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A desconsideração da PJ e a reforma trabalhista

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A desconsideração da personalidade jurídica e seus desdobramentos no CPC/2015 e na Lei 13.467/2017�
1. Introdução
O escopo do artigo é a análise da desconsideração personalidade jurídica e suas teorias, com os desdobramentos no Direito Processual do Trabalho, precipuamente, face ao incidente de desconsideração da personalidade jurídica (IDPJ) disciplinado pelo CPC/2015 e as questões relacionada à Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017).
2. Os efeitos da personalização da pessoa jurídica
A pessoa jurídica é a resultante da união de esforços para a realização de fins comuns.
A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição dos seus contratos, atos constitutivos, estatutos ou compromissos no seu registro peculiar, que é regulado por lei especial ou com a autorização ou aprovação do Governo, quando necessária (art. 45, caput, CC).
Em face da personalidade jurídica atribuída pelo Direito, as pessoas jurídicas passam a ser sujeitos de direitos e obrigações, com consequências nas titularidades obrigacional, processual e patrimonial.
Na titularidade obrigacional, tem-se: as relações jurídicas contratuais ou extracontratuais, decorrentes da exploração da atividade econômica, envolvem os terceiros e a pessoa jurídica, sendo que os sócios não são participantes dessa relação.
Com a sua personificação, a pessoa jurídica terá a legitimação para demandar e ser demandada em juízo – titularidade processual.
Por conta disso, o patrimônio da pessoa jurídica não se confunde com os bens dos sócios, bem como as suas obrigações não podem ser imputadas aos sócios; logo, respondem pelas obrigações da sociedade, em princípio, apenas os bens sociais. Em suma: a garantia do credor é representada pelo patrimônio social da pessoa jurídica.
Em face da concessão de personalidade às pessoas jurídicas, como consequência, tem-se a aquisição da autonomia patrimonial, ou seja: os bens da sociedade não se confundem com os bens particulares de seus sócios, bem como os sócios não respondem pelas obrigações sociais.
3. Os limites da personalização da pessoa jurídica
O princípio da autonomia patrimonial é decorrência da personalização da pessoa jurídica. Em face desse princípio, os sócios não respondem, como regra, pelas obrigações da sociedade.
Com o avanço das relações sociais, o princípio da autonomia patrimonial passou a ter uma aplicação restrita, deixando de ser aplicando quando o credor da empresa é empregado, consumidor ou o próprio Estado.
A origem do desprestígio da autonomia da pessoa jurídica repousa em dois fatores: (a) na utilização fraudulenta do instituto da personalidade jurídica, como forma de evitar os deveres legais ou contratuais; (b) em função da natureza da obrigação imputada à pessoa jurídica.
Para se coibirem as práticas fraudulentas dos sócios na utilização da pessoa jurídica, a doutrina desenvolveu a teoria da desconsideração da personalidade jurídica: afasta-se o princípio da autonomia patrimonial, nos casos em que ele é mal utilizado.
Outro modo de limitação ao princípio da autonomia patrimonial reside na natureza da obrigação contraída pela pessoa jurídica. A doutrina faz a diferenciação entre obrigação negociável e a não negociável.
A obrigação negociável é a decorrente do exercício da atividade empresarial. A pessoa jurídica é a única responsável pelas dívidas e demais encargos decorrentes dos negócios jurídicos realizados com outras pessoas (naturais ou jurídicas). Tais obrigações pertencem ao campo do Direito Civil e Comercial, geralmente representadas por títulos cambiais ou em contratos mercantis.
A obrigação não negociável é a originária de atos ilícitos ou por imposição legal. Nesse tipo de obrigação, deixa-se de lado o princípio da autonomia patrimonial, para que os bens particulares dos sócios também sejam responsáveis pelas dívidas da pessoa jurídica.
A lógica dessa distinção encontra-se no argumento de que nas obrigações negociáveis as partes, geralmente, estabelecem outros mecanismos de garantia, tais como: aval, fiança, hipoteca, penhor etc.
4. A desconsideração da personalidade jurídica
A desconsideração da personalidade jurídica representa um avanço doutrinário e jurisprudencial de grande valia, notadamente como forma de se aceitar a responsabilidade patrimonial e particular dos sócios, em função dos débitos sociais das empresas em que são membros. Não se pode aceitar, por ser uma questão de justiça, o fato de os sócios recorrerem à ficção da pessoa jurídica para enganar credores, para fugir à incidência da lei ou para proteger um ato desonesto. Pode e deve o Judiciário, como um todo, desconsiderar o véu da personalidade jurídica, para que se possa imputar o patrimônio pessoal dos sócios, como forma de se auferir elementos para a satisfação dos créditos, notadamente dos empregados da sociedade. Essa temática jurídica deriva da concepção desenvolvida pela doutrina americana e que se intitula nas expressões disregard theory ou disregard of the legal entity, ou, ainda, lifting the corporate veil (erguendo-se a cortina da pessoa jurídica). A solução, diante de casos concretos, é o juiz desconsiderar o véu da personalidade jurídica para coibir as fraudes, os jogos de interesses e os abusos de poder, para se conseguir o resguardo dos interesses de terceiros e do próprio fisco.
Na visão de Silvio Rodrigues,� “o juiz deve esquecer a ideia de personalidade jurídica para considerar os seus componentes como pessoas físicas e impedir que através do subterfúgio prevaleça o ato fraudulento”.
Para Maria Helena Diniz,� “a desconsideração ou penetração permite que o magistrado não mais considere os efeitos da personificação ou da autonomia jurídica da sociedade para atingir e vincular a responsabilidade dos sócios, com o intuito de impedir a consumação de fraudes e abusos de direito cometidos, por meio da personalidade jurídica, que causem prejuízos ou danos a terceiros. Convém lembrar, ainda, que a disregard doctrine visa atingir o detentor do comando efetivo da empresa, ou seja, o acionista controlador (maitre de l’affaire ou active shareholder) e não os diretores assalariados ou empregados, não participantes do controle acionário. Pressupõe, portanto, a utilização fraudulenta da companhia pelo seu controlador, sendo que na Inglaterra, observa Tunc, opera-se sua extensão aos casos graves de negligência ou imprudência na conduta negocial (reckless trading), admitindo que se acione o administrador se houver culpa grave (misfeasance e breach of trust), para que sejam indenizados os prejuízos causados à sociedade por atos praticados contra ela. Nos Estados Unidos essa doutrina só tem sido aplicada nas hipóteses de fraudes comprovadas, em que se utiliza a sociedade como mero instrumento ou simples agente do acionista controlador. Em tais casos de confusão do patrimônio da sociedade com o do acionista induzindo terceiros em erro, tem-se admitido a desconsideração, para responsabilizar pessoalmente o controlador”.
Há no Direito Brasileiro, segundo Fábio Ulhoa Coelho,� duas teorias. “De um lado, a teoria mais elaborada, de maior consistência e abstração, que condiciona o afastamento episódico da autonomia patrimonial das pessoas jurídicas à caracterização da manipulação fraudulenta ou abusiva do instituto. Nesse caso, distingue-se com clareza a desconsideração da personalidade jurídica e outros institutos jurídicos que também importam a afetação de patrimônio de sócio por obrigação da sociedade (p. ex., a responsabilização por ato de má gestão, a extensão da responsabilidade tributária ao gerente etc.). Ela será chamada, aqui, de teoria maior. De outro lado, a teoria menos elaborada, que se refere à desconsideração em toda e qualquer hipótese de execução do patrimônio de sócio por obrigação social, cuja tendência é condicionar o afastamento do princípio da autonomia à simples insatisfação de crédito perante a sociedade. Trata-se da teoria menor, que se contenta coma demonstração pelo credor da inexistência de bens sociais e da solvência de qualquer sócio, para atribuir a este a obrigação da pessoa jurídica.”
De acordo com Fábio Ulhoa Coelho, há duas maneiras para se formular a teoria da desconsideração da personalidade jurídica: (a) a primeira – a maior, quando o juiz deixa de lado a autonomia patrimonial da pessoa jurídica, coibindo-se a prática de fraudes e abusos; (b) a segunda – a menor, em que o simples prejuízo já autoriza o afastamento da autonomia patrimonial da pessoa jurídica.
5. A desconsideração no direito brasileiro
No Direito Pátrio, a teoria da desconsideração da personalidade jurídica é aplicada em hipóteses de simulação, fraude à lei ou à execução.
Em alguns diplomas legais, a teoria da desconsideração da pessoa jurídica é prevista de forma expressa, como, por exemplo:
(a) na sociedade por cota de responsabilidade limitada, nos casos de excesso de mandato e pelos atos praticados com violação do contrato ou da lei, a responsabilidade dos sócios-gerentes ou que derem o nome à firma encontra-se prevista no art. 10 do Decreto 3.708/19; 
(b) na sociedade anônima, a responsabilidade do acionista, controlador e do administrador está prevista nos arts. 115, 117 e 158, da Lei 6.404/76;
(c) a Lei 9.605/98, art. 4º, prevê a desconsideração da pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente;
(d) no direito pátrio, a disregard doctrine foi acolhida pelo CDC (art. 28, Lei 8.078/90), autorizando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade quando houver: (1) abuso de direito, desvio ou excesso de poder, lesando consumidor; (2) infração legal ou estatutária, por ação ou omissão, em detrimento do consumidor; (3) falência, insolvência, encerramento ou inatividade, em razão da má administração; (4) obstáculo ao ressarcimento dos danos que causar aos consumidores, pelos simples fato de ser pessoa jurídica;� 
(e) a Lei 12.529/11, art. 34, determina a desconsideração da personalização da pessoa jurídica quando ocorrer infração à ordem econômica, desde que configurado abuso de direito, excesso de poder, infração à lei, fato ou ato ilícito, violação dos estatutos ou contrato social e quando houver falência, insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração; 
(f) de acordo com o art. 19, Lei 12.846/13, em razão da prática de atos lesivos à administração pública, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras: (1) perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; (2) suspensão ou interdição parcial de suas atividades; (3) dissolução compulsória da pessoa jurídica; (4) proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de um e máximo de cinco anos. A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado ter sido: (a) a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; (b) constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados. Qualquer das sanções poderá ser aplicada de forma isolada ou cumulativa. O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, ressalvado o direito do terceiro de boa-fé.
O art. 50, CC, acabou por adotar essa teoria. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações civis sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Nos seus comentários ao art. 50, Maria Cecília Alves Pinto� afirma: “Edilton Meireles lamenta que o novo Código não tenha avançado mais na despersonificação da pessoa jurídica, para fins de responsabilidade de seus sócios, pois o projeto previa a responsabilidade solidária, sempre que o administrador ou representante se houvesse utilizado da maneira fraudulenta ou abusiva da pessoa jurídica. Entretanto, o fato de ter havido limitação da responsabilidade dos administradores ou sócios da pessoa jurídica à hipótese de abuso da personalidade, caracterizado por desvio de conduta ou confusão patrimonial, não obsta a despersonificação da pessoa jurídica, com responsabilidade pessoal dos administradores e sócios, em decorrência da aplicação da teoria da responsabilidade civil por atos ilícitos. ...
Seguindo a linha de raciocínio do jurista citado, referido art. 927 autoriza a desconsideração da personalidade jurídica do empregador, com responsabilização pessoal dos sócios ou administradores, sempre que causarem dano aos empregados, em decorrência de ato ilícito. E o não cumprimento da legislação trabalhista, sendo o empregado lesado em direitos que lhe são assegurados, subsume-se à previsão legal, gerando a responsabilização do sócio ou administrador responsável pelo dano.
É importante salientar, ainda, que, no Direito do Trabalho, em que a execução pode ser iniciada a requerimento do interessado, ou ex officio, pelo próprio juiz competente, nos termos do art. 878 da CLT, tem-se por inaplicável ao processo trabalhista o art. 50 do CC/2002, quando exige, para a despersonificação da pessoa jurídica, o requerimento da parte ou do Ministério Público. Detendo o juiz o impulso oficial da execução, mesmo sem requerimento, pode direcioná-la contra o sócio ou administrador responsável, atendidos os preceitos legais a respeito da questão.”
Apesar das críticas doutrinárias, não se pode negar os avanços adotados no art. 50 do CC, a saber: (a) a adoção de uma regra genérica a respeito da responsabilidade civil dos administradores e sócios da pessoa jurídica por abuso da personalidade jurídica; (b) essa responsabilidade inclui o administrador ou o sócio de qualquer pessoa jurídica; anteriormente, somente havia previsão legal para o administrador da sociedade anônima e os sócios das sociedades comerciais limitadas.
6. A responsabilidade do sócio e o Direito do Trabalho
Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade senão nos casos previstos em lei. O sócio, demandado pelo pagamento da dívida, tem direito a exigir que sejam primeiro executados os bens da sociedade (art. 795, caput, CPC).
O sócio, que pagar a dívida, poderá executar o devedor (pessoa jurídica) nos autos do mesmo processo (art. 795, § 3º, CPC).
Questão interessante é quanto à responsabilidade do sócio, quando os bens da pessoa jurídica são insuficientes para a satisfação do valor global da execução.
Os bens particulares de sócio, como regra geral, não podem ser objeto de penhora por dívida da sociedade, pois o patrimônio dos sócios não se confunde com o da pessoa jurídica.
Cabe aos sócios o direito de exigir que sejam executados, em primeiro lugar, os bens da sociedade, indicando bens livres e desembaraçados da empresa, suficientes para a liquidação do débito (art. 795, § 2º, CPC).
O CPC/2015 exige que, para fins da desconsideração da personalidade jurídica, que se faça o incidente previsto nos arts. 134 a 137 (art. 795, § 4º). 
A penhora, em bens particulares dos sócios, é feita quando não há patrimônio da sociedade,ou quando se tem a dissolução ou extinção irregular da sociedade.
Deve ser aplicada a teoria da desconsideração da personalidade jurídica como forma de se conseguir bens em quantidade suficiente para a devida satisfação dos créditos reconhecidos em juízo.
Também se justifica a responsabilidade do sócio, em execução trabalhista, quando o mesmo, antes da propositura da ação, efetua a cessão de suas cotas, desligando-se da sociedade.
Os sócios devem responder pelos débitos da pessoa jurídica quando os seus bens são insuficientes ou não são localizados, precipuamente, considerando-se a natureza alimentar e privilegiada dos créditos trabalhistas.
No Direito do Trabalho, alguns defendem a menção do nome do sócio executado no título executivo judicial, de maneira a evitar constrição judicial contra quem não foi citado, negando-lhe o direito de defesa. Por analogia, invocam a inteligência da Súm. 205, TST (verbete cancelado em 2003).
Seus defensores entendem que, “por analogia, o referido Enunciado poderá ser aplicado quando o sócio for chamado a responder pela pessoa jurídica, já que a reclamatória jamais é proposta contra a pessoa jurídica e seus sócios ou diretores”.�
Nesse sentido, são os ensinamentos de Wilson de Souza Campos Batalha:� “Essa longa viagem através dos atos de fraude e da solidariedade que envolvem e demonstram que a personalidade jurídica, como conceito, não pode frustrar a aplicação dos princípios jurídicos a realidade subjacente, desde que se obedeçam aos requisitos fundamentais da execução – a participação de quem vier a ser condenado no processo executório e a sua inclusão no título executivo judicial. O título executivo judicial, como o título executivo cartular necessita ser completo e insuscetível de dúvidas, constituindo requisito essencial a sua nominatividade, sem a qual o processo executório constituiria fonte de insegurança e incerteza.”
 A inclusão do nome dos sócios na fase de conhecimento não pode ser condição sine qua non para a sua execução, nos casos de fraude ou abuso de direito, eis que não nos parece estar em consonância com a moderna teoria disregard doctrine, até porque as disposições legais não fazem essa exigência.
Mais do que isso, tal exigência nos parece inclusive violar o próprio espírito dessa teoria, já que após incansáveis anos seguidos à espera da tutela jurisdicional, preste a receber aquilo que lhe é de direito, o autor não consegue receber seus créditos, porque os sócios fecharam as portas e dilapidaram o patrimônio da pessoa jurídica, em um verdadeiro gesto de má-fé.
A teoria da disregard of legal entity pretende evitar esses tipos de fraudes e abusos de direitos, garantindo a continuidade da execução contra a pessoa dos sócios ou empresas coligadas.
Há o predomínio da aplicação da teoria objetiva na desconsideração da personalidade jurídica ante o caráter protetor do Direito do Trabalho e a valorização do trabalho para a própria dignidade do trabalhador como ser humano.
Nesse sentido, Carlos Carmelo Balaró� ensina que “[...] a jurisprudência reinante nos Tribunais do Trabalho está calcada no sentimento de que basta a comprovação da ausência de bens da pessoa jurídica para satisfação da execução para a responsabilização dos seus sócios e ex-sócios, independente da comprovação dos artigos 50 do CC e 28 do CDC, ou das ponderações sobre a garantia do contraditório ao menos quanto à possibilidade de impugnação da conta de liquidação em sede de embargos à execução. Tal sentimento da nossa jurisprudência especializada pode até causar indignação aos estudiosos de outras áreas do Direito, entretanto, nas palavras de José Augusto Rodrigues Pinto, deve-se preservar e privilegiar ‘[...] o princípio primário do Direito do Trabalho, do qual emergiram, por desdobramento, todos os demais, [...] da Proteção do Hipossuficiente Econômico’. No mesmo sentido, encontramos nos ensinamentos de Arion Sayão Romita, citado por Francisco Antonio de Oliveira, que: ‘não se compadece com a índole do direito obreiro a perspectiva de ficarem os créditos trabalhistas a descoberto, enquanto os sócios, afinal os beneficiários diretos do resultado do labor dos empregados da sociedade, livram os seus bens pessoais da execução, a pretexto de que os patrimônios são separados. Que permaneçam separados para os efeitos comerciais, compreende-se; já para os fins fiscais, assim não entende a lei; não se deve permitir, outrossim, no Direito do Trabalho, para a completa e adequada proteção dos empregados”.
O TST tem acolhido a teoria objetiva na desconsideração da personalidade jurídica.�
Evidentemente, o que é inadmissível é a execução de créditos contra uma pessoa natural ou jurídica que não possua nenhuma relação com o fato, seja uma relação direta (da própria pessoa), seja ela indireta (responsabilidade por atos de outrem).
O Enunciado 5 da Jornada Nacional sobre Execução na Justiça do Trabalho (realizada nos dias 24 a 26 de novembro de 2010, em Cuiabá) assim dispõe: “Constatada durante a execução trabalhista, após a desconsideração da personalidade jurídica, que o executado é mero sócio aparente, deve-se ampliar a execução para alcançar o sócio oculto. Tal medida não viola a coisa julgada.”
Os Enunciados 2 e 20 da Jornada Nacional sobre Execução na Justiça do Trabalho (2010) assim dispõem: “En. 2 – Desconsiderada a personalidade jurídica da executada para atingir o patrimônio dos sócios, em se constatando a insuficiência de patrimônio da empresa, cabe a imediata constrição cautelar de ofício do patrimônio dos sócios, com fulcro no art. 798 do Código do Processo Civil (CPC), inclusive por meio dos convênios Bacen Jud e Renajud, antes do ato de citação do sócio a ser incluído no polo passivo, a fim de assegurar-se à efetividade do processo.”
“En. 20 – A falência e a recuperação judicial, sem prejuízo do direito de habilitação de crédito no juízo universal, não impedem o prosseguimento da execução contra os coobrigados, os fiadores e os obrigados de regresso, bem como os sócios, por força da desconsideração da personalidade jurídica.”
O STJ fixou o entendimento de que se presume dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente (Súm. 435).
A interpretação dos arts. 1.003,� parágrafo único, e 1.032,� do CC, indica a responsabilidade solidária do sócio que se retira da empresa, a qual, contudo, tem a limitação temporal de 2 anos após a averbação no registro.
Há julgado do TST quanto à aplicação do prazo de dois anos� para fins de exclusão da responsabilidade do ex-sócio na execução trabalhista.
Mauro Schiavi� entende ser aplicável o art. 1.003 ao Processo do Trabalho: “No nosso sentir, o art. 1.003 do Código Civil se aplica ao Processo do Trabalho, por conter um critério objetivo e razoável de delimitação da responsabilidade do sócio retirante. Não obstante, em caso de fraude ou notória insolvência da empresa ao tempo da retirada, a responsabilidade do sócio retirante deve persistir por prazo superior a dois anos.”
A Lei 13.467 (Reforma Trabalhista), de 13/7/2017, regulou a responsabilidade do sócio retirante (art. 10-A, CLT), em nível de sucessão trabalhista, ao dispor que responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato. Contudo, deverá ser observada a seguinte ordem de preferência: (a) a empresa devedora; (b) os sócios atuais; (c) os sócios retirantes. Caso seja a hipótese de fraude, o sócio retirante responderá solidariamente com os demais sócios.
Com a reforma trabalhista, o prazo decadencial de dois anos é interrompido com o ajuizamento da demanda trabalhista, portanto, o sócio retirante não mais poderá invocar a interrupção a partir do momento em que houve a desconsideração na fase executória da demanda trabalhista.�Por outro lado, ao contrário do Código Civil (art. 1.003) (= responsabilidade solidária), a responsabilidade do sócio retirante é subsidiária, sendo somente solidária diante da fraude na alteração societária. Diante da fraude, não se tem a observância da ordem de preferência. � 
7. Teoria inversa da desconsideração da personalidade jurídica
A aplicação da teoria inversa da desconsideração da personalidade jurídica faz com que a pessoa jurídica seja responsabilizada por débitos contraídos por sócios, administradores ou ex-sócios. É uma forma de se coibir a prática de fraudes por sócios, os quais transferem os seus bens para a pessoa jurídica, como forma de prejudicar os seus credores pessoais. Ao invés da responsabilidade do patrimônio do sócio, quem será responsabilizado é o patrimônio da pessoa jurídica. Tem-se a confusão entre o patrimônio da pessoa jurídica e o do sócio, o que deve ser punido, aplicando-se, assim, a inteligência do art. 50 do Código Civil.
Ben-Hur Silveira Claus� ensina: “A desconsideração inversa da personalidade jurídica visa a coibir o desvio de bens do sócio para a sociedade, conforme se extrai da lição de Fábio Ulhoa Coelho. Na desconsideração inversa, o abuso da personalidade jurídica do ente societário caracteriza-se pelo preenchimento do suporte fático da confusão patrimonial, requisito previsto no art. 50 do Código Civil. O autor esclarece que a desconsideração inversa consiste no afastamento do princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica para responsabilizar a sociedade por obrigação do sócio, técnica jurídica que tem cabimento quando ‘[...] o devedor transfere seus bens para a pessoa jurídica sobre a qual detém absoluto poder. Desse modo, continua a usufruí-los, apesar de não serem de sua propriedade, mas da pessoa jurídica controlada’. Vale dizer, a técnica da desconsideração inversa tem aplicação quando o sócio esvazia seu patrimônio pessoal, transferindo-o à pessoa jurídica da qual é sócio, para furtar-se às obrigações que são de sua responsabilidade pessoal, mediante a artificiosa invocação da autonomia patrimonial da sociedade personificada para a qual o sócio desviou seu patrimônio pessoal.”
Mauro Shiavi afirma que é aplicável essa teoria ao processo trabalhista, como forma de valorização da satisfação do crédito trabalhista, aplicando-se, assim, a inteligência evolutiva e teleológica dos artigos 50 do Código Civil e 28 do Código de Defesa do Consumidor. 
Há julgados na Justiça do Trabalho que reconhecem a inversão na desconsideração da personalidade jurídica.� 
O CPC/15 admite a desconsideração inversa da personalidade jurídica (art. 135).
8. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica no CPC/15
Com o incidente da desconsideração da personalidade jurídica, o CPC/15 criou uma nova modalidade de intervenção de terceiros, assim, não se exige uma ação judicial própria para a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica. 
Quanto à sua disciplina legal, destacam-se (arts. 134 a 137):
(a) o incidente será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. Será obrigatória a observância dos pressupostos previstos em lei. Admite-se a hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica; 
(b) o pedido é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial; 
(c) a instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. A comunicação é dispensada quando o pedido é efetuado na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica; 
(d) a instauração do incidente suspende o processo, exceto se o requerimento for efetuado na petição inicial. O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 dias. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória, contra a qual caberá agravo de instrumento. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno; 
(e) acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
É considerado terceiro, para fins de embargos de terceiro, quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte (art. 674, § 2o, III, CPC).
Na sistemática processual civil, o recurso contra as decisões proferidas em incidente de desconsideração da personalidade jurídica é o agravo de instrumento (art. 1.015, IV, CPC).
O NCPC estabelece que ficam sujeitos à execução os bens do responsável, nos casos da desconsideração da personalidade jurídica, se observado o incidente (art. 790, VII, CPC).
Quanto à fraude à execução, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar (art. 792, § 3º, NCPC).
É considerado terceiro, para fins de embargos de terceiro, quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte (art. 674, § 2o, III, NCPC).
9. A aplicação do incidente de desconsideração da personalidade jurídica ao processo do trabalho
Há na doutrina trabalhista uma razoável resistência a aplicação do incidente de desconsideração da personalidade jurídica ao processo trabalhista. 
Em linhas gerais, as objeções repousam nos seguintes argumentos: 
(a) a exigência de iniciativa da parte, o que colide com o princípio do impulso oficial (art. 878, CLT);
(b) a suspensão automática do processo, para a solução do incidente, o que colide com a celeridade processual, com prejuízo evidente à garantia da efetividade da jurisdição;
(c) a necessidade que possui o credor em provar os requisitos quanto à desconsideração da personalidade jurídica, o que poderia inviabilizar o seu deferimento, pelas dificuldades práticas na produção dessa prova;
(d) a necessidade do contraditório prévio, o que colide com o processo trabalhista, o qual exige a garantia do juízo, para que, posteriormente, o devedor possa discutir a sua legitimação quando da oposição de embargos à execução;
(e) a possibilidade de recurso imediato, o que colide com o princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias no processo trabalhista (art. 893, § 1º, CLT; Súm. 214, TST).
Assim, como inúmeras outras inovações do CPC, não temos dúvidas que o incidente da desconsideração da personalidade jurídica é compatível com o processo trabalhista (arts. 769 e 889, CLT; art. 15, CPC), notadamente, por ser um procedimento que permite o respeito à segurança jurídica e ao devido processo legal quanto à pessoa do sócio ou ex-sócio (arts. 7º e 10, CPC). 
Contudo, face às peculiaridades microssistema processual, a aplicação do incidente de desconsideração da personalidade jurídica deve ser adequada aos procedimentos do processo do trabalho.
Por conta disso, entendemos que o incidente pode também ser instaurado de ofício, na medida em que a execução trabalhista pode ser processada por ato do magistrado (art. 878, CLT). 
A IN 39/16 (art. 6º, caput), do TST, determina a aplicação do incidente de desconsideração da personalidade jurídica ao processo trabalhista, assegurando a iniciativa, na fase de execução, também ao juiz do trabalho (art. 878, CLT).
A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar (art. 301, CPC) (art. 6º, § 2º, IN 39). Isso significa que o juiz trabalhista, de ofício, poderá adotar as medidas necessárias, durante o desenrolar do incidente, para evitar o perigo de dano ou o risco ao resultadoútil do processo. Por exemplo, durante a solução do incidente, poderá ser determinada a indisponibilidade dos bens do sócio ou ex-sócio.
 
A Lei 13.467 fixou que o incidente de desconsideração da personalidade jurídica é aplicável ao processo trabalhista (art. 133 e segs., CPC) (art. 855-A, CLT).
Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Não há dúvidas que, para fins de acolhimento do incidente, o juiz trabalhista irá adotar a teoria menor, não se exigindo que o credor trabalhista demonstre a culpa do sócio ou do ex-sócio na gestão patrimonial da pessoa jurídica. 
Além disso, o magistrado, diante do caso concreto, poderá adotar medida acautelatórias (v.g. sequestro, arresto e indisponibilidade de bens) ex officio, na medida em que visem a efetivar as decisões judiciais (art. 855-A, § 2º, CLT). 
A Lei 13.467 alterou a redação do art. 878, CLT, ao dispor que a execução de ofício somente é permitida nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. Evidente a inconstitucionalidade da nova redação, visto que a atuação de ofício do magistrado, ante o impulso oficial, é fator de aplicação do princípio constitucional da razoabilidade da duração do processo (art. 5º, LXXVIII).
Em relação aos recursos na seara trabalhista, temos: 
(a) na fase de conhecimento, seja a matéria discutida em decisão interlocutória ou na própria sentença definitiva, o recurso cabível é o ordinário quando da prolação da sentença (art. 893, § 1º, CLT; art. 855-A, § 1º, I). Assim, tratando-se de decisão interlocutória proferida no curso do processo, a parte interessada deverá consignar sua insatisfação – “protesto não preclusivo” (art. 795) e, posteriormente, questioná-la pelo recurso ordinário; 
(b) se ocorrer o incidente apenas na fase recursal por decisão monocrática do relator do processo, o recurso oponível será o agravo interno (art. 855-A, § 1º, III); 
(c) na liquidação ou execução de sentença, após a decisão do incidente, a priori, tem-se o direcionamento da execução em relação à pessoa do sócio ou ex-sócio. Pela ótica dos autores, após a garantia do juízo (art. 884), o sócio deverá interpor embargos à execução. Da decisão que julgar os embargos, caberá o agravo de petição (art. 897, “a”). Contudo, o art. 855-A, § 1º, II, dispõe que na fase de execução, o recurso cabível é o agravo de petição, sem a necessidade da garantia do juízo.
 
10. Conclusão
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica é um mecanismo de segurança jurídica, visto que preserva o direito do sócio ou da pessoa jurídica a uma defesa prévia, antes que o seu patrimônio possa ser afetado à uma determinada execução.
Não há óbices intransponíveis à sua aplicabilidade ao processo do trabalho, desde que possa ser adotado de ofício pelo magistrado, face ao impulso oficial, inclusive, com as medidas acautelatórias necessárias de ofício, para que o incidente não leve ao desaparelhamento da própria execução. 
Bibliografia
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� Francisco Ferreira Jorge Neto. Desembargador do Trabalho (TRT 2ª Região). Professor convidado no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu da Escola Paulista de Direito. Mestre em Direito das Relações Sociais – Direito do Trabalho pela PUC/SP.
Jouberto de Quadros Pessoa Cavalcante. Professor da Faculdade de Direito Mackenzie. Professor Convidado no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu PUC/PR e outros diversos cursos. Doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Integração da América Latina pela USP/PROLAM. Membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas.
� RODRIGUES, Silvio. Direito civil. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 1995, v. 1, p. 74.
� DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, v. 1, p. 257.
� COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 1999, v. 2, p. 35.
� “Esse preceito do Código de Defesa do Consumidor (art. 28, § 5o) é plenamente aplicável ao direito do trabalho, autorizando, portanto, a desconsideração da personalidade jurídica do empregador na fase de execução trabalhista. Vale lembrar que o direito do consumidor, preocupado com a proteção da parte mais vulnerável em termos materiais e processuais, guarda especial semelhança com o direito do trabalho, igualmente atento à parte da relação jurídica que apresenta maior vulnerabilidade material e processual. Essa similitude de princípios e finalidades chancela a incidência daquele dispositivo nas relações laborais, como forma de assegurar a efetividade e o cumprimento da própria legislação trabalhista. Assim, havendo insuficiência de bens por parte da empresa empregadora pagar as dívidas trabalhistas, com fundamento no art. 28, § 5o, do CPC, a jurisprudência dos tribunais admite alcançar os bens dos sócios, por aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica” (PEDUZZI, Maria Cristina Irigoyen. Execução trabalhista e responsabilidade de sócios e diretores, Revista Magister de Direito do Trabalho, no 57, p. 17, nov./dez. 2013).
� PINTO, Maria Cecília Alves. O direito de empresa no novo Código Civil e seus reflexos no direito do trabalho. In: LAGE, Emérson José Alves; LOPES Mônica Sette (Coord.). Novo Código Civil e seus desdobramentos no Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2003, p. 144.
� OLIVEIRA, Francisco Antonio. Comentários aos Enunciados do TST. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, p. 457. 
� BATALHA, Wilson de Souza Campos. Desconsideração da personalidade jurídica na execução trabalhista: responsabilidade dos sócios em execução trabalhista contra sociedade, Revista LTr, v. 58, no 11, p. 1299.
� BALARÓ, Carlos Carmelo. O sócio, o ex-sócio, o administrador da empresa e o alcance da execução trabalhista, Revista do Advogado da Associação dos Advogados de São Paulo, ano XXVIII, no 97, p. 43, maio 2008.
� TST – AIRR 0084700-87.1998.5.05.0009 – Relª Minª Dora Maria da Costa – DJe 30/6/2015 – p. 1405.
� Até 2anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio (art. 1.003, parágrafo único, CC).
� A retirada, exclusão ou morte do sócio, não o exime, ou a seus herdeiros, da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até 2 anos após averbada a resolução da sociedade; nem nos dois primeiros casos, pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não se requerer a averbação (art. 1.032, CC).
� “(...) AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. SÓCIO RETIRANTE. REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO. PRAZO. PROVIMENTO. Por prudência, ante possível afronta direta e literal ao artigo 5º, LIV, da Constituição Federal, o destrancamento do recurso de revista é medida que se impõe. Agravo de instrumento a que se dá provimento. RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. 1 - PRELIMINAR DE NULIDADE. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. POSSIBILIDADE DE DECIDIR O MÉRITO FAVORAVELMENTE À PARTE RECORRENTE. APLICAÇÃO DO ARTIGO 249, § 2º, DO CPC. Deixa-se de analisar a preliminar de nulidade por negativa de prestação jurisdicional quando há a possibilidade de decidir o mérito do recurso favoravelmente à parte recorrente, consoante autoriza o artigo 249, § 2º, do CPC, aplicado subsidiariamente a esta Justiça Especializada, por força do artigo 769 da CLT. 2 - DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. SÓCIO RETIRANTE. REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO. PRAZO. PROVIMENTO. O quadro fático delineado pelo egrégio Tribunal Regional permite observar três marcos temporais cruciais para a solução da demanda: i) prestação dos serviços para a empresa executada por apenas 10 dias, no período de 11.5.1999 a 20.5.1999; ii) retirada do recorrente do quadro social da empresa executada em 15.6.2000, data em que averbada na Junta Comercial; e iii) redirecionamento da execução para o sócio retirante apenas no ano de 2010. Neste sentido, o egrégio Tribunal Regional, ao manter a execução contra o ex-sócio da executada, utilizando-se da teoria da desconsideração da personalidade jurídica, prevista no artigo 28, § 5º, do CDC, com fundamento apenas no fato de que o ora recorrente se beneficiou dos serviços prestados pelo reclamante por figurar, à época, como sócio da empresa, não observou o princípio constitucional do devido processo legal, sem o qual ninguém pode ser privado dos seus bens. Anote-se, ainda, que manter a d. Decisão do egrégio Tribunal Regional importaria em grave insegurança jurídica nas relações trabalhistas e civis, pois equivaleria a dar guarida à eternização das obrigações delas decorrentes, hipótese que vai de encontro às garantias fundamentais previstas no artigo 5º da Constituição Federal. O executado, portanto, não pode ser privado de seus bens, em decorrência de responsabilidade por obrigações sociais, após o transcurso do prazo de 2 anos da averbação de sua retirada do quadro social da empresa perante a Junta Comercial. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento” (TST – RR 0001452-69.2011.5.09.0459 – Rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos – DJe 26/6/2015 – p. 1553).
� SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 10. ed. São Paulo: LTr, 2016, p. 1089.
� “O enxerto do art. 10-A ao texto da CLT pode ter piorado a condição do sócio retirante: aplica-se, em geral, a regra do art. 1.003, parágrafo único, do CC, quanto ao prazo de dois anos da responsabilidade do sócio retirante. Ocorre que a reforma trabalhista de 2017 adotou o entendimento de que os dois anos se calculam entre a saída do sócio e o ajuizamento da ação trabalhista. Ou seja, contanto que a ação esteja ajuizada, o sócio pode ser responsabilizado cinco, dez, quinze anos após, porque somente após a fase de conhecimento e o acertamento dos cálculos é que se descobrirá se a pessoa jurídica e os sócios atuais têm patrimônio suficiente para arcar com o débito. Para o sócio retirante, era mais favorável o entendimento de que ele respondia por dois anos contados entre sua saída e a fase de execução ou simplesmente entre sua saída e o mandado de citação, penhora e avaliação. Agora, ele ficará vinculado a um processo trabalhista cuja existência ele pode até mesmo desconhecer” (SILVA, Homero Batista Mateus. Comentários à Reforma Trabalhista – Análise da Lei 13.467/2017 – Artigo por artigo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017, p. 27).
� “O art. 10-A, parágrafo único, prevê a hipótese de responsabilidade direta do ex-sócio, sem passar pelo esgotamento do patrimônio societário ou dos sócios atuais, em caso de prova da fraude na alienação empresarial” (SILVA, Homero Batista Mateus. Ob. cit., p. 28).
� CLAUS, Ben-Hur Silveira. A Desconsideração Inversa da Personalidade Jurídica na Execução Trabalhista e a Pesquisa Eletrônica de Bens de Executados, Revista Síntese Trabalhista e Previdenciária, no 290, ago. 2013, p. 13.
� TRT – 2a R. – 14a T. – AP 02233009619915020048 – Rel. Davi Furtado Meirelles – j. 27/3/2014.
TRT – 2a R. – 4a T. – AP 02639000220075020501 – Rel. Ivani Contini Bramante – j. 2/4/2013.
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