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e d i t o r a
goe l l n e r
Alcindo Neckel
David Peres da Rosa
(Org.)
Alcindo Neckel
David Peres da Rosa
(Org.)
Geoprocessamento
e suas diferentes 
aplicabilidades
e d i t o r a
goe l l n e r
2013
Sumário
6 Apresentação
9 Prefácio
12 Resumos
CAPÍTULO I
18 Geoprocessamento como suporte ao desenvolvimento 
 da aquicultura marinha
Eduardo Guilherme Gentil de Farias
CAPÍTULO II
44 Geoprocessamento: uma análise dos dados coletados 
 a campo com o GPs de precisão e de navegação 
 em comparação com os dados obtidos o Google earth, 
 relativamente à mesma área de amostragem
Serleni Geni Sossmeier 
Jéssica Piroli 
Alcindo Neckel
CAPÍTULO III
62 Técnicas de geoprocessamento aplicado ao 
 planejamento ambiental municipal
Pedro Roberto de A. Madruga
CAPÍTULO IV
88 O uso do geoprocessamento: uma análise de duas áreas 
 no Instituto federal de educação, Ciência e Tecnologia 
 do Rio Grande do sul - IfRs, campus de sertão/Rs
Daiane Tonet 
Serleni Geni Sossmeier 
Jéssica Piroli
Alcindo Neckel
CAPÍTULO V
116	 Geoprocessamento	aplicado	à	fiscalização	de	áreas	de	 
 proteção permanente – a prática na área de proteção 
 ambiental “Mestre álvaro” – serra - es
Caroline Araujo Costa Nardoto
João Pinto Nardoto
Rodrigo Bettim Bergamaschi
CAPÍTULO VI
134 Aplicabilidade do geoprocessamento no cemitério central 
 da cidade de Marau/Rs - brasil
Fábio Remedi Trindade
Alcindo Neckel
Felipe Pesini
Apresentação
O processamento de dados com coordenadas deli-mitas, ou seja, georreferenciadas, dá origem ini-cialmente ao Geoprocessamento, que, por meio 
de softwares específicos, desenvolve o processamento de 
informações cartográficas. Por muito tempo, esse método 
foi utilizado com finalidade de locação de área de explo-
ração. Contudo, atualmente, o Geoprocessamento possui 
um uso infinito de gerenciamento, podendo ser emprega-
do em diversas áreas.
Em face disso, o presente livro traz à tona o tema 
Geoprocessamento, assunto que cada vez mais está pre-
sente nos meios agrícola, acadêmico e até civil.
Conforme se disse, até aproximadamente 20 anos 
atrás, com exceção dos profissionais que trabalhavam na 
área de cartografia ou de topografia, poucos profissionais 
tinham conhecimento acerca do que se tratava o Geopro-
cessamento. Hoje em dia, com a pressão governamental 
e da própria população para o cumprimento da legisla-
ção, esse tema está cada vez mais conhecido pela popula-
ção em geral. E assim o é tendo em vista que tal processo 
vem sendo utilizado tanto para delimitar áreas de reser-
va legal ou áreas de preservação permanente, quanto, 
ainda, para demarcar territórios de exploração agrícola, 
florestal ou pecuária, e até mesmo para estudos sociais, 
como para o mapeamento de escolas e de doenças. En-
fim, hodiernamente, qualquer informação pode ser geor-
refenciada para servir de base para futuros estudos.
7
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
Objetivando a geração de informação sobre esse assunto, no 
qual ainda há muitas lacunas, muitas incógnitas e muitas dúvi-
das, o Professor Alcindo Neckel convidou o Professor Doutor David 
Peres da Rosa para dar início a um trabalho de pesquisa, a ser 
desenvolvido por um grupo de estudo formado por acadêmicos do 
curso de Agronomia do Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia do Rio Grande do Sul - Câmpus Sertão. O grupo foi for-
mado por pesquisadores com uma rica diversidade de conhecimento 
e cultura, pois nele havia acadêmicos de diversos semestres, dentre 
os quais alguns moravam na cidade, outros no campo, alguns eram 
bolsistas de iniciação científica. Tratava-se, em verdade, de um gru-
po seleto que se dispôs a realizar estudos na área de geoprocessa-
mento sem qualquer remuneração para tal. Ganharam apenas, é 
claro, o conhecimento.
Durante aproximadamente 12 meses, os integrantes do gru-
po de estudos, sob a orientação do Prof. Alcindo e do Prof. David, 
estudaram, revisaram, levantaram dados, discutiram, trocaram 
e-mails, reuniram-se e escreveram alguns capítulos que se encon-
tram nesse livro, buscando gerar informação útil para os técnicos 
de campo e para os interessados na área. 
Contudo, os professores Alcindo e David não se satisfizeram 
tão somente com tal trabalho, embora tenha sido muito produtivo. 
A partir daí, resolverem incrementar o livro. E, para tal, em visita 
ao Departamento de Geomática da Universidade Federal de Santa 
Maria, em janeiro de 2013, convidaram o Professor Doutor Pedro 
Roberto de A. Madruga para participar desse projeto. E sua respos-
ta foi positiva. O Prof. Pedro, popularmente chamado de Madruga, 
traz para esse material o seu conhecimento, que julgamos de gran-
de valia, haja vista seu vasto conhecimento nessa área. 
Expandindo o projeto, abrangendo outras áreas, convidamos o 
pesquisador visitante do Marine Sensing and Simulation Group, no 
Texas A&M University - EUA, o Dr. Eduardo Guilherme Gentil de 
8
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
Farias e, também, Caroline Araujo Costa Nardoto, João Pinto Nar-
doto e Rodrigo Bettim Bergamaschi para darem sua contribuição.
Como resultado, pode-se verificar que essa proposta abrange o 
geoprocessamento na área agrícola, nos capítulos II e IV, na área de 
pesca, no capítulo I, na área de gestão ambiental, nos capítulos III e 
V, e na área de planejamento urbano, no capítulo VI, demonstrando, 
em um só livro, 3 grandes usos do geoprocessamento. 
Para manter esse livro útil e atual, solicita-se aos leitores e 
usuários que enviem ao editor suas críticas, sugestões e correções. 
Tudo será utilizado nas futuras publicações do grupo.
Salienta-se, ainda, o empenho da equipe que, em pouco tempo, 
conseguiu gerar essa publicação que vem a agregar conhecimento a 
essa grande área que é o Geoprocessamento.
Prefácio
O livro Geoprocessamento e suas aplicabilidades buscou difundir algumas formas de aplicação do tema, que cada vez aparece mais na mídia, disse-
minando, assim, informações práticas e úteis que podem 
ser empregadas por técnicos de campo e também pelo 
poder público.
O capítulo I traz informações sobre o geoproces-
samento na área de pesca, a partir do trabalho do pes-
quisador Dr. Eduardo Guilherme Gentil de Farias, cujo 
currículo está voltado para essa área. Esse setor, que 
emprega o uso sensoriamento remoto há algum tempo, 
carece de informações. E, nesse ponto, essa matéria é 
enfatizada na importância estratégica que as geotecno-
logias possuem no desenvolvimento da atividade aquí-
cola, frente aos desafios inerentes aos múltiplos usos do 
litoral brasileiro. Nesse contexto, visa a estimular o inte-
resse de instituições, de pesquisadores e de profissionais 
ligados à área de recursos pesqueiros e de engenharia de 
pesca a fazerem uso de dados geoespaciais como ferra-
menta para o desenvolvimento sustentável da aquicul-
tura nacional.
O Geoprocessoamento dá-se não só na área de aquí-
cola, mas também no meio urbano, no qual o planejamen-
to cada vez mais vem sendo exigido pela comunidade, 
principalmente no que tange ao planejamento ambien-
tal. E, nesse quesito, o capítulo III, da lavra do Professor 
Doutor Pedro Roberto de A. Madruga, da Universidade 
10
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
Federal de Santa Maria, traz informações e estudos realizados em 
seu Departamento. Lá, o Dr. Madruga coordena um projeto-piloto 
que tem como objetivo divulgar as técnicas de geoprocessamento 
para a comunidade técnico-científica, e em especial aos profissio-
nais que atuam na elaboração e na utilização de mapas básicos e 
temáticos, visando primeiramente ao planejamento urbano, rural e 
ambiental de municípios de pequeno e médio porte. No capítulo, são 
abordadas técnicas de geopreocessamento empregadas no planeja-
mento ambiental municipalda região chamada Quarta Colônia de 
Imigração do Rio Grande do Sul, localizada na região Centro-Oeste 
do Estado. Na atual condição em que os municípios se encontram, 
há preconização para a atual legislação, e, nesse ponto, o sensoria-
mento remoto e os sistemas de informação geográfica (SIG) são as 
ferramentas fundamentais de planejamento.
Os capítulos II, IV e VI foram elaborados pelo grupo de estudos 
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Gran-
de do Sul – Câmpus Sertão (IFRS – Câmpus Sertão), composto pelos 
acadêmicos do curso de Bacharelado em Agronomia: Daiane Tonet, 
Serleni Geni Sossmeier, Jéssica Piroli e Felipe Pesini, além do Tec-
nólogo em Gestão Ambiental Fábio Remedi Trindade, contando com 
a orientação do Professor Alcindo Neckel. 
Assim, o capítulo II traz à tona uma dúvida que se tem no dia a 
dia, a respeito de qual seria a ferramenta a ser utilizada para medi-
ção de área. Ou, ainda, qual é o erro possível de ocorrer na utiliza-
ção de cada ferramenta. Nesse ponto, é realizada uma comparação 
entre os dados de um GPS de precisão contra um de navegação, con-
trastados com os dados obtidos no Google Earth, uma vez que se tra-
ta de ferramenta de fácil acesso, havendo, contudo, a necessidade de 
saber as implicações de sua utilização em determinadas atividades.
No capítulo IV é abordada a caracterização do relevo de duas 
áreas agrícola pertencentes ao IFRS – Câmpus Sertão. Para tal, 
foi realizado um estudo em duas áreas de topografia acentuada, 
buscando situações de declive e aclive e representando-as por meio 
do Sistema de Informações Geográficas (SIG). Tal informação é im-
portante para quem trabalha com manejo do solo para produção 
11
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
vegetal, pois o planejamento das culturas, dos tipos de cultivares, 
a instalação de terraços para o controle de erosão, o sentido de se-
meadura, com essa informação, ficam facilitadas e é otimizado o 
gerenciamento e a gestão da área.
Com relação ao planejamento territorial de municípios, é cada 
vez mais comum, no dia a dia, estudos ambientais aplicados a esse 
fim. Contudo, há vários municípios que desconhecem esse assun-
to, principalmente aqueles com menor população. Nesse contexto, 
o capítulo V traz informações sobre o uso do sensoriamento remoto 
na fiscalização de áreas de preservação permanente no município 
de Serra no Espírito Santo. Esse capítulo, elaborado por Caroline 
Araujo Costa Nardoto, João Pinto Nardoto e Rodrigo Bettim Ber-
gamaschi (mestrando em Geografia na UFES e Analista do setor 
de Geoprocessamento do Instituto Jones dos Santos Neves – IJSN), 
visa principalmente à delimitação e ao controle de Área de Preser-
vação Ambiental, realizados por meio da análise da situação am-
biental de infrações de Áreas de Proteção Permanentes (APPs) uti-
lizando a tecnologia associada aos Sistemas de Informações Geográ-
ficas (SIGs).
Por fim, o capítulo VI traz outro uso do geoprocessamento: na 
gestão de informações. Nesse ponto, demonstra um estudo sobre a 
contaminação por necrochorume e outros contaminantes num ce-
mitério público do município de Marau (RS). Esse estudo visou a 
verificar indícios e, ainda, a chamar a atenção dos cidadãos e do 
poder público para a grande importância de um ambiente salubre. 
A importância dessa matéria é grande, haja vista que, independen-
temente do tamanho da cidade, ou até mesmo da comunidade rural, 
geralmente há cemitérios, e sua gestão ambiental é importante.
Esperamos que esse trabalho auxilie a difundir as aplicações 
do georreferenciamento e, bem assim, desperte o interesse de mais 
pessoas nessa área.
David Peres da Rosa
Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia 
do Rio Grande do Sul – Câmpus Sertão
Resumos
Pesquisas científicas voltadas para geotecnologias
CAPíTULO I
Geoprocessamento como suporte ao 
desenvolvimento da aquicultura marinha - 
Eduardo Guilherme Gentil de Farias
Os recentes avanços das técnicas de geoprocessamento 
associadas ao desenvolvimento computacional das últi-
mas décadas, têm se mostrado úteis no gerenciamento 
de projetos em aquicultura. Dados meteo-oceanográfi-
cos, tais como: temperatura da superfície do mar, cor-
rentes marinhas, altura significativa de ondas, concen-
tração de clorofila, intensidade dos campos de ventos e 
batimetria, manipulados em ambientes de Sistemas de 
Informações Geográficas (SIG), têm possibilitado cada 
vez mais, uma análise espacial quantitativa dos ecossis-
temas aquáticos, facilitando assim, a implementação e 
a gestão de parques aquícolas. Devido a relevância do 
tema e a escassez de literatura apropriada sobre o as-
sunto no idioma português, o presente capítulo tem como 
objetivo fornecer elementos fundamentais que propiciem 
o entendimento básico acerca do uso integrado de dados 
ambientais num SIG, enfatizando a importância estra-
tégica que as geotecnologias possuem para o desenvol-
13
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
vimento da atividade aquícola, frente aos desafios inerentes aos 
múltiplos usos do litoral brasileiro. Adicionalmente, este trabalho 
se propõe a estimular o interesse de instituições, pesquisadores e 
profissionais ligados a área de recursos pesqueiros e engenharia de 
pesca, a fazerem uso de dados geoespaciais como ferramenta para o 
desenvolvimento sustentável da aquicultura nacional. 
Palavras-chave: Geoprocessamento, aquicultura e desenvolvimento 
sustentável.
CAPíTULO II
Geoprocessamento: uma análise dos dados coletados 
a campo com o gps de precisão e de navegação em 
comparação com os dados obtidos no Google Earth, 
relativamente à mesma área de amostragem - Serleni 
Geni Sossmeier - Jéssica Piroli - Alcindo Neckel
O desenvolvimento da tecnologia para a localização de alvos na su-
perfície terrestre pode ser representada por meio de dados obtidos 
no programa Google Earth e com GPS de navegação, ou de precisão. 
Para uma análise mais detalhada dos dados, foram selecionadas 
duas áreas, que pertencem ao Instituto de Educação, Ciência e Tec-
nologia do Rio Grande do Sul, Câmpus Sertão, situado no Distrito 
Engenheiro Luiz Englert, no Município de Sertão/RS. Metodologi-
camente, o estudo foi dividido em duas etapas: na primeira proce-
deu-se ao levantamento de dados a campo (coleta das coordenadas 
e da altitude) e a segunda etapa consistiu na compilação dos dados 
extraídos a campo, com o uso do programa Google Earth, TrasCord 
e SURFER 10. Os resultados da pesquisa mostraram que é possível 
usar o software Google Earth e o GPS de navegação para a verifica-
14
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
ção planialtimétrica do território, pois, mesmo que haja erro entre 
as imagens, os dados muitas vezes podem ser confiáveis, podendo 
ser utilizados em ações que não necessitem de exatidão. Já para as 
que necessitarem de exatidão, o GPS de precisão é mais confiável. 
Este estudo pretende demonstrar as diferenças obtidas a partir do 
uso dessas tecnologias voltadas ao geoprocessamento. 
Palavras-chave: Geoprocessamento. Tecnologias. Coordenadas Geo-
gráficas.
CAPíTULO III
Técnicas de geoprocessamento aplicado ao 
planejamento ambiental municipal 
- Pedro Roberto de A. Madruga
Diante da necessidade do planejamento municipal levando em con-
sideração a questão ambiental, de forma a contemplar o que preco-
niza a atual legislação, as técnicas de geoprocessamento, em espe-
cial o sensoriamento remoto e os sistemas de informação geográfica 
(SIG) são as ferramentas fundamentais neste planejamento. Neste 
sentido, o presente trabalho tem como objetivo geral desenvolver 
uma metodologia utilizando técnicas de geoprocessamento como 
forma de facilitar o planejamento ambiental em nível de municí-
pio. Como objetivos específicos definiram-se: Elaboração dos mapas 
base e temáticosnecessários ao planejamento ambiental, quais se-
jam: Mapa base político administrativo da área rural, uso da terra, 
planialtimétrico, rede viária, hidrográfico, hipsométrico, classes de 
declividade, áreas de preservação permanente (APPs) e conflitos de 
uso da terra. Como área de estudo foi escolhida a região denomina-
da de Quarta Colônia de Imigração do Rio Grande do Sul, localizada 
na região Centro-Oeste do Estado, entre Santa Maria e Cachoeira 
15
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
do Sul. Como resultados foram obtidos os mapas propostos nos ob-
jetivos, utilizando-se as tecnologias de geoprocessamento, concluin-
do que as técnicas utilizadas prestaram-se aos objetivos propostos, 
mostrando a realidade ambiental da região, principalmente no que 
tange as áreas de preservação permanente e seus respectivos con-
flitos de uso da terra.
Palavras-chave: Geoprocessamento, mapas base e mapas temáticos.
CAPíTULO IV
O uso do geoprocessamento: uma análise de duas áreas no 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio 
Grande do Sul - IFRS, Campus de Sertão/RS - Daiane Tonet 
- Serleni Geni Sossmeier - Jéssica Piroli - Alcindo Neckel
O campus do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), loca-
lizado no município de Sertão/RS, tem como peculiaridade ser for-
mado por diferentes representações de relevo. Buscando caracte-
rizar essa representação de terreno, a pesquisa objetiva trabalhar 
com o geoprocessamento em duas áreas mais acentuadas, tanto em 
declive, como em aclive buscando uma representação da realidade, 
por meio do Sistema de Informações Geográficas (SIG), com coleta, 
informação, manipulação, análise e representação de informações 
sobre a espacialidade. Metodologicamente, para o desenvolvimento 
deste trabalho foram utilizados o Sistema de Posicionamento Global 
(GPS) de precisão e de navegação, pelos quais foram coletadas as 
Coordenadas Geográficas (Latitude e Longitude) e a altitude. Para 
o processamento de dados, utilizou-se o software Surfer 10 e Track 
Maker. A pesquisa teve como resultado a obtenção de informação 
que permitiu a configuração da representação de um plano real da 
16
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
área analisada, comparando, assim, suas particularidades planial-
timétricas do local em três dimensões (3D). As variações de terreno 
mostradas neste estudo podem ser muito úteis para profissionais da 
área do geoprocessamento que queiram detalhar o terreno e anali-
sar suas características próprias. 
Palavras-chave: Geoprocessamento, Mapeamento, SIG.
CAPíTULO V
Geoprocessamento aplicado à fiscalização de áreas de 
proteção permanente – a prática na área de proteção 
ambiental “Mestre Álvaro” – Serra–ES - Caroline Araujo 
Costa Nardoto - João Pinto Nardoto - Rodrigo Bettim 
Bergamaschi
O presente trabalho objetiva contribuir para os estudos ambientais 
aplicados ao planejamento territorial no município de Serra (ES), 
com aplicação metodológica na Área de Preservação Ambiental Mes-
tre Álvaro, por meio da análise da situação ambiental de infrações 
de Áreas de Proteção Permanentes (APP's) da área. Para tanto será 
utilizada tecnologia associada aos Sistemas de Informações Geográ-
ficas (SIG's), cujo crescente avanço é de grande utilidade ao suporte 
de políticas públicas, devido à facilidade e eficiência de seu uso. Jus-
tifica-se pela necessidade de identificação das áreas em desacordo 
com a lei de proteção permanente, sobretudo nas áreas urbanas e, 
logo, de esclarecimento de seu quadro urbano-ambiental, como uma 
das maneiras de auxiliar a institucionalização do desenvolvimento 
de modo sustentável. Por meio dos resultados de identificação das 
APP's, dar-se respaldo aos órgãos competentes à administração de 
tais para que promovam penalidades aos transgressores, como o 
impedimento dos usos indevidos por meio de multas financeiras ou 
17
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
aplicações de modelos de recuperação das áreas culpadamente de-
gradadas. Além disso, as análises descritas e as bases de dados ge-
radas poderão servir de suporte a outros estudos ambientais, como 
o monitoramento das infrações.
Palavras-chave: Geoprocessamento, análise ambiental, áreas de 
proteção permanente.
CAPíTULO VI
Aplicabilidade do geoprocessamento no cemitério central 
da cidade de Marau/RS – Brasil - Fábio Remedi Trindade - 
Alcindo Neckel - Felipe Pisini
Esta pesquisa tem como objetivo chamar a atenção dos cidadãos 
e do poder público para a grande importância de um ambiente sa-
lubre e em interação contínua com o ser humano, usando-se da-
dos geoprocessados no Software Surfer 10. Apresenta-se o relato 
de um levantamento de dados provenientes de um estudo realizado 
no cemitério central do município de Marau, no Rio Grande do Sul. 
Analisou-se a quantidade, tipos e locais de sepultamentos. Houve, 
também, a coleta de amostras de solo no local para verificação de in-
dícios relacionados à contaminação por necrochorume e outros con-
taminantes. Constatou-se que se faz necessária a gestão ambiental 
dos cemitérios, para a minimização de riscos à saúde humana por 
bactérias encontradas no solo. Os dados foram coletados, organi-
zados e demonstrados em mapas, onde demonstram os diferentes 
cenários e graus de contaminação do solo encontrada.
Palavras-chave: Cemitério. Geoprocessamento. Contaminação. 
Geoprocessamento como 
suporte ao desenvolvimento da 
aquicultura marinha
Eduardo Guilherme Gentil de Farias*
1 Introdução
Nos últimos anos, a produção mundial de pescado capturado, encontra-se estabilizada em torno de 90 milhões de toneladas, sendo que a maioria dos 
estoques pesqueiros tradicionais encontram-se em declí-
nio (FAO, 2012). Esse panorama, deve-se principalmen-
te a sobre pesca e a destruição dos habitats naturais, 
ocasionados pela expansão das atividades antrópicas 
(FAO, 2012). Considerando a crescente demanda por ali-
mentos, devido ao crescimento exponencial da população 
do planeta, a aquicultura vem despontando como uma 
das principais alternativas para a geração de pescados 
(KENNISH, 2001). Essa tendência mundial foi obser-
vada por Borguetti et al., (2003). Analisando dados do 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos re-
nováveis (IBAMA) e da Organização das Nações Unidas 
para Alimentação (FAO), os autores mostraram que a 
CA
PÍ
TU
LO
 I
* engenheiro de Pesca – Dr. sensoriamento Remoto (INPe). e-mail: gentil@
dsr.inpe.br
19
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
produção aquícola mundial apresentou um incremento de 187% em 
11 anos (1990 a 2001), enquanto a pesca experimentou um aumento 
de apenas 7,8% para o mesmo período. 
A aquicultura pode ser definida como o conjunto de técnicas in-
terdisciplinares dedicadas ao cultivo de organismos aquáticos, como 
por exemplo: moluscos, crustáceos, plantas aquáticas e peixes. De 
acordo com Thomas et al. (2011), o sucesso da atividade aquícola 
está diretamente relacionado com a correta manutenção desses or-
ganismos em cativeiro, o que implica na intervenção humana no 
processo de criação, visando assim, um incremento na produção de 
biomassa. 
Segundo Ryan (2004), é possível setorizar a aquicultura mari-
nha (maricultura), considerando a distância física em que os em-
preendimentos se encontram em relação à faixa de praia. Bridger 
et al. (2004), considerou que a aquicultura marinha pode ser pra-
ticada em quatro compartimentos ambientais distintos, separados 
de acordo com a vulnerabilidade da área de cultivo frente a pos-
síveis alterações do ambiente. Nomeadamente, estas sub-regiões 
são: terrestres (viveiros escavados em regiões estuarinas), costeiras 
(estruturas instaladas em regiões de baías e enseadas), expostas 
(estruturas instaladas em pontos adjacentes a faixa de praia, numa 
distância inferiora 2 quilômetros) e áreas offshore (estruturas ins-
taladas numa distância superior a 2 quilômetros em direção ao mar, 
tendo-se como referência, a linha de costa). Muir (1998), classificou 
a aquicultura marinha como costeira e offshore. Essa classificação 
considera quatro critérios distintos, sendo estes: localização, meio 
ambiente, acesso e operação (Tabela 1). 
20
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
Tabela 1 – Características da aquicultura costeira e offshore.
Características Aquicultura costeira Aquicultura offshore
Localização/Hidrografia 0-2 quilômetros da costa. >2 quilômetros da costa.
Meio Ambiente
Hs <= 1 metro; ventos 
brandos (<= 5 metros/
segundo); presença 
de correntes costeiras 
localizadas	e	presença	de	
correntes de maré
Hs médio entre 1-4 metros, 
com possível exposição a 
marulhos; ventos superiores 
a 5 metros/segundo e 
ausência de correntes 
costeiras.
Acesso fácil acesso Acessível periodicamente (custo elevado)
Operação
Regular; fácil monitoramento 
e administração manual da 
alimentação dos indivíduos 
cultivados 
Remota; monitoramento 
esporático e alimentadores 
automáticos
Terminologia:	Hs	corresponde	a	altura	significativa	de	ondas.	Maiores	detalhes	em:	Houlthuijsen	
(2007). 
fonte: Adaptado de Muir (1998). 
É importante salientar que, os conceitos apresentados para 
aquicultura costeira e offshore, possuem estreita relação com a 
distância entre a faixa de praia e o espaço físico utilizado para a 
implantação de empreendimentos vocacionados ao cultivo de orga-
nismos aquáticos. Contudo, veremos adiante que, a partir de infe-
rência geográfica multi-paramétrica, poderemos definir com maior 
precisão os locais para a prática da aquicultura. De fato, são os re-
quisitos biológicos dos organismos cultivados, as estruturas de cul-
tivo e o meio físico que definem conjuntamente o potencial para a 
aquicultura marinha (FAO, 2007). Nessa perspectiva, a distância do 
empreendimento em relação à linha de costa adjacente possui pouco 
significado analítico. 
Considerando o papel estratégico da aquicultura na produção 
de pescados, alguns países como a Noruega, Nova Zelândia, Tailân-
dia, índia e China já incluíram em seus planos nacionais de gestão 
integrada da zona costeira, um conjunto de diretrizes ambientais 
para a expansão da maricultura (TACON et al., 2006).
21
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
Buscando um melhor gerenciamento da aquicultura em Águas 
da União e frente às novas demandas globais por sustentabilida-
de, o Brasil lançou o Programa Nacional de Desenvolvimento da 
Maricultura (PLDM), através do Ministério da Pesca e Aquicultura 
(MPA). É importante salientar que esta é a primeira iniciativa na-
cional de ordenamento geoespacial com foco setorial na maricultura 
brasileira (VIANNA et al., 2012). O objetivo dos PLDM's, é geren-
ciar os conflitos gerados pelos múltiplos usos da zona costeira, ga-
rantindo a integração das diferentes atividades econômicas e recre-
acionais inseridas no litoral brasileiro. Essa integração passa neces-
sariamente por um processo político-social que envolve diferentes 
interesses, ordenados por um sistema normativo e legal que deve 
estar em consonância com princípios técnico-científicos, democráti-
cos e éticos (VIANNA et al., 2012). 
Segundo Silva et al. (2011), os objetivos de projetos dessa natu-
reza, geralmente incluem: a correta alocação dos recursos naturais 
para cada uma das funções ou atividades competidoras, a resolução 
ou minimização de conflitos, a minimização dos impactos ambien-
tais e a conservação dos recursos naturais.
Buitrago (2005), relata que o uso de técnicas de geoprocessa-
mento podem auxiliar no gerenciamento da aquicultura marinha, 
permitindo a identificação de áreas potenciais e a delimitação de 
parques aquícolas, levando-se em consideração os múltiplos usos 
da região costeira e as necessidades biológicas fundamentais para o 
desenvolvimento dos organismos a serem cultivados.
Buscando estabelecer bases sustentáveis para a correta escolha 
de locais para a implantação de unidades aquícolas, faz-se necessá-
rio o entendimento da relação entre o comportamento dos diferen-
tes recursos pesqueiros frente à variabilidade ambiental (SALLES, 
2006). Desta forma, é possível melhorar a eficiência do cultivo, de 
modo a ser possível produzir uma máxima quantidade de biomassa 
a um menor custo.
22
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
Nesse sentido, o uso de técnicas de geoprocessamento possibi-
lita o desenvolvimento de estudos considerando as peculiaridades 
de cada ambiente, otimizando as tarefas de análise de um volumo-
so e intricado conjunto de parâmetros ambientais (SZUSTER; AL-
BASRI, 2010). Assim, é possível gerar informações que subsidiam 
o gerenciamento das áreas de cultivo, disponibilizando informações 
às comunidades produtoras e aos órgãos de fomento competentes 
(TOVAR et al., 2000). 
O presente capítulo tem como objetivo fornecer elementos fun-
damentais que propiciem o entendimento básico acerca do uso in-
tegrado de dados ambientais num SIG, enfatizando a importância 
que estes possuem na escolha de sítios adequados para o desenvol-
vimento da maricultura. Adicionalmente, este trabalho se propõe a 
estimular o interesse de instituições, pesquisadores e profissionais 
ligados a área de recursos pesqueiros e engenharia de pesca, a faze-
rem uso de dados geoespaciais como ferramenta para o desenvolvi-
mento sustentável da aquicultura nacional. 
2 Geoprocessamento e aquicultura
Definições e considerações pertinentes
A distribuição geográfica de parâmetros ambientais sempre 
possuiu papel fundamental na tomada de decisões das atividades 
das sociedades organizadas (CÂMARA et al., 2003). Contudo, até a 
primeira metade do século XX, isto era feito apenas em documentos 
e mapas em papel, o que impedia uma análise integrada a partir 
da combinação de diferentes fontes de dados. Entretanto, a partir 
de meados de 1960, em virtude do desenvolvimento da informáti-
ca, tornou-se possível representar o meio físico em um ambiente 
computacional, o que favoreceu o surgimento do geoprocessamento 
(CÂMARA et al., 2003).
23
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
Geoprocessamento, é o termo adotado pela comunidade aca-
dêmica para destacar o uso de técnicas matemáticas e computa-
cionais para o tratamento integrado de informação geográfica (RO-
CHA, 2000). Este conjunto de ferramentas vêm influenciando de 
sobremaneira as áreas de cartografia, análise de recursos naturais, 
transportes, comunicações, energia e planejamento urbano. As fer-
ramentas computacionais para geoprocessamento são chamadas de 
sistemas de informação geográfica (SIG). Em ambiente SIG, é pos-
sível efetuar análises numéricas e integrar dados de diversas fontes 
e criar bancos de dados, tornando possível automatizar a produção 
de documentos cartográficos (ROCHA, 2000).
Considerando que a região costeira brasileira (Zona Econômica 
Ecológica - ZEE) ocupa cerca de 3,5 milhões de quilômetros qua-
drados, estendendo-se por mais de 400 municípios distribuídos do 
norte equatorial ao sul temperado do País e, em virtude da escassez 
de informações adequadas para a tomada de decisões no que tange 
a gestão aquícola nacional, o geoprocessamento apresenta um enor-
me potencial, principalmente por se tratar de uma em tecnologia de 
custo relativamente baixo.
A utilização de um SIG implica na escolha das representações 
computacionais mais adequadas para a descrição de objetos do 
mundo real. Assim, é possível oferecer um conjunto de estruturas 
de dados capazes de representar a variabilidade do meio físico. De 
maneira generalista, usualmente associam-se grandezas numéricas 
do mundo real a objetos representados em ambiente computacional 
(RUHOFF, 2004).
Tipos e representaçãode dados em geoprocessamento 
De acordo com Câmara et al. (2003), podemos definir os princi-
pais tipos de dados utilizados em geoprocessamento, como: 
•	 Temáticos: Descrevem a distribuição espacial de uma grandeza 
geográfica expressa de forma qualitativa. Estes dados podem 
ser obtidos a partir de levantamento de campo ou derivados 
24
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
a partir de produtos de sensoriamento remoto. Exemplo: Ca-
racterização granulométrica do solo de uma determinada 
área de manguezal.
•	 Cadastral: Descrevem feições com atributos que podem estar 
associados a diferentes representações gráficas. Exemplo: 
Os lotes de um empreendimento aquícola são elementos do 
espaço geográfico que possuem atributos (dono, localização, 
carga tributária, etc.) e, que podem possuir representações 
gráficas distintas.
•	 Redes: Cada objeto geográfico possui uma localização geográ-
fica exata e está sempre associado a atributos descritivos. 
Exemplo: Uma bacia hidrográfica.
•	 Modelos numéricos de terreno (MNT): Comumente utilizados 
para denotar a representação quantitativa de uma grandeza 
que apresenta variação no espaço. Pode ser definido como um 
modelo matemático que reproduz uma superfície real a partir 
de algoritmos e de um conjunto de pontos (lon, lat), em um re-
ferencial qualquer, com atributos z, sendo este último, respon-
sável por descrever a variação contínua da superfície. Exem-
plo: O levantamento batimétrico de uma lagoa (Figura 1).
•	 Imagens: Obtidas por satélites orbitais ou a partir de sen-
sores aerotransportados, as imagens são formas de captura 
indireta de informação espacial oriunda da radiação eletro-
magnética refletida ou emitida por um alvo terrestre. Não 
será o foco do presente documento explicar acerca dos prin-
cípios físicos do sensoriamento remoto. Maiores informações 
sobre o tema podem ser encontradas em Jensen (2007).
Num ambiente SIG, os tipos de dados a serem inseridos (temá-
tico, cadastral, redes, MNT e imagens) carecem de representação 
computacional (ROCHA, 2000). Nesse âmbito, definem-se as possí-
veis formas geométricas que podem estar associadas às classes do 
universo real. Embora hajam diferentes representações na litera-
tura, iremos considerar neste documento, apenas as duas grandes 
25
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
classes de representações geométricas: a representação vetorial e a 
representação matricial (ROCHA, 2000). 
Na representação vetorial, elementos ou feições geográficas se-
rão simplificados numa tentativa de reproduzi-los o mais próximo 
do mundo real (CÂMARA et al., 2003). Qualquer entidade ou ele-
mento gráfico de um mapa é reduzido a três formas básicas: pontos, 
linhas, áreas ou polígonos (CÂMARA et al., 2003). Por exemplo, a 
forma mais simples de se representar uma estrada num mapa é 
através de uma linha ou ainda, podemos representar viveiros des-
tinados ao cultivo de um dado recurso pesqueiro, através de um 
conjunto de polígonos.
figura 1: Mapa batimétrico tridimensional da lagoa Comprida – Restinga de 
Jurubatiba (RJ). 
fonte: farias e Molisani (2011).
De maneira distinta, a representação matricial consiste no uso 
de uma malha quadriculada regular sobre a qual se constrói, célula 
a célula, o elemento que está sendo representado (CÂMARA et al., 
26
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
2003). A cada célula, atribui-se um valor referente ao atributo estu-
dado, de tal forma que o computador saiba a que elemento ou objeto 
pertence determinada célula (Exemplo: Mapa batimétrico).
Inferência geográfica
A principal proposta dos projetos desenvolvidos em SIG para 
aquicultura é a combinação de dados geográficos visando descre-
ver, analisar e modelar possíveis cenários de expansão da atividade 
aquícola. Desse modo, o geoprocessamento fornece suporte nas de-
cisões tomadas. A combinação de diferentes bases de dados, permite 
uma redução na ambiguidade das interpretações que, comumente 
ocorrem quando analisamos informações geográficas separadamen-
te (CHO et al., 2012).
Quando tratamos de projetos em aquicultura, é comum a to-
mada de decisões ser baseada inicialmente nas condições ambien-
tais favoráveis para o desenvolvimento da atividade (FAO, 2007). 
De fato, a descrição física da área requerida para a atividade é um 
critério de grande importância e por isso, deve ser calculado. Adi-
cionalmente, o custo operacional deverá ser considerado. 
Dependendo do recurso que se deseja cultivar, a dificuldade de aces-
so ao sítio de cultivo e a distância do empreendimento em relação 
às vias de acesso responsáveis pelo escoamento da produção, podem 
inviabilizar o início da atividade. É importante destacar que estes 
critérios, podem ser mais ou menos importantes entre si. 
Os fatores ou critérios desejáveis em uma decisão complexa va-
riam de acordo com o problema. A necessidade de ter mais de um 
critério de avaliação na tomada de decisão, com unidades de medida 
diferentes ou mesmo sem unidade de medida é a grande motivação 
dos estudos na área de inferência geográfica (WOLFF, 2008).
 As técnicas de inferência geográfica produzem novos mapas 
a partir de dados coletados previamente. Os resultados obtidos vi-
sam descrever a vocação de uma determinada região para a imple-
mentação de projetos em aquicultura. A literatura sugere diferentes 
27
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
métodos de inferência que expressam a vocação de uma dada região 
para a maricultura (FAO, 2007). Dentre os diferentes métodos de 
inferência geográfica, podemos destacar: a lógica Fuzzy, a Média 
Ponderada, a Análise Bayesiana, o Processo Analítico Hierárquico 
(AHP) e as Redes Neurais. Em nosso estudo de caso (a ser mostrado 
a seguir), nos dedicaremos exclusivamente a explicar os conceitos 
básicos do método AHP, enfatizando como este pode ser implemen-
tado para identificação de áreas potenciais destinadas ao cultivo de 
macroalgas marinhas.
 Os critérios de favorabilidade por inferência geográfica podem 
ser definidos segundo regras determinísticas, onde o modelo produz 
mapas binários (isto é, 0 e 1) a partir dos dados de entrada (FARIAS 
et al., 2009). Essa técnica, descreve a co-ocorrência aditiva na qual 
as informações são simplesmente sobrepostas. Nesses casos, as re-
giões de maior potencialidade aquícola são aquelas que apresentam 
o maior número de intersecções favoráveis avaliadas pelo modelo. 
Embora útil, esta abordagem metodológica excluí critérios de pro-
babilidade, reduzindo drasticamente a identificação de regiões pas-
síveis à expansão da aquicultura marinha (FARIAS et al., 2010).
 É possível também avaliar o grau de favorabilidade de uma 
região à prática aquícola através de critérios ponderados. Essa 
abordagem resulta em um patamar de escalas de potencialidade 
(BONHAM-CARTER, 1994). Segundo Harris (1989), esta técnica 
pode ser definida como co-ocorrência ponderada. A vantagem des-
sa abordagem é a possibilidade de avaliar graus de potencialidade 
distintos ao invés de analisarmos apenas a presença ou ausência de 
potencialidade de uma localidade.
 Na abordagem ponderada, a favorabilidade será calculada a 
partir da combinação de evidências de fontes múltiplas. Entretanto, 
a distribuição de pesos a serem atribuídos a um conjunto de da-
dos, dependerá da análise da importância da evidência em relação 
a uma ocorrência conhecida ou, na maioria dos casos, através da 
análise supervisionada de um especialista (WOLFF, 2008). O nosso 
28
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
estudo de caso servirá de exemplo para ilustrar como isso deverá ser 
implementado.
3 Estudo de caso – Uso do método AHP para a identificação 
de áreas favoráveis ao cultivo de macroalgas marinhas
O presente estudo de caso, tem por objetivo apresentar um 
exemplo de análisepor inferência geográfica AHP sobre os parâme-
tros ambientais relacionados à identificação de áreas propícias para 
o cultivo de macroalgas marinhas do gênero Gracilaria sp. Os resul-
tados aqui apresentados foram publicados em Farias et al (2010).
A região do nosso estudo de caso é o litoral do município de 
Amontada, município costeiro localizado no estado do Ceará, nor-
deste do Brasil (longitudes 039o33’08’’W e 039o42’14’’W e latitudes 
02o58’52’’S e 03o04’40’’S). A cidade encontra-se distante aproxima-
damente 155 km da capital Fortaleza. Esta localidade foi escolhida 
devido sua ampla linha de costa e em virtude do seu grande poten-
cial pesqueiro. 
As variáveis de entrada do modelo AHP foram: batimetria, gra-
nulometria dos sedimentos e correntes marinhas. Todos os parâ-
metros ambientais foram coletados in situ, durante atividades de 
campo transcorridas entre os dias 19 a 22 de maio de 2009, período 
este correspondente ao de quadratura da maré.
3.1 Requisitos ambientais necessários para o cultivo de macroalgas 
marinhas
Segundo MPA (2003), as condições ambientais necessárias para 
a implementação de uma unidade de cultivo de macroalgas mari-
nhas em sistema long-line (Figura 2) são: o fluxo de correntes ma-
rinhas, a salinidade, a temperatura da água, a profundidade local 
e a granulometria do sedimento. Neste estudo, desconsideramos as 
29
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
análises de temperatura e salinidade, uma vez que a região apre-
senta temperatura constante (por volta de 25 graus Celsius) e au-
sência de variações significativas da salinidade.
As correntes marinhas possuem atuação relevante num am-
biente de cultivo de algas, sendo responsáveis por carrear nutrientes 
e movimentar as plantas na coluna d'água, favorecendo o processo 
de fotossíntese. No entanto, regimes de correntes intensos podem 
ser um limitante para o crescimento das plantas, além de produzir 
o rompimento dos indivíduos no sistema de cultivo, obrigando os 
técnicos a adotarem colheitas frequentes. Assim, recomenda-se que 
o local escolhido não deva apresentar fluxos inferiores a 0,1 ms-1 ou 
superiores a 0,5 ms-1.
A granulometria dos sedimentos está associada ao regime de 
correntes do local do empreendimento, podendo ser utilizada como 
um indicativo da quantidade de material em suspensão na coluna 
d'água, sendo este, um fator determinante na escolha da estrutura 
para fixação da unidade cultivo. Os fundos de lama são apropriados 
para fixar as estruturas de cultivo, porém, indicam que possivel-
mente haverá grande deposição de partículas finas sobre as algas, 
o que implicará numa pior performance de crescimento das plantas 
cultivadas. Substratos com areia muito grossa e/ou rochas, indicam 
que água possui baixa concentração de material fino em suspensão. 
Entretanto, sedimentos muito grosseiros implicam numa possível 
dificuldade de fixação das unidades de cultivo, uma vez que, são 
indicativos de correntes intensas e/ou presença de ondas, o que difi-
cultará o trabalho de manejo.
Com relação à batimetria, quanto maior a profundidade, maior 
será a dificuldade de executar as operações de instalação e manejo 
das estruturas de cultivo. Contudo, é importante salientar que a 
profundidade local, mesmo na baixa-mar de sizígia não poderá dei-
xar as algas emersas.
30
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
figura 2: Layout básico para a disposição das algas em estruturas de cultivo 
long-line.	 As	 macroalgas	 ficam	 dispostas	 nos	 substratos	 artificiais	
localizados	nas	linhas	secundárias	da	armação.	
fonte: extraído de Masih-Neto (2009).
3.2 Coleta e processamento de dados ambientais in situ
Foi utilizado um ecobatímetro conjugado a um GPS, mode-
lo GPSMAP 238 Sounder GARMIN, transdutor de resolução de 
0,01metros de profundidade e sensor de temperatura, antena ex-
terna, recepção para 12 canais e receptor diferencial. O ecobatíme-
tro implementa um sistema de aquisição de dados de profundidade, 
hora e coordenadas, acoplado a um laptop (Figura 3). Para alimen-
tação de força na embarcação foi usado um conversor de 12 volts 
para 110 volts. Este por sua vez, estava ligado a uma bateria de 12 
volts com amperagem de 42 A alimentada por um gerador de 6 volts 
localizado no motor de popa. Os dados de profundidade foram cor-
rigidos ao nível reduzido da Diretoria de Hidrografia e Navegação 
da Marinha do Brasil (DHN), com o objetivo de eliminar o efeito da 
maré, visando dar suporte à correta modelagem do mapa batimé-
trico. A partir da obtenção de uma grade regular, foi então gerado 
o modelo batimétrico, utilizando-se para tal, um interpolador por 
média ponderada.
31
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
figura 3: sistema de coleta de dados batimétricos. 
fonte: extraído de farias (2006).
Foram realizados 9 perfis de amostragem de correntes, com 
comprimento médio de 900 metros (Figura 4), regularmente espa-
çados em nossa área de estudo, utilizando um correntômetro ADCP 
com sensor acústico de frequência 1,5 MHz, produzido pela SON-
TEK/YSI. O equipamento é composto por uma sonda, onde os sinais 
são filtrados e transmitidos para um laptop com um software espe-
cífico que coordena as ações de todo o sistema, recebendo os dados e 
os disponibilizando em forma de gráficos, tabelas etc. 
O princípio de funcionamento do equipamento é o efeito Do-
ppler, que se refere à mudança de frequência do sinal transmitido 
pelo sensor, causada pelo movimento relativo entre o aparelho e o 
material em suspensão da água sob a ação do feixe das ondas sono-
32
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
ras. Como o material em suspensão se desloca com a mesma inten-
sidade das correntes marinhas, a magnitude do efeito Doppler será 
diretamente proporcional ao deslocamento da coluna d'água. Desse 
modo, medindo-se a frequência dos ecos que retornam do material 
em suspensão e comparando-a com a frequência do som emitido, o 
ADCP determina a velocidade da partícula que, neste caso, equivale 
à intensidade dos regimes de correntes marinhas.
Figura	4:		 Funcionamento	 do	 perfilador	 de	 correntes	 ADCP,	 utilizado	 para	
medir a direção e a intensidade das correntes marinhas ao longo dos 
9	 perfis	 coletados.	A	 estimativa	 do	 regime	 de	 correntes	 é	 realizada	
considerando a intensidade de retorno do sinal Doppler provocado 
pela movimentação do material em suspensão na coluna d'água para 
os transdutores do equipamento. 
fonte: extraído de Monteiro (2011).
Por fim, foram coletadas 22 amostras de sedimentos regular-
mente espaçadas em nossa região de estudo com o auxílio de uma 
draga pontual do tipo van Veen. Essas amostras foram posterior-
33
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
mente levadas a laboratório onde foram submetidas à análise gra-
nulométrica, visando estabelecer a distribuição do diâmetro dos 
grãos presentes nas amostras adquiridas.
3.3 Processo Analítico Hierárquico (AHP)
AHP é uma teoria matemática que permite organizar e avaliar 
a importância relativa entre critérios distintos relacionáveis (SAA-
TY, 1986). A teoria requer a estruturação de um modelo hierárquico, 
o qual geralmente é composto por meta, critérios, sub-critérios e 
alternativas (SAATY, 1986). 
A meta é o elemento que se deseja solucionar. Este parâmetro 
fica no topo da estrutura hierárquica AHP (SAATY, 1990). Em nosso 
caso, a meta será identificar áreas favoráveis ao desenvolvimento 
da aquicultura marinha.
Os critérios são definidos pelos tomadores de decisão, como os 
fatores que influenciam diretamente a meta. No nosso estudo de 
caso, os critérios representam os parâmetros ambientais desejáveis 
para o desenvolvimento da aquicultura. A denominação sub-crité-
rio, é adotada para identificar separadamente as variáveis físicas 
toleráveis ou impróprias para a maricultura.A etapa seguinte consiste em estabelecer parametrizações am-
bientais ótimas para a área de cultivo. São feitas comparações pa-
ritárias entre os n critérios entre si, dois a dois, em relação à con-
tribuição de cada um para a meta desejada. Fazer uma comparação 
neste método, significa atribuir um valor da escala de 1 a 9, que 
represente o par em questão (Tabela 2). Segundo Saaty (1990), a 
escala de 1 a 9 é suficiente e ainda mantém a possibilidade de dis-
tinguir a intensidade das relações entre os elementos.
34
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
Tabela	2:	Ponderação	AHP.
Pesos Importância	AHP
1 Igual importância
3 Moderadamente mais importante
5 fortemente mais importante
7 Muito fortemente mais importante
9 extremamente mais importante
2, 4, 6, 8 Valores intermediários
fonte: saaty (1990). 
Em nosso estudo de caso, foram consideradas como regiões óti-
mas para o cultivo de macroalgas marinhas, os setores que apre-
sentassem profundidades variando entre 1,5 a 3 metros, com areia 
grossa e fluxo de correntes entre 0.2 e 0.35 ms-1, sendo conferido a 
essas variáveis nas faixas indicadas, os maiores pesos nas análises 
geográficas e pesos menores na medida em que os parâmetros se 
afastassem das condições ótimas de cultivo.
O passo seguinte, consiste em comparar as n alternativas pos-
síveis entre si, obtidas a partir das nossas variáveis ambientais 
ponderadas segundo o método AHP. Nesse ponto, o objetivo será 
identificar os locais que apresentam maior aptidão para a imple-
mentação de projetos em aquicultura (SAATY, 1990).
A comparação pareada gera uma matriz de avaliação n x n. Para 
preencher a matriz, o tomador de decisão age por linhas (WOLFF, 
2008). A diagonal principal da matriz é preenchida com o valor 1, 
por se tratar da comparação de um elemento com ele mesmo. Após 
preencher a diagonal principal, na linha 1 é necessário identificar 
qual é a importância do elemento desta linha em relação a cada 
elemento de todas as colunas. Cada um dos julgamentos represen-
ta a dominância do elemento da linha sobre o elemento da coluna. 
Se o elemento Ai (da linha) for igualmente importante ao elemento 
Aj (da coluna), o valor aij atribuído a esse par é 1. Se ele for mais 
importante do que o elemento Aj, algum valor de 2 a 9 é escolhido. 
Contudo, se o elemento Ai for menos importante do que o elemento 
35
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
Aj, um número inverso aos valores 2 a 9 será dado, dependendo da 
ponderação com que foi avaliado. 
Vale salientar que é possível calcular a consistência matemá-
tica da distribuição dos pesos AHP entre as variáveis analisadas. A 
razão de consistência varia entre zero e um, com zero indicando a 
completa consistência do processo de julgamento (SAATY; NIEMI-
RA, 2006). Nesse capítulo, não nos dedicaremos a discorrer sobre 
o formalismo matemático para o cálculo da razão de consistência. 
Maiores detalhes sobre este tópico no idioma português, poderão ser 
encontrados em Wolff (2008).
O diagrama básico de execução do nosso estudo de caso, encon-
tra-se na figura 5, o qual será brevemente descrito. Inicialmente, os 
dados de intensidade de correntes, sedimentos e batimetria foram 
coletadas em campo. O passo seguinte, consistiu em transformar os 
produtos coletados em MNT, visando a geração de planos de infor-
mação (PI's) para a alocação dos dados. Os PI's de correntes, sedi-
mentos e batimetria foram convertidos em matrizes com as mesmas 
dimensões, com o objetivo de favorecer a entrada dos dados no mo-
delo AHP. As matrizes recém obtidas, foram fatiadas em diferentes 
níveis ou camadas (ex: a profundidade foi particionada a cada 50 
cm). Na sequência, foi realizada a ponderação AHP entre as classes 
temáticas. O resultado do modelo é um MNT ponderado que deverá 
ser dividido em subclasses (ou fatias) que facilitarão a compreensão 
do mapa final. Estas fatias foram nomeadas de acordo com a favora-
bilidade regional à implementação de projetos aquícolas. 
36
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
 figura 5: Modelo esquemático de processamento dos dados. 
 fonte: extraído de farias et al., (2010).
37
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
3.4 Resultados e discussões
O levantamento batimétrico mostrou que a conformação do re-
levo submerso da região apresentou cotas máximas de -9 metros, 
com isobatimétricas apresentando variação suave do gradiente de 
declividade do fundo. Os maiores gradientes batimétricos estão si-
tuados próximos à costa, com aumento gradativo da profundidade 
em direção a mar aberto. As cotas são em geral paralelas à costa, 
sendo esse padrão interrompido em alguns pontos por algumas de-
pressões.
Os resultados obtidos através do monitoramento do fluxo de 
correntes, mostraram um escoamento paralelo à costa, predomi-
nante de SE para NW, com a direção de fluxo variando entre 330 a 
350 graus, indicando uma significativa homogeneidade. Os perfis 
apresentaram maiores intensidades de correntes marinhas nas re-
giões mais distantes da linha de costa. Este efeito é esperado, sendo 
causado pela condição lateral de não deslizamento da corrente na 
costa. 
Através da análise sedimentar, foi possível evidenciar a exis-
tência de quatro classes granulométricas distintas ao longo de 
toda a região em estudo, sendo estas: granulo, areia muito grossa, 
areia grossa e silte médio. Houve predominância de areia grossa 
nas praias de Moitas e Caetano, enquanto em Icaraí de Amontada 
foi possível observar a presença de areia muito grossa. Silte mé-
dio pode ser encontrado em menor proporção na enseada entre as 
praias de Moitas e Icaraí de Amontada. Esta mesma afirmativa é 
válida para a presença de granulos na região.
O processo analítico hierárquico possibilitou associar, em um 
único produto, todas as variáveis utilizadas na determinação de 
áreas propícias ao desenvolvimento da maricultura. O mapa obtido 
através do modelo mostra-se coerente, em virtude da menor favora-
bilidade indicada para as regiões mais distantes da praia, portanto 
mais profundas (acima de 4 metros), e de regiões com granulome-
38
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
tria mais grosseira, impróprias para o desenvolvimento do cultivo 
de Gracilaria sp. 
Seguramente, a maior dificuldade em relação à aplicação do 
modelo analítico hierárquico, está relacionada à determinação dos 
pesos das variáveis e das suas classes, problema comumente des-
tacado em outros trabalhos que utilizaram este método (THIRU-
MALAIVASAN et al., 2003). Assim, pode-se constatar que o método 
utilizado é muito dependente do analista e do problema. Esta tem 
sido a principal crítica ao modelo analítico hierárquico, pois permite 
gerar uma escala de razão de preferências por parte do especialista 
(BARROS et al., 2007).
O mapa de grau de favorabilidade gerado para o cultivo de al-
gas na região, encontra-se apresentado na Figura 6. Os resultados 
obtidos corroboram com as informações da literatura (MPA, 2003), 
uma vez que, o modelo mostrou que os locais de ótima implantação 
de projetos dessa natureza na região em estudo, devem se localizar 
onde as cotas batimétricas encontram-se entre 1,5 a 3 m de pro-
fundidade e velocidade de fluxo de correntes em torno de 0,2 a 0,3 
ms-1. A região não apresentou pontos com areia fina e areia muito 
fina (condições ótimas de cultivo). Desse modo, optou-se para fins 
demonstrativos, aplicar o maior peso AHP sobre os sedimentos que 
foram classificados como areia grossa.
39
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
Figura	6:		 Mapa	AHP	de	favorabilidade	ao	cultivo	de	macroalgas	marinhas	para	
a região costeira do município de Amontada-Ce. 
fonte: extraído de farias et al. (2010).
4 Conclusões
O presente capítulo apresentou as principais potencialidades 
do uso de técnicas de geoprocessamentocomo suporte ao desenvol-
vimento da aquicultura marinha. Nesse âmbito, a adoção de técni-
cas de inferência geográfica vêm apresentando papel de destaque, 
podendo contribuir de modo singular com a expansão sustentável 
da atividade aquícola, integrando diferentes componentes ambien-
tais, sociais e econômicos, que possuem estreita relação com a iden-
tificação de áreas propícias ao cultivo de organismos aquáticos.
40
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
Embora, o geoprocessamento seja amplamente aplicável na 
aquicultura, observa-se uma escassez de trabalhos técnicos e aca-
dêmicos que fazem uso quantitativo de dados geoespaciais, o que 
denota a necessidade de formação de recursos humanos aptos para 
tratarem a atividade de maneira integrada, frente aos desafios ine-
rentes aos múltiplos usos da zona costeira. De fato, o acoplamento 
de dados multi-paramétricos, embora essencial, ainda é um fator 
problemático na gestão de recursos pesqueiros. No geral, ainda há 
dificuldade na escolha da abordagem numérica a ser adotada, uma 
vez que esta dependerá do problema a ser tratado e da decisão de-
sejada. Seguramente, o uso adequado de geotecnologias é um dos 
principais desafios do cotidiano dos profissionais da área de recur-
sos pesqueiros e engenharia de pesca.
É importante salientar que a qualidade e confiabilidade dos 
resultados obtidos por inferência geográfica é extremamente depen-
dente da existência de uma base de dados que represente adequa-
damente a variabilidade ambiental, os componentes sociais, legais 
e econômicos, ligados à atividade aquícola. 
O autor acredita que a abordagem integrada do geoprocessa-
mento possui papel estratégico na expansão da aquicultura bra-
sileira, uma vez que, a análise geográfica confere confiabilidade e 
legitimidade ao setor, fatores estes, indispensáveis para a redução 
de riscos ambientais e que, influenciam a aceitabilidade social da 
atividade.
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Geoprocessamento: uma análise 
dos dados coletados a campo 
com o GPS de precisão e de 
navegação em comparação com 
os dados obtidos o Google Earth, 
relativamente à mesma área de 
amostragem
Serleni Geni Sossmeier* 
Jéssica Piroli** 
Alcindo Neckel***
Introdução
A tecnologia, em conjunto com ferramentas digitais, é parte atuante do cotidiano da sociedade atual. A internet em poucos anos invadiu a vida da so-
ciedade. Isso ocorreu em razão de a rede de informática 
CA
PÍ
TU
LO
 I
I
* Acadêmica do Curso de Agronomia do Instituto federal do Rio Grande do sul, 
campus sertão, Rs. serleni.labjacui@yahoo.com.br
** Acadêmica do Curso de Agronomia do Instituto federal do Rio Grande do sul, 
campus sertão, Rs. jehpiroli@hotmail.com
*** Geógrafo, Gestor Ambiental. Professor do Instituto federal do Rio Grande 
do sul, campus sertão, Rs. Doutorando do Programa de Pós Graduação em 
Geografia	da	Universidade	Federal	do	Rio	Grande	do	Sul	–	UFRGS.	alcindo-
neckel@yahoo.com.br
45
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
mundial ser o meio de comunicação mais eficaz para a obtenção de 
informações das mais variadas áreas, para as mais diversas aplica-
bilidades em tempo real. 
O Google Earth é uma aplicação Web interativa que mostra 
uma representação virtual do Globo Terrestre, obtida por meio de 
superposições de imagens de satélite que fotografam constantemen-
te diferentes pontos da superfície da Terra (GUENDA, 2009).
“O GPS (Global Positioning System) utiliza um sistema de refe-
rência tridimensional para a determinação da posição de um ponto 
da superfície da Terra ou próximo a ela’’ (ALBUQUERQUE; SAN-
TOS, 2003, p. 6).
A pesquisa visa a, pela comparação dos mapas de uma mes-
ma área, processados a partir de dados do Google Earth, GPS de 
navegação e de precisão, avaliar a variação matricial dos mapas, 
estabelecendo qual possui maior confiabilidade. As informações ge-
ográficas extraídas dos objetos estudados foram geoprocessadas e 
analisadas, verificando-se as que apresentam maior confiabilidade 
nos dados, pois as técnicas do geoprocessamento são ferramentas 
importantes que podem ser aplicadas na tomada de decisões do pla-
nejamento físico-territorial, uma vez que possibilitam a interliga-
ção de vários dados espaciais de natureza e fontes diversas (ALBU-
QUERQUE; SANTOS, 2003).
Assim, o presente capítulo objetiva comprovar que é possível 
utilizar o Google Earth em levantamentos planialtimétricos das 
áreas territoriais, possibilitando uma análise visual e territorial do 
terreno. Isso possibilita que profissionais de diferentes áreas pos-
sam fazer uso das ferramentas objeto da demonstração, com ciência 
acerca do nível de erro aproximado que elas propiciam.
Introdução ao sensoriamento remoto
As informações sobre divisão geográfica de fenômenos é essen-
cial para a vida em sociedade. No passado, essas informações eram 
armazenadas em documentos de papel impresso. O progresso da 
46
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
informática, na segunda metade do século XX, favoreceu o ato de 
representar e de armazenar informações em sistemas informáticos. 
Foi nesse contexto que o geoprocessamento teve seu início.
O geoprocessamento consiste no uso de tecnologias que contêm 
diferentes fases de coleta, tratamento, manipulação e apresentação 
de dados geográficos e que levam a uma determinada finalidade. 
Esse conceito tem relação com a ideologia de Molin (2005), no senti-
do de que, a partir dos passos citados, o geoprocessamento deve ter 
um retorno positivo no que se refere às informações. 
Por sua vez, Câmara e Davis Junior (1999, p. 2) estabelecem 
que os sistemas integrados de geoprocessamento (SIG) consistem 
em “ferramentas computacionais para realizar análises complexas, 
interligando dados de diversas fontes através da criação de banco de 
dados georreferenciados”. Assim sendo, é possível perceber a ligação 
entre as ferramentas SIG e um Banco de Dados Geográfico (BDG). 
Uma das mais importantes contribuições dessa tecnologia está 
no fato de poder-se utilizar e visualizar variadas espécies de cama-
das. Um exemplo disso são os layers, que mostram progressos des-
ses projetos. Por esse fato, o geoprocessamento tem um vasto campo 
de possibilidades, obtendo espaço de pesquisa em diversas áreas e 
no mercado (CÂMARA; DAVIS JUNIOR, 1999).
A periodicidade da imagem de satélite é baseada na sua atua-
lização, ou seja, podem haver, em uma mesma área, várias ilustra-
ções, referentes a épocas diferentes. Os sítios que oferecem imagens 
com alta temporalidade são usualmente das agências relacionadas 
com programas responsáveis por realizar a função dos satélites 
(INPE, 2001).
O Quadro 1, abaixo, apresenta uma relação de sítios virtuais e 
de instituições que disponibilizam imagens de satélite gratuitamen-
te, bem como as características das imagens disponíveis.
47
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
Quadro	1:	Relação	de	sítios	que	disponibilizam	imagens	de	satélite	gratuitamente	
na internet.
fonte: Adaptado de Motta, santos e silva (2009, p.2327).
A NASA (National Aeronauticsand Space Administration) é 
uma agência norte-americana cujo dever é atender aos projetos de 
exploração espacial, como as viagens que levaram o homem à Lua, 
além de propiciar diferentes pesquisas interligadas ao espaço e à 
análise do espaço. Fundada em 1958, com a aprovação do “National 
Aeronauticsand Space Act”, a NASA deve incumbir-se de buscar so-
luções que tenham relação com problemas relativos à segurança de 
vôos dentro ou fora da atmosfera terrestre, assegurar que as pes-
quisas espaciais norte-americanas seriam úteis para a sociedade e 
ajudar departamentos do Governo Federal Norte-Americano, como 
a Agência Central de Inteligência (CIA), a Fundação Nacional de 
Ciência e a Agência de Proteção Ambiental dos EUA. 
Em verdade, a NASA consiste em uma agência espacial civil 
independente. Entretanto, é o presidente dos EUA quem escolhe o 
seu administrador, que deve ser aprovado pelo Senado. 
48
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
Diferentes artifícios de exploração espacial foram de incumbên-
cia da NASA, mas um dos acontecimentos mais consideráveisda 
agência espacial americana foi á aventura de ter levado o homem 
à Lua. Hoje, a área de atuação da NASA é mais ampla e abran-
gem pesquisas aeronáuticas, criação de tecnologias para sistemas 
de análise, estudos científicos relacionado são sistema solar e a re-
giões distantes do universo e ações espaciais, como lançamentos de 
aeronaves.
Apesar de algumas instituições deterem a tecnologia, espera-
se que o geoprocessamento esteja diluído em uma série de recursos 
tecnológicos do mundo, permitindo que os benefícios dessas tecnolo-
gias possam atingir um número muito maior de pessoas. 
Por outro lado, os avanços podem levar ao já anunciado fim 
do SIG. Portanto, chegará um momento em que não existirá mais 
a necessidade de se tratar os dados geográficos como um proble-
ma à parte, pois os conceitos necessários terão sido incorporados 
ao raciocínio das pessoas. Essa é a medida mais precisa do sucesso 
na incorporação do geoprocessamento à rotina de uma organização 
(DARVIS JUNIOR, 2002).
Materiais e métodos
O experimento foi conduzido na área experimental localizada 
no Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do 
Sul, Câmpus Sertão, situado no Distrito Engenheiro Luiz Englert, 
no Município de Sertão/RS. 
A metodologia utilizada foi dividida em duas etapas, com a fina-
lidade de facilitar e agilizar o trabalho. A primeira etapa constituiu 
no levantamento de dados a campo. Nessa fase, foram extraídas 
coordenadas da área amostral, com auxílio do GPS de Precisão, que 
apresenta erro máximo de até 50cm (cinquenta centímetros). Tam-
bém procedeu-se à coleta de pontos com o uso do GPS de navegação. 
As coordenadas geográficas foram extraídas do mesmo local, para a 
obtenção de detalhamento e conformidade nas análises.
49
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
Na coleta das coordenadas foi observada a latitude, longitude 
e altitude, a fim de construir um mapa planialtimétrico da área, 
o mais próximo possível de sua conformação natural. Ainda nessa 
fase foi realizado um estudo da bibliografia disponível, relacionada 
ao geoprocessamento e à sua utilização no cotidiano dos profissio-
nais da área.
Na segunda etapa do trabalho foi realizado o levantamento de 
gabinete. Nessa fase foram obtidas as coordenadas extraídas do 
programa Google Earth (2013). Este software tem seu funcionamen-
to baseado em imagens de satélite, sendo possível observar o terre-
no amostrado de vários ângulos. Na coleta das coordenadas, foram 
demarcados os mesmos pontos e considerados os mesmos limites, 
para todos os métodos utilizados no estudo. Após a coleta de da-
dos foi realizado o tratamento dos mesmos. Com auxílio do software 
TrasCord, as coordenadas foram convertidas em graus, para UTM. 
Ainda nesta etapa foram gerados os mapas temáticos da área no 
software SURFER 10. A análise de variação entre as coordenadas 
foi realizada a partir de gráficos construídos no software SURFER 
10. Esse programa leva em consideração a oscilação entre as coor-
denadas geográficas para o estudo geoestatístico.
A metodologia utilizada esta representada no Fluxograma, con-
forme a Figura 1.
50
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
 figura 1: fluxograma da Pesquisa.
Resultados e discussões
Dados coletados no Google Earth
O Sistema de Informação Geográfica (SIG) é um instrumento 
que possibilita agrupar, armazenar, manipular e retratar a infor-
mação referenciada geograficamente a começar da combinação do 
hardware, do software, dos dados metodológicos e dos recursos hu-
manos que atuam de forma lógica para produzir e verificar as infor-
mações geográficas (HERRADA, 2010; CÂMARA, DAVIS JUNIOR, 
1999). 
Atualmente, o SIG constitui-se como um instrumento impor-
tante para o uso eficiente da informação geográfica, fato que pode 
ser entendido como o início para compreender o mundo em que se 
vive, estando presente no programa de muitas disciplinas (CÂMA-
RA; DAVIS, 2001).
51
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
O Google Earth permite visualizar, mapas, cidades, casas em 
3D (três dimensões), além de identificar terrenos, rodovias, lugares, 
paisagens, construções, tudo a partir de imagens obtidas de retratos 
aéreos, satélites, GIS 3D. Entretanto, não é recomendado utilizar o 
software para gerar mapas que necessitam de exatidão e confiabili-
dade (CÂMARA; DAVIS JUNIOR, 1999).
A partir dos dados coletados neste estudo, fazendo-se o uso do 
software Google Earth, foi possível construir o mapa em 3D apre-
sentado na Figura 2. Apesar de os dados serem confiáveis, é visível 
que há pouco detalhamento da conformidade do terreno. Assim sen-
do, é interessante a utilização do GPS para que se obtenha mais e 
melhores características da área amostrada. Pois, através das cur-
vas de nível, é percebível que há uma declividade maior em uma das 
extremidades do território amostrado. Segundo Amaral e Rosalen 
(2009), isso é demonstrado pela proximidade entre as curvas, ou 
seja, quanto mais próximas as curvas, mais acentuado é o terreno. 
Com a análise da legenda, é possível verificar que a altitude dessa 
área varia de 716 metros a 742 metros acima do nível do mar.
52
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
figura 2: Mapa 3D da área, construído com dados coletados no Google 
earth.
Geração do Mapa no software sURfeR 10.
A partir da avaliação do mapa gerado no Google Earth, foi possível per-
ceber um erro de detalhamento da forma do terreno. A Figura 3 representa as 
variações estabelecidas nas coordenadas geográficas. Analisando essas varia-
ções identificou-se uma diferença de 34% entre as extremidades da reta, o que 
representa a variação encontrada entre as coordenadas dos pontos coletados. 
Segundo Molin (et al., 2005), isso pode ser explicado pelo fato de não existir 
interferência de sinal durante a coleta de dados, tornando fixo o sistema de 
coleta, mas com uma variação bem acentuada referente à precisão.
53
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
Figura	 3:	 Gráfico	 da	 variação	 das	 coordenadas	 coletadas	 no	 Google	 Earth.	
Geoestatística desenvolvida no software sURfeR 10.
Coleta de dados com o GPS de navegação
Com o tratamento das coordenadas extraídas do GPS de na-
vegação, foi possível gerar o mapa em 3D, representado na Figura 
4. Esse mapa apresenta mais setores declivosos presentes na área, 
bem como maior altitude, entre 726 e 752 metros acima do nível 
do mar. Se for comparados estes dados com os já apresentados no 
mapa processado a partir do Google Earth, percebe-se que o mapa 
construído com auxílio do GPS de navegação (Figura 4), é possível 
perceber que apresenta um maior detalhamento na conformação do 
terreno, o que traz maior confiabilidade para a realização de traba-
lhos e análises de área.
54
Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades
figura 4: Mapa 3D da área, gerado a partir das coordenadas do GPs de 
Navegação. Geração do Mapa no software sURfeR 10.
Pela Figura 5, que apresenta dados extraídos a partir das co-
ordenadas do GPS de navegação, é possível verificar, pela análise 
da reta, que há uma variação entre 10% e 35% aproximadamente, 
o que totaliza uma variação de 25% entre os pontos coletados. Exis-
tem alguns pontos que se encontram a uma distância considerável 
da reta. Isso pode ter ocorrido pela oscilação do sinal captado pelo 
GPS. Segundo Angulo Filho, Vettorazzi e Sarries (2002), há diferen-
ciação entre a exatidão dos levantamentos planialtimétricos, que 
podem ser atribuídos à presença de barreiras, como a cobertura ar-
bórea da área avaliada.
55
Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)
Figura	5:	Gráfico	da	variação	das	coordenadas	obtidas	com	o	GPS	de	navegação.	
Geoestatística desenvolvida no software sURfeR 10.
Coleta de dados com GPS de precisão
A área processada com dados adquiridos pelo GPS

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