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Genética Forense

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Genética Forense 
Forense: Relativo aos tribunais; que aplica conhecimentos científicos a questões criminais.
Tópicos Abordados
Fundamentos básicos sobre estrutura do DNA
Composição e arquitetura do genoma humano
Aspectos genômicos aplicado à genética forense
Coleta e armazenamento das amostras biológicas
Conservação e processamento do material isolado
Métodos de extração e purificação do DNA
Técnicas empregadas na genética forense
Leitura e interpretação de laudos forenses por análise do DNA
Marcos importantes sobre o DNA
1909- Theodor Lavene descreve o DNA como uma composição de 4 nucleotídeos: A, T, G, C, caracterizando-os quimicamente.
1953- Watson e Crick fazem a dedução lógica da Estrutura do DNA com o uso de modelos, o que lhes valeu um prêmio Nobel em 1962, juntamente com Maurice Wilkins e Rosalin Franklin.
Dois tipos básicos de ácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico (DNA) e o ácido ribonucleico (RNA).
O DNA pode ser encontrado no núcleo (DNA genômico) e nas mitocôndrias (DNA mitrocondrial).
O genômico, por sua vez, é o que representa a fonte para a maioria das aplicações forenses.
O DNA é composto por uma desoxirribose e um grupo fosfato. As quatro bases nitrogenadas são: adenina, guanina, citosina e timina. 
Os dois filamentos que compõem o DNA se enrolam, um sobre o outro, formando uma dupla hélice.
Cromossomo: sequências de DNA formam os cromossomos.
Gene: é a parte funcional do DNA.
Genoma: é toda a informação hereditária de um organismo que está codificada em seu DNA. 
Foi o conhecimento e a identificação do DNA como material genético e suas propriedades químicas e físicas que permitiu avanços para identificação forense.
O reconhecimento de que era possível definir marcadores moleculares que são únicos em cada indivíduo, e com isso a identificação individual, torna esse processo muito útil.
Na área forense, as técnicas de biologia molecular fortaleceram-se no transcorrer dos últimos vinte e cinco anos.
Os principais marcadores moleculares podem ser agrupados em dois tipos: a) os de polimorfismos de comprimento e b) os de polimorfismos de sequência.
De comprimento: incluem regiões que se repetem no DNA genômico,sendo chamados de microssatélites (STRs) e minissatélites (VNTRs), sendo eles os mais usados na atualidade.
Nos polimorfismos de comprimento a investigação ser realizada através de sondas de DNA ou pela técnica de PCR. Estes polimorfismos entre indivíduos fundamenta-se pela diversidade e a variação do número de repetições entre os indivíduos 
Já os polimorfismos de sequência constituem-se de diferentes nucleotídeos em uma determinada localização no genoma, sendo que suas variações podem ser manifestadas como regiões de alelos alternativos, substituições, adições ou deleções de bases.
A grande diversidade nestas regiões se dá pelo número de repetições de uma dada seqüência de bases que varia entre indivíduos, podendo ser de 1 a 4 bases nos STRs e de 10 a 100 bases nos VNTRs. Cada possibilidade de tamanho (ou de número de repetições) representa um alelo.
Os VNTRs (Variable Number of Tandem Repeats) são sequências curtas de bases que ocorrem em números variáveis. O número de repetições encontradas, variam de um local para outro dentro do genoma e também variam entre indivíduos, podendo assim ser diferenciados pelo comprimento de sequência.
Os STRs (Short Tandem Repeats) são nucleotídeos alinhados, em curtas repetições, organizados em sequência. Estes são trechos de DNA constituídos em unidades repetidas de dois, três ou quatro nucleotídeos e localizados dentro de regiões de sequência única com número menor do que 100 pares de nucleotídeos. 
O que difere entre os VNTRs dos STRs é o tamanho, ou seja o número de bases, sendo que os STRs contém poucos pares de bases. Esta característica permite que seja analisada quantidades mínimas de DNA, enquanto que para a análise dos VNTRs é necessário maior quantidade e qualidade do DNA.
O polimorfismo de base única SNPs (do inglês, Single Nucleotide Polymorphism) é o método mais eficiente de marcadores moleculares para fins de investigação e identificação de um indivíduo por meio de DNA, pois apresentam maior estabilidade em relação aos outros métodos. 
Distribui-se de forma uniforme, além de ser o polimorfismo mais comum encontrado no genoma. São encontrados apenas duas variantes em uma espécie (bi-alélicos), podendo ocorrer em regiões codificadas ou regulatórias, sendo, na maioria das vezes, encontrados nos espaços intergênicos, sem função determinada 
Procedimentos de coleta e armazenamento do material biológico para fins forenses
Fluídos(sangue,esperma,saliva)líquidos: swab estéril(pequena quantidade),seringa descartável(grande quantidade);
Fluídos secos:bisturi ou espátula;
Fluídos presentes no corpo:pinça;
Amostras compostas de tecidos(osso,pele,unha),órgãos:registrados em fotografia e embasados separadamente em sacos estéreis;
Os fluídos devem ser coletados em materiais estéreis,armazenados na ausência de luz e num ambiente frio;
Métodos para análise do material coletado:
Eletroforese: Esta técnica separa moléculas de DNA de acordo com o tamanho. O DNA migra, em géis de agarose ou acrilamida, por uma corrente elétrica, que varia em diferentes perfis eletroforéticos. Como são de carga negativa, quando submetidas ao campo elétrico, as moléculas de DNA, migram para o pólo positivo, existindo assim o atrito com o suporte. Quanto maior a molécula, maior o atrito e mais lenta a migração, portanto, moléculas de tamanhos diferentes terão migrado uma distância diferente depois de algum tempo. 
Apesar de ser uma técnica muito versátil e apresentar baixa dificuldade de realização sua única desvantagem é que a identificação dos fragmentos é feita somente quanto ao tamanho e não quanto à sequência.
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Shouthern Blot: Para se identificar o DNA com uma seqüência de bases especificas usa-se uma técnica chamada Shouthern Blotting:
Desnaturação - desnaturação da dupla fita de DNA, dividindo-as em simples fitas.
Transferência de DNA para uma membrana- Esta membrana é então aquecida (quando feita de nitrocelulose) ou exibida à radiação ultravioleta (no caso de nylon) para conectar o DNA permanentemente à membrana.
Tratamento com Sonda - A sonda de DNA é marcada de um modo que possibilite sua detecção, sendo normalmente realizada por meio da incorporação de átomos radioativos ou ligando-se a elas corantes fluorescentes ou cromogênicos.
Reação de PCR: é uma técnica qualitativa bem simples onde moléculas de DNA ou DNA complementar são amplificadas milhares de vezes de uma forma bastante rápida. O método é programado para permitir a amplificação de sequências-alvo de DNA definidas.
 Esta é uma técnica com grande aplicabilidade e especificidade. Uma reação de PCR contém em torno de 30 ciclos de amplificação, sendo que cada um destes ciclos é constituído pelas etapas de desnaturação, pareamento e síntese, nessa ordem, durando em media 3 a 5 minutos em um termociclador automatizado, totalizando menos de três horas para todo o processo. Essa velocidade e facilidade são uma das vantagens da PCR. 
Sua desvantagem é de que se houver DNA contaminante estiver presente em níveis comparáveis aos do DNA alvo, sua amplificação pode confundir a interpretação dos resultados, o que leva a uma conclusão errada.
Farmacêutico na perícia criminal:
Formas de ingresso na polícia civil ou federal:
 Processo seletivo (Concurso público) – provas discursiva e objetiva. Além dos exames físicos, médicos e psicológicos.
Papel do Farmacêutico na perícia:
Realização de exames periciais em lugares onde há infração penal;
Realização se exames onde ocorreram: incêndio, desabamento, explosões, terrorismo;
Análise em instrumentos utilizados na prática de crimes – facas, tesouras, canivetes, armas de fogo;
Coleta de dados e informações necessárias à complementação dos exames periciais ;
Execução do mandato de busca e apreensão; 
Efetuar
mandados de prisão;
Porte e manuseio de armas.
Genética Forense no Brasil:
No Brasil, a genética forense teve inicio em 1992 pela Policia civil do Distrito Federal (PCDF). O primeiro caso que chegou aos tribunais, por utilização da genética forense foi em 1994.
Atualmente todos os estados brasileiros realizam analise de DNA. O Instituto Nacional de Criminalística-INC, é o órgão mais avançado e de maior evidência na realização na realização de exames de DNA. 
 A genética forense no Brasil é mais utilizada para esclarecimentos de vínculos genéticos. (Testes de Paternidade)
O órgão público competente para avaliar os procedimentos técnicos em laboratórios analíticos é a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que promove a fiscalização de procedimentos e garante a melhor procedência das análises.
Nos últimos anos houve um grande avanço na investigação forense brasileira e na tecnologia utilizada para esta finalidade. Sendo as técnicas de identificação baseadas no DNA consideradas a maior revolução nesta área.
Casos de grande repercussão na mídia nacional como os casos Pedrinho e Isabella Nardoni dentre outros trouxeram à tona a competência das equipes periciais e a tecnologia avançada a serviço das mesmas, o que teve grande relevância para a elucidação dos crimes cometidos em tais casos. O caso Pedrinho obteve um final feliz, já o caso Nardoni, nem tanto para nenhum dos lados.
Pedrinho com seus pais
Assassinato de Isabela Nardoni (Reconstituição)
Entrevista:
Silberto Marques de Assis Azevedo
Farmacêutico Formado pela UFMG, pós-graduado em Administração pela PUC
Chefe de Toxicologia Geral do Instituto Médico Legal – BH há 22 anos
Joanes
Enfermeiro-Chefe do Instituto Médico Legal – BH há 30 anos
Chefe do Departamento de Antropologia Forense e Anatomia Patológica do Instituto Médico Legal – BH
“Pensando em como o farmacêutico trabalha não só dentro da genética forense, mas dentro da área pericial como um todo...”
“A chave para a resolução de qualquer enigma está na interação entre a equipe técnica pericial, o poder público e a sociedade. Sem algum desses elementos integrados e em perfeita sintonia, não existe técnica que seja suficiente para qualquer solução de crime, por mais simples que pareça.”
- Silberto Marques de Assis Azevedo.
Bibliografia
DNA Forense, Artigo de Revisão. Luciana Cresta Dolinsky¹, Lissiane Miranda Campelo Veras Pereira¹
Artigo: Técnicas de Biologia Molecular aplicadas na Investigação Forense. Carla Joara de Fraga Gaertner¹, Dr. Pedro Binsfeld ².
Artigo: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GENÉTICA FORENSE NO JUDICIÁRIO BRASILEIRO
Entrevista feita no dia 06/10/2014 pelas alunas Karine Jéssica Santana e Karine Freire de Souza

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