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PROCESSO PENAL

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PROCESSO PENAL 
 
 
 1 . INQUÉRITO POLICIAL – (art. 4º ao 21 e art. 28, CPP) 
Meio pelo qual se realiza as investigações policiais, realizadas pelas policias federais ou policiais civis, as chamadas 
polícias judiciárias. 
-Sua finalidade é reunir base (materialidade/e indícios de autoria) para possível futura propositura de ação penal. 
 
 Características do IP: 
 Escrito: (art. 9, CPP) – Todos os atos devem ser registrados; 
 Inquisitivo: Não incidem as garantias do contraditório e ampla defesa no inquérito policial. O defensor é 
presença facultativa. 
 Oficiosidade: Possibilidade da autoridade policial instaurar de ofício o IP; agir de ofício é agir de maneira 
espontânea, “ex officio” – age em razão da função; 
Essa regra só alcança crime que serão de ação penal pública incondicionada; 
 Exceções à oficiosidade (Delegado não pode instaurar de ofício):  ação penal pública condicionada – representação do ofendido 
  ação penal privada – requerimento do ofendido 
 
 Indisponível: (art.17, CPP) – Autoridade policial nunca pode ordenar o arquivamento do inquérito policial; o 
arquivamento depende de decisão judicial provocada à requerimento do Ministério Público. 
 Dispensável: O inquérito policial pode ser dispensado para propositura da ação penal, desde que o titular da 
ação penal tenha obtido base para ação penal em outra fonte; dispensável para o MP oferecer denúncia ou 
para o querelante ajuizar queixa crime. 
 Exemplo CPI –Pode oferecer denúncia com base na CPI e dispensar o Inquérito Policial, pois o Inquérito 
parlamentar já fornece as bases necessárias à propositura da ação. 
 Sigiloso: (art. 20, CPP): a autoridade policial assegurará o sigilo necessário, mas não se aplica ao Juiz, ao 
Ministério Público, bem como ao advogado (art. 7º, XIV, EA e súmula vinculante 14 – acesso aos atos já documentados 
 Atos já documentados são as diligências concluídas ou encerradas e documentadas por escrito no IP; violada a súmula cabe reclamação 
ao STF. 
O advogado não tem acesso às diligências em andamento, por óbvio, por não estar documentadas. Ex. interceptação telefônica. 
 
Prazos para conclusão do IP (art. 10, caput, CPP) 
Modalidade: 
Regra geral  preso 10 dias, solto 30 dias. 
 Se o indiciado estiver solto, o prazo do inquérito policial poderá ser prorrogado (art. 10, §3º, CPP); 
 Se o indiciado estiver preso, em regra, não poderá ser prorrogado; 
 
Justiça Federal  preso 15 dias, solto 30 dias. 
Tráfico de drogas  preso 30 dias, solto 90 dias. 
Prisão temporária: em regra  5 dias, prorrogável por igual período (art. 2º da Lei 7.960/89); crime hediondo ou 
equiparado  30 dias prorrogável por igual período (art. 2º,§4º, da Lei 8.072/90). 
 
 
 Reprodução simulada dos fatos (artigo 7º do CPP) – reconstituição. É possível, salvo se violar a moralidade ou a 
ordem pública. 
 
 Indiciamento: é um ato feito pela autoridade policial e que significa que, para a polícia, aquela pessoa tem indícios 
de autoria. Obs.: o indiciamento é ato privativo da autoridade policial, só o Delegado pode indiciar. 
 
 
 
 
Findo o inquérito policial – existe um relatório da autoridade policial (art. 10,CPP) que encaminha ao judiciário e 
este encaminha ao Ministério Público, que através do Promotor de Justiça poderá: 
 Oferecer a denúncia; 
 Requerer a realização de novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia (art. 16, CPP); 
 Requerer o arquivamento do inquérito policial. 
a) Arquivamento do inquérito policial 
 MP propõe o arquivamento Juiz 
Concorda não concorda 
 Arquivado Aplica-se o art. 28, CPP e encaminha os autos ao Procurador Geral 
 
 
O Procurador Geral pode:  oferecer a denúncia; 
  Insistir no arquivamento (Juiz ficará obrigado ao arquivamento) 
  Designar outro Promotor de Justiça para oferecer a denúncia. 
 
A decisão do Juiz que determina o arquivamento do inquérito policial é irrecorrível segundo o CPP. 
 
b) Desarquivamento do inquérito policial 
 
Se não estiver extinta a punibilidade caso surjam novas provas poderá haver nova ação. Prova nova é aquela que 
traz um dado novo. 
 Súmula 524, STF + artigo 18 do CPP; 
 
 
 
2. AÇÃO PENAL (art. 24 a 68, CPP) 
 
 Modalidades: 
I. Ação Penal Pública: 
a) Incondicionada; 
b) Condicionada à representação do ofendido ou à requisição do Ministro da Justiça (art. 145, parágrafo único, CP); 
 Natureza jurídica da representação ou requisição é a condição de procedibilidade. 
 
II. Ação Penal Privada: 
a) Propriamente dita, comum ou exclusivamente privada; 
b) Personalíssima; 
c) Subsidiária da pública. 
 
 Ação Penal Pública 
 Legitimidade ativo: Ministério Público através de denúncia (requisitos – art. 41 do CPP). 
 Prazo: preso = 5 dias; solto = 15 dias (art. 46, CPP) 
 Princípios da ação penal pública: 
a) Obrigatoriedade também conhecido como legalidade. Presentes os requisitos legais, o Ministério Público tem o 
dever de oferecer a denúncia. 
No JECrim prevalece o princípio da obrigatoriedade mitigada ou discricionariedade regrada (Art. 76 da Lei 9.099/95 Transação penal); 
b) Divisibilidade: 
c) Indisponibilidade: o Ministério Público não pode desistir da ação penal. O Ministério Público pode pedir absolvição 
e se o Ministério Público pedir a absolvição, o juiz pode condenar mesmo assim. 
d) Oficialidade e Oficiosidade. Oficialidade: significa que a acusação é promovida por órgãos fiscais e a oficiosidade: 
significa que os órgãos atuam de ofício. 
 
Representação: 
Autorização ao Ministério Público para propositura da ação penal. 
 Em regra é o direito do ofendido. 
 Menor de 18 anos ou doente mental: representante legal – Quando não houver representante legal o Juiz 
nomeia um curador especial (art. 33, CPP) 
 Em caso de falecimento do ofendido abrirá a sucessão – CADI. 
 Prazo decadencial para representação – 6 meses à conta do conhecimento da autoria (art. 38, CPP e art. 103, CP). 
Conta-se o dia do começo e exclui-se o final. 
 Retratação da representação: é possível a retratação até o oferecimento da denúncia. 
Exceção  Na Lei Maria da Penha (art.16), permite a retratação antes do recebimento da denúncia. 
Art. 16 “...só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do 
recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.” 

Requisição do Ministro da Justiça: 
Em crimes contra a honra do presidente da República ou de chefe de Governo estrangeiro. 
Não há prazo decadencial, poderá a qualquer momento oferecer requisição enquanto não extinta a punibilidade. 
 
 Ação Penal Privada 
Legitimidade ativa: O ofendido ou seu representante legal. 
 Quando há conflito de interesses entre o ofendido e o representante legal, o juiz nomeia um curador especial. 
 O curador especial não é obrigado a propor a queixa crime. 
 Sucessão processual: Quando o ofendido morre quem pode promover a ação neste caso é o Cônjuge, 
Ascendente, Descendente ou Irmão – CADI - prazo: 6 meses a contar da data do óbito. 
A queixa-crime e tem os mesmos requisitos da denúncia, mais também um requisito especial (art. 44, CPP), que é 
a procuração com poderes especiais. 
 Princípios da ação penal privada: 
a) Oportunidade: o ofendido não é obrigado a propor a queixa crime; 
b) Disponibilidade: o ofendido pode desistir da ação penal; 
c) Indivisibilidade: a exclusão voluntária de um dos réus pelo querelante é causa de renúncia em relação a este e será 
extensível aos demais (art. 49, CPP). 
João 
 
 Renúncia Filipe 
 
 Antônio Extensível 
 
Este princípio não se aplica na ação penal pública (Ex: Mensalão) 
 
I. Açãopenal privada personalíssima: Não se transmite a sucessão pro CADI. A morte do ofendido gera a 
extinção da punibilidade do autor (art. 236, CP); 
O prazo decadencial é de 6 meses à contar do trânsito em julgado da sentença que anular o casamento. 
 
II. Ação penal privada subsidiária da pública (art. 29, CPP) 
Pressupõe a inércia do Ministério Público, que significa absoluta ausência de manifestação no prazo legal de 5 ou 
15 dias. Não caberá ação subsidiária em casos de arquivamento do inquérito policial, pois, por óbvio, nesse caso o 
Ministério Público não ficou inerte. 
Nesses casos o ofendido tem o prazo de 6 meses para promover a queixa-crime. 
 
 
3. AÇÕES PENAIS EM CRIMES EM ESPÉCIE: 
 
 Crime de lesão corporal (art. 129 do CP): 
 
 As lesões leve (simples ou qualificada) ou culposa estão sujeitas à disciplina do art. 88 da Lei 9099/95; Nesses 
casos dependem de representação do ofendido, logo são de ação penal pública condicionada. 
 
 Já as lesões grave, gravíssima e seguida de morte, a ação penal será pública incondicionada. 
 
Exceção: a ação penal pública no caso de lesões leve e culposa se torna incondicionada no caso de: 
Violência doméstica/familiar contra a mulher (art. 41 da Lei 11340/06 – Maria da Penha); 
 Lesão culposa praticada na condução de veículo automotor (art. 303 do CTB), em regra será condicionada. 
O §1º do art. 291 do CTB diz que em três casos não será aplicado o art. 88 da Lei 9099/95 e, consequentemente, a 
ação penal será pública incondicionada; são os casos elencados no Código: 
a) Embriaguez; 
b) Prática de “racha”; 
c) Velocidade maior que 50 km/h do limite da via. 
 
 
 Crimes contra a liberdade sexual (art. 225, “caput” do CP) 
Em regra são crimes de ação penal pública condicionada à representação do ofendido. 
Será ação penal pública incondicionada nos seguintes casos apontados no parágrafo único do art. 225 do CP: 
 Tendo o ofendido idade menor que 18 anos ou vulnerável (art. 217-A, CP). São vulneráveis: 
a) Menor de 14 anos; b) Doente mental; c) Aquele que por outro modo não podia oferecer resistência. 
 O STJ já decidiu que a ação somente será incondicionada se a vulnerabilidade for permanente, de modo que, será 
condicionada a representação se a vulnerabilidade for transitória. 
 
 Crimes contra a honra 
Em regra são de ação penal privada (art. 145, “caput” do CP). 
Exceções: são hipóteses nas quais a ação penal pública se torna condicionada à representação do ofendido (art. 145, 
parágrafo único): 
a) Crimes praticados contra a honra de funcionário público na função ou em razão dela (art. 141, II do CP e súmula 714, STF) 
b) Injúria qualificada (cor, raça, etnia, religião, etc.) – art. 140, §3º do CP; 
c) Em crimes contra a honra do presidente da República ou de chefe de Governo estrangeiro (requisição do Ministro da Justiça). 
 
 
 Ação civil “ex delicto” (art. 63 e 64 do CPP) 
A prática de uma infração penal pode gerar também dano de natureza civil, ensejando a pretensão de sua 
reparação; 
 Ação de conhecimento (art. 64, CPP) pode ser proposta independentemente da instauração de qualquer 
procedimento penal; Se ação penal e a ação civil coexistirem, o juiz da ação civil poderá suspendê-la por até 1 ano 
para aguardar o julgamento na esfera penal. 
 A sentença penal condenatória serve como título executivo (art. 63, CPP); 
 O art. 91, I do CP diz que a condenação penal com trânsito em julgado torna certa a obrigação de reparação civil. 
 O juiz poderá fixar o valor mínimo para reparação civil, na sentença criminal (art. 387, IV, CPP), mas a vítima 
poderá pedir valor superior ao estipulado na esfera penal desde que faça liquidação civil prévia do complemento, 
uma vez que não cabe execução direta (art. 63, parágrafo único, CPP). 
 A condenação penal sempre vincula a esfera civil; 
 A absolvição também pode vincular a esfera civil, inviabilizando a pretensão de reparação na esfera civil, nos 
seguintes casos: 
I. Por reconhecimento da inexistência do fato; 
II. Pelo reconhecimento de excludente de ilicitude real não lesiva a terceiros (art. 65, CPP); 
III. Reconhecimento de que o réu não foi autor do crime 
4. COMPETÊNCIA 
A delimitação da jurisdição, ou seja, é o espaço dentro do qual determinada autoridade pode aplicar o direito. 
 
 Critérios de determinação da competência (art. 69, CPP): 
a) Lugar da infração; 
b) Domicílio ou residência do réu; 
c) Natureza da infração; 
d) Distribuição; 
e) Conexão e continência; 
f) Prevenção. 
 O domicílio da vítima não é critério de determinação da competência; 
 Conexão e Continência: segundo a doutrina são critérios de modificação da competência, para o código são critérios de determinação 
da competência. 
 
 Competência territorial/de foro 
 Comarca – Justiça comum Estadual 
 Seção judiciária – Justiça comum Federal 
 
Em regra, a competência será determinada pelo juízo do lugar da consumação do crime ou no caso de tentativa 
pelo lugar que for praticado o último ato de execução (art. 70, caput, CPP) - a teoria do resultado; 
Se a infração se consumar fora do Brasil a competência é do último ato de execução no Brasil. 
 Se os atos preparatórios forem produzidos fora do Brasil a competência é o lugar em que o crime produziu ou 
deveria produzir resultado (art. 73, CPP). 
 
 Foro supletivo/subsidiária  desconhecido o lugar da infração a competência será o domicílio ou residência do réu (art. 
72, CPP). 
 Crime de ação penal privada exclusiva  a vítima pode escolher entre o lugar da consumação ou domicílio do réu, ainda 
que sabido o lugar da consumação (art. 73, CPP). 
 
 JECrim (art. 63, Lei 9.099/95)  contravenções penais e crimes com penas máxima até 2 anos; - competente é o lugar 
onde praticada a infração de menor potencial ofensiva; 
Onde foi praticada a ação ou omissão – teoria da atividade. 
 
 
 Competência por prerrogativa de função/competência originária/foro privilegiado – art. 84, CPP. 
 De acordo com a função exercida pelo acusado, a competência para o seu julgamento por prática de infração 
penal será atribuída diretamente a um tribunal. 
a) STF (art. 86, CPP): Presidente da República, Vice-Presidente, Advogado Geral da União, Presidente do Banco Central, 
Controlador Geral da União, Deputado Federal, Senadores, Ministros do STF, Procurador Geral da República; 
b) STJ: Governador, Desembargadores, Membros do TCE, membros do MP 2ºgrau; 
c) TJ: Prefeito1, Juízes de direito2, membros do MP 1º grau; 
1 súmula 702, STF – a competência do TJ para julgar prefeitos, restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos 
demais casos caberá o julgamento ao respectivo tribunal de 2º grau. (Observar súmulas 208, 209, STJ). 
2 – o Juiz é julgado pelo tribunal que está vinculado, ainda que o crime seja federal, ou tenha sido praticado em outro estado da federal. 
Exceção: Se o crime for eleitoral, assim será julgado pela T.R.E 
d) TRF: Juízes federais e MPF (atual 1ºgrau); 
e) Prerrogativa x Júri: Se o foro privilegiado estiver previsto na CF prevalece sobre a competência foro do Júri. 
 (Súmula vinculante 45 e súmula 721, STF). 
 Se for crime doloso contra a vida prevalece a competência do Júri sobre a prerrogativa de função, desde que 
só esteja a competência fixada na Constituição Estadual. 
f) Foro por prerrogativa de função X concurso de agente: No concurso de agente ocorrerá julgamento conjunto 
perante o foro privilegiado. 
No entanto, no caso de crime doloso contra a vida, haverá separação de processos a autoridade será julgada no 
foro e o coautora será julgado pelo Tribunal do Júri. 
 Ex. um juiz e um advogado praticam um homicídio  o juiz será julgado pelo TJ e o advogado pelo Tribunal do Júri. 
 
II. Competência da Justiça Federal (art. 109 da CF): 
a) Crimes políticos (art. 109,IV da CF e Lei 7.170/83): da sentença que julga o crime político caberá Recurso Ordinário Constitucional (art. 
102, II da CF) para o STF. 
b) A Justiça Federal não julga contravenção nem mesmo se for crime conexo. 
c) crimes contra bens, serviços e interesses da União, suas Autarquias e Empresas Públicas Federais (art. 109, IV da CF) 
 Para fins de processo penal a OAB e qualquer outro órgão de classe serão considerados autarquias federais; 
 Se o Correio for explorado por meio de franquias a competência é da Justiça Estadual. 
 Crimes contra sociedade de economia mista não são federais, por exemplo, crime contra o Banco do Brasil e Petrobras 
(súmula 42 do STJ); 
 O crime praticado contra funcionário público federal ou praticado por ele será de competência federal se relacionado ao 
exercício das suas funções (Súmula 147, STJ); 
 
d) Competente para julgar os crimes previstos em tratados ou convenções internacionais que sejam iniciados em um pais 
finalizados no Brasil e vice-versa – crime à distância (art. 109, V da CF); 
Exemplo: tráfico internacional de drogas (súmula 522, STF); racismo, pornografia infantil, xenofobia, etc. 
 
e) crimes contra a organização do trabalho (afetando a massa trabalhadora) e, nos casos de terminados por lei, contra o 
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira (art. 109, VI da CF) 
 O crime de redução à condição análoga a de escravo sempre será federal, ainda que afetando apenas um trabalhador. 
 Crimes contra a ordem tributária serão de competência federal se assim o tributo for. Logo, tributo estadual ou municipal a 
competência é da Justiça Estadual 
 Crime de moeda falsa (súmula 73, STJ). No entanto, se a falsificação for grosseira, o crime é de estelionato e a competência é 
estadual. 
 Crimes de adulteração de combustível são de competência da Justiça Estadual, pois a lei não prevê competência federal 
para este. 
f) Crimes cometidos a bordo de navio ou aeronave, ressalvada a competência da Justiça Militar, ainda que estiver no solo 
(art. 109, IX da CF) - Ler art. 88 a 90 do CPP. 
g) Crimes praticados no contexto de disputas sobre direitos indígenas (art. 109, XI da CF): 
 (Súmula 140, STJ)  em regra, o crime cometido contra indígena é de competência da Justiça Estadual. A competência será da Justiça 
Federal quando o crime for decorrente de disputa sobre direitos indígenas. 
 
 
5. TEORIA DE GERAL DA PROVA 
 
I. Prova ilícita (art. 5, LVI, CF c/c art. 157, CPP) 
Prova ilícita é aquela obtida com violação de normas Constitucionais e Legais. A prova ilícita é inadmissível. Deverá 
ser desentranhada do processo, com a consequente inutilização contra o acusado; 
II. Prova derivada da ilícita (art. 157, §2º, CPP). Também são inadmissíveis (Teoria dos frutos da árvore envenenada); 
 
5.1 Provas em espécies: 
a) Provas periciais (art. 159, CPP) 
 Peritos oficiais (art. 159, caput, CPP): Basta um perito oficial 
 Peritos não oficias ou louvados (art. 159, §1, CPP): mínimo dois peritos – portadoras de curso superior na área. 
a.1) Exame de corpo de delito: Vestígio material  existência do crime – Indispensável sua realização se for possível 
(art. 158, CPP) e a sua falta enseja nulidade processual (art. 564, III, “b”, CPP); 
Se desaparecerem os vestígio, inviabilizando a feitura do exame de corpo de delito, a prova testemunhal poderá suprir 
a falta da prova pericial, sendo prova supletiva (art. 167, CPP). 
 A confissão do acusado não será nunca suficiente para suprir sozinha a existência do crime (materialidade); 
 
b) Interrogatório judicial do acusado (art. 185, CPP) 
 Natureza jurídica mista/híbrida. 
 
meio de prova meio de defesa 
 
 Formalidades do interrogatório: 
 
 Advogado é presença OBRIGATÓRIA em todo interrogatório (art. 185, caput, CPP); 
 Antes do interrogatório é assegurado o chamado direito de entrevista prévia e reservada entre o defensor e 
acusado (art. 185, §5º, CPP) – Em caso de impedimento é considerado cerceamento de defesa 
 Ao final as partes podem formular perguntas ao acusado, que não é mais privativo do juiz (art. 188, CPP) 
 
No interrogatório o réu pode adotar 3 posturas: 
 Negar os fatos; 
 Confessar (confissão real) – art. 197, CPP 
 Direito ao silêncio, sendo que o silêncio não pode ser interpretado, o silêncio é nada. Sendo que o silencio também 
não gera confissão ficta ou presumida (art. 186, parágrafo único, CPP)  pela presunção de inocência. 
 
c) Testemunhas – Terceiro alheio ao crime (art. 202e ss, CPP) 
 Dever de comparecimento: 
 Sanções da ausência injustificada: 
 Condução coercitiva; 
 Responder por crime de desobediência (art. 330, CP). 
 Dever de depor (art. 206, CPP): 
 Recusar-se a depor comete crime de falso testemunho por calar a verdade (342, CPP); 
 Dever de falar a verdade (art. 203, CPP): 
 Falar a verdade, sob pena de crime de falso testemunha por faltar com a verdade. 
 
 
c) PROVA DOCUMENTAL (art. 231, CPP): 
 Regra geral: pode-se juntar documentos em qualquer momento; 
 Exceção: documentos que a parte queira ler ou exibir no plenário do Júri, deverão juntar com antecedência mínima de 3 
dias úteis à realização do julgamento (art. 479, CPP). 
 
 O Juiz pode determinar que se junte documentos “ex officio” independentemente de requerimento das partes, é a chamada 
iniciativa probatória do juiz (art. 234, CPP). 
 
6. PROCEDIMENTO COMUM 
 
Modalidades de procedimento (art. 394, CPP) 
a) Comum: 
Ordinário: crime com pena máxima maior ou igual > a 4 (quatro) anos. 
Sumário: crime pena máxima menor < 4 (quatro) anos. 
 Sumaríssimo: Infrações menor potencial ofensivo, crime com pena máxima, menor ou igual a 2 (dois) anos e Contravenções 
Penais. 
 
ORDINÁRIO SUMÁRIO 
Pena máxima igual ou maior 
a 4 anos 
pena máx maior que 2 anos e 
menor que 4 (quatro) anos 
8 Testemunhas 5 Testemunhas 
Audiência em 60 dias Audiência em 30 dias 
Pode requere diligências ao 
final da audiência 
Não há previsão expressa 
Pode memorias escritos. Não há previsão expressa 
 
 
I. Fluxograma – Procedimento comum ordinário 
 Denúncia rejeição/recebimento citaçãoresposta AIeJAbsolvição Sumária 
 
1. Recebimento da Denúncia 
a) Regra: O juiz não precisa motivar o recebimento da denúncia. 
 Juiz pode alterar a classificaçao de crime (art. 383, CPP) 
Exceções: 
JECRIM; 
 Tráfico de Drogas; 
Crimes de Responsabilidade de funcionário público; 
Rito de Competência originária. 
- Defesa antes do recebimento da denúncia. 
 
2. Rejeição da denúncia (art. 395, CPP). 
I. Manifestamente inepta; II. Faltar condição da ação/pressuposto processual; III. Faltar justa causa. 
Não confundir com absolvição sumária (art. 397, CPP). 
Da rejeição da denúncia em regra cabe RESE. 
No JECRIM cabe Apelação, prazo 10 dias. 
 
 3. Citação (art.351 a 368, CPP) 
 A falta de citação gera nulidade absoluta; 
 O defeito da citação gera nulidade relativa. 
 Modalidades de citação: 
a) Real: mandado 
 Preso: citado pessoalmente (art. 360, CPP) 
 Militar: citado pelo chefe do serviço (art. 358, CPP) 
 Estrangeiro: carta rogatória  enquanto não for cumprida a rogatória o prazo prescricional fica suspenso (art. 368, CPP); 
b) ficta: edital ou por hora certa. 
b.1) Hora certa: Ocorre quando o réu se oculta (art. 362, CPP)  Segue o rito do CPC; 
b.2) Citação por edital: Exceção. Tem prazo de 15 dias (art. 366, CPP); 
 Citado por edital não comparece e não constitui advogado, Juiz deve suspender processo e o prazo 
prescricional (Súmula 415, STJ); poderá decretar a prisão e/ou produzir prova urgente (Súmula 455, STJ) 
 A possiblidade da testemunha esquecer não é motivo para se antecipar provas; 
 Na citação hora certa ou na citação por mandado o juiz nomeia advogado, não incideo art. 366, CPP; 
Não há citação pelo correio no processo penal. 
 
4. Resposta acusação (art. 396 e 396-A, CPP). 
 Trata-se de peça obrigatória. 
 Prazo da resposta acusação é de 10 dias. 
 O termo inicial é a data da efetiva citação. 
 
5. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (art. 397, CPP) 
É diferente da absolvição sumária do Júri (Art. 415, CPP). 
I. Presença manifesta causa excludente da ilicitude; 
II. Presença culpabilidade, salvo inimputabilidade; 
III. Fato narrado evidentemente não é crime; 
IV. Extinta a punibilidade. 
 
6. AIDJ- AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E DECISÃO E JULGAMENTO (art. 400 a 405, do CPP). 
Sequência de atos praticados na audiência: 
Ofendido; 
Testemunhas acusação (O-8; S-5; SS-3); 
Testemunhas defesa (O-8; S-5; SS-3); 
Antes do assistente técnico, o perito; 
Acareação; 
Reconhecimento; 
Interrogatório; 
O Juiz decide sobre diligências – podem ser requeridas apenas se a necessidade surgiu na audiência. 
Debates acusação x defesa: 
 Acusação  20 minutos prorrogáveis 10 minutos. 
 Defesa  20 minutos prorrogáveis 10 minutos. 
 É possível a conversão dos debates orais por memorial por escrito 
 Causa complexa. 
 Vários acusados. 
 Deferida diligência. 
Prazo dos memoriais: 5 dias para acusação, 5 dias para defesa e 10 dias para Juiz. 
- memoriais da defesa são obrigatórios. 
 Sentença (absolutória art. 386, CPP e condenatória art. 387, CPP) 
 Detração penal para fins de regime (art. 397, parágrafo único, CPP) 
 “Emendatio e mutatio”. 
 
“Emendatio libelli”- art. 383, CPP “Mutatio libelli”- art. 384, CPP. 
Fato está descrito Fato não está descrito 
1º ou 2º grau Só no 1º grau 
Ação penal pública ou privada Ação penal pública ou privada subs. da pública 
Pode condenar por crime mais grave sem ouvir ninguém MP precise aditar a denúncia 
 
 
7. Procedimentos especiais 
 
7.1 – Procedimento do Tráfico de drogas – (Lei 11.343/06) 
 Inquérito policial – 30 dias preso e 90 dias solto; 
 Magistrado pode duplicar esses prazos, a pedido da autoridade policial, após ouvido o MP (art. 51, da Lei); 
 Número de testemunhas até 5 testemunhas (art. 54 da Lei); 
 O acusado será notificado para apresentar defesa prévia escrita, no prazo de 10 dias (art. 55, Lei); 
 Juiz recebe a denúncia/a defesa e manda citar o acusado para comparecer à audiência de instrução e julgamento (art. 56 da Lei); 
 Na audiência de Instrução e julgamento o acusado será interrogado, ouvida as testemunhas, palavra ao MP, depois ao 
defensor  prazo de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos (art. 57, da Lei). 
 
7.2 – Procedimento do Júri 
Crimes dolosos contra a vida (art. 5º, XXXVII, da CF). Tanto tentados, quanto consumados. 
Princípios específicos: 
 Plenitude de defesa: É maior do que ampla defesa porque os jurados são leigos e decidem pela íntima convicção, 
sendo possível, portanto a formulação de teses extrajurídicas. 
 Sigilo das Votações: Protege a livre manifestação dos jurados evitando pressões externas. 
 Soberania dos Veredictos: É dos jurados a competência para decidir sobre o mérito de modo que o Juiz togado 
e os Tribunais como regra não podem desrespeitar as suas decisões. 
 
O Rito é escalonado e possui 2 fases: 
1ª fase “judicium acusationis” – juiz de direito: 
 
 Recebimento da denúncia (art. 406, CPP) - O Juiz ordena a citação para apresentação de resposta no prazo de 10 
dias. 
 Réplica pela acusação (art. 409, CPP) - Acusação pode se manifestar em 5 dias sobre preliminares ou 
documentos apresentados pela defesa. 
 Audiência (art. 410, CPP) - Deve ser designada em até 10 dias. Nesta audiência, podem ser ouvidas até 8 
testemunhas de cada parte. 
 A produção de provas e os debates orais seguem as mesmas regras do Rito Comum Ordinário; 
 Após as alegações finais das partes, o Juiz deve proferir sentença imediatamente ou no prazo de 10 dias; 
 A 1ª Fase do Rito deve ser finalizada em até 90 dias (art. 412, do CPP). 
O Juiz poderá, ao final, proferir 4 tipos de decisões: 
 Pronúncia (art. 413, do CPP) 
 Por meio dessa decisão, o acusado é levado a julgamento em Plenário. Será proferida se presentes indícios 
suficientes de autoria e prova da materialidade. 
ATENÇÃO! Excesso de linguagem ou eloquência acusatória. Se o Juiz extrapolar a indicação dos requisitos para 
pronúncia a decisão será nula. 
Da decisão de pronúncia caberá RESE (art. 581, I, CPP). 
 Impronúncia (art. 414, do CPP) 
 Se o Juiz não se convence da existência de prova da materialidade e indício suficiente de autoria o processo o 
acusado será impronunciado, arquivando-se o processo. Porém, se surgirem novas provas, pode ser oferecida nova 
denúncia, desde, de que não esteja extinta a punibilidade (§ único do art. 414, CPP). 
Dessa decisão caberá apelação (art. 416, CPP). 
 Absolvição Sumária (art. 415, CPP) 
 No caso de inimputabilidade por doença mental só cabe absolvição sumária se esta for a única tese defensiva. 
Se houver outra tese e o Juiz não acolher deve pronunciar o réu para que os jurados decidam a respeito (§ único do 
art. 415, CPP). 
Contra essa decisão caberá apelação (art. 416, CPP). 
 Desclassificação (art. 419, CPP) 
 Se o Juiz se convencer da existência de infração penal e que essa não seja crime doloso contra vida deve remeter 
os autos ao juízo competente. Dessa decisão caberá RESE (art. 581, inc. II, do CPP). 
 
 macete: decisão começa com vogal  recurso começa com vogal; decisão começa com consoante recurso também. 
 
2ª fase “judicuim causae” – perante o Júri: 
Preclusa a decisão de pronúncia, os autos são encaminhados ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri (art. 421, do 
CPP). 
 Se o pronunciamento solto não for encontrado a intimação será feita por edital. 
Desaforamento: Consiste alteração do local de julgamento em Plenário para Júri de outra localidade. 
 É possível em 4 hipóteses: (art. 427 e 428, CPP). 
1. Quanto à ordem pública reclamar; 
2. Se houver dúvida sobre a imparcialidade dos jurados; 
3. Se houver dúvida sobre a segurança pessoal do acusado; 
4. Se o julgamento não ocorrer em até 6 meses do trânsito em julgado da pronúncia. 
 
Súmula 712, STF: É anula a decisão que determina o desaforamento sem prévia oitiva da defesa. 
Se a medida não for tomada de ofício ao Juiz, ele também deverá ser ouvido a respeito. 
 
 
Sessão de Julgamento: 
 Devem ser sorteados 25 jurados, previamente; 
 No dia da sessão deverão estar presentes 15 jurados, no mínimo, sendo que desses serão sorteados 7 para 
formação do Conselho de Sentença; 
Caso não se compete o mínimo de jurados, o Juiz deve sortear suplentes convocando nova seção para o dia útil 
seguinte (art. 464, CPP); 
 Cada parte terá direito a 3 recusas injustificadas. (Peremptórias e ilimitadas recusas justificadas); 
 Após os Jurados prestarem o compromisso inicia-se a instrução em Plenário, cada parte poderá arrolar 5 testemunhas 
para sessão de julgamento do Júri; 
 Ao final da instrução iniciam-se os debates em Plenário cada parte tem 1h e 30 h. 
Se houver mais de um acusado, o tempo é acrescido em 1 uma hora. 
Após, se houver réplica e tréplica no tempo de 1 hora que será dobrado se houver mais de um acusado. 
A parte - Pode ser concedido pelo Juiz Presidente por até 3 minutos. O tempo concedido para a parte será acrescido ao de 
quem estiver com a palavra. 
 
Art. 478, CPP  Durante os debates não é permitida menção a pronúncia ao uso de algemas ou ao silêncio do 
réu. 
Art. 479, CPP  Durante o Julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não 
tinha sido juntado aos autos com antecedências mínima de 3 dias úteis, dando-se ciência a parte contrária. 
 
Decisão dos Jurados: É feita por meio de votação de quesitos na sala secreta e tomada por maioria de votos. 
Quesitos:(art. 483, CPP). 
Materialidade; 
Autoria; 
Absolvição; 
- Causas de aumento e diminuição e qualificadoras. 
- Qualificadoras de tentativa ou desclassificação também haverá quesitos. 
 
O Juiz irá proferir a sentença de acordo com a decisão dos jurados. Se houver condenação, o Juiz fixa a pena e o 
regime cabível. 
Observação! Se os jurados desclassificarem o crime para crime de competência do Juiz singular caberá ao Juiz 
Presidente proferir a respectiva sentença. 
 
8. TEORIA GERAL DOS RECURSOS. 
É o mecanismo destinado ao reexame das decisões judiciais. Recurso (“re cursus” – caminhar para trás). 
I. Princípios recursais: 
 
a) Princípio da voluntariedade (art. 574, caput, CPP): O reexame da decisão proferida depende de manifestação de 
vontade da parte. Não há recurso sem que a parte interponha; A jurisdição é inerte, como regra; 
 
Exceção ao princípio da voluntariedade: Recurso “ex officio” /reexame necessário/duplo grau obrigatório de jurisdição: 
A Lei impõe “ex lege” que algumas decisões do juiz devem ser remetidas à superior instância. É uma condição 
objetiva para o transito em julgado (súmula 423, STF). 
 Cabimento: 
1. Decisão que concede “Habeas Corpus” em 1º grau (art. 574, I, CPP) 
2. Decisão que concede a reabilitação criminal (art. 746, CPP); 
3. Decisão de absolvição sumária (fim da 1ª fase) no rito do Júri; (doutrina discute que está revogada); 
4. Absolve ou arquiva o inquérito policial nos crimes contra a economia popular (art. 7º, Lei 1521/51). 
 
b) Princípio da proibição da “reformatio in pejus” o Tribunal não poderá agravar a situação do réu diante de um 
recurso interposto apenas pela defesa. Se a acusação também recorrer some a proibição 
b.1) Princípio da proibição da “reformatio in pejus” indireta se o Tribunal anular o processo, em razão de um 
recurso interposto apenas pela defesa, no novo julgamento, a situação do réu não poderá ser agravada. 
 
- “Reformatio in mellius” - Melhorar a situação do réu quando houver recurso exclusivo da acusação. Prevalece 
que sim, mesmo que só a acusação tenha recorrido. Não é vedada pela Lei, logo é permitada. 
 
c) Princípio da unirrecorribilidade das decisões: em regra, contra uma decisão cabe um só recurso. 
Exceção: em alguns casos cabe Recurso Especial e Extraordinário, casos estes em que a decisão do Tribunal ferir, 
simultaneamente, lei federal e Constituição. 
 
d) Princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias: decisão interlocutória é aquela que não julga o 
mérito. Em regra, as decisões interlocutórias no processo penal não admitem recurso. Esse princípio não é aplicável 
ao processo civil. 
Exceção: algumas decisões interlocutórias admitem RESE (Recurso em Sentido Estrito), por exemplo, as decisões relacionadas 
à fiança (art. 581, CPP). 
 
e) Princípio da fungibilidade recursal: em alguns casos, o Tribunal poderá aceitar o recurso errado, como se fosse 
o recurso correto. O CPP traz a ausência de má-fé como requisito legal; a doutrina adota, além da lei a inexistência 
de erro grosseiro o requisito. 
f) Princípio da complementariedade recursal: em raros casos, a parte poderá complementar o recurso que já foi 
interposto. 
 
 
II. Efeitos dos recursos: 
 
a) Efeito extensivo (art. 580, CPP): Quando ocorre concurso de agente. Haverá extensão do recurso de apenas um dos réus 
desde que seja fundado em motivo de caráter não exclusivamente pessoal, ou seja o que é pertinente ao fato, pois o que é 
aplicado ao fato se estende aos demais. 
b) Efeito devolutivo: todos os recursos têm, consiste em entregar ao Tribunal a matéria recorrida; 
c) Efeito suspensivo: alguns recursos têm. Consiste em suspender os efeitos da decisão recorrida. Por exemplo, 
apelação contra sentença condenatória de réu primário e de bons antecedentes; 
 
d) Efeito regressivo ou iterativo: nada mais é que a possibilidade do juízo de retratação; 
Existem três recursos que têm isso: RESE; Agravo em Execução; Carta Testemunhável. 
 
 
Pressupostos recursais: são os requisitos necessários à análise do mérito recursal. São pressupostos: 
a) Cabimento: previsão legal do recurso; 
b) Adequação: o recurso deve ser adequado para atacar aquela decisão; 
c) Tempestividade: o recurso tem que ser interposto no prazo legal; 
d) Regularidade: o recurso deve atender seus requisitos legais; 
e) Inexistência de fato impeditivo ou extintivo: fato impeditivo (renúncia) ocorre antes da interposição, já o 
extintivo (desistência) acontece depois da interposição; 
Obs.: o Ministério Público não pode desistir dos recursos por ele interpostos; 
 
f) Legitimidade: para recorrer deve ser uma das partes do processo; 
g) Interesse: sucumbência (total ou parcial). 
 
 
9. RECURSOS EM ESPÉCIE 
 
 Fluxograma inicial 
 
Denúncia Rejeição/Recebimento ...... Sentença 
 
 
 RESE Apelação 
 
 Negar segmento apelação 
 TJ cabe: 
 RESE 
 
Negar segmento RESE 
 Cabe: 
 
 Carta Testemunhável 
 
 
Tabela de prazos e recursos 
 
RECURSO PRAZO CABIMENTO PECULIARIDADE 
RESE Interp. 5 d - razões 2 dias art. 581, CPP art. 197, LEP – Súmulas 700 e 707, STF art. 82, 9.0099/95 
Apelação Interp. 5 d - razões 8 dias art. 583, CPP Súmulas 708, 713, STF 
Embar. infrin. e nulid. 10 Dias art. 609, § único, CPP. Efeito devolutivo restrito 
Embargos. de declaração. 2 dias art. 619, CPP Interrompe o prazo recursal; art. 83, 9.099/95; 
 
 
 Recurso em sentido estrito - RESE 
Cabimento – art. 581, CPP 
a) As hipóteses da execução penal estão revogadas. Toda decisão da execução penal gera agravo em execução 
e não RESE. O prazo do agravo em execução é o mesmo do RESE – 5 dias; 
b) Cabe RESE da decisão que rejeitar a denúncia ou queixa; 
 Se rejeitar o aditamento da denúncia ou queixa; 
 No JECrim não cabe RESE, da decisão que rejeita a denúncia ou a queixa, cabe apelação, prazo 10 dias. 
 Súmula 707, STF – nulidade pela falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões no RESE 
interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo; 
c) decisão do juiz que conceder ou negar HC (art. 581, X, CPP) 
 
decisão 
concede/nega RESE TJ TJ ROC 
 HC nega HC STJ 
 
 Apelação 
Cabimento – art. 593, CPP 
 Sentença absolutória/condenatória: Tudo aquilo que for decidido no corpo da sentença absolutória ou condenatória 
desafia apelação, ainda que apenas de parte da decisão se recorra. 
Exceção: sentença que julga crime político caberá ROC p/ STF  art. 102, II, CRFB. 
 
 Caberá apelação das decisões definitivas ou com força de definitivas. (Ex. Impronúncia, decisão que defere busca e 
apreensão, decisão que julga incidente de restituição de coisa apreendida, decisão que julga pedido de explicações nos 
crimes contra a honra). 
 
 Decisões do Tribunal do Júri (art, 593, III, CPP) 
 Nulidade posterior à pronuncia  procedência da apelação: anula o processo 
 Sentença do juiz presidente for contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;  procedência da apelação: retifica 
a sentença 
 Quando houver erro ou injustiça na aplicação da pena;  procedência da apelação: retifica a sentença. 
 Quando a decisão dos jurados for manifestamente contrária à provados autos  procedência da apelação: 
determinação de novo julgamento 
 
 O recurso com fundamento na alínea “d” do art. 593, III, do CPP, só pode ser utilizado uma única vez, seja pela 
acusação, ou pela defesa. 
 A devolutividade da apelação é dada pela interposição; 
 
 
 Outros aspectos da apelação: 
a) O réu pode apelar para mudar o fundamento da absolvição; 
b) O MP pode apelar em favor do réu 
c) O ofendido pode apelar em caso de inércia do MP, inclusive para aumentar a pena 
 
 Embargos infringentes e de Nulidade 
- Cabimento: (art. 609, parágrafo único, CPP): Cabe quando tiver voto vencido favorável a defesa no julgamento de 
apelação, RESE ou agravo em execução; 
 
 
 Embargos de declaração 
 
CPP JeCrim 
Obscuridade, contradição, 
omissão 
Obscuridade, 
contradição, omissão 
Ambiguidade Dúvida 
2 dias 5 dias 
Interrompe o prazo recursal Suspense o prazo recursal 
 
 
10. AÇÕES AUTÔNOMAS IMPUGNATIVAS 
 
 MANDADO DE SEGURANÇA EM MATÉRIA CRIMINAL 
 Cabimento: 
 Acesso aos autos do Inquérito Policial; 
 Contra decisão do delegado sobre a restituição de coisa apreendida; 
 Para a obtenção dos efeitos da tutela recursal em recurso que não tenha esta previsão; 
Ex. Jack Estripador 
 
 Juiz nega MP interpõe RESE TJ 
Prisão preventiva 
 
 Impetra MS ao mesmo tempo do RESE 
 
 
 
 O Réu é litisconsorte passivo necessário no MS impetrado pelo MP (Súmula 701, STF) 
 
 REVISÃO CRIMINAL (art. 621, CPP) 
 Legitimado ativo: o réu e se morto o CADI; O MP NÃO pode propor revisão criminal, nem mesmo em favor do réu. 
 Cabimento: 
Quando houver o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. 
 NÃO cabe revisão criminal para mudar o fundamento da absolvição transitada em julgado; 
 EXCEÇÃO: Cabe Revisão criminal da sentença absolutória imprópria, àquela que aplica medida de segurança. 
 
I. Sentença condenatória contrária ao texto expresso da lei penal ou a evidência dos autos; 
 II. Fundada em prova falsa 
 III. Surgir novas provas de inocência do condenado 
 
 A prova é produzida em um procedimento chamado justificação criminal – cautelar de produção antecipada de provas; 
 
 O TRIBUNAL poderá (art. 626, CPP): 
o Anular o processo; 
o Diminuir a pena; 
o Absolver; 
o Desclassificar (alterar a classificação); 
o Reconhecer o direito a indenização em caso de erro judiciário (art. 630, CPP)  Valor será objeto de liquidação de sentença; 
 
 
 
 HABEAS CORPUS 
 Legitimidade: Qualquer pessoa, inclusive o Ministério Público poderá impetrar, mesmo em favor do réu. 
 Competência: Dada pela autoridade coatora. Delegado  Juiz  TJ  STJ  STF. No caso de Turma recursal é para 
o TJ ou TRF (Juizado Federal); 
 Cabimento (art. 647, CPP e art. 5º, LXVIII, CRFB): lesão ou ameaça de lesão à liberdade de locomoção; 
 Modalidades de HC: 
a) Preventivo: ameaça potencial à liberdade de locomoção; 
b) Liberatório: quando houver lesão ou ameaça concreta de lesão à locomoção; 
 
 Não cabe HC se já extinta a pena privativa de liberdade (súmula 695, STF); 
 Não cabe HC contra pena de multa ou relativo a processo a que ela seja a única cominada (súmula 693, STF).

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