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Artes Visuais – Bidimensional
AULA 1 Tema 01: A imensidão da paisagem
Nesta aula, discutiremos as possibilidades de trabalhos bidimensionais, tendo a paisagem como tema. Para isso, buscaremos diferentes olhares para o nosso entorno. Sabemos que a paisagem foi largamente retratada por artistas de diferentes períodos da História da Arte, no entanto, artisticamente, a paisagem é passível não só de representação, mas também de intervenções realizadas pelo artista. A representação da paisagem é um gênero pictórico e a sua compreensão depende de fatores pessoais, culturais e históricos.
Tema 02: Chegando mais perto
Agora, vamos observar e analisar a produção artística a partir de um olhar mais atento aos detalhes. Essa aproximação da obra de arte permite vivenciar uma enorme variedade de formas, texturas, linhas, pontos, cores e composições. A observação de objetos do nosso cotidiano pode servir como ponto de partida para uma composição artística. Muitos artistas utilizam das pequenas escalas em seus momentos de criação. Vamos ver?
Tema 03: A paisagem na palma da mão
É possível criar composições a partir de uma paisagem por meio de recortes de cenas. As diferentes dimensões observadas em um trabalho artístico de pintura ou desenho podem nos surpreender pela riqueza de detalhes que são obtidos com a utilização adequada de materiais, como o lápis grafite, por exemplo. As texturas visuais observadas em cada detalhe de uma obra de arte são surpreendentes quando observamos as obras de M.C Escher ou Albrecht Dürer. Como eles conseguem esses efeitos?
Tema 04: A natureza sobre a mesa
A natureza-morta é um gênero da arte caracterizado pela representação de objetos inanimados. É uma forma de trabalhar o desenho e a pintura por meio da observação de objetos inanimados e do registro de diferentes pontos de vista. Como iremos observar nesta aula, desde o século XVI e XVII, este gênero representa um grande campo de estudos para os desenhistas e pintores.
Tema 05: A natureza se move
Alguns artistas mostram o movimento congelando momentos no tempo. Outros usam truques para enganar a visão, levando-nos a crer que uma pintura ou desenho se move. Podemos desenhar corpos em posições tão instáveis que transmitam imediatamente ao observador a sensação de movimento.
AULA 2 Tema 01: Conhecendo a si mesmo
Trataremos aqui do autorretrato como um gênero pictórico que é a expressão da representação do próprio artista. Em certo sentido, entenderemos a representação do retrato como a identidade do autor, da autoria de um projeto artístico e também como registro da memória e da passagem do tempo. Também discutiremos o corpo como suporte da arte dialogando com outras linguagens, como o desenho, a pintura, a fotografia, a gravura, a colagem etc.
Tema 02: Olhando para o outro
O corpo é parte fundamental nas composições artísticas. O trabalho com o corpo requer raciocínio espacial, isto é, ter a capacidade de visualizar mentalmente a forma em todos os seus lados e trabalhar as diferentes proporções em um desenho de observação, por exemplo. O corpo pode ser representado através de uma composição realista, hiper-realista ou até mesmo abstrata.
Tema 03: As marcas do gesto
É interessante pensarmos o nosso corpo como potencial criador de imagens. Os gestos e as marcas deixadas pelo corpo podem ser utilizados nas artes visuais a partir de diversas abordagens poéticas. Para isso, vamos olhar para o corpo como uma possibilidade de matriz, um suporte e também um meio de produção da arte. A ação do homem em marcar a sua presença no mundo remonta à pré-história e às primeiras inscrições na caverna. Desde aquele tempo, gravar já era uma necessidade.
Tema 04: Em trânsito
Partimos de um exercício de reflexão do corpo em nossa vida cotidiana, o corpo que atua nas ruas, movimenta-se pelo espaço urbano, transita e vivencia o espaço. Circula entre as outras pessoas, estabelece relações, o corpo que trabalha, brinca, ocupa espaços. Esse corpo está em trânsito e vemos nascer daí a arte urbana, a "performance" e o "site specific".
Tema 05: O homem revisitado
Também podemos pensar o corpo como um espaço de vivência e como meio de experiência estética. Existe a possibilidade de trabalho com o próprio corpo e a relação com o espectador criando um canal de experiência sensorial através da obra de arte. As obras de arte participativas criam diferentes formas de fruir em arte e experenciar para além da observação passiva do espectador.
AULA 3 Tema 01: As superfícies
Os artistas têm modos bastante peculiares e curiosos de nos fazer olhar para as obras de arte e prender nossa atenção. Podem levar-nos a salivar ou ficar arrepiados. Podem assustar-nos ou deixar-nos preocupados, fazer-nos rir ou chorar. A textura é um dos elementos pelos quais os artistas controlam o modo como reagimos a uma pintura.Eles podem levar-nos a imaginar que sabemos que sensação uma coisa produz, como cheira, soa e que gosto tem. A textura também pode mostrar o modo como os materiais são usados, como quando a tinta é espremida diretamente do tubo ou aplicada com pincéis grossos. Alguns artistas misturam tinta a outros materiais, como a areia, para criar tipos diferentes de superfície. Como fazem isso? Vamos ver!
Tema 02: Objetos do cotidiano
Podemos considerar as potencialidades simbólicas dos objetos a partir de narrativas marcadas pela subjetividade. Trabalhamos com os objetos a partir de um universo íntimo de relações e da esfera privada. Estamos falando da potencialidade simbólica dos objetos. Objetos não falam, não gritam, mas eles nos ajudam docilmente a aprender como agir de maneira apropriada. Saiba mais sobre isso assistindo ao vídeo a seguir.
Tema 03: Os objetos como tema
É possível explorar a apropriação de objetos em diversos modos de representação. Partindo dos estudos de desenho como referência, pensaremos na abordagem de várias soluções técnicas para desenvolver um trabalho artístico. Dessa forma, é importante pensar em conceitos, materiais, formas de representar e soluções para um trabalho bidimensional que utilize objetos em sua criação. Também é possível inventar objetos imaginários e encontrar novas realidades de uso para eles.
Tema 04: Os objetos como suportes de memória
A arte não está apenas nos quadros pendurados nos museus. Olhe com atenção: ela pode estar nas ruas, nos muros, nas lojas, nos produtos, nos objetos, nas revistas, nos lugares públicos e na nossa casa, em álbuns de fotografia. O artista é uma pessoa que descobriu que as coisas não são apenas o que se vê. A partir de suas ideias, eles criam imagens, sensações, lugares, sons... Com isso, inventam um novo mundo a partir da realidade.
Tema 05: Instrumentos para criar e instrumentos mediadores
Os artistas estão sempre usando novas tecnologias ou inventando formas de se expressar. Essas novas formas de arte não invalidam as tradicionais. Assim como o cinema não deixou de existir por causa da televisão, a pintura e o desenho continuam existindo mesmo com a fotografia. A fotografia é uma forma de expressão artística e também um instrumento mediador do nosso olhar para o mundo e que interfere em nossa relação com os objetos.
AULA 4 Tema 01: A cidade
Na cidade se refletem e se estruturam as forças sociais, políticas, econômicas, culturais, religiosas e se encontram os reflexos das descobertas científicas e da revolução industrial. A cidade está estreitamente ligada a operações estéticas de pintores e escultores – é um conjunto cultural. Ao falarmos de cidade estamos falando do urbano, dos espaços de ocupação na urbanística arquitetura!
Tema 02: As ruas
As ruas nos remetem a caminhos, percursos, trajetos, rotas reais e imaginárias e também mapas poéticos que podem ilustrar nossa passagem por elas. Os mapas são a matéria principal da cartografia, ciência que se destina à representação gráfica do espaço. Assim como fez Ítalo Calvino no célebre livro Cidades Invisíveis, vamos imaginar uma cidade inventada? No passado, os artistas usavam a cor para fazer as pessoas, paisagens e objetosparecerem reais e verossímeis quanto possível. Hoje em dia, muitos ainda gostam de usar a cor para interferirem nas ruas.
Tema 03: Arquiteturas
Os artistas estão sempre pesquisando e inventando formas de se expressar. As instalações, por exemplo, são um tipo de arte espacial, uma espécie de escultura que invadiu novos espaços e interfere no espaço arquitetônico ao redor. O observador penetra nos espaços para vivenciar experiências sensoriais. Elas podem ser feitas num ambiente fechado, como uma sala de museu, ou ao ar livre, como num jardim.
Tema 04: A casa de cada um
Considere a relação entre as pessoas e seus lares. É possível que as pessoas queiram que seus lares, suas casas, sejam parte de um processo de construção identitária. A moradia, no entanto, exerce influências que muitas vezes fogem do controle. A casa pode representar o lugar mais pessoal e íntimo que temos no mundo, mas não é bem assim... Quando pensamos nos artistas que retrataram as suas casas, podemos observar que, em muitos casos, a casa era sinônimo de angústia e frustração. Basta lembrarmos do quarto do artista Vincent Van Gogh na cidade de Arles. O que ele quis representar?
Tema 05: As relações entre espaço e obra
Quando visitamos uma exposição em um museu, nos deparamos com aspectos de museologia que estão diretamente relacionados às obras de arte expostas ali. A forma como o curador nos apresenta uma exposição pode alterar a nossa percepção sobre aquele artista ou um conjunto de obras. As cores, o espaço, a luz, as etiquetas informativas etc. Tudo faz parte da nossa relação com a obra de arte.
AULA 5 Tema 01: Um diálogo com a literatura: a ilustração
A ilustração é um desdobramento da relação texto e imagem presente em muitas obras literárias. Na contemporaneidade, além do material impresso, também é possível observar textos digitais marcados pela presença da imagem, como a internet e os e-books.
Tema 02: Uma imagem que diz tudo
As imagens possuem a capacidade de contar histórias. É possível contar histórias a partir de diversos gêneros literários, assim também é com a imagem. Existe um gênero do desenho – a ilustração humorística, presente em charges, tirinhas e cartuns. As charges cômicas discutem através do humor aspectos da cultura local, política e social. É o desenho pensado como elemento de uma narrativa.
Tema 03: Histórias em sequência
Que tal estudarmos uma linguagem muito conhecida e apreciada pelos jovens? As histórias em quadrinhos. As HQs não devem ser confundidas com a literatura propriamente dita, uma vez que dependem da imagem na mesma medida do texto para serem compreendidas. Existem outros aspectos importante quando falamos de arte sequencial, o tempo, por exemplo, é determinante, pois nos dá a ideia de progresso, de ordem, que é fundamental para a lógica narrativa.
Tema 04: Fotografia: a imagem fotográfica contando histórias
A fotografia é uma linguagem visual bidimensional que se caracteriza pela relação com o objeto fotografado. Os artistas usam a fotografia para nos fazer olhar os objetos, pessoas e paisagens e nos colocar em relação a eles de determinado modo ou colocar as coisas em uma certa ordem para contar uma história.
Movimento, cor e equilíbrio são usados para compor imagens fotográficas. O arranjo de elementos visuais em uma imagem fotográfica é chamado de composição.
AULA 6 Tema 01: As primeiras escolhas: o tema
Vamos encarar o processo artístico como um trabalho de pesquisa. Os artistas têm liberdade de pesquisar coisas das quais não têm nenhum conhecimento. O que o motiva é a curiosidade que todos nós temos. Perguntar-se, questionar-se... É das perguntas que surgem um tema de pesquisa, uma porta de entrada para um projeto. Para isso, é preciso testar coisas, realizar experiências, transferir para um projeto as próprias curiosidades.
Tema 02: A pesquisa
As diferentes perspectivas teóricas permitem aos pesquisadores olhar para aspectos diversos do processo – o que abre um leque de possibilidades para o trabalho do artista. O poder de descoberta de cada teoria e a habilidade interpretativa de cada pesquisador oferecem a possibilidade de nos aproximarmos mais do percurso criador. O propósito direcionador de uma pesquisa – que, no caso, é a compreensão do processo de produção de uma obra artística – e seu objetivo, podem estar registrados na forma de rascunhos, desenhos, textos, como se fossem as pegadas que o artista deixou, revelando o caminho que ele percorreu quando realizou a sua obra.
Tema 03: Refletindo sobre o processo
Pode-se dizer que o processo contém a ideia de registro. Existe, por parte dos artistas, uma necessidade de descrever a sua caminhada, de reter alguns elementos que podem ser possíveis concretizações da obra ou auxiliares dessa concretização. O processo é o registro material da criação. As fronteiras materiais dos registros, no entanto, não implicam delimitações do processo.
Tema 04: A caminhada: seu processo em andamento
De uma maneira geral, poderíamos dizer que o ato criador é um movimento sustentado pela lógica da incerteza. Um percurso que engloba o acaso. A própria ideia de criação implica desenvolvimento, crescimento e vida; consequentemente, não há lugar para metas estabelecidas a priori. Por necessidade, o artista é impelido a agir. Uma ação, certamente complexa, que se concretiza por meio de uma operação poética registrada nos documentos de processo. Processo que envolve seleções, escolhas, apropriações e combinações.
Tema 05: Finalizando o trabalho
O processo de criação é um lento clarear de uma tendência que, por sua vagueza, está aberta a alterações. No final, pode ser que nada tenha a ver com a "maquete" inicial, pois o plano não tem nada da experiência que se adquire na medida em que vai realizando a criação. Tudo isso nos leva ao tempo da construção da obra. Um tempo que tem um clima próprio e que envolve o artista por inteiro. O processo mostra-se, assim, como um ato permanente.
ARTES VISUAIS, HISTÓRIA E SOCIEDADE: BRASIL AULA 1
Tema 01: Cavernas e desenhos
Datadas entre 3.000 a 10.000 anos atrás, os desenhos em pedras encontrados no Brasil sofreram muito com o tempo e com a falta de interesse pela sua preservação, que é muito recente. A maior concentração de pinturas rupestres fica no Rio Grande do Norte e no Piauí, com diferentes datações. Estes desenhos registraram temas relevantes da existência humana da época, com objetivos diversos como: magia, misticismo e o desejo de registrar a vida em grupo. Dentre os sítios rupestres – que aqui chamamos de cavernas (devido ao lugar de difícil acesso que a maioria delas se encontram) – se destacam: Furna do Caboclo (Carnaúba dos Dantas-RN); Xique-Xique I (Seridó-RN); Toca do Salitre e a Toca da Entrada do Baixão da Vaca (Serra da Capivara-PI). As categorizações mais comuns para os desenhos encontrados nestes sítios são magia e caça, culto à fertilidade e iniciação sexual, além das divisões sociais em grupo.
Tema 02: A pintura corporal indígena
Os desenhos no corpo realizados pelas tribos indígenas são realizados com tinta natural. Esta tinta é produzida a partir de extratos de frutos e de árvores, sendo a mais comum retirada do jenipapo, de cor preta e que dura por volta de 2 semanas. Dependendo da tribo, pode haver diferenças no tipo de tinta para adultos e crianças, no motivo da pintura (comemorações, caçadas, rituais) e seus significados. O ponto de partida para os temas das pinturas é a natureza, porém elas traduzem seus elementos figurativos em imagens geométricas e abstratas, simétricas ou assimétricas, compondo com harmonia e ritmo os padrões de repetição. Além do jenipapo, utiliza-se o urucum (tinta vermelha), o pó de carvão sobre uma camada de suco de pau-de-leite e o calcário (tinta branca). Elas exprimem as concepções de um grupo específico perante os outros, além de ser uma maneira de se comunicarem entre si e com os espíritos relacionados à crença de cada grupo.
Tema 03: Cerâmica indígena
Hoje, no Brasil, há por volta de duzentas tribos que dominam a cerâmica comoprincipal material de produção de estátuas, urnas funerárias, instrumentos e utensílios de uso cotidiano. Apesar disso, nem todas as tribos utilizavam a cerâmica, como é o caso dos Xavantes. Os que mais se destacam pela utilização de cores e traços simétricos são as tribos Marajoara (Ilha do Marajó-PA) e os Kadiwéu (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). Os desenhos, como na pintura corporal, são baseados na natureza, mas compostos de formas geométricas e abstratas. A técnica mais comum é a manual, na qual é feito um rolete de argila que é alisado com cacos de potes quebrados, e pincéis de aves para trabalhar a superfície das peças. Geralmente a cerâmica é confeccionada pelas mulheres.
Tema 04: Os viajantes holandeses em belas paisagens
Os holandeses se instalaram no nordeste do Brasil nos anos de 1630 a 1654. A colônia holandesa estabeleceu sua capital no Recife (PE), e seu governante mais conhecido foi Maurício de Nassau. Sua fama deve-se ao incentivo às artes e às ciências, e de maneira exaustiva, ao estudo da flora. Nassau trouxe uma comitiva de botânicos e artistas que produziram diversos registros detalhados das paisagens do nordeste. Entre eles, destacaram-se Frans Post e Albert Eckhout. Muito da numerosa produção destes artistas é livre dos preceitos católicos, pois os artistas não seguiam esta religião, o que lhes permitia explorar temas considerados profanos pelos portugueses. E isso em nada diminuía o caráter estilístico e plástico das paisagens feitas por Post, por exemplo. Deste artista destacamos a tela Engenho de açúcar, de 1660.
Tema 05: Imaginário da fauna e do indígena
A fauna fantástica retratada pelos cientistas holandeses que viveram no nordeste do Brasil também merecem destaque. Para ilustrar este imaginário, usaremos as telas Mulher Tapuia e Homem Tapuia, ambas realizadas por Albert Eckhout, em 1641. Este par de telas traduz o caráter de registro, porém com referências das técnicas de desenho e pintura dos holandeses de escola flamenga. Em Homem Tapuia, o personagem triunfa sobre a natureza, ao pisar na jiboia e vencê-la, enquanto que uma aranha caranguejeira se aproxima de seu pé direito. Em Mulher Tapuia, a personagem retratada carrega pedaços de carne humana, o que causava horror aos europeus.
AULA 2 Tema 01: Os antecedentes europeus
Não há unanimidade entre os teóricos quanto ao início do Barroco na Europa: uma parte dos estudiosos afirma estar entre o final do século XVI, a partir da arte religiosa da Contrarreforma; outra parte diz que o Barroco surgiu nas duas primeiras décadas do século XVII.Porém todos concordam quanto às suas principais características: extravagância, assimetria, apelo emocional – e por isso uma direção à expressão dos sentidos e não à razão (o que era a práxis da arte renascentista). O que antecede o Barroco no Brasil, era a produção artística de países europeus ocidentais de tradição católica, como a Itália e Portugal – no qual há o estilo pombalino, também conhecido como Barroco tardio português. Mas o Barroco brasileiro também tem influência do Rococó religioso lusitano, que empresta dos franceses as cores suaves e a forma da roca: a concha achatada, as linhas em espiral e as folhas de ouro, tão presentes nas nossas igrejas deste período.
Tema 02: O barroco de cada região do Brasil: particularidades
Aqui vamos enfatizar outros estados onde o Barroco esteve presente, além de Minas Gerais e Bahia. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, a partir de 1753, na igreja matriz de Santa Rita, as talhas já traziam formas de conchas, e o exagero de expressão de sentimentos à maneira dos detalhes do rococó e do barroco, sucessivamente. Também na antiga capital encontramos o Mestre Valentim, que adornou, por exemplo, as igrejas da Santa Cruz dos Militares, a da Ordem Terceira do Carmo e a de São Francisco de Paula que, no entanto, com o passar dos anos, sofreram modificações – maiores ou menores – como a maioria das igrejas deste período. No entanto, a Capela das Relíquias do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro é considerada a mais bem conservada. Em Pernambuco, graças às riquezas geradas pela produção açucareira, o desenho curvilíneo predominou até nos frontões, como na Igreja Matriz de Santo Antônio, em Recife.
Tema 03: As igrejas baianas
Salvador possui cerca de 80 construções que remetem ao estilo barroco. Dentre elas, destaca-se a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Desde a construção arquitetônica até a decoração interna, podemos destacar as fortes áreas de claro e escuro, as cores quentes, os diversos personagens em uma narrativa direcionada à glorificação da Virgem e a construção com aspectos ilusionistas de elementos da igreja, como os balcões e o ponto de vista daqueles personagens. A intenção da pintura é reforçar o discurso de exaltação da fé católica no momento de sua afirmação no território colonial. Sua última restauração, datada de 1991, realçou ainda mais as cores quentes e claros-escuros atribuídos ao artista barroco José Joaquim da Rocha. Como outras igrejas barrocas baianas, ela foi construída em pedra-sabão, material que na época era trazido de Portugal.
Tema 04: Igrejas mineiras
As primeiras igrejas barrocas mineiras eram capelas de barro e madeira construídas no caminho das áreas de mineração. Com o tempo adquiriram a arquitetura comum às igrejas brasileiras: nave, capela-mor e sacristia lateral, torres central e lateral e, na ausência destas, há vários casos de soluções singulares para a colocação do sino, como na Capela de Padre Faria, em Ouro Preto (MG). Outras mais suntuosas possuem destaque turístico por apresentarem estilo diversificado, com características do período pombalino e do rococó, como a Igreja de São Francisco de Assis, em Mariana (MG). Suas janelas foram pensadas com vistas a privilegiar a entrada de luz e fazer cintilar as talhas cobertas de folhas de ouro. O predomínio de paredes brancas e fundos suaves nas pinturas ajudam a criar este efeito, diferente das igrejas baianas, nas quais predomina a cor escura para contrastar com o ouro. A pintura é de Francisco Xavier Carneiro, que executou diversas delas em muitas igrejas mineiras.
Tema 05: Grandes Mestres
Vamos nos deter na produção dos dois mais conhecidos artistas deste período: Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), por meio da coleção de obras no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas (MG) e Manuel da Costa Ataíde, o Mestre Ataíde (1762-1830), responsável pelas pinturas no teto da Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto (MG). Mestre Ataíde foi militar, e pertenceu à terceira geração de pintores mineiros, e atuou mais quando a economia baseada na exploração do ouro já arrefecia. No entanto, nesse momento a Igreja Católica afirmava-se construindo grandes obras nesta época. A pintura feita por Ataíde no teto da igreja supracitada em Ouro Preto é um bom exemplo de sua arte: na mistura do barroco tardio com o rococó encontramos uma composição em perspectiva, com ponto de fuga na imitação dos pilares elevando-se aos céus, os quatro cantos com doutores da Igreja e ao centro Nossa Senhora em último plano, rodeada de santos e anjos em profundidade espiral.
AULA 3 Tema 01: Missão artística francesa no Brasil
Uma das principais motivações para a vinda da Missão Francesa para o Brasil era o exílio político. Ela era composta por um grupo de intelectuais, artistas e artesãos com referências neoclássicas e desembarcou no Brasil em 1816. Entre seus integrantes estavam Jean-Baptiste Debret e Nicolas Antoine Taunay. Com isso, o barroco seria suprimido definitivamente. Entre as ações mais pontuais desta missão, está a criação da Academia Imperial de Belas Artes, e a execução do retrato de D. João VI – um óleo sobre tela, de pequenas dimensões (60 x 42 cm), pintado por Debret e que hoje está no Museu Nacional de Belas Artes. No entanto, mesmo com a paz selada na Europa e com a coroação do príncipe-regente, a Coroa permaneceu no Brasil e, sendo assim, era necessário afirmar a autoridade e pompa do rei.
Tema 02: Viagempitoresca através do Brasil: Johann Moritz Rugendas
Além da missão francesa, houve outras expedições científicas que exploraram o Brasil no século XIX. Com o objetivo de catalogar e registrar a fauna, flora, minérios, população e costumes, a expedição Langsdorff percorreu o Brasil entre 1824 a 1829. O cônsul-geral da Rússia no Rio de Janeiro, barão de Langsdorff, conseguiu financiamento do czar russo para organizar esta vinda de botânicos, zoólogos, astrônomos, desenhistas, gravadores, guias, caçadores e escravos. Rugendas (1802-1858) chegou com esta expedição, mas logo se desentendeu com o barão, resolvendo continuar sua expedição solitária pelo Brasil. Foi também ao México, Chile, Argentina, Peru, Uruguai e Bolívia. Produziu diversos álbuns publicados na Europa, entre eles Viagem pitoresca através do Brasil, que só foi publicado aqui em 1940, quase 100 anos depois da publicação original em francês.
Tema 03: Academia Imperial de Belas Artes: promoção política e possibilidade de crítica
Para conhecer melhor os pressupostos da Academia Imperial de Belas Artes, precisamos falar de Manuel de Araújo Porto-Alegre: ele foi poeta, pintor, diplomata e amigo de D. Pedro II, membro fundador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vereador da cidade do Rio de Janeiro, escritor, professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes. Foi também um dos primeiros discípulos dos professores franceses. Viajou para a França e ao retornar assumiu a cadeira de Pintura Histórica na Academia Imperial de Belas Artes. Além disso, eventualmente projetava edifícios. Fundou a revista Lanterna Mágica, da qual era editor, em 1844. Sua obra escolhida para essa aula é a primeira caricatura publicada no Brasil. Esta ilustrava o texto da revista e mostrava dois personagens: Laverno e Belchior, que criticavam a situação política do momento.
Tema 04: Escola Nacional de Belas Artes: reforma e ousadia
A transição da velha Academia Imperial para a nova Escola Nacional data de outubro de 1890. Com a então recente mudança de regime, o primeiro diretor, Rodolpho Bernardelli, tinha vários desafios. No entanto, Bernardelli recebeu a alcunha de "o iniciador da nossa vida artística" pela renovação que estava propondo com a Escola. Na pintura, destacou-se seu irmão, Henrique Bernadelli. Este passou um tempo na Europa, e após retornar personificou a proposta do irmão diretor sobre a reforma. A obra Tarantella, de 1886, é um óleo sobre tela, tem 98 x 98 cm e está exposta no Museu Nacional de Belas Artes. Na tela, a famosa dança napolitana é ilustrada por duas moças que parecem divertir-se muito, esbanjando sensualidade, com a luz incendiando-as em primeiro plano, enquanto os músicos e outros espectadores assistem, conversam, cortejam-se uns aos outros no fundo de uma taverna.
Tema 05: Aproximações com o moderno
É notável o choque entre gerações artísticas no final do século XIX. O crescimento do Liceu de Artes e Ofícios como local alternativo ao ensino da Academia Imperial de Belas Artes e a substituição desta pela Escola Nacional de Belas Artes arrefeceu os ânimos. Era visível o descontentamento daqueles que ansiavam por mudanças com o que ficou conhecido como arte acadêmica. Neste contexto, alguns movimentos europeus, como o Impressionismo e o Simbolismo já influenciavam os artistas brasileiros que estudaram na Europa. Para entender a aproximação com o moderno, destacamos o artista Hélios Seelinger, que é pouco lembrado, mas foi decisivo para o desejo de modernização da pintura dentro da Escola Nacional de Belas Artes. Pelo óleo sobre tela Boemia, ele recebeu um prêmio que lhe possibilitou estudar na Europa financiado da República. Esta tela, de 103 x 190 cm, não se destacou por sua harmonia ou técnica demonstrada no pincel, mas sim pela repercussão estilística.
AULA 4 Tema 01: A importância de uma arte nacional: Vicente do Rego Monteiro
Iniciamos a aula tomando como ponto de partida uma exposição realizada no Rio de Janeiro em 1921, na qual a crítica associou o nome do pernambucano Vicente do Rego Monteiro ao impulso modernista. Esta associação aconteceu pelo tema desta exposição: "lendas indígenas" e a forma de abordá-lo. Vicente do Rego, porém, não tinha como referência as tendências vanguardistas, mas sim a busca do nacionalismo, o que faz com que seu trabalho seja considerado pelo poeta Ronald de Carvalho "uma arte verdadeiramente brasileira". No entanto, depois de um tempo de estudos em Paris, o artista voltou convencido da necessidade de uma busca pelo "primitivo" – o que o aproxima do movimento modernista do início do século XX. No entanto, uma obra sua como Atirador de arcos não é essencialmente moderna, pois ela representa elementos marajoaras de uma maneira quase arqueológica e não se vincula a nenhuma corrente vanguardista europeia modernista.
Tema 02: O ápice modernista em São Paulo
A “Semana de Arte Moderna”, ocorrida em fevereiro de 1922 no Teatro Municipal, em São Paulo, é considerada o momento mais marcante do Modernismo. Contou com a participação de intelectuais e artistas como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Plínio Salgado, Heitor Villa-Lobos, Victor Brecheret, entre outros. Destacamos aqui a participação de Victor Brecheret para compreendermos a produção artística e cultural paulista neste evento. Brecheret estudou na Europa e lá se encantou pela obra escultória de Auguste Rodin e Constantin Brancusi. Em nossas terras, criou obras que foram marcos do Modernismo e posteriormente se tornaram também importantes pontos turísticos, como a obra Monumento às Bandeiras, encomendada no ano de 1921, porém inaugurada somente em 1954 junto com o Parque do Ibirapuera.
Tema 03: O ápice modernista no Rio de Janeiro?
Falar de Modernismo no Rio de Janeiro pode parecer contraditório, pois tradicionalmente consideramos São Paulo e a Semana de 22 como o momento de início do modernismo. Contudo, desde 1870, artistas como Vicente do Rego Monteiro e Hélios Seelinger se aproximavam das correntes modernistas europeias e se preocupavam com a criação de uma linguagem nacional, conectada com o que havia de mais inovador em termos de produção artística na Europa. Não podemos esquecer que na primeira década do século XX, o Rio de Janeiro continuava sendo um espaço profícuo para a produção artística, com vários embates entre os acadêmicos mais conservadores e os artistas que já anunciavam o modernismo. A revista ilustrada Fon-Fon, por exemplo, valorizava as novas formas de comunicação de vanguarda como o cinema e a fotografia experimentais, além da poesia.
Tema 04: Oswaldo Goeldi
Carlos Zílio, em 1981, já chamava Oswaldo Goeldi de "o outro do modernismo". Realmente, a obra do gravurista, ilustrador e boêmio é diferente, particular, singular e, acima de tudo, moderna. A questão de "ser moderno" que dá título a esta aula, direciona-se especialmente à vida de Goeldi. Filho de um suíço com uma brasileira, Goeldi foi embora com os pais para a Suíça aos 6 anos de idade, regressando 22 anos depois. Ele saiu do Brasil diversas vezes, mas sempre retornava. Sua obra, entretanto, é especialmente vinculada a temáticas brasileiras, e só a sua vivência nas ruas e nos subúrbios poderia explicar a intensidade deste trabalho. Apesar de não afirmar sua ligação com qualquer vertente vanguardista europeia, o seu trabalho em gravura revela uma forte identificação com o Expressionismo, com linhas fortes e angulosas e a prevalência de áreas escuras.
Tema 05: Ecos modernistas no Paraná
O principal eco modernista no Paraná é o movimento Paranista, especialmente nas décadas de 1920-1930. O objetivo era construir uma identidade artística singular para o estado, que há pouco mais de 60 anos deixara de ser província de São Paulo. Seguindo a tendência modernista em todo o país, o Paraná buscava alinhar as premissas nacionais com suas particularidades regionais. Romário Martins, intelectual, escritor, historiador e literato foi um expoente neste sentido. Forjou, inclusive, uma história mítica, na qual ecoava a noção deparaíso com perfeita rede fluvial, clima, flora e fauna produtivas sustentadas pela erva-mate e a possibilidade de extração de madeira, principalmente o pinho. Até hoje, o pinheiro e o pinhão são símbolos paranaenses.Lange de Morretes e João Turin, por exemplo, fizeram pinhas estilizadas para compor a imagem do movimento paranista.
AULA 5 Tema 01: No Rio de Janeiro: contexto político e sensibilidade artística
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, a Europa devastada e novos regimes de governo em ascensão, o rádio e o jornal serviam também à manipulação das massas – inclusive no Brasil, onde os governantes se utilizaram destes meios para incutir o sentimento de progresso no povo brasileiro. A intenção era abrir o país às indústrias estrangeiras, motivando o consumo dos produtos mais inovadores. Desta maneira, os cartazes de propaganda refletiam o progresso econômico e social buscados pela população em ascensão intelectual. Todavia, o modernismo presente até então na arte nacional, associado às origens do Brasil e a uma arte ainda figurativa dos anos 1920, já não expressava mais o novo sentimento progressista da sociedade carioca.
Tema 02: São Paulo e a urbanização
Até o final da década de 1930, o Rio de Janeiro ainda era o grande polo político e econômico do Brasil. Por outro lado, os anos 1940 e 1950 em São Paulo foram de urbanização acelerada. A atenção voltada aos modernos e o interesse dos imigrantes pela cidade foi transformando-a em outro importante polo brasileiro – o que favoreceu o seu desenvolvimento, deixando para trás a alcunha de província. Na arte podemos destacar a criação do Museu de Arte de São Paulo (MASP), em 1947, pelo entusiasta da arte e da comunicação Assis Chateubriand, e também o Museu de Arte Moderna (MAM), em 1948, que trataremos a seguir. Por meio doações e graças aos contatos de Chateaubriand e Pietro Bardi (primeiro administrador do museu), o MASP formou um acervo de enorme valor artístico, com peças não somente de arte brasileira, mas sobretudo de arte europeia e moderna. Com isso, o museu agitou de vez a vida cultural de São Paulo no final dos anos 1940.
Tema 03: A criação dos Museus de Arte Moderna em São Paulo e no Rio de Janeiro
Após a Segunda Guerra Mundial, um grupo de intelectuais cariocas percebeu que a assimilação das correntes modernas de vanguarda, a diversificação de equipamentos culturais e a aquisição cada vez maior de obras de arte por parte do Estado indicavam a necessidade de um espaço dedicado a promover encontros da arte com o público. Assim, e pelo empenho do empresário e colecionador de arte Raymundo Ottoni de Castro Maya, foi inaugurado, em 1948, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), palco de diversos acontecimentos que fomentaram a arte abstrata e performática dos anos 1950 e 1960. O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) foi criado no mesmo ano com o intuito de preservar a arte moderna produzida em São Paulo, bem como ser um receptor das novas experiências artísticas. Com a coleção de Ciccilo Matarazzo, o museu abriu em 1948 e fechou em 1963, quando este colecionador transferiu seu acervo ao MAC-USP. O MAM-SP foi reinaugurado em 1969.
Tema 04: Instituição de novos paradigmas - a Bienal de 1951
A 1ª Bienal de São Paulo, ocorrida em 1951, foi fruto da promoção da arte e da sociedade intelectual paulistana, que queria se inserir de uma vez por todas no cenário internacional. Com um cartaz de divulgação com motivos geométricos, e premiando o artista suíço Max Bill – de corrente construtivista – esta Bienal foi um divisor de águas na assimilação e propagação da linguagem abstrata no Brasil. Artistas como Ivan Serpa, Waldemar Cordeiro e Geraldo de Barros serão influenciados pela corrente abstrata informal. A Exposição Nacional de Arte Concreta em 1956 foi também um exemplo da força e do impacto da Bienal no país. Posteriormente, em 1962, Ciccilo Matarazzo cria a Fundação Bienal, desvinculando a Bienal Internacional de São Paulo do MAM-SP, que a promovia. Logo em seguida, em 1963, Matarazzo se desligaria por completo do museu (incentivando o seu fechamento), retirando o seu acervo dali e doando-o ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.
Tema 05: Os abstratos
Agora conheceremos dois grupos: o primeiro, Grupo Ruptura de São Paulo, que nasce da influência das correntes abstratas informais e do impacto da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, e era formado por artistas que viviam em São Paulo. Participaram do grupo: Waldemar Cordeiro, Lothar Charoux, Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, Kasmer Féjer, Anatol Wladyslaw e Leopoldo Haar. Estes artistas afirmavam que a arte era expressão da pura forma, da repetição de padrões geométricos calculados, nas quais não havia mais espaço para a expressão humana e, portanto, encaravam a arte como objeto. Já no Rio de Janeiro, os abstratos mais conhecidos são os do Grupo Frente, formado pelos artistas Ivan Serpa, Lygia Clark, Lygia Pape, Aluísio Carvão e Décio Vieira. A 1ª exposição ocorreu em 1954, no Instituto Brasil-Estados Unidos; para a 2ª mostra, em 1955, unem-se ao grupo Franz Weissmann, Hélio Oiticica, Abraham Palatnik, João José da Silva Costa e Eric Baruch.
AULA 6 Tema 01: Novas linguagens e novas tecnologias: o vídeo e o MAC-USP
Ao longo do século XX, outras linguagens artísticas foram sendo incorporadas às tradicionais, na medida em que as tecnologias utilizadas foram se aprimorando. Da fotografia aos meios impressos (como a fotocópia), além do vídeo – principalmente com a popularização da câmera Super-8, influenciada pela primeira câmera de filmagem comercial e portátil, a Cine Kodak Eight, de 1932. Em meados dos anos 1960, a Super-8, de baixo custo e fácil manipulação caiu nas graças dos artistas norte-americanos, e logo alcançou também os brasileiros, como Hélio Oiticica, que realiza o "quase-cinema" com o cineasta Neville D'Almeida. Assim como este equipamento se incorporou no trabalho de Oiticica, a produção artística contemporânea também é influenciada pelo surgimento de novos aparelhos e pelo acesso dos artistas aos diferentes tipos de tecnologia.
Tema 02: Desmaterialização e conceitualismo
O termo desmaterialização foi cunhado pela crítica de arte norte-americana Lucy Lippard em seu livro Seis anos: a desmaterialização do objeto de arte, de 1966 a 1972. Nesse, a autora chamou de arte desmaterializada a arte conceitual, arte de informação ou arte da ideia – termos ainda vagos no início dos anos 1970. As novas tecnologias – como o uso do computador, objetos e impressos – se associam ao fazer artístico, e a instalação é uma linguagem de apresentação da obra que parece aos artistas a mais apropriada para produzir obras de cunho informativo, político e impactante. No Brasil, o seu livro influenciou artistas como Cildo Meirelles, Waltercio Caldas e Mira Schendel em obras como Desvio para o vermelho, Convite ao Raciocínio e a série Toquinho, respectivamente.
Tema 03: Neoconcretismo
Do Grupo frente deriva-se a nova vertente da arte brasileira chamada de Neoconcretismo. O Manifesto Neoconcreto apresentado na ocasião da 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no Rio de Janeiro em 1959, foi assinado pelos artistas Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Pape, Lygia Clark, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis. No manifesto, os artistas afirmar o caráter sensível da arte neoconcreta, se distanciando de qualquer objetividade, de qualquer relação com a máquina ou com o mecânico. Os artistas conduzem o espectador a uma experiência completa com a obra na medida em que aquela demanda a participação deste e procuram "exprimir a complexa realidade do homem". Outros artistas se juntaram ao grupo, como Hélio Oiticica, Aluísio Carvão, Hércules Barsotti e Willys de Castro.
Tema 04: Arte e engajamento
Artistas como Nelson Leirner, Carlos Fajardo, Wesley Duke Lee, Geraldo de Barros, José Resende, Marcello Nitsche, Carmela Gross, Antonio Dias, Rubens Gerchman, Pedro Escostesguy, Regina Silveira, Carlos Vergara e Artur Barrio são alguns exemplos dos que trabalharam oucontinuam trabalhando com temáticas políticas e sociais, como a violência – tanto aquela dos anos da ditadura brasileira quanto a da violência urbana que presenciamos nas ruas das cidades brasileiras. A artista Regina Silveira, por exemplo, realizou a série de serigrafias Middles Class & Co, em 1971-1972, que aponta para a separação social igualitária ou desigual, assim como para a própria dilaceração do indivíduo diante da sociedade em que está inserido. Em 2015, Silveira apresentou a exposição Crash! no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (PR), apresentando diversas obras com a temática de armas e objetos que denotam o contexto de violência da atualidade.
Tema 05: Grafite e a relação social com a cidade
No Brasil, o grafite se popularizou a partir dos anos 1980 juntamente com a cultura do hip-hop. Como cultura urbana, a intenção dos artistas que trabalham com o grafite é expressar-se por meio de versos de músicas ou nos muros e paredes da cidade, abordando questões individuais ou coletivas – como racismo, preconceito cultural, desigualdade social – fazendo destes espaços de convivência galerias a céu aberto e de expressão. Com o tempo, o grafite vem se desvinculando da cultura hip-hop na medida em que se insere em um circuito artístico também novo chamado de “arte pública”. Meios oficiais como museus, governos municipais e estaduais e empresas privadas que incentivam a cultura ajudam a popularizar o trabalho de artistas como o da dupla Os Gêmeos, de São Paulo, já reconhecidos internacionalmente.

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