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ficahmento de vidoes PUR entre rios

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PUR – PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL
Prof.: Nara Argiles
Aluna: Ana Lúcia Sacchi / RA: D127977
Data de entrega: 18/03/2019
Fichamentos de vídeos
RIOS E RUAS: (Re)descobrindo os Rios Invisíveis da Metrópole
Um grupo faz um bike tour pelas ruas da cidade que estão pavimentadas por caminhos que eram rios ou córregos, constatando que estão canalizados e marcando alguns lugares com um símbolo.
Logo no início existe uma comparação dos rios poluídos de SP com o Tâmisa, em Londres, dizendo que lá existia uma poluição enorme e que com um processo de 120 anos o rio foi recuperado.
Antes do estabelecimento da cidade de SP existiam no meio físico 1500km de rios e córregos, desenterrados, as aguas de chuva teriam para onde correr.
Em SP, as aguas de nascentes de rios são jogadas na rede de aguas fluviais, misturadas com o esgoto, diferentemente de outros países que fazem isso separadamente.
Visitam a nascente do Rio Saracura, onde encontram um lavador de carros que ali vive desde 1940. O mesmo diz que bebe agua da nascente do rio.
Montam um quebra cabeça com os rios (hoje enterrados) de SP, mostrando que seriam parte de SP, do ABC, Mauá e Diadema.
A parte melhor aproveitada da cidade deveria estar em torno do rio, mas hoje tem-se ma sensação de desprezo por essas áreas.
RIO PINHEIROS, sua história e perspectivas
“Um rio só é rio se corre, parado não é rio”.
O rio Pinheiros até a década de 70 apresentava condições de caça e pesca, após esse período por estar encravado em uma situação urbana sofreu recente e abrupta degradação, sendo usado para afastar o esgoto urbano e os consequentes detritos disso.
A bacia hidrográfica do Pinheiros se estende desde a Avenida Paulista até o rio, passando pela Cerro Corá e Dr. Arnaldo e pelo outro lado, desde Taboão da Serra, Embú, Guarapiranga. Com a expansão urbana todos os afluentes foram canalizados e correm para o rio Pinheiros, juntamente com a carga difusa (sujeira) e também com as ligações irregulares de esgoto, criando as ilhas de assoreamento.
A área lateral do rio era uma várzea e agora é parte da cidade.
A Cia. Light que explorava o serviço de bondes em SP, passou também a fornecer energia elétrica e idealizou o projeto de conversão do leito do rio, para aproveitar seu curso para ter maior geração de energia. Ou seja, o rio que corria na direção contrária, teve suas aguas bombeadas para as encostas da serra do mar, com a criação da represa Billings para o acumulo de agua e com uma queda de 720 metros para geração dessa energia. Era uma companhia privada que explorava os recursos naturais e ainda cobrava pela energia que vendia.
Juntamente com a companhia City, foram responsáveis por grandes loteamentos em SP: City Lapa, City Butantã, City Pinheiros.
Existe uma alta concentração de população às margens do rio e cerca de 40% do esgoto da cidade é lançado nele. Mesmo com os contribuintes pagando uma taxa pelo esgoto, o mesmo não é tratado.
No final dos anos 80, o rio já se encontrava tão poluído que havia uma discussão sobre o bombeamento das suas aguas para a Billings, em função da poluição que poderia levar para lá.
Esse bombeamento foi proibido e hoje só é feito quando existe risco iminente de transbordamento do rio durante as enchentes.
O Pinheiros não é mais um rio, por ser todo “operado” ele é considerado um canal. Nunca recebe água das nascentes para limpar o curso de suas aguas. Hoje ele é um lago.
Antigamente existia a tendência de esconder os rios e a sujeira neles, atualmente as pessoas querem ter uma convivência com as aguas dos rios. Deve se pensar em uma mobilização da sociedade pela causa dos rios e uma interlocução com os poderes públicos e sociedades de economia mista para que essa interação se torne possível.
Há um conflito de interesses e não existe uma figura responsável que possa ser cobrada para termos rios limpos.
ENTRE RIOS – História da ocupação do solo e rios da cidade de São Paulo
Quando os jesuítas chegaram a São Paulo, se instalaram no mesmo local que os índios já haviam escolhido para suas aldeias, um ponto plano entre os rios Tamanduateí (antigo Piratininga – rio do peixe seco, peixes morriam atraiam formigas e essas atraiam os tamanduás, daí o nome do rio) – também por onde chegavam ao rio Tietê e podiam navegar; e o ribeirão do Anhangabaú - de onde retiravam água limpa para o consumo.
Por mais de 300 anos a vila de SP só existiu em função desses rios. Com a expansão cafeeira que atraiu investimentos para a cidade se iniciou um processo de modernização.
Em 1867 – chegou na cidade a companhia SP Railway, que fazia a ligação ferroviária até a serra do mar, tornando SP um espaço estratégico, um ponto de encontro de várias ferrovias na cidade. A velocidade da máquina trouxe a modernidade e os peixes antes retirados dos rios , agora eram retirados do mar e chegavam em vagões.
Com o passar do tempo os rios foram se tornando obstáculos ao crescimento da cidade, sendo que a construção do viaduto do chá foi o primeiro marco a vencer essa barreira.
Com a expansão da cidade e a estrutura de alguns bairros destinados à classe de maior poder econômico foi criada em 1878 a Cia de Águas e Esgotos Cantareira, que levava água encanada para as residências. Foi o primeiro sistema de abastecimento de SP.
Com mais pessoas na cidade se utilizava mais água e também se produzia mais esgoto.
Com os argumentos sanitaristas e hidráulicos os políticos acabaram servindo a um objetivo mercantilista, com a ideia de aterrar, lotear e vender as margens dos rios.
Transformar os rios, cortar suas curvas e afundar o leito, levando o esgoto de forma mais rápida. Ou seja, o rio cedeu seu espaço e pagou as contas.
Na década de 20 os rios foram transformados em parque. O Anhangabaú foi canalizado e enterrado e o Parque D. Pedro foi criado as margens do Tamanduateí.
Os rios Pinheiros e Tietê eram rios de planície, com curso lento e cheios de meandros e de uma cheia para outra mudavam de lugar. A várzea de inundação periódica do rio era de grande interesse imobiliário, enquanto que a população mais pobre se sujeitava a morar nas áreas mais baixas com períodos de inundação.
Saturnino de Brito (1920/22) propôs um plano de resgate da orla fluvial urbana para garantir a integridade da várzea – com uma distância entre 500m a 1km, sendo que a confluência dos rios deveria se tornar lagos e parques.
Porém, seus colegas Prestes Maia, juntamente com Ulhôa e Cintra falavam o que os empreendedores queriam ouvir e fizeram o Plano de Avenidas baseado em um sistema radial concêntrico que já existi em cidades da Europa. Acontece que eles sonegaram a informação que nessas cidades além do anel viário existiam também um anel hidroviário e ferroviário.
A intenção em SP era a de vender carros, objetos que em SP tiveram uma carga simbólica.
Em 1938 – Prestes Maia como prefeito, implementou o plano, utilizando os fundos de vale e áreas de rios e córregos para as avenidas. Assim teve um baixo custo com as desapropriações e causou grande valorização dos terrenos do entorno.
O plano criou os marginais Pinheiros e Tietê, a Av.do Estado, 23 de maio, 9 de julho e concluiu a retificação do Tietê. O espaço da aguas se tornou no espaço dos carros. Ou seja, as enchentes são produtos da urbanização da cidade. Os rios são a espinha dorsal da arquitetura da cidade.
Ainda hoje o problema de deslocamento das pessoas na cidade segue uma lógica ultrapassada de se abrir mais estradas e avenidas. Inclusive a nascente do rio Tamanduateí no Parque St. Luzia em Mauá, está agora muito próxima de um trecho do Rodoanel.
Ainda existe a proeminência do privado sobre o público, uma tendência de preferência ao transporte individual. Deve-se pensar no fluxo de pessoas, no percurso, na rua viva.
“Cabe a nós conceber o espaço em que queremos viver. O que vamos valorizar? ”

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