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DocGo Net-Resenha Anna Rachel Machado pdf (1)

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Bruno Roberto

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Anna Rachel Machado [coordenação]
Eliane Lousada
Lília Santos Abreu-Tardelli
Resenha
 
EEditorditor :: Marcos Marcionilo
CCapaapa ee PProjetorojeto G G rrAAficofico:: Andréia Custódio
CConselhoonselho E Editorialditorial
 Ana Stahl Zilles [Unisinos] 
Carlos Alberto Faraco [ UFPR] 
Egon de Oliveira Range l [PUCSP] 
Gilvan Muller de Oliveira [UFSC, Ipol] 
Flenrique Mon tea gudo [Univers idade de Santia go de Com postela] 
 José Carlos Sebe Bom Meihy [NEHO/USP] 
Kanavillil Rajagopalan [Unicamp] 
Marcos Bagn o [UnB ] 
Maria Marta Pereira Scherre [UFRJ, UnB] 
Rachel Gazolla de Andrade [PUC-SP] 
Salma Tannus Mucha il [PUC -SP] 
Stella Maris Bortoni-Ricardo [UnB] 
(IP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE(IP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJSINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
M 1 2 9 rM 1 2 9 r
MM a c h a d o , a c h a d o , An n a An n a Ra c h e lRa c h e l , , 1 9 4 31 9 4 3 --
Re s e n h a / Re s e n h a / An nAn n a Ra c h e l Ma Ra c h e l M a c h a d oa c h a d o , E l, E l l a n e l a n e Go u v è a Go u v è a L o u s a d a ,L o u s a d a ,
L íL í l il i a S aa S a n t o s An t o s A b r e ub r e u -- Ta r d eTa r d e l ll l l . l . - S ã o - S ã o PP a ua u l o : l o : P a r á b oP a r á b o l a E d i t o r il a E d i t o r i a l , a l , 2 0 02 0 0 44
( L e i( L e i t u rt u r a e a e p r o d u ç ã o dp r o d u ç ã o d e t e xt o s te t e xt o s t é c n i c o s e a c a d êé c n i c o s e a c a d ê mm i c o s ; i c o s ; 2 )2 )
II S BN S BN 9 7 89 7 8 - 8 5 -- 8 5 - 8 8 48 8 4 5 6 - 3 0 - 35 6 - 3 0 - 3
1 . E l1 . E l a b o r a ç ã o d e r e s e n h a - Té c n i c a - Ra b o r a ç ã o d e r e s e n h a - Té c n i c a - R e s u mo s - e s u mo s - Re d a ç ã o .Re d a ç ã o .
I . I . L o u sL o u s a d aa d a , , E l i a n e GE l i a n e G o uo u v ê av ê a , 1 9 6, 1 9 6 4 - , 4 - , I II I . . AA b r eb r e u - Tau - Ta r d er d e l ll l i , i , L í lL í l i a S a ni a S a n t o s , 1 9 6t o s , 1 9 6 9 - .9 - .
I I I .I I I . T It uT It u l o . IV . S é r i e .l o . IV . S é r i e .
0 4 - 2 4 4 4 . 0 4 - 2 4 4 4 . C DD C DD 8 0 8 . 0 6 68 0 8 . 0 6 6
C DU C DU 0 0 1 .0 0 1 . 8 1 48 1 4
Direitos reservados à
PARÁBOLA EDITORIALPARÁBOLA EDITORIAL
Rua Sussuarana, 216 - Ipiranga
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Fone: [11] 5061-9262 | Fax: [11] 5061-1522
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e-mail: parabola@parabolaeditorial.com.br 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzidaTodos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida
ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrónico ou me-ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrónico ou me-
cânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema oucânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou
banco de dados sem permissão por escrito da Paráboia Editorial Ltda.banco de dados sem permissão por escrito da Paráboia Editorial Ltda.
ISBN: 978-85-88456-30-3 (antigo: 85-88456-30-3)
5areimpressão, março de 2008
© da edição: Parábola Editorial, São Paulo, outubro de 2004
 
...... H á quem leve a vida inteira a ler sem nunca ter conseg uido 
ir mais além da leitura, ficam pegados à página, não perce-
bem que as palavras são apenas pedras postas a atravessar a 
corrente de um ri o, se estão a li é p ar a que possam os chegar 
à outra margem, a outra margem é que importa, A não ser, 
 A não ser, quê, A não se r que esses tais rios não tenham duas 
marg ens, mas muitas , que cada pes soa que lê seja, ela, a sua 
 pró pria margem, e que se ja sua e apen as sua, a margem a que 
terá de chegar.
 Jo José sé SarSaramaamago,go, A Caverna, Companhia das Letras, p. 77. Companhia das Letras, p. 77.
 
SumárioSumário
99
1313
SEÇÃO 1 1155
SEÇÃO 2 2 1
SEÇÃO 3 3333
SEÇÃO 4 4477
SEÇÃO 5 5151
SEÇÃO 6 5555
SEÇÃO 7 6633
SEÇÃO 8 7777
SEÇÃO 9 8877
SEÇÃO 10 8899
9191
110088
Apresentação: Leitura e Produção de Textos TécnicosApresentação: Leitura e Produção de Textos Técnicos 
e Acadêmicose Acadêmicos 
Egon Rangel
IntroduçãoIntrodução
Diferenciando resumo e resenha na mídiaDiferenciando resumo e resenha na mídia
As resenhas em diferentes situações de produçãoAs resenhas em diferentes situações de produção
O plano global de O plano global de uma resenha acadêmica (protuma resenha acadêmica (prot otípica)otípica)
Os mecanismos de conexão: o uso dos organizadoresOs mecanismos de conexão: o uso dos organizadores 
textuaistextuais
A expressão da subjetividade do autor da resenhaA expressão da subjetividade do autor da resenha
Procedimentos de inserção de vozes: diferentes for-Procedimentos de inserção de vozes: diferentes for-
mas de menção ao dizer do autor do texto resenhadomas de menção ao dizer do autor do texto resenhado 
e de outros autorese de outros autores
O diário de leitura: ferramenta para uma leitura críticaO diário de leitura: ferramenta para uma leitura crítica 
do textodo texto
A compreensão global do texto a ser resenhadoA compreensão global do texto a ser resenhado 
Elabore sua resenhaElabore sua resenha 
Avalie você mesmoAvalie você mesmo 
AnexosAnexos
Bibliografia para consultaBibliografia para consulta
RESENHA 7
 
------------------------------------------------------------------------------------- APRESENTAÇÃO
Leitura e Produção deLeitura e Produção de 
Textos Técnicos e AcadêmicosTextos Técnicos e Acadêmicos
EE gg oo nn dd ee OO liveiraliveira RR angelangel
 Professor do Departam ento de Linguística da PU C -S P 
 Membro do Comité Assessor da Secretaria de Educação Superior (S ESu ).
 N
um de seu famosos escritos, o grande escritor argentino Jorge Luisum de seu famosos escritos, o grande escritor argentino Jorge Luis 
BorgBorg es1es1 nos lnos lembra embra que que o livro é como o livro é como o rio de Heráclito rio de Heráclit o: um cursoo: um curso 
fluido, tão diferente de si mesmo a cada momento quanto nós mesmos,fluido, tão diferente de si mesmo a cada momento quanto nós mesmos, 
que, a cada vez que o adentramos, somos outros.que, a cada vez que o adentramos, somos outros.
Esta é a imagem que me ocorre, ao perceber que toda esta coleção compõe um sóEsta é a imagem que me ocorre, ao perceber que toda esta coleção compõe um só 
livro, em que cada volume figura como um capítulo. E talvez por aproveitar aolivro, em que cada volume figura como um capítulo. E talvez por aproveitar ao 
máximo esse caráter fluido dos livros, constitui um verdadeiromáximo esse caráter fluido dos livros, constitui um verdadeiro curso. Não só porque Não só porque 
suas águas levam a bons destinos, mas também porque, volume após volume, o leitorsuas águas levam a bons destinos, mas também porque, volume após volume, o leitor 
terá cursado um eficiente programa de leitura e produção de textos, fundamental paraterá cursado um eficiente programa de leitura e produção de textos, fundamental para 
o seu bom desempenho na escola, na universidade ou mesmo na empresa.o seu bom desempenho na escola, na universidade ou mesmo na empresa.
Mas, assim como não é preciso estar na nascente ou na foz para estar legitimamenteMas, assim como não é preciso estar na nascente ou na foz para estar legitimamente 
dentro do rio, não é preciso “começar do começo” a leitura deste livro-coleção para não é preciso “começar do começo” a leitura deste livro-coleção para 
aprender aprender — — e muite muito — o — com com eleele. Em . Em qualqualquer dquer dos pontos, os pontos, podemos nos podemos nos banhar nbanhar n estestee 
curso, beber suas águas, nelas navegar. E o que é melhor: também podemos cursá-curso, beber suas águas, nelas navegar. E o que é melhor: também podemos cursá-lo sem qualquer matrícula.lo sem qualquer matrícula.
Entretanto, o interesse e a srcinalidade desta coleção vão muito além. Os livros sãoEntretanto, o interesse e a srcinalidade desta coleção vão muito além. Os livros são 
claramente didáticos, em seus propósitos, na metodologia de ensino/aprendizagemclaramente didáticos, em seus propósitos, na metodologia de ensino/aprendizagem 
com que trabalham, nos conteúdos que abordam, nas recomendações ao professorcom que trabalham, nos conteúdos que abordam, nas recomendações ao professor 
que os utilizar. Masque os utilizar. Mas não são escolares , , tamtam popouco uco são são “liv“livros ros diddidátiáticoscos””: : não não forforamam
1 Borges, Jorge Luis. “O Livro”. In: ___ . Cinco visões pessoais. 2. ed. Brasília, Ed. da Universidade de
Brasília, 1987. (Itinerários, 19)
RESENHA 9
 
pensados para a disciplina Tal, do curso Tal Outro, em uma série determinada. Epensados para a disciplina Tal, do curso Tal Outro, em uma série determinada. E 
podem até ser muito bem aproveitados por aqueles que já não estão na escola, maspodem até ser muito bem aproveitados por aqueles que já não estão na escola, mas 
continuam empenhados em aprender.continuam empenhados em aprender.
E aí nos deparamos com uma outra srcinalidade: cada pequeno volume é tambémE aí nos deparamos com uma outra srcinalidade: cada pequeno volume é também 
uma oficina; ou seja, um conjunto deuma oficina; ou seja, um conjunto de prátic as , , organorganizadizadas as não não para para “tra“transmnsmitiritir 
informaçõesinformações sobre algo”, mas para ensinar aalgo”, mas para ensinar a fa {e r esse algo. E neste caso, nada é maisesse algo. E neste caso, nada é mais 
adequado. Afinal, ler e escrever são duas práticas, estreitamente articuladas entre si.adequado. Afinal, ler e escrever são duas práticas, estreitamente articuladas entre si. 
E E a melhoa melho r for forma drma de ensinar/aprender uma e ensinar/aprender uma prátprática éica é .. .... pra ticar. Assim, o leitor dessaAssim, o leitor dessa 
coleção será, mais que leitor ou aluno, umcoleção será, mais que leitor ou aluno, um pra ticante , , interessainteressado do em em apeaperfeirfeiçoaçoarserse 
num artesanato que, em maior ou menor grau, já lhe é familiar.num artesanato que, em maior ou menor grau, já lhe é familiar.
Como se faz a leitura ao mesmo tempo compreensiva e crítica de um texto? No casoComo se faz a leitura ao mesmo tempo compreensiva e crítica de um texto? No caso 
da escola e da universidade, como se produz adequadamente um resumo, umada escola e da universidade, como se produz adequadamente um resumo, uma 
resenha, um artigo, um relatório, um ensaio? Cada “capítulo” desta coleção responderesenha, um artigo, um relatório, um ensaio? Cada “capítulo” desta coleção responde 
com empenho a esse tipo de perguntas, no âmbito específico do gênero do discursocom empenho a esse tipo de perguntas, no âmbito específico do gênero do discurso 
a que é consagrado. E responde também de uma forma srcinal: não formula, pro-a que é consagrado. E responde também de uma forma srcinal: não formula, pro-
priamente, uma resposta; ensina uma forma de fazer. Assim, não dá uma receita única,priamente, uma resposta; ensina uma forma de fazer. Assim, não dá uma receita única, 
mesmo que saborosa: antes, abre ao praticante todas as outras possibilidades que omesmo que saborosa: antes, abre ao praticante todas as outras possibilidades que o 
“seu próprio jeito de fazer” for capaz de revelar, tão logo se aproprie do“seu próprio jeito de fazer” for capaz de revelar, tão logo se aproprie do know-how.
Para ajudar o praticante aPara ajudar o praticante a chegar lá , , as as auautortoras, as, em em cada cada vovolulumeme, , se se valvalem em dede 
estratégias estratégias específicasespecíficas. . Passo Passo a paa passo, ele é habilmensso, ele é habilmente conduzido ate conduzido a o seu destino finao seu destino final.l. 
Se o que está em questão é a resenha, por exemplo, o conhecimento intuitivo que oSe o que está em questão é a resenha, por exemplo, o conhecimento intuitivo que o 
leitor já tem do assunto é imediatamente mobilizado:leitor já tem do assunto é imediatamente mobilizado:
■■ A final, o que é um a boa resenha? Todos temos algumas idéias dispersas a respeito. Todos temos algumas idéias dispersas a respeito. 
E lembrálas com precisão é meio caminho andado.E lembrálas com precisão é meio caminho andado.
■ Em relação a que obje tivos uma re senha po de ser consi derada b oa ? E então E então 
(re)descobrimos que sempre escrevemos com um propósito definido, mesmo quando(re)descobrimos que sempre escrevemos com um propósito definido, mesmo quando 
não nos damos conta disso. E saber que propósito é esse orienta o trabalho.não nos damos conta disso. E saber que propósito é esse orienta o trabalho.
■ Com que cri térios pod em os ava liá- los ? Sim, dizer se o texto produzido é bom ou não Sim, dizer se o texto produzido é bom ou não 
implica em estabelecer critérios, distinguir os mais relevantes. Não é, portanto, umaimplica em estabelecer critérios, distinguir os mais relevantes. Não é, portanto, uma 
questão de gosto, mas sim de entender claramente o que está em jogo na escrita quequestão de gosto, mas sim de entender claramente o que está em jogo na escrita que 
se pratica.se pratica.
Com base nesse conhecimento prévio devidamente organizado, cada volume exercitaCom base nesse conhecimento prévio devidamente organizado, cada volume exercita 
com o seu leitor/praticante as situações e condições em que a escrita de textos dessecom o seu leitor/praticante as situações e condições em que a escrita de textos desse
10 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-T ARDELLI
 
gênero se dá, uma vez que elas serão as responsáveis por tudo o que aquele texto,gênero se dá, uma vez que elas serão as responsáveis por tudo o que aquele texto, 
lido ou redigido, tem de particular, de único.lido ou redigido, tem de particular, de único.
E só então os conceitos envolvidos, ou seja, a metalinguagem técnica sempre precisaE só então os conceitos envolvidos, ou seja, a metalinguagem técnica sempre precisa 
e atualizada, começa a ser ensinada. Ainda assim, apenas na medida do necessárioe atualizada, começa a ser ensinada. Ainda assim, apenas na medida do necessário 
para organizar um quadro eficaz depara organizar um quadro eficaz de informações sobre , , conconstrustruindindo o cocom m o o leileitotor r umum 
saber teórico já orientado para a prática de leitura e produção de textos em que, a estasaber teórico já orientado para a prática de leitura e produção de textos em que, a esta 
altura, ele já está envolvido.altura, ele já está envolvido.
Em seguida, o leitor é instigado, por meio de novas atividades, a perguntar-se sobreEm seguida, o leitor é instigado, por meio de novas atividades, a perguntar-se sobre 
as etapas de produção, as estratégias discursivas, os recursos e os mecanismos deas etapas de produção, as estratégias discursivas, os recursos e os mecanismos de 
construção do texto que estão implicados numa boa resenha (ou resumo, artigo etc.).construção do texto que estão implicados numa boa resenha (ou resumo, artigo etc.). 
Novamente, o conhecimento intuitivo que o leitor já tem é chamado a articular-seNovamente, o conhecimento intuitivo que o leitor já tem é chamado a articular-se 
com o que as teorias do discurso e do texto já podem dizer de útil a respeito. E maiscom o que as teorias do discurso e do texto já podem dizer de útil a respeito. E mais 
uma vez o leitor pratica e organiza o saber necessário ao fazer.uma vez o leitor pratica e organiza o saber necessário ao fazer.
Assim, de volume em volume, de gênero em gênero, o leitor pratica o que lê, eAssim, de volume em volume, de gênero em gênero, o leitor pratica o que lê, e 
aprende porque não só pratica, mas reflete sobre o quepratica. Ao final do percurso,aprende porque não só pratica, mas reflete sobre o que pratica. Ao final do percurso, 
dominará o essencial dos gêneros que praticou. E então estará pronto para ensaiardominará o essencial dos gêneros que praticou. E então estará pronto para ensaiar 
modos próprios de escrevê-los, articulando o que já aprendeu com as lições que cadamodos próprios de escrevê-los, articulando o que já aprendeu com as lições que cada 
situação nova sempre nos dá.situação nova sempre nos dá.
Que mais Que mais poderíamos pretender poderíamos pretender de de uma coleçuma coleç ão que são que se chamae chama Leitura e ProduçãoLeitura e Produção 
de Textos Técnicos e Acadêmicos?de Textos Técnicos e Acadêmicos?
RESENHA 11
 
IntroduçãoIntrodução
FF
omos moviomos movi das das a a iniciiniciar ar a a coleçãcoleçã o “Leituo “Leitu ra ra e e ProPro dudu ção de ção de TextoTexto ss 
Técnicos e Acadêmicos” pela constatação das crescentes dificuldadesTécnicos e Acadêmicos” pela constatação das crescentes dificuldades 
que os alunos dos cursos de graduação e até mesmo de mestrado e deque os alunos dos cursos de graduação e até mesmo de mestrado e de 
doutorado encontram, quando se defrontam com a necessidade de pro-doutorado encontram, quando se defrontam com a necessidade de pro-
duzir textos pertencentes a gêneros da esfera tipicamente escolar e/ou daduzir textos pertencentes a gêneros da esfera tipicamente escolar e/ou da 
científica. Este é o caso, por exemplo, da produção de resumos escolares, de resenhascientífica. Este é o caso, por exemplo, da produção de resumos escolares, de resenhas 
críticas, de relatórios, de projetos de pesquisa e artigos científicos, dentre outros.críticas, de relatórios, de projetos de pesquisa e artigos científicos, dentre outros.
As causas dessas dificuldades são inúmeras, mas queremos apontar aqui apenas umaAs causas dessas dificuldades são inúmeras, mas queremos apontar aqui apenas uma 
delas, que nos parece poder ser enfrentada, que é a falta de ensino sistemátjco dessesdelas, que nos parece poder ser enfrentada, que é a falta de ensino sistemátjco desses 
gêneros, orientado por um material didático adequado. Frequentemente, os alunosgêneros, orientado por um material didático adequado. Frequentemente, os alunos 
são cobrados por aquilo que nunca lhes é ensinado, tendo de aprender por contasão cobrados por aquilo que nunca lhes é ensinado, tendo de aprender por conta 
própria, intuitivamente, com muito esforço.própria, intuitivamente, com muito esforço.
Do mesmo modo, sabemos das dificuldades de profissionais de diferentes áreas queDo mesmo modo, sabemos das dificuldades de profissionais de diferentes áreas que 
se defrontam com sérios problemas em seu trabalho, quando este lhes exige capaci-se defrontam com sérios problemas em seu trabalho, quando este lhes exige capaci-
dades de leitura e produção de textos específicos, que não chegaram a aprender.dades de leitura e produção de textos específicos, que não chegaram a aprender.
Na maioria das vezes, subsiste a crença de que há uma capacidade geral para a escrita,Na maioria das vezes, subsiste a crença de que há uma capacidade geral para a escrita, 
que, se bem desenvolvida, nos permitiria produzir de forma adequada textos deque, se bem desenvolvida, nos permitiria produzir de forma adequada textos de 
qualquer espécie. Outras vezes, acreditase que o mero ensino da organização globalqualquer espécie. Outras vezes, acreditase que o mero ensino da organização global 
mais comum do gênero seja suficiente para que o aluno chegue a um bom texto.mais comum do gênero seja suficiente para que o aluno chegue a um bom texto.
Entretanto, as recentes pesquisas da área mostramnos que não é bem assim. Por exemplo,Entretanto, as recentes pesquisas da área mostramnos que não é bem assim. Por exemplo, 
mesmo o melhor dos escritores de ficção pode ficar paralisado diante da necessidade demesmo o melhor dos escritores de ficção pode ficar paralisado diante da necessidade de 
ter de escrter de escrever um artever um artigo científico para uma revista especiaigo científico para uma revista especializadlizada em determinada a em determinada área dasárea das 
ciências humanas, correndo até o risco de ver seu texto rejeitado, por não atender asciências humanas, correndo até o risco de ver seu texto rejeitado, por não atender as normas que vigoram nessa comunidade científica. Por outro lado, organizar globalmentenormas que vigoram nessa comunidade científica. Por outro lado, organizar globalmente 
um texto em sua forma canónica é apenas um dos procedimentos necessários para che-um texto em sua forma canónica é apenas um dos procedimentos necessários para che-
garmos a uma produção adequada. A complexidade característica dos gêneros exige quegarmos a uma produção adequada. A complexidade característica dos gêneros exige que 
sejam desenvolvidas múltiplas capacidades que vão muito além da mera organização ousejam desenvolvidas múltiplas capacidades que vão muito além da mera organização ou 
do uso das normas gramaticais do português padrão.do uso das normas gramaticais do português padrão.
Assim, é com o objetivo de suprir a falta de material didático para a leitura e a produçãoAssim, é com o objetivo de suprir a falta de material didático para a leitura e a produção 
desses gêneros específicos que essa coleção foi concebida. O primeiro deles tratou dodesses gêneros específicos que essa coleção foi concebida. O primeiro deles tratou do
RESENHA 13
 
Resumo. Este, o segundo, traz um material referente à leitura e produção do que chamamos Este, o segundo, traz um material referente à leitura e produção do que chamamos 
dede Resenha. Esse é um gênero que pode ser chamado por outros nomes, como Esse é um gênero que pode ser chamado por outros nomes, como resenha 
crítica , e que exige que os textos que a ele per , e que exige que os textos que a ele pertençam tragam tençam tragam as as informações centrinformações centrais sobrais sobree 
os conos conteúdos e steúdos e sobrobre outros aspee outros aspectoctos de outro(s) s de outro(s) texto(s) texto(s) lido(lido(s) — s) — como como por exempor exemploplo,, 
sobre seu contexto de produção e recepção, sua organização global, suas relações comsobre seu contexto de produção e recepção, sua organização global, suas relações com 
outros textos outros textos etc. — etc. — , e que, além d, e que, além dississo, tragam comentários do o, tragam comentários do reseresenhisnhista nta não apenasão apenas 
sobre os conteúdos, mas também sobre todos esses outros aspectos.sobre os conteúdos, mas também sobre todos esses outros aspectos.
Ao escolher esse gênero para ser o segundo de nossa coleção, assumimos que ele é muitoAo escolher esse gênero para ser o segundo de nossa coleção, assumimos que ele é muito 
utilizado tanto em diferentes atividades acadêmicas quanto em diferentes atividades pro-utilizado tanto em diferentes atividades acadêmicas quanto em diferentes atividades pro-
fissionais. Nas escolas de ensino fundamental e médio e na universidade, por exemplo,fissionais. Nas escolas de ensino fundamental e médio e na universidade, por exemplo, 
ele é constantemente pedido aos alunos por professores das mais diversas disciplinas.ele é constantemente pedido aos alunos por professores das mais diversas disciplinas.
As atividades que propomos para o desenvolvimento das capacidades necessárias paraAs atividades que propomos para o desenvolvimento das capacidades necessárias para 
a leitura e produção de resenhas baseiamse nas mais recentes pesquisas sobre oa leitura e produção de resenhas baseiamse nas mais recentes pesquisas sobre o 
ensinoaprendizagem de leitura e produção de textos e sobre as características desseensinoaprendizagem de leitura e produção de textos e sobre as características desse 
gênero, detectadas a partir de análises feitas por nós e por outros especialistas. Comgênero,detectadas a partir de análises feitas por nós e por outros especialistas. Com 
isso, conseguimos abranger grande parte dos procedimentos envolvidos em suaisso, conseguimos abranger grande parte dos procedimentos envolvidos em sua 
leitura e produção, desde a identificação inicial de seu contexto de produção eleitura e produção, desde a identificação inicial de seu contexto de produção e 
recepção até a sua avaliação e revisão final.recepção até a sua avaliação e revisão final.
Em cada seção, apresentamos os objetivos a serem atingidos, as atividades a seremEm cada seção, apresentamos os objetivos a serem atingidos, as atividades a serem 
desenvolvidas por alunos dirigidos por um professor ou mesmo por profissionaisdesenvolvidas por alunos dirigidos por um professor ou mesmo por profissionais 
que estudem de forma individual e ainda sugestões de outras atividades para aque estudem de forma individual e ainda sugestões de outras atividades para a 
continuidade e/ou o aprofundamento das questões trabalhadas. Depois das seções,continuidade e/ou o aprofundamento das questões trabalhadas. Depois das seções, 
fornecemos todas as respostas. Algumas delas devem ser consideradas apenas comofornecemos todas as respostas. Algumas delas devem ser consideradas apenas como 
uma possível alternativa correta, ficando a cargo do professor e/ou do estudiosouma possível alternativa correta, ficando a cargo do professor e/ou do estudioso 
solitário avaliar a pertinência de outras que possam surgir. Fechando o volume,solitário avaliar a pertinência de outras que possam surgir. Fechando o volume, 
apresentamos uma pequena bibliografia especializada sobre resenha, como sugestãoapresentamos uma pequena bibliografia especializada sobre resenha, como sugestão 
de aprofundamento teórico do estudo desenvolvido.de aprofundamento teórico do estudo desenvolvido.
Acreditamos que as atividades propostas podem contribuir para o trabalho do pro-Acreditamos que as atividades propostas podem contribuir para o trabalho do pro-
fessor e ajudar o aluno a conhecer melhor esse gênero e a produzilo adequadamente.fessor e ajudar o aluno a conhecer melhor esse gênero e a produzilo adequadamente. 
Entretanto, não as julgamos milagrosas e suficientes. Com base no desenvolvimentoEntretanto, não as julgamos milagrosas e suficientes. Com base no desenvolvimento 
individual de cada aluno e nas discussões em sala de aula, alunos e professoresindividual de cada aluno e nas discussões em sala de aula, alunos e professores 
podem — podem — e devem — e devem — criar outras atividacriar outras ativida des semelhdes semelh anteantes, para que es, para que e ssa ssa apreaprendizandiza--
gem se consolide e se amplie.gem se consolide e se amplie.
As A utoras
14 AN NA RACHE L MA CH AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU- TARDELL I
 
------------------------------------------------------------------------------------------------- SEÇÃO 1
Diferenciando o resumoDiferenciando o resumo 
da resenha na mídiada resenha na mídia
PP aa rr aa começarcomeçar aa conversaconversa .. .. ..
I números tipos de textos se caracterizam por apresentar informaçõesnúmeros tipos de textos se caracterizam por apresentar informações selecionadas e resumidas sobre o conteúdo de outro texto. Outros, além deselecionadas e resumidas sobre o conteúdo de outro texto. Outros, além de apresentar essas informações, também apresentam comentários e avaliações.apresentar essas informações, também apresentam comentários e avaliações. Os primeiros são resumos (ver fascículo 1) e os segundos são resenhas.Os primeiros são resumos (ver fascículo 1) e os segundos são resenhas.
Pensando no que dissemos acima, leia os textos abaixo e responda as questões quePensando no que dissemos acima, leia os textos abaixo e responda as questões que 
vêm a seguir.vêm a seguir.
Texto 1
 jrtado
iiro testeiiro teste 
1, 1, SenSennana 
orde daorde da 
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iteman,iteman, 
iadacialiadacial 
eitrhjoeitrhjo 
a Lotu^sa Lotu^s 
usuasusuas 
iórias eiórias e
 A Ayyrrlloonn
nana
RESUMO DO CAPITUL01:RESUMO DO CAPITUL01:
 Agrton Senna ganhou seu primeiro kar t do 
 pai aos quatro anos. Era um garoto levado 
e extrovertido nas brincadeiras de rua e 
um aluno med iano na escola. Foi casado 
com Lilian de Vasconcellos, uma amiga de 
infância, por apenas 14 meses e mudou-se 
 para a Europa em 1981 para competir 
nas fórmulas europeias, onde conquistou 
vitórias e dizimou recordes.
vam. A boro» da Williams FW08C Ford, eledeixou boquiaberto o chefão da equipe
Frank Williams que o convidara pessoal-
mente para o teste, ao bater o recorde da
pista. “Aquele dia não era da Williams, não
era de ningué^i. Era só meu. Lembro que
cheguei pertyda máquina, fiquei olhando, fiz
carinho, úúnnóó uns tapinhas e falei para ela: é
hojejéítoje”, recordou, anos depois.
i entrada definitiva no mundo da F l acon-
teceria no ano seguinte, mas dirigindo pela To
REVISTAREVISTAISTO E GENTE 29/3/2004 29/3/2004
RESENHA 15
 
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5
política de dominação mundial norte
americana (em “Right Right Now Now”).
Pela primeira vez os vez os Beastie Boys falam ofalam o
que pensam sobre política, nesse álbum
que não contoucontou com a mão de um pro-
dutor. Sonoramente, o trio está feroz,
rápido, “roubando” trechos de músicas
de diversos estilos, como o rock do Fla
ming Lips, o hip hop srcinal de Sugar
Hill Gang, o tap atual de 50 Cent e até o
som de um berimbau, na faixa “Hey
Fuck You". O título do CD é uma home-
nagem a Novaa Nova York, cidade que, segundo
os BeastieBeastie Boys, em “An Open Letter toLetter to
NYC”, “não“não rejeita ninguém, aceita pes-pes-
soas de todo todo ss os lugares, de onde querquer
que elas sejam”. Nem todos os ameri-
canos concordam com Bush.
(LEANDROfÕRTiNO)
ap Artista:BeastieBoys
H tl GrswMtora: EMtI ( 1; i ***
Estava demorando
para esses trés novaiorquinos soltarem
o verbo contra a política de dominação
dos EUA. No intervalo entre “Hello Nas
ty” (1998) e o ano de 2004, as torres do
World Trade Center caíram, o Afeganis-
tão e o Iraqu e foram invadidos,e Adrock,
MCA e Mike D permaneceram calados...
até agora. Com George W. Bush na mira
do rap esperto do trio, eles pedem o
desarmamento multilateral (e m “We Got
the”), o fim do poder do presidente (em
“That’s it That’s AH”) e seu impeachment
(em “lt’s Time to Build”) e criticam a
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Er^ " ' ;o ^ http://www.cinemaemcenâ.com.br/crit_cinefilo_filme.asp?cod»2744&codvozcineíalo=4692 : S Ir 
 
 
 
muHlmfdíq
 
 
 
 
produçãoprodução
 
FANTÁSTICO, CHARMOSO E CONTAGIANTE!
AS BICICLETAS DE BELLEVILLEAS BICICLETAS DE BELLEVILLE
(Th(The e TrTripliplets Of ets Of BellBellevieviIleIle/FR /FR A/B A/B ELEL/C /C AN/20AN/2003) *03) * ** ** ** * * 26/26/06/006/044 
Quem disse que, com uma simples história não se faz um excelente
filme? Pois é, hoje em dia, somente um gênero, o grão de areia tem
se transformado em pérola. Graças à simplicidade e à criatividade
que, ultimamente vêm ampliando ainda mais os limites e a imagina
ção dos desenhos animados. As Bicicletas de Belleville é uma singela
animação em 2D que conta a divertida jornada de uma adorável vovó
em busca de seu neto raptado.
 Adotado por sua avó, -Madame Souza, o garoto Champion é uma
criança tímida, inocente e solitária que, após ter ganhado uma bicicle
ta quando menino, descobre uma certa paixão pelo ciclismo. Com opassar dos anos,e com rigorosos treinamentos impostos pela avó,
Champion torna-se um profissional das duas rodas. Durante o famo
so circuito de corridas de bicicleta francês, o Tour de France, ele é
sequestrado por dois homens misteriosos. Madame Souza e seu fiel
cachorro Bruno cruzam as fronteiras do oceano em uma busca para
tentar resgatá-lo.
É sensacional! Méritos para o estreante, roteirista e diretor Sylvain Chomet,
que criou um universo charmoso e criativo, no qual opta por espelhar-
se no cinema mudo apresentando uma mistura de raros diálogos,
canções e movimentos. Além da simples história que exibe uma trama
cativante e envolvente, o encanto certamente está no gráfico em 2D,
devido aos divertidos traços caricaturados das feições humanas e dos
ambientes com cores leves.
O roteiro, sempre harmonizando drama e um delicioso humor negro,é rico em detalhes visuais (enfoca estilos de vida e expõe interessan
tes métodos e idéias que são utilizados na dinâmica dos persona
gens), e focaliza a jornada de Madame Souza em busca de seu neto
sequestrado, que a leva para uma megalópole chamada Belleville, no
caso, é uma sátira a Nova York e aos americanos (população gorda,
inclusive a Estátua da Liberdade é obesa). Assim como o título srci
nal, o filme faz referências às Trigêmeas de Belleville, três estrelas
musicais dos anos 30 que ajudam a avó na procura por Champion.
ti
RESENHA 17
 
Endereço http://www,cinemaemcena.com.br/critwcinefilojilme.asp?cod-2744taodvozcinefalo«4692 , v] Q lr 
notfekss
 
 
 
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a voz do riné fife
{ #*A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-K-L-M-N- #*A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-K-L-M-N- 0 -P-Q-R-S-T-U-V*W-X-Y-Z-P-Q-R-S-T-U-V*W-X-Y-Z
B ic ic le ta s de B e lie v ille , As - Trí plet te s de Bel ie vi !!*, Les, 2003
Ricardo M organ ~ * *r 
 
 
 
 
 
bastidores
 
 
 As Bicicletas de Belleville foi indicado ao Oscar em duas categorias:
Melhor Animação e Canção, recebeu também indicação ao BAFTA e aoIndependent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro, participou do
Festival de Cannes e ainda levou um César de Melhor Trilha Sonora,
além de ter sido indicado nas categorias de Melhor Filme e Melhor
Trabalho de Estréia, e ganhou diversos prémios internacionais. Reco
mendado para todas as idades.
http://www.cinemaemcena.com.br/http://www.cinemaemcena.com.br/
crit_cinefilo_filme.asp?cod=2744&codvozcinefalo=4692crit_cinefilo_filme.asp?cod=2744&codvozcinefalo=4692
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2
1. 1. IdentiIdentifique fique os os objobjetoetos/tes/temamas aos s aos ququais ais os os textos acima textos acima se se referem, nreferem, nu-u-
merandoos corretamente.merandoos corretamente.
( ( ) program) program as as de de diferentdiferentes es canais canais de de televisãotelevisão
( ( ) ) o o desedesenho nho anianimamado/ do/ animaçãoanimação As bicicletas de Belleville
( ( ) uma ) uma parte parte da da biografia biografia do do Ayrton SeAyrton Sennanna
( ( ) ) o o novo novo CD do CD do grupgrupoo Beastie Boys
2. 2. De acordo com suDe acordo com sua a leitura leitura dos dos texttextos, assinaos, assinale le (x(x) no ) no quadro quadro abaixo abaixo oo 
que cada um deles apresenta.que cada um deles apresenta.
Resum o do objet o
(ou tema)
Opinião/avaliação/apreciação do
autor do texto sobre o objeto
Texto 1
Texto 2 1
Texto 3
Texto 4
3. 3. BaseanBaseandose no dose no preenchimpreenchimento dento do o quadro acima quadro acima e e no no que que dissemos dissemos logologo 
no início, quais dos textos podem ser considerados resenhas?no início, quais dos textos podem ser considerados resenhas?
18 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-T ARDELLI
 
4. 4. EscoEscolha um lha um dos dos textotextos qs que ue vocvocê considerou como sendo ê considerou como sendo resenha resenha e se sububli-li-
nhe as partes que contêm o resumo do objeto resenhado e as que contêmnhe as partes que contêm o resumo do objeto resenhado e as que contêm 
comentários ou avaliações sobre ele.comentários ou avaliações sobre ele.
CC onon cluiclui ndondo .. .. ..
Quais são as duas características mínimas necessárias para que se considere que umQuais são as duas características mínimas necessárias para que se considere que um 
texto é uma resenha?texto é uma resenha?
PP aa rr aa continuarcontinuar aa conversaconversa .. .. ..
1. 1. PrProcuocu re encontrare encontra r, em r, em jornais jornais ou ou revistas, revistas, outras routras resenhesenhas. Leiaas e as. Leiaas e observe aobserve ass 
partes que contêm resumo do objeto resenhado e a opinião sobre o mesmo.partes que contêm resumo do objeto resenhado e a opinião sobre o mesmo.
2. 2. LeiLeia a o o Texto Texto 11 dodoss A n ex os , , “So“Sony ny Clié Clié PPEE GG TT HH 5555””, , e e responresponda:da:
a. Qual é o objeto resenhado?a. Qual é o objeto resenhado?
b. Você já havia visto ou feito uma resenha semelhante?b. Você já havia visto ou feito uma resenha semelhante?
c. Em que esta resenha difere das resenhas que você conhecia?c. Em que esta resenha difere das resenhas que você conhecia?
3. 3. As dAs duas uas caracara cterícterí sticas de sticas de resenha resenha que que foraforam m identificadas identificadas nas nas atividades atividades anteranter io-io-
res se encontram no texto? Justifique.res se encontram no texto? Justifique.
RESENHA : 19 j
 
SEÇÃO 2
As resenhas em diferentesAs resenhas em diferentes 
situações de produçãosituações de produção
PP aa rr aa começarcomeçar aa conversaconversa .. .. ..
 N
a seção 1, vimos uma das diferenças mais importantes entre as rese-a seção 1, vimos uma das diferenças mais importantes entre as rese-
nhas e os resumos. Nesta seção, veremos textos que podem ser con-nhas e os resumos. Nesta seção, veremos textos que podem ser con-
siderados como resenhas, de acordo com nossa definição, mas quesiderados como resenhas, de acordo com nossa definição, mas que 
podem ser publicados com outro nome ou sem nome algum.podem ser publicados com outro nome ou sem nome algum.
1. 1. Observe os textObserve os textos abaixo e os abaixo e verifique se verifique se eles eles recebem algum nrecebem algum nome. Seome. Se 
receberem, quais são eles?receberem, quais são eles?
Endereço ^jj£ ) http://igier,ig,com.br/home/igler/artigos/0„ 1630194,00,html
Festa Literária de Parati
Livros do Bem
Negócios
Senhor dos Anéis
Fale Conosco
O curador do mais famoso mu-
seu do mundo, o Louvre, é en-contrado morto, assassinado
no interior do próprio museu.
Jacques Saunière não era, no
entanto, um simples estudioso
de artes respeitado: era tam-
bém membro de uma das mais
LinksLinks
antigas seitas religiosas, detentora de alguns segredos
milenares desde os tempos de Jesus Cristo, pelo menos. Ao
RESENHA 21
 
Endereça • http:/ /igler,i g,com.br/home/igter/ar tigos/O , jl630194j00.html
morrer, teve tempo de deixar pistas cifradas indicadoras daqueles que o
haviam assassinado, uns enigmas que só poderiam ser decifrados por
algumas pessoas realmente inteligentes, conhecedoras e tão sábias sobre
suas especialidades quanto ele e, ao mesmo tempo, que fossem merece
doras de carregar este conhecimento. Estas pessoas são Robert Langdon,
um professor norte-americano de simbologia de Harvard, que compartilhava
de algumas de suas idéias, e Sophie Neveu, uma eminente criptóloga
francesa e neta de Saunière. ,
Desta forma, somos envolvidos, tanto quanto Langdon e Sophie, em uma
verdadeira caçada humana que percorre largos períodos da história da
humanidade e das artes, em uma extensa charada que mistura emoção,
suspense, artes plásticas, práticas religiosas, organizações museológicas,
Opus Dei ‘versus’ Priorado do Sião, o sorriso de Mona Lisa, instituições
medievais. Tudo envolvido em uma linguagem ágil, rápida, capítulos curtos
e objetivos. Todos os dados históricos, artísticos e teóricos são reais e
fundamentados; ojivro vale, portanto, comoum verdadeiro curso concentrado
de artes e simbologia, embalado por um enredo de romance policial infanto-
 juvenil.
Pode parecer uma verdadeira salada lítero-intelectualóide com roupagens de
bestseller. E é. Uma salada que deu certo; pelo menos, para o autor. Tanto
que a editora pode estampar tranquilamente na capa o fato deste livro ter
sido um sucesso absoluto de vendas (um dos mais vendidos na Europa nos
últimos anos!), com uma tiragem mundial passando dos dez milhões de
exemplares. Também não é à toa que logo logo estará nas telas de cinema.
É um projeto muito simpático. As informações são passadas de um modo
extremamente eficaz e dinâmico, instrutivas e muito gostosas de serem
lidas. Pena que 'esta simpatia fique soterrada em um mar de clichés banais
e entediantes. Como contraponto às belas informações histórico-artísticas,
há a banalidade do enredo, a superficialidade dos personagens, a insipidez
do suspense. O professor de simbologia é alto, bonitão e superinteligente;
a mocinha é linda, fogosa, independente e superinteligente; os vilões são
malvados, sádicos (e masoquistas) e superinteligentes; a polícia francesa
é ridícula, incompetente, e embora o encarregado da investigação, o capitão
da Policia Judiciária, não seja uma versão plena do inspetor Clouseau,
também não fica lá muito atrás, tanto que passa a perseguir Langdon e
Sophie como os únicos suspeitos. E é preciso dizer o que vai acontecer entre
o mocinho e a mocinha superbonitos, independentes e superinteligentes,
D Conduído
22 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU- TARDELL I
 
V j 
v _] »
injustamente acusados do assassinato? O Código da Vinci' é uma besteira
fenomenal, ou uma revelação surpreendente, ao gosto das exigências do
leitor. Para mim, foi pura perda de tempo. O pior de tudo: com toda essa onda
sendo levantada, com ‘respostas’ de setores da Igreja argumentando contra
os ‘princípios’ teóricos do livro e pretensas ‘liberdades’ e inverdades histó-
ricas, o resultado será mais do que óbvio: o livro vai vender outros milhões
de exemplares, o filme gerará outras polêmicas e venderá milhões de ingres-
sos etc, etc, etc.
Enderece efejEnderece efejhttp://igler.ig.com.br/home/igler/artigos/O,,http://igler.ig.com.br/home/igler/artigos/O,,1630194 ,,00 .html.html
http://www.ig.com.br/home/igler_home_canais/0,3084,%7C18%7C,00.html
|j Conduído|j Conduído
Texto 2
MM aríliaríli a a PêraPêra , que vive Coco Chanel, que vive Coco Chanel
TEATRO
Sonhos 
emcena
C iN T C iN T IA IA M ED E M ED E IR O IR O SS
Í T ouve uma época em que o■ mu ndo, que saía da PrimeiX ra Guerra, desej ou ser uma
grande fest a. Era preciso esquecer
os h orrores vivi dos e encarar cada
dia com o se fosse o ú ltimo. F . nesse
cenário que surge Coco Chanel,
uma mulher que encarnou como
ninguém o espírito da época: os
loucos anos 20.
A peça “Mademoiselic Chanel”,
que está em cartaz no teatro FAAP,
é uma viagem no tem po, (t om texto
de M aria Adelai de Am aral e fi guri-
nos feitos especialmente pela Mai
son Chanel, em Paris, tudo contri-
bui para reviver aquela que foi a
m aior das “inventoras” de moda
que o mundo já viu. Foi Chanel
quem dis se que um “pretinho” ve s-
tia bem qualquer m ulher , em qual-
que r oca sião, e foi e la quem elevou
as bijuterias á categoria de j óias. As
tlores nas roupas, principahnente
as camélias, que hoje em dia dão
um toque vintage (termo que quer
dizer justam ente “dos anos 20” ) às
noss as produções, vieram da criati -
vidade de ( :ha neL
Marília Pêra encarnou Chanel.
Fia se move pelo palco com elegân-
cia e desenvoltura e divide a cenacom duas atrizes, que desfilam as
roupas (maravilhosas) vindas de
Paris. O cenário é branco, com es-
pelhos e uma escadaria hoilyvvoo
diana ao fundo, de uma simplici da-
de requintada.
Conhecer unt pouco mais sobre
essa mulher é entrar em contato
com um tempo em que sonhos se
tom avam rea lidade.
Cintia M *deiros 1 4 e af un„» d o 1 ano do
eniino m«»d»o
RESENHA 23
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■ CRITICACRITICA
Tome Antonio Nóbrega e se orgulhe do Brasil
do Conselho Editorialdo Conselho Editorial
Se você sente que o amor próprio
nacional está em baixa, que a glo-
balização traz dúvidas sobre a
identidade cultural do país, se vo-
cê julga que o Brasil carece de ta-
lento para enfrentar o mundo, to-
me Antonio Nóbrega. Aproveite e
leve a família.
É um show inesquecível de bra
sUidade. Não apenas o folclore na
sua forma bruta, mas uma soma
de informação, sensibilidade e
multitalento que faz de Nóbrega e
sua troupe um fenômeno único
—provavelmente o mais impor-
tante representante da cultura po-
pular brasileira na atualidade.
Há vários Nóbregas no show, o
contador de ‘causos’ e o cantador
nordestino, o cantor particularís-simo, com sua entonação que en-
cantou crianças e adultos no início
dos anos 80, nos discos infantis do
selo Eldorado.
Há o spalla que tira do violino
sons vigorosos e límpidos, deno-
tando a formação erudita de quem
 já integrou o Quinteto Armoriai
nos anos80.
Além do violino, domina à per-
feição todos os instrumentos de
corda em quarta, da rebeca ao
bandolim, de onde tira sons que só
os muito íntimos e talentosos con-
seguem tirar.
Há o compositor maiúscuio,
com suas músicas que são pérolas
de simplicidade e de reconstitui-
ção elaborada de temas foldóri
Cenicamente, é um gigante. De
compleição miúda —a exemplo
de outro monst ro do palco, Edson
Cordeiro—, quando se movimen-
ta, domina o espaço. Circula pelo
palco, atulhado de músicos, obje-
tos e cenários, com o equilíbrio e a
naturalidade de quem passeia por
um parque.
Seu jogo de expressões está à al
tura dos maiores mímicos. Conse-
gue assumir a forma de um perso-
nagem de quadrinhos ou do cine-
ma mudo, um Carlitos nordesti-
no, caricato, colorido e alegre. E é
um virtuose da dança, exibindo
desde passos de capoeira até de
frevos e maracatus. Tudo embala-
do em requinte e emoção.
Seu talento gigantesco seria sufi-
ciente para preencher sozinho o
show. No entanto, o espetáculo é
uma soma de outros talentos, com
brilho próprio.
A bailarina Rosane Almeida,
com seus passos de dança brasilei-
ra, ao mesmo tempo vigorosos e
graciosos, nada fica a dever às mu-
sas do balé O Qorpo.O menino Gabriel Almeida, que
é filho de Nóbrega e Rosane, mos-
tra uma energia no surdo equipa-
rável aos melhores ritmistas do
Olodum.
Todos esses ingredientes são
misturados e levados ao forno em
um show único, cujo ápice ocorre
em pleno saguão do Tuca, com o
público cantando e dançando fre-
vos, cirandas e outras manifesta-
ções da mais comovente expressão
musical brasileira: o foldore per-
nambucano.
t t show para guardar para o resto
da vida. E deixa em maus lençóis
aqueles que julgam que a crítica
politicamente correta deve conter
ressalvas. Ressalvar o quê?
 Antonio Nóbrega
sex. e sáb., às21h30. Dom., às20h
Tuca (r. Monte Alegre, 1.024, tel.
3873-3422)
R$20
 T 
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Texto 4
í!nder > . g j g j htt p: //igler. ig. c om. br/home/igler/artigos/0,, 1630194,00, ht ml
IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS NO BRASIL
 Antônio José Teixeira Guerra e Sandra Baptista da Cunha, Ed. Bertrand Brasil, 
 porBruno Buys
Impactos Ambientais Urbanos no Brasil é uma coleção de artigos de diferen
tes autores, organizados por Antônio Teixeira Guerra e Sandra Baptista da
Cunha, que analisam os impactos ambientais enfrentados por cidades bra
sileiras em diferentes contextos económicos, sociais e históricos da ocupa
ção do território brasileiro.
Em sua grande maioria, as cidades brasileiras nasceram e se desenvolve
ram sem nenhuma preocupação de adequada utilização do solo e do espa
ço. Conceitos como sustentabilidade, qualidade do ar e da vida aqui por
estas plagas são coisa recente, talvez impulsionados pela Rio-92.
Os artigos escolhidos abordam problemas ambientais em cidades estuda
das pelos organizadores e pelos demais autores de capítulos: Pequenas
cidades como Açailândia, no Maranhão, cujo nascimento e crescimento es
tiveram ligados à economia da madeira e da extração de ferro de Carajás.
Sorriso, no Mato Grosso, tema de um capítulo, é um assentamento criado
pelo governo federal através de políticas públicas de ocupação do cerrado
brasileiro, no começo da década de 1980. Ocupado principalmente por po
pulação vinda do sul do país, Sorriso vive da agricultura de grande escala
mecanizada, às margens do Rio Teles Pires, um subafluente do Rio Madeira,
que deságua no Amazonas. Teresópolis, Florianópolis e Petrópolis e seus
problemas ambientais são tema de capítulos específicos, assim como Rio
de Janeiro e São Paulo.
O que mais chama a atenção do leitor ao longo da obra, independente do
tamanho ou das características da cidade, é a falta de planejamento pelo
setor público. Talvez seja esta a maior constante, similar nos casos extremos
desde Sorriso e Açailândia até São Paulo e Rio. Os assentamentos humanos
brasileiros carecem de qualquer esboço de planejamento, sendo seu cres
cimento orientado pela lógica do maior lucro, até onde as questões ambientais
começam a impor um ônus tão grande que se invoca a ação pontual e
emergencial do Estado.
Neste sentido, apesar da diversidade de autores e estilos, o livro é uma séria
crítica à ação do Estado nos três níveis, municipal, estadual e federal. Se
tores da população urbana brasileira convivem com problemas ambientais
£ ] Concluído
RESENHA 25
 
Kj M 
sérios, capazes de provocar mortes como deslizamentos, desbarranca-
mentos e enchentes. Falta de infra-estrutura básica como saneamento e
esgoto em áreas residenciais de classe baixa fornecem o material perfeito
para o desenvolvimento de voçorocas, grandes ravinas formadas por erosão do solo, que podem, em estado avançado, provocar deslizamentos de
terra. Em Sorriso, no Mato Grosso, uma cidade fundada há apenas quinze
anos, o estado de deterioração ambiental chama a atenção para a facili
dade e o curto prazo em que o homem pode modificar o ambiente natural,
tornando-o inadequado à vida. A cidade é pontilhada por voçorocas que
castigam os habitantes cotidianamente. Ruas inteiras somem dentro de
las, principalmente as de bairros mais pobres, é claro. A poluição das
águas do rio Teles Pires pelos defensivos e insumos agrícolas tornam a
água inadequada ao consumo.
 A população urbana brasileira, principalmente a de grandes centros, vive
constantemente em situação ambiental muito ruim. Tênues esforços públi
cos são levados a cabo em véspera de desastre, para evitar o mal maior.
Mas, de maneira geral, o brasileiro não está educado nem conscientizado
para a necessidade de mudar de hábitos e efetivamente melhorar o am
biente e a qualidade de vida urbana, em vez de só evitar o mal maior.
Iniciativas — tímidas — como o rodízio de carros particulares em São
Paulo, entre 1996 e 1998, deram mostras de seu potencial em melhorar
a qualidade do ar e de reduzir o caos no transporte. Porém, esbarram no
individualismo da solução automotiva e do status que o carro tem na nossa
contemporaneidade.
No Rio de Janeiro, habitações de classe baixa proliferam em áreas de risco
de deslizamento. O poder público faz vista grossa, por não poder oferecer
melhores condições de habitação a esta população. No verão e nas en
chentes, o salve-se-quem-puder dos resgates e o denuncismo da mídia
são a tônica.
Embora utilize conceitos e terminologias de várias áreas de conhecimento
dedicadas à questão ambiental, a obra é basicamente um livro de geogra
fia. Os organizadores são geógrafos e professores do Departamento deGeografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Universidade do
Brasil. Embora tenha sido planejado para alunos e pesquisadores não só
de geografia, mas de áreas com preocupações ambientais como engenha
ria civil e agronómica, ciências da terra, biologia/ecologia e geografia, a
obra fica aquém do que se esperaria no quesito clareza de expressão e
preocupação com jargões e terminologias específicas da geografia. O leitor
não-geógrafo poderá sentir alguma dificuldade. Por outro lado, o livro é
muito bem-sucedido na escolha dos problemas relevantes a serem trata-
ConcluídoConcluído
26 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLI A SANTOS ABREU-TARDE LLI
 
Enri reçr; ',j£j http://rçter.ig.com.br/hoiTie/igler/artk3Os/0„ 1630194.00.html
dos, que devem interessar a todo o universo-alvo escolhido, bem como ao
brasileiro em geral que esteja preocupado com os destinos do país.
 A conservação da natureza, da Amazônia, e a preservação da biodiversidade
são temas constantes nos nossos diários e noticiários. Estão na pauta do
dia, junto com esforços de grandes organismos internacionais como a ONU
e o Banco Mundial. É preciso dizer com igual clareza e embasamento científico
que o espaço das cidades também pertence ao universo de preocupações
ambientais dignas de esforço público e investimentos. Nossa modernidade
tecnológica precisa, definitiva e irreversivelmente, incluir critérios de excelência
ambiental no planejamento urbano das cidades. No Brasil, este é um impe
rativo imediato, caso não queiramos endossar o exemplo da cidade de São
Paulo, onde o caos no transporte e o nível de qualidade do ar beiram cons
tantemente o limite aceitável. Em alguns casos ultrapassam.
Atualizado em 22/06/01 URL:Atualizado em 22/06/01 URL: http://www.comciencia.br/resenhas/impactos.htmhttp://www.comciencia.br/resenhas/impactos.htm (29/08/04) (29/08/04)
D Concluido
Texto 5
Notas sobre L ivros /Booknotes
I BRETON, Philippe (1999).BRETON, Philippe (1999). A m an ip u lação d a p a lav ra . São Paulo: São Paulo: Loyola, 167 p.Loyola, 167 p.
Cháma de imediato a atenção no livro de Breton o desejo de não limitarCháma de imediato a atenção no livro de Breton o desejo de não limitar 
o estudo da manipulação da palavra ao campo de interesse exclusivamenteo estudo da manipulação da palavra ao campo de interesse exclusivamente 
linguístico, aprofundando sua análise às consequências que tal manipulaçãolinguístico, aprofundando sua análise às consequências que tal manipulação 
traz à credibilidade do regime democrático e ao comportamento humano,traz à credibilidade do regime democrático e ao comportamento humano, 
quiçá se não a maior responsável pelo enclausuramento egoísta do homemquiçá se não a maior responsável pelo enclausuramento egoísta do homem 
de nossos dias.de nossos dias.
Breton distingue argumentação de manipulação e considera essa últimaBreton distingue argumentação de manipulação e considera essa última 
em seus aspectos antidemocráticos de imposição de uma idéia sem debateem seus aspectos antidemocráticos de imposição de uma idéia sem debate 
prévio criterioso e livre aliada à privação da liberdade de resistir a essaprévio criterioso e livre aliada à privação da liberdade de resistir a essa 
coerção. Contesta a falácia do desaparecimento de causas dignas de defesacoerção. Contesta a falácia do desaparecimento de causas dignas de defesa 
e, ipso facto, da necessidade de combater a manipulação das idéias que àquelase, ipso facto, da necessidade de combater a manipulação das idéiasque àquelas 
se contrapõemse contrapõem , dado q, dado que ue é caracté caract erístierísti co do manipulaco do manipular r a violência psicoa violência psico lógica,lógica, 
a dissimulação e o recurso à cumplicidade do silêncio.a dissimulação e o recurso à cumplicidade do silêncio.
RESENHA 27
 
Historiando a srcem da palavra, o autor verifica que somos os únicosHistoriando a srcem da palavra, o autor verifica que somos os únicos 
seres do universo que utilizam a comunicação para convencer, e os únicosseres do universo que utilizam a comunicação para convencer, e os únicos 
também capazes de mentir, fazendo crer com palavras o que os atos nãotambém capazes de mentir, fazendo crer com palavras o que os atos não 
confirmam. Está na base desse convencimento a noção da democraciaconfirmam. Está na base desse convencimento a noção da democracia 
ateniense e do direito romano, consequências da natural convicção humanaateniense e do direito romano, consequências da natural convicção humana 
de persuadir seu semelhante. O desenrolar da História comprova como ode persuadir seu semelhante. O desenrolar da História comprova como o 
despotismo sucumbiu, com frequência, à tentação de amordaçar a voz quedespotismo sucumbiu, com frequência, à tentação de amordaçar a voz que 
se levanta contra o poder, mas como mesmo os tiranos mais empedernidosse levanta contra o poder, mas como mesmo os tiranos mais empedernidos 
procuraram sempre convencer seus subjugados da validade de seus atos. Oprocuraram sempre convencer seus subjugados da validade de seus atos. O recurso mais recurso mais moderno encontrado na moderno encontrado na ‘arte‘arte ’ da persuasão ’ da persuasão despodespontou na ntou na metademetade 
do século Xdo século X X X com com a publa publicidadicidade, que, que visa e visa moldar as moldar as consciêconsciê ncias segundo ancias segundo a 
sociedade de consumo e a cultura de massa.sociedade de consumo e a cultura de massa.
No capítulo No capítulo IIIII acompI acomp anha-se anha-se a evoluçãa evoluçã o do instruo do instrumento em qumento em que a palavrae a palavra 
se transforma para alcançar persuadir eficazmente, ou seja, procede-se àse transforma para alcançar persuadir eficazmente, ou seja, procede-se à 
hishistórtória da retóricia da retóric a e à paulatia e à paulati na tecnicizna tecniciz ação ação desse instrumendesse instrumen to, conformto, conform e ae a 
contribuição dos primeiros retóricos, de Aristóteles e dos sofistas. Comocontribuição dos primeiros retóricos, de Aristóteles e dos sofistas. Como 
complemento indispcomplemento indisp ensensávelável, , sursurgem - gem - por contpor cont raste ao início da técnica deraste ao início da técnica de 
argumentação - argumentação - os os instrinstrumentos umentos técnicos de manipulação, técnicos de manipulação, aí inaí incluída cluída aa 
escamoteação da informação.escamoteação da informação.
Ao tratar da manipulação dos afetos, Breton contesta que o apelo aoAo tratar da manipulação dos afetos, Breton contesta que o apelo ao 
aspecaspecto to “irracional” “irracional” ou ou “afetivo” “afetivo” da da comcom ununicaçicaç ão sejão seja a de de per per ssi nocivo. i nocivo. “O“O
 
apelo aos valores, um dos recursos da argumentação democrática, mobilizaapelo aos valores, um dos recursos da argumentação democrática, mobiliza 
os afetos em profundidade. As paixões fazem parte do convencer e só seos afetos em profundidade. As paixões fazem parte do convencer e só se 
pode desejar pode desejar expurgexpurgá-las eá-las em nomm nome de um racionalismo estreito que confunde de um racionalismo estreito que confundiriairia 
conveconve ncer e o ncer e o ato de demoato de demo nstranstrar, razão r, razão argumentatiargumentati va e raciocínio científico.va e raciocínio científico. 
É É preciso, poipreciso, poi s, abrs, abrir ir espaço às paixões” (p. 64espaço às paixões” (p. 64 ). ). A manipulação, enA manipulação, en tretatretanto,nto, 
pretende criar a ilusão, confundir as qualidades do emissor da mensagempretende criar a ilusão, confundir as qualidades do emissor da mensagem 
com a própria mensagem, fazendo crer que a autoridade (ou o encanto pessoal)com a própria mensagem, fazendo crer que a autoridade (ou o encanto pessoal) 
de quem diz algo é aval indiscutível da veracidade do que é dito.de quem diz algo é aval indiscutível da veracidade do que é dito.
Quando o recurso não é esse, valem-se os demagogos da sedução peloQuando o recurso não é esse, valem-se os demagogos da sedução pelo 
estilo, sendo a forma esmerada o substituto do conteúdo; ou da sedução pelaestilo, sendo a forma esmerada o substituto do conteúdo; ou da sedução pela 
clareza (!), em que a brevidade e o desatavio da forma buscam passar-seclareza (!), em que a brevidade e o desatavio da forma buscam passar-se 
pela sinceridade da mensagem. Do arsenal à disposição da demagogia, citapela sinceridade da mensagem. Do arsenal à disposição da demagogia, cita 
ainda o autor a estetização das mensagens, a intimidação pela ameaça daainda o autor a estetização das mensagens, a intimidação pela ameaça da 
força, a utilização de crianças como veículo da mensagem e, como efeito deforça, a utilização de crianças como veículo da mensagem e, como efeito de 
fusões, a repetição (o slogan político), a sincronização de atitudes entrefusões, a repetição (o slogan político), a sincronização de atitudes entre 
emissor e receptor é o toque físico como forma de predispor o receptor a umaemissor e receptor é o toque físico como forma de predispor o receptor a uma 
aceitação inconsciente do que se lhe vai sugerir.aceitação inconsciente do que se lhe vai sugerir.
Em seguida à manipulação dos afetos, Breton aborda a manipulaçãoEm seguida à manipulação dos afetos, Breton aborda a manipulação 
cognitiva, isto é, uma expansão dos falsos silogismos que a tradição retóricacognitiva, isto é, uma expansão dos falsos silogismos que a tradição retórica 
reuniu. Afirma haver duas técnicas dessa espécie manipulativa: a doreuniu. Afirma haver duas técnicas dessa espécie manipulativa: a do
28 AN NA RACHEL MAC HA DO 1 ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU- TARDELL I
 
enquadramento e a do amálgama. Por enquadramento entende a utilizaçãoenquadramento e a do amálgama. Por enquadramento entende a utilização 
de elementos conhecidos e aceitos pelo interlocutor e sua reordenação dede elementos conhecidos e aceitos pelo interlocutor e sua reordenação de 
modo que se toma impossível opor-se à sua aceitação. No amálgama junta-modo que se toma impossível opor-se à sua aceitação. No amálgama junta- 
se um elemento suplementar aos anteriores, de contribuição convincente.se um elemento suplementar aos anteriores, de contribuição convincente.
Em termos menos técnicos, trata-se agora é de como desmascarar a matériaEm termos menos técnicos, trata-se agora é de como desmascarar a matéria 
que preque pretende tende falar ao raciocfalar ao raciocínio e não mais à emoçãínio e não mais à emoção. o. Os exempOs exemplos de mentlos de mentirasiras 
veiculadas como verdade são abundantes, particularmente no campo daveiculadas como verdade são abundantes, particularmente no campo da 
propaganda comercial e política.propaganda comercial e política.Após um capítulo de exemplificação em que resume as técnicas deApós um capítulo de exemplificação em que resume as técnicas de 
manipulação dos afetos e da “lógica” (cap. VI), Philippe Breton entra namanipulação dos afetos e da “lógica” (cap. VI), Philippe Breton entra na 
última parte do livro, em que discute os efeitos da manipulação nos receptoresúltima parte do livro, em que discute os efeitos da manipulação nos receptores 
e as causas de ter-se tomado tão generalizada tal manipulação:e as causas de ter-se tomado tão generalizada tal manipulação:
[Existe] “outro efeito, menos conhecido, da manipulação da palavra.[Existe] “outro efeito, menos conhecido, da manipulação da palavra.
Eladiz respeito a todas as situações em que, consciente da presença deEla diz respeito a todas as situações em que, consciente da presença de 
manipulação no ambiente, mas sem capacidade de decodificá-la, o públicomanipulação no ambiente, mas sem capacidade de decodificá-la, o público 
se defse defende desconecende desconec tandotando -se de toda palavra. É -se de toda palavra. É de supor de supor que que esse esse isolamentoisolamento 
protetor gere múltiplos efeitos perversos. Muitas pessoas hoje, cansadas doprotetor gere múltiplos efeitos perversos. Muitas pessoas hoje, cansadas do 
que supõem ser tentativas repetidas de obter, contra sua vontade, seuque supõem ser tentativas repetidas de obter, contra sua vontade, seu 
assentimento a todo tipassentimento a todo tipo do de coisase coisas, do consumo à política, cheg, do consumo à política, chegando às relaçando às relaçõesões 
de trabalho ou mesmo de amizade, escolhem o caminho do isolamento pessoalde trabalho ou mesmo de amizade, escolhem o caminho do isolamento pessoal 
(..(.. .) .) proveproveniente niente de uma crise de conde uma crise de con fiança fiança na palavra ena palavra e m gm geral” (eral” ( : : 114).114). 
Como, então, não ser impelido à desconfiança social e à dúvida sistemáticaComo, então, não ser impelido à desconfiança social e à dúvida sistemática
no que se refere à palavra do outro? Como afirmar sua interioridade,no que se refere à palavra do outro? Como afirmar sua interioridade, 
mantendo-a soberana nas tomadas de decisões, sem resvalar num auto-mantendo-a soberana nas tomadas de decisões, sem resvalar num auto- 
isolamento individualista? A resposta está no retomo ao cultivo do estudo daisolamento individualista? A resposta está no retomo ao cultivo do estudo da 
retórica, retórica, das das técnictécnic as as ‘hon‘hon estas’ estas’ de de argumargum entação, entação, convconv encimencim ento ento ee 
persuasão, sem desrespeito persuasão, sem desrespeito dos direitos dos direitos do receptor, qudo receptor, que e - - em benefício próprioem benefício próprio 
e da sociedade em que da sociedade em qu e vive - e vive - precisa aprendprecisa aprend er a fazer er a fazer frfrente ao conformismoente ao conformismo 
de massa que bode massa que boa para parte da mídia te da mídia e quase toda e quase toda a pa publicidadublicidade (a e (a “ultima“ultima 
ideologia totalitária”) querem impor-lhe.ideologia totalitária”) querem impor-lhe.
Aprender a não ser influenciável ao mesmo tempo permanecendoAprender a não ser influenciável ao mesmo tempo permanecendo 
disponível aos outros, deidisponível aos outros, dei xando de ser destinatário passivo de um espetáculoxando de ser destinatário passivo de um espetáculo 
e assumindo e assumindo a função de a função de ator que procura entender sem permitir ator que procura entender sem permitir que o enganemque o enganem 
frustra a manipulação, engrandece aquele que a isso se dedica e o faz voltarfrustra a manipulação, engrandece aquele que a isso se dedica e o faz voltar 
a sentir-se um homem livre. Nesse sentido, o livro de Breton vale como osa sentir-se um homem livre. Nesse sentido, o livro de Breton vale como os 
manuais a cujo retomo somos convidados e nos oferece uma independênciamanuais a cujo retomo somos convidados e nos oferece uma independência 
de saber que verdadeiramente se constitui numa forma de ética.de saber que verdadeiramente se constitui numa forma de ética.
Por/by: Vilma LEMOSPor/by: Vilma LEMOS 
(Doutoranda em LAEL, PUC-SP)(Doutoranda em LAEL, PUC-SP)
D.E.L.T.A., 9 :2 , 2 003 (389-405).
RESENHA 29
 
Texto 1Texto 1
Texto 2Texto 2 
Texto 3Texto 3 
Texto 4Texto 4 
Texto 5Texto 5
2. 2. Cada uCada um dm desseesses textos textos foi s foi produzido produzido em sem situações de ituações de produção diferen-produção diferen-
tes. No quadro abaixo, você tem, na primeira coluna, uma lista de algunstes. No quadro abaixo, você tem, na primeira coluna, uma lista de alguns 
dos elementos que sempre caracterizam a situação de produção de umdos elementos que sempre caracterizam a situação de produção de um 
texto. Complete o quadro, especificando quais são os elementos que ca-texto. Complete o quadro, especificando quais são os elementos que ca-
racterizam a situação de produção de cada um dos textos anteriores.racterizam a situação de produção de cada um dos textos anteriores. 
Apóiese no exemplo do texto 1.Apóiese no exemplo do texto 1.
Texto 1 T e x t o 2 T e x t o 3 T e x t o 4 T e x t o 5
Autor Claudtnei
Vieira
Função
social
resenhista
do site
www.ig.combr
Imagem que
o autor tem
de seu desti-
natário
destinatário
que cost um a
ler livros
Tema/
objeto
O li vro 0 có-
digo da Vinci
Locais e/ou
veículos on-
de o text o pos
si velm ente
circulará
no site do
I G
M om ent o
da produ-
ç ã o
posterior (mas
não m uito) à
publicação do
livro
O bj et ivo
do autor do
texto
dar informa-
ções centrais
sobre o livro
e la ze r com m 
tários a res-
peito dele
30 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU- TARDEL LI
 
3. 3. O quO que você pode concluir em e você pode concluir em relação aos nomerelação aos nomes das dados dos aos textos?aos textos?
4. 4. Considerando quConsiderando que você ou outre você ou outro aluno o aluno vai produzir vai produzir uma reuma resenhsenha a a a pe-pe-
dido de seu professor, responda as perguntas abaixo:dido de seu professor, responda as perguntas abaixo:
a) Qual será o seu papel social ao produzir a resenha?a) Qual será o seu papel social ao produzir a resenha?
b) b) Quem Quem seserárá /se/se rão rão seu(s) destinatário(s) reaseu(s) destinatário(s) rea l l (is)?(is)?
c) Você acha que ele conhece a obra a ser resenhada ou não?c) Você acha que ele conhece a obra a ser resenhada ou não?
d) Em que local ou veículo a sua resenha vai circular?d) Em que local ou veículo a sua resenha vai circular?
e) Qual será o seu objetivo?e) Qual será o seu objetivo?
f) Qual será o objetivo de seu destinatário ao ler sua resenha?f) Qual será o objetivo de seu destinatário ao ler sua resenha?
CC o n c l u in o n c l u in d od o ------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------
Ao escrever uma resenha escolar/acadêmica, você deve levar em consideração queAo escrever uma resenha escolar/acadêmica, você deve levar em consideração que 
estará escrevendo para seu professor que, se indicou a leitura, deve conhecer a obra.estará escrevendo para seu professor que, se indicou a leitura, deve conhecer a obra. 
Portanto, ele avaliará não só sua leitura da obra, através do resumo que faz partePortanto, ele avaliará não só sua leitura da obra, através do resumo que faz parte 
da resenha, mas também sua capacidade de opinar sobre ela.da resenha, mas também sua capacidade de opinar sobre ela.
PP aa rr aa c o n c o n tt in u a rin u a r aa conversaconversa .. .. ..
1. 1. Leia Leia o o TeTexto xto 2 2 dosdos Anexos, “Jornalismo científico”, e discuta, baseandose nas“Jornalismo científico”, e discuta, baseandose nas 
atividades desta seção, o porquê da pouca leitura doatividades desta seção, o porquê da pouca leitura do Caderno de Resenhas dada 
Folha de S.Paulo, que, inclusive, parou de circular.que, inclusive, parou de circular.
a) a) Você conhecVocê conhec e e algum algum suplemento suplemento dessdesse mesmo jornal ou de mesmo jornal ou de outro e outro meio demeio de 
comunicação que seja constituído basicamente de resenhas? Qual?comunicação que seja constituído basicamente de resenhas? Qual?
b) b) Você tem o hábito Você tem o hábito de de lêlo?lêlo?
c) c) Analise a situação de Analise a situação de produprodu ção de uma resenha ção de uma resenha publicapublicada em um jornal ouda em um jornal ou 
revista.revista.2. 2. Leia Leia y y Texto 3 Texto 3 dodoss Anexos , , “Resen“Resenhas has de de quaquatro tro palpalavraavras”s”, , retiretirado rado dodo blog 
Hipopótamo Zeno e discuta:e discuta:
a) a) As As resenhas resenhas publicadas publicadas nono blog levam em consideração as características vistaslevam em consideração as características vistas 
nesta seção 2? Justifique.nesta seção 2? Justifique.
RESENHA 31
 
b) b) EscoEscolha uma das resenlha uma das resenhas e has e verifique se elverifique se ela apresenta as a apresenta as duas duas característcaracteríst icasicas 
mínimas que uma resenha deve conter.mínimas que uma resenha deve conter.
c) c) De quais De quais reseresenhas nhas vovocê mais cê mais gostou? gostou? PoPor qr quê?uê?
d) d) Pense em um filme qPense em um filme que você ue você assassistiistiu e tente criar uma resenha de 4 palavru e tente criar uma resenha de 4 palavr as.as.
32 AN NA RACH EL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI
 
------------------------------------------------------------------------------------------------- SEÇÃO 3
O plano global de umaO plano global de uma 
resenha acadêmica (prototípica)resenha acadêmica (prototípica)
PP aa rr aa começarcomeçar aa conversaconversa .. .. ..
 N
esta seção, analisaremos o plano global de uma resenha, começandoesta seção, analisaremos o plano global de uma resenha, começando 
por sua leitura e passando, a seguir, a uma análise que leva à iden-por sua leitura e passando, a seguir, a uma análise que leva à iden-
tificação de suas diferentes partes.tificação de suas diferentes partes.
1. 1. A seguir, vem umA seguir, vem uma resenha, a resenha, quque e vovocê ainda cê ainda não não precisa ler integralmen-precisa ler integralmen-
te. Passe os olhos por ela, buscando informações que o auxiliem a com-te. Passe os olhos por ela, buscando informações que o auxiliem a com-
pletar o quadro abaixo.pletar o quadro abaixo.
Livro resenhado
Autor do livro
Contextualização do livro
Tema do livro
Autor da resenha
Área em que se insere o resenhista
Veículo em que ela foi publicada
Livros citados nas referências bibliográficas
RESENHA 33
 
y y revirevi sta de sta de sociologisociologi a e pola e pol ítít ica - ica - Microsoft InterMicrosoft Inter net Explnet Expl orerorer
EndeEnde reçreç o o êê ] ] htthtt p:p: / ///wwvmwwvm.. revistasodologiaepolitica, revistasodologiaepolitica, org.borg.b rr
R evis t a d e 
Sociologia 
e Política
n
V T
TRABALHADORES E CIDADÃOS,TRABALHADORES E CIDADÃOS, de Paulo Roberto Ribeiro Fontesde Paulo Roberto Ribeiro Fontes
Edilson José Graciolli 
1. O livro de Paulo Fontes — resultado da sua dissertação aprovada junto ao
Programa de Mestrado em História Social do Trabalho, na UNICAMP — debruça-
se sobre a história dos operários da Nitro Química, empresa construída no subúr
bio paulistano de São Miguel a partir do final de 1935, cuja produção iniciou-se em
setembro de 1937. Inserida na tentativa de compreender a dinâmica da industria
lização no Brasil, a pesquisa elegeu essa unidade produtiva como espaço cotidiano
e complexo da luta de classes2 onde, de um lado, a Nitro Química (uma espécie
de “CSN do setor químico”) elaborou um sistema de dominação específico e, de
outro, os trabalhadores construíram respostas próprias a ele, vivendo uma tensa
e rica experiência, ora de resistência, ora de relativa integração àquele sistema.
2. No dizer do próprio autor, objetivou-se “[...] aprofundar a análise da montagem,
da lógica interna, contradições e legitimação ou não por parte dos trabalhadores
de um determinado modelo de dominação e gestão da mão-de-obra criado pela
Nitro Química ao longo dos anos quarenta e desenvolvido plenamente na década
seguinte” (p. 14). O diagnóstico que se apresenta sobre esse modelo indica-o
como articulado em torno de vários aspectos próprios à ideologia corporativa3e ao
nacional-desenvolvimentismo, que marcava o Estado brasileiro de então.
3. O recorte temporal (os anos cinquenta) justifica-se, segundo Paulo Fontes, por
ter sido esta a década onde o modelo de dominação empresarial gestado nos
anos antecedentes viveu o seu ápice e, também, o início do seu esgotamento, uma
vez que a reciprocidade entre empresa e trabalhadores sofreu enormes desgastes,
2 “O conceito de classe tem uma importância capital na teoria marxista». (...) “Marx e Engels admitiram
que a classe era uma característica distintiva das sociedades capitalistas» (Bottomore, 1983/2001), con-
siderando-se que suas duas principais classes seriam a burguesia e a classe operária. Ainda para esses
autores, a burguesia seria “a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios da produção social
e empregadores do trabalho assalariado (Marx, Manifesto comunista, 1888). Segundo Marx e Engels, a história
de todas as sociedades existentes até o tempo em que escreveram seria a história das lutas de classe»,
que se constituiria como a luta do operariado contra a burguesia.
3 Segundo o Dicionário Houaiss, “ corporativista » é adjetivo referente a “corporativismo», que pode ser 
compreendido como: » 1 doutrina que considera os agrupamentos profissionais como uma estrutura
fundamental da organização política, económica e social e preconiza a concentração das classes produtoras
em forma de corporações tuteladas pelo Estado “ .
(URL :http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=corporativismo (30/08/04)
éé ) ) (3 item((3 item( ns)s resns)s res tante(s)) Abrtante(s)) Abr indo páindo pá giginanahttp://www.revistasodologiaepolitica,org.br/principal.php?setpididioma=,http://www.revistasodologiaepolitica,org.br/principal.php?setpididioma=,....
34 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLI A SANTOS ABREU-TARDELLI
 
II T T revista drevista de e socisocioloologia gia e política - e política - Microsoft Microsoft InteInte rnet Explorer rnet Explorer 
Endereço hjjjE)http://www.revistasociologiaepolitica.org.br 
R evi st a d e 
Sociologia 
e P olít ica
dado o avanço de uma identidade sociocultural própria entre os operários, em *
função da aguda atuação sindical e política nos anos anteriores a 1964.
4. O trabalho se estrutura em cinco capítulos. No primeiro, apresenta-se uma
análise do contexto que marcou a trajetória da empresa, desde a sua criação até
o final dos anos cinquenta. Tal análise permite ao leitor a intelecção de aspectos,
como por exemplo as relações de cumplicidade havidas entre o governo de Getúlio
Vargas e os proprietários da Nitro Química (José Ermírio de Moraes e Horácio -
Lafer), ou ainda o lugar que a Segunda Guerra desempenhou no crescimento
económico da empresa. Encontram-se também menções ao complemento que o
Círculo Operário Católico de São Miguel significou ao serviço de assistência fabril”,
onde capital e trabalho deveriam se harmonizar. Até mesmo a srcem majoritária
dos operários (fundamentalmente nordestinos) era apropriada pelo discurso em
presarial enquanto fator de “integração”. A “nordestinidade” reforçaria, assim, a
busca da paz social. Não obstante tratar-se de uma empresa privada, a Nitro
Química apresentava-se como instrumento a serviço dos interesses nacionais,
fator de patriotismo, da mesma forma como, por exemplo, a Companhia Siderúr
gica Nacional o fazia. A implicação desse elemento de dominação era imediata:
ser parte da família nitrina significava atender aos interesses da nação e, conse-
qúentemente, fazer greves ou outros movimentos reivindicatórios seria contrapor-se
a tais interesses.
5. Para que o patriotismo visado não desse margem a qualquer confusão com o
“falso” nacionalismo dos comunistas, desde cedo a empresa se preocupou em
combater o comunismo. E o fez com base em mais dois mecanismos centrais: o
espírito pioneiro e desbravador dos “pais” da família nitrina e a constante procura
de um capitalismo sadio, humano e progressista. Este último elemento explicitava
a especificidadede uma empresa privada a serviço da Nação, quando comparada
com as firmas estatais. A Nitro Química, ainda que pertencente a proprietários
particulares, mantinha-se, ao menos no discurso, ‘aberta às questões sociais’.
Todavia, essa ideologia era acompanhada de um poderoso e eficaz instrumento
prático, o Serviço Social. Para além das palavras, um conjunto de “benefícios”
(médico-odontológico, de abastecimento, cooperativo, recreativo, de segurança)objetivava garantir o disciplinamento no espaço extrafabril sobre os operários.
6. O capítulo 4 dedica-se ao estudo da organização sindical dos operários da Nitro
Química e das suas relações com o Partido Comunista, cuja militância em São
Miguel Paulista era destacada, tanto no âmbito sindical quanto em outros aspectos
da vida cultural e social do bairro (como, por exemplo, na organização de festas,
bailes, apresentações teatrais, excursões e palestras). Paulo Fontes faz um bom
relato das razões pelas quais os trabalhadores olhavam com muita desconfiança
para o Sindicato, uma vez que este atrelava-se à política da empresa. Em meio a
££ } (} ( 3 item(ns)3 item(ns) s restante(ss restante(s )) A)) Abrindo brindo págipáginanahttp://www,revistasociologiaepolitica.org.br/principal.php?setpididioma=http://www,revistasociologiaepolitica.org.br/principal.php?setpididioma=.. ....
RESENHA 35
 
0 0 revista revista de de socsociologiiologia a e e potitica - potitica - Microsoft Microsoft InterInter net Explorenet Explorer r 
Endereço htbp!// www.revistasociologiaepolitica.org.br 
R evi st a d e 
Sociologia 
e P olít ic a
essa discussão, o autor analisa o significado do assistencialismo4 para os traba
lhadores e conclui que este não pode ser visto apenas como um reforço à tutela
do Estado sobre sindicatos, sendo, também, “[...] parte da cultura dos trabalhadorese de suas organizações, tendo provavelmente relações com as práticas de solida
riedade tradicionalmente exercidas por estes” (p. 136). Aqui me parece manifestar-
se uma das lacunas deste que é um bom trabalho. Mais adiante voltarei a isto.
7. O último capítulo analisa a greve dos trabalhadores da Nitro Química acontecida
de 24 a 31 de outubro de 1957, a mais longa da sua história até então. Uma nova
diretória no Sindicato dos Químicos, empossada em novembro de 1956, apresen
tava uma linha de ação bem diferenciada do que até aquele momento se verificava
na entidade. Ao invés de contratos por empresa, essa diretória buscava firmar
contratos com os sindicatos patronais. A proeminência do setor jurídico deu lugar
ao investimento na participação dos trabalhadores, inclusive com a escolha de
delegados sindicais.
8. A greve na Nitro Química iniciou-se no mesmo dia em que a famosa greve dos
400 mil trabalhadores chegou ao final. Nesta, seis categorias obtiveram importantes
conquistas económicas e impuseram uma vitória no embate com os respectivossegmentos do empresariado. Neste contexto é que, segundo Paulo Fontes, pode-
se entender o movimento grevista dos operários da Nitro que, após oito dias de
confronto com o aparelho repressivo do Estado e a intransigência patronal, revelou-
se vitoriosa, pois a empresa concordou com a reivindicação central (20% de reajuste
sobre os salários vigentes em agosto de 1956), além de não punir os grevistas. Para
Fontes, “a greve de outubro de 1957 representou uma inflexão profunda nas relações
de reciprocidade entre a Nitro Química e seus trabalhadores. A imagem, já em
progressivo desgaste no período anterior, de uma grande e poderosa empresa pro
vedora de benefícios para seus trabalhadores, sofreria um forte abalo com a parali
sação” (p. 163). Tal inflexão se deu porque “[...] se os chamados benefícios sociais
da Nitro puderam em alguns momentos cumprir o papel de ajudar a evitar que a
maioria dos trabalhadores da fábrica aderisse a protestos e movimentos grevistas,
em 1957 eles já não tinham mais esta capacidade” (p. 164).
9. Além de ser resultado de uma acurada pesquisa sobre as manifestações coti-dianas daquele segmento da classe trabalhadora nos anos cinquenta, o livro de
4 Segundo o Dicionário Houaiss, “ Assistencialismo “ seria, do ponto de vista da sociologia, “ doutrina, sistema
ou prática (individual, grupai, estatal, social) que preconiza e/ou organiza e presta assistência a membros
carentes ou necessitados de uma comunidade, nacional ou mesmo internacional, em detrimento de uma
política que os tire da condição de carentes e necessitados. Do ponto de vista político, com contação
pejorativa, “ sistema ou prática que se baseia no aliciamento político das classes menos privilegiadas através
de uma encenação de assistência social a elas; populismo assistencial “ URL :http://houaiss.uol.com.br/ 
busca.jhtm?verbete=assistencialismo (30/08/04).
l (3 (3 item(item( ns)s restantens)s restante (s)) Abrindo pági(s)) Abrindo pági nanahttp://wrwi.revistasociologiaepoiitica.org,br/prindpal.php?setpididioma=http://wrwi.revistasociologiaepoiitica.org,br/prindpal.php?setpididioma=.. ....
36 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU- TARDELL I
 
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Sociologia 
e P olít ica br\ £8B : V ▼
Paulo Fontes aponta para aspectos fundamentais da possibilidade de uma ação
ofensiva por parte dos trabalhadores: “A ação da militância comunista e sindical no
interior da fábrica pôde potencializar este descontentamento operário para a conquista da direção do sindicato, para a organização no local de trabalho e para
realizar uma campanha salarial na empresa em diferentes moldes no ano de 1957.
 A nova orientação do sindicato tornava-o aos olhos dos trabalhadores um efetivo
instrumento para a conquista de direitos, um porta-voz coletivo de seus represen
tados e, portanto, uma necessidade” (p. 165).
10. Porém, teriam, efetivamente, os trabalhadores da Nitro experimentado a greve
de outubro de 1957 fundamentalmente em função de uma intensa organização
interna à empresa? Esta é uma das principais conclusões polêmicas que Paulo
Fontes apresenta em relação ao que outros autores (notadamente Leôncio Martins
Rodrigues e Armando Boito Jr.) sustentam a respeito, uma vez que, para estes
autores, praticamente inexiste, no período, organização sindical nos locais de tra
balho. Rodrigues afirma que as greves são organizadas “[...] de dentro para fora
das empresas” (RODRIGUES, 1966: 76) e Boito Jr. sustenta que “o sindicato de
Estado não organiza de modo sistemático e estável os operários e demais traba
lhadores” (BOITO Jr., 1991: 236), sendo, isto sim, um importante fator para sua frágil
presença nos locais de trabalho.
11. Parece-me que falta ao texto de Fontes um tratamento mais detalhado da
estrutura sindical oficial5 (montada sobre a unicidade sindical, as contribuições
compulsórias, a carta sindical e a justiça trabalhista) e o seu efeito moderador nas
lutas reivindicatórias dos trabalhadores. O próprio assistencialismo pode e deve ser
analisado enquanto importante complemento a essa forma histórica de
enquadramento dos sindicatos. Entendê-lo como “[...] parte da cultura dos traba
lhadores e de suas organizações [...]”, relacionando-o “[...] com as práticas de
solidariedade tradicionalmente exercidas por estes”, significa perder de vista as
determinações da totalidade social capitalista sobre esta cultura e não explicitar o
resultado último do assistencialismo: reforçar a subalternidade, obstando, inclusive,
manifestações mais abrangentes e agudas da consciência de classe, menos
atadas ao contingencial.
12. Desde o título do livro presume-se que a questão da cidadania merecerá atenção.
De fato, em alguns momentos isto se dá, como nos trechos seguintes: “O desrespeito
da companhia aos direitos adquiridos pelos trabalhadores nas leisdo País eram
outro foco de grande insatisfação. A Nitro redefinia o que era direito do trabalhador no
âmbito de seu espaço (p. 163)”; “Organizados e mobilizados, os trabalhadores nitrinos
desenvolveram nesse período uma série de lutas, como as reivindicações pelas taxas
5 Estrutura dos sindicatos montada pelo governo da época.
(3 (3 item(item( ns)s restans)s resta nte(s)) nte(s)) AbrAbrindo págiindo pági nanahttp://www.revistasociologiaepolitica.org.br/pnncipal.php?setpididioma=http://www.revistasociologiaepolitica.org.br/pnncipal.php?setpididioma=..,..,
v
RESENHA 37
 
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R evis t a d e 
Sociologia 
e Po lí ti ca
de insalubridade e pelo abono de Natal, até hoje fortemente presentes na memória
social daquele grupo operário. Até 1964, a Nitro, vivendo agora um período de forte
decadência seria conhecida [...] como uma fábrica ‘quente’ do ponto de vista damilitância sindical. O Sindicato dos Químicos de São Paulo foi, a partir de então, um
instrumento vital para a conquista de direitos” (p. 173).
13. Todavia, no trabalho não se qualifica “cidadania”. Esta ausência dificulta, inclu
sive, a percepção do projeto de cidadania que, eventualmente, aqueles trabalha
dores possuíam, se é que essa questão (a luta por uma extensão dos direitos)
realmente tenha ocupado o centro das suas mobilizações. Pelo exame dos docu
mentos, entrevistas e outras fontes citadas no livro, percebe-se que o eixo da
própria greve de 1957 foi o combate ao arrocho salarial, ou seja, a rejeição à
superexploração da força de trabalho6, remunerada aquém do seu próprio valor de
troca7. Naquele momento, tais trabalhadores teriam articulado suas reivindicações
mais imediatas ao menos a um projeto de reformas sociais? A identidade que
construíram permaneceu no momento económico-corporativo, estendeu-se mini
mamente a outros segmentos da classe trabalhadora ou, ainda, tangenciou a
necessidade desta diferenciar-se com vistas à luta pela hegemonia? O
enfrentamento destas indagações permitiria vislumbrar os contornos do que o
autor está entendendo por cidadania e, mais que isto, verificar em que medida
aquelas lutas operárias se expressaram também nessa dimensão.
14. Essas observações em nada diminuem o vigor do livro. O exaustivo trabalho de
pesquisa que se pode perceber e a constante preocupação com o fazer-se dos
operários da Nitro Química em suas experiências de resistência credenciam-no
como leitura obrigatória aos que se interessam pelo mundo do trabalho, quer pelo
ofício de pesquisador, quer pela militância sindical ou, ainda, pela absoluta neces
sidade de se compreender a realidade brasileira.Recebido para publicação em março
de 1998.
Edilson José Graciolli (ejgmz@triang.com.br ) é Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP) e Professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOITO Jr., A.. (1991). O sindicalismo de Estado no Brasil. São Paulo/Campinas, Hucitec
UNICAMP. RODRIGUES, L. M. (1966). Conflito industrial e sindicalismo no Brasil. São Paulo, Difel.
URL:URL: http://http:// wwwwww .revistasoci.revistasoci ologiaepoliologiaepoli tica.tica. org.br/org.br/ resumo.php7pidtextos296resumo.php7pidtextos296 (29/08/04) (29/08/04)
6 Para a teoria marxista, os operários vendem sua “ força de trabalho » aos capitalistas em troca de um
salário em dinheiro. A “ força de trabalho » é uma mercadoria comprada e usada pelo capitalista para obter
trabalho e aumentar o valor de outras mercadorias. Ao pagar um valor menor do que o valor que o trabalho
por eles extraído acrescenta às mercadorias, estariam superexplorando a força de trabalho e remunerando
abaixo do “ valor de troca » dessa força de trabalho.
4 rr )) (3 item(ns)item(ns) s s restanterestante (s)) (s)) AbrindAbrind o páginao páginahttp://www.revistasocihttp://www.revistasoci ologiaepo!itica.orologiaepo!itica.or g.br/principal.php?selg.br/principal.php?sel :pididioma=:pididioma=......
38 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI
 
2. 2. A partir das A partir das respostas qurespostas que e vovocê deu cê deu para a para a atividade 1, levante hipatividade 1, levante hipótesesóteses 
e responda:e responda:
a) a) Quais seriam aQuais seriam as características profissionais do rs características profissionais do r esenhesenhista?ista?
b) b) Qual seria Qual seria o o temtema da do o livro resenhado?livro resenhado?
c) c) PoPor que r que será quserá que o autor da rese o autor da resenha cita outros livros no que ele cenha cita outros livros no que ele c hama dehama de 
“referências bibliográficas”?“referências bibliográficas”?
3. 3. Você viu, na Você viu, na seção seção 1, 1, quque ae as s resenhas resenhas se se caractcaracterizam poerizam por apresentaremr apresentarem 
pelo menos dois movimentos básicos: a descrição ou o resumo da obrapelo menos dois movimentos básicos: a descrição ou o resumo da obra 
e os comentários do produtor da resenha. Preencha o quadro abaixo come os comentários do produtor da resenha. Preencha o quadro abaixo com 
trechos da resenha que você acabou de ler, que correspondam a essestrechos da resenha que você acabou de ler, que correspondam a esses 
dois movimentosdois movimentos
Trechos descritivos/resumidores da obraTrechos descritivos/resumidores da obra Trechos de comentáriosTrechos de comentários
4. 4. AgAgorora a vá observandvá observando a o a resenha atentamente resenha atentamente e e faça afaça as as atividades tividades indicadindicadasas 
para cada parágrafo.para cada parágrafo.
4.1. 4.1. Pensando sempre que a resenha apresenta trechos Pensando sempre que a resenha apresenta trechos descritivos sobre um odescritivos sobre um o utroutro 
livro, seus objetivos, seus conteúdos, sua estrutura etc., verifique:livro, seus objetivos, seus conteúdos, sua estrutura etc., verifique: 
a) a) O que O que é é apresentado apresentado no no primeiro primeiro parágrafo?parágrafo?
RESENHA 39
 
b) b) O que O que é é apresentado napresentado no segundo o segundo parágparág rafo? rafo? Qual verbo, nQual verbo, neste este parágrafo,parágrafo, 
indica o que é apresentado?indica o que é apresentado?
c) c) O que O que é é apresentado apresentado no no terceterce iro parágrafo? iro parágrafo? Qual Qual verbverb o ino indica dica o quo que e é é apre-apre-
sentado?sentado?
d) d) VerifiVerifique o que o que que o reseno resenhista aprhista apresenta sobre a esenta sobre a obra resenhada obra resenhada em cada um em cada um dosdos 
parágrafos, do quarto ao oitavo.parágrafos, do quarto ao oitavo.
4o4o e 5e 5o o parápará grafografo s:s: _______________________________________________________ 
6oparágrafo:_____________________________________________________________ 6oparágrafo:_____________________________________________________________ 
77oo e 8e 8oparágrafos:oparágrafos: _______________________________________________________ 
Liste as expressões que introduzem os tópicos tratados nesses parágrafos.Liste as expressões que introduzem os tópicos tratados nesses parágrafos.
4.2. Agora, pensando que a resenha também apresenta trechos de comentários sobre4.2. Agora, pensando que a resenha também apresenta trechos de comentários sobre 
a obra, verifique:a obra, verifique:
a) a) O que O que o o resenhista resenhista acrescenacrescen ta ta no no nono nono parágrafparágraf o?o?
( ( ) ) um um comentário comentário negativonegativo
( ( ) ) um um comentário comentário positivpositivoo
Sublinhe no texto as palavras que o indicam.Sublinhe no texto as palavras que o indicam.
40 AN NA RACH EL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI
 
b) b) No décimo parágrafo, o No décimo parágrafo, o resenhistresenhistaa introduz introduz outrooutro s s autores, citados autores, citados na na biblio-biblio-
grafia. Qual a relação desses autores com a obra resenhada? Como o resenhistagrafia. Qual a relação desses autores com a obra resenhada? Como o resenhista 
qualifica essa relação?qualifica essa relação?
c) c) O que O que o resenhista o resenhista apresenta do 11° apresenta do 11° ao ao 1313° ° parágparágrafos?rafos?
( ( ) ) um um comentário comentário negativonegativo
( ( ) ) um um comentário comentário positipositivovo
Sublinhe no texto as palavras que o indicam.Sublinhe no texto as palavras que o indicam.
d) Qual é a avaliação mais marcante do resenhista sobre a obra? Positiva oud) Qual é a avaliação mais marcante do resenhista sobre a obra? Positiva ou 
negativa? Justifique com trechos da resenha.negativa? Justifique com trechos da resenha.
5. 5. Relacione as Relacione as idéidéias ias abaixo abaixo com o(com o(s) ps) parágarágraforafo(s) (s) em em quque e elas elas aparecem.aparecem.
( ( ) ) comentário comentário positipositivovo
( ( ) r) resumo esumo do do 5o5o e e últimúltimo o capcapítulítuloo
( ( ) menção ao ) menção ao númenúmero ro de de capítulos capítulos que que o o livro livro contémcontém
( ( ) apresentação do ) apresentação do livro e livro e do do tema tema popor r ele ele abordadoabordado
( ( ) ) resumo resumo do do 4o4o capcapítulítuloo
( ( ) ) conclusão conclusão positipositivava
( ( ) ) resuresumo mo do do IoIo cacapítpítuloulo
( ( ) ) comentário comentário negativonegativo
( ( ) ) objetivo objetivo do do livro livro resenhadoresenhado
6. 6. De acordDe acordo com a o com a organização dos conteúdos, podemorganização dos conteúdos, podemos dos dizer izer quque e a a rese-rese-
nha lida apresenta 8 grandes partes, conforme indicamos no quadro abai-nha lida apresenta 8 grandes partes, conforme indicamos no quadro abai-
xo, com a enumeração do agrupamento dos parágrafos. Nos espaços emxo, com a enumeração do agrupamento dos parágrafos. Nos espaços em 
branco, escreva uma frase resumindo o que é apresentado em cada umabranco, escreva uma frase resumindo o que é apresentado em cada uma 
dessas partes.dessas partes.
RESENHA 41
 
3 primeiros parágrafos3 primeiros parágrafos
4o4o e 5e 5° ° paráparágrafosgrafos
6o6o paparágrágraforafo
7° e 7° e 8o8o paráparágrafografoss
9o9o parparágrágrafoafo
10° parágrafo10° parágrafo
11°, 12° e 13° parágrafos11°, 12° e 13° parágrafos
14° parágrafo14° parágrafo
CC onconc luilui ndondo ...... ------------------------------------------------------------------------------
Você viu que a resenha acadêmica é organizada globalmente em diferentes partes.Você viu que a resenha acadêmica é organizada globalmente em diferentes partes. 
Generalizando, reveja as atividades desta seção e complete o texto com as palavrasGeneralizando, reveja as atividades desta seção e complete o texto com as palavras 
do quadro abaixo, expressando suas conclusões sobre os conteúdos que normal-do quadro abaixo, expressando suas conclusões sobre os conteúdos que normal-
mente aparecem nessas diferentes partes.mente aparecem nessas diferentes partes.
Com ent ár ios — os obj et ivos — a co ncl usã o — a ap r ec iaç ão — I nf or m aç ões
sobre o contexto e o tema do livro.
No início de uma resenha, encontramosNo início de uma resenha, encontramos _____ _ _________________ . Em seguida,. Em seguida,
 _________________ da obra resda obra res enhada. Antes de enhada. Antes de apontar os comentários do reseapontar os comentários do rese
nhista sobre a obra, é importante apresentar a descrição estrutural da obra resenhada.nhista sobre a obra, é importante apresentar a descrição estrutural da obra resenhada. 
Isso pode ser feito por capítulos ou agrupamento de capítulos. Depois, encon-Isso pode ser feito por capítulos ou agrupamento de capítulos. Depois, encon-
tramostramos _______________ do resenhista do resenhista sobre a sobre a obraobra . Aliás, é . Aliás, é importanimportan te que te que hajahaja
tantotanto _______________ positivos quanto negativos. Finalmente, positivos quanto negativos. Finalmente, _______________ , ,
em que o autor deverá explicitar/reafirmar sua posição sobre a obra resenhada.em que o autor deverá explicitar/reafirmar sua posição sobre a obra resenhada.
PPaa rr aa continuarcontinuar aa conversaconversa .. .. ..
Leia a resenha a seguir e verifique se ela contém as mesmas partes da resenha queLeia a resenha a seguir e verifique se ela contém as mesmas partes da resenha que 
acabamos de analisar.acabamos de analisar.
42 ANNA RACHEL MACHADO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI
 
Resenhas Resenhas - - Microsoft Microsoft InterInter net net ExploreExplore r r ~~~~
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Resenhas
O homem e o
m undo nat ura l
Keith Thomas
Floo ds of for tune
M iche i Gouldi ng, 
Nigel Sm ith, Deni s 
Mahar 
ImpactosImpactos 
AmbientaisAmbientais 
Urbanos no BrasilUrbanos no Brasil 
 A n tô n io Te ix e ira 
Guerra, Sandra 
Baptista da Cunha
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Envi e sua
resenha
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R ESR ES EN H A EN H A SS
IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOSIMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS 
NO BRASILNO BRASIL
 Antôn io Jo sé Teixeira Gue rra e Sandra 
Baptista da Cunha, Ed. Bertrand Brasil.
 por Bruno Buys
Impactos ambientais urbanos no Brasil é 
uma coleção de artigos de diferentes
autores, organizados por Antônio Teixeira
Guerra e Sandra Baptista da Cunha, que
analisam os impactos ambientais enfren
tados por cidades brasileiras em diferentes contextos económi
cos, sociais e históricos da ocupação do território brasileiro.
Em sua grande maioria, as cidades brasileiras nasceram e se
desenvolveram sem nenhuma preocupação de adequada utili
zação do solo e do espaço. Conceitos como sustentabilidade,
qualidade do ar e da vida aqui por estas plagas são coisa
recente, talvez impulsionados pela Rio-92.
Os artigos escolhidos abordam problemas ambientais em cida
des estudadas pelos organizadores e pelos demais autores de
capítulos: pequenas cidades como Açailândia, no Maranhão,
cujo nascimento e crescimento estiveram ligados à economia
da madeira e da extração de ferro de Carajás. Sorriso, no Mato
Grosso, tema de um capítulo, é um assentamento criado pelo
governo federal através de políticas públicas de ocupação do
cerrado brasileiro, no começo da década de 1980. Ocupado
principalmente por população vinda do sul do país, Sorriso vive
da agricultura de grande escáta mecanizada, às margens do
Rio Teles Pires, um subafluente do Rio Madeira, que deságua
no Amazonas. Teresópolis, Florianópolis e Petrópolis e seus
problemas ambientais são tema de capítulos específicos, as
sim como Rio de Janeiro e São Paulo.
O que mais chama a atenção do leitor ao longo da obra, independente do tamanho ou das características da cidade, é a falta
de planejamento pelo setor público. Talvez seja esta a maior
constante, similar nos casos extremos desde Sorriso e Açailândia
até São Paulo e Rio. Os assentamentos humanos brasileiros
carecem de qualquer esboço de planejamento, sendo seu cres
cimento orientado pela lógica do maior lucro, até onde as ques
tões ambientais começam a impor um ônus tão grande que se
invoca a ação pontual e emergencial do Estado. fcs)fcs)
ConcluídoConcluído
RESENHA 43
 
Q Q Resenhas - Resenhas - Microsoft Microsoft IntInt ernet ernet ExplExpl oreore rr
EndeEnde reçreç o o ^^ http://wwhttp://ww w.comdencia.brw.comdencia.br /resenha/resenha s/impactos/impacto s.htms.htm
ResenhasResenhas RESENHAS
O homem e oO homem e o 
mundo naturalmundo natural 
Keith Thomas
Floods of fortuneFloods of fortune
M iche l Goui ding , 
Nigel Sm ith, Denis 
Mahar 
ImpactosImpactos 
AmbientaisAmbientais 
Urbanos no BrasilUrbanosno Brasil 
 A n tô n io Teix eira 
Guerra,Guerra, Sandra 
Baptista da Cunha
Outras resenhasOutras resenhas
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resenharesenha
rae34gDuol.com.br rae34gDuol.com.br 
Neste sentido, apesar da diversidade de autores e estilos, o
livro é uma séria crítica à ação do Estado nos três níveis,
municipal, estadual e federal. Setores da população urbana
brasileira convivem com problemas ambientais sérios, capa
zes de provocar mortes como deslizamentos, desbarranca-
mentos e enchentes. Falta de infra-estrutura básica como
saneamento e esgoto em áreas residenciais de classe baixa
fornecem o material perfeito para o desenvolvimento de
voçorocas, grandes ravinas formadas por erosão do solo, que
podem, em estado avançado, provocar deslizamentos de ter
ra. Em Sorriso, no Mato Grosso, uma cidade fundada há
apenas quinze anos, o estado de deterioração ambiental cha
ma a atenção para a facilidade e o curto prazo em que o
homem pode modificar o ambiente natural, tornando-o inade
quado à vida. A cidade é pontilhada por voçorocas que casti
gam os habitantes cotidianamente. Ruas inteiras somem den
tro delas, principalmente as de bairros mais pobres, é claro.
 A poluição das águas do rio Teles Pires pelos defensivos e
insumos agrícolas tornam a água inadequada ao consumo.
 A população urbana brasileira, principalmente a de grandes
centros, vive constantemente em situação ambiental muito
ruim. Tênues esforços públicos são levados a cabo em vés
pera de desastre, para evitar o mal maior. Mas, de maneira
geral, o brasileiro não está educado nem conscientizado para
a necessidade de mudar de hábitos e efetivamente melhorar
o ambiente e a qualidade de vida urbana, em vez de só evitar
o mal maior. Iniciativas — tímidas — como o rodízio de carros
particulares em São Paulo, entre 1996 e 1998, deram mostras
de seu potencial em melhorar a qualidade do ar e de reduzir
o caos no transporte. Porém, esbarram no individualismo da
solução automotiva e do status que o carro tem na nossa
contemporaneidade.
No Rio de Janeiro, habitações de classe baixa proliferam em
áreas de risco de deslizamento. O poder público faz vista
grossa, por não poder oferecer melhores condições de habitação a esta população. No verão e nas enchentes, o salve-
se-quem-puder dos resgates e o denuncismo da mídia são
a tônica.
Embora utilize conceitos e terminologias de várias áreas de
conhecimento dedicadas à questão ambiental, a obra ó basi
camente um livro de geografia. Os organizadores são geógrafos
e professores do Departamento de Geografia da Universidade
£ ] Concluído
44 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍ LIA SANTOS ABRELf-TARDELLI
 
11 0 0 ResRes enhaenha ss -- Microsoft Internet ExplorerMicrosoft Internet Explorer ■■ .......àà ii
EndereçoEndereço http://www.comcienda,br/resenhas/irnpactos,htrrrhttp://www.comcienda,br/resenhas/irnpactos,htrrr
................... . _ _ _._. bdbd //
ResenhasResenhas UISSliNHAS UISSliNHAS
Q homem e eQ homem e e 
mundo nmundo n aturaatura ll 
Keith ThomasKeith Thomas
Floods of fortuneFloods of fortune
MM iche! Giche! G ouioui dingding ,, 
Nigei Nigei SmSm ith, Denisith, Denis 
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ImpactosImpactos 
AmbientaisAmbientais 
Urbanos no BrasilUrbanos no Brasil 
 A A nn tôtô nn io io TT ee ixix ee irir aa 
Guerra, SandraGuerra, Sandra 
BaBa ptipti sta da sta da CunhCunh aa
Federal do Rio de Janeiro/Universidade do Brasil. Embora
tenha sido planejado para alunos e pesquisadores não só de
geografia, mas de áreas com preocupações ambientais como
engenharia civil e agronómica, ciências da terra, biologia/
ecologia e geografia, a obra fica aquém do que se esperaria
no quesito clareza de expressão e preocupação com jargões
e terminologias específicas da geografia. O leitor não-geógrafo
poderá sentir alguma dificuldade. Por outro lado, o livro é
muito bem-sucedido na escolha dos problemas relevantes a
serem tratados, que devem interessar a todo o universo-alvo
escolhido, bem como ao brasileiro em geral que esteja pre
ocupado com os destinos do país.
Outras resenhasOutras resenhas
Envie suaEnvie sua 
resenharesenha
rae34iõ)uol. corn.br rae34iõ)uol. corn.br 
 A conservação da natureza, da Amazônia, e a preservação da
biodiversidade são temas constantes nos nossos diários e
noticiários. Estão na pauta do dia, junto com esforços de
grandes organismos internacionais como a ONU e o Banco
Mundial. É preciso dizer com igual clareza e embasamento
científico que o espaço das cidades também pertence ao
universo de preocupações ambientais dignas de esforço
público e investimentos. Nossa modernidade tecnológica pre
cisa, definitiva e irreversivelmente, incluir critérios de excelên
cia ambiental no planejamento urbano das cidades. No Bra
sil, este é um imperativo imediato, caso não queiramos en
dossar o exemplo da cidade de São Paulo, onde o caos no
transporte e o nível de qualidade do ar beiram constantemen
te o limite aceitável. Em alguns casos ultrapassam.
Atu alizad o em 22/ 06 /0 1 U R L: http://ww w.com ciencla. br/resenhas/impactos.htm 
(29/08/04)
 jv jv ;;
I I Ú Ú ConcluídoConcluído
RESENHA 45
 
  SEÇÃO 4SEÇÃO 4
Os mecanismos de conexão: oOs mecanismos de conexão: o 
uso dos organizadores textuaisuso dos organizadores textuais
PP aa rr aa começarcomeçar aa conversaconversa .. .. ..
QQ
uando se escreve um texto, é importante guiar o leitor para que eleuando se escreve um texto, é importante guiar o leitor para que ele 
possa entender as diferentpossa entender as diferent es relações es relações que queremos que queremos estabelecer entreestabelecer entre 
as idéias. Essas relações entre as idéias são dadas por palavras queas idéias. Essas relações entre as idéias são dadas por palavras que 
“organizam” o que está sendo dito, ou seja, os organizadores tex-“organizam” o que está sendo dito, ou seja, os organizadores tex-
tuais. Grande parte deles são conhecidos, na gramática normativa,tuais. Grande parte deles são conhecidos, na gramática normativa, 
como conectivos, mas vistos apenas como elementos de conexão decomo conectivos, mas vistos apenas como elementos de conexão de 
frases. Como veremos, sua função é mais ampla: estabelecer relações entre as idéias,frases. Como veremos, sua função é mais ampla: estabelecer relações entre as idéias, 
não só nas frases, mas também entre os parágrafos. Nesta seção, analisaremos osnão só nas frases, mas também entre os parágrafos. Nesta seção, analisaremos os 
organizadores textuais encontrados na resenha estudada e veremos quais são suasorganizadores textuais encontrados na resenha estudada e veremos quais são suas 
funções.funções.
1. 1. Consulte a Consulte a resenha “Trabalhresenha “Trabalhadores e adores e cidadãocidadãos” ms” mais ais uma uma vez vez e e identifi-identifi-
que os parágrafos em que o resenhistaque os parágrafos em que o resenhista
Parágrafo(s)
Apresenta uma conclusão do livro que ele classifica como polêmica
Faz comentários negativos em relação à obra resenhada
2. 2. ObservObserve os e os organorganizadores textuais quizadores textuais que e iniciam iniciam os os parágparágrafos rafos 10 10 e 13e 13.. 
Qual é a relação lógica que esses dois organizadores estabelecem entreQual é a relação lógica que esses dois organizadores estabelecem entre 
o parágrafo que inicia e o parágrafo que os precede?o parágrafo que inicia e o parágrafo que os precede?
RESENHA |4 7 ]
 
( ( ) causas ) causas e e justificativas justificativas sobre sobre o qo que ue fofoi i dito dito no no parágraparágra fo anteriorfo anterior
( ( ) contraste ou ) contraste ou argumenargumen tos tos contrácontrá rios arios ao o que que foi foi dito dito no no parágrafo anteriorparágrafoanterior
( ( ) complement) complement o ao adicional dicional ao ao que que foi foi dito dito no no parágrafo anteriorparágrafo anterior
3. 3. Classifique Classifique os conectivos conectivos abaixos abaixo no o no quadro a quadro a seguir, segundo seguir, segundo suasuas fus funções.nções.
Não só. . . mas t ambé m — en tre tant o — com ef ei t o — embor a — ai nd a qu e —
no e nt an t o — de fat o — co nt udo — ap es ar de — mes mo que — ma s
Conectivos que indicam
adição de idéias
Conectivos que indicam
contraste entre idéias
ou argumentos contrários
Conectivos que indicam
explicação/ constatação/
confirmação
4. 4. Além dAlém dos conectivoos conectivos acima, ps acima, podemos odemos também também encontrencontrar outros que ar outros que têmtêm 
valorvalores/fues/funçõenções diferes diferententes. s. MMarqarque com ue com 0 0 os conectivos que inos conectivos que introdtroduzuzemem 
conclusões e conclusões e com com Q Q os que introduzeos que introduzem argumentos, m argumentos, causas ou justificacausas ou justificativas.tivas.
( ( ) ) já já que que ( ( ) ) assiassim m ( ( ) ) uma uma vez vez que que ( ( ) ) devido devido aa
( ( ) ) por por isso isso ( ( ) ) comcom o o ( ( ) ) isso isso posto posto ( ( ) ) pelo pelo fato fato dede
( ) ( ) assiassim m sendo sendo ( ( ) ) portanportan to to ( ( ) ) porque porque ( ( ) ) poispois
5. 5. IdentiIdentifique fique os conectivos nos os conectivos nos trechos abaixtrechos abaixo.o.
Texto 1
Nas últimas décadas, a obra de Vygotsky tem sido intensamente recupe
rada, pois sua influência sem dúvida é crescente no panorama atual,
tanto no tocante à psicologia cognitiva quanto à educação em geral.
Este é um texto claro e abrangente de psicologia pedagógica, destinado
sobretudo à formação docente, cujo destaque é a grande amplitude dos
temas abordados (...)
In: L. Vygotsky. 2001. Psicologia pedagógica. Edição comentada. Artmed, São
Paulo: quarta capa.
48 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI
 
Tese do autor Ar g ume n to s u s a d o s Con e c t i vo q u e in t r o d u z
os argum entos e se u valor
Pois — caus a ou justi fi cat iva
Texto 2
(...)
 A amiga e confiden te Olga Borellli, que part ic ipou do quotidiano de
Clarice Lispector nos últimos anos de vida da autora, confirma: Ela era
uma dona de casa que escrevia romances e contos. Com a máquina de
escrever no colo, ela produzia seus livros com os filhos ao redor, aten-
dendo ao telefone, chamando a empregada e recebendo os amigos.
Mesmo tendo evitado expor sua intimidade ao público, Clarice Lispector fez de seus textos 
um vasto itinerário de uma identidade inquieta e turbulenta, inadaptável às expectativas 
sociais, obsessiva na captura de si mesma e do outro, desmascarando, sob o verniz do 
quotidiano, um mundo de desejos e fantasias inconfessáveis. E possível conhecê-la através 
de inúmeros vestígios, indícios e revelações, dispersos sob as falas de tantas personagens, 
narradores implícitos ou interpostos, ou ainda nos vários fragmentos — espécies de 
epigrama e aforismo — que aparecem infltrados num corpo textual incomum. A 
literatura de uma das mais importantes escritoras brasileiras está, portanto, muito além 
da simplicidade doméstica que seu quotidiano faz crer.
(...)
In: Y. Rosenbaum. 2002.Clarice Lispector. Publifolha.
T e s e d o a u to r A r g u m e n t o s u s a d o s C o n e c t i v o q u e in tr o d u z
a conclusão
Portanto
RESENHA 49
 
CC onon cluiclui ndondo .. .. ..
Para que servem os organizadores textuais em uma resenha?Para que servem os organizadores textuais em uma resenha?
1. Assinale as alternativas que melhor se aplicam à função dos organizadores textuais.1. Assinale as alternativas que melhor se aplicam à função dos organizadores textuais.
( ( ) ) guiar guiar o o leitor.leitor.
( ( ) ) organizar organizar o o que que é é ditodito..
( ( ) estabelecer relações ) estabelecer relações entre aentre as s idéiaidéias s nas nas frasfrases.es.
( ( ) estab) estab elecer aelecer as relações s relações entre as entre as idéiaidéias s entre os entre os parágrafoparágrafo s e s e nas nas frasfrases.es.
2. Resuma sua função na resenha em algumas linhas.2. Resuma sua função na resenha em algumas linhas.
PP aa rr aa continuarcontinuar aa conversaconversa .. .. ..
Releia a última resenha da seção 3, “Impactos ambientais urbanos no Brasil” eReleia a última resenha da seção 3, “Impactos ambientais urbanos no Brasil” e 
procure os organizadores textuais que introduzem um comentário negativo sobre aprocure os organizadores textuais que introduzem um comentário negativo sobre a 
obra resenhada.obra resenhada.
50 ANNA RACHEL MACHADO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI
 
------------------------------------------------------------------------------------------------ SEÇÃO 5
A expressão da subjetividadeA expressão da subjetividade 
do autor da resenhado autor da resenha
PP aa rr aa começarcomeçar aa conversaconversa .. .. ..
V imos, na seção 1, que a resenha difere do resumo por conter elemen-imos, na seção 1, que a resenha difere do resumo por conter elemen-tos avaliativos, ou seja, comentários do resenhista sobre a obratos avaliativos, ou seja, comentários do resenhista sobre a obra resenhada. Vimos também, na seção 3, que existem trechos da rese-resenhada. Vimos também, na seção 3, que existem trechos da rese-nha em que podemos perceber esses comentários. Nesta seção, iden-nha em que podemos perceber esses comentários. Nesta seção, iden-tificaremos os comentários feitos pelo resenhista na resenha estuda-tificaremos os comentários feitos pelo resenhista na resenha estuda-
da e analisaremos como eles são feitos.da e analisaremos como eles são feitos.
1. 1. LeiLeia a o o tretrecho abacho abaixo, ixo, tirado do tirado do manumanualal Sobre a elaboração e a estrutura dos 
 p a re c e re s , , escrescrito ito popor r EgEgon on de de OliveOliveira ira RangRangel, el, quque e trattrata a de de regregras ras aa 
seguir na elaboração de pareceres. Nesse trecho, o autor cita a últimaseguir na elaboração de pareceres. Nesse trecho, o autor cita a última 
máxima conversacional de Grice (1962), filósofo da linguagem america-máxima conversacional de Grice (1962), filósofo da linguagem america-
no, preocupado com a eficácia das interações.no, preocupado com a eficácia das interações.
Por fim , o pare cer ist a deve o bri gar se a obs ervar a “máxim a da p o lid ef id ei x a n d o 
de lad o as expressões que poss am agredir ou desrespeitar o s desti natários . A pro pó -
sito, outro lógico, C op i (1974), argumentando em direção semelhante, chama a 
atenção pa ra a “neutralid ade em ocio na l” que deve caracter içar a lingu agem técni co 
científica e, no nosso caso específico, a dos laudos.
O que você conclui em relação à linguagem que deve ser usada em uma resenha?O que você conclui em relação à linguagem que deve ser usada em uma resenha?
2. 2. Uma dUma das as maneiras dmaneiras de e ser “polido” é ser “polido” é atenuar as atenuar as afirafirmaçõemações s negatinegativas, quevas, que 
possam agredir o autor da obra resenhada. Qual é a crítica negativapossam agredir o autor da obra resenhada. Qual é a crítica negativa 
contida no trecho abaixo? Sublinhe as expressões que atenuam essa crí-contida no trecho abaixo? Sublinhe as expressões que atenuam essa crí-
tica negativa do resenhista à obra.tica negativa do resenhista à obra.
Aqui me parece manifestarse uma das lacunas deste que é um bom trabalho.Aqui me parece manifestarse uma das lacunas deste que é um bom trabalho.
RESENHA 51
 
3. 3. PrPrococurure outro exeme outro exemplo plo como o como o anterior no 1anterior no 111° ° parágrafparágrafo.o.
4. 4. No No 113° 3° parparágrágrafoafo, o resenhista , o resenhista também também atenua atenua sua sua opinião sobre o opinião sobre o fatofatode o autor não ter qualificado “cidadania”. Ele aponta que consequênciasde o autor não ter qualificado “cidadania”. Ele aponta que consequências 
positivas essa qualificação teria para o leitor. Com que verbo e em quepositivas essa qualificação teria para o leitor. Com que verbo e em que 
tempo verbal isso é feito?tempo verbal isso é feito?
5. 5. No No 111° 1° parparágraágrafo, o resenhista fo, o resenhista dá dá susua a opinião sobre como analisar oopinião sobre como analisar o 
assistencialismo. Sublinhe a frase em que isso é feito e os verbos usados.assistencialismo. Sublinhe a frase em que isso é feito e os verbos usados.
6. 6. PrPrococurure, nos e, nos parágrafos indicaparágrafos indicados ados abaixbaixo, o, os os comentáriocomentários sobre s sobre a a obraobra 
resenhada feitos pelo resenhista. Siga o exemplo sublinhando, quandoresenhada feitos pelo resenhista. Siga o exemplo sublinhando, quando 
possível, as expressões que parecem conter mais comentários sobre apossível, as expressões que parecem conter mais comentários sobre a 
obra.obra.
Parágrafo Comentário
6o Paulo Fontes faz umbom relato (...)bom relato (...) 
deste que é umbom trabalhobom trabalho
9o
12°
13°
14°
7. 7. Esses comenEsses comentários parecem expressar a tários parecem expressar a opiniãopinião do o do resenhista resenhista de de maneiramaneira
( ) direta/explícita, usando verbos como “eu acho que”, “eu penso que”, ou
expressões como “na minha opinião” etc.
( ) indireta/implícita, sem o uso desses verbos ou expressões
8. 8. Quais Quais categcategorias gramaticaiorias gramaticais foram s foram usausadas das nessnesses es exemplos exemplos para expres-para expres-
sar a opinião do resenhista?sar a opinião do resenhista?
52 AN NA RACHEL MA CH AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI
 
( ( ) ) verbos verbos ( ( ) ) adjetiadjetivos vos ( ( ) ) subssubstanttantivosivos
( ( ) ) advérbiadvérbios os ( ( ) ) artigos artigos ( ( ) ) pronomespronomes
( ( ) ) preposipreposiçõesções
9. 9. PoPor que, nr que, na sa sua ua opiniãoopinião, o autor opta , o autor opta por essa por essa maneira dmaneira de mencionar seue mencionar seuss 
comentários?comentários?
CC o n c o n c ll u in d u in d oo.. .. . . --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Você viu que na resenha acadêmica aparecem comentários do resenhista sobre a obraVocê viu que na resenha acadêmica aparecem comentários do resenhista sobre a obra 
resenhada. Generalizando, reveja as atividades desta seção e complete o texto abaixoresenhada. Generalizando, reveja as atividades desta seção e complete o texto abaixo 
com suas conclusões sobre a expressão da subjetividade do resenhista nacom suas conclusões sobre a expressão da subjetividade do resenhista na 
resenharesenha. . Quando Quando se fase faz uma z uma resenha sobre a obra resenha sobre a obra de alguém, de alguém, é importaé importa nte nte seguirseguir
algumas regras dealgumas regras de _______________________ , , para para evievitar tar agragrediedir r o o auautor tor da da obraobra
resenhada. Para tanto, podemos usar vários recursos linguísticos. Dentre eles, te-resenhada. Para tanto, podemos usar vários recursos linguísticos. Dentre eles, te-
mos:mos:
11. O uso de . O uso de expressões qexpressões que atue atenuam aenuam as s opiniões, opiniões, ccoo mm oo :: __________________ 
2. O uso de alguns tempos verbais que também têm a função de atenuar o que está2. O uso de alguns tempos verbais que também têm a função de atenuar o que está
sendo dito, como:sendo dito, como: ______________________________ 
3. O us3. O uso o dd ee __________________ , , __________________ e mesmoe mesmo ____________________ 
para expressar a opinião do resenhistapara expressar a opinião do resenhista
PP aa rr aa c o c o n tn t in u a in u a rr aa conversaconversa .. .. ..
1. 1. Releia a Releia a última reúltima resenha dsenha da a seção 3 “Iseção 3 “I mpactos ambientais mpactos ambientais urbanos no Brasil” urbanos no Brasil” ee 
sublinhe as maneiras usadas pelo resenhista para expressar sua subjetividade, seussublinhe as maneiras usadas pelo resenhista para expressar sua subjetividade, seus 
comentários sobre a obra.comentários sobre a obra.
2. 2. Faça o mesmo Faça o mesmo com o texto 5 com o texto 5 dodos s Anexos, “Anexos, “Além do Além do cartesianicartesiani smo”smo” ..
RESENHA 53
 
------------------------------------------------------------------------------------------------- SEÇÃO 6
Procedimentos de inserção deProcedimentos de inserção de 
vozes: diferentes formas de mençãovozes: diferentes formas de menção 
ao dizer do autor do textoao dizer do autor do texto 
resenhado e de outros autoresresenhado e de outros autores
PP aa rr aa começarcomeçar aa conversaconversa .. .. ..
C
omo no caso do resumo, a resenha é um texto sobre outro texto, deomo no caso do resumo, a resenha é um texto sobre outro texto, de 
outro autor. Assim, é natural que haja menções ao texto srcinal, ooutro autor. Assim, é natural que haja menções ao texto srcinal, o 
que, no caso da resenha, vem acompanhado de comentários feitosque, no caso da resenha, vem acompanhado de comentários feitos 
pelo resenhista. Porém, devese tomar cuidado ao fazer essas mençõespelo resenhista. Porém, devese tomar cuidado ao fazer essas menções 
para que o que foi dito pelo resenhista e o que foi dito pelo autor dopara que o que foi dito pelo resenhista e o que foi dito pelo autor do 
texto srcinal fiquem absolutamente claros para o leitor. Além disso, temos de inter-texto srcinal fiquem absolutamente claros para o leitor. Além disso, temos de inter-
pretar os diferentes atos que o autor do texto srcinal realiza no texto. Nesta seção,pretar os diferentes atos que o autor do texto srcinal realiza no texto. Nesta seção, 
estudaremos os procedimentos que devemos utilizar para mencionar o autor da obraestudaremos os procedimentos que devemos utilizar para mencionar o autor da obra 
e seus diferentes atos, distinguindoos do que é dito pelo resenhista. Muitas vezes,e seus diferentes atos, distinguindoos do que é dito pelo resenhista. Muitas vezes, 
esses atos são atribuídos ao próprio livro/obra, como por exemplo:esses atos são atribuídos ao próprio livro/obra, como por exemplo: o livro se centra; 
a obra tem por objetivo , , ou ou apaaparecrecem em impessoimpessoalizadoalizados.s.
1. 1. Releia Releia a a resenharesenha Trabalhadores e cidadãos e identifique os verbos usados e identifique os verbos usados 
pelo resenhista para mencionar o que o autor da obra resenhada faz napelo resenhista para mencionar o que o autor da obra resenhada faz na 
obra e/ou a própria obra resenhada. Baseiese nos exemplos abaixo.obra e/ou a própria obra resenhada. Baseiese nos exemplos abaixo.
PARÁGRAFOS VERBOS
1° parágrafo Debruça-se; elegeu
2o parágrafo
3° parágrafo
RESENHA 55
 
4o pa rágra fo : encontram - se t ambém m ençõe s
6° parágrafo , faz um b om relato, anali sa; conclu i
7o pa rág rafo
9o pa rág rafo
10° parágrafo ; sustentam
2. 2. Além dessAlém desses es ververbosbos, o resenhista , o resenhista usa usa expressões diversas que expressões diversas que tambémtambém 
têm a função de introduzir a voz do autor da obra. Identifique algumastêm a função de introduzir a voz do autor da obra. Identifique algumas 
delas na resenha que estamos estudando.delas na resenha que estamos estudando.
No dizer do próprio autor,No dizer do próprio autor,
3. 3. Releia Releia os os verbos verbos quque e você colocou no você colocou no exercício exercício 11 e e classifiqclassifiqueos ueos segunsegun--
do as ações que eles indicam, completando ora com o verbo, ora comdo as ações que eles indicam, completando ora com o verbo, ora com 
algumas das ações abaixo. Baseiese nosexemplos dados.algumas das ações abaixo. Baseiese nos exemplos dados.
• Org• Org anizaniz a os contea os conte údos do 4údos do 4 o o capítulo de diferentes formascapítulo de diferentes formas
• Organiza o • Organiza o conteúdo da obra e seleciona o conteúdo do primeiro capítulconteúdo da obra e seleciona o conteúdo do primeiro capítul oo
• Organiza • Organiza o conteúdo o conteúdo do último capído último capí tulo de tulo de uma determinada formauma determinada forma
• Justifica o recorte temporal• Justifica o recorte temporal
P A R Á G R A F O A Ç Ã O VE RBO ( S) USAD O( S)
1° Seleciona 0 conteúdo central Debruçar-se
que vai desenvolver
Escolhe 0 conteúdo da obra Eleger 
T Escolhe um determinado objetivo
da obra
3 o Just if icar 
40 Estruturar-sei apresentar y
encontrar menções
(° Dedicar-se ao estudo; 
 fa çer um relato; analisar; 
concluir 
56 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU- TARDELL I
 
77°° Analisar 
9 o Enfoca um determinado conteúdoEnfoca um determinado conteúdo
1100°° SelecionaSeleciona 0 conteúdo conteúdo
Afirma com certezaAfirma com certeza
4. 4. Baseandose Baseandose no no quadro aquadro acima, o cima, o que que vovocê pode cê pode concluir em concluir em relação aos relação aos vever-r-
bos utilizados e em relação aos atos realizados pelo autor da obra srcinal?bos utilizados e em relação aos atos realizados pelo autor da obra srcinal?
O resenhista procura, em sua resenha, utilizar verbos queO resenhista procura, em sua resenha, utilizar verbos que
5. 5. RelacioRelacione ne esses esses outoutros verbos com aqros verbos com aquilo uilo quque e indicam.indicam.
AçAção dão do ao aututor dor da a obobra ra ooririggininalal VVererbbos os pposossísíveveisis
1. Estrutura e organização da obra1. Estrutura e organização da obra ( ( ) ) sustensustentar, tar, contrapocontrapor, r, confrontar, confrontar, opor,opor, 
 justific justificar, ar, defdefendender er a a tesetese, , afirmar,afirmar,
2. Indicação do conteúdo geral2. Indicação do conteúdo geral ( ( ) ) objetivar, objetivar, terter 0 objetivo de, se propor a, objetivo de, se propor a,
3. I3. Indicaçndicação ão dos dos objeobjetivos tivos da da obrobraa ( ( ) ) aprapresenesentar, tar, desendesenvolvervolver, des, descrever, crever, exexpli-pli-
car, demonstrar, mostrar, narrar, analisar,car, demonstrar, mostrar, narrar, analisar, 
apontar, abordarapontar, abordar
4. Posicionamento do autor da obra4. Posicionamento do autor da obra 
em relação à sua crença/teseem relação à sua crença/tese
( ( ) ) estruturarse; estruturarse; dividirse, dividirse, organizarse,organizarse, 
concluir, terminar, começarconcluir, terminar, começar
6. 6. Em quEm que e tempo tempo verbal estão verbal estão os os verbos quverbos quee
aa) ) rreemmeetteem m aaoos s ffaattoos s rreellaatataddoos s nno o llivivrroo ( ( ) ) ppaassssaaddoo
b) atribuem atos ao autor da obra srcinalb) atribuem atos ao autor da obra srcinal ( ( ) ) presepresentente
7. 7. Dê um Dê um exemplo exemplo de de cada cada caso.caso.
a) Ra) Rememeter a eter a fatos fatos relatados: relatados: _________________________ _ 
b) Atribuir atos ao autor da obra srcinal:b) Atribuir atos ao autor da obra srcinal:
8. 8. Observe os suObserve os sujeitos jeitos dos dos verbos da verbos da atividatividade ade 3 e 3 e escrescrevaevaos no quadro dos no quadro daa 
próxima página.próxima página.
RESENHA 57
 
PARÁGRAFO VERBO SUJEITO
1° Debruçar-se
Eleger 
T Objetivar 
3° Justificar-se
4° Estruturar y Apresentar; 
Encontrar menções
6o Dedic ar-se ao estudo 
Façer um relato 
 Analisar 
Concluir 
T Analisar 
9 o Apontar 
10° Apresentar 
Sustentar 
9. 9. Você observou que Você observou que nem nem todos os verbos têm o todos os verbos têm o autautor da or da obra comoobra como 
sujeito, embora tenha sido ele quem, de fato, realizou a ação expressasujeito, embora tenha sido ele quem, de fato, realizou a ação expressa 
pelo verbo. O que aconteceria se todos esses verbos tivessem o mesmopelo verbo. O que aconteceria se todos esses verbos tivessem o mesmo 
sujeito, por exemplosujeito, por exemplo P a ulo F o n tes ou o ou o autori
10. 10. A partir do que A partir do que vocvocê fez naê fez nas ativs atividades anterioresidades anteriores, tire , tire susua conclusão ea conclusão e 
complete os espaços.complete os espaços.
Pa ra evitar a repetição do n om e do autor, pod em os nos referir a ele util izando:
Pod em os t am bém , ai nda procuran do evitar repetições, f azer ref erências à obra
srcinal. N esse cas o, at ri buím os os atos a suj eitos i nanim ados. A lgum as possibi -
lidades para fazêlo são:
58 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSA DA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI
 
11. Agora, utilize os procedimentos que discutimos nas atividades anteriores11. Agora, utilize os procedimentos que discutimos nas atividades anteriores 
para completar os trechos selecionados da resenha abaixo. Note que se tratapara completar os trechos selecionados da resenha abaixo. Note que se trata 
de um livro contendo vários artigos e “organizado” por duas autoras.de um livro contendo vários artigos e “organizado” por duas autoras.
Informação e globalização na era do conhecimentoInformação e globalização na era do conhecimento
Helena M. M. Lastres e Santa Albagli (organizadoras)
Rio de Jan eiro. Editora Campus. 1999. 318 pp.
Por André Gardini
“O tomate é um produto high tech\” Esta afi rm ação fora de con text o pod e parece r
u m ta n to m a lu ca , m a s o _____________________________________ Informação e globalização na
era do conhecimento m ostr a com o um si st em a de i nov ações tecnológicas pode se r
responsável por transform ações na relação da soci edade com o espaço e entre a s
pr óp ria s so cie da d es. A fras e está n o ________________________________“ D e s m a te ri a liz a ç ã o
e tr abalho” , escr it o por Ivan da Costa M arques , d a U F R J. O _______________________ 
descreve um a pesqui sa r eali zada na Un iversi dad e da Califórnia que, visando ( .. .)
D is c u s sõ e s co m o ess as es tã o no __________________________________________o rg a n iz a d o p o r
H el ena M. M . Last res, econom is ta e m est re e m Engen haria da Produ ção da U ni-
vers idade Federal do Rio de Janeiro (U F R J) e Sari ta A lbagli , soci óloga e doutor a
em g e o g r a fi a ( U F R J ) . O _________________________________________________e st á d iv id id o em
11 ____________________________________________e s c r i to s p o r a u to r e s d e d ife r e n t e s fo r m a ç õ e s ,
com o ciê ncia da i nform ação, ciênci a p olí ti ca, geog rafi a, econom ia e sociol ogia.
O s _____________________________________ disc orrem sobre temas m arcant es e responsávei s
por profundas transform ações no iní cio dest e nov o m il éni o.
N es se se n tido , La str es , n o ________________________________ “A e co n o m ia d a in fo rm a çã o ,
do conh ecim ento e do aprendizado”, corro bo ra a i déi a de M arques, pois dif erenci a
dois t ipos de inovação , as tecnológ icas e as organ izaci on ais, entendidas com o
c o m p le m e n ta re s. ( . . . ) __________________________________________ faz u m a an áli se d o pa pe l
da i nform ação e do conhecim ento na ár ea da econo m ia d a i novação, ( ...)
Portanto, ___________________________________ sugere que os sistemas nacionais, regionais
ou locais de i nform ação sej am tr atados com o um a rede de i nsti tuiç ões dos setores
púb li cos e privados, tendo a inova ção e o aprendizado com o seus princi pais aspect os.
12. Releia os verbos e os sujeitos que você colocou no quadro do exercício 8.12. Releia os verbos e os sujeitos que você colocou no quadro do exercício 8. 
Qual é o único caso que não representa um ato do autor da obra srcinal?Qual é o único caso que não representa um ato do autor da obrasrcinal?
RESENHA 59
 
13. 13. Que Que autoautores res são são esses?esses?
14. 14. Qual é Qual é a função da função da a inserçãinserção da o da voz desses voz desses autoresautores??
15. 15. A A “voz” de“voz” dessesses autores é s autores é introduzintroduzida ida através de através de um recurso gráfum recurso gráfico queico que 
marca inserção de vozes. Qual é esse recurso?marca inserção de vozes. Qual é esse recurso?
16. 16. No texto, existem No texto, existem várivários outros caos outros casos sos de de inserção de inserção de vozes. Relacione vozes. Relacione os os tre-tre-
chos da resenha estudada com a função desse recurso gráfico em cada trecho.chos da resenha estudada com a função desse recurso gráfico em cada trecho.
TrechosTrechos FunçãoFunção
a) a) Desde o Desde o títultítulo, presumeo, presumese se que a questão daque a questão da 
cidadania merecerá atenção. De fato, emcidadania merecerá atenção. De fato, em 
alguns momentos isso se dá, como nos tre-alguns momentos isso se dá, como nos tre-
chos seguintes: “o desrespeito da compa-chos seguintes: “o desrespeito da compa-
nhnhia aoia aos direitos direitos adqs adquiriduiridos pos pelos (elos ( .. .. .. ) ) ddee 
seu espaço” (p. 163).seu espaço” (p. 163). (parágrafo 12)(parágrafo 12)
( ( ) ) DaDar r um um tom tom irónico irónico em em rela-rela-
ção ao discurso empresarialção ao discurso empresarial
b) b) Até mesmAté mesmo o a a srcem majoritária srcem majoritária dos dos ope-ope-
rários (fundamentalmente nordestinos) erarários (fundamentalmente nordestinos) era 
apropriada pelo discurso empresarial enquan-apropriada pelo discurso empresarial enquan-
to fator de “integração”. A “nordestinidade”to fator de “integração”. A “nordestinidade” 
reforçaria, assim, a busca da paz social. [...]reforçaria, assim, a busca da paz social. [...] 
(parágrafo 4)(parágrafo 4)
( ( ) ) PrProvovar ar que que o o resenresenhista hista se se ba-ba-
seia em trechos da obra rese-seia em trechos da obra rese-
nhadanhada
c)No dizer do próprio autor, objetivouse “[...]c)No dizer do próprio autor, objetivouse “[...] 
aprofundar a análise da montagem, da lógica in-aprofundar a análise da montagem, da lógica in-
terna, contradições e legitimação ou não ( ) ple-terna, contradições e legitimação ou não ( ) ple-
namnamente ente na dna décadécada sa segeguinuinte (p. te (p. 14) [14) [......]] (parágra-(parágra-
 f fo o 22))
( ( ) ) Justificar Justificar uma uma afirmação, afirmação, umumaa 
opinião do resenhista em rela-opinião do resenhista em rela-
ção à obra resenhadação à obra resenhada
CC o n c l o n c l u in d u in d oo.. .. . . ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Escreva aqui suas conclusões sobre o que você estudou nesta seçãoEscreva aqui suas conclusões sobre o que você estudou nesta seção
60 AN NA RACHEL MAC HA DO | ELIANE LOUSADA | LÍLI A SANTOS ABREU-TARDE LLI
 
PP aa rr aa continuarcontinuar aa conversaconversa .. .. ..
1. 1. ProPro cucure na re na resenha resenha da da atividaatividade 11, “Informde 11, “Inform ação e ação e globalização nglobalização n a a era do era do coco --
nhecimento”, exemplos de verbos usados para atribuir atos aos autores da obranhecimento”, exemplos de verbos usados para atribuir atos aos autores da obra 
srcinal.srcinal.
2. 2. ProponPropon ha outros verbos quha outros verbos qu e você viu nee você viu ne ssa ssa seção para seção para substsubstituituir ir os os verbosverbos 
usados na resenha “Informação e globalização na era do conhecimento”.usados na resenha “Informação e globalização na era do conhecimento”.
3. 3. PrPr ococurure e e e analanalise ise outrooutro s exempls exemplos os de de aspaaspas s na rna resenha esenha estudaestudada “Trabalhadoda “Trabalhado resres 
e cidadãos” e na resenha da atividade 11 “Informação e globalização na era doe cidadãos” e na resenha da atividade 11 “Informação e globalização na era do 
conhecimento”.conhecimento”.
RESENHA 61

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