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RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA A lei 11.101/05 trata dos procedimentos atinentes à recuperação (judicial e extrajudicial) e à falência. Antes de analisar estes institutos separadamente, cumpre faze algumas considerações gerais. Segundo o art. 1° da referida lei, ela só se aplica a empresários, seja na modalidade de empresário individual ou sociedade empresária. Deve-se ter cuidado especial no que tange à sociedade simples, pois ela pode ser empresária ou não empresária (simples). Por exemplo, se uma sociedade limitada tem seus atos constitutivos registrados no RCPJ, há presunção é de que ela desempenha seu objeto social de forma simples, não empresária. Logo, está fora do âmbito de incidência da lei 11.101. Outro cuidado que devemos ter é em relação ao art. 2°, que traz um rol de pessoas não sujeitas a lei em comento. Será certo dizer então que as instituições financeiras não podem falir? Não. Elas podem sim ter a sua falência decretada, mas não com a observância da lei 11.101. Neste caso deverá ser observado o que prescreve a lei 6.024/74, com participação obrigatória do Banco Central do Brasil. Por outro lado, podemos afirmar que os institutos da recuperação judicial e extrajudicial não se aplicam às entidades enumeradas no art. 2°, pois só há previsão desses procedimentos na lei 11.101. A partir de agora, assim como a lei, nos referiremos ao empresário como devedor. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL Recuperação Extrajudicial O devedor em dificuldade financeira pode tentar negociar suas dívidas com seus credores na seara privada, sem a intervenção do Poder Judiciário. Às vezes basta uma dilação de prazo ou substituição de garantia para que o devedor se re-equilibre. Quando se elabora um plano de recuperação extrajudicial, a sua homologação pode ser: a) Facultativa — se o devedor conseguir a adesão de 100% dos credores da classe de créditos que deseja ter negociado, a homologação será facultativa, pois o próprio plano garante a eficácia das declarações de anuência feitas pelos credores em questão. b) Obrigatória — se o devedor não conseguir 100% de adesão dos credores da classe de créditos que deseja ter negociado, não é justo que seu plano não vá adiante por culpa de uma minoria. Nessa hipótese, se o devedor conseguir a adesão de pelo menos 3/5 de cada classe283, deverá pedir a homologação judicial do seu plano de recuperação para que seus efeitos se estendam para aqueles que discordaram. (vide artigo 163 da Lei). Requisitos para pedir homologação do plano de recuperação extrajudicial284 Exercer atividade empresária há no mínimo 2 anos Se falido, ter obtido sentença declarando extintas as obrigações daí decorrentes O administrador ou sócio controlador não pode ter sido condenado por crime falimentar Não pode ter obtido o benefício da recuperação judicial nem homologação de plano de recuperação extrajudicial nos últimos 5 anos Não pode ter obtido o benefício da recuperação judicial especial (para ME/ EPP) nos últimos 8 anos. (vide Art. 161, CC 48 da Lei). Créditos excluídos do plano de recuperação extrajudicial Créditos de natureza trabalhista e decorrentes de acidentes de trabalho Créditos de natureza tributária Créditos dos arts. 49, § 3° e 86, II, caput, LF, (Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o , da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente;) As verbas trabalhistas têm natureza alimentar, logo não podem ser renunciadas pelo trabalhador, que pode ser facilmente lesado nesta negociação. Em relação aos créditos fiscais, vigora o princípio da indisponibilidade do interesse público. Remição de débitos tributários ou parcelamentos dependem de lei. É importante destacar que, por ser um plano elaborado fora do Poder Judiciário, a recuperação extrajudicial não acarreta a suspensão de ações, execuções ou prazos prescricionais. Além disso, todos os credores que não estejam contemplados no plano continuam podendo pedir a falência do devedor. (art 161 § 4º da Lei), Da sentença cabe apelação sem efeito suspensivo, (art; 164 § 7º). RECUPERAÇÃO JUDICIAL Recuperação Judicial Se o devedor julgar que sozinho não conseguirá renegociar seus débitos junto aos credores, poderá pleitear junto ao Poder Judiciário que seu plano de recuperação seja feito com o amparo do Estado. É do interesse de todos que empresas viáveis se recuperem de crises, pois estas atividades geram circulação de riquezas, recolhimento de tributos e postos de trabalho. Requisitos para pedir homologação do plano de recuperação judicial Exercer atividade empresária há no mínimo 2 anos Se falido, ter obtido sentença declarando extintas as obrigações daí decorrentes O administrador ou sócio controlador não pode ter sido condenado por crime falimentar Não pode ter obtido o benefício da recuperação judicial nem homologação de plano de recuperação extrajudicial nos últimos 5 anos Não pode ter obtido o benefício da recuperação judicial especial (para ME/ EPP) nos últimos 8 anos Créditos excluídos do plano de recuperação judicial Créditos de natureza tributária Créditos dos arts. 49, §§ 3° e 4° e 86, II, caput, (4 Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. § 4o Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei. Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente). Aqui, como o plano será elaborado duranteum processo judicial, há mais garantias para os trabalhadores, pois o juiz zelará pelos seus direitos. Em relação aos créditos fiscais, mantém-se a questão de sua indisponibilidade. Ao contrário do que ocorre na recuperação extrajudicial, o deferimento do processamento do plano de recuperação judicial acarreta a suspensão de ações, execuções e prazos prescricionais. Além disso, todos os credores que não estejam contemplados no plano continuam podendo pedir a falência do devedor. O deferimento do processamento do plano de recuperação judicial acarreta os seguintes efeitos: a) Nomeação de administrador judicial; b) Suspensão de todas as ações, execuções e prescrições contra o devedor298 por no máximo 180 dias; c) Intimação do Ministério Público; d) Comunicação às Fazendas Públicas Federal, Estadual e Municipal, onde o devedor tiver estabelecimento; e) Edital de credores para que habilitem seus créditos em 15 dias e f) Início da contagem do prazo para a apresentação do plano em 60 dias, Por fim, impõe-se destacar que o deferimento do processamento do plano de recuperação e seu fiel cumprimento não impedem que credores não sujeitos à recuperação pleiteiem a falência do devedor. Recuperação Judicial Especial Este modelo simplificado de recuperação se destina aos microempresários e empresários de pequeno porte, conforme previsto no art.3° da Lei Complementar 123/06(Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); II - no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais). Valores a época da Lei hoje estão alterados. Deve-se desde logo destacar que trata-se de uma faculdade do devedor adotar este modelo especial, ou seja, o microempresário e empresário de pequeno porte podem, se lhes for conveniente, adotar o modelo comum de recuperação judicial visto anteriormente. O plano de recuperação judicial especial só poderá abranger os créditos quirografários e deverá ser apresentado em juízo no prazo de 60 dias. Ao contrário do que ocorre na recuperação comum, o pedido de recuperação especial com base no art. 70 da LF não acarreta a suspensão das ações, execuções e prazos prescricionais dos créditos não abrangidos pelo plano. No mais, o procedimento da recuperação especial deve observar as disposições da recuperação judicial comum. Em suma EMPRESARIAL - RECUPERAÇÃO JUDICIAL Principio da proteção da atividade empresarial O princípio da proteção da atividade empresarial fortalece a ideia da importância social que a empresa possui, entendendo que a manutenção da empresa beneficia não apenas seus sócios ou a empresários, mas sim, a toda uma coletividade que depende desta empresa e de modo geral a sociedade. Deste princípio entendemos o principal objetivo da recuperação empresarial; que é a manutenção desta unidade geradora de empregos, renda, produtos, serviços e de todos os interesses envolvidos. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico- financeira do devedor, a fim de permitir manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica (Art. 47, da Lei 11.101/05). Recuperação Judicial A recuperação judicial é um instrumento legal que permite ao devedor apresentar em juízo plano para pagamento de seus credores e ainda manter a empresa. Permite -se assim que a empresa se reorganize e possa se fortalecer evitando a falência que, como vimos acima afeta não apenas os empresários e sócios, mas todos aqueles que se beneficiam da mesma e por fim a sociedade. Assim a recuperação judicial é um instrumento legal para que empresa possa superar crise econômica e financeira visando evitar a falência. Legitimados - O empresário; - A sociedade empresária; - O cônjuge sobrevivente; - Os herdeiros; - O inventariante; - O sócio remanescente. Requisitos Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. São incluídos na recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. O pedido Conforme explica André Luiz Santa cruz Ramos, o empresario sabe quando está em crise ou percebe quando a empresa não está indo bem. Assim coerentemente a recuperação judicial é pedida pelo devedor; porém pode também ser uma opção quando um credor pede a falência deste empresário ou empresa que para não falir faz o pedido de recuperação judicial. O devedor não pode desistir do pedido depois do deferimento da recuperação judicial, SALVO, se obtiver aprovação da assembleia de credores. (Art. 52, § 4º). Competência O pedido de recuperação judicial deve ser feito na justiça por meio da petição inicial observando os requisitos do art. 319, CPC, além das informações que compõem o pedido exigidas pela lei 11.101/2005 em seu art. 51, incisos I a IX. A competência será do foro onde localiza-se o estabelecimento principal do devedor ou da filial da empresa que tenha sede fora do país. Da análise do pedido Analisando a documentação e as informações apresentadas no pedido de recuperação judicial, o juiz irá aceitá-lo ou não. - Se o juiz identificar que a documentação não está completa, faltando informações; ele deverá intimar o devedor para que complete / emende o pedido (art.106 da lei 11.101/2005) . Teoricamente o prazo obedecerá a estipulação do art. 322, CPC, porém se para obter as informações o devedor precise deslocar-se para outros estados da federação o juiz lhe dará prazo razoável. Depois de preenchidas as lacunas será dado despacho para início do processamento da recuperação judicial, O QUE NÃO SIGNIFICA, deferimento do pedido. O despacho APENAS abre a fase de verificação da possibilidade de ser concedida a oportunidade de recuperação judicial para o devedor. Apos o despacho o devedor terá o praz decadencial de 60 dias para apresentar o PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. - Se o pedido não obedecer os requisitos da lei 11.101/2005 o juiz decretará a falência do devedor e isto ocorrerá também se o mesmo não apresentar o plano de recuperação judicial no prazo de 60 dias após o despacho. Plano de recuperaçãojudicial Após o despacho o devedor terá 60 dias para apresentação do plano de recuperação judicial. Neste plano o devedor apresentará sua estratégia para sair da crise que enfrenta e como pretende adimplir sua dívida perante seus credores. Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter: I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; II – demonstração de sua viabilidade econômica; e III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais objeções, Meios de Recuperação Judicial O art. 50 da lei em análise, traz alguns mecanismos que podem servir como plano para recuperação do devedor, tais como: cisão, incorporação, fusão etc, a leitura do artigo lhe trará inúmeras possibilidades. Qualquer dos credores pode se opor ao plano judicial no prazo de 30 dias. Havendo objeção o juiz fará a convocação da assembleia geral de credores. Composição da Assembleia de credores Art. 41. A assembleia-geral será composta pelas seguintes classes de credores: I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; II – titulares de créditos com garantia real; III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados. IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte. Quórum Depois de apresentado o plano de recuperação o juiz submeterá este plano a aprovação dos credores. A assembleia geral de credores tem a função de decidir as matérias de interesse destes e será responsável por aprovar ou não o plano de recuperação judicial. (Art. 35,I, a). -Voto favorável de credores que representam mais da metade do valor dos créditos presentes. - Aprovação de pelo menos duas classes. - Na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei. Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia-geral, exceto nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial nos termos da alínea a do inciso I do caput do art. 35 desta Lei, a composição do Comitê de Credores ou forma alternativa de realização do ativo nos termos do art. 145 desta Lei. Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta. § 1o Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes. § 2o Na classe prevista no inciso I do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. § 2o Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 3o O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quórum de deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito. Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei. § 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa: I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei. § 2o A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1o deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado. Nomeação do administrado judicial: O juiz fará a nomeação do administrador judicial, que será um auxiliar na recuperação judicial cumprindo as burocracias necessárias e pertinentes a sua função. Suspensão das ações e execuções contra o devedor: Art. 52, III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei; Obrigações e valores inexigíveis: Art. 5o Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência: I – as obrigações a título gratuito; II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.
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