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Fenômenos de Indução Magnética – Lei de Faraday e Lei de Lenz Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – campus Diadema Laboratório de Física lll Prof. Nadja Magalhães Turma A Neste experimento, verificou-se o fenômeno de indução magnética em diferentes condutores - retilíneos, espiras circulares e bobinas (solenoide). Para tanto, foi necessária uma corrente elétrica que passasse pelo fio condutor e gerasse um campo magnético, fazendo limalhas de ferro se organizar de acordo com cada tipo de condutor. Com isso, puderam-se reconhecer Leis como a de Faraday e a de Lenz, que são a base para o entendimento do Eletromagnetismo. Com a equação da lei de Biot-Savart pôde-se calcular o valor do vetor indução magnética dentro da espira circular e foi obtido o valor de 40,98μT. 1. INTRODUÇÃO O estudo da indução elétrica por um campo Magnético variável teve um grande avanço no século XIX com as experiências de Michael Faraday na Inglaterra e, por Joseph Henry, independentemente, nos Estados Unidos. 1.1. Lei de Faraday Michael Faraday descobriu, pela movimentação de um ímã em relação a um condutor metálico, que uma corrente elétrica podia ser criada. Ou seja, era possível criar-se uma corrente elétrica apenas com um campo magnético em movimento. Denominada então de corrente induzida, constatou-se que tal corrente era criada a partir de uma Força Eletromotriz também induzida. Tal descobrimento ficou conhecido com Lei de Faraday, e descreve como a fem é introduzida num circuito quando o fluxo magnético através da superfície limitada pelo circuito varia com o tempo. A fórmula do fluxo magnético pode ser representada por I, abaixo: 𝜙𝑩 = ∫ 𝑩 𝑑𝐴 (I) Tendo isso como base, pode-se agora entender a Lei de Faraday da indução, representada pela fórmula II: 𝜀 = − 𝑑𝜙𝑩 𝑑𝑡 (𝐼𝐼) Onde a fem é descrita em termos de V (Volt), 𝜙𝑩 é dado em Wb (Weber) e o tempo, em segundos. Se o circuito for uma bobina que consiste de N espiras idênticas concêntricas e com todas as linhas de campo atravessando suas espiras, a fem induzida será de acordo com III: 𝜀 = −𝑁 𝑑𝜙𝑩 𝑑𝑡 (𝐼𝐼𝐼) Sabendo 𝜀 varia conforme o fluxo magnético e que este depende do módulo do vetor eletromagnético e da área da superfície em questão, conclui-se que a fem também dependerá de B, da área, A, da superfície, e do tempo estipulado. No caso de uma única espira circular, temos a simplificação da fórmula I como: 𝜙𝑩 = ∫ 𝑩 𝑑𝐴 = ∫ 𝐵 𝑑𝐴 cos 𝜃 = 𝐵𝐴 cos 𝜃 (𝐼𝑉) Desta forma, ficamos com uma segunda equação da força eletromotriz, representada por V, abaixo: 𝜀 = − 𝑑𝐵𝐴 cos 𝜃 𝑑𝑡 (𝑉) 1.2. Lei de Lenz A Lei de Lenz aborda o sinal negativo da equação da Força Eletromotriz da Lei de Faraday. Ela é usada para definir o sentido da corrente em um fio condutor quando há variação magnética. Conhecida popularmente como “Regra da mão direita”, a Lei de Faraday não foi registrada assim, mas a cargo de entendimento público, ela explica que a corrente induzida deve estar em uma direção tal que o campo magnético que ela produz se oponha à variação no fluxo magnético do campo magnético externo – o mesmo que originou a tal corrente. 1.3. Lei de Biot – Savart Esta seção é válida para clarificar que não só campos magnéticos em movimento podem gerar correntes elétricas, mas como correntes elétricas geram campos magnéticos. Foi isso que Jean - Baptiste Biot e Felix Savart investigaram e comprovaram no início do século XIX. A Lei de Biot – Savart é resumida da seguinte forma de acordo com a Equação VI abaixo, que calcula a intensidade do vetor indução B em um ponto P a uma distância d perpendicular a um fio longo e retilíneo: 𝑩 = 𝜇0 𝐼 2 𝜋𝑑1 (𝑉𝐼) Tal que 𝜇0 = 4𝜋 .10−7𝑇𝑚 𝐴 Já no centro de uma espira, a equação que confere do campo magnético B é dada por VII: 𝑩 = 𝜇0 𝐼 2𝑅 (𝑉𝐼𝐼) É relacionando as leis em 1.1., 1.2. e 1.3. que neste experimento utiliza-se um condutor primário para sofrer uma indução elétrica, e um condutor secundário para receber uma indução magnética gerada pela corrente induzida no condutor primário. Consideraremos o ar como o meio em que se realiza todo o sistema. 2. PARTE EXPERIMENTAL 2.1. Materiais 2.1.1 Indução magnética num condutor retilíneo. Os principais materiais utilizados foram: • Um sistema com duas espiras paralelas retangulares projetáveis • Quatro conexões de fios de 500 mm com pinos de pressão. • Um frasco com limalhas de ferro • Uma bussola com agulha magnética e estrutura transparente. • Uma mesa articulada com sapatas niveladoras antiderrapantes e encaixe para sistema com espiras paralelas retangulares projetáveis • Uma chave de três posições normalmente aberta • Uma fonte de alimentação, regulada para 4 VCC 2.1.2. Indução magnética ao redor de espiras circulares, bobinas Os principais materiais utilizados foram: • Um sistema com duas espiras paralelas circulares projetáveis • Quatro conexões de fios de 500 mm com pinos de pressão • Um frasco com limalhas de ferro • Uma bussola com agulha magnética e estrutura transparente • Uma mesa articulada com sapatas niveladoras antiderrapantes e encaixe para sistema com espiras paralelas retangulares projetáveis. • Uma chave de três posições normalmente aberta. • Uma fonte de alimentação, regulada para 4 VCC 2.2 Procedimentos Experimentais 2.2.1. Indução Magnética devida à corrente elétrica que circula num condutor retilíneo. Primeiro ligou-se dois dos bournes frontais do conjunto bobina-espiras retangular na chave normalmente aberta de três posições, para que a corrente elétrica tivesse orientação para cima quando passasse pela mesa, e esta aos bournes da fonte de alimentação. A mesa articulada foi aberta para que sua parte articulável passasse pelo interior do conjunto bobina-espiras retangular. A mesa então foi fechada com os fios condutores passando pelos orifícios entre as placas da mesa. Depois a chave auxiliar foi então ligada e os efeitos causados na limalha de ferro foram representados na figura 2 (Figura 2 - Configuração observada no estudo de indução magnética devida à corrente elétrica que circula um condutor retilíneo). Para facilitar a visualização, foram dadas leves batidas na mesa acrílica para espalhar melhor a limalha. Ainda com a chave ligada, uma bussola foi posicionada em diversos pontos em torno do fio para que o sentido apontado pudesse ser padronizado em qualquer lugar do fio. Os sentidos apontados pela bussola foram expressos na figura 4 (Figura 4 - Representação dos vetores força eletromagnética nos pontos P1 e P2), bem como o que ocorreu quando a corrente foi invertida e passou a ter sentido para baixo. A chave foi desligada ao final das observações. 2.2.2. A indução magnética entre dois condutores paralelos percorridos por uma corrente elétrica A montagem para este experimento foi realizada da mesma forma que a do experimento 1, porem um par de cabos foi incluído de modo a conectar o condutor que havia sido desligado no experimento anterior em serie com o que estava conectado e também conectado em serie à chave de três fases. Foram espalhadas limalhas de ferro sobre a mesa articulada. Foi observado o que ocorreu com a limalha de ferro próxima ao fio F1 e F2 e os resultados podem ser observados na Figura 5 - Configuração observada no estudo de indução magnética devida à corrente elétrica que circula dois condutores paralelos. Sabendo então que o sentido da corrente elétrica em ambos os fios era de baixo para cima, pôde-se deduzir qual seria o sentido do campo magnético. Com o auxílio de uma bussola, foi também possível determinar o sentido da força magnética, que pode ser observada na figura 7 (Figura 7 - Representação dos vetores força eletromagnética nos pontos P1 e P2). Ainda com o auxílio da bussola, foi observado qual o sentido do campo magnético da bussola em torno dos fios F1 e F2. Também foi analisado o que acontece quando a corrente em F1 passa a ser de baixo para baixo. Ambos os dados obtidos foram expostos na figura 8 (Figura 8 - Representação dos vetores indução magnética). A chave foi desligada ao final das observações. 2.2.3. Indução magnética ao redor de espiras circulares percorridas por uma corrente elétrica A montagem deste experimento se difere do primeiro pelo fato de que as espiras utilizadas neste são circulares, enquanto as outras eram retangulares. Novamente limalhas de ferro foram espalhadas pela mesa e depois de ligado o conjunto, o observado foi anotado e será expresso na figura 9 (Figura 9 - Configuração observada no sistema com duas espirais paralelas retangulares). Ao final do experimento a corrente foi desligada. 3. RESULTADOS 3.1. Indução Magnética devida à corrente elétrica que circula num condutor retilíneo. Reprodução do observado: Figura 2 - Configuração observada no estudo de indução magnética devida à corrente elétrica que circula um condutor retilíneo. FONTE: Autoria Própria Observou-se a configuração em círculos concêntricos apenas ao redor de um dos orifícios da mesa acrílica. Os contornos a lápis representam a orientação das limalhas de ferro influenciadas pelo campo magnético e o sombreado, as partículas de limalha espalhadas. Figura 3 - Fotografia da orientação das limalhas de ferro no experimento 1. FONTE: Roteiro do experimento Lei de Faraday. Representação da orientação do vetor indução magnética (B) nos pontos P1 e P2 caso a corrente fosse CC nos sentidos de baixo para cima (saindo da folha de papel) e de cima para baixo (entrando na folha de papel). Figura 4 - Orientação de vetor indução magnética. FONTE: Roteiro do experimento Lei de Faraday. 3.2. A indução magnética entre dois condutores paralelos percorridos por uma corrente elétrica Reprodução do observado, de acordo com a figura 5. Figura 5 - Configuração observada no estudo de indução magnética devida a corrente elétrica que circula dois condutores paralelos. FONTE: Autoria Própria Foram observados círculos concêntricos mais concentrados ao redor do orifício esquerdo da mesa e alguns círculos pouco perceptíveis ao redor do orifício direito. Figura 6 - Fotografia da configuração adquirida pelas limalhas de ferro no experimento 2. FONTE: Roteiro do experimento Lei de Faraday. Figura 7 - Representação dos vetores força eletromagnética nos pontos P1 e P2. FONTE: Roteiro do experimento Lei de Faraday. Representação da orientação que teria o vetor indução magnética B nos pontos P1 e P2, caso a corrente fosse CC, Sentido de baixo para cima nos dois condutores. Figura 8 - Representação dos vetores indução magnética. FONTE: Roteiro do experimento Lei de Faraday. 3.3. Indução magnética ao redor de espiras circulares percorridas por uma corrente elétrica Figura 9 - Configuração observada no sistema com duas espirais paralelas retangulare FONTE: Autoria Própria Figura 10 - Fotografia da configuração adquirida pelas limalhas de ferro no experimento 3. FONTE: Roteiro do experimento Lei de Faraday. 4.DISCUSSÃO. 4.1. Indução magnética devida à corrente elétrica que circula num condutor retilíneo Nesse experimento, notou-se que a limalha de ferro, distribuída sob a placa em formato de circunferências concêntricas, evidenciou as linhas de campo magnético ao redor do condutor que teve os fios conectados. Sendo que a direção do campo magnético pode ser determinada através da regra da mão direita, como representada na figura 11. Percebe-se também que o vetor indução fato que pode ser observado nos pontos P1 e P2 da figura 2. Segundo a equação 1 (Biot-Savart), o elemento de corrente (produto I ds) produz um campo magnético, cuja magnitude varia como o inverso do quadrado da distância do elemento de corrente. Além disso, devido ao elemento de corrente, o campo magnético é perpendicular ao mesmo e ao raio vetor. Figura 11 - Regra da mão direita para determinar a direção do campo magnético. FONTE: Roteiro do experimento Lei de Faraday. 4.2. A indução magnética entre dois condutores paralelos percorridos por uma corrente elétrica Nessa parte do experimento, notou-se que a limalha espalhou-se ao redor dos dois condutores, formando novamente círculos concêntricos, uma vez que, a corrente elétrica passa pelos dois fios desta vez. Além disso, notou-se que se a corrente elétrica tiver o mesmo sentido para os dois condutores, a direção do campo magnético é a mesma, podendo assumir sentido horário ou anti- horário. Tendo o sentido da corrente elétrica e do campo magnético, é possível determinar o sentido da força magnética, em um determinado ponto, através da regra da mão direita para o produto vetorial (figura 12) utilizando a formula f (f=il x B). Inclusive, é possível obter a força magnética exercida tanto no condutor da esquerda quanto no da direita. Sendo que o primeiro encontra-se imerso na indução magnética do segundo e vice-versa, e portanto, se os condutores forem móveis e a corrente elétrica que passa pelos condutores tiverem o mesmo sentido, eles sofrerão uma atração, como mostra na figura 13. No entanto, se o sentido da corrente elétrica em um condutor for contrária ao outro, os condutores sofrerão repulsão, pois o campo magnético gerado por um terá sentido horário, enquanto o outro terá sentido anti-horário. Além disso, é necessário considerar que o vetor indução magnética, em um certo ponto, é a resultante dos campos gerados pelos pelas duas correntes. Figura 12 - Regra da mão direita para determinar o sentido do vetor resultante do produto vetorial FONTE: Roteiro do experimento Lei de Faraday. Figura 13 - Indução magnética entre dois condutores paralelos percorridos por uma corrente elétrica. FONTE: Roteiro do experimento Lei de Faraday. 4.3. Indução magnética ao redor de espiras circulares percorridas por uma corrente elétrica Assim, como no experimento 2, observou- se que a limalha de ferro se espalhou em torno dos dois condutores, no entanto, como o condutor era circular e uma única corrente elétrica o percorria, nota-se que um dos campos magnéticos gerados possui sentido contrário do outro, como mostra na figura 14. Figura 14 - Campo magnético gerado por uma corrente elétrica em um condutor circular FONTE: Roteiro do experimento Lei de Faraday. Na figura 10 (foto do último experimento), notou-se que a limalha de ferro ficou mais concentrada no ponto p1, pois é o ponto que possui maior concentração de linhas de indução magnética, e portanto, é onde o vetor B possui maior intensidade. Fato que pode ser comprovado através da lei de Biot-Savart, em que, quanto menor for a distância entre o ponto e a espira, maior é a intensidade do campo magnético. A fim de calcular o valor do vetor indução magnética no interior da espira circular, sendo que o raio médio medido foi de 6,9cm. Supôs-se que a montagem foi submetida a uma tensão de 4 VCC que fez a bobina circular com uma corrente elétrica de aproximadamente 4,5 A. Segundo a lei de Biot-Savart: B = μ.I 2R (VII) Como μ = 4π.10-7 T.m/A, tem-se: B = μ. I 2R = 4π. 10−7. 4,5 2.0,069 = 40μT Portanto, o valor do vetor indução magnética dentro de uma espira circular, nessas condições, é de = 40,98 μT. 5. CONCLUSÃO Os experimentos foram realizados de forma bastante lúdica, a qual permitiu uma compreensão mais sólida em termos físicos dos conceitos estudados acerca dos fenômenos magnéticos. Através da observação da orientação adquirida pelas limalhas de ferro, submetidas aos campos magnéticos foi possível verificar a orientação dos campos e como as linhas desses campos, para diferentes condutores, comportam-se de maneira distinta, o que foi de fato interessante de se notar. Comprova-se, portanto, o fenômeno da indução magnética e estabeleceram-se as relações vetoriais entre os parâmetros envolvidos nesta prática. 6.REFERÊNCIAS [1]Halliday, David, Resnick, Robert e Walker, Jearl, Fundamentos de Física Volume 3 Eletromagnetismo, Ed. LTC, Rio de Janeiro, 2007. [2]Serway, Raymond A. e Jewett Jr, John W., Princípios de Física Volume 3 Eletromagnetismo, Ed. Thomson São Paulo, 2006 FILIGRANA, Tema. CIENCIAS Y OCURRENCIAS: SOLUCIÓN EXAMEN RECUPERACIÓN MAGNETISMO 2BACHILLERATO FÍSICA 12-13. 2018. 2018. Disponível em: <http://chemispedro.blogspot.com/2013/05/ solucion-examen-recuperacion- magnetismo.html>. Acesso em: 20 jun. 2018
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