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APOSTILA 03 - Isomeria - 14.03

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Prévia do material em texto

FARMÁCIA 
 
 
ISOMERIA 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dra. Silvia Carla Haither Goós 
 
 
 
ISOMERIA 
Quando se substitui um átomo de hidrogênio do etano por um átomo de cloro, 
pode-se obter somente uma substância, pois, qualquer que seja o hidrogênio substituído, 
a estrutura obtida será sempre a mesma: 
 
Porém, quando se substituem dois átomos de hidrogênio por dois átomos de cloro, 
obtêm-se duas substâncias diferentes, pois podem ocorrer duas possibilidades: 
 
Os dois compostos diferentes possuem os mesmos átomos, na mesma 
quantidade, mas apresentam estruturas diferentes. 
Esse é um exemplo do fenômeno denominado isomeria. 
 
O estudo da isomeria será dividido em duas partes: plana e espacial 
(estereoisomeria). 
 
ISOMERIA PLANA 
Nesse tipo de isomeria, verifica-se a diferença entre os isômeros através do 
estudo de suas fórmulas estruturais planas. 
A seguir, vamos estudar os cinco casos de isomeria plana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os principais casos de tautomeria (tautos = dois de si mesmo) envolvem 
compostos carbonílicos. 
Ao preparar uma solução de aldeído acético, uma pequena parte se transforma em 
etenol, o qual, por sua vez, regenera o aldeído, estabelecendo um equilíbrio químico em 
que o aldeído, por ser mais estável, está presente em maior concentração. 
Observe os exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lista de Exercícios – ISOMERIA PLANA 
 
1. Construa as fórmulas estruturais de: 
I — dois alcanos de fórmula molecular C4H10. 
II — dois alquinos e dois dienos de fórmula molecular C4H6. 
III — três diclorobenzenos. 
IV — dois aldeídos e uma cetona de fórmula molecular C4H8O. 
V — dois álcoois e um éter de fórmula molecular C3H8O. 
 
2. A fórmula molecular C2H6O pode representar compostos pertencentes às funções: 
a) hidrocarboneto, álcool e aldeído. 
b) álcool e éter. 
c) aldeído e cetona. 
d) ácido carboxílico, aldeído e álcool. 
e) éter, cetona e éster. 
 
3.Na tentativa de conter o tráfico de drogas, a Polícia Federal passou a controlar a 
aquisição de solventes com elevado grau de pureza, como o éter (etóxi-etano) e a 
acetona (propanona). Hoje, mesmo as universidades só adquirem esses produtos com a 
devida autorização daquele órgão. A alternativa que apresenta, respectivamente, 
isômeros funcionais dessas substâncias é: 
a) butanal e propanal. 
b) 1-butanol e propanal. 
c) butanal e 1-propanol. 
d) 1-butanol e 1-propanol. 
 
4. A respeito dos seguintes compostos, pode-se afirmar que: 
 
a) são isômeros de posição. 
b) são metâmeros. 
c) são isômeros funcionais. 
d) ambos são ácidos carboxílicos. 
e) o composto I é um ácido carboxílico, e o composto II é um éter. 
 
5. As formigas, principalmente as cortadeiras, apresentam uma sofisticada rede de 
comunicações, entre as quais a química, baseada na transmissão de sinais por meio de 
substâncias voláteis, chamadas feromônios, variáveis em composição, de acordo com a 
espécie. O feromônio de alarme é empregado, primeiramente, na orientação de ataque ao 
inimigo, sendo constituído, em maior proporção, pela 4-metil-3-heptanona, além de outros 
componentes secundários já identificados, tais como: 2-heptanona, 3-octanona, 3-octanol 
e 4-metil-3-heptanol. (Ciência Hoje. n. 35. v. 6.) 
a) Qual o nome dos grupos funcionais presentes na estrutura da 2-heptanona e do 3-
octanol, respectivamente? 
b) Quais as funções orgânicas representadas pelos compostos 4-metil-3-heptanona e 4-
metil-3-heptanol, respectivamente? 
c) Identifique um par de isômeros de cadeia, relacionados no texto. 
 
6. As cetonas se caracterizam por apresentar o grupo funcional carbonila em carbono 
secundário e são largamente utilizadas como solventes orgânicos. 
a) Apresente a fórmula estrutural do isômero de cadeia da 3-pentanona. 
b) As cetonas apresentam isomeria de função com os aldeídos. 
Escreva a fórmula estrutural da única cetona que apresenta apenas um aldeído isômero. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
 
 
 
 
 
 
ISOMERIA ESPACIAL 
 
1. ISOMERIA ESPACIAL 
 
Nesse tipo de isomeria, a diferença entre os isômeros só é perceptível pela análise 
da fórmula estrutural espacial. 
Existem dois tipos de isomeria espacial: geométrica (cis-trans ou Z-E) e óptica. 
 
1.1. ISOMERIA GEOMÉTRICA 
Quando dois hidrogênios, um de cada carbono do etileno, são substituídos por 
dois átomos de cloro, formam-se duas estruturas diferentes com a mesma fórmula 
molecular: C2H2Cl2. 
 
As fórmulas estruturais podem ser feitas da seguinte forma: 
 
As diferentes disposições espaciais dos átomos provocam alterações nas 
propriedades físicas desses compostos, como, por exemplo, na temperatura de ebulição, 
isso porque tais mudanças acarretam diferença de polaridade das moléculas. 
 
 
 
 Examinando os exemplos acima vemos que eles têm seus átomos conectados na 
mesma seqüência (não sendo isômeros constitucionais). Dizemos neste caso, que são 
estereoisômeros, pois diferem apenas no arranjo de seus átomos no espaço. 
 O cis-1,2- dicloroeteno e o trans-1,2-dicloroeteno são isômeros porque ambos os 
compostos têm a mesma fórmula molecular (C2H2Cl2), mas são diferentes em sua 
orientação espacial. Eles não podem ser facilmente interconvertidos devido à grande 
barreira de rotação da ligação C = C. 
 Estereoisômeros podem ser subdivididos em dua categorias gerais: enantiômeros 
e diastereoisômeros. 
 Enantiômeros são estereoisômeros cujas moléculas são imagens especulares 
uma da outra, que não se superpõem. 
 Diastereoisômeors são estereoisômeors cujas moléculoas não são imagens 
especulares umas das outras. 
 Moléculas de cis-1,2-dicloroetano e trans-1,2-dicloroetano não são imagens 
especulares uma da outra, e como não se relacionam com um objeto e sua imagem 
especular, são diastereoisômeros. 
 
 
 
 
1.1.1. Ocorrência de isomeria geométrica 
 
A) Compostos acíclicos 
 
De acordo com o esquema: 
 
 
Vejamos alguns exemplos: 
 
 
• 2-penteno 
 
 
• 2-bromo-1-cloropropeno 
 
Neste caso, os dois isômeros geométricos não podem ser identificados pelos 
prefixos cis e trans, pois não apresentam nenhum ligante igual nos dois carbonos da 
dupla ligação. Em tais casos, devemos utilizar as designações E e Z. 
O isômero Z é aquele que apresenta dois ligantes de cada C da com 
os maiores números atômicos; o outro isômero será o E. No exemplo dado, temos: 
 
 
B) Compostos cíclicos 
 
 
 
 
De acordo com o esquema: 
 
 
 
 
Vejamos um exemplo: 
 
Lista de Exercícios – Isomeria Espacial 
 
1. Considere as fórmulas planas dos seguintes compostos: 
 
Resolva: 
a) Quais compostos apresentam isomeria geométrica? 
b) Faça a representação espacial dos isômeros de cada composto que apresenta 
isomeria geométrica. 
 
2. Considere os hidrocarbonetos a seguir: 
a) 1-penteno; b) 2-penteno c) 3-hexeno; 
d) 2-metil-1-penteno; e) 2-metil-2-penteno; f)2-metil-3-hexeno; 
g) 1, 1-dimetil-ciclopentano; h) 1, 2-dimetil-ciclopentano. 
Resolva: 
a) Quais apresentam isomeria geométrica? 
b) Escreva as fórmulas espaciais dos compostos que apresentam isomeria geométrica. 
 
3. Quantos isômeros estruturais e geométricos, considerando também os cíclicos, são 
previstos com a fórmula molecular C3H5Cl? 
a) 2. b) 3. c) 4. d) 5. e) 7. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. 
 
 
ISOMERIA ÓPTICA 
 
A isomeria óptica está associada ao comportamento das substâncias submetidas a 
um feixe de luz polarizada (um só plano de vibração) obtida quandoa luz natural, não 
polarizada (infinitos planos de vibração), atravessa um polarizador. 
 
 
Algumas substâncias têm a propriedade de desviar o plano de vibração da luz 
polarizada e são denominadas opticamente ativas. Essa propriedade caracteriza os 
compostos que apresentam isomeria óptica. 
O desvio do plano de vibração pode ocorrer em dois sentidos: 
a) desvio para o lado direito = isômero dextrogiro (d); 
b) desvio para o lado esquerdo = isômero levogiro (l). 
 
 
 
Esse desvio é determinado experimentalmente por um aparelho denominado 
polarímetro, esquematizado a seguir: 
 
 
Isomeria óptica e assimetria molecular 
 
A atividade óptica pode ser causada por: assimetria cristalina ou assimetria 
molecular. Em Química Orgânica só interessa a atividade óptica causada pela assimetria 
molecular. 
A condição necessária para a ocorrência de isomeria óptica é que a substância 
apresente assimetria. 
 
 
O caso mais importante de assimetria molecular ocorre quando existir, na estrutura 
da molécula, pelo menos um carbono assimétrico ou quiral (do grego cheir = mão). Para 
que um átomo de carbono seja assimétrico, deve apresentar quatro grupos ligantes 
diferentes entre si. Na fórmula estrutural, o carbono quiral é indicado por um asterisco (*). 
Genericamente, temos: 
 
 
 
 
 
Existem duas classes de isômeros ópticos: 
Enantiômeros = estereoisômeros que são imagens especulares um do outro, que não se 
superpõem. Somente moléculas quirais podem apresentar enatiômeros. 
Diastereômeros = estereoisômeros que não são imagens especulares um do outro e que 
não se superpõem. 
 
O termo enantiômeros às vezes é substituído por antípodas ópticos ou 
enantiomorfos e diastereômeros por diastereoisômeros. 
 
O ácido láctico, encontrado tanto no leite azedo quanto nos músculos, apresenta a 
seguinte fórmula estrutural. 
 
A presença de 1 carbono assimétrico (1 C*) determina a existência de dois 
isômeros opticamente ativos: o ácido d-láctico e o l-láctico, que são química e fisicamente 
iguais e fisiologicamente diferentes, provocando o mesmo desvio angular, porém em 
sentidos opostos. 
Para facilitar a representação dos isômeros ópticos é comum a utilização das 
projeções de Fischer. Nas projeções de Fischer linhas verticais representam ligações 
que são projetadas para trás do plano do papel e linhas horizontais representam ligações 
que são projetadas para fora do papel. 
 
 
Outro exemplo da quiralidade de moléculas pode ser demonstrada com o 2-
butanol. 
 
 
Até agora, apresentamos a fórmula apenas escrita como se representasse 
somente um composto e não mencionamos que moléculas de 2-butanol são quirais. 
Como elas são, existem realmente dois 2-butanóis diferentes e eles são enantiômeros. 
Podemos entender isso es examinarmos os desenhos e modelos da figura abaixo. 
 
Desenhos tridimensionais dos enantiômeros I e II do 2-butanol. Modelos dos 
enantiômeros do 2-butanol. Uma tentativa fracassada de superpor os modelos I e II. 
 
 
Se o modelo I é colocado em frente a um espelho, o modelo II é visto no espelho e 
vice-versa. Os modelos I e II não se superpõem um no outro; portanto eles representam 
moléculas diferentes, mas isoméricas. 
Uma vez que os modelos I e II são imagens especulares um do outro, que não se 
superpõem, as moléculas que representam são enantiômeros. 
As moléculas dos enantiômeros não se superpõem uma à outra e, apenas com 
esta constatação, concluímos que enantiômeros são compostos diferentes. 
Como eles são diferentes? Os enantiômeros se parecem com isômeros 
constitucionais e diastereômeros, e têm pontos de fusão e ebulição diferentes? A resposta 
é não. Enantiômeros têm pontos de fusão e ebulição idênticos. 
Os enantiômeros têm índices de refração diferentes, solubilidades diferentes em 
solventes comuns, espectros de infravermelho diferentes e diferentes velocidades de 
reação com reagentes aquirais? A resposta de cada um dessas questões também é não. 
Muitas dessas propriedades (por exemplo, pontos de fusão, pontos de ebulição, 
solubilidades) são dependentes da magnitude das forças intermoleculares que agem 
entre as moléculas, e para moléculas que são imagens especulares uma da outra essas 
forças serão idênticas. 
Podemos ver um exemplo se examinarmos a Tabela 1, onde algumas 
propriedades físicas dos enantiômeros do 2-butanol estão listadas. 
 
 
Os enantiômeros apresentam diferentes comportamentos apenas quando 
interagem com outras moléculas quirais – ou seja, com reagentes que consistem em um 
único enantiômero ou um excesso de um único enantiômero. Enantiômeros também 
apresentam solubilidades diferentes em solventes que consistem em um único 
enantiômero ou um excesso de um único enantiômero. 
Uma maneira de se observar facilmente a diferença entre os enantiômeros é o seu 
comportamento em relação à luz plano-polarizada. Quando um feixe de luz plano-
polarizada passa através de um enantiômero, o plano de polarização gira. Além disso, 
enantiômeros separados provocam a rotação do plano de luz planopolarizada em 
quantidades iguais, mas em direções opostas. Devido ao seu efeito sobre a luz plano-
polarizada, enantiômeros separados são ditos compostos opticamente ativos. 
O uso da letra d em vez de (+) e de l em vez de (-) deve ser abandonado de 
acordo com a IUPAC. 
Três químicos, R.S. Cahn (Inglaterra), C.K. Ingold (Inglaterra) e V. Prelog (Suíça) 
desenvolveram um sistema de nomenclatura que, quando adicionado ao sistema IUPAC, 
resolve estes dois problemas. Este sistema, chamado de sistema (R-S), ou sistema Cahn-
Ingold-Prelog.é atualmente amplamente utilizado e faz parte das regras da IUPAC. 
De acordo com este sistema, um enantiômero do 2-butanol deve ser designado 
(R)-2-butanol e o outro enantiômero deve ser designado (S)-2-butanol. [(R) e (S) vêm das 
palavras latinas rectus e sinister, significando direito e esquerdo, respectivamente.] Diz-se 
que essas moléculas têm configurações opostas em C2. 
Configurações (R) e (S) são atribuídas com base no seguinte procedimento. 
1. A cada um dos quatro grupos ligados ao estereocentro é atribuída uma prioridade ou 
preferência a, b,c ou d. A prioridade é, primeiro, atribuída com base no número atômico 
do átomo que está diretamente ligado ao estereocentro. Ao grupo com menor número 
atômico é atribuída a menor prioridade, d; ao grupo com número atômico imediatamente 
superior é atribuída a prioridade seguinte, c; e assim por diante. (No caso de isótopos, o 
isótopo de maior massa atômico tem a prioridade mais elevada.) 
Podemos ilustrar a aplicação da regra com o enantiômero I do 2-butanol. 
 
O oxigênio tem o número atômico mais elevado dos quatro átomos ligados ao 
estereocentro e recebe a prioridade mais elevada, a. Uma prioridade não pode ser 
atribuída ao grupo metila e etila, por esta regra, porque o átomo que está diretamente 
ligado ao estereocentro é um átomo de carbono em ambos os grupos. 
2. Quando uma prioridade não pode ser atribuída com base no número atômico dos 
átomos que estão diretamente ligados ao estereocentro, então o próximo conjunto de 
átomos presentes nos grupos não designados é examinado. Este processo continua até 
que uma decisão possa ser tomada. Atribuímos uma prioridade no primeiro ponto de 
diferença*. 
Quando examinamos o grupo metila do enantiômero I, encontramos que o próximo 
conjunto de átomos consiste em três átomos de hidrogênio (H, H, H). No grupo etila de I o 
próximo conjunto de átomos consiste em um átomo de carbono e dois átomos de 
hidrogênio (C, H, H). O carbono tem um número atômico maior do que o do hidrogênio, 
assim atribuímos ao grupo etila a prioridade mais elevada, b, e ao grupo metila a 
prioridade mais baixa, c (C, H, H) > (H, H, H).3. Agora, giramos a fórmula (ou modelo), de modo que o grupo de prioridade mais baixa 
(d) fique afastado do observador. 
 
Então traçamos um caminho de a para b para c. Se, quando fazemos isso, a direção de 
nossos dedos (ou lápis) está no sentido horário, o enantiômero é chamado de (R). Se a 
direção está no sentido anti-horário, o enantiômero é chamado de (S). Com base nisto, o 
enantiômero I do 2-butanol é (R)-2-butanol. 
 
 
 
 
 
A mistura em quantidades eqüimolares dos enantiômeros resulta numa mistura 
opticamente inativa, denominada mistura racêmica, conhecida também como isômero 
racêmico (r). 
 
 
Cálculo do número de isômeros ópticos e racêmicos 
O cálculo do número de isômeros ópticos e racêmicos pode ser feito utilizando-se 
as seguintes equações: 
n = Número de carbonos assimétricos 
2 n = Número de isômeros opticamente ativos(IOA) 
2 n -1 = Número de racêmicos e número de pares de enantiômeros 
 
 Assim temos, por exemplo: 
 
 
Substâncias com carbonos assimétricos com ligantes iguais 
A generalização de Vant’Hoff não vale no caso de composto apresentar, na 
molécula, pelo menos 2C* iguais. 
Quando um composto possui carbonos assimétricos com ligantes iguais, as 
relações matemáticas citadas no tópico anterior não podem ser aplicadas. Nesse caso o 
composto irá apresentar um estereoisômero inativo denominado de meso. O isômero 
meso é um caso particular no qual a molécula possui carbonos assimétricos e plano de 
simetria(aquiral).Composto meso = composto opticamente inativo cuja molécula é aquiral 
mesmo quando contêm átomos tetraédricos ligados a quatro grupos 
diferentes (carbonos assimétricos). 
O ácido tartárico é o principal exemplo de composto orgânico que 
possui isômero meso. 
 
 
 
 
Em compostos como o ácido tartárico com dois carbonos quirais com ligantes iguais, o 
número máximo de estereoisômeros é três: um par de enantiômeros e um composto 
meso. 
 
 
 
 
Como só temos um par de enantiômeros só é possível a existência de uma 
mistura racêmica. 
O composto meso é inativo por compensação interna. O isômero meso só existe 
em moléculas que possuem números pares de carbonos assimétricos. 
 
 
 
 
Moléculas cíclicas 
 
A isomeria óptica ocorre também em compostos cíclicos, em função da assimetria 
molecular. Embora nessas moléculas não existam carbonos assimétricos (C*), para 
determinar o número de isômeros, deve-se considerar sua existência. 
Para isso, devemos levar em conta os ligantes fora do anel e considerar como 
ligantes as seqüências no sentido horário e anti-horário no anel. 
Vejamos um exemplo: 
 
O carbono (C3) não pode ser considerado um carbono assimétrico, pois apresenta 
ligantes iguais. 
 
 
Estereoisomeria e Atividade Biológica de Fármacos 
No preparo de um medicamento, dentre diversos fatores relevantes a serem 
considerados para obtenção de um produto eficaz e seguro, incluem-se aqueles 
relacionados à natureza estereoquímica do fármaco. Compostos químicos que 
apresentam a mesma fórmula molecular, mas que possuem diferentes estruturas 
(isômeros), podem apresentar atividades biológicas completamente diferentes entre si. 
Compostos que apresentam atividade óptica, cujas moléculas não são 
sobreponíveis a sua imagem especular (no espelho), são designados como 
estereoisômeros ou enantiômeros, visto que estas moléculas se distinguem apenas por 
suas configurações (nas ligações químicas). As substâncias são opticamente ativas 
devido à presença de um ou mais carbono quiral ou assimétrico na molécula (Carbono 
quiral ou assimétrico = átomo de carbono central, que apresenta quatro grupos diferentes 
ligados a ele). Os enantiômeros apresentam as mesmas propriedades físicas e químicas, 
com as seguintes exceções: 
a) Rodam o plano da luz polarizada (no polarímetro) em ângulos iguais, mas em 
direções opostas. O estereoisômero que roda o plano de luz polarizada para 
direita é chamado de dextrógiro (d) e o que roda para a esquerda levógiro ( l ). 
b) Reagem com velocidades diferentes com outras moléculas opticamente ativas. 
Contudo, um estereoisômero de um determinado fármaco pode ser parcialmente ou 
totalmente destituído de atividade biológica ou, então, 
apresentar uma maior toxicidade do que o outro 
enantiômero (estereoisômero óptico). Há diversos 
relatos na literatura que indicam a relevância da 
estereoquímica, mais particularmente da configuração 
absoluta na atividade biológica de um fármaco (Barreiro 
& Fraga, 2001). A tragédia da talidomida, decorrente do 
uso de sua forma racêmica (mistura de dois 
enantiômeros, em quantidades equimoleculares e que 
não apresenta atividade óptica), resultou no nascimento 
de milhares de crianças com deformações congênitas 
na década de 60, quando este fármaco era prescrito 
para desconforto matinal em gestantes (Knoche & 
Blaschke, 1994). Posteriormente, foi evidenciado que o 
enantiômero (S) induzia a teratogenicidade, enquanto o 
enantiômero (R) era responsável pelas propriedades 
sedativas e analgésicas da talidomida. 
 
 
 
Enantiômeros da talidomida. 
 
 
Diferenças de atividade biológica ocorre entre estereoisômeros de diversos 
fármacos, como por exemplo a adrenalina, cujo l-isômero é cerca de 15 vezes mais ativo 
do que o d-isômero. 
 
 
Enantiômeros da adrenalina 
 
A mistura racêmica de carnitina (DL-carnitina) é contraindicada para pacientes 
urêmicos. Há relato de desenvolvimento de miastenia nestes pacientes. Com a utilização 
de L-carnitina não foi observado este efeito. 
O enantiômero (R) do propranolol é destituído de propriedades betabloqueadoras, 
apresentando, por sua vez, propriedades indesejáveis relacionadas à inibição da 
conversão do hormônio da tireóide tiroxina à triiodotironina. O enantiômero S do 
propranolol seria, por sua vez, reconhecido pelos receptores, promovendo assim sua 
ação betabloqueadora (Barreiro & Fraga, 2001). As formas levógiras da quinina, 
isoprenalina, cloranfenicol e do ácido ascórbico são mais ativas que as formas dextrógiras 
correspondentes. 
Sabe-se que o isômero dextrógiro do LSD causa alucinações, ao passo que o 
isômero levógiro não produz nenhum efeito. 
Atualmente, cerca de 40% das moléculas de fármacos são quirais e, 
consequentemente, apresentam estereoisômeros que podem apresentar atividades 
biológicas diferentes entre si. Portanto, deve-se minimizar os riscos inerentes à utilização 
de enantiômeros terapeuticamente inativos ou potencialmente tóxicos. A avaliação da 
atividade óptica destes fármacos através da análise polarimétrica da matéria-prima é 
uma das formas de assegurar o emprego do estereoisômero adequado para promover o 
efeito terapêutico desejado e também de se evitar possíveis efeitos adversos decorrentes 
da presença do estereoisômero indesejável presente em misturas racêmicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURAÇÃO ABSOLUTA (R/S) DE UM CENTRO QUIRAL
HO H
N
H
OH
OHHO
OH
HO
N
CH3
CH3CH3
O
O
N
N OO
H
N
H
OO
N
O
O
H
H
CO2H
NH2
OH
HO OH
OH
NH2
HO2C
H2N CO2H
O NH2
H
NH2
H O
HO2C NH2
H2CCH2
CH3
O O
CH3CH3
H H
CH3
CH2 H2CCH3 CH3
CH3
HH
hormone
caraway seed odorspearmint fragrance
Carvone RS
Toxic
Epinephrine RS
S R
S RLimonene
lemon odor orange odor
teratogenic activity causes 
 
NO deformities
Anti-Parkinson's disease
S RDopa
(3,4-dihydroxyphenylalanine)
bitter taste
Asparagine
sweet taste
RS
Toxic
Thalidomide
sedative, hypnotic
H H
H H
Fonte: Solomons. 
 
LEITURAS COMPLEMENTARES

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