Buscar

Jonathan Dancy - O Conhecimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O conhecimento 
Jonathan Dancy 
 
2.1 A Descrição Tradicional 
 A descrição corrente do conhecimento, em torno da qual todos os trabalhos 
recentes têm sido elaborados, define o conhecimento como crença verdadeira 
justificada; defende que a conhece que p se e só se 
 1 p, 
2 a crê que p, 
3 a crença de a de que p é justificada. 
 Como existem três partes nesta definição, ela é chamada a definição tripartida 
ou descrição tripartida; define o conhecimento proposicional, conhecimento de 
(que) p; não define o conhecimento por trato como em «a conhece James» nem 
o conhecimento do como, p. ex. conhecimento de como andar de bicicleta, a 
não ser que se demonstre que estes se possam reduzir a conhecimento-de-que. 
A definição tripartida tem atractivos óbvios. A primeira condição, que, 
se a conhece que p, então p é verdadeiro (o que pode ser lido como Kap->p), é 
normalmente considerada estipulativa. A segunda condição, que, se a conhece 
que p, então a crê que p (podemos ler isto como Kap->Bap), mínima, e a 
terceira, que, se a conhece que p, então a sua crença de que p é justificada 
(Kap->JBap), encontra-se aí para impedir qualquer conjectura fortuita de ser 
considerada conhecimento no caso de a pessoa que conjectura ser 
suficientemente confiante para crer na sua própria conjectura. Vale contudo a 
pena notar uma consequência desta justificação da condição 3; é ela que uma 
crença não é geralmente considerada justificada pelo mero facto de ser 
verdadeira, pois de outro modo a condição 3 seria desnecessária. Se eu decidir, 
atirando uma moeda ao ar, qual o investimento que dará maior lucro, e se vier 
afortunadamente, a verificar ter razão, supomos que o valor da minha escolha é 
talvez demonstrado pelo resultado, mas ela não é justificada por esse resultado; 
eu não tinha qualquer justificação real para fazer a escolha que fiz. (Podíamos 
alternativamente distinguir entre duas formas de justificação, antes e depois do 
acontecimento, e passar a definição tripartida em termos da primeira; mas 
então a questão passaria a ser se elas são realmente duas formas da mesma 
coisa.) 
Quais são os problemas da definição tripartida? Poder-se-ia pensar que a 
segunda condição é insuficiente: crer que p não é tão forte como ter a certeza 
de que p, e para conhecer é preciso ter a certeza, não apenas crer. 
A melhor razão para querermos alguma descrição de certeza na nossa análise 
do conhecimento, é o facto de as pessoas se mostrarem, com razão, hesitantes 
em afirmar o conhecimento quando não estão bem certas. Esta hesitação 
parece dever-se a algo acerca do que o conhecimento é, e não existe maneira 
óbvia de explicá-lo se o conhecimento for como a concepção tripartida afirma 
que ele é. Assim, embora seja normalmente sugerido que a noção de certeza é 
relevante para a análise de afirmações de conhecimento, mas não para a análise 
do conhecimento em si (p. ex., in Woozley, 1953), isto não nos deixa qualquer 
hipótese de explicar porque é que a certeza deva ser requerida antes de se poder 
afirmar conhecimento quando ela não é requerida para o conhecimento em si, i. 
e., para a existência daquilo que se afirma. 
Como vamos descobrir outras razões para rejeitar a definição tripartida, não 
temos qualquer razão para aprofundar aqui este ponto. A moral a tirar é a de 
que, se pretendemos dar uma descrição do conhecimento que não inclua uma 
exigência de certeza, a nossa descrição devia algures ter lugar para a noção de 
certeza; se ela encara a certeza como um requisito para uma afirmação de 
conhecimento tem de ser capaz de explicar nos seus próprios termos por que 
motivo deveria ser assim. 
Mas por que haveríamos de ter relutância em mudar a segunda condição para 
«a tem a certeza de que p»? A resposta é que estamos preparados, em 
circunstâncias que não são particularmente invulgares, para aceitar que alguém 
possui de facto conhecimento quando essa pessoa está tão longe de ter a 
certeza, que não ousaria afirmar ela própria o conhecimento. O exemplo 
clássico oferecido é o do colegial hesitante, que aprendeu, por exemplo, as 
datas dos reinados dos soberanos ingleses na noite anterior, mas que fica tão 
alarmado com o autoritarismo do seu professor, que fica completamente 
inseguro de que as respostas que lhe ocorrem quando interrogado sejam de 
facto as correctas. Supondo, todavia, que essas respostas estejam correctas, não 
aceitaríamos que ele as conhece, ainda que ele próprio pudesse não fazer tal 
afirmação? E as razões que possamos ter para aceitar isto estão decerto 
próximas das sugeridas pela definição tripartida; ele tem a resposta correcta, e 
não é por acaso. 
Há uma fraqueza neste recurso ao colegial hesitante, que mais uma vez se 
prende com a segunda condição. Na medida em que o colegial não tem bem a 
certeza das respostas que lhe ocorrem, poderemos aceitar que ele ainda crê 
nelas? Se não tivermos cuidado, a utilização deste exemplo para rebater as 
pretensões de uma condição de certeza resultará na nossa perda da condição de 
crença que estamos a tentar defender. 
 2.2 Os Exemplos Contrários de Gettier 
 Henry está a ver televisão numa tarde de Junho. Assiste à final masculina de 
Wimbledon e, na televisão, McEnroe vence Connors; o resultado é de dois a 
zero e «match point» para McEnroe no terceiro «set». McEnroe ganha o ponto. 
Henry crê justificadamente que 
1 acabei de ver McEnroe ganhar a final de Wimbledon deste ano, e infere 
sensatamente que 
2 McEnroe é o campeão de Wimbledon deste ano. 
No entanto, as câmaras que estavam em Wimbledon deixaram na realidade de 
funcionar, e a televisão está a passar uma gravação da competição do ano 
passado. Mas enquanto isto acontece, McEnroe está prestes de repetir a 
retumbante vitória do ano passado. Portanto a crença 2 de Henry é verdadeira, 
ele tem decerto justificação para nela crer. Contudo, dificilmente aceitaríamos 
que Henry conhece 2. 
Este tipo de exemplo contrário à descrição tripartida do conhecimento é 
conhecido como exemplo contrário de Gettier, segundo E. L. Gettier (1963). 
(Devo este exemplo específico a Brian Garrett.) Gettier argumentava que eles 
mostram que a descrição tripartida é insuficiente; é possível que alguém não 
conheça, mesmo que as três condições sejam realizadas. 
Gettier não põe aqui em causa nenhuma das três condições. Aceita que elas são 
individualmente necessárias, e apenas argumenta que precisam de ser 
complementadas. 
Vale a pena formalizar a situação, por razões que serão evidentes mais tarde. 
Lendo 1 como p e 2 como q, temos: 
~p, Bap, JBap, p->q, JBa (p->q), q, Baq, JBaq. 
O exemplo contrário de Gettier é por conseguinte um exemplo em que a tem 
uma crença justificada mas falsa por inferência a partir da qual ele 
justificavelmente crê que algo que acontece é verdadeiro, e chega deste modo a 
uma crença verdadeira justificada que não é conhecimento. 
Que resposta poderá ser dada a estes infames mas ligeiramente irritantes 
exemplos contrários? Parece haver três vias possíveis: 
1 encontrar algum meio de demonstrar que os exemplos contrários não 
funcionam; 
2 aceitar os exemplos contrários e tentar encontrar um complemento à análise 
tripartida que os exclui; 
3 aceitar os exemplos contrários e alterar a análise tripartida para os incluir em 
vez de lhe acrescentar o que quer que seja. 
O restante prende-se com a primeira via. 
Em que princípios de inferência se baseiam estes exemplos contrários? O 
próprio Gettier apresenta dois. Para que os exemplos funcionem, deve ser 
possível que uma crença falsa continue a ser justificada; e uma crença 
justificada deve justificar qualquer crença que ela implique (ou que se creia 
justificadamente queimplique). Este último é precisamente o princípio da 
oclusão PO
j
 acima mencionado na discussão do cepticismo (1.2). Portanto, se 
pudéssemos mostrar que PO
j
 é falso, isto teria o duplo efeito de destruir os 
exemplos contrários de Gettier bem como (pelo menos em parte) o primeiro 
argumento céptico. Poderia ser, contudo, possível construir novas variantes do 
tema Gettier que não se baseiam na inferência ou numa inferência deste tipo, 
como veremos a seguir, e sendo assim não há queixas acerca do PO% ou de 
outros princípios que venham a ser muito eficientes. 
Uma coisa que não podemos fazer é rejeitar os exemplos contrários de Gettier 
como forjados e artificiais. São perfeitamente eficientes nos seus próprios 
termos. Mas poderíamos sensatamente perguntar de que serve cansar o cérebro 
a descobrir uma definição aceitável de «a sabe que p». Será isto mais do que 
um mero exercício técnico? O que nos desconcertaria no facto de não 
conseguirmos elaborar uma definição à prova de problemas? Muitas das 
inúmeras dissertações escritas em resposta a Gettier dão a impressão de que 
responder a Gettier é uma espécie de jogo filosófico privado, que não tem 
qualquer interesse a não ser para os jogadores. E não nos demonstrou afinal 
Wittgenstein que um conceito pode ser perfeitamente legítimo sem ser 
definível, argumentando que não é indispensável que exista qualquer elemento 
comum a todos os casos de uma propriedade (p. ex. casos de conhecimento) 
para além do facto de serem casos (p. ex. de que são conhecimento)? (Cf. 
Wittgenstein, 1969b, pp. 17-18, e 1953, §§ 66-7.) Então o que é que poderia 
afinal depender do nosso êxito ou malogro para descobrir condições 
necessárias e suficientes para o conhecimento? 
Simpatizo sob vários aspectos com o tom geral desta queixa, como depressa se 
tornará evidente. O que me entusiasma na procura de uma resposta a Gettier é a 
sensação de que talvez seja possível encontrar uma descrição do que é o 
conhecimento, que venha a ter um efeito substancial no que dissermos sobre a 
justificação em partes ulteriores deste livro. Isto podia acontecer de duas 
maneiras ou através da qualquer delas. Podíamos encontrar uma descrição do 
que é o conhecimento, que bastasse para destruir atitudes cépticas cruciais, e 
consequentemente confirmar a possibilidade de algumas das nossas crenças 
serem justificadas; a descrição que tento apoiar no capítulo 3 tem pretensões . 
neste sentido. Ou podíamos tentar definir a justificação em termos de 
conhecimento. Por exemplo, podíamos supor que uma crença é justificada se e 
só se em certas circunstâncias (a especificar) fosse conhecimento. (Jennifer 
Hornsby deu-me esta ideia.) Entretanto devemos considerar algumas 
descrições do conhecimento que parecem menos frutuosas. 
 2.3 Respostas a Gettier 
 Evitei de maneira bastante óbvia, tanto quanto me foi possível, apresentar 
sequer a diagnose mais aproximativa do defeito na análise tripartida exposta 
por Gettier. Isto porque as diferentes respostas a Gettier emanam todas de 
diferentes diagnoses das carências da análise tripartida; uma vez que se saiba o 
que falta, devia ser uma questão bastante simples provê-la. 
A presença de falsidade pertinente 
 A diagnose mais óbvia é simplesmente a de que a crença inicial de que p, de 
que se infere a crença justificada verdadeira de que q, é falsa. Assim, 
poderíamos acrescentar à análise tripartida a quarta condição de que nada pode 
ser conhecido que seja inferido de uma crença falsa, ou de um grupo de crenças 
de que uma seja falsa. Esta simples sugestão peca por dois motivos. Primeiro, 
podem escrever-se variantes do tema de Gettier nas quais, embora exista 
falsidade, não há inferência. Suponham que eu creio que se encontra uma 
ovelha num campo próximo por causa do que vejo. Não infiro do que vejo que 
está uma ovelha no campo; creio simplesmente que há lá uma. O animal que 
vejo é um grande cão peludo, mas a minha crença não é falsa, porque também 
lá está uma ovelha, que eu ignoro, oculta pela sebe. Aqui poderíamos admitir 
que a minha crença é verdadeira e justificada, mas recusarmo-nos a aceitar que 
eu sei que existe uma ovelha no campo. (Este exemplo vem de Chisholm, 
1977, p. 105.) 
Uma das réplicas poderia ser que eu estou certamente a inferir que vejo uma 
ovelha no campo a partir do meu conhecimento dos meus actuais estados 
sensoriais. Esta réplica levanta vastos pontos controversos; mas o capítulo 5 
contém um aturado argumento que diz que se existe algum conhecimento não-
inferencial, )arte dele refere-se a outras coisas que não os nossos estados dos 
sentidos - porque não então ovelhas, por exemplo? 
O segundo defeito é o de que a sugestão é demasiado forte e pode tomar-nos 
impossível conhecer o que quer que seja. Como veremos, é um perigo de uma 
série de respostas a Gettier. No caso presente, todos nós sofremos de 
numerosas crenças falsas que têm algum papel dos nossos processos 
inferenciais, e portanto nesta sugestão nenhuma das nossas presentes crenças 
justificadas contaria como conhecimento. 
Para eliminar estes defeitos temos de remover a referência à inferência, e 
reforçar a relação especificada entre as crenças falsas e as verdadeiras 
justificadas, que não devem contar como conhecimento. Deste modo 
poderíamos simplesmente requerer uma ausência de falsidade pertinente. Isto 
fugiria ao exemplo da ovelha no campo porque eu presumivelmente creio 
(falsamente) que o animal que posso ver é uma ovelha ainda que esta crença 
não seja utilizada em inferência. Mas como sugestão parece mais atribuir um 
nome à dificuldade do que resolvê-la: quais as crenças falsas que devem ser 
consideradas pertinentes? 
Uma resposta poderia ser a de que uma crença falsa de (que) p é pertinente no 
sentido pretendido se, tendo o crente acreditado em vez disso que, ~p, a sua 
crença de que q deixaria de ser justificada. Nem todas as crenças falsas são 
pertinentes neste sentido. Algumas serão tão remotas ou insignificantes que o 
facto de uma pessoa crer nelas ou no seu contrário não teria qualquer efeito 
naquilo que uma pessoa crê aqui. Por exemplo, entre as crenças em virtude das 
quais eu afirmo conhecer que Napoleão foi um grande soldado, pode haver 
uma que é falsa, mas que é tão insignificante que a minha justificação em crer 
que Napoleão foi um grande soldado sobreviveria à minha mudança de opinião 
nesse aspecto particular. Semelhante crença falsa não seria pertinente no nosso 
caso presente. 
Mas a nova descrição defronta-se com dificuldades, que podem ser ilustradas 
por um exemplo. Suponhamos que eu espero que uma colega me dê boleia para 
casa esta noite, mas que o carro dela está sem bateria; isto não constituirá 
dificuldade, porque o carro de um amigo se encontra convenientemente perto 
com alguns cabos que podemos utilizar para pôr o carro dela a trabalhar. Creio 
agora que ela me dará uma boleia esta noite, e esta crença é justificada. Sei que 
ela me dará uma boleia? O requisito de não haver crenças falsas pertinentes 
sugere plausivelmente que o facto de eu saber depende das outras crenças que 
possa ter. Mas esta sugestão levanta dificuldades. Se, por exemplo, eu creio 
meramente 
1 que ela me dará uma boleia esta noite. 
Pode ser-me dado conhecer isto, mas se creio simultaneamente (em) 1 e 
2 que o carro dela não está sem bateria, 
não posso, uma vez que tenho uma falsa crença pertinente. Mas se, ao mesmo 
tempo que creio em 1 e 2, por acaso também creio 
3 que o carro de um amigo se encontra convenientemente perto com cabos, 
então esta crença aparentemente gratuita torna de novo possível que eu saiba 
que terei uma boleia. Pois se tivesse acreditado no contrário de 2, a minhaprimeira crença não seria justificada, anão ser que eu também acreditasse em 
qualquer coisa como 3. Parece, pois, que a nossa presente sugestão tem por 
efeito que, o facto de eu ter ou não conhecimento dependerá vulgarmente das 
outras crenças aparentemente gratuitas que possa ter. Há qualquer coisa de 
insatisfatório nisto, e é preciso mais trabalho para defender a descrição contra 
queixas deste tipo. 
Anulabilidade / Revogabilidade 
 Uma abordagem ligeiramente diferente analisa os exemplos contrários de 
Gettier dizendo que surgem porque há algumas verdades que teriam destruído a 
justificação do crente se ele acreditasse nelas (cf. Lehrer e Paxson, 1969; 
Swain, 1974). Assim, por exemplo, suponham que Henry tinha acreditado estar 
a assistir a uma gravação da final de Wimbledon do ano passado, tal como na 
realidade estava; nesse caso, a sua justificação para a sua crença de que p e, 
consequentemente, através do PC
j
, para a sua crença de que q, teria sido 
destruída. A sugestão é então acrescentar uma quarta condição exigindo que 
não haja nenhuma outra verdade tal, que o facto de Henry crer nela destruísse a 
sua justificação para crer que q. Esta é a sugestão de revogabilidade; 
requeremos para o conhecimento que a justificação seja irrevogável, i. e., que a 
adição de outras verdades não a revogue. 
Isto não implicará que uma crença falsa não seja nunca justificada, uma vez 
que a sugestão é a de que, embora algumas crenças sejam revogavelmente 
justificadas, requeremos a justificação irrevogável para o conhecimento. 
Contudo, corre o perigo de tornar a primeira condição para o conhecimento 
(Kap -> p) redundante. É como se uma crença falsa nunca pudesse ser 
irrevogavelmente justificada dado que haveria sempre alguma verdade (ainda 
que fosse apenas a negação da crença falsa) cuja adição destruiria a 
justificação. Mas talvez isto seja uma força da teoria e não uma fraqueza, uma 
vez que a nova análise quadripartida possuirá uma coerência que antes faltava; 
fornece uma explicação na quarta condição daquilo que antes era incluído por 
mera estipulação, que o conhecimento requer verdade. 
Pode afirmar-se que a sugestão de revogabilidade fornece uma extensão do 
requisito anterior, de que não haja falsidades pertinentes; olhamos agora para 
além das proposições de que o crente está realmente convicto, para proposições 
que teriam um efeito se se acreditasse nelas. Mas esta extensão não constitui 
uma vantagem real. O tipo de dificuldade com que depara a noção de 
revogabilidade, pode uma vez mais ser ilustrada por um exemplo. Assim, creio 
talvez que os meus filhos se encontram agora mesmo a brincar em casa no 
jardim, e tenho boas razões para esta crença. Contudo, sem que eu o saiba, um 
vizinho foi até lá depois de eu ter saído de casa esta manhã para convidar as 
crianças para irem passar a manhã a casa dele. E se eu tivesse sabido isto, a 
minha justificação para crer que elas estão a brincar em casa seria anulada, 
porque eu também creio que elas normalmente aceitam esse tipo de convites. 
No entanto, a minha mulher tem estado preocupada com a saúde de uma delas 
e recusou o convite. Saberei eu que os meus filhos estão a brincar no jardim em 
casa? Se a sua intuição é que sim, sei, deve rejeitar o critério de revogabilidade 
de acordo com o agora formulado. Se é a de que não sei com base no facto de 
que se tivesse sabido do convite a minha justificação teria sido anulada, tem o 
dever de dar uma descrição do porquê (que eu desconheço) da verdade de que a 
minha mulher recusou o convite não conseguir restabelecer de algum modo o 
equilíbrio. De qualquer das formas, a proposta de revogabilidade tem de ser 
alterada. 
O problema parece residir, tal como residia em relação ao requisito de que não 
pode haver falsidade pertinente, na forma como novas crenças podem ser 
acrescentadas pouco a pouco e destruir a justificação existente, ao passo que 
existem ainda outras verdades à espera em fundo para anular o elemento 
anulador? Primeiro queremos perguntar se, seja como for, não é provável que 
exista sempre alguma verdade que, se só ela fosse acrescentada e todas as 
outras excluídas, anulasse a minha justificação. Mesmo que isto não 
acontecesse sempre, acontecerá por certo com frequência suficiente para que o 
alcance do meu conhecimento seja consideravelmente reduzido, e isto em si é 
já uma espécie de objecção. Em segundo lugar, precisamos de encontrar uma 
maneira de contradizer o modo como a adição pouco a pouco de outras 
verdades parece ligar-me e depois desligar-me do conhecimento. 
Poderíamos conseguir realizar a segunda tarefa alterando a nossa descrição de 
revogabilidade de forma a que, em vez de falarmos de alguma outra verdade 
(que pouco a pouco causou o problema da adição), falemos acerca de todas as 
verdades sejam elas quais forem. Assim poderíamos requerer como quarta 
condição que a nossa justificação fosse mantida, mesmo quando todas as 
verdades são acrescentadas em simultâneo ao nosso conjunto de crenças. Esta 
nova noção de revogabilidade parece (provavelmente) permitir que eu sei agora 
que os meus filhos estão a brincar no jardim, porque a segunda verdade 
acrescentada nega os poderes anuladores da primeira. Mas restam ainda 
problemas para esta nova noção de revogabilidade. Primeiro, ao falar de 
acrescentar todas as verdades ao mesmo tempo, parece que passámos 
claramente ao domínio da ficção. Com efeito, teremos alguma concepção 
adequada de «todas as verdades»? Segundo, parece, por este critério, nunca 
teremos mais do que a mais leve das razões para crer que conhecemos alguma 
coisa; pois ao crer isto estamos a crer que, quando todas as verdades lá 
estiverem, a nossa justificação manter-se-á, e parece ser necessário muito mais 
para sustentar essa crença do que o que é necessário para sustentar uma vulgar 
afirmação de conhecer. 
Fiabilidade 
Uma abordagem diferente desvia a nossa atenção da relação entre a proposição 
afirmada como conhecimento e outras crenças falsas que deviam ter sido 
verdadeiras ou outras verdades em que se devia ter acreditado. Foi por vezes 
sugerido que uma crença verdadeira justificada pode ser conhecimento quando 
deriva de um método fidedigno (ver Goldman, 1976; Armstrong, 1973, cap. 
13; Swain, 1981). No exemplo de Gettier, Henry sabe de facto que a final de 
Wimbledon está a ser disputada nessa tarde; esta crença verdadeira justificada 
deriva do método seguro de ler os jornais, que estão normalmente correctos em 
relação a este tipo de coisa. No entanto, a sua crença de que q deriva 
nitidamente de um método que é menos que fidedigno. Tê-lo-ia induzido em 
erro neste ponto, se McEnroe tivesse sofrido um lapso momentâneo e 
sucumbido aos esforços de Connors desta vez. 
A abordagem da fiabilidade pode ser mais elaborada; de certa forma está 
relacionada de perto com a abordagem causal considerada a seguir, porque nos 
é nitidamente devida uma descrição do que é a segurança, e uma resposta 
causal é tentadora (ver, p. ex., Goldman, 1979). No entanto, podemos já ver 
dificuldades para qualquer variação desta abordagem. Corre o perigo, ou de 
tornar o conhecimento impossível, ou de ir direito a um dos nossos argumentos 
cépticos. 
Por fidedigno estamos a referir-nos a um método adequado, se devidamente 
seguido, é perfeitamente fidedigno e nunca conduz a uma crença falsa. Mas, 
independentemente da dificuldade geral de distinguir entre um defeito no 
método e um defeito na maneira como o método foi aplicado, parece 
improvável que existam quaisquer métodos perfeitamente fidedignos de 
adquirir crenças. O homem é falível, e a sua falibilidade manifesta-se não 
apenas no modo como os métodos são utilizados,mas nos métodos de recolha 
de crenças de que dispõe. Logo, se o conhecimento requer um método infalível 
ou perfeitamente seguro, é impossível. 
Mas se nos afastarmos da noção de fiabilidade perfeita e requerermos apenas 
que o método seja geralmente fidedigno, convidamos aos argumentos cépticos 
do nosso segundo tipo. Como é que um método que falhou algures em 
circunstâncias pertinentemente semelhantes é suficiente para permitir 
conhecimento desta vez? Se tínhamos alguma esperança de que a nossa 
eventual descrição do conhecimento nos ajudasse a rejeitar os argumentos 
cépticos, esta descrição particular parece tornar as coisas piores e não 
melhores. E claro que isto não demonstrará que a descrição está errada. Pode 
ser que a descrição correcta do conhecimento dê infelizmente ao céptico a 
oportunidade de que ele está à espera. Mas não deveríamos aceitar que é assim 
que as coisas são antes de nos convencermos de que não há outra descrição do 
conhecimento que ofereça ao céptico menos vantagem. Podemos ainda ter 
esperança numa que lhe complique a vida em vez de lha facilitar. 
Um afastamento final seria requerer apenas que o método seja seguro desta 
vez. Isto tem o efeito de desviar a nossa atenção de casos anteriores em que o 
método falhou e, logo, de escapar ao argumento céptico que tem nesses casos o 
seu ponto de partida. Mas poderíamos sensatamente duvidar de que o requisito 
de que o método seja seguro equivalha desta vez a qualquer adição genuína à 
descrição tripartida. Se a fiabilidade for definida em termos da produção de 
verdade, nada acrescenta à primeira condição desde que restrinjamos a nossa 
atenção ao caso particular. Se for definida em termos de justificação, nada 
acrescenta à terceira. E não há outra descrição que pareça convidativa. (Pode 
ser, no entanto, que a teoria causal seja equivalente a uma noção de justificação 
no caso particular; ver 2.4). 
Razões Convincentes 
Uma abordagem diferente revela a imperfeição de Henry no caso Gettier como 
devendo-se ao facto de as suas razões serem menos do que conclusivas. Se 
requerermos, para o conhecimento, que a crença verdadeira justificada se 
baseie em razões conclusivas, todos os casos Gettier, e na realidade qualquer 
caso em que o crente esteja correcto por acidente, caem por terra. 
Todo o trabalho nesta abordagem deve centrar-se numa descrição persuasiva 
do que torna as razões conclusivas. Uma sugestão seria que, onde as crenças A-
M constituem razões convincentes para a crença N, A-M não poderia ser 
verdadeiro se N for falso. Isto excluirá os exemplos contrários, mas tornará 
também o -conhecimento um fenómeno raro na melhor das hipóteses. O 
conhecimento empírico, pelo menos, parece agora impossível; no domínio 
empírico, as nossas razões nunca são conclusivas leste sentido. 
Uma descrição mais fraca, que devemos a F. Dretske (1971), sugere que as 
razões A-M de alguém para uma crença N são conclusivas se e só se A-M não 
fossem verdadeiros se N for falso. isto é mais fraco porque dizer que A-M não 
seria verdadeiro se N for falso não é o mesmo do que dizer que não poderiam 
ser verdadeiros se N for falso, como diz a descrição mais forte. É tão fraca que 
não chega a fornecer um genuíno sentido de «conclusivo», mas isto não 
importa grandemente. Esta descrição mais fraca parece-me prometedora na sua 
abordagem geral, e a teoria que defenderei no capítulo seguinte, é 
distintamente semelhante. Mas difere no facto de não falar de razões; e isto é 
uma virtude porque parece de facto possível que deva haver crença justificada 
sem razões. A minha crença de que estou a sofrer pode talvez ser justificada, 
mas dificilmente se pode dizer que eu a baseie em razões conclusivas ou 
outras. Não a baseio de forma alguma em razões. 
 A Teoria Causal 
 A. I. Goldman propõe um complemento causal para a definição tripartida 
(Goldman, 1967). Uma diagnose inicial dos exemplos contrários de Gettier 
pode ser a de que é apenas uma questão de sorte que a crença justificada de 
Henry seja verdadeira. Esta diagnose não pode por si fornecer uma resposta 
adequada. Não nos podemos limitar a estipular que não há sorte envolvida, 
porque todos nós dependemos da sorte até certo ponto. Por exemplo, o facto de 
o nosso método de recolha de crenças fornecer aqui uma crença verdadeira em 
vez de uma falsa, como por vezes fornece, será unicamente uma questão de 
sorte quanto a nós. E evidentemente que o facto de a sorte se encontrar sempre 
envolvida algures dá também um ponto de apoio ao céptico. Mas a diagnose 
pode sugerir uma resposta melhor. A sugestão de Goldman é a de que, o que 
tornou crença verdadeira no caso Gettier, não é o que levou Henry a acreditar 
nela. Por conseguinte ele propõe, como quarta condição para o conhecimento 
de que p, que o facto de pdeveria causar a crença de a de que p. Isto exclui os 
casos Gettier porque neles, o facto de a crença ser verdadeira, é uma 
coincidência. Queremos que um elo de ligação entre crença e verdade impeça 
que isto aconteça, e um elo causal parece prometedor. 
Por atraente que seja esta abordagem, depara com dificuldades. A primeira é a 
de que podemos considerar difícil supor que os factos possam causar o que 
quer que seja; eles são decerto demasiado inertes para que afectem o 
andamento do mundo, ainda que esse mundo seja um mero mundo mental de 
crenças. Afinal, o que são factos? A primeira ideia que nos surge é a de que os 
factos são semelhantes, se não idênticos, a proposições verdadeiras (o que 
explicaria a razão pela qual não existem factos falsos). Mas poderão as 
proposições verdadeiras causar alguma coisa? Certamente que os factos (ou as 
proposições verdadeiras) reflectem o mundo mais do que o afectam. As 
análises prevalecentes de causalidade parecem justificadamente admitir apenas 
acontecimentos e possivelmente agentes como causas. Em segundo lugar, há 
um problema acerca do conhecimento do futuro; a sugestão de Goldman parece 
requerer que, ou temos um caso de causalidade retrógrada (causando o futuro o 
passado), ou que o conhecimento do futuro é impossível, uma vez que as 
causas não podem suceder-se aos seus efeitos. Terceiro, há o problema do 
conhecimento universal, ou de uma forma mais geral do conhecimento por 
inferência. A minha crença de que todos os homens são mortais é causada, mas 
não pelo facto de todos os homens serem mortais; se quaisquer factos o 
causam, são os factos de este homem, aquele homem, etc.., terem morrido. E a 
morte destes homens não é causada pelo facto de todos os homens morrerem (o 
que restauraria a análise causal, com uma causa intermédia); mas todos os 
homens morrem porque esses homens morrem (entre outros). Como pode, pois, 
a análise causal mostrar que eu conheço que todos os homens morrem? 
Há respostas para estas críticas, claro. Estamos mais habituados a falar de 
factos como causas do que a crítica primeira permite. O facto de os filósofos 
não se terem ainda persuadido de compreender a ideia de que os factos podem 
ser causas, não devia causar que nós excluíssemos todo o recurso à causalidade 
do facto como filosoficamente infundado. (A frase anterior é um caso pontual). 
Também a segunda crítica poderia ser respondida complicando a teoria ao 
permitir que os factos fossem conhecidos em casos em que facto e crença são 
efeitos diferentes de uma causa comum. A terceira crítica, parece, contudo, 
mais insubmissa. A aceitação de que os factos podem ser causas não melhorará 
muito a nossa predisposição para supor que os factos universais podem causar 
crenças universais. 
Há aspectos prometedores na teoria causal, e a teoria que defenderei pode de 
facto ser encarada como uma generalização a partirdela. 
 2.4. Observações Finais 
 As várias propostas anteriormente consideradas foram apresentadas como se 
fossem adições à análise tripartida, admitindo que Gettier mostrara que a 
análise fosse insuficiente. Mas podemos encontrar entre elas pelo menos uma 
que pode ser considerada como uma defesa directa da análise tripartida. 
Qualquer proposta que seja equivalente a uma nova teoria da justificação pode 
conseguir mostrar que nos casos Gettier as crenças verdadeiras pertinentes não 
eram de todo justificadas. E podíamos considerar a teoria causal desta maneira. 
A teoria causal podia estar a dizer-nos que uma crença só é justificada quando 
causada (directa ou indirectamente) pelos factos. Estaria então a adoptar a via 
1, conforme distinguida em 2.2. (Algumas versões da proposta de fiabilidade 
também podiam ser encaradas a esta luz.) Movendo-nos desta forma, 
partiríamos então de uma teoria causal da justificação; a teoria causal do 
conhecimento seria simplesmente uma das suas consequências. 
Uma forma possível de argumentar contra uma teoria causal da justificação 
seria afirmar que não temos qualquer garantia de que exista apenas uma 
maneira de vir a justificar as crenças, e em particular nenhuma razão real para 
supor que qualquer maneira aceitável possa ser de algum modo causal, de 
forma que todas as crenças justificadas (de) que p devem ser causadas por 
factos pertinentes. Não queremos por certo excluir à partida a possibilidade de 
que algumas crenças morais, por exemplo, sejam justificadas, fazendo-o apenas 
porque não queremos admitir a existência de factos morais (se não o 
quisermos). E poderíamos continuar a duvidar da existência de factos 
matemáticos causalmente eficientes, sem querer com isso dizer que nenhumas 
crenças matemáticas possam por isso ser justificadas. 
Mais importante, todavia, é que a sugerida descrição causal de justificação é 
falsa porque nega a possibilidade de uma crença falsa ser justificada. Uma 
crença falsa de que p não tem qualquer facto de que p a causá-la. Só se pode 
fugir a esta objecção encontrando uma descrição diferente da justificação de 
crenças falsas da que é apresentada para verdadeiras. Mas isso não pode estar 
correcto. A justificação deve ser a mesma tanto para crenças verdadeiras como 
para falsas, quanto mais não seja porque podemos perguntar e decidir se uma 
crença é justificada (p. ex., uma crença acerca do futuro) antes de decidirmos 
se é verdadeira ou falsa. 
Esta crítica deixa em aberto a possibilidade de um tipo diferente de teoria 
causal, nas linhas sugeridas no final de 2.2. Com uma teoria causal do 
conhecimento e a tese de que uma crença é justificada se e só sendo verdadeira 
fosse conhecimento, podemos dar uma descrição causal da justificação que não 
é vulnerável à existência de crenças justificadas falsas. 
 Leitura Adicional 
 As dissertações centrais na área são de Gettier (1963), Dretske (1971), 
Goldman (1967) e Swain (1974). 
A discussão (e rejeição) talvez mais antiga da definição tripartida encontra-se 
no Teeteto de Platão (Platão, 1973, 201 c-210d). 
A enorme diligência recentemente gerada pelos defeitos encontrados na 
descrição tripartida é meticulosamente analisada in Shope (1983), com 
inúmeras referências. Existem evidentemente muitas abordagens e variantes de 
abordagens do problema Gettier que não discuti, incluindo a do próprio Shope. 
A maioria das dissertações referidas no presente capítulo encontram-se 
coligidas in Pappas e Swain (1978), que contém também uma introdução 
analítica da área. 
Prichard (1967) faz uma interessante e inovadora descrição das relações entre 
conhecimento, crença, certeza e verdade. 
Uma questão importante que não discutimos é se o conhecimento implica 
crença. Para isto, cf. Ring (1977). 
As dissertações da autoria de Gettier, Prichard e Woozley estão coligidas in 
Phillips Griffiths (1967). 
 
DANCY, Jonathan (1990), Epistemologia Contemporânea. Lisboa: Edições 
70, pp. 39-54.

Outros materiais