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TST - Orçamento Público - Aula 07

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Noções de Orçamento Público p/ TST 
Analista Judiciário – Área Administrativa 
Teoria e Questões Comentadas da FCC 
Prof. Sérgio Mendes – Aula 07 
 
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AULA 7: Tópicos da Lei de Responsabilidade Fiscal 
 
 SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação do tema 1 
Parte I – Do Planejamento 5 
Publicação da LOA e Cumprimento de Metas 5 
Limitação de Empenho e Movimentação Financeira 5 
Parte II – Da Despesa Pública 8 
Geração de Despesa 8 
Despesa Obrigatória de Caráter Continuado 8 
Receita Corrente Líquida 11 
Despesas com Pessoal 13 
Parte III – Da Transparência, Controle e Fiscalização 22 
Gestão Fiscal e Transparência 22 
Relatórios 24 
Escrituração, Consolidação e Prestação das Contas 27 
Mais Questões de Concursos Anteriores 31 
Memento (resumo) 42 
Lista das Questões Comentadas nesta Aula 49 
Gabarito 57 
 
Olá amigos! Como é bom estar aqui! 
 
Conversando com um amigo, certa vez ele disse: 
_ Para alguns, a vida parece amarga ou insípida. Pois saiba que a vida tem o 
sabor de um chá... Acontece algumas vezes que não achamos bom o chá. 
Descobre-se a causa quando se chega ao fundo da xícara: era o açúcar. Não 
estava faltando, mas estava no fundo. Teria sido necessário mexer... 
 
Você já tem o “açúcar” dentro de você! É hora de se sacudir que vamos para 
mais um encontro! 
 
Estudaremos nesta aula os tópicos previstos no edital sobre a Lei de 
Responsabilidade Fiscal. Para um melhor aprendizado, será necessária a 
complementação com a inclusão de questões de outras bancas. 
 
 Noções de Orçamento Público p/ TST 
Analista Judiciário – Área Administrativa 
Teoria e Questões Comentadas da FCC 
Prof. Sérgio Mendes – Aula 07 
 
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Vamos começar então? 
 
Do início dos anos 80 até meados dos anos 90, a excessiva instabilidade da 
atividade econômica, principalmente devido ao descontrole inflacionário e as 
oscilações das taxas de juros, marcou a história econômica brasileira. Planos 
econômicos não surtiam os efeitos pretendidos e as finanças públicas se 
apresentavam sempre desequilibradas. 
 
A fim de que as finanças públicas seguissem regras claras e estruturadas que 
fossem capazes de evitar novos desequilíbrios e induzissem melhores práticas 
de gestão em todos os entes, foi editada, dentre outras medidas, a Lei 
Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000, conhecida como Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF). A responsabilidade fiscal visa evitar que os 
entes da Federação gastem mais do que aquilo que arrecadam; ou, se 
necessário, que tais entes recorram ao endividamento apenas caso sigam 
regras rígidas e transparentes. 
 
A LRF tem como base alguns princípios, os quais nortearam sua concepção e 
são essenciais para sua aplicação até os dias de hoje. Esses pilares, dos quais 
depende o alcance de seus objetivos, são o planejamento, a transparência, o 
controle e a responsabilização. 
 
O art. 1º da LRF traz seus objetivos: 
Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas 
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II 
do Título VI da Constituição. 
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e 
transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar 
o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de 
resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no 
que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da 
seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de 
crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição 
em Restos a Pagar. 
 
Já de acordo com Machado, os objetivos da LRF são impactar o modelo de 
gestão do setor público na direção de: fortalecer o controle centralizado das 
dotações orçamentárias, na medida em que exigem o estabelecimento de 
limites totais de gasto e definem limites específicos para algumas despesas; 
estreitar os vínculos entre PPA, LDO e LOA, criando mecanismos para que a 
fase da execução não se desvie do planejamento inicial; fortalecer os 
instrumentos de avaliação e controle da ação governamental. 
 
 Noções de Orçamento Público p/ TST 
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Prof. Sérgio Mendes – Aula 07 
 
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As disposições da 
LRF obrigam a 
União, os Estados, 
o Distrito Federal 
e os Municípios. 
Nas referências à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, estão compreendidos o Poder Executivo, o Poder 
Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder 
Judiciário e o Ministério Público; bem como as respectivas 
administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e 
empresas estatais dependentes. 
Ainda, a Estados entende-se considerado o Distrito Federal; e a 
Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da 
União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, 
Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do 
Município. 
 
 
Para os efeitos da LRF, entende-se como ente da Federação a 
União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município. 
 
1) (FCC - Agente Administrativo – MPE/RS – 2010) Estão fora do 
alcance da Lei Complementar nº 101/2000, NÃO se-lhes aplicando as 
suas disposições, 
(A) os Tribunais de Contas dos Municípios. 
(B) as Organizações não-governamentais. 
(C) o Poder Judiciário dos Estados. 
(D) o Ministério Público dos Estados. 
(E) as Câmaras de Vereadores. 
 
As disposições da LRF obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios. Nas referências à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, estão compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste 
abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público; 
bem como as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, 
fundações e empresas estatais dependentes. Ainda, a Estados entende-se 
considerado o Distrito Federal; e a Tribunais de Contas estão incluídos: 
Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, 
Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município. 
Logo, as organizações não governamentais estão fora do alcance da LRF. 
Resposta: Letra B 
 
2) (FCC - Auxiliar da Fiscalização Financeira – TCE/SP – 2010) 
Considera-se ente da Federação 
(A) somente a União, os Estados e o Distrito Federal. 
(B) a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município. 
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(C) somente a União e o Distrito Federal. 
(D) somente a União e suas autarquias. 
(E) somente a União e os Estados. 
 
Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como ente da Federação: 
a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município (art. 2°, I, da LRF). 
Resposta: Letra B 
 
3) (FCC – Promotor - MPE/PE – 2008) A Lei de Responsabilidade Fiscal 
(A) é uma lei complementar que prevê crimes de responsabilidade. 
(B) define os limites mínimos de despesas com pessoal da União, dos 
Estados e do Distrito Federal. 
(C) disciplina a renúncia de receita, apresentando as condições para 
sua efetivação. 
(D) disciplina oplano plurianual, definindo de forma enumerada seu 
objeto. 
(E) é omissa quanto às operações créditos de cada ente da Federação. 
 
a) Errada. A LRF é uma lei complementar, porém não prevê crimes de 
responsabilidade. 
b) Errada. A LRF define os limites máximos de despesas com pessoal da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
c) Correta. A LRF traz diversas condições para que se realize a renúncia de 
receita. 
d) Errada. A LRF não define o objeto do Plano Plurianual. 
e) Errada. A LRF disciplina as operações créditos. 
Resposta: Letra C 
 
4) (FCC - Analista Judiciário – Contadoria - TRF 2ª Região – 2007) 
Dispensada do relatório de gestão fiscal, está a movimentação 
financeira de 
a) empresas públicas que dependem de recursos do Caixa Central. 
b) fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. 
c) empresas estatais que do erário nunca recebem recursos para 
custeio. 
d) fundos especiais. 
e) toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista. 
 
As empresas estatais que do erário nunca recebem recursos para custeio são 
consideradas não dependentes. São estatais autossustentáveis, que não fazem 
parte do campo de aplicação da LRF e, portanto, suas movimentações 
financeiras não estão no relatório de gestão fiscal. 
Resposta: Letra C 
 
 
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PARTE I - DO PLANEJAMENTO 
 
O Capítulo do Planejamento na LRF abrange os instrumentos de Planejamento 
e Orçamento, já estudados na aula 0, nos tópicos 1.2, 2.2 e 3.4. Trata também 
de Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas, que veremos a 
seguir. 
 
1. PUBLICAÇÃO DA LOA E CUMPRIMENTO DE METAS 
 
Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que 
dispuser a LDO, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o 
cronograma de execução mensal de desembolso. Ainda, as receitas previstas 
serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de 
arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas 
de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações 
ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante 
dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa. Tais metas 
bimestrais são utilizadas como parâmetros para a limitação de empenho e 
movimentação financeira prevista no art. 9º. 
 
A LRF destaca que os recursos legalmente vinculados à finalidade específica 
serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, 
ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. 
 
Atenção: é vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade 
imprecisa ou com dotação ilimitada. 
 
Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo 
demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada 
quadrimestre, em audiência pública na comissão mista referida na 
Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais. 
No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco 
Central do Brasil apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas 
pertinentes do Congresso Nacional, avaliação do cumprimento dos objetivos e 
metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o 
custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços. 
 
2. LIMITAÇÃO DE EMPENHO E MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA 
 
É o previsto de maneira explícita no caput do art. 9.º da LRF, o qual dispõe 
que, se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá 
não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal 
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público 
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias 
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os 
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critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. Note que tal verificação é 
bimestral, a fim de que em vários momentos do ano tenhamos a possibilidade 
de correções e monitoramento das metas. 
A limitação de empenho também será promovida pelo ente que ultrapassar o 
limite para a dívida consolidada, para que obtenha o resultado primário 
necessário à recondução da dívida ao limite. 
Se houver frustração da receita estimada no orçamento, deverá ser 
estabelecida limitação de empenho e movimentação financeira, com o objetivo 
de atingir os resultados previstos na LDO e impedir a assunção de 
compromissos sem respaldo financeiro, o que acarretaria uma busca de 
socorro no mercado financeiro, situação que implica em encargos elevados. 
 
Em outras palavras, a limitação de empenho, usualmente usada como 
sinônimo de contingenciamento, consiste no bloqueio de despesas previstas na 
LOA. É um procedimento empregado pela Administração para assegurar o 
equilíbrio entre a execução das despesas e a disponibilidade efetiva de 
recursos. A realização das despesas depende diretamente da arrecadação das 
receitas. Assim, caso não se confirmem as receitas previstas, as despesas 
programadas poderão deixar de ser executadas na mesma proporção. As 
despesas são bloqueadas a critério do governo, que as libera ou não 
dependendo da sua conveniência. Os contingenciamentos têm sido decretados 
com frequência, e como a liberação depende da conveniência da 
Administração, estimula a negociação política entre o Poder Executivo e os 
parlamentares que querem ver suas bases eleitorais atendidas na execução 
orçamentária e financeira. 
 
Outra possibilidade a ser pensada em caso de frustração de receita seria o 
endividamento público. O ente faria operações de crédito para cobrir a 
defasagem entre as receitas efetivamente arrecadas e a previsão na LOA. No 
entanto, isso não é mais recomendado com a LRF, já que medidas desse tipo 
não contribuiriam para o cumprimento das metas fiscais. Restaria apenas a 
contenção de despesas por meio da limitação de empenho, até que ocorra a 
melhora da arrecadação. 
 
Analisando o art. 9.°, não há a possibilidade de limitação de empenho por 
excesso de despesa, a não ser por divida. O gestor público só tem permissão 
legal para proceder à limitação de empenho quando a realização da receita (e 
não a execução da despesa) comprometer as metas fiscais, como o superávit 
primário. Outra observação é que além do Poder Executivo, há a extensão da 
limitação de empenho aos Poderes Legislativo e Judiciário e ao Ministério 
Público. 
 
A LRF apresenta despesas que não podem sofrer a limitação de empenho. Não 
serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações 
constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao 
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pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes 
orçamentárias. 
No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a 
recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de 
forma proporcional às reduções efetivadas.Limitação de empenho 
Não serão objeto de limitação as despesas que 
constituam obrigações constitucionais e legais do ente, 
inclusive aquelas destinadas ao pagamento do 
serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de 
diretrizes orçamentárias. 
No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda 
que parcial, a recomposição das dotações cujos 
empenhos foram limitados dar-se-á de forma 
proporcional às reduções efetivadas. 
 
Consoante o art. 65 da LRF, no caso de estado de defesa e/ou de sítio, 
decretado na forma da Constituição, ou na ocorrência de calamidade pública 
reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias 
Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a 
situação serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação 
de empenho prevista no art. 9.o. 
 
Cabe ressaltar que, em relação ao § 3.° do art. 9.°, foi proposta uma Ação 
Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) perante o Supremo Tribunal Federal, o 
qual suspendeu liminarmente a eficácia deste dispositivo: 
§ 3.o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não 
promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo 
autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei 
de diretrizes orçamentárias. 
 
Art. 9º, § 3º, da LRF 
Atualmente, devido à ADIN, o Poder Executivo não é 
autorizado a limitar os Poderes Legislativo e 
Judiciário e o Ministério Público caso estes não 
promovam a limitação no prazo estabelecido no 
caput do art. 9.°. Há a extensão da limitação de 
empenho aos Poderes Legislativo, Judiciário e 
Ministério Público, mas ela deve ser efetuada por 
ato próprio. 
 
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PARTE II – DA DESPESA PÚBLICA 
 
1. GERAÇÃO DE DESPESA 
 
A geração de despesa se refere ao aumento de despesa por meio de criação, 
expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental. 
 
 
Consoante o art. 16 da LRF, a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação 
governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: 
I – estimativa, com as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, do impacto 
orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois 
subsequentes; 
II – declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação 
orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o 
plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. 
 
O referido art. 16 ainda define despesa adequada com a LOA e despesa 
compatível com PPA e LDO. 
 Adequada com a LOA: a despesa objeto de dotação específica e 
suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que, 
somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, 
previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites 
estabelecidos para o exercício; 
 Compatível com PPA e LDO: a despesa que se conforme com as 
diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos 
e não infrinja qualquer de suas disposições. 
 
Tais normas constituem condição prévia para empenho e licitação de serviços, 
fornecimento de bens ou execução de obras, bem como para desapropriação 
de imóveis urbanos a que se refere o § 3.o do art. 182 da CF/1988. A geração 
de despesas ou assunção de obrigações que não atendam o disposto nos arts. 
16 e 17 da LRF serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao 
patrimônio público. 
Ressalva-se dessas determinações a despesa considerada irrelevante, de 
acordo com o que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias. 
 
2. DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO 
 
Ainda relacionado ao tema geração de despesas, temos que algumas despesas 
são consideradas com maior potencial para causar danos ao equilíbrio das 
contas públicas do que outras. Para essas, a LRF estabeleceu regras mais 
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rígidas para que se realizem ou sejam aumentadas, especialmente aquelas que 
se prolongarem por mais de dois exercícios, como as despesas obrigatórias de 
caráter continuado. 
 
 
Segundo o art. 17 da LRF, 
considera-se obrigatória 
de caráter continuado 
a despesa corrente derivada de lei, medida provisória 
ou ato administrativo normativo que fixem para o ente 
a obrigação legal de sua execução por um período 
superior a dois exercícios. Por exemplo, o aumento da 
remuneração de servidores públicos. 
 
Muita atenção que nos remeteremos outras vezes ao art. 17 da LRF, o qual 
ainda determina que são exigências para criação ou aumento das despesas 
obrigatórias de caráter continuado: 
 atos que criarem as despesas ou as aumentarem deverão ser instruídos 
com estimativas do impacto orçamentário-financeiro, no exercício que 
deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; 
 demonstração da origem dos recursos para seu custeio; 
 comprovação de que a criação ou o aumento da despesa não afetará as 
metas de resultados fiscais previstas no anexo de metas fiscais da LDO; 
 compensação dos seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, pelo 
aumento permanente de receita ou pela redução permanente de 
despesa. 
 
Considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de 
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou 
contribuição. Já a prorrogação de despesa criada por prazo determinado 
considera-se aumento da despesa. 
 
A despesa obrigatória de caráter continuado não será executada antes da 
implementação das medidas referidas, as quais integrarão o instrumento que a 
criar ou aumentar. Logo, o administrador público deverá implementar essas 
medidas antes da criação ou aumento das despesas obrigatórias de caráter 
continuado. 
Entretanto, as despesas destinadas ao serviço da dívida e ao reajustamento de 
remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da CF/1988 estão 
excluídas dessas regras. Tal inciso versa sobre a revisão geral anual, sempre 
na mesma data e sem distinção de índices da remuneração dos servidores e do 
subsídio de membro de Poder, de detentor de mandato eletivo, de Ministros de 
Estado e de Secretários Estaduais e Municipais. É uma revisão para manter o 
poder de compra, logo reajustes para aumentar o poder aquisitivo, como os 
que ocorrem em percentuais acima da inflação do período, devem seguir as 
regras da LRF. 
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5) (FCC – Procurador de Contas - TCE/RO – 2010) A despesa 
obrigatória de caráter continuado conceitua-se legalmente como 
despesa 
(A) de custeio derivada de lei que fixe para o ente a obrigação legal de 
sua execução por um período superior a um exercício financeiro. 
(B) corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo 
normativo que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por 
um período superior a dois exercícios. 
(C) com pessoal e despesa com seguridade social. 
(D) de capital derivada de lei que fixe para o ente a obrigação legal de 
suaexecução por um período superior a um mandato do chefe do 
Executivo, devendo vir prevista, necessariamente, no plano plurianual. 
(E) com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se 
serve a administração pública para consecução de seu fim. 
 
Segundo o art. 17 da LRF, considera-se obrigatória de caráter continuado a 
despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo 
normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um 
período superior a dois exercícios. 
Resposta: Letra B 
 
6) (FCC – APOPF/SP – 2010) Sobre despesa pública, é correto afirmar 
que: 
(A) basta, para o aumento da despesa, que o ato contenha declaração 
do ordenador de que há adequação orçamentária e financeira com a lei 
orçamentária anual. 
(B) não caracteriza aumento a simples prorrogação de prazo, quando a 
despesa foi criada por prazo determinado, mas apenas criação de nova 
despesa, desde que haja dotação orçamentária suficiente. 
(C) dispensa compatibilidade com o plano plurianual, desde que 
adequada à lei orçamentária anual e à lei de diretrizes orçamentárias, 
bem assim que esteja inserida em dotação específica e suficiente ou 
abrangida por crédito genérico. 
(D) é considerada não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio 
público a geração de despesa não acompanhada de estimativa do 
impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em 
vigor e nos dois subsequentes. 
(E) exclui-se da definição de despesa total com pessoal a despesa com 
inativos e pensionistas, bem assim adicionais, gratificações, horas 
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extras e encargos sociais e contribuições recolhidas pelos entes às 
entidades de previdência. 
 
a) c) Erradas. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental 
que acarrete aumento da despesa será acompanhado de estimativa, com as 
premissas e metodologia de cálculo utilizadas, do impacto orçamentário-
financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; 
e de declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação 
orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com 
o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. 
b) Errada. A prorrogação de despesa criada por prazo determinado considera-
se aumento da despesa. 
d) Correta. A geração de despesas ou assunção de obrigações que não 
atendam o disposto nos arts. 16 e 17 da LRF serão consideradas não 
autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público, como no caso de não 
estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no 
exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes. 
e) Errada. Segundo o art. 18 da LRF, para os efeitos dessa Lei Complementar, 
entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente 
da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a 
mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de 
membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como 
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da 
aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas 
extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais 
e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. 
Resposta: Letra D 
 
3. RECEITA CORRENTE LÍQUIDA 
 
Um conceito importante da LRF é o de Receita Corrente Liquida (RCL), 
utilizado como referência na despesa pública, como no cálculo do limite para as 
despesas de pessoal, dívida pública, operações de crédito e concessão de 
garantia. 
A RCL corresponde ao somatório das receitas tributárias, de contribuições, 
patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e 
outras receitas também correntes, deduzidos: 
 Na União: os valores transferidos aos estados e municípios por 
determinação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na 
alínea “a” do inciso I e no inciso II do art. 195 (relacionadas à 
seguridade social) e no art. 239 da CF/1988 (PIS, PASEP). 
 Nos estados: as parcelas entregues aos Municípios por determinação 
constitucional. 
 Na União, nos estados e nos municípios: a contribuição dos 
servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência 
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social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no 
§ 9º do art. 201 da CF/1988 (compensação entre os diversos sistemas 
previdenciários). 
 No DF, no Amapá e em Roraima: recursos transferidos pela União 
decorrentes da competência da própria União para organizar e manter o 
Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do DF e dos 
Territórios; e organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo 
de bombeiros militar do DF, bem como prestar assistência financeira ao 
DF para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio. 
 
Repare que o conceito de Receita Corrente Líquida visa separar as receitas 
disponíveis a cada um dos entes daquelas que eles não têm autonomia para 
gerenciar. De nada adiantaria fazer cálculos e determinar percentuais em cima 
de receitas brutas, que na verdade não estão totalmente disponíveis aos entes. 
Assim, ao determinar o limite de despesas com pessoal em relação à RCL 
(veremos nos próximos tópicos), a LRF estabelece um limite percentual sobre 
as receitas efetivamente disponíveis para o pagamento de pessoal. 
 
É importante frisar que a RCL será apurada somando-se as receitas 
arrecadadas no mês em referência e nos 11 anteriores, excluídas as 
duplicidades. Assim, a apuração da RCL é feita durante o período de um ano, 
não necessariamente coincidente com o ano civil. 
 
Por exemplo, se formos calcular a RCL do mês de julho de 2011, para 
divulgação em agosto, devemos somar a RCL do nosso mês de referência 
(julho/2011) e nos 11 anteriores (junho/2011 a agosto/2010). 
 
R$ Milhão 
Mês RCL Mensal 
Julho/11 550 
junho 590 
maio 600 
abril 650 
março 550 
fevereiro 480 
janeiro 520 
dezembro 560 
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novembro 540 
outubro 520 
setembro 510 
Agosto/10 500 
Total 6570 
 
Assim, a RCL apurada no mês de julho de 2011 será de R$ 6.570.000.000,00. 
 
4. DESPESAS COM PESSOAL 
 
4.1. Considerações Iniciais 
 
O propósito da LRF é a ação planejada e transparente, tendo o objetivo de 
prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas 
públicas. Os meios utilizados para se atingir este objetivo são o cumprimento 
de metas de receitas e despesas e obediência a limites e condições para a 
dívida pública e gastos com pessoal. Assim, a finalidade da LRF é disciplinar a 
gestão dos recursos públicos, atribuindo maior responsabilidade aos 
administradores públicos. 
 
O termo fiscal congrega todas as ações que se relacionam com a arrecadação e 
a aplicação dos recursos públicos. Neste caminho, as despesas com pessoal 
são as que maisdespertam a atenção da população e dos gestores públicos, 
em razão de serem as mais representativas em quase todos os entes, entre os 
gastos realizados. A preocupação gerada diante do excesso de despesas com 
pessoal é objeto de maior detalhamento por meio da LRF. As despesas com 
pessoal são sempre despesas correntes. 
 
 Para os efeitos da 
LRF, entende-se 
como despesa total 
com pessoal: 
O somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os 
inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, 
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de 
Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como 
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, 
proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive 
adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de 
qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições 
recolhidas pelo ente às entidades de previdência. 
 
As despesas consideradas como indenizatórias não são consideradas espécies 
remuneratórias, logo não entram no cálculo do percentual de despesas com 
pessoal. Exemplo: auxílio-alimentação, assistência pré-escolar, auxílio-
transporte, ajuda de custo para o militar removido para outra cidade etc. 
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São também despesas com pessoal os valores dos 
contratos de terceirização de mão de obra que se referem 
à substituição de servidores e empregados públicos. Serão 
contabilizados como “outras despesas de pessoal”. 
 
Por exemplo, a contratação de um professor temporário para uma vaga de 
professor efetivo em uma escola é despesa com pessoal para efeitos da LRF, já 
que se refere à substituição de uma atribuição de um servidor efetivo. No 
entanto, a contratação de pessoal para a segurança dessa mesma escola não é 
considerada despesa com pessoal, já que em geral não se trata de substituição 
de servidores ou empregados públicos. É uma atividade importante, porém 
acessória, instrumental ou complementar às atribuições legais da escola, não 
sendo inerente a categorias funcionais abrangidas pelo quadro de pessoal. 
 
4.2. Limites 
 
Uma novidade da LRF, em relação às leis anteriores de limites para despesas 
com pessoal, é que os poderes e as três esferas de governo estão envolvidos 
nos limites. A limitação visa permitir ao gestor público que atenda as 
demandas da população como, por exemplo, saúde e educação, e não 
comprometa quase toda sua receita com pagamento de despesas com pessoal. 
O conceito de RCL, que vimos no tópico anterior, é importante porque, 
segundo o art. 19, a despesa total com pessoal será apurada somando-se a 
realizada no mês em referência com as dos 11 imediatamente anteriores, 
adotando-se o regime de competência. Para os fins do disposto no caput do 
art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de 
apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da 
receita corrente líquida, a seguir discriminados: 
I – União: 50. 
II – Estados: 60%. 
III – Municípios: 60% 
 
 LIMITES DAS DESPESAS COM PESSOAL EM RELAÇÃO À RCL 
UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS 
50% 60% 60% 
 
As disposições da LRF obrigam a União, os estados, o Distrito Federal e os 
municípios. Nas referências a estados entende-se considerado o Distrito 
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Federal. Logo, o Distrito Federal deve observar o limite estabelecido na LRF 
para a esfera estadual. 
 
Na despesa total com pessoal, para fins de verificação dos limites definidos na 
LRF, consoante o § 1º também do art. 19, não será(ão) computada(s) a(s) 
despesa(s): 
 Com indenização por demissão de servidores ou empregados. 
 Relativas a incentivos à demissão voluntária. 
 Com convocação extraordinária do Congresso Nacional (a Emenda 
Constitucional 50/2006 vedou o pagamento de parcela indenizatória em 
razão de convocação do Congresso Nacional). 
 Decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao 
da apuração da despesa total com pessoal somando-se a realizada no 
mês em referência com as dos 11 imediatamente anteriores, adotando-
se o regime de competência. As despesas com pessoal decorrentes de 
sentenças judiciais do período atual serão incluídas no limite do 
respectivo Poder ou órgão. 
 Com pessoal, do Distrito Federal e dos estados do Amapá e Roraima, 
custeadas com recursos transferidos pela União decorrentes da 
competência da própria União para organizar e manter o Poder 
Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal 
e dos Territórios; e organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o 
corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar 
assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços 
públicos, por meio de fundo próprio. Nesses casos, as despesas desses 
entes não são pagas com suas próprias receitas e sim da União, logo, 
não são somadas aos seus limites de 60%. 
 Com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas 
por recursos provenientes: 
 – da arrecadação de contribuições dos segurados; 
 – da compensação financeira entre os diversos regimes de 
previdência social para efeito de aposentadoria, assegurada a contagem 
recíproca do tempo de contribuição na Administração Pública e na atividade 
privada, rural e urbana, segundo critérios estabelecidos em lei. 
 – das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a 
tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem 
como seu superávit financeiro. 
 
Segundo o art. 20 da LRF, a repartição dos limites globais do art. 19 – União 
(50%), estados (60%), municípios (60%) – não poderá exceder os seguintes 
percentuais: 
I – na esfera federal: 
a) 2,5% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União. 
b) 6% para o Judiciário. 
c) 40,9% para o Executivo, destacando-se 3% para as despesas com pessoal 
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decorrentes da competência da União para organizar e manter o Poder 
Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos 
Territórios; e organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de 
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira 
ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo 
próprio, repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas a 
cada um destes dispositivos, em percentual da RCL, verificadas nos três 
exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação da LRF. 
d) 0,6% para o Ministério Público da União. 
II – na esfera estadual: 
a) 3% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado. 
b) 6% para o Judiciário. 
c) 49% para o Executivo. 
d) 2% para o Ministério Público dos Estados. 
Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, o percentual 
definido para o Legislativo será de 3,4% e do Executivo será de 48,6%, o que 
corresponde, respectivamente, a acréscimo e reduçãode 0,4%. 
III – na esfera municipal: 
a) 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando 
houver. 
b) 54% para o Executivo. 
 
Observação: Tribunal de Contas dos Municípios é diferente de Tribunal de 
Contas do Município. 
Há apenas dois Tribunais de Contas do Município, pois há vedação 
constitucional para a instituição de Cortes de Contas municipais, ressalvados 
os Tribunais de Contas do Município de São Paulo e o do Rio de Janeiro, 
criados antes da CF/1988. Tais Tribunais têm competência para processar e 
julgar contas exclusivamente do município onde foi criado e não dos outros 
municípios do Estado. 
Porém, não há impedimento para que o Estado institua Tribunais de Contas 
dos Municípios, para apreciar e julgar exclusivamente as contas dos 
municípios integrantes de seu território. Mas há apenas quatro Tribunais de 
Contas dos Municípios (Bahia, Ceará, Pará e Goiás). Os municípios dos outros 
estados que não possuem Tribunais de Contas dos Municípios estão sob a 
jurisdição dos Tribunais de Contas Estaduais. 
 
Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, o limite será repartido 
entre seus ramos proporcionalmente à média das despesas com pessoal, em 
percentual da RCL, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente 
anteriores ao da publicação da LRF (1997 a 1999). Por exemplo, o Poder 
Judiciário do estado X teve como médias nesses três anos as despesas 
divididas por três órgãos de tamanho diferentes, A, B e C, na proporção, 
respectivamente, de 20%, 30% e 50% do gasto com pessoal desse Judiciário 
Estadual. Como a partir da LRF o limite é de 6% da RCL para o Judiciário desse 
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Estado, o rateio do limite será da seguinte forma em relação à RCL: 1,2% para 
o órgão A; 1,8% para o órgão B e 3% para o órgão C. 
 
Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os 
créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes 
Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, 
ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos. Para tais 
fins, a entrega dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com 
pessoal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percentuais 
definidos no art. 20 da LRF. 
 
Alguns autores acenam com a possibilidade de a LDO estabelecer critérios 
diferentes da LRF. Mas essa faculdade que estava no § 6º do art. 20 da LRF foi 
vetada: 
Vetado: § 6º do art. 20: “Somente será aplicada a repartição dos limites 
estabelecidos no caput caso a lei de diretrizes orçamentárias não disponha de 
forma diferente.” 
Razões do veto: “A possibilidade de que o limite de despesas de pessoal dos 
Poderes e órgãos possam ser alterados na Lei de Diretrizes Orçamentárias 
poderá resultar em demandas ou incentivo especialmente no âmbito dos 
Estados e Municípios para que os gastos com pessoal e encargos sociais de 
determinado Poder ou órgão sejam ampliados em detrimento de outros, visto 
que o limite global do ente da Federação é fixado na Lei Complementar. Desse 
modo, afigura-se prejudicado o objetivo da lei complementar em estabelecer 
limites efetivos de gastos de pessoal aos Três Poderes. Na linha desse 
entendimento, o dispositivo contraria o interesse público, motivo pelo qual 
sugere-se a oposição de veto.” 
Assim, a LDO não pode dispor de forma diferente da LRF. 
 
Logo: 
 LIMITES POR ESFERA 
FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL 
Legislativo (TCU): 2,5% Legislativo (TCE): 3% 
Legislativo (TCM): 6% 
Judiciário: 6% Judiciário: 6% 
Executivo: 40,9% Executivo: 49% 
Executivo: 54% 
MPU: 0,6% MPE: 2% 
Nos estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, o 
percentual do Legislativo será de 3,4% e do Executivo será de 48,6%. 
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4.3. Controle 
 
Conforme o art. 21 da LRF, é nulo de pleno direito o ato que provoque 
aumento da despesa com pessoal e não atenda: 
 As exigências para a criação das despesas obrigatórias de caráter 
continuado (art. 17). São elas: atos que criarem as despesas ou as 
aumentarem deverão ser instruídos com estimativas do impacto 
orçamentário-financeiro, no exercício que deva entrar em vigor e nos 
dois subsequentes; demonstração da origem dos recursos para seu 
custeio; comprovação de que a criação ou o aumento da despesa não 
afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo de metas 
fiscais da LDO; compensação dos seus efeitos financeiros, nos períodos 
seguintes, pelo aumento permanente de receita ou pela redução 
permanente de despesa. 
 As exigências de acompanhamento, para a criação, expansão ou 
aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da 
despesa (art. 16): estimativa do impacto orçamentário-financeiro no 
exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes, e 
declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação 
orçamentária e financeira com a LOA e compatibilidade com o PPA e com 
a LDO. 
 As exigências do § 1º do art. 169 da CF/1988 (veremos ainda neste 
tópico). 
 O percentual de reserva dos cargos e empregos públicos para as pessoas 
portadoras de deficiência e os critérios de sua admissão definidos em lei. 
 O limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal 
inativo. 
 
Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com 
pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do 
respectivo Poder ou órgão. É comum associar este prazo ao final dos mandatos 
de quatro anos dos Chefes do Executivo, porém é interessante observar que a 
norma também alcança o mandato dos Presidentes de casas legislativas, o 
qual é de dois anos. Logo, um Presidente de uma Câmara Municipal, por 
exemplo, não poderá aumentar a despesa com pessoal nos 180 dias anteriores 
ao final do seu mandato de dois anos. 
 
Ainda, consoante o inciso XIII do art. 37 da CF/1988, é vedada a vinculação ou 
equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de 
remuneração de pessoal do serviço público. Logo, é nulo o ato aumentativo da 
despesa com pessoal que promova a vinculação ou equiparação de quaisquer 
espécies remuneratórias. 
Ressalta-se que a CF/1988 veda a transferência voluntária de recursos e a 
concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos 
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Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento 
de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos estados, do 
Distrito Federal e dos municípios. 
 
Consoante o art. 22 da LRF, a verificação do cumprimento dos limites 
estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre. 
 
Limite de alerta: compete aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos 
limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão e alertá-los 
quando constatarem que o montante da despesa total com pessoal ultrapassar 
90% do limite. 
 
Limite prudencial: se a despesa total com pessoalexceder a 95% do limite, 
são vedados ao Poder ou órgão que houver incorrido no excesso: 
 Concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de 
remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial 
ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão geral anual, 
sempre na mesma data e sem distinção de índices. 
 Criação de cargo, emprego ou função. 
 Alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa. 
 Provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a 
qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou 
falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança. 
 Contratação de hora extra, salvo no caso das situações previstas na lei 
de diretrizes orçamentárias e no caso de convocação extraordinária do 
Congresso Nacional (relembro que a Emenda Constitucional 50/2006 
vedou o pagamento de parcela indenizatória em razão de convocação do 
Congresso Nacional). 
 
Atenção: o limite de alerta ocorre quando os Tribunais de Contas constatam 
que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% do limite, não 
havendo nenhuma sanção ou vedação, apenas um alerta. Já o limite 
prudencial ocorre quando a despesa total com pessoal excede a 95% do 
limite, incorrendo em diversas vedações para o Poder ou órgão que incorrer no 
excesso. 
 
Limite ultrapassado (caput do art. 23 da LRF): se a despesa total com 
pessoal, do Poder ou órgão, ultrapassar os limites definidos no art. 20, sem 
prejuízo das medidas previstas no art. 22 citadas acima, o percentual 
excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo 
menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências 
previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da CF/1988. 
 
Assim, a CF/1988 também trata do assunto despesas com pessoal. Segundo o 
art. 169, a despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos estados, do 
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Distrito Federal e dos municípios não poderá exceder os limites estabelecidos 
em lei complementar, que é exatamente o que estudamos na LRF, por isso 
começamos o estudo da Lei antes da CF/1988. 
De acordo com o § 1º do art. 169 da CF/1988, a concessão de qualquer 
vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e 
funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou 
contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da 
Administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, só poderão ser feitas se houver: 
 Prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de 
despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes. 
 Autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
 
Continuando, para o cumprimento dos limites estabelecidos com base no que 
estudamos na LRF, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios 
adotarão as seguintes providências (são os §§ 3º e 4º do art. 169 da CF/1988): 
 Redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e 
funções de confiança. 
 Exoneração dos servidores não estáveis. 
 Exoneração de servidor estável, desde que ato normativo motivado de 
cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou 
unidade administrativa objeto da redução de pessoal. O servidor que 
perder o cargo fará jus a indenização correspondente a um mês de 
remuneração por ano de serviço e o cargo objeto da redução será 
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com 
atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. 
 
Vale ressaltar que, de acordo com o art. 37, XV, da CF/1988, a regra é que o 
subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são 
irredutíveis, com algumas ressalvas constitucionais, nas quais não se inclui a 
redução consensual dos respectivos vencimentos. 
 
Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o 
excesso, o ente não poderá (§ 3º do art. 23 da LRF): 
 Receber transferências voluntárias, ressalvadas as destinadas à saúde, à 
educação e à assistência social. 
 Obter garantia, direta ou indireta, de outro ente. 
 Contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao 
refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das 
despesas com pessoal. 
 
4.4. Exceções aos Prazos para Redução das Despesas com Pessoal 
 
Estas são as exceções aos prazos do art. 23 da LRF para a redução das 
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despesas com pessoal: 
Aplicação imediata: as restrições são aplicadas imediatamente se a despesa 
total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do 
mandato dos titulares de Poder ou órgão. 
Suspensão: na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso 
Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese dos 
estados e municípios; e em caso de estado de defesa ou de sítio decretado na 
forma da constituição, enquanto perdurar a situação, serão suspensas a 
contagem dos prazos e as disposições estabelecidas no artigo. 
Duplicação: já em caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto 
Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual ou superior 
a quatro trimestres, os prazos do artigo serão duplicados. Entende-se por 
baixo crescimento a taxa de variação real acumulada do PIB inferior a 1%, no 
período correspondente aos quatro últimos trimestres. 
 
4.5 Despesas com a Seguridade Social 
 
De acordo com o art. 24 da LRF, nenhum benefício ou serviço relativo à 
Seguridade Social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação 
da fonte de custeio total, atendidas ainda as exigências do art. 17, o qual trata 
das despesas obrigatórias de caráter continuado. 
 
A Seguridade Social compreende o benefício ou serviço de saúde, previdência e 
assistência social, inclusive os destinados aos servidores públicos e militares, 
ativos e inativos, e aos pensionistas. 
 
No entanto, é dispensada da compensação por aumento permanente de receita 
ou pela redução permanente de outras despesas se o aumento de despesa 
decorrer de: 
I – concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação 
prevista na legislação pertinente; 
II – expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados; 
III – reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu 
valor real. 
 
 
7) (FCC - Analista Judiciário – Administrativo - TRT- 2ª Região-2008) 
As despesas de pessoal 
(A) não incluirão os valores dos contratos de terceirização de mão-de-
obra. 
(B) poderão exceder 50% da receita líquida da União. 
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(C) do Poder Judiciário estão sujeitas a limites fixados pelo Ministério 
Público da União. 
(D) dos inativos não podem ser maiores que os dos funcionários 
ativos. 
(E) serão apuradas, para fins de obediência aos limites, num período 
de doze meses.a) Errada. As despesas com pessoal incluirão os valores dos contratos de 
terceirização de mão-de-obra, desde que se refiram à substituição de 
servidores e empregados públicos. 
b) Errada. As despesas com pessoal não poderão exceder 50% da receita 
líquida da União. 
c) Errada. Todos os Poderes e o Ministério Público estão sujeitos a limites 
fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. 
d) Errada. Não existe tal regra de que as despesas com pessoal dos inativos 
não podem ser maiores que os dos funcionários ativos. 
e) Correta. Segundo o art. 19 da LRF, a despesa total com pessoal será 
apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos 11 
imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência, o que 
totaliza 12 meses. 
Resposta: Letra E 
 
PARTE III – DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO 
 
1. GESTÃO FISCAL E TRANSPARÊNCIA 
 
1.1 Gestão Fiscal 
 
Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a 
instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da 
competência constitucional do ente da Federação. No entanto, é vedada a 
realização de transferências voluntárias para o ente que não observe tal 
determinação no que se refere aos impostos. 
 
 
Apesar de os requisitos essenciais da responsabilidade na 
gestão fiscal contemplarem os tributos, a vedação quanto às 
transferências voluntárias se refere apenas aos impostos. 
 
Ressalto que tal vedação não alcança as transferências voluntárias destinadas 
a ações de educação, saúde e assistência social. 
 
A LRF trata da fiscalização da gestão fiscal no art. 59. O Poder Legislativo, 
diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle 
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interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das 
normas da LRF, com ênfase no que se refere a: 
 atingimento das metas estabelecidas na LDO; 
 limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição 
em Restos a Pagar; 
 medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal; 
 providências tomadas para recondução dos montantes das dívidas 
consolidada e mobiliária aos respectivos limites; 
 destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos; 
 cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, 
quando houver. 
 
Compete privativamente ao Presidente da República prestar, anualmente, ao 
Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão 
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior. 
 
1.2 Transparência 
 
Segundo o art. 48 da LRF, são instrumentos de transparência da gestão fiscal, 
aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de 
acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as 
prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da 
Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões 
simplificadas desses documentos. 
 
A transparência será assegurada também mediante: 
 incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, 
durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de 
diretrizes orçamentárias e orçamentos; 
 liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em 
tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução 
orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público. Os 
entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o 
acesso a informações, quanto à despesa, referentes a todos os atos 
praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, 
no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados 
referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou 
ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do 
pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; e 
quanto à receita, referente ao lançamento e ao recebimento de toda a 
receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos 
extraordinários; 
 adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que 
atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo 
da União. 
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O maior objetivo das regras de transparência na LRF é viabilizar o controle 
social, ou seja, a participação da sociedade no acompanhamento e verificação 
da execução das políticas públicas, avaliando os objetivos, processos e 
resultados, visando assegurar que os recursos públicos sejam bem 
empregados em benefício da coletividade. 
 
2. RELATÓRIOS 
 
2.1. Relatório de Gestão Fiscal 
 
O Relatório de Gestão Fiscal – RGF será emitido, a cada quadrimestre, pelos 
titulares dos Poderes e órgãos, assinado pelo Chefe do Poder Executivo; 
Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão decisório 
equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo; 
Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administração ou 
órgão decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do 
Poder Judiciário; Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados. O 
relatório também será assinado pelas autoridades responsáveis pela 
Administração Financeira e pelo controle interno, bem como por outras 
definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão. 
 
É facultado aos municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar 
por divulgar semestralmente o Relatório de Gestão Fiscal. 
 
De acordo com o art. 55, o Relatório de Gestão Fiscal conterá comparativo com 
os limites de que trata a LRF, dos seguintes montantes: 
 despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas; 
 dívidas consolidada e mobiliária; concessão de garantias; e operações de 
crédito, inclusive por antecipação de receita (tais demonstrativos estarão 
apenas no RGF do Poder Executivo). 
 
Se ultrapassado qualquer dos limites, o RGF conterá também a indicação das 
medidas corretivas adotadas ou a adotar. 
 
Apenas no último quadrimestre, o RGF conterá demonstrativos: 
 do montante das disponibilidades de caixa em 31/12; 
 da inscrição em Restos a Pagar, das despesas liquidadas; empenhadas e 
não liquidadas; empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do 
saldo da disponibilidade de caixa; não inscritas por falta de 
disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados; e 
 do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do art. 
38, que trata das operações de crédito por antecipação de receita. 
 
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O relatório será publicado até 30 dias após o encerramento do período a que 
corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico. O 
descumprimento do prazo impedirá, até que a situação seja regularizada, que 
o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de 
crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da 
dívida mobiliária.2.2. Relatório Resumido de Execução Orçamentária 
 
De acordo com o § 3º do art. 165 da CF/1988, o Poder Executivo publicará, 
até 30 dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da 
execução orçamentária – RREO. 
 
Os arts. 52 e 53 da LRF regulamentam o tema. O RREO abrangerá todos os 
Poderes e o Ministério Público e será composto pelo balanço orçamentário e 
por demonstrativos de execução de receitas e despesas: 
 Balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as 
receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a 
previsão atualizada; as despesas por grupo de natureza, discriminando a 
dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo. 
 Demonstrativos da execução das receitas, por categoria econômica e 
fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o 
exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a 
previsão a realizar; e das despesas, por categoria econômica e grupo de 
natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o 
exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício. 
 Despesas, por função e subfunção. 
 
Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão 
destacadamente nas receitas de operações de crédito e nas despesas com 
amortização da dívida. Da mesma forma que na escrituração e consolidação 
das contas e no RGF, o descumprimento do prazo impedirá, até que a situação 
seja regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e 
contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do 
principal atualizado da dívida mobiliária. 
 
De acordo com o art. 53 da LRF, acompanharão o RREO demonstrativos 
relativos a: 
 Apuração da receita corrente líquida e sua evolução, assim como a 
previsão de seu desempenho até o final do exercício. 
 Receitas e despesas previdenciárias. 
 Resultados nominal e primário. 
 Despesas com juros. 
 Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão, os valores inscritos, os 
pagamentos realizados e o montante a pagar. 
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É facultado aos municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar 
por divulgar semestralmente os demonstrativos do RREO (citados acima). 
No entanto, o RREO deve ser divulgado bimestralmente em todos os entes, 
já que este período é o previsto no § 3º do art. 165 da CF/1988, conforme 
estudamos no início deste tópico. 
 
Já o RREO referente ao último bimestre do exercício será acompanhado 
também de demonstrativos do atendimento da regra de ouro (inciso III do art. 
167 da CF/1988 e disposições da LRF no § 3º do art. 32); das projeções 
atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores 
públicos; e da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a 
aplicação dos recursos dela decorrentes. 
Quando for o caso, serão apresentadas justificativas da limitação de empenho 
e da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação 
e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança. 
 
 
RGF ≠ RREO 
RGF: será emitido, a cada quadrimestre, pelos 
titulares dos Poderes e órgãos 
RREO: publicado, até 30 dias após o encerramento de 
cada bimestre, pelo Poder Executivo. 
 
8) (FCC - Agente Administrativo – MPE/RS – 2010) O Poder Executivo 
publicará, até ...... dias após o encerramento de cada bimestre, 
relatório resumido da execução orçamentária. Completa corretamente 
a lacuna acima: 
(A) trinta 
(B) quarenta e cinco 
(C) sessenta 
(D) noventa 
(E) cento e vinte 
 
De acordo com o § 3º do art. 165 da CF/1988, o Poder Executivo publicará, 
até 30 dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da 
execução orçamentária – RREO. 
Resposta: Letra A 
 
 
 
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3. ESCRITURAÇÃO, CONSOLIDAÇÃO E PRESTAÇÃO DAS CONTAS 
 
3.1 Escrituração das Contas 
 
De acordo com o art. 50 da LRF, além de obedecer às demais normas de 
contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as 
seguintes: 
• A disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os 
recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem 
identificados e escriturados de forma individualizada. 
• A despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o 
regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o 
resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa. 
• As demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as 
transações e as operações de cada órgão, fundo ou entidade da 
Administração direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa estatal 
dependente. 
• As receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em 
demonstrativos financeiros e orçamentários específicos. 
• As operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais 
formas de financiamento ou assunção de compromissos junto a terceiros, 
deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o montante e a variação 
da dívida pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo 
de credor. 
• A demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao 
destino dos recursos provenientes da alienação de ativos. 
 
Ainda temos as seguintes observações: 
Demonstrações conjuntas: no caso das demonstrações conjuntas, excluir-
se-ão as operações intragovernamentais (dentro do mesmo governo). 
Normas gerais: a edição de normas gerais para consolidação das contas 
públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, enquanto não 
implantado o conselho de gestão fiscal. 
Sistemas de custos: a Administração Pública manterá sistema de custos que 
permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e 
patrimonial. 
 
3.2 Consolidação das Contas 
 
Consoante o art. 51, o Poder Executivo da União promoverá, até o dia 30 de 
junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes 
da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por 
meio eletrônico de acesso público. Para isso, os estados e os municípios 
encaminharão suas contas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos: 
os municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até 30 
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de abril; e os Estados, até 31 de maio. 
 
 
Consolidação das Contas 
 
Envio dos Municípios: 30/04 
Envio dos Estados: 31/05 
Consolidação da União: 30/06 
 
 
O descumprimento dos prazos previstos impedirá, até que a situação seja 
regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e 
contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do 
principal atualizado da dívida mobiliária. 
 
3.3 Prestação das Contas 
 
Os principais dispositivos da LRF que tratam sobre o assunto estão com 
eficácia liminarmente suspensa devido a uma Ação Direta de 
Inconstitucionalidade no Supremo TribunalFederal. 
 
O primeiro dispositivo com eficácia suspensa é o caput do art. 56, o qual 
dispõe que as contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, 
além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo 
e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, as quais receberão parecer 
prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas. 
 
O STF entendeu que qualquer prestação de contas por órgão não vinculado ao 
Executivo somente poderia ser objeto de julgamento pelo respectivo Tribunal 
de Contas e que a inclusão das contas referentes às atividades financeiras dos 
Poderes Legislativo, Judiciário e do Ministério Público, dentre aquelas prestadas 
anualmente pelo Chefe do Governo, tornaria inócua a distinção efetivada pelos 
incisos I e II do art. 71 da CF/1998 (entre apreciar e julgar as contas), já que 
todas as contas seriam passíveis de controle técnico, a cargo do Tribunal de 
Contas, e político, de competência do Legislativo. 
 
O segundo dispositivo suspenso é todo o art. 57: 
“Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as 
contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro não estiver 
estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais. 
§ 1º No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de 
duzentos mil habitantes o prazo será de cento e oitenta dias. 
§ 2º Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem 
contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.” 
 
O STF considerou que a referência, nele contida, a “contas de poder” estaria a 
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evidenciar a abrangência, no termo “contas” constante do caput desse artigo, 
daquelas referentes à atividade financeira dos administradores e demais 
responsáveis por dinheiros e valores públicos, que somente poderiam ser 
objeto de julgamento pelo Tribunal de Contas competente, nos termos do art. 
71, inciso II, da CF/1988. Aduziu que essa interpretação seria reforçada pelo 
fato de essa regra cuidar do procedimento de apreciação das contas 
especificadas no aludido art. 56, onde também se teria pretendido a submissão 
das contas resultantes da atividade financeira dos órgãos componentes de 
outros poderes à manifestação opinativa do Tribunal de Contas. 
 
O Tribunal de Contas da União entende que a medida cautelar concedida pelo 
Supremo Tribunal Federal em que foi suspensa a eficácia do caput do art. 56 e 
do art. 57 da LRF não alterou a estrutura do relatório sobre as contas do 
Governo da República, haja vista que continua contemplando a gestão e o 
desempenho dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e do Ministério 
Público da União. No entanto, o parecer prévio é exclusivo para o Chefe do 
Poder Executivo, cujas contas serão julgadas posteriormente pelo Congresso 
Nacional. Nada obsta, contudo, que o Tribunal de Contas da União aprecie, em 
processo específico, o cumprimento, por parte dos órgãos dos Poderes 
Legislativo e Judiciário, das disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal. 
 
Permanecem valendo as demais determinações da LRF sobre as prestações de 
contas: 
• As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito da União, 
pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais; dos Estados, pelos 
Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando as dos demais 
tribunais. 
• A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em 
relação à previsão, destacando as providências adotadas no âmbito da 
fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação 
de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais 
medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições. 
• Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, 
julgadas ou tomadas. 
• Para evitar que as Cortes de Contas emitam parecer sobre suas próprias 
contas, a Comissão Mista de Orçamento prevista na CF/1988, ou 
equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais, emitirá 
parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas. 
 
A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional 
e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os empréstimos e 
financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da 
seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação 
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circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício. 
 
As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, 
durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico 
responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e 
instituições da sociedade. No que tange aos Chefes do Poder Executivo 
Municipal, o § 3º do art. 31 da CF/1988 exige que as contas fiquem, durante 
60 dias, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o 
qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Assim, a LRF 
ampliou o prazo constitucional de 60 dias para todo o exercício também para 
as contas municipais. 
 
 
9) (FCC - Agente Administrativo – MPE/RS – 2010) Nos termos da Lei 
Complementar nº 101/2000, as contas apresentadas pelo Chefe do 
Poder Executivo ficarão disponíveis, no respectivo Poder Legislativo e 
no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e 
apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade, durante 
(A) três meses após o encerramento do exercício a que se refere. 
(B) seis meses após o encerramento do exercício a que se refere. 
(C) seis meses após o encerramento do mandato. 
(D) um ano após o encerramento do mandato. 
(E) todo o exercício. 
 
As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, 
durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico 
responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e 
instituições da sociedade. 
Resposta: Letra E 
 
 
 
 
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10) (FCC – Auditor Substituto de Conselheiro - TCE/RO – 2010) 
Considere a tabela abaixo. 
 
(*) Receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, 
agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras também 
correntes, já realizadas as deduções previstas na LRF e excluídas as 
duplicidades. 
(**) Receita e despesa referentes ao acumulado de janeiro a 
dezembro de 2009, tomado o mês de dezembro de 2009 como 
referência. 
Estão acima do limite de gastos com pessoal sobre a receita corrente 
líquida 
(A) o Poder Executivo Estadual, o Estado e o Município. 
(B) o Poder Executivo Municipal, o Poder Legislativo Municipal e o 
Município. 
(C) os Poderes Executivos Estadual e Municipal. 
(D) os Poderes Legislativos Estadual e Municipal. 
(E) o

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