio: a obrigação é cumprida mesmo que o resultado esperado não venha a ser alcançado, bastando que o devedor se empenhe para consegui-lo (Ex: médico, advogado etc). 
11. Obrigação condicional: a obrigação é cumprida apenas quando determinado evento futuro e incerto vir a ocorrer (ex: ao se formar em Economia o aluno “Atencioso” ganhará um emprego na empresa “Sucesso”) 
12. Obrigações modais: a obrigação é onerada com um encargo (ônus) ao beneficiário de uma liberalidade. 
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
1.Cessão de Crédito: o crédito é um bem de caráter patrimonial suscetível de transferência. A cessão de crédito é o negócio jurídico bilateral, gratuito ou oneroso, pelo qual o credor transfere a outrem seus direitos na relação obrigacional. 
Cedente: credor que transfere seus créditos; 
Cessionário: terceiro a quem o crédito é transmitido; 
Cedido: devedor do crédito. 
Na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios, salvo estipulação em contrário. 
Necessário instrumento público, ou particular revestido das solenidades do §1º do art. 654. 
2. Assunção de dívida (Novidade do CC): terceiro assume a obrigação do devedor, desde que haja consentimento expresso do credor. O devedor primitivo fica exonerado de sua obrigação, salvo se, ao tempo da assunção, o terceiro (devedor substituto) era insolvente e o credor o ignorava. 
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
Pagamento: é o cumprimento dado a um obrigação, em dinheiro ou coisa. Extingue a obrigação, e possui elementos básicos: 
1. Vínculo obrigacional; 
2.
Intenção de solvê-lo (animus solvendi); 
3. Cumprimento da prestação;
4. Pessoa que o recebe. 
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
Pagamento em consignação: depósito judicial feito em pagamento de uma dívida, quando o credor se recusa a receber, quando o credor for desconhecido ou ausente, ou quando ocorrer dúvida sobre quem deve receber, entre outros casos, e extingue a obrigação. A consignação pode ser feita através do depósito de dinheiro ou de bens móveis ou imóveis. 
Pagamento com sub-rogação: dívida paga por um codevedor, ou interessado, transferindo-se para ele os direitos do título. Não há extinção da obrigação, mas tão somente uma substituição do credor. A sub-rogação pode ser legal ou convencional. 
a) Legal – art 346, CC; 
b) Convencional – art. 347, CC. 
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
Imputação do pagamento: existindo dois ou mais débitos da mesma natureza, líquidos e vencidos, em relação ao mesmo credor, o devedor indica qual está pagando. 
1. Requisitos da imputação: 
a) Pluralidade de débitos; 
b) Identidade de partes; 
c) Igual natureza das dívidas; 
d) Possibilidade de o pagamento resgatar mais de um débito. 
2. Espécies de imputação: 
a) Do devedor – art. 352, CC; 
b) Do credor – art. 353, CC;
c) Legal – arts. 354 e 355, CC. 
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
Dação em pagamento: o credor consente em receber prestação diversa da que lhe é devida (ex: credor que aceita receber no lugar da quantia de R$30.000,00, um barco de pesca). 
Novação: substituição de uma obrigação por outra. 
- Espécies: 
1. Criação de uma nova dívida, que substitui a anterior (novação objetiva); 
2. Mudança de devedor, credor ou conjuntamente devedor e credor (novação subjetiva); 
3. Alteração do sujeito (credor/devedor) e do objeto da obrigação (novação mista). 
- Requisitos: 
a) Existência de obrigação anterior; 
b) Constituição de nova obrigação;e 
c) Intenção de novar (animus novandi). 
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
Compensação: é o meio de extinção de obrigação entre pessoas que são, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra (ex: A deve 100 para B, mas B também deve 100 para A). Ressalte-se que a dívida deve ser líquida e vencida, podendo, inclusive, a compensação incidir sobre coisas fungíveis. 
- Espécies: 
a) Legal; 
b) Convencional;
c) Judicial (processual). 
Confusão: modo de extinção da obrigação pela reunião, na mesma pessoa, das posições de devedor e de credor (Ex: A deve 100 para B, mas B morre e A é o seu único herdeiro). A confusão pode verificar-se a respeito da dívida toda ou de parte dela, sendo total ou parcial. 
Remissão: é a liberalidade efetuada pelo credor, consistente em exonerar o devedor do cumprimento da obrigação. É o perdão da dívida, é forma de extinção da obrigação, mas depende da concordância do devedor. 
INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
Mora: 
a) Do devedor: retarda culposamente o cumprimento da obrigação. Requisitos: dívida líquida e certa; vencimento da dívida; e culpa do devedor. 
b) Do credor: recusa do credor em receber a prestação no tempo, lugar e forma convencionados. 
Perdas e Danos: quando ocorre prejuízo a alguém, pelo descumprimento de um contrato, ou pela prática de ato ilícito, por dolo ou culpa. Abrange o prejuízo imediato e o que prejudicado deixou de lucrar (ex: veículo em zigue-zaque, que se choca contra um táxi, o taxista pode reclamar o conserto e lucros cessantes). 
INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
Juros: podem ser legais ou convencionais, e subdividem-se em compensatórios e moratórios. 
a) Compensatórios: remuneração do credor (Súmula n. 382 do STJ, de 25/05/2009: A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade). 
b) Moratórios: indenização ao credor pelo retardamento do cumprimento da obrigação (art.406, NCC). 
Cláusula Penal: também chamada de multa convencional, é uma convenção na qual as partes se obrigam a pagar uma determinada multa no caso de violação do contrato. É uma obrigação acessória, e não pode ser superior ao valor da obrigação principal. No caso do mútuo, a multa não pode ser superior a 10% do valor da dívida (Lei de Usura – Decreto n. 22.626, de 07/04/1933). Pode ser moratória, em razão de atraso ou descumprimento, e compensatória, quando ocorre inexecução total da obrigação principal. 
Arras ou sinal: garantia dada pela parte, para a conclusão ou a execução do contrato. O arrependimento é possível, se assim for convencionado, mas quem deu as arras perdê-las-á em benefício da outra parte, e quem as recebeu devolvê-las-á, e nesses casos tem caráter meramente indenizatório. 
CONTRATOS
CONTRATOS: convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas (manifestação de vontade), que envolve uma relação jurídica patrimonial, e que embora tenha como fundamento a autonomia da vontade, limita-se pelos princípios da função social e da oa-fé objetiva. 
Validade: os mesmos requisitos do negócio jurídico, quais sejam: agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não proibida por lei. 
Principiologia: 
1. Autonomia da vontade; 
2. Força obrigatória do contrato (pacta sunt servanda) – Absoluto? Não, por exemplo, fato imprevisível (teoria da imprevisão – rebus sic stantibus); 
3. Relatividade objetiva dos efeitos do contrato. 
Atenção! Relativização em razão dos princípios sociais (função social do contrato; equivalência material e boa-fé objetiva) 
CONTRATOS
Classificação dos contratos: 
1. Bilaterais: obrigação para ambas as partes; 
2. Unilaterais: apenas uma das partes se obriga em relação à outra; 
3. Onerosos: as partes têm obrigações patrimoniais; 
4. Gratuitos: apenas uma das partes se compromete economicamente; 
5. Comutativos: as partes recebem contraprestação mais ou menos equivalente; 
6. Aleatórios: uma das partes corre o risco de não receber nenhuma contraprestação patrimonial efetiva e equivalente; 
7. Instantâneos: cumprimento em uma só prestação; 
CONTRATOS
8. Sucessivos: cumprimento em várias prestações sucessivas; 
9. Formais: lei exige determinada forma; 
10. Não formais (maioria): forma livre; 
11. Principais: têm vida própria e independente; 
12. Acessórios: existem em razão de outro contrato; 
13. Paritários: partes em pé de igualdade; 
14. Adesão: uma das partes detém o monopólio do objeto. 
- Atenção! Art. 243 do NCC: quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. 
15. Abstratos: vale pela forma externa e não se discute o negócio que o originou; 
16. Causais: discute-se a validade do negócio subjacente; 
17. Consensuais: simples consentimento das partes; 
18. Reais: exigem a entrega da coisa para se completar; 
19. Típicos: Expressamente previstos em lei 
20. Atípicos: não previstos expressamente em lei (art. 425 do NCC). 
CONTRATOS
Vícios Redibitórios: nos contratos comutativos, como os de compra e venda, a coisa pode apresentar vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada ou lhe diminuam o valor. 
- O prejudicado pode: 
1. pedir o valor pago; 
2. pedir abatimento de preço. 
- Prazo: 
1. Móvel: 30 dias; 
2. Imóvel: 1 ano. 
Evicção: ocorre quando o adquirente de uma coisa se vê total ou parcialmente privado da mesma, em virtude de sentença judicial, que a atribui a terceiro, seu verdadeiro dono. 
CONTRATOS
Extinção do Contrato 
1.Resolução: cumprimento; descumprimento; termo final; advento de um fato ou uma condição 
2. Resilição: desfazimento do contrato por vontade das partes. 
- Distrato: bilateral e deve ter a mesma forma do contrato (art. 472 do NCC) 
- Unilateral (denúncia): por uma só das partes, e basta a notificação 
3. Rescisão: Extinção do contrato em razão de alguma irregularidade ou por via judicial. 
CONTRATOS
Cláusula Resolutiva: cláusula contratual, expressa ou tácita, que prevê a rescisão do contrato pelo descumprimento de obrigação. 
Exceção de contrato não cumprido: ocorre nos contratos
bilaterais, e consiste na condição de que nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. 
Resolução por onerosidade excessiva: ocorre quando, a pedido do devedor, se dá a resolução do contrato por ter se tornado excessivamente oneroso, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis (teoria da imprevisão - rebus sic stantibus).

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