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RELATÓRIO MEDICINA COMUNITÁRIA II, ESF São José

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RELATÓRIO MEDICINA COMUNITÁRIA II, ESF São José 
COMPONENTES:
 Bernardo Zucco
Diogo de Paula
 Fabio de Costa
 Matheus Martins 
 Otavio Dvogeski
PROFESSORA: Mariluza
INTRODUÇÃO
No decorrer do primeiro semestre letivo de 2015, foram ministradas aulas teóricas no componente curricular de Medicina Comunitária II, cujo objetivo foi ampliar e pormenorizar o conhecimento acerca do Sistema Único de Saúde brasileiro latente. A estratégia saúde e da família esteve no âmago desse sistema e foi a ferramenta utilizada para as aulas práticas da disciplina. Nos fizemos presente na rotina da ESF São José por quatro tardes, ao longo de cinco semanas, com o intuito de vivenciar a parte prática dos conteúdos vistos anteriormente em sala de aula, bem como as particularidades da ESF visitada. 
SITUAÇÃO GEOGRÁFICA:
A ESF São José localiza-se no município de Santa Maria -RS. Situando-se na Antônio Gonçalves do Amaral nº 1000 no bairro São José em uma rua que não apresenta calçamento, porem está em condição de uso. O transporte público passa a uma quadra da ESF, a qual abrange oito bairros, Fé de Platano, Parque do Sol, km3, Bilibeu, Favarin, Floresta, São José e Nossa Senhora da Saúde na zona rural.
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE:
 São José tem em sua composição duas equipes, composta cada uma por: uma médica, uma enfermeira e uma técnica em enfermagem, além disso há a presença de uma equipe de saúde bucal. Há no local dois doutorandos que se revezam nos atendimentos, uma psicóloga residente e uma equipe de fisioterapeutas, além de 6 agentes comunitários por equipe (12), no entanto, 3 do total de 12 não estão trabalhando, deixando suas área a mercê do atendimento.
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES: 
Na rotina de trabalho da ESF de São José há as seguintes atividades:
- Segunda-feira: realização das consultas previamente agendadas; acolhimento e vacinas pela parte da tarde.
-Terça-feira: renovação de receitas pela equipe; realização de vacinas na parte da tarde e acolhimento.
-Quarta-feira: consultas domiciliares; acolhimento e vacinação no período matutino;
-Quinta-feira: consultas domiciliares; acolhimento e vacinação no período matutino; Reunião mensal entre agentes comunitários e a enfermeira chefe e reunião entre a equipe de fisioterapia.
-Sexta-feira: vacinação no período matutino e acolhimento;
POPULAÇÃO ADSCRITA E NÚMERO DE MICROÁREAS: 
A população adstrita dessa unidade chega em torno de 12.000 pessoas, ou seja, 6.000 pessoas por equipe, ultrapassando o recomendado de 4.000 pessoas para cada equipe. Há a presença de seis micro áreas no território abrangido pela ESF atendida por um total de 12 agentes comunitários.
PIRÂMIDE POPULACIONAL:
A estrutura populacional da região atendida comporta-se de modo completamente dinâmico, sendo que torna-se difícil corroborar um perfil definido da população adscrita sendo essa tarefa dificultada pelo excesso populacional definido para as duas equipes, bem como pelo contraste entre realidades sociais em que vivem as famílias compreendidas pela ESF. 
DESCRIÇÃO DAS VISITAS: PRIMEIRO DIA
Ao iniciar as visitas no dia 21 de maio, na ausência de médicos na unidade, fomos apresentados ao local de trabalho pela psicóloga, a qual discorreu sobre o funcionamento geral da unidade. Também acompanhamos um projeto voltado para a saúde e qualidade de vida para a população idosa compreendida pela ESF, bem como a aferição de pressão antes e após a atividade física junto com o enfermeiro. No mesmo dia, acompanhamos consultas de demanda no acolhimento conforme essas chegavam na unidade com o doutorando. Também acompanhamos a reunião mensal entre a enfermeira chefe e a equipe de agentes comunitárias de saúde, na qual foram debatidos números de visitas durante o período, bem como a situação das famílias visitadas.
Em uma das consultas acompanhadas, o doutorando fez uma anamnese completa da paciente. Primeiramente teve uma suspeita de insuficiência cardíaca direita, visto que a paciente relatava dor pré cordial com esforço físico (angina pectoris), dispneia e edema. Contudo, após um melhor aprofundamento, a paciente relatou que o edema era apenas em uma das pernas. Assim, o doutorando em questão fez um exame verificando os edemas, confirmando a veracidade da informação (só uma das pernas edemaciadas). Por fim, após todo o processo, o doutorando verificou os exames que a paciente trouxe, que relatavam nenhum problema cardíaco. O diagnóstico final foi dado pelo próprio como de angina, porém, ele pediu para a paciente ficar aguardando o retorno da doutora (que estava em visita domiciliar a mais de uma hora).
DESCRIÇÃO DAS VISITAS: SEGUNDO DIA
Fizemos o acompanhamento de uma consulta médica domiciliar requerida por dificuldade de deslocamento de uma senhora idosa até a ESF. O deslocamento da médica, da agente comunitária da saúde e de dois integrantes do nosso grupo foi feito por meio de um automóvel requerido previamente a secretaria de saúde. Foi possível constatar que a residência da paciente era localizada em uma área de difícil acesso, além de estar em condições precárias para as condições dela. Também verificou-se que o pedido da consulta domiciliar também foi devido as condições psicológicas da paciente, a qual já sofreu um acidente vascular cerebral anteriormente e apresentava sinais e sintomas decorrentes de tal fato, com dificuldade para a comunicação, além de possuir uma relação difícil com o restante da família, a qual vivia em condições precárias naquele local. Desse modo foi recomendado o encaminhamento da paciente para uma casa de apoio a idosos justamente por causa da situação conflitante com a família e para o melhor cuidado e atenção da saúde da paciente. Também pode-se notar o papel social da visita ao passo em que se conseguiu agasalhos para uma menina que morava naquela residência com o auxilio de uma igreja localizada na área da ESF. 
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DESCRIÇÃO DAS VISITAS: TERCEIRO DIA
Acompanhamos uma doutoranda estudante de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria em sua rotina na unidade, bem como ouvimos explicações de como essa atua no local. Também acompanhamos duas consultas domiciliares requeridas pela população. Na 1ª consulta visitou-se uma senhora acamada diagnosticada com Alzheimer, na qual a médica procedeu com exames de rotina e avaliação dos medicamentos e receitou um calmante em razão da dificuldade de dormir da paciente. Na segunda visita, a paciente era uma senhora diagnosticada com osteoporose, pressão alta e diabetes, na qual se procedeu com a requisição de um poli vitamínico pela médica.
DESCRIÇÃO DAS VISITAS: QUARTO DIA
No último dia de acompanhamento da rotina da ESF tiramos fotos do local e fizemos a coleta de informações sobre a unidade e a população coberta por ela.
CONCLUSÃO:
A atividade prática realizada na ESF São José contribuiu para a formação médica dos componentes do grupo ao passo em que possibilitou momentos de vivência e comparação do que foi visto na teoria com a realidade da saúde local. Bons e maus exemplos foram vistos, como a iniciativa de programas de dança para idosos da região o qual ajuda na construção do conceito de saúde abrangido pela OMS ao passo em que inclui o bem estar social e o exercício físico no cotidiano dessas pessoas. Por outro lado, se viu um certo descaso em relação a algumas áreas da região abrangida pela ESF ao passo em que a falta de alguns profissionais prejudica o diálogo e a coleta de informações nessas áreas.
Tal experiência na ESF São José também propiciou identificar algumas lacunas entre a teoria e a realidade do sistema de saúde brasileiro, exemplificado em quantidade de pessoas abrangidas pela unidade, longe do recomendado ideal, sobrecarregando muitas vezes os profissionais ali presentes.

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