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Apostila Gestão de Custos

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GESTÃO 
ESTRATÉGICA DE 
CUSTOS 
José Ângelo Ferreira 
 
 1 
 
ÍNDICE 
 
Unidade I: Aspectos Introdutórios da Contabilidade de Custos.....................................3 
Tópico 1.1 - Importância da Gestão de Custos na Empresa. . . . . . . .. . .. . .. . .. .4 
Tópico 1.2 - Conceitos e Objetivos de Custos...............................................................7 
Tópico 1.3 - Classificação de Custos...........................................................................10 
Exercícios......................................................................................................................20 
 
Unidade II: Gestão Estratégica de Custos.....................................................................23 
Tópico 2.1 - Utilizando a Analise Custo Volume Lucro (CVL) para Tomada de 
Decisão..........................................................................................................................25 
Tópico 2.2 - Planejamento do Custo e Análise............................................................33 
Tópico 2.3 - Análise do Ponto de Equilíbrio (Break-Even)..........................................38 
Tópico 2.4 - Efeito do Mix de Vendas no Lucro..........................................................43 
Exercícios......................................................................................................................50 
 
Unidade III: Formação de Preço...................................................................................56 
Tópico 3.1 – Elementos do Demonstrativo de Resultados. . . . . . . .. . .. . .. . .. . .58 
Tópico 3.2 – Formação de Preço..................................................................................62 
 
Unidade IV: Sistemas e Métodos de Custeio................................................................72 
Tópico 4.1 – Sistemas de Custeio: Princípios e Métodos.............................................74 
Tópico 4.2 – Sistemas Tradicionais de Custeio............................................................77 
Exercícios......................................................................................................................95 
 
Gabarito.......................................................................................................................105 
 
 
 2 
 
 
UNIDADE I 
 
 
Aspectos introdutórios da Contabilidade de Custos 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos de Aprendizagem 
• Conhecer e direcionar os custos dos produtos. 
• Analisar os fatores diretores do custo. 
• Medir o custo da falha por toda a organização buscando oportunidades de 
melhoria. 
• Identificar os fatores que dirigem os custos. 
• Direcionar os esforços da gestão visando o controle custos. 
• Reconhecer e refletir sobre a importância do custo como um processo 
organizacional-chave para a empresa. 
 
 
 
Plano de Estudo 
 
• Importância da Gestão de Custo na Empresa 
 
• Conceitos e Objetivos sobre Custos 
 
• Classificação de Custo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
Com a abertura do mercado brasileiro à globalização iniciada na década de 90, a 
gestão de custos passou por grandes transformações, já que a inserção do país no 
mercado globalizado permitindo que empresas estrangeiras, antes impossibilitadas de 
comercializarem seus produtos no Brasil, oferecessem ao consumidor brasileiro 
produtos fabricados muitas vezes com tecnologia e qualidade superiores aos nacionais, 
provocaram nas empresas brasileiras, a necessidade, independente ao seu porte ou 
mercado de atuação, a aprimorar técnicas de análise de resultados e de custeio dos seus 
produtos e serviços. 
 
Os gestores estão diante de um novo cenário de ordem econômica e social, que 
impactam de forma incisiva na gestão. Os negócios tem agora outra configuração, 
estão mais competitivos e com ganhos cada vez mais modestos. Hoje, a gestão dos 
negócios requer mais dedicação e muita técnica. 
Aferir lucro é exigência maior de qualquer atividade econômica pois impactam 
nas demais funções da organização, já que o lucro, permite solidificar o seu 
patrimônio. Porém, o lucro não ser resume a uma simples verificação da diferença 
entre preço e custo, receita e despesa, o lucro é uma a consequência da soma das 
ações gerenciais como um todo: qualidade, produtividade, planejamento, controle, 
entre outras. 
Em seu aspecto mais técnico, o lucro deixou de ser atributo da receita, mas sim 
é resultante dos custos incorridos, fazendo com que, almejar lucro, recai sobre o 
controle e a gestão destes custos de forma inversamente proporcional: menor custo 
implica em maior lucro. 
Diante desta nova realidade, as empresas sejam elas pequenas, médias ou 
grandes, precisam não só de ferramentas eficientes, para serem utilizadas na 
administração do negócio e sim de uma mudança de cultura, de processos, de 
comportamento de um novo paradigma consubstanciada em técnicas modernas de 
gestão de custos. 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
 
TÓPICO 1.1- Importância da Gestão de Custos na Empresa 
 
 
O impacto da concorrência provocou uma reflexão na estrutura e gerenciamento 
dos custos, considerando que contabilidade de custos das empresas empregava 
técnicas que forneciam ao gestor somente as informações básicas dos custos que, de 
posse delas tomavam as decisões de investimentos e comercialização, técnicas estas 
cujo critério centrava no rateio dos custos fixos pela mão-de-obra direta ou 
horas/máquina, por exemplo, ignorando fatores como contribuição, variedade, 
complexidade e mudança (FERREIRA, 2007). 
 
O sistema de formação de preços das empresas tinha como foco a pretensão de 
lucro estabelecida pelo empresário, que adicionada ao custo obtido na transformação 
do produto, determinava seu preço de venda. Esta ótica de gestão, subordinada ao 
ambiente inflacionário endêmico vigente no Brasil, impossibilitava ao consumidor, 
estabelecer qualquer referencial de preços. O poder de definir o preço estava nas mãos 
da empresa. 
 
 
 
 
Para Ferreira (2007), o preço de venda era definido pela seguinte equação: 
 
 Custo + Lucro = Preço de venda 
 
 Custo: obtido pelo empresário 
 Lucro: estabelecido pelo empresário 
 Preço: resultante 
 
 
A falta de concorrência e a inflação sempre crescente, tornava dispensável 
implementação de um sistema de custeio mais eficiente, uma vez que a que a variação 
diária da inflação embutida nos preços, mascarava e encobria toda e qualquer perda. 
 
 
#REFLITA 
O processo inflacionário brasileiro nesta época, absolvia e absorvia todas as 
ineficiências da empresa, e o cliente, sem alternativa, pagava esse ônus nos preços dos 
produtos e serviços. 
 5 
 Preço – Custo = Lucro 
 
 Preço: definido pelo mercado 
 Custo: gerenciado pelo empresário 
 Lucro: resultado 
 
#REFLITA# 
 
 A concorrência, consequente da abertura de mercado, provocou uma mudança 
substancial na concepção tradicional de custos. A empresa percebe então que seu 
poder em determinar o preço de seus produtos e serviços, migram para as mãos do 
cliente, quando este passa a ser definido pelo mercado. 
 
 O lucro de determinante passa a determinado nesta nova equação, fazendo com 
que o gerenciamento eficaz dos custos se torne uma meta estratégica da organização, 
tendo como premissa o conhecimento, a análise e a otimização de seus custos, na 
necessidade de competir neste mercado globalizado com produtos e serviços cada vez 
mais competitivos. Esta nova realidade, segundo Ferreira (2007) pode ser representada 
na seguinte equação: 
 
 
 
 
 
 
 
Os problemas causados pelo desperdício, da falta de qualidade, da baixa 
produtividade refletidos nos produtos e serviços, foram rapidamente
sentidos pelo 
consumidor, fazendo com que optassem pelos produtos importados com qualidade 
superior e preços menores que os praticados pelas empresas brasileiras. Problemas 
como custos não identificados, ou classificados de forma incorreta, métodos 
inadequados de apropriação dos custos indiretos aos produtos, mostram que, apesar 
das grandes mudanças ocorridas na forma de gestão dos custos, ainda ocorrem com 
frequência nas empresas. 
 
 Sabemos porém, que os processos de uma organização sofrem constantes 
pressões das forças competitivas como: novos concorrentes, produtos substitutivos, 
poder de imposição de alguns clientes, forma de negociação dos fornecedores, a 
rentabilidade exigida pelos acionistas e diante destas forças, a importância do preço 
tem um forte peso no processo decisório do cliente, o que provoca nas organizações 
uma busca no domínio e controle sobre seus custos. 
 
Para fazer frente a estas pressões, as organizações segundo Ferreira (2007) 
devem buscar o equilíbrio entre concorrência, lucratividade e rentabilidade, que pode 
ser representada em uma nova equação: 
 
 
PREÇO - LUCRO = CUSTO ALVO 
 Preço = fixado pelo mercado 
 Lucro = necessário para garantir a rentabilidade do capital investido 
 Custo Alvo = meta a ser perseguida pela organização 
 
 
 
 
Este estágio de gestão de custos, permite a empresa o domínio do seu custo-alvo, 
determinando sua meta de lucro, garantindo assim a rentabilidade do capital investido 
pelos acionistas ou sócios. 
 6 
 
#FATOS E DADOS# 
O Governo anunciou em outubro de 2013, a desoneração da folha de pagamento para 
mais 15 setores da economia, como tecnologia da informação, têxteis, móveis, naval, 
entre outros. De acordo com matérias publicadas na imprensa, essa desoneração inclui 
substituir a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de pagamento, 
passando a ser cobrada uma taxa que vai variar entre 1% e 2,5% sobre o faturamento 
bruto da empresa. Esta desoneração visa a redução dos custos totais da empresas, para 
que possam enfrentar a concorrência provocada por produtos importados, decorrente 
da abertura de nossa economia. 
A desoneração da folha impacta diretamente nos resultados da empresa, impactando 
de forma significativa na determinação do seu custo alvo. 
Fonte: 
#FATOS E DADOS# 
 
 
Hoje, a empresa reconhece que os modelos de apropriação de custos e 
formação de preços contábeis tradicionais, podem distorcer as informações gerenciais 
sobre o custo dos produtos e serviços, prejudicando as decisões gerenciais. Sendo 
assim, um gerenciamento de Custo mais eficaz, fornece meios para que a empresa 
possa estabelecer custos mais acurados e garantir meios para o controle destes custos. 
 
 
#ATIVIDADE DE AUTOESTUDO 
1) Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F): 
( ) A contabilidade de custo tradicional considera no cálculo de custo fatores como: 
contribuição, variedade, complexidade e mudança. 
( ) O processo inflacionário brasileiro nesta época, absolvia e absorvia todas as 
ineficiências da empresa, e o cliente, sem alternativa, pagava esse ônus nos preços dos 
produtos e serviços. 
( ) Um gerenciamento de Custo mais eficaz, fornece meios para que a empresa possa 
estabelecer custos mais acurados e garantir meios para o controle destes custos. 
#ATIVIDADE DE AUTOESTUDO# 
 
 
#RECAPITULANDO 
• Com a abertura do mercado brasileiro à globalização iniciada na década de 90, 
a gestão de custos passou por grandes transformações. 
 
• O impacto da concorrência, provocou uma reflexão na estrutura e 
gerenciamento dos custos, considerando que a contabilidade de custos das 
empresas empregava técnicas que forneciam ao gestor somente as informações 
básicas dos custos. 
 
• Para fazer frente a estas pressões, as organizações segundo Ferreira (2007) 
devem buscar o equilíbrio entre concorrência, lucratividade e rentabilidade. 
 
• Aplicar uma gestão de custos mais eficiente, permite a empresa o domínio do 
seu custo-alvo, garantindo a rentabilidade do capital investido pelos acionistas 
ou sócios. 
#RECAPITULANDO# 
 7 
TÓPICO 1.2 - Conceitos e Objetivos de Custos 
 
 
Conceitos de Custo 
 
Existem vários e diferentes conceitos sobre Custo. Gestores que compreendem 
estes conceitos e termos são capazes de melhor utilizarem as informações e evitarem 
informações equivocadas de custos. Procuramos, dentro desta grande gama de 
conceitos, algumas definições de fácil compreensão e entendimento e que sintetizem a 
essência e a importância deste assunto (FERREIRA, 2007): 
 
 
Terminologias no Estudo de Custos 
 
Apresentamos a seguir, as terminologias utilizadas no estudo de custos 
(BORNIA, 1995, apud FERREIRA, 2007): 
 
Gastos: é o valor dos bens e serviços adquiridos pela empresa. 
 
Desembolso: é o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço, 
podendo ser à vista ou a prazo. 
 
Investimento: é o gasto com bem e serviço em função da vida útil ou 
benefícios atribuíveis a períodos futuros. 
 
Custo Direto: é o gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção. 
São todos os gastos relativos à atividade de produzir. 
 
Objeto de Custo: é a medida de custo de um produto ou serviço. 
 
Despesa: é o gasto com bem ou serviço não utilizado nas atividades de 
produção, porém consumido com o fim de obter receitas. 
 
Perda: é um gasto não intencional decorrente de fatores externos ou da 
atividade normal da empresa (ex. perdas normais de matéria-prima). É incorporado ao 
custo da produção. 
 
Mão-de-obra Direta: A mão-de-obra direta está relacionada com todo o 
funcionário que executa uma tarefa capaz de ser medida e agregada diretamente ao 
produto como é o caso de um operário no setor de pintura onde o tempo consumido na 
pintura de um produto ou componente pode ser medido. 
 
• Custo é recurso utilizado para atingir um objetivo especifico. 
• Custo é o valor expresso em moeda corrente (r$) de atividades e materiais 
efetivamente consumidos e aplicados na fabricação e comercialização dos 
produtos. 
• Custo é a remuneração dos recursos financeiros, humanos e materiais 
consumidos na fabricação e comercialização da venda. 
• Custo é o preço pelo qual se obtém um bem. 
 
 
 8 
Mão-de-obra Indireta: A mão-de-obra indireta esta relacionada com todo 
funcionário que executa tarefas não diretamente ligadas a transformação do produto 
(supervisores, pessoal administrativo, etc) e é de difícil distribuição ao produto, pois 
não é possível conhecer quanto tempo o produto consome da pessoa. É o caso de um 
operário que tem como função supervisionar ou controlar determinadas tarefas que 
possui difícil mensuração. O valor da mão-de-obra indireta deve então, ser estimada 
ou rateada aos produtos, no entanto, os critérios de rateio devem ser cuidadosamente 
elaborados para que não ocorram distorções quando aos custos que forem alocados aos 
produtos. 
 
Matéria-Prima: É o material que pode sofrer algum tipo de beneficiamento 
através de um processo produtivo com a utilização de mão-de-obra e insumos, obtendo 
como resultado final um produto comerciável. Os materiais são sempre classificados 
como custo variável e podem apresentar-se como diretos ou indiretos. 
 
Custos Indiretos: São os custo que não são facilmente vinculados aos 
produtos, mas a um conjunto ou a empresa. Como nos custos diretos, os custos 
indiretos são encontrados na área produtiva (materiais indiretos, depreciação, salário 
dos supervisores, aluguel etc) e na área comercial (telefone, viagens, propagandas etc). 
No entanto, existe uma dificuldade grande de atribuir os custos indiretos aos produtos, 
pois necessitam ser apropriados através da escolha de critérios que podem provoca 
distorções no custo final do produto. 
 
Centros de Custos:
Denominam-se Centros de Custos, as diversas seções de 
uma empresa delimitadas segundo o aspecto de localização de todos os custos aí 
verificados. Os centros de custos classificam-se em produtivos e administrativos e, 
eventualmente, em auxiliares. 
 
Centros de Custos Produtivos: São aqueles setores da empresa onde se 
processa a fabricação dos produtos. Exemplo: corte, costura e acabamento na indústria 
de confecção. Em empresas de médio e grande porte costuma-se subdividir ainda mais 
algumas seções produtivos de modo a separar em vários centros de custos as máquinas 
ou atividades que devam ter diferentes custos hora/máquina ou hora/homem, ainda que 
executando operações idênticas. 
 
Centros de Custos Administrativos: São os setores que executam atividades 
de caráter gerencial ou administrativo da empresa. Exemplo, Administração Geral, 
Administração do Material, Expedição, Vendas, Filiais, etc. 
 
 
Objetivo de Conhecer os Custos 
 
O principal objetivo de conhecer e dominar o custo é aumentar a 
competitividade da empresa através de uma metodologia que determine os custos dos 
itens comercializados, sua rentabilidade e sua viabilidade comercial e econômica. 
 
 
#FATOS E DADOS 
A competitividade provocada pela concorrência advinda da abertura de mercado 
em 1990, e a busca do crescimento sustentado provocaram nas empresas a grande 
corrida para o desenvolvimento e gerenciamento dos custos dos seus itens, acentuando 
cada vez mais a importância de acompanhar sua evolução, seus respectivos preços de 
 9 
vendas e servindo também como orientação nas decisões de permanência ou não 
destes itens, no rol dos produtos comercializados. 
 
Fonte: FERREIRA, José Angelo;.Custos Industriais. São Paulo: Editora STS, 2007. 
#FATOS E DADOS# 
 
 
Consequências da Ausência de Informações de Custos 
 
Graves são as consequências, para a empresa, da ausência de informações sobre 
os seus custos. Dentro delas podemos enumerar (FERREIRA, 2007): 
 
#ATIVIDADE DE AUTOESTUDO 
1) Classifique os eventos descritos a seguir em Investimento (I), Custo (C), 
Despesa (D) ou Perda (P): 
( ) Compra de matéria-prima 
( ) Consumo de energia elétrica 
( ) Utilização de mão-de-obra 
( ) Consumo de combustível 
( ) Salários do pessoal administrativo 
( ) Aquisição de máquinas 
( ) Utilização de matéria-prima 
( ) Aquisição de embalagem 
( ) Deterioração do estoque de matéria-prima por enchente 
( ) Comissões proporcionais às vendas 
 
#ATIVIDADE DE AUTOESTUDO# 
 
#RECAPITULANDO 
• Existem vários diferentes conceitos sobre Custo. Gestores que compreendem 
estes conceitos e termos são capazes de melhor utilizarem as informações e 
evitarem informações equivocadas de custos. 
 
• Um objeto de custo pode ser um produto, serviço, projeto, cliente, atividades 
ou departamento na qual uma medida de custo é desejada. 
 
• O principal objetivo de conhecer e dominar o custo é aumentar a 
competitividade da empresa. 
#RECAPITULANDO 
• Desconhecimento do lucro por Produto fabricado; 
• Venda de produtos que podem não estar gerando o lucro necessário; 
• Aplicação do Capital de Giro através da fabricação para estoques de produto 
pouco rentável; 
• Um esforço de venda orientado para produtos menos lucrativos; 
• Desconhecimento dos custos das atividades da empresa; 
• Falta de informação necessária para incentivar ou fixar ações para redução de 
custo; 
• Menor lucro e menor rentabilidade; 
• Ameaças a estabilidade econômica, financeira e consequente crescimento da 
empresa. 
 10 
 
TÓPICO 1.3 - Classificação de Custos 
 
 
a) Em relação aos produtos fabricados 
 
Frequentemente a classificação de um custo como Direto ou Indireto causa 
alguma confusão inicial, visto que a distinção entre Direto e Indireto é feita 
primeiramente com base no julgamento da viabilidade econômica do levantamento da 
informação do custo. Segundo, porque um custo pode ser classificado como Direto em 
relação a um produto e Indireto em relação a outro produto. Exemplo: Em uma fabrica 
de móveis o gasto com água pode ser considerado como custo Indireto, visto que a 
água não incide diretamente na fabricação de um móvel, já numa fabrica de postes 
para distribuição de energia elétrica a água pode ser classificada como custo Direto, 
pois é parte integrante do concreto que é a matéria-prima principal para a fabricação 
de poste (FERREIRA, 2007). 
 
Segundo Martins (1995) os custos em relação aos produtos fabricados podem ser 
classificados em: 
 
 Custos Diretos ou Custos traçados: são custos que podem ser apropriados 
diretamente aos produtos fabricados (ex. matéria-prima, embalagem, etc.) 
 
 Custos Indiretos ou Custos alocados: são custos que, para serem apropriados 
ao produto, dependem de cálculos ou estimativas através de critérios de rateios (ex. 
aluguel, salários depreciação, etc.) 
 
Custo Atribuído: é o custo final do produto ou serviço, envolvendo os custos 
diretos e os custos indiretos para sua obtenção. 
 
 
OBJETO DE CUSTO 
 
 
 
 
 
 
• Fatores que afetam os Custos Diretos e Indiretos 
 
 
A materialidade do custo em questão: A importância do custo em questão. O que 
mais impacta no produto, aquele que é economicamente viável de ser levantado. 
 
CUSTOS 
ATRIBUÍDOS 
 
Custos Diretos 
Ex.: papel para 
impressão de um livro 
 
Custos Indiretos 
Ex.: aluguel do 
imóvel onde o livro é 
impresso 
 
Custos Diretos 
Custos Indiretos 
 11 
 
 
#REFLITA 
Levantar o custo de entrega de uma encomenda para um cliente é economicamente 
viável, enquanto o custo da etiqueta do endereço do cliente provavelmente deva ser 
classificado como indireto, pois não é economicamente viável levantar seu custo 
individual. Os benefícios de conhecer o valor exato de cada etiqueta não excedem o 
custo do levantamento desta informação. O custo tem um custo e tem-se que avaliar o 
custo - beneficio do esforço utilizado para apurá-lo. 
#REFLITA# 
 
 
Custo Benéfico do Levantamento de Informações para Custos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Ferreira (2007). 
 
A tecnologia disponível para o levantamento da informação: O desenvolvimento 
da tecnologia da informação ampliou a apropriação nos produtos dos custos 
classificados como diretos. Ex.: o código de barras utilizado nas linhas de produção 
permitiu a apropriação de custos antes classificados como indiretos devido à 
dificuldade de obtenção de informação precisa da participação destes custos no 
produto. 
 
 
#FATOS E DADOS# 
O diretor da área de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, destacou a 
importância do desenvolvimento de tecnologia em grandes projetos. O objetivo é 
diminuir o custo total para extração de petróleo e gás em alto mar. “É importante 
ter à tecnologia e aos mecanismos adequados de gestão para produzir de forma 
competitiva e reduzir de forma significativa os custos de produção”, afirmou o 
diretor durante a Offshore Technology Conference (OTC Brasil 2013), nesta quarta-
feira (30/10), no Rio de Janeiro. 
Fonte: http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2013/10/30/tecnologia-pode-ajudar-a-
reduzir-custo-de-producao-afirma-diretor/ 
#FATOS E DADOS# 
 
 
Projeto e Definição do Processo: a definição do projeto do processo facilita a 
apropriação de um custo como direto, pois se torna possível identificar o custo de um 
item utilizado em um produto ou para um cliente especifico. 
 Detalhamento das informações 
Custo 
Benefício 
 
 12 
 
Acordos contratuais: o contrato de fabricação de um determinado produto para um 
cliente específico, um chip de computador para a Intel como exemplo, permite que se 
classifique como direto os custos dos componentes para a fabricação daquele chip. 
 
 
b) Em relação aos níveis de produção 
 
 Custos Fixos: são custos que
não se alteram com qualquer que seja o volume 
de produção. Porém os custos fixos unitários se alteram em relação ao volume 
produzido (ex. seguros, material de expediente, telefone, etc.) 
 
Exemplo de rateio de custo fixo unitário para um volume de produção de 5.000 
unidades de determinado produto, considerando que o custo fixo total do período foi 
de $ 57.000,00: 
 
Custo Fixo Total 
Custo Fixo Unitário = -------------------------- 
 Volume de Produção 
 
 
 $ 57.000,00 
Custo Fixo Unitário = -------------------------- = $ 11,40 por unidade 
 5.000 
 
 
Exemplo de rateio de custo fixo unitário para um volume de produção de 8.000 
unidades de determinado produto, considerando que o custo fixo total do período foi 
de $ 57.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Custo Fixo Total 
Custo Fixo Unitário = -------------------------- 
 Volume de Produção 
 
 
 $ 57.000,00 
Custo Fixo Unitário = -------------------------- = $ 7,12 por unidade 
 8.000 
 
 13 
 
Gráfico da Variação do Custo Fixo Unitário em Relação ao Volume Produzido 
 
 
Fonte: Ferreira (2007). 
 
 Custos Variáveis: são custos que se alteram com o volume de produção. 
Porém os custos variáveis unitários são constantes, por exemplo, a matéria-prima 
utilizada na fabricação de um produto, quanto mais se produz mais matéria-prima se 
consome, porém cada produto em individual consumirá sempre a mesma quantidade 
de matéria-prima. 
 
 
 
Custo Variável Total Altera com o Volume de Produção 
 
 
Fonte: Ferreira (2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
11,40 7,120
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
1 2
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
$ 50.000,00 $ 100.000,00 $ 150.000,00 $ 200.000,00
Custo Total da Materia-Prima
To
ta
l P
ro
du
zi
do
 
 14 
 
Custo Variável Unitário (5% Comissão) não Altera com o Volume de 
Vendas 
 
 
Fonte: Ferreira (2007). 
 
 
 
 
Custos Fixos e Variáveis em relação ao Volume de Produção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: LEONE (1992, p. 62). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
$ 50.000,00 $ 100.000,00 $ 150.000,00 $ 200.000,00
Volume de Vendas
%
 C
om
is
sã
o
 
 
Custos Variáveis 
Volume de produção 
$ 
Custos Fixos 
 15 
 
c) Considerações para Análise e Determinação dos Custos Fixos e Variáveis 
 
Segundo Welsch (1964, p.199), ao se estudar um custo com objetivo de 
caracterizá-lo como fixou ou variável, deve-se considerar os seguintes aspectos: 
 
 Fixos Variáveis 
 
 
 
 
Controle 
 
Os custos fixos são controlados 
por algum nível dentro da 
empresa. Normalmente, são 
controlados por níveis mais 
altos dentro da hierarquia 
organizacional. 
 
 
Os custos variáveis são 
controlados geralmente pelo 
centro de custos que o realiza. 
 
 
Atividade 
Os custos fixos são aqueles 
relacionados com a capacidade. 
São aqueles que independem do 
volume de atividade. 
 
Esses custos variam em função 
do nível de atividade. 
 
 
 
Faixa de Volume 
Os custos fixos devem ser 
relacionados com uma faixa de 
volume. São raros os custos 
fixos que permanecem 
constantes além de uma faixa 
de volume. 
Do mesmo modo que os custos 
fixos, os custos variáveis 
devem ser analisados dentro de 
uma faixa efetiva de volume. 
Fora dos limites dessa faixa, os 
custos variáveis terão 
normalmente outro 
comportamento quando 
tomados unitariamente. 
 
 
 
 
 
Decisão 
Administrativa 
Os custos fixos ligam-se 
estreitamente as decisões 
tomadas pela administração. 
Muito embora alguns custos 
variáveis possam ser alterados 
em virtude das decisões 
administrativas, isso 
acontecerá em relação ao seu 
total. Entretanto, sempre 
reagirão diante do volume de 
atividade sob taxas diferentes 
de variabilidade. 
 
Período Os custos fixos são sempre 
relacionados ao período 
Os custos variáveis são 
relacionados as atividades 
 
Em relação à 
unidade do produto 
Os custos fixos tornam-se 
variáveis. 
Os custos variáveis tornam-se 
fixos. 
Fonte: Adaptado por Ferreira (2007). 
 
 
#ATENÇAO! 
Direcionador de Custo (Cost Driver): é um fator ou um nível de atividade ou 
volume, que afeta o custo. É uma relação de causa e efeito entre o nível de atividade 
ou volume de um determinado produto e seu custo total. Por exemplo, o número de 
 16 
livros impressos é um direcionador de custos da quantidade de papéis utilizados na 
impressão de cada livro (BORNIA, 1995). 
#ATENÇÃO# 
 
 
d) Relacionamento entre os tipos de custos 
 
Segundo Iglesias (1999), os custos podem ser simultaneamente: 
 
ü Diretos e variáveis 
ü Diretos e fixos 
ü Indiretos e variáveis 
ü Indiretos e fixo 
 
 
Exemplo de Combinação de Custos Diretos/Indiretos e Variáveis/Fixos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Ferreira (2007). 
 
 
e) Custo Unitário e Custo Total 
 
Custo Unitário: o custo unitário também chamado de custo médio, é calculado 
ao dividir o custo total por uma unidade de medida (horas trabalhadas, número de 
entregas, número de itens fabricados, número de itens montados, etc). Por exemplo, 
supondo que os custos de produção de uma fábrica de calçados em um período de 30 
 
 
Compor- 
tamento 
do Custo 
 
Custos 
 
Variáveis 
Objeto do Custo: 
Livro de Poesias 
 
 
Ex. Folhas de 
papel utilizadas na 
impressão do livro 
Objeto do Custo: 
Livro de Poesias 
 
 
Ex. Salário do 
auxiliar de Edição 
 
Custos 
 
Fixos 
Custos Diretos Custos Indiretos 
Objeto do Custo: 
Livro de Poesias 
 
Ex. Energia 
consumida pelas 
maquinas de 
impressão na 
confecção do livro 
 
Objeto do Custo: 
Livro de Poesias 
 
 
 
Ex. Aluguel do 
imóvel da Editora 
 
Atribuição dos Custos ao Objeto do 
Custo 
 17 
dias foram de $ 230.000,00 e o número de pares de sapatos fabricados foi de 8.000 
pares, o custo unitário por par seria: 
 
 
 
 Custo Total de Produção 
Custo Unitário = --------------------------------------- 
Quantidade de pares fabricados 
 
 
 $ 230.000,00 
Custo Unitário =------------------------ = $ 28,75 por par 
 8.000 
 
 
Custo Total = $ 230.000,00 
 
 
O custo unitário como apresentado acima é frequentemente utilizado em 
relatórios financeiros. Porém, os gestores devem pensar em termos dos custos totais e 
não de custo unitário na tomada de decisões. 
 
 
 
#SAIBA MAIS 
Outras classificações de custos (FERREIRA, 2007): 
 
Custos Históricos: são custos apurados após o encerramento do período (mês 
por exemplo). 
 
 Custos Predeterminados: são custos calculados antes que ocorram 
efetivamente. Utilizados principalmente para orçamentos e custo padrão. Ao utilizar o 
custo predeterminado, se faz necessário o levantamento do custo histórico para 
verificar variações ou distorções ocorridas. 
 
Custos de Produção do Período: é a soma dos custos incorridos no período. 
#SAIBA MAIS# 
 
 
#ATIVIDADE DE AUTOESTUDO 
1) Uma fábrica produz dois tipos de camisa. Classifique cada um dos seguintes 
itens de custo em relação a cada um dessas camisas. Classifique os eventos em 
(CVP) Custo Variável de Produção; (CVV) Custo Variável de Vendas e CF 
(Custo Fixo): 
• O telefone do setor administrativo.______________ 
• A linha utilizada na confecção da camisa:_______________ 
• A energia elétrica gasta na produção:__________________ 
• A despesa com seguro da indústria:_________________ 
 
#ATIVIDADE
DE AUTOESTUDO# 
 
 
 18 
 
#RECAPITULANDO 
• O custo variável altera em relação ao volume e as atividades. O custo fixo total 
permanece inalterado por um período de tempo podendo se alterar de acordo 
com o volume ou atividade (ex.: aumento do número de funcionários de 
produção, quando a empresa atingir volumes de pedidos muito acima da sua 
capacidade atual). Os custos variáveis variam no total e os custos fixos 
permanecem fixos no total. 
 
• O custo unitário de um objeto de custo deve ser interpretado com cautela 
quando ele incluir componentes de custo fixo, pois o custo variável altera de 
acordo com o volume, porém permanece constante em relação à unidade, já o 
custo fixo permanece constante em relação ao volume, mas altera em relação à 
unidade. 
 
• O custo direto é todo custo que pode ser apropriado diretamente a um objeto de 
custo e pode ser levantado de uma forma economicamente viável (relação 
custo - benefício). O custo indireto pode ser apropriado diretamente a um 
objeto de custo, desde que o custo - benefício do seu levantamento seja 
economicamente viável, porém usualmente, pela inviabilidade econômica do 
levantamento do custo indireto, o mesmo é apropriado ao objeto de custo 
utilizando um critério de rateio. 
#RECAPITULANDO 
 
#CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A Administração de Custos segundo Ferreira e Souza (1999) é uma poderosa 
ferramenta gerencial, oferece às empresas um fantástico diferencial competitivo, pois, 
possibilita o controle sobre cada item comercializado, bem como propiciar ao gestor: 
 
· estar apto a direcionar os custos dos produtos e analisar acuradamente todos os 
fatores que os dirigem, tais como variedade, complexidade, escopo e mudança, e não 
apenas volume; 
 
· estar apto a medir o custo da falha por toda a organização, de modo a concentrar a 
atenção dos dirigentes nas principais oportunidades de melhoria; 
 
· estar apto a identificar os fatores que dirigem os custos, para que os dirigentes 
possam ser guiados para onde e quando possam direcionar melhor seus empenhos 
visando controlar os custos; 
 
· estar apto a reconhecer e refletir a importância crucial de processos 
organizacional-chave; 
 
. estar apto a identificar qual o processo de fabricação mais econômico, que preço 
praticar nos seus produtos e serviços, qual departamento da empresa utiliza mais 
eficientemente seus recursos, quais clientes mais contribuem para os lucros da 
companhia 
 
· ter instrumentos que permitam a análise gerencial periódica do desempenho da 
empresa através de suas unidades. 
#CONSIDERAÇÕES FINAIS# 
 
 19 
#MINI CASO 
Para conhecer mais sobre a importância da gestão de custos, leia o 
artigo Gestão de Custos um Fator de Sobrevivência para as 
Empresas, acessando o link: 
http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/305.pdf. 
#MINI CASO# 
 
 
 
#RESUMO 
O impacto da concorrência provocou uma reflexão na estrutura e gerenciamento 
dos custos, considerando que a contabilidade de custos das empresas empregava 
técnicas que forneciam ao gestor somente informações básicas dos custos que, de 
posse delas tomavam decisões de investimentos e comercialização, técnicas estas 
centradas no rateio de custos fixos pela mão-de-obra direta ou horas/máquina, 
ignorando fatores como contribuição, complexidade e mudança. 
 
O principal objetivo de conhecer e dominar o custo é aumentar a 
competitividade da empresa através de uma metodologia que determine os custos dos 
itens comercializados, sua rentabilidade e sua viabilidade comercial e econômica. 
 
Hoje a empresa reconhece que os modelos de apropriação de custo e formação 
de preços contábeis tradicionais, podem distorcer as informações gerenciais sobre o 
custo dos produtos e serviços, prejudicam as decisões gerenciais, sendo assim, um 
gerenciamento de custo mais eficaz, fornece meios para que a empresa possa 
estabelecer custos mais acurados e garantir meios para controle destes custos. 
 
Os custos podem ser classificados em Custos Diretos que podem ser apropriados 
diretamente aos produtos e serviços, Custos Indiretos que para serem alocados aos 
produtos dependem de cálculos e estimativas através de critérios de rateio e Custos 
Atribuídos que é o custo final do produto ou serviço, envolvendo os custos diretos e os 
custos indiretos necessários para sua obtenção. Quanto a variabilidade, os custos 
podem ser classificados em Custos Fixos que são relacionados aos períodos e Custos 
Variáveis que são relacionados as atividades. 
Fonte: http://www.aedb.br/seget/artigos12/10616499.pdf 
#RESUMO# 
 
 
#RELATO DE CASO 
A empresa Descartáveis Higiene Total foi fundada em 2003 para de atender o 
mercado de materiais de limpeza institucionais para indústria e comércio e também a 
linha de descartáveis para hospitais, clínicas médicas e dentárias, bem como a 
necessidade dos consumidores residenciais oferecendo assim produtos concentrados 
de alta qualidade no atacado e varejo. A Descartáveis Higiene Total tem como 
atividade principal a produção de tapetes personalizados da 3M. 
 
Junto à unidade produtiva da empresa, está a loja que comercializa produtos 
descartáveis para residências e clínicas médicas, que não são produtos fabricados pela 
organização, ou seja, a parte relacionada ao comércio não tem nenhuma ligação com a 
produção dos tapetes. 
 
 20 
Para o cálculo do custo dos seus produtos o proprietário fazia o levantamento de 
seus custos ao final de cada mês, sem a separação dos custos referentes a fabricação 
dos produtos com os custos inerentes exclusivamente à loja e que não são relacionados 
a fabrica. 
 
A empresa Descartáveis Higiene Total apresentava algumas falhas relacionadas 
ao método utilizado para calcular os seus custos. A primeira falha estava relacionada a 
não separação dos custos e despesas, este problema pode ser resolvido com a distinção 
dos mesmos, separando-os para posteriormente realizar os cálculos utilizados na 
gestão de custos. 
 
Outra falha estava relacionada em como é realizado o rateio dos custos entre a 
fábrica e a loja, já que alguns gastos como a energia elétrica, impostos, contador, 
despesas e manutenções de veículos são referentes aos dois estabelecimentos. Assim 
tais gastos são rateados em quantidades iguais entre a fábrica e a loja. 
 
O primeiro passo para a solução do problema foi a separação entre custos e 
despesas, pois os custos estão relacionados à área produtiva dos tapetes e as despesas 
para comercialização. Após separar custos e despesas, identificar os custos diretos e 
indiretos bem como os custos fixos e variáveis, foi possível calcular a margem de 
contribuição do produto e através desta metodologia calcular o custo unitário dos 
produtos. 
 
Após o conhecimento de todos os custos e com a utilização dos métodos para o 
cálculo da gestão de custos, os gestores tiveram uma maior precisão na formação dos 
custos dos produtos fabricados e comercializados pela empresa, apurando assim o 
lucro de cada item, possibilitando uma gestão focada no aumento da rentabilidade de 
suas operações. 
#RELATO DE CASO# 
 
#EXERCÍCIOS# 
 
1.1) Em relação a custos, é correto afirmar: 
( ) a. os custos fixos totais mantém-se estáveis, independentemente do volume da 
atividade fabril; 
( ) b. os custos variáveis da produção decrescem proporcionalmente à quantidade 
produzida, em razão inversa; 
( ) c. os custos variáveis de vendas decrescem em conformidade com a quantidade 
produzida; 
( ) d. o custo fixo unitário, diminuem em conformidade com o volume produzido. 
 
1.2) Uma empresa industrial utiliza energia elétrica como força motriz do seus 
equipamentos para seu processo produtivo. Assim sendo, a energia elétrica gasta 
em sua fábrica será considerada: 
( ) a. custo variável de vendas 
( ) b. custo fixo 
( ) c. custo semi -fixo direto
( ) d. custo variável de produção 
 
 
 
 21 
1.3) O aluguel do imóvel onde está instalada uma indústria sofre reajuste a cada 
três meses e o custo industrial é anual. Esse custo é classificado como: 
( ) a. custo variável 
( ) b. custo fixo 
( ) c. custo semifixo 
( ) d. custo semivariável 
 
1.4) Classifique os eventos descritos a seguir em Investimento (I), Custo Variavel 
de Vendas (CVV), Custo Variáveis de Produção (CVP) e Custos Fixos (CF): 
( ) a. Compra de Matéria-prima 
( ) b. Consumo de Matéria-Prima 
( ) c. Consumo de energia elétrica na área administrativa 
( ) d. Consumo de energia elétrica na área industrial 
( ) e. Fretes de entrega 
( ) f. Fretes de insumos produtivos 
( ) g. Gastos com depreciação da fábrica 
( ) h. Gastos com supervisão da linha de produção 
( ) i. Leasing (aluguel) de veículos administrativos 
( ) j. Gastos com limpeza e conservação da fábrica 
( ) k. Consumo de material secundário na fábrica 
( ) l. Embalagem consumida na indústria 
( ) m. Ociosidade da mão-de-obra 
( ) n. Mão-de-obra 
( ) o. Consumo de combustível da administração 
( ) p. Consumo de combustível dos vendedores 
( ) q. Salários do pessoal administrativo 
( ) r. Aquisição de máquinas 
( ) s. Comissões proporcionais às vendas 
( ) t. ICMS 
( ) u. PIS/COFINS 
( ) v. Simples Federal 
( ) w. Material de Expediente 
( ) x. Manutençao de Equipamento da Fabrica 
( ) y. Aluguel do Imovel 
( ) z. Seguro do Imovel 
 
 
1.5) A empresa “Faz de Conta S.A.”, que atua no setor de serviços para animação 
de festas, desembolsou um gasto de $5.000,00 com a compra de uma máquina de 
bolhas de sabão e $1.000,00 com gasto de propaganda, através da impressão de 
panfletos. Tais gastos são considerados, respectivamente. Escolher uma resposta. 
 ( ) a. Investimento e custo variável de vendas. 
 ( ) b. Investimento e custo fixo 
 ( ) c. Custo variável de produção e investimento. 
 ( ) d. Investimento e Custo Variavel de Produção. 
 ( ) e. Ambos são custos fixos 
 
 
 
 
 22 
1.6) A empresa “Simulada Ltda”, uma indústria do segmento metalúrgico, 
adquiriu dia $100.000,00 em máquinas e equipamentos, pagando $5.000,00 de 
seguro pelos bens adquiridos. Tais gastos são considerados, respectivamente: 
( ) a. Investimento e custo variável de vendas. 
( ) b. Investimento e custo fixo 
( ) c. Custo variável de produção e investimento. 
( ) d. Investimento e Custo Variavel de Produção. 
( ) e. Ambos são custos fixos 
 
1.7) Devem ser classificados como custo de produção os itens: 
( ) a. Matéria-prima, mão-de-obra, honorários da diretoria. 
( ) b. Honorários contábeis, fretes de vendas e seguros. 
( ) c. Seguros e material direto. 
( ) d. Matéria-prima, manutenção de Equipamento da fabrica, energia elétrica. 
( ) e. Salário da administração, material direto, perdas. 
 
 
REFERÊNCIAS DA UNIDADE I 
 
 
BORNIA, Antonio Cezar. Mensuração das Perdas dos Processos Produtivos: Uma 
Abordagem Metodológica de Controle Interno. Florianópolis, 1995 Tese 
(Doutorado), Universidade Federal de Santa Catarina. 
 
FERREIRA, José Angelo. Custos Industriais. São Paulo: Editora STS, 2007. 
 
LEONE, George Guerra. Custos um Enfoque Administrativo. Rio de Janeiro. 
Editora da FGV, 1992. 
 
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1995. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
 
UNIDADE II 
 
Gestão Estratégica de Custos 
 
 
 
Objetivos de Aprendizagem 
• Entender os conceitos básicos do Custo Volume Lucro (CVL) 
• Aprender como determinar o ponto de equilíbrio utilizando o Custo 
Volume Lucro 
• Usar o CVL para o planejamento de custos 
• Compreender como aplicar a CVL para analise dos direcionadores de 
custos 
• Aprender a distinguir entre margem de contribuição e margem bruta 
• Utilizar o CVL na analise de custos e preço dos produtos 
 
 
 
 
Plano de Estudo 
 
• Utilizando a Analise Custo Volume Lucro para tomada de decisão 
• Planejamento do Custo e Analise Custo Volume Lucro 
• Efeito do Mix de Vendas no Lucro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
INTRODUÇÃO 
 
 
O mercado brasileiro está em constante mudança, cada vez mais ágil, moderno e 
disputado. Podemos afirmar que hoje o mercado brasileiro é mais dinâmico. Este 
dinamismo que vemos hoje teve o seu gatilho no início da década de 90 quando o 
mercado brasileiro foi aberto para a globalização permitindo que empresas 
estrangeiras se instalasse no país e quando que diversos outros produtos e serviços 
chegassem as casas dos brasileiros. 
 
Este mercado mais dinâmico tornou a tarefa de empresários e gestores de empresa 
cada vez mais difíceis, pois, toda decisão, desde então, deve ser tomada observando o 
mercado e mensurando os seus efeitos no faturamento e no lucro da empresa. Com a 
vinda de novos produtos e concorrentes para o mercado nacional a necessidade de 
investimentos em estrutura qualificação e propaganda começou a crescer, e ser elevada 
em consideração já a partir da escolha do Mix de Produtos da empresa, como também 
na formação do preço de venda e dos custos dos produtos. 
 
Para otimizar os resultados da empresa e conseguir prever os efeitos de cada decisão 
ou movimento de mercado dentro das empresas, surgi a necessidade de uma 
ferramenta que avalie a proporção entre preço de venda, custos, volume de produção e 
vendas e a rentabilidade da empresa, ou seja, o tão precioso lucro. 
 
A ferramenta que possui essa função é denominada de Análise Custo/Volume/Lucro 
ou Análise CVL, entrega informações de suma importância para empresários e 
gestores das empresas, os permitindo tomarem decisões é mensurando o impacto no 
faturamento e lucro a serem obtidos com cada mudança do mercado ou planejamento e 
estratégias tomadas. 
 
Nesta unidade iremos verificar que a análise CVL reúne conceitos de três outros 
elementos da gestão de custos que são a Margem de Contribuição, o Ponto de 
Equilíbro e por fim a Margem de Segurança. Através da análise conjunta destes 
elementos e atribuindo cenários e perspectiva de resultados e lucros a análise CVL 
permite ao gestor de custos prever o impactos das suas decisões nos demonstrativos de 
resultado projetados e assim tomar decisões como a melhor escolha do Mix de 
Produtos que a empresa irá trabalhar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
TÓPICO 2.1 - Utilizando a Analise Custo Volume Lucro (CVL) 
para Tomada de Decisão 
 
 
 
 
Esta unidade examina uma das ferramentas mais básicas e importantes para a 
gestão de custos e tomada de decisão: o Custo Volume Lucro. A Análise CVL (Custo -
Volume - Lucro) envolve os conceitos de Margem de Contribuição, Ponto de 
Equilíbrio e Margem de Segurança. 
 
 
#REFLITA# 
“A análise do CVL é uma ferramenta valiosa para calcular o impacto de preços, custos 
e volume sobre o lucro operacional. Uma importante dimensão do trabalho da 
administração é gerenciar cada variável que afeta o lucro operacional, para aumentar a 
lucratividade da companhia” (MAHER, 2003, p.36). 
#REFLITA# 
 
 
Segundo Ferreira (2007), a Margem de Contribuição representa o valor que a 
unidade de um produto produzido e comercializado pela empresa, deduzidos seus 
custos variáveis, contribui para pagar os custos fixos da operação. 
 
Em relação ao Ponto de Equilíbrio, Bornia (1995), define como o nível de 
atividade no qual o valor das vendas totais se iguala os custos totais, fazendo com que 
a empresa não obtenha lucro e nem sofra prejuízos. Portanto o Ponto
de Equilíbrio é o 
volume de operações que gera lucro igual a zero. 
 
Para Ferreira (2007) a Margem de Segurança que consiste o total das vendas 
que excede o ponto de equilíbrio, demonstrando o quanto as vendas podem sofrer de 
queda sem com isso realizar prejuízos. 
 
 
#FATOS E DADOS# 
No estado de Santa Catarina entre Itajaí e Barra Velha, ao longo da BR 101, em março 
de 2013 estavam instalados 11 postos revendedores, tendo estes um potencial 
expressivo na venda de óleo diesel, representando 19,4% de todo no estado. 
 26 
Os proprietários dos postos revendedores estavam encontrando dificuldades na gestão 
dos custos das operações e através de uma consultoria do Sebrae, aprenderam como 
aplicar a Analise CVL, visto que são constantes as oscilações de preços, motivadas 
principalmente pelo ônus tributário, possibilitando assim otimizar o desempenho das 
organizações que dirigem, conseguindo assim diminuir o elevado índice de 
mortalidade empresarial do setor. 
#FATOS E DADOS# 
 
 
Além da utilização do CVL, para determinar o Ponto de Equilíbrio e a 
quantidade de vendas necessária para atingir determinado lucro operacional, a analise 
CVL pode orientar os gestores para outras decisões como apresentaremos a seguir. 
 
1) Decisão sobre Investimento em Propaganda 
 
 
 
Para melhor compreendermos a utilização da CVL, tomemos com exemplo a 
empresa CAMISARIA CORTE CERTO LTDA, supondo que a empresa esteja 
projetando uma venda de 150 camisas em uma feira de exposição na qual participa, 
visando obter um lucro de $ 1.500,00. A diretora de vendas da CAMISARIA CORTE 
CERTO LTDA é procurada pela empresa de Publicidade VENDE TUDO, que está 
coordenando as negociações nesta feira. A VENDE TUDO, oferece a veiculação de 
uma propaganda sobre a empresa em um caderno especial do evento. A propaganda 
custará $ 1.000,00. Este custo será fixo, não sofrendo qualquer alteração, independente 
ao número de camisas que a empresa vender neste evento. A diretora de vendas tem 
como expectativa, que a propaganda aumentará sua venda para 180 camisas. 
 
Analisando a tabela a seguir, é possível decidir se a empresa deve ou não 
investir nesta propaganda: 
 
 
 
150 camisas 
vendidos sem 
propaganda 
 
180 camisas 
vendidos com 
propaganda 
 
 
Diferença 
 (1) (2) (3) = (2) – (1) 
 
Margem de Contribuição ( $ 30 ) 
 
$ 4.500,00 
 
 
$ 5.400,00 
 
$900,00 
Custos Fixos $ 3.000,00 $ 4.000,00 
 
$ 1.000,00 
Lucro Operacional $ 1.500,00 $ 1.400,00 $ (100,00) 
 
Fonte: Adaptado de Ferreira (2007). 
 27 
 
 
 
 
2) Decisão para Redução no Preço de Vendas 
 
 
 
A análise do CVL orienta também na decisão sobre reduzir ou não o preço de 
um produto, provocando o aumento no volume de vendas e consequentemente a 
receita da empresa. 
 
Tome-se com exemplo CAMISARIA CORTE CERTO LTDA., supondo-se 
que a empresa decida em reduzir o preço de venda unitário da camisa para $ 85,00 
com base em uma redução de custos obtida pela fabrica de $ 70,00 para $ 65,00. A 
gerente de vendas acredita que com a redução no preço de $ 100,00 para $ 85,00, será 
possível vender 180 camisas sem precisar investir em propaganda, já que este gasto se 
mostrou inviável. 
Com base na analise do CVL tem-se: 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Ferreira (2007). 
 
 
Conclui-se que: 
Margem de Contribuição após redução de preço para $ 85,00: ($ 85 - $ 65) x 180 $ 3.600,00 
 
Margem de Contribuição para preço normal $ 100,00: ($ 100- $ 70) x 150 $ 4.500,00 
 
Aumento/queda da margem de contribuição coma redução de preços $(900,00) 
 
Conclui-se que: 
Analisando a coluna da Diferença(3), chega-se a conclusão de que se a empresa 
fizer o anúncio proposto pela agência de propaganda, a margem de contribuição 
aumentará em $ 900,00, porém os custos fixos, aumentarão em $ 1.000,00, 
reduzindo o lucro operacional da empresa para um prejuízo de $ 100,00. 
Ao investir na propaganda, o prejuízo da empresa será de $ 100,00. Desta 
maneira, a CAMISARIA CORTE CERTO LTDA não deve anunciar neste caderno 
especial do evento. 
 
Mesmo com o aumento nas unidades vendidas em 30 peças, a redução de preços 
provoca a diminuição na margem de contribuição total, reduzindo consequentemente o 
lucro operacional da empresa, já que, os custos fixos permanecem os mesmos, 
demonstrando a inviabilidade desta estratégia. 
 
 28 
 Preço $ 100,00 Preço $ 85,00 
 ($ 100,00 - $ 70,00) x 150 
 
($ 85,00 - $ 65,00) x 180 
Margem de Contribuição 
 
$ 4.500,00 $ 3.600,00 
Custos Fixos $ 3.000,00 
 
$ 3.000,00 
 
Lucro Operacional $1.500,00 
 
 $600,00 
 
Fonte: Adaptado de Ferreira (2007). 
 
 
3) Análise de Sensibilidade e Incerteza 
 
 
 
Antes de decidir por uma alternativa, os gestores frequentemente se orientam 
pela Analise Sensitiva. 
 
Segundo Ferreira (2007), a Análise Sensitiva é a técnica que os gestores 
utilizam para examinar como os resultados se comportariam se uma das hipóteses 
iniciais sofressem alteração. No contexto da analise CVL, a analise sensitiva responde 
algumas questões como: 
 
 
 
 
Para o autor, o uso de planilhas eletrônicas possibilita aos gestores que 
utilizarem a técnica da Análise Sensitiva de uma maneira sistemática e eficiente. Com 
o recurso de planilhas eletrônicas, os gestores podem facilmente conduzir a análise 
para examinar os efeitos e iterações das mudanças nos preços de venda, nos custos 
variáveis, nos custos fixos e na projeção do lucro operacional. 
 
 
 
 
• Qual seria o lucro operacional se houvesse uma queda de 5% nas vendas 
inicialmente projetadas? 
• Qual seria o lucro operacional se os custos variáveis unitários 
aumentassem em 10%? 
 
 29 
#ATENÇÃO# 
A margem de segurança pode responder, por exemplo, a seguinte questão: Em quanto 
podem cair às vendas antes de a empresa atingir seu ponto de equilíbrio? 
#ATENÇÃO# 
 
 
Como apontado por Kaplan e Atkinson (1989), muitas decisões gerenciais 
requerem a análise do comportamento de custos e lucros em relação as suas 
expectativas do volume de vendas, sendo que a maior incerteza, não está relacionada 
com custos e preços dos produtos, mas com a quantidade a ser vendida. A Análise de 
Custo/Volume/Lucro, torna possível analisar os efeitos das mudanças nos volumes de 
vendas e na consequente lucratividade da organização. 
 
A competitividade cada vez mais acirrada no mundo dos negócios tem 
conduzido os gestores na busca por soluções acertadas que possibilitem otimizar os 
resultados melhorando a obtenção de lucros. Quando a concorrência é grande, preços 
competitivos são uma boa maneira de atrair e cativar clientes. 
 
 
Tome-se como exemplo uma planilha da simulação da Analise de 
Sensibilidade da CAMISARIA CORTE CERTO LTDA, para diferentes hipóteses de 
lucro, custos variáveis e custos fixos: 
 
 
 
Planilha de Análise do CVL da CAMISARIA CORTE CERTO LTDA. 
 Custo Receita Necessária, com um Preço de Venda 
 Variável de $ 100,00 para obter o lucro de: 
Custos Fixos Unitario 0,00 1.500,00 2.000,00 3.000,00 
 70,00 10.000,00 15.000,00 16.666,67 20.000,00 
3.000,00 85,00 20.000,00 30.000,00 33.333,33 40.000,00 
 95,00 60.000,00 90.000,00 100.000,00 120.000,00 
 70,00 11.666,67 16.666,67 18.333,33 21.666,67 
3.500,00 85,00 23.333,33 33.333,33 36.666,67 43.333,33 
 95,00 70.000,00 100.000,00 110.000,00 130.000,00 
 70,00 13.333,33 18.333,33 20.000,00 23.333,33 
4.000,00 85,00 26.666,67 36.666,67 40.000,00 46.666,67 
 95,00 80.000,00 110.000,00 120.000,00 140.000,00 
Fonte: Ferreira (2007). 
 
Ao utilizar uma planilha, a empresa pode visualizar de maneira fácil e rápida,
a 
necessidade de receita. Se praticar o preço de venda unitário de $ 100,00 por camisa, 
obtendo diferentes lucros operacionais considerando os vários níveis de custos fixos e 
custos variáveis da empresa. 
 
 
#ATENÇÃO! # 
A análise da sensibilidade possibilita ao gestor projetar cenários positivos ou não, caso 
uma expectativa prevista não se realize. Outra possibilidade é o calculo dos resultados 
operacionais diante de uma expectativa de queda ou aumento de receitas e despesas. 
#ATENÇÃO! # 
 30 
 
 
Com um custo fixo de $ 3.000,00 e um custo variável unitário de $ 85,00 por 
unidade de camisa, seria necessário uma receita de $ 20.000,00 para que a empresa 
opere no equilíbrio (lucro operacional igual a zero). Mantendo as mesmas condições 
de custos fixos e variáveis, para que a empresa obtenha um lucro operacional de 
$ 3.000,00, é necessário uma receita de $ 40.000,00. 
 
A empresa pode também simular, qual será a receita necessária (no exemplo 
dado $ 80.000,00), para alcançar o ponto de equilíbrio caso o custo fixo (aluguel do 
estande da feira) aumentar para $ 3.500,00 e os custo variáveis subirem para $ 95.00 a 
unidade. 
 
Um dos aspectos mais importante da analise da sensibilidade é à margem de 
segurança. A margem de segurança é a quantidade vendida menos o ponto de 
equilíbrio. 
 
 
#SAIBA MAIS# 
Saiba mais sobre Análise de Sensibilidade com o artigo: A Análise De 
Custo/Volume/Lucro Como Ferramenta Gerencial Para Tomada De Decisão: Um 
Estudo De Caso Em Uma Indústria Química Do Sul De Santa Catarina, acessando o 
link: http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004C/00004CE3.pdf 
#SAIBA MAIS# 
 
 
Como exemplo do cálculo da margem de segurança, consideremos que os 
custos fixos da C&C Ltda. sejam de $ 3.000,00, o preço de venda unitária da camisa 
$ 100,00, os custos variáveis unitários por unidade $ 70,00. 
 
Para 150 unidades vendidas, a receita será de $ 15.000,00 e o lucro 
operacional $ 1.500,00 e o ponto de equilíbrio é de 100 unidades ou $ 10.000,00. A 
margem de segurança é de $ 5.000,00 ( $ 15.000, 00 - $ 10.000,00) ou 50 camisas ( 
150 – 100 camisas). Isto é, a empresa pode ter uma queda de vendas de 50 camisa que 
ainda permanecerá em equilíbrio (lucro igual a zero). 
 
 
 
# MINI CASO# 
Análise Custo/Volume/Lucro aplicada a Reran Sorvetes 
A empresa Reran Sorvetes tem como atividade principal a produção e comercialização 
de alimentos congelados. A empresa está situada na cidade de Armazém (sul de Santa 
Catarina), distante aproximadamente 200 km de Florianópolis. Pelas suas 
características pode ser considerada uma microempresa, contando com o trabalho dos 
dois sócios e de apenas um funcionário, ocupando área física de apenas 81 (oitenta e 
um) metros quadrados. A produção abrange um rol de cerca de quarenta produtos 
distintos, dispersos nas linhas “Picolés”, “Sorvetes”, “Potes 2 litros”, “Potes 750ml” e 
“Potes 10 litros”. 
 
Para executar a Análise de Custos/Volume/Lucro desejada foram empregados 
procedimentos visando o levantamento dos dados necessários. Nesta direção, após 
 31 
exame dos controles internos e de entrevistas com os responsáveis pelos setores da 
empresa, foram coligidas as seguintes informações: 
 
a) custo de compra das matérias-primas; 
b) consumo de cada matéria-prima por unidade de cada tipo de produto fabricado; 
c) custo total com matérias-primas por unidade de cada produto; 
d) determinação dos percentuais incidentes sobre o preço de venda, como tributos, 
comissões, etc; 
e) obtenção dos preços de vendas praticados por produto comercializado. 
 
Em seguida, passou-se ao cálculo dos fatores envolvidos na Análise CVL, ou seja, 
calculou-se a margem de contribuição unitária dos produtos, a margem de contribuição 
total em função do volume mensal comercializado, o ponto de equilíbrio (em unidades 
e em valor) e a margem de segurança. 
 
Ao confrontar a margem de contribuição proporcionada por cada produto fabricado 
com o respectivo tempo de produção, foi possível aferir a “Rentabilidade do produto 
pelo fator de restrição (tempo gasto)”. Ou seja, considerando como fator de restrição 
da capacidade produtiva o tempo de fabricação de cada unidade determinou-se quais 
os produtos deveriam ser produzidos prioritariamente em cada linha comercializada. 
 
O CVL como ferramenta gerencial há muito vem sendo considerada pela literatura 
técnica pertinente como pródiga em ofertar subsídios decisoriais consistentes aos 
gestores. Conforme evidenciado, sua aplicabilidade é perfeitamente possível também 
em organizações industriais de pequeno porte, como a empresa mencionada nesta 
pesquisa. 
 
Assim, é pertinente que os administradores e contadores ligados às empresas de 
pequeno porte tentem entender e aplicar os conceitos abrangidos pela Análise 
Custos/Volume/Lucro em tais organizações, como forma de otimizar o desempenho 
das mesmas, tendo assim, melhores condições para evitar ou diminuir as dificuldades 
de gerenciamento das atividades financeiras que levam diversas empresas à falência 
pouco tempo depois de iniciadas. 
#MINI CASO # 
 
#ATIVIDADE DE AUTOESTUDO# 
Assinale a alternativa correta: 
 
1) A Margem de Contribuição é a diferença entre receita e: 
a) Custos fixos 
b) Lucro Operacional 
c) Custos variáveis 
 
2) Um dos aspectos mais importante da análise de sensibilidade é: 
a) Margem de Contribuição 
b) Lucro Operacional 
c) Ponto de Equilíbrio 
d) Margem de Segurança 
 
 
 
 32 
3) A análise do CVL é uma ferramenta valiosa para calcular o impacto de preços, 
custos e volume sobre: 
a) Margem de Contribuição 
b) Lucro Operacional 
c) Ponto de Equilíbrio 
d) Margem de Segurança 
 
#ATIVIDADE DE AUTOESTUDO# 
 
 
 
#RECAPITULANDO# 
• Usar a Análise CVP requer pressupor que os custos ora são fixos ora variáveis 
em relação a quantidade vendida e que há uma linearidade entre receitas e 
custos; 
 
• A Análise CVP auxilia os gestores a entender o comportamento do custo total, 
das receitas totais e do lucro e as mudanças que ocorrem nos preços, custos 
fixos e custos variáveis; 
 
• Na tomada de decisão os gestores usam a Analise CVP para comparar margem 
de contribuição e custos fixos em diferentes alternativas; 
 
• Margem de Contribuição é receita menos custos variáveis. 
#RECAPITULANDO# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
TÓPICO 2.2 - Planejamento do Custo e Análise 
 
 
 
A análise do Custo Volume Lucro destaca os riscos e retornos de uma estrutura 
de custos de uma organização, auxiliando os gestores a fazerem considerações sobre 
estruturas alternativas de custos. 
 
Estruturas Alternativas de Custo entre Custo Fixo e Custo Variável 
 
Ao considerar a CAMISARIA CORTE CERTO LTDA. como exemplo, que 
pagou $ 3.000,00 pelo aluguel do estande. Supondo que os organizadores houvessem 
oferecido a empresa três diferentes alternativas de locação do espaço: 
 
ü Opção 1: $ 3.000,00 taxa fixa 
ü Opção 2: $ 1.800,00 taxa fixa mais 10% de comissão sobre as receitas 
ü Opção 3: 25% de comissão sobre as vendas sem taxa fixa. 
 
Ao projetar uma venda de 150 camisas, faz-se necessário analisar qual o 
impacto de cada opção sobre o lucro e qual o risco que cada opção oferece. 
 
 
 
 
 
Tabela CVL Para Opções de Aluguel do Estande 
 
 Opção 1 Opção 2 Opção 3 
 Receita Total 
( $ 100,00 o par ) 
 
 Custos Variáveis 
 
 $ 15.000,00 
 
 
$ 10.500,00 
$ 15.000,00 
 
 
$ 12.000,00 
 $ 15.000,00 
 
 
$ 14.250,00 
 Margem de Contribuição 
 
 $4.500,00 $3.000,00 $ 750,00 
 Custo Fixo 
 (locação do estande) 
$3.000,00 $ 1.800,00 $0,00 
 
 Lucro Operacional da 
 Feira 
 
 
 $1.500,00 
 
$ 1.200,00 
 
 $ 750,00 
Ponto de Equilíbrio ($) 
 
 $ 10.000,00
$9.000,00 $0,00 
Ponto de Equilíbrio (un) 
 
100 90 0 
 
 
Como pode ser observado na tabela acima, apesar de propiciar um lucro maior, 
ao optar pela Opção 1 a empresa corre também um risco maior, pois a necessidade de 
venda para atingir o Ponto de Equilíbrio é de 100 camisas, já na Opção 2 será 
necessário vender 90 camisas, enquanto que na Opção 3, por não ter o custo fixo do 
aluguel do Estande, o Ponto de Equilíbrio é igual a zero. 
 34 
 
Se o numero de unidades vendidas caírem para 90 camisas, a empresa 
trabalharia com prejuízo na Opção numero 1, pois a margem de contribuição não 
cobriria o custo fixo do aluguel do estande, a Opção 2 daria lucro igual a zero, porém 
cobriria o valor do aluguel e a Opção 3 daria lucro de $ 450,00, pois não tem o custo 
do aluguel. 
 
 
 
FATOS & DADOS 
Atualmente, os mercados seguradores brasileiros e mundiais passam por inúmeros 
desafios. Como exemplo, no Brasil, podemos citar os níveis de fraude em sinistros, as 
dificuldades do seguro saúde e o aumento do grau de competição. Em um estudo feito 
no final de 2013 em seguradoras nacionais concluíram que, de um modo geral, as 
seguradoras brasileiras têm taxas de rentabilidade maiores que as internacionais, pois, 
por o capital ser mais escasso em nossa economia, além do maior risco associado, as 
empresas devem ter alguma compensação. Porém, o que observa-se de mais 
interessante neste estudo, é que tal ganho não ocorre nem tanto pela maior 
margem líquida das operações, mas sobretudo pelo maior nível de alavancagem 
das companhias nacionais. Ou seja, em uma linguagem “menos teórica”, aqui, de 
cada “Real” de seguro vendido, as seguradoras brasileiras têm obtido de lucro o 
mesmo que uma internacional. A diferença é que a venda no Brasil pode ser realizada 
com menor capital. 
Fonte: 
http://www.sincor.org.br/conteudoPortugues/modeloInternaSemMenu.aspx?codConte
udo=283 
FATOS & DADOS 
 
 
Empresas com custos fixos altos, como o da Opção 1 por exemplo, possuem 
um alto grau de alavancagem. Como resultado, um aumento nas vendas gera lucros 
maiores, já uma queda nas vendas podem causar prejuízo operacional. 
 
O nível de alavancagem pode ser medido pela divisão da margem de 
contribuição pelo lucro operacional: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A análise do risco-retorno das alternativas estruturas de custos é chamada de 
alavancagem da operação. O grau de alavancagem da operação descreve os 
efeitos que os custos fixos causam, quando a margem de contribuição diminui 
com a queda nas vendas (FERREIRA, 2007). 
 
 35 
 
 
 
 
 Opção 1 Opção 2 Opção 3 
 
Margem de Contribuição 
unitária 
 
 
 $80,00 
 
$ 50,00 
 
 $ 30,00 
Margem de Contribuição 
venda 40 camisas 
 
 $ 3.200,00 $ 2.000,00 $ 1.200,00 
 
 Lucro Operacional da 
Feira 
 
 
 $1.200,00 
 
$ 1.200,00 
 
 $ 1.200,00 
Grau de Alavancagem da 
Operação 
 
2,67 1,67 1,00 
 
 
Como podemos observar na tabela acima, para uma venda de 40 camisas, a 
margem de contribuição é de 2,67 vezes o lucro operacional na Opção 1, já na Opção 
2 é de 1,67 vezes e na Opção 3 é de 1,00 vez. Se considerarmos, por exemplo, um 
aumento nas vendas na ordem de 50%, de 40 para 60 camisas, a margem de 
contribuição aumentará em 50% para cada opção apresentada. O lucro operacional, 
porém aumentará 2,67 x 50% = 133% (de $ 1.200,00 para$ 3.600,00) na Opção 1, mas 
somente 1,00 x 50% = 50% na Opção 3 (de $ 1.200,00 para $ 1.800,00). 
 
 
 
#SAIBA MAIS# 
Saiba mais sobre Grau de Alavancagem, acessando o link: 
https://docs.google.com/viewer?url=http://jeffersonmgmendes.com/Eng_economica/E
ngecon_09_alavancagem_financeira.pdf 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
Efeitos do Horizonte de Tempo 
Um tema importante na análise Custo Volume Lucro, é que os custos podem ser 
classificados em determinados momentos como custos fixos e em outros como custos 
variáveis ( FERREIRA, 2007). 
 
Esta classificação sofre o efeito do intervalo de tempo que for considerado na 
tomada de uma decisão, já que no curto prazo uma boa parte dos custos podem ser 
considerados como fixos. 
 
Tomemos como exemplo um avião de passageiros vai partir em 30 minutos e 
tem ainda 30 lugares vagos, e um passageiro em potencial chega com uma 
transferência de passagem de outra companhia aérea concorrente. Quais serão os 
custos variáveis para a empresa aérea? Provavelmente uma refeição a mais, o que 
representará muito pouco. Podemos considerar neste caso que todos os custos da 
 36 
decisão de levar este passageiro podem ser considerados como fixos. Agora suponha 
que a empresa aérea esteja se decidindo por incluir uma nova cidade as suas rotas, 
neste caso, a maioria dos custos que incidirão poderão ser considerados como 
variáveis e poucos custos classificados como fixos. Este exemplo nos mostra, que 
definir os custos como realmente fixos, depende muito da área de atuação da empresa, 
do horizonte do tempo em análise e da situação especifica a se decidir. 
Horngren (2003), explica que a Análise CVL é uma das mais utilizadas 
ferramentas de gestão, já que através desta análise, é possível examinar o 
comportamento das receitas e custos totais, como também, dos resultados das 
operações decorrentes de mudanças ocorridas nos níveis de vendas, preços, custos 
variáveis unitários e custos fixos. 
 
Em geral, os gestores, utilizam esta análise como uma ferramenta para auxilia-
los a responder questões que envolvam expectativas futuras de lucratividade se 
houverem modificações nos preços de venda, nos custos e no volume vendido. 
 
 
#ATIVIDADE DE AUTOESTUDO# 
Assinale se verdadeira ou falsa: 
1) Análise CVL é uma das mais utilizadas ferramentas de gestão, já que através 
desta análise, é possível examinar o comportamento das receitas e custos totais 
da empresa. 
a) Verdadeira 
b) Falsa 
 
2) A Análise CVL possível examinar o comportamento das receitas e custos 
totais, como também, dos resultados das operações decorrentes de mudanças 
ocorridas nos níveis de vendas, preços, custos variáveis unitários e custos 
fixos. 
a) Verdadeira 
b) Falsa 
 
3) Empresas com custos fixos altos, não possuem um alto grau de operação de 
alavancagem. 
a) Verdadeira 
b) Falsa 
 
4) Empresas com alto grau de alavancagem se aumentarem suas vendas geram 
lucros maiores, já uma queda nas vendas podem causar prejuízo operacional. 
a) Verdadeira 
b) Falsa 
 
5) Um tema importante na análise Custo Volume Lucro, é que os custos não 
podem ser classificados em determinados momentos como custos fixos e em 
outros como custos variáveis. 
a) Verdadeira 
b) Falsa 
#ATIVIDADE DE AUTO ESTUDO# 
 
 
 
 
 37 
 
 
 
#RECAPITULANDO# 
• A análise do Custo Volume Lucro, destaca os riscos e retornos de uma 
estrutura de custos de uma organização; 
 
• A análise do Custo Volume Lucro, auxilia os gestores a fazerem considerações 
sobre estruturas alternativas de custos; 
 
• A análise do risco-retorno das alternativas estruturas de custos é chamada de 
alavancagem da operação; 
 
• O grau de alavancagem da operação descreve os efeitos que os custos fixos 
causam, quando a margem de contribuição diminui com a queda nas vendas; 
 
• Análise CVL é uma das mais utilizadas ferramentas de gestão, já que através 
desta análise, é possível examinar o comportamento das receitas e custos totais 
da empresa. 
#RECAPITULANDO# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 
 
 
TÓPICO 2.3 - Análise do Ponto de Equilíbrio (Break-Even) 
 
O Ponto de Equilíbrio, conhecido também como Ponto de Ruptura é a 
conjunção dos custos totais com as receitas totais. Deste modo, os custos e despesas 
fixas seriam totalmente absorvidos e partir
daí, a empresa inicia seu retorno do 
investimento com a obtenção de lucro. 
 
Segundo Ferreira (2007), o Ponto de Equilíbrio ou break even point, aponta a 
necessidade mínima de faturamento que a empresa precisa alcançar para fazer face as 
suas despesas operacionais. 
 
 Para Martins (2003, p. 257), o Ponto de Equilíbrio indica a capacidade mínima 
que a empresa deve operar para não ter prejuízo. É, portanto, a relação entre o volume 
de vendas e a lucratividade, determinando o nível de vendas necessário para cobrir os 
custos operacionais. Ou ainda, é o ponto em que a empresa se equilibra, servindo 
também para mostrar a magnitude dos lucros ou perdas da empresa se as vendas 
ultrapassarem ou caírem para um nível abaixo desse ponto. 
 
 
#FATOS E DADOS# 
No ano de 2012, preocupada com a queda na rentabilidade, A Agrovel, empresa de 
pequeno porte no ramo de agronegócio, fabricante de componentes para implementos 
agrícolas, estabelecida no interior paulista há treze anos e com vinte funcionários, 
decidiu por implantar a ferramenta de análise do Ponto de Equilíbrio para direcionar 
suas metas de vendas. 
 
Foi apurado que o ponto de equilíbrio da empresa era de R$ 64.000,00, o que 
correspondia a 92% do faturamento médio da empresa. De posse desta informação, os 
dirigentes da empresa puderam visualizar que a venda media da empresa era 
insuficiente para atingir os objetivos de retorno esperado e puderam então, direcionar 
seus esforços para aumentar seu faturamento visando assim a melhora nos resultados. 
#FATOS E DADOS# 
 
 
Podemos analisar o Ponto do Equilíbrio sobre três aspectos: Ponto de 
Equilíbrio Financeiro, Contábil e Econômico (FERREIRA, 2007, p.37): 
 
Ponto de Equilíbrio Financeiro avalia a necessidade mínima de faturamento 
da empresa sem considerar a depreciação, visto que, a depreciação não representa uma 
saída de caixa. É o resultado da divisão dos Custos Fixos (CF), menos a depreciação 
pela Margem de Contribuição (MC), multiplicado pela Receita Sobre Vendas (RSV): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEF = [(CF - Depreciação) / MC] x RSV 
 
 39 
 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No exemplo acima, para que a empresa atinja o equilíbrio financeiro, isto é, 
faça frente as suas despesas operacionais menos a depreciação, será necessário um 
faturamento de $ 60.000,00. 
 
Ponto de Equilíbrio Contábil avalia a necessidade mínima de faturamento da 
empresa considerando a depreciação do imobilizado. É o resultado da divisão dos 
Custos Fixos totais pela Margem de Contribuição, multiplicado pela Receita Sobre 
Vendas. 
 
 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No exemplo acima, para que a empresa atinja o equilíbrio contábil, isto é, faça 
frente as suas despesas operacionais incluindo a depreciação, será necessário um 
faturamento de $ 66.666,66. 
 
 
#ATENÇÃO# 
Vale lembrar que em qualquer atividade que envolver tomada de decisão, estará 
presente riscos e incertezas. Sendo assim, os resultados esperados de decisões sobre o 
nível mínimo de vendas apontadas pela análise do Ponto de Equilíbrio, também estão 
sujeitos a variações. 
PEC = (CF / MC) x RSV 
 
Calculando PEF: 
 
PEF = [(CF - Depreciação) / MC] x RSV 
 
PEF = [(20.000,00 – 2.000,00) / 30.000,00] x 100.000,00 
 
PEF = 60.000,00 
 
PEF = 60.000,00 
 
 
 
Calculando PEC: 
 
PEC = (CF / MC) x RSV 
 
PEC= (20.000,00 / 30.000,00) x 100.000,00 
 
PEC = 66.666,66 
 
PEF = 60.000,00 
 
 
 
 40 
#ATENÇÃO# 
 
 
Ponto de Equilíbrio Econômico avalia a necessidade mínima de faturamento 
da empresa considerando a depreciação mais a remuneração do Capital dos sócios ou 
acionistas. É o resultado da divisão dos Custos Fixos totais mais o Custo da 
Oportunidade pela Margem de Contribuição, multiplicado pela Receita Sobre 
Vendas. 
Neves (1982) considera que o custo de oportunidade representa as 
oportunidades de remuneração sobre um investimento externo acessível à empresa, 
sendo assim visto como a remuneração de um investimento alternativo que poderia ser 
obtido pela empresa. 
 
Para Ferreira (2007, p.41), o custo da Oportunidade corresponde a uma 
remuneração mínima do capital investido pelos sócios ou acionistas, comparada a uma 
remuneração que seria obtida aplicando este capital no mercado financeiro (CBD, 
RDB, Poupança, etc.). É o lucro mínimo almejado pelo empresário. 
 
 
 
 
Exemplo 
 
Calculando CO: 
 
• Patrimônio Líquido (PL): R$ 400.000,00 
• Remuneração CDB: 2% ao mês 
 
Calculando: 
 
CO = PL x Taxa de Aplicação 
 
CO = 400.000,00 x 2% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No exemplo acima, para que a empresa atinja o equilíbrio econômico, isto é, 
faça frente as suas despesas operacionais incluindo a depreciação e remunere seu 
Patrimônio Liquido a uma taxa mínima de atratividade de 2% ao mês, será necessário 
um faturamento de $ 93.333,33. 
CO = PL x Taxa de Aplicação 
CO = 8.000,00 
 
Calculando PEE: 
 
PEE = [(CF + CO) / MC] x RSV 
 
PEE = [(20.000,00 + 8.000,00) / 30.000,00] x 100.000,00 
 
PEE = 93.333,33 
 
PEF = 60.000,00 
 
 
 
 41 
 
Ponto de Equilíbrio em Quantidade (PEq): é a quantidade mínima de 
produtos que a empresa necessita produzir e vender para fazer frente as suas despesas 
operacionais. É o resultado da divisão dos Custos Fixos totais pela Margem de 
Contribuição Média, do mix de produtos fabricados pela empresa. 
 
 
 
Exemplo: 
Preço Venda Médio = 100,00 
Custos Variáveis Totais = 60,00 
 
MC Média = PV (médio) – CVT 
MC Média = 100,00 – 60,00 
MC Média = 40,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
No exemplo acima, para que a empresa atinja o equilíbrio em quantidade 
física, isto é, faça frente as suas despesas operacionais incluindo a depreciação será 
necessário produzir e vender 500 unidades de seu produto. 
 
 
#ATIVIDADE DE AUTOESTUDO# 
Assinale a Alternativa Correta: 
Sabendo que: 
 
Custos Fixos -800.000 
Custo Variável Unitário (Vendas + Produção) -300,00 
Preço Unitário -700,00 
 
1) O ponto de equilíbrio é igual a: 
a. ( ) 2.000 unidades. b. ( ) 1.000 unidades. 
c. ( ) 2.500 unidades. d. ( ) 1.200 unidades 
 
 
2) A receita total do ponto de equilíbrio é de: 
a. ( ) 1.000.000 b. ( ) 300.000 
c. ( ) 1.400.000 d. ( ) 1.250.00 
 
3) O lucro, no ponto de equilíbrio, é de: 
a. ( ) zero. b. ( ) 400.000 
c. ( ) 500.000 d. ( ) 300.000 
PE(q) = (CF / MC unit) 
 
Calculando PE(q): 
 
PE(q) = (CF / MC unit) 
 
PE(q) = (20.000,00 / 40,00) 
 
PE(q) = 500 un. 
 
PEF = 60.000,00 
 
 
 
 42 
#RECAPITULANDO 
• O Ponto de Equilíbrio, conhecido também como Ponto de Ruptura é a 
conjunção dos custos totais com as receitas totais, ,apontando a necessidade 
mínima de faturamento que a empresa precisa alcançar para fazer face as suas 
despesas operacionais. 
 
• Podemos analisar o Ponto do Equilíbrio sobre três aspectos: Ponto de 
Equilíbrio Financeiro, Contábil e Econômico. 
 
• Ponto de Equilíbrio Financeiro avalia a necessidade mínima de faturamento da 
empresa sem considerar a depreciação, visto que, a depreciação não representa 
uma saída de caixa. 
 
• Ponto de Equilíbrio Contábil avalia a necessidade mínima de faturamento da 
empresa considerando a depreciação do imobilizado. 
 
• Ponto de Equilíbrio Econômico avalia a necessidade mínima de faturamento da 
empresa considerando a depreciação mais a remuneração do Capital dos sócios 
ou acionistas. 
 
• Ponto de Equilíbrio em Quantidade é a quantidade mínima de produtos que a 
empresa necessita produzir e vender para fazer frente as suas despesas 
operacionais. 
 
• Qualquer atividade que envolva tomada de decisão, estará presente riscos

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