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MARX, WEBER E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO DA POLÍTICA
Audren Azolin
O centro de preocupação destas linhas é a de responder como cada um destes autores vislumbra a questão da produção de um conhecimento cientifico da política. Em Marx, a questão do método está presente em obras como Contribuição à Crítica da Economia Política datada de 1859, no famoso “Prefácio” e na Introdução À Crítica da Economia Política no capitulo sobre o “Método da Economia Política”de 1857. Nestes textos encontramos uma exposição teórica do método acerca da economia política, lança as bases de uma teoria da história, também vemos a construção por Marx, de um método mais avançado para o conhecimento dos fenômenos, que é o materialismo dialético. 
Assim, se se pode dizer que o marxismo tem um método específico, é relevante a partir destes escritos. Marx, no Método da Economia Política fala sobre a existência de dois métodos, um utilizado pelos estudiosos da economia clássica burguesa onde, “a representação plena volatiza-se em determinações abstratas”, pois olham para o concreto sem descobrir suas determinações, e outro proposto por ele, que seria um método que pela sua especificidade, garantiria uma superioridade analítica em relação à ciência social burguesa. Assim, no capítulo sobre o “Método da Economia Política”:
“O ultimo método é manifestamente o método cientificamente exato. O concreto é concreto porque é síntese de muitas determinações, isto é, unidade do diverso. Por isso o concreto aparece no pensamento como processo de síntese, como resultado, não como ponto de partida, ainda que seja o ponto de partida efetivo e, portanto, o ponto de partida também da intuição e da representação."
Este método específico se levanta contra o empiricismo e contra o individualismo, trazendo, para tanto, conceitos como os de essência e aparência e totalidade social. Pelo empiricismo a verdade dos fatos está contida nos próprios fatos e pode ser compreendida instantaneamente. Mas para Marx a realidade não é a realidade, e não se explica por ela própria. Ao contrario a realidade é superficial e cheia de embustes. É preciso transcender esta realidade, para tomá-la em sua essência. Assim, o mundo social é organizado na forma de uma distinção entre a essência e a aparência. 
Ao colocar-se contra o individualismo Marx argumenta que estes indivíduos concretos, estão submetidos a determinadas forças objetivas que eles não controlam. Existe uma lógica objetiva que rege todos os membros da comunidade e que escapa ao controle consciente destes, escapa à sua vontade. Não interessa a Marx a vontade dos indivíduos, mas a lógica que está subjacente à relação social. O fenômeno econômico, a realidade, não se explica pela lógica da ação individual. Em resposta a esta idéia do individualismo Marx traz a idéia de totalidade social. É a partir daqui que se poderá explicar os fenômenos e o funcionamento da sociedade. No “Prefácio”, argumenta:
“O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social.”
Assim, para compreender determinado fenômeno ou instituição, é preciso vinculá-los a esta totalidade social. No entanto, quando Marx se refere a esta totalidade social ela é, para ele, uma totalidade social hierarquizada. Há um elemento desta totalidade social que é mais relevante e que Marx chama de economia, infraestrutura ou anatomia da sociedade civil, como se pode ver no “Prefácio”:
“...tanto as relações jurídicas como as formas de Estado não podem ser compreendidas por si mesmas nem pela chamada evolução geral do espírito humano, mas se baseiam, pelo contrário, nas condições materiais de vida ... sob o nome de "sociedade civil", e a anatomia da sociedade civil precisa ser procurada na economia política.”
Quando fala em anatomia da sociedade civil, está falando de relações de produção, das classes sociais e das forças produtivas, que são elementos que se relacionam pois as relações pressupõem as classes sociais, e as classes sociais pressupõem as forças produtivas). Assim, para Marx o que diferencia uma totalidade social da outra, é a forma de organização desta infraestrutura, desta anatomia da sociedade civil. Desta maneira, o modo pelo qual os homens se relacionam para produzir a sua riqueza material muda ao longo da história. Para cada tipo de relação material você tem tipos específicos e correspondentes de relações não materiais (ideologia, política, direito etc.), é o que Marx denomina de superestrutura (que são todas as relações não econômicas da sociedade). Para cada tipo de base material (infraestrutura) eu tenho um tipo de superestrutura correspondente.
A forma de organização do Estado, da política, do Direito dependerá de como a sociedade se organiza materialmente. Assim, há a idéia de uma totalidade social que se estrutura a partir das relações de produção. Independente do que pensam as pessoas, as formas que elas assumem na sociedade, estão em função das exigências da vida material. Essa é a idéia de totalidade estruturada, hierarquizada utilizada por Marx.
A superestrutura para Marx é explicada pela sua função em relação a infraestrutura (vista como causa). A questão da explicação funcional é fundamental para a compreensão do método de Marx; esta explicação não leva em consideração a intencionalidade dos atores que estão envolvidos porque acredita existir um mecanismo social, uma ordem externa que produz e reproduz esta relação funcional. Esta relação causal é causada de maneira sistêmica, e que irá se impor à revelia do que os atores pensam sobre as suas próprias condutas. A explicação da persistência da conduta está na sua funcionalidade. Então não são as intenções individuais que os atores tem ao formular esta ou aquela idéia, que explicam o Estado, a política, o Direito, não se entende a verdadeira essência das coisas analisando os indivíduos, mas os seus efeitos objetivos, e a explicação disto se dá por estes efeitos. Esta explicação funcional faz sentido frente ao fato da esmagadora maioria das condutas humanas, não produzirem efeitos que correspondam às intenções dos atores. Então, a funcionalidade não é dada jamais pela intencionalidade dos atores, pois, na maioria das vezes os efeitos finais não correspondem as intenções dos atores e produz um resultado que eles não esperavam. O que interessa são os resultados objetivos das condutas.
Algo diferente encontramos no pensamento de Weber, que irá lançar mão, das intenções dos atores em toda sua explicação, sem lançar mão de referencias aos sistemas sociais e a questões objetivas. Também, para Weber não existe nenhum a priori em relação á totalidade social, como existe em Marx, onde as relações materiais de produção são o ponto de partida para a compreensão desta totalidade social. Não podemos dizer, contudo, que Weber descarte a relevância destas relações materiais de produção, para a compreensão da sociedade, no entanto, não seria a única causa a determinar o funcionamento da sociedade. Há outras causas tão relevantes quanto e que determinam tanto quanto estas relações. Assim, podemos dizer que onde Marx tomou o econômico como geral, Weber o toma como especifico ou particular. E, se no mundo contemporâneo há um lugar de destaque destas relações/determinações econômicas, não podemos afirmar o mesmo em outros momentos históricos. A realidade weberiana é multideterminada, sem definir previamente o peso destas determinações. 
Em Max Weber, a questão do método está presente em obras como em “A Objetividade do Conhecimento nas Ciências Sociais”. Weber tem uma atitude antipositivista frente às ciências sociais. Para ele era preciso “compreender’ os fatos humanos sociais. E, diferente de Marx, a ordem social aqui não é uma realidade exterior ao indivíduo, ela se manifesta nos próprios indivíduos na forma de motivação. A ordem social é resultado do conjunto de ações individuais.Weber quer captar o sentido da ação social e toda atribuição de sentido pressupõem consciência, que para Weber é individual. Para ele nem toda a ação é social, somente aquelas em que o individuo orienta suas ações em relação à ação dos outros indivíduos. O conceito de ação é o ponto de partida para Weber, mas ele quer saber quais são os motivos que levam os atores a agir de uma determinada maneira. Assim, como eu vou conseguir saber esses motivos? Observando o comportamento, que é única forma de captar o vai dentro deste indivíduo. E isso se faz através da interpretação, que liga a ação às suas causas internas, que não são visíveis. Assim, os fenômenos sociais são explicados pelas motivações dos indivíduos, e nesta medida, os efeitos seriam fruto desta proposição, são intencionais. Aqui reside um problema: como explicar estes resultados não desejados pelo individuo? Para Weber os indivíduos não foram capazes de antecipar as reações dos outros atores e o resultado inesperado se deu pelo conjunto de ações individuais. Para Marx, este resultado se explica pela existência de uma lei histórica e objetiva que opera independente da vontade dos atores. São distintas as explicações para esta defasagem entre intenção e resultado.
Outra questão relevante, é que para Weber a ciência possibilitaria o conhecimento singular, não é afeto a generalidades. Pois estes “homens’ concretos e estes fenômenos concretos estão imersos em um determinado contexto, estão historicamente localizados. Não é possível, assim deduzir da realidade um sistema de leis, nem mesmo é possível conhecer a realidade, apenas parte dela. Weber reconhece a cisão entre conhecimento e realidade, o conhecimento que podemos ter da realidade é sempre parcial, não pode ser captada em sua totalidade. Portanto, o conhecimento nunca será uma cópia fiel da realidade. 
Para Weber a possibilidade humana é finita diante da realidade infinita. E são os valores e interesses dos indivíduos que vão mediar o processo do conhecimento. Assim, para solucionar a questão da objetividade a saída de Weber é o método. Mas o conhecimento objetivo seria possível desde que houvesse um empenho por parte do pesquisador em seguir regras metodológicas, em conseguir alcançar determinada objetividade, expurgando juízos de valor. Weber sabe que os valores não são extirpados do processo de conhecimento, mas o pesquisador, ao saber de sua existência pode ter um certo controle sobre eles. Assim, se o valor está presente na seleção do objeto não estará na verificação dos resultados da pesquisa. O que garante a objetividade da explicação sociológica é o seu método, a objetividade não está nos fatos.
E para se chegar a esta objetividade cria Weber, o tipo ideal. O conceito de tipo ideal de Weber pode ser encontrado na obra A "Objetividade" do Conhecimento nas Ciências Sociais: 
	"Obtém-se um tipo ideal mediante a acentuação unilateral de um ou vários pontos de vista, e mediante o encadeamento de grande quantidade de fenômenos isoladamente dados, difusos e discretos, que se podem dar em maior ou menor número ou mesmo faltar por completo, e que se ordenam segundo os pontos de vista unilateralmente acentuados, a fim de se formar um quadro homogêneo de pensamento. Torna-se impossível encontrar empiricamente na realidade esse quadro, na sua pureza conceitual, pois se trata de uma utopia. A atividade historiográfica defronta-se com a tarefa de determinar, em cada caso particular, a proximidade ou afastamento entre a realidade e o quadro ideal (...) Ora, desde que cuidadosamente aplicado, esse conceito cumpre as funções específicas que dele se esperam, em benefício da investigação e da representação"
Tipos ideais são generalizações, são conceitos produzidos a partir da observação de diversos casos particulares, são induções. São construções conceituais elaboradas a partir da observação histórica que deve possibilitar certa generalização. E é através do conceito de tipo ideal que Weber vai conseguir lidar com a questão da multicausalidade, vai conseguir lidar com a relevância causal em determinado fenômeno. Pois se os tipos condensam as motivações, é um instrumento que serve para explicar as relações causais.
Distancia-se de Marx quando acredita que os fenômenos têm determinações sociais, econômicas, políticas, etc., não havendo hierarquia entre as causas determinantes. Distancia-se de Marx quando separa teoria e prática, conhecimento e realidade, eis que para Marx teoria e prática são inseparáveis. Distancia-se de Marx por não acreditar que a ciencia possa trazer a possibilidade de se decidir sobre a melhor forma de sociedade. No entanto ainda assim crê na possibilidade de um conhecimento cientifico das ciencias sociais. No entanto, se Weber se preocupa com o sentido da ação, não se preocupa com o que determina esta ação, porque um sujeito age nesta ou naquela direção. Com o que Marx se preocupa – E LANÇA MÃO DA IDEOLOGIA.
Assim, na tentativa de responder como cada qual destes autores vislumbra a questão da produção de um conhecimento cientifico da política, podemos dizer que fazer ciência para Marx é encontrar determinações exteriores, pois é a partir de uma lógica sistêmica que se poderá analisar a sociedade, não se deve olhar para as intenções dos atores, mas para os efeitos objetivos destes comportamentos, neste sentido, independente do que pensam as pessoas, as formas que elas assumem na sociedade, se dão em função das exigências da vida material. Para Weber só é possível para a ciência social, produzir um conhecimento singular, sobre uma dada realidade e da qual é possível alguma generalização.
Weber diz que a ciência não tem como dizer qual é a boa sociedade, a ciência não pode resolver esta questão. Se seria o Capitalismo, ou o Socialismo, por exemplo. O limite é: uma vez definido o fim a ser atingido, estabelecer qual é a melhor estratégia a se adotar pra atingir este fim.Contrariamente, para Marx a ciência poderia orientar decisões, a ciência poderia dizer qual é o bom caminho.
Percebe-se com estes autores, que há um embate entre a concepção objetivista e subjetivista. Os objetivistas enfatizam menos o indivíduo e mais o contexto onde estão inseridos, se preocupam com a relação causal entre contexto e comportamento, como Marx, por exemplo. Deve-se estudar a relação social e não o indivíduo, este é portador de estruturas sociais. Já para os subjetivistas, a questão é saber quais são as motivações que levam os indivíduos a agir?Assim, não é o contexto, o elemento capaz de explicar os fenômenos, mas a motivação, que é racional para Weber.
A TEORIA WEBERIANA DO ESTADO MODERNO
Audren Azolin
Objetivo de Weber: Weber centra-se na sociedade capitalista e na Alemanha. Tem um projeto político: “a sociedade capitalista democrática”. Uma grande democracia liberal para a Alemanha. 
Quem é Weber: ele diz “sou um membro da classe burguesa...fui educado dentro dos seus valores e ideais...”, assim, diz quem é, há vários elementos de análise sociológica. Ele tinha um projeto de contribuir para a constituição da ciência da sociologia (ao lado de Durkhein e Marx) mas, tinha a base em conceitos, o que facilita a compreensão. Fala em classe e dominação, mas não no sentido de Marx.
Questão metodológica: Weber não apenas tentou compreender o mundo, mas teve preocupação metodológica- o rigor, a erudição. Conceito é uma idéia construída como ferramenta. (tipo puro ideal) O conceito é a radiografia da realidade. Weber não tinha preocupação com o determinismo histórico, mas não fez dele um despreocupado com a relação entre poder econômico e político, trabalha com a economia na analise dos fenômenos políticos. Assim, o que Marx tomou como universal e determinante (a economia), Weber toma como particular.
Weber está menos preocupado com o avanço do socialismo e mais preocupado com o avanço da burocracia. 
A dominação é o processo de mando e obediência.
A concepção de política, para Weber tem como referencia a Instituição Estatal. Quando fala em política,fala em Estado. A direção é a Administração Pública e o Direito é a influência (Política, Estado e Sociedade) Assim, fala sobre o processo de influência sobre a direção do Estado. No exercício da direção do Estado está presente a burocracia.
Conceitos fundamentais: Weber vai tentar elaborar os conceitos fundamentais da sociologia na sua obra “Economia e Sociedade”. 
Três Tipos Puros Ideais de Dominação
1- Tradicional ( o tipo de dominação se estabelece com a tradição.
2- Carismática ( é um tipo de dominação cuja legitimidade é algo emotivo, afetivo.
3- Racional- legal ( há impessoalidade, não é o juiz que te condena, é o cargo enquanto em outras formas (carismática e tradicional) é pessoal. 
O Estado Moderno vai ser para Weber, um Estado Racional, dentro do processo burocrático que aparece na sociedade capitalista de massa. A burocracia da administração pública e do Direito, onde há um processo de dominação. 
Os Estados possuem um aspecto Nacional. É um aspecto importante em Weber. O Estado é fruto de um processo histórico. O processo de unificação dos Estados e o surgimento da burguesia, (a constituição do capitalismo) assim a classe social também esta presente em Weber, neste resgate histórico, mas diferente de Marx.
Nas formas pré-capitalistas de Estado, há elementos, comportamentos capitalistas. Há um processo de racionalização principalmente no aspecto fazendário para os empreendimentos dos Estados Nacionais. Assim, o Direito e a Administração pública e a burocratização destes, foram imprescindíveis para a formação do processo do capitalismo e do Estado Moderno. O Estado no sentido racional só nasceu no ocidente.
Democracia é o governo da elite política, não é governo do povo. Na parte final de Economia e Sociedade, Weber discute democracia, Fica flagrante a racionalização da Política. Os partidos políticos, frutos desta racionalização da política, que racionaliza os interesses. Daí o receio de Weber com o avanço da burocracia, que definharia o político carismático. A discussão acerca da democracia aponta que o domínio efetivo esta no corpo de funcionários, o poder esta ai. 
O Direito a partir da teoria weberiana do Estado
Ponto de partida ( a compreensão de conceitos como poder e dominação, das diferentes formas de dominação legítima propostas por Weber, bem como, da sua compreensão sobre a relação entre Estado/Política, direito e capitalismo. Assim, o ponto de chegada como não poderia deixar de ser, é a compreensão das peculiaridades (singularidades – espaço e tempo) da política dentro do mundo ocidental.
Conceito de Política( política para Weber é um conceito que se apreende historicamente e, Julien Freund, revelando este “espírito” de Weber, atenta para o fato de que a política, como atividade geral do ser humano, perpassa toda a história e não se confunde com o Estado,” que é apenas uma de suas manifestações históricas e precisamente a que corresponde ao movimento de racionalização da civilização moderna... A política é, pois, anterior ao Estado, mesmo que em nossos dias a atividade política tenda a se reduzir a atividade estatal ou a modelar-se por seus aspectos particulares.” (FREUND, 2003, p.159) Então, se hoje se identifica Estado e política, Estado como o modo de associação política, isso não foi sempre assim. Para Weber a política é entendida como a “atividade que reivindica para si a autoridade instalada em um território o direito de domínio, com a possibilidade de usar em caso de necessidade a força ou a violência, quer para manter a ordem interna e as oportunidades que dela decorrem, quer para defender a comunidade de ameaças externas.” (FREUND, 2003, p.161) O que coincide com a noção de Estado Moderno.
Assim, Weber diz que “Hoje, o Estado é aquela comunidade humana que, dentro de determinado território... reclama para si (com êxito) o monopólio da coação física legítima... é considerado a única fonte do “direito” de exercer a coação.” Por isso, para Weber, a política é “a tentativa de participar no poder ou de influenciar a distribuição do poder...” sendo o Estado...”uma relação de dominação de homens sobre homens”, apoiada no meio da coação legítima”. (WEBER, 2004, p.526)
Conceito de Poder( Para que este Estado subsista, “as pessoas dominadas têm que se submeter à autoridade invocada pelas que dominam no momento dado.” (WEBER, 2004, p.526) Para entender porque dominam ou se deixam dominar, (busca dos motivos) é necessário trazer a distinção/relação, entre poder e dominação. Para Weber, “Poder significa toda a probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento desta probabilidade.” (WEBER, 2004, p. 33) Como salienta o autor, o conceito de poder é sociologicamente amorfo, eis que há muitas maneiras de se colocar alguém em condições de impor sua vontade, ou seja, o conceito de poder pode ser aplicado a muitas realidades, como nas relações entre Estados, na família, etc.. 
Conceito de Dominação( Já o conceito de dominação é mais preciso, “é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis” (WEBER, 2004, p. 33). Freund diz que o domínio:
“é a manifestação concreta e empírica do poderio. Weber define o poderio como a oportunidade de um indivíduo de fazer triunfar no seio de uma relação social sua própria vontade contra resistências, e o domínio como a oportunidade de aí encontrar pessoas dispostas a obedecer à ordem que lhes é dada.” (FREUND, 2003, p.161) 
Então, bem se vê que o conceito de dominação é essencial para compreender o que Weber pensa acerca do político. Weber afirma que “A dominação... é um dos elementos mais importantes da ação social... Todas as áreas da ação social, sem exceção, mostram-se profundamente influenciadas por complexos de dominação... a dominação é um caso especial do poder.” (WEBER, 2004, p. 187). Daí, Freund qualificar a sociologia política de Weber como uma sociologia do domínio, onde “o domínio está no âmago do político” (FREUND, 2003, p.161). Pois, para Weber a política é um conjunto de condutas humanas que pressupõe a dominação de um homem sobre outro homem e, são ações que tem como centro estas relações de domínio. 
Weber traz para sua sociologia política, para construir o conceito de dominação, “a distinção entre a essência da economia e a essência da política... A economia tem a ver com a satisfação das necessidades, e também com o objetivo determinado pela organização racional da conduta; a política se caracteriza pela dominação exercida por um homem ou por alguns homens sobre outros homens.” (ARON, 2000, pg. 495/496) Assim, existe o poder pela posição de mercado e pela autoridade, e para Weber o conceito de dominação se relaciona ao “poder de mando autoritário”, exercido pela autoridade, dominação é a probabilidade de que as ordens dadas sejam obedecidas, é:
“uma situação de fato em que uma vontade manifesta do dominador ou dos dominadores quer influenciar as ações de outras pessoas e de fato as influencia de tal modo que estas ações, num grau socialmente relevante, se realizam como se os dominados tivessem feito do próprio conteúdo do mandado a máxima de suas ações (obediência).” (WEBER, 2004, p. 191).	
A legitimidade( Assim, Weber tem como centro de sua sociologia política, a noção de domínio, e o aspecto do domínio que lhe interessa particularmente é o da legitimidade. Como aponta Freund: “Nenhum domínio se contenta com a obediência que não passa de submissão exterior pela razão, por oportunidade ou respeito; procura também despertar nos membros a fé em sua legitimidade, ou seja, transformar a disciplina em adesão à verdade que ele representa.” (FREUND, 2003, p.166) 
Tipos de Dominação Legítima( Como se verifica no Capítulo III, de “Economia e Sociedade”, Weber dedica-se a discorrer sobre os tipos de dominação legítima. Assim, temos a dominação racional, tradicional e carismática e, “todas procuram despertar e cultivara crença em sua legitimidade” (WEBER, 2004, p. 140).
Por aqui se pode entender que para Weber a sociologia política, como sociologia da dominação, é compreendida a partir da atribuição de sentido que o indivíduo empresta a sua conduta. Que motivos levam as pessoas a obedecerem? Quais os motivos da submissão? A partir disto é que Weber traz em sua explicação, as diversas formas de dominação que se desenvolveram nas civilizações durante a história. Weber estabelece esta tipologia a partir das motivações que levam os atores a obedecer. Podem obedecer por vários motivos, “desde o hábito inconsciente até considerações puramente racionais, referente a fins” (WEBER, 2004, p. 140). A natureza deste motivo é que vai determinar o tipo de dominação que se exerce e a legitimidade na qual se sustenta. Então os atores podem obedecer por motivos na crença da legalidade, na crença do caráter sagrado das tradições, na crença das virtudes incomuns do líder.
Sempre lembrando que esta tipologia se trata de uma simplificação, pois na realidade não é possível separar os tipos puros, que são “formas que nunca se encontram, ou só muito raramente, em estado puro na realidade histórica...” (FREUND, 2003, p.167). Uma dada realidade pode ser pura carismática, mas comportar características burocráticas, por exemplo. No entanto, como alerta o próprio Weber não se pode desprezar seu caráter e poder explicativo, ao cotejar o tipo com a realidade, ele poderá dizer no caso particular de qual característica se aproxima, ou quanto de carismático, racional-legal, ou tradicional, tem a realidade analisada. 
Então, a natureza destes motivos que levam os indivíduos a obedecer pode determinar que a dominação seja de caráter racional, eis que, “baseada na crença na legitimidade das ordens estatuídas e do direito de mando daqueles que, em virtude dessas ordens, estão nomeados para exercer a dominação (dominação legal)” ou de caráter tradicional, “ baseada na crença cotidiana na santidade das tradições vigentes desde sempre e na legitimidade daqueles que, em virtude dessas tradições, representam a autoridade(dominação tradicional)” e de caráter carismático, “baseada na veneração extracotidiana da santidade, do poder heróico ou do caráter exemplar de uma pessoa e das ordens por esta reveladas ou criadas (dominação carismática” (WEBER, 2004, p. 141). Obedece-se assim, à lei, ao senhor ou ao líder.
Sobre a dominação tradicional, que tem sua legitimidade baseada “na crença na santidade de ordens e poderes senhoriais tradicionais”, a figura deste senhor, é determinada, segundo Weber, por regras tradicionais, e “A ele se obedece em virtude da dignidade pessoal que lhe atribui a tradição”. O quadro administrativo é formado por servidores e as relações entre este quadro e o senhor é determinada pela “fidelidade pessoal do servidor.” Não está em questão os deveres objetivos do cargo, ou estatutos, pois a obediência se dá em relação à pessoa. Weber analisa o desenvolvimento progressivo deste tipo de dominação, desde a gerontocracia , passando pelo patriarcalismo e, chegando à forma mais pura e perfeita de dominação tradicional que seria o patrimonialismo. (WEBER, 2004, p. 148). O soberano, neste sentido, exerce o poder em função de suas características pessoais, os servidores são recrutados não por sua capacidade técnica, mas pela confiança, há assim, uma personalização da administração:
“os responsáveis pelos serviços eram proprietários de seu cargo ou pelo menos dos meios da administração...O que faltava nesse sistema era a separação entre a esfera privada e a esfera oficial, isto é, a distinção entre os interesses pessoais do administrador e os interesses públicos ligados ao cargo que ele ocupava.” (FREUND, 2003, p.174). 
Quanto ao carisma, Weber denomina como “uma qualidade pessoal considerada extracotidiana... e em virtude da qual se atribuem a uma pessoa poderes ou qualidade sobrenaturais... extracotidianos específicos, ou então se a toma como enviada por deus, como exemplar e, portanto, como “líder”.” (WEBER, 2004, p. 159). O carisma, recruta seu quadro administrativo, formado por discípulos e partidários, a partir de atributos carismáticos e da vontade do líder. Tampouco há algo que aponte para carreira, hierarquia, salário, direito geral ou abstrato, ou mesmo representação, já que os “limites e as normas são os que o chefe fixa por sua própria autoridade... tira pois, sua legitimidade de si mesmo.” O carisma, segundo Freund, “ é ruptura da continuidade, seja legal ou tradicional, ele quebra as instituições... põem em dúvida a ordem estabelecida e o constrangimento habitual, para recorrer a uma nova maneira de conceber as relações entre os homens.” (FREUND, 2003, p.169). Há a idéia de abolição do legal ou tradicional, de mudança, de extraordinário, o que leva à questão da duração do domínio, de como manter o poder dentro desta perspectiva, assim, diz Freund que “o destino de todo domínio deste gênero é voltar ele, mais cedo ou mais tarde a um regime tradicional ou legal.” (FREUND, 2003, p.177). Há o retorno à vida do dia-à-dia, ao cotidiano pois, como comenta Aron, esta forma de dominação “Possui portanto, em si mesma, alguma coisa de precário, por que os homens não podem viver de forma duradoura fora do cotidiano, e porque o que é incomum inevitavelmente se desgasta.” (ARON, 2000, pg. 499) 
No entanto, a singularidade da modernidade é a dominação do tipo racional-legal. A forma de dominação legal mais perfeita é a burocracia. Weber aponta que a dominação legal pode assumir formas muito diversas, mas a burocracia é sua forma mais pura, pois, diz o autor, “na vida cotidiana, dominação é, em primeiro lugar, administração... O tipo mais puro de dominação legal é aquele que se exerce por meio de um quadro administrativo burocrático.” (WEBER, 2004, p. 144) A burocracia se estende ao Estado, a clínicas privadas, á grandes empresas capitalistas, partidos, exército, seu desenvolvimento “constitui... a célula germinativa do moderno Estado ocidental.” (WEBER, 2004, p. 146)
A burocracia( Então, o que importa é saber de que maneira a burocracia funciona como “célula germinativa” do Estado moderno, o que a torna indispensável, como se engendra e se reproduz no dia-a dia, Weber coloca que: 
“Toda nossa vida cotidiana está encaixada neste quadro. Pois uma vez que a administração burocrática é por toda a parte... a mais racional do ponto de vista técnico-formal, ela é pura e simplesmente inevitável para as necessidades da administração de massas... e o grande instrumento de superioridade da administração burocrática é o conhecimento profissional cuja indispensabilidade absoluta está condicionada pela moderna técnica e economia da produção de bens... A necessidade de uma administração contínua, rigorosa, intensa e calculável... condiciona este destino da burocracia como núcleo de toda a administração de massas...” (WEBER, 2004, p. 146)
Sendo a economia capitalista ou socialista, é ainda assim, indispensável a administração burocrática. No caso do socialismo, aponta Weber, a burocracia ainda seria mais indispensável. Lançando mão de mais exemplos desta relação estreita entre mundo moderno e burocracia, diz que para se defenderem da dominação burocrática os dominados precisam lançar mão de estruturas igualmente burocráticas. Bem como, “Para a revolução que chegou ao poder e para o inimigo ocupante, este aparelho continua geralmente funcionando da mesma forma que para o governo legal até então existente.” (WEBER, 2004, p. 146). 
Pergunta-se, quem é que domina o aparelho burocrático, apontando que a dominação por agentes não profissionais é muito limitada, os profissionais são os que detém o conhecimento, dando a entender, que a dominação é exercida por este corpo de funcionários especializados, donos do “segredo oficial”. Se existe então, um lugar de onde se exerce o poder dentro deste Estado, seria exatamente este. Por fim, Weber conclui, “Administração burocrática significa: dominação em virtude do conhecimento; este éseu caráter fundamental especificamente racional.” (WEBER, 2004, p. 147).
A causalidade( A maneira como Weber coloca as coisas, o leva a estabelecer relações, pois, na medida em que constrói conceitos, propõe causalidades, sem que estas causalidades se estabeleçam de maneira unilateral, eis que Weber, em nenhum momento se propõe reconstruir a totalidade social. Neste sentido, Weber estabelece relações entre Estado/Política, direito e capitalismo, dentro daquilo que ele chama de probabilidade: é provável que um determinado modo de administração traga conseqüências na organização do direito e da economia, ou em que sentido uma dada organização da economia se manifestará no Direito e na política etc... No Capitulo IX de “Economia e Sociedade”, intitulado: “A instituição estatal racional e os modernos partidos políticos e parlamentos (sociologia do Estado)”, Weber diz: “toda a história do desenvolvimento do Estado moderno, particularmente, identifica-se com a moderna burocracia e da empresa burocrática, da mesma forma que toda a evolução do grande capitalismo moderno se identifica com a burocratização crescente das empresas econômicas.” (WEBER, 1999, p. 130). Não há relação de determinação, portanto, entre capitalismo e Estado.
Estado, Direito e Capitalismo( Analisa, portanto, o Estado Moderno e a sociedade capitalista e, de inicio coloca que “o Estado, no sentido do Estado racional, somente se deu no Ocidente” (WEBER, 2004, p. 517). Traça a compreensão das peculiaridades da política dentro do mundo ocidental.
Para Weber o “Estado racional é o único em que pode florescer o capitalismo moderno. Este descansa sobre um funcionalismo especializado e um direito racional.” (WEBER, 2004, p. 518), despojado, portanto, do elemento da magia e do encantamento. 
O Direito( Sobre o Direito comenta que o capitalismo necessita de um direito sobre o qual decide um funcionarismo especializado. Em seu aspecto formal, o direito do Estado ocidental moderno sofreu a influência do Direito Romano, foi “um meio para extirpar o direito material...” (WEBER, 2004, p. 519), a justiça da burocracia se orienta em sentido formal e não material, pois o capitalismo não pode operar senão, com um direito previsível e desencantado. E este direito formal, era a base para a formação dos funcionários superiores aos demais, ocorre assim, “a aliança entre o Estado e a jurisprudência formal que favorecia indiretamente o capitalismo” (WEBER, 2004, p. 520).
Sobre a política econômica planejada, sistemática fundamental ao capitalismo, Weber comenta que na política econômica que chama de principesca, não havia tal característica, o primeiro germe de uma política econômica planejada se deu com o mercantilismo que:
“significa a transferência do empreendimento aquisitivo capitalista para a área da política. Trata-se o Estado como este se compusesse exclusivamente de empresários capitalistas, a política econômica em relação ao exterior baseia-se no princípio de passar para trás o adversário, de comprar o mais barato possível e vender muito mais caro... significa, portanto, a formação de uma potencia estatal moderna, e isto diretamente mediante o aumento das receitas principescas, e indiretamente mediante o aumento da capacidade tributária da população.” (WEBER, 2004, p. 523).
A fonte de riqueza, como pode se depreender, era a receita tributária, a capacidade para multiplicá-la. O mercantilismo apresenta um capitalismo orientado para “oportunidades fiscais e coloniais e para monopólios estatais” este modelo esgota-se quando da introdução do comércio livre que não necessitava mais deste apoio de base mercantilista, é um capitalismo orientado para as oportunidades de mercado. 
A dominação no Estado capitalista( O Estado racional/capitalista é, também, uma organização de dominação. Paralelamente à ascensão deste funcionário especializado, surge a figura do político. Ao colocar a questão da relação de dominação típica deste Estado que só foi possível no Ocidente, Weber sinaliza que o que lhe interessa, também, é “a dominação em virtude da entrega dos sujeitos ao “carisma”, puramente pessoal do líder... o papel de líder existiu em todas as regiões e em todas as épocas históricas. Mas próprio do Ocidente é o papel de líder político, primeiro na figura do demagogo livre... e depois na de chefe de partido parlamentar” (WEBER, 2004, p. 527). No entanto, estes “políticos profissionais”, necessitam de recursos para exercer a dominação, tais recursos são: a obediência e a disposição sobre o quadro administrativo pessoal e os recursos administrativos materiais. No Estado moderno existe gradativamente a separação entre este quadro administrativo formado por funcionários e trabalhadores e estes recursos administrativos materiais, tais recursos serão controlados pelos senhores políticos. Tal fenômeno também se percebe na economia, na medida em que o trabalhador é despojado dos meios de produção e a concentração destes recursos fica nas não do empresário, assim, 
“o Estado moderno é uma associação de dominação institucional, que dentro de determinado território, pretendeu com êxito monopolizar a coação física legítima como meio da dominação e reuniu para este fim, nas mãos de seus dirigentes, os meios materiais de organização, depois de desapropriar todos os funcionários, estamentais autônomos que antes dispunham, por direito próprio, destes meios e de colocar-se ele próprio, em seu lugar, representado por seus dirigentes supremos.” (WEBER, 2004, p. 529).
Mas o domínio efetivo, além deste exercido por parlamentares e monarcas, está nas mãos do quadro de funcionários, na medida em que “a disposição sobre estes meios está nas mãos do poder ao qual obedece diretamente o aparato da burocracia (juízes, funcionários, oficiais,...) ou à cuja disposição este se coloca ao ser chamado.” (WEBER, 2004, p. 530). Assim, segundo Weber: 
“O desenvolvimento da política, no sentido de uma empresa que exigia um treinamento para a luta pelo poder e nos métodos desta luta, tais como foram desenvolvidos pelo moderno sistema de partidos, condicionava a divisão dos funcionários públicos em duas categorias... distintas: os funcionários especializados, por um lado e, por outro, os funcionários políticos.” (WEBER, 2004, p. 538).
O funcionário burocrata “não deve fazer política, mas administrar ...de modo imparcial...não devem lutar...pois a parcialidade, a luta e a paixão...constituem elemento do político. Particularmente, o do líder político” Este povo governado por uma burocracia, tem pouca influência sobre os destinos do Estado, selecionam as pessoas que administrarão. E os partidos políticos representam assim, a vontade, o “querer político” destes “dominados pela burocracia”. Mesmo nos partidos de massa, os eleitores, em sua grande maioria, não participam, o programa e a lista de candidatos está nas mãos de uma minoria. Weber aponta que os partidos podem ser organizações de “patronagem de cargos”, ou “representantes de ideologias”, em regra atuam nestes dois papéis, tem fins políticos, mas almejam, também, à patronagem. A burocratização também é um fenômeno que se verifica nos partidos, à exemplo da economia e da administração estatal. A dominação racional traz a racionalização do poder (democracia) e os partidos são produtos desta racionalização. Aponta Weber que “de fato o poder ...está nas mãos daqueles que trabalham permanentemente na organização partidária, ou então daqueles dos quais, ...o funcionamento da empresa depende, sob aspectos pecuniários e pessoais...” (WEBER, 2004, p. 550). É o chefe de partido, a quem a máquina obedece e de quem se espera recompensas, onde está centralizado o poder. 
Os Parlamentos( Os parlamentos modernos são representações destes dominados pela burocracia, e para a manutenção desta dominação é necessário um mínimo de aprovação, pelo menos das camadas mais relevantes e, “Os parlamentos são hoje o meio para manifestar externamente este mínimo de aprovação.” (WEBER, 2004, p. 560). A disposição sobre o orçamento,diz Weber, “é um meio de poder decisivo de um parlamento”, sem tal recurso, “ficará excluído da participação positiva na direção política.” (WEBER, 2004, p. 560). É necessário que o parlamento controle a administração e, para tal, que disponha de tais recursos. Para Weber interessa um parlamento que trabalhe, que controle a administração e que permita “a seleção dos homens com qualidades de liderança... (WEBER, 2004, p. 564). Porque estas qualidades não estão no funcionarismo, que como Weber aponta, “falhou quando foi encarregado de questões políticas..não é...coisa de funcionário entrar na luta política...” (WEBER, 2004, p. 564). Controlar este funcionarismo é a tarefa fundamental do Parlamento, capacitado para resolver problemas políticos. “Os políticos têm que constituir o contrapeso do funcionalismo.” (WEBER, 2004, p. 564). Este funcionarismo que detém o poder na medida em que detém o conhecimento especializado, e só controla os funcionarismo quem tem acesso a estes “segredos oficiais”, afastando o perigo da dominação incontrolada dos funcionários. O parlamento funcionaria como lugar de seleção de líderes políticos com responsabilidade, e surgiria do reconhecimento de sua competência dentro de um circulo de notáveis. O advento da democracia de massas, faz com que este líder não seja mais selecionado desta maneira, mas apoiado pela crença das massas em torno da sua pessoa, seu poder é conquistado pela demagogia. É a característica cesarista das democracias de massa. O fundamento do poder está na confiança das massas e não na confiança dos notáveis do parlamento. Não é, portanto, simpático ao presidencialismo, como o norte-americano, com eleições populares para chefe de Estado (que não garante melhor administração) e que “...coloca a seleção dos candidatos aos cargos nas mãos de pequenos grupos invisíveis e altamente irresponsáveis diante do público, em comparação com um partido parlamentar e seu chefe.” (WEBER, 2004, p. 575). E os princípios plebiscitários debilitam o peso destes chefes de partido. Assim, “não apenas o perigo do desinteresse, mas também o do engano, no que se refere á pessoa do realmente culpado no desgoverno, é extremamente grande na eleição popular dos funcionários especializados, em oposição ao sistema parlamentar, em que o eleitor a votar o chefe de partido responsável pela nomeação do funcionário.” (WEBER, 2004, p. 577). Mesmo nas grandes democracias de massas, é imprescindível o parlamento forte, como órgão que controla os funcionários, como lugar de fixação do orçamento, e “como meio de se chegar a compromissos entre partidos...”ou seja, há a preocupação com a estabilidade, a seleção de líderes através de parlamentos fortes e partidos parlamentares responsáveis... que para Weber, “constituem os pressupostos fundamentais de uma política estável.” (WEBER, 2004, p. 579). (resta saber, a quem interessa mais de perto esta estabilidade)
A Democracia weberiana (liberal e representativa)( Weber acredita que o inconveniente na democracia plebiscitária está na preponderância de elementos irracionais na política. Diz Weber:
“As massas, como tais... somente pensam até depois de amanhã... A cabeça clara e fria- e a política bem sucedida , precisamente a democrática, se faz afinal com a cabeça- tende a predominar nas decisões responsável, na medida em que 1) é pequeno o numero daqueles que participam nas considerações prévias e 2) está claramente definida a responsabilidade de cada um deles, e reconhecida pelos liderados.” (WEBER, 2004, p. 579).
Assim, a industrialização do mundo (economia) exige transformações. O Estado racionaliza-se, promove o desenvolvimento do capitalismo, e este exige ainda mais racionalização. Transforma-se a sociedade. Racionaliza-se na modernidade, a sociedade, a economia, o direito, a política. A burocracia, como a forma mais perfeita de dominação racional, garantiria a liberdade e a democracia. No entanto, Weber acreditava que deveria existir uma instituição que limitasse o avanço desta burocracia, para que não houvesse a perpetuação no poder. O parlamento seria esta instituição que serviria de limite à burocracia e que teria a responsabilidade sobre as decisões políticas. E como seriam selecionados os membros deste parlamento, estes líderes? Por um processo democrático. Assim, para Weber a democracia tem um aspecto procedural. Democracia neste sentido, é uma técnica de escolha de lideres, não comportava, portanto, a participação política. A democracia é vista como mecanismo e não um ideal. Neste sentido, os partidos substituiriam a democracia participativa. (racionalizariam a incapacidade dos cidadãos) Está presente a idéia de que os cidadãos médios não têm competência para os assuntos públicos. A participação política parece não ser vista com bons olhos, pois ameaçaria a estrutura racional do Estado. (como se a presença das massas na política, contaminasse o Estado com a irracionalidade.) A participação estaria restrita á escolha dos representantes.(legitimam os líderes) 
Podemos dizer que para Marx o direito é um instrumento de dominação de classe e para Weber uma forma de dominação legítima, do tipo racional.
Bibliografia: 
ARON, Raymond “ As Etapas do Pensamento Sociológico” Martins Fontes, 2000.
FREUND, Julien. Sociologia de Max Weber, 5ª, Ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.
WEBER, Max. Economía y sociedad — Esbozo de sociología comprensiva. 2ª ed. 12ª reimpr. México: Fóndo de Cultura Económica, 1998. WEBER, Max. A política como vocação. In: Ciência e Política — duas vocações. São Paulo: Cultrix, s/d.
WEBER, Max. “Os Três tipos Puros de Dominação Legítima”. In: Max Weber, Coleção Grandes Cientistas Sociais. 7ª. Ed.,São Paulo, Editora Ática, 1999.
	MARX, Karl. Contribuição à Crítica da Economia Política. São Paulo, Martins Fontes, 1983 [1859], “Prefácio” (23-27) e “Método da Economia Política” (218-226).
	WEBER, Max. Economia y Sociedad. México, Fondo de Cultura Económica, 1984, “Conceptos sociológicos fundamentales”, itens 1, 2 e 3.
	WEBER, Max. “A objetividade do conhecimento nas ciências sociais”. In: Max Weber, Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo, Editora Ática.

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