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2a aula PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO

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CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Prof. Marcílio Florêncio Mota
marcilio.mota@trt6.jus.br
Tema da aula: PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO 
1. Objetivo da aula 
Proporcionar ao graduando o conhecimento dos princípios do processo do trabalho, os quais estruturam esse sistema específico do Direito orientando o legislador, o intérprete e servindo para o preenchimento de lacunas no momento da aplicação do direito processual do trabalho. 
2. Definição de princípios 
A tarefa de definir o que são princípios não é uma das mais fáceis na ciência do direito. Pelo contrário, em decorrência da relação que os princípios mantêm com a deontologia ou axiologia, ou seja, com a expressão ética do direito, eles não se conformam dentro de qualquer definição ou tentativa de atribuição de natureza sem que disso decorram críticas válidas. 
Nesse contexto, destarte, Nelson Nery Júnior (2009, p. 34-35) após discorrer sobre os trabalhos de Robert Alexy, Ronald Dworkin, Luis Virgílio Afonso da Silva, Lenio Luiz Streck, José Joaquim Gomes Canotilho e Josef Esser, assim apresenta a sua conclusão sobre o apanhado das lições obtidas sobre princípios nas obras dos conceituados autores: 
Pela exposição do pensamento de alguns teóricos do direito, verifica-se que não é uniforme o entendimento a respeito dos conceitos de norma, princípio, regra, direito e garantia. 
Talvez o pecado mais sério da doutrina hodierna seja o de tratar o tema mediante sincretismo, vale dizer, misturando-se as teorias que se utilizam de critérios e parâmetros distintos uns dos outros. 
Por isso é que, até o momento, não adotamos nenhuma das correntes de pensamento formadas acerca da conceituação do que seriam os princípios, porquanto todas têm méritos e falhas, vantagens e desvantagens, coerências e incoerências. 
Não obstante, o professor Nelson Nery Júnior destaca a sua predileção pela teoria de Josef Esser (2009, p. 35) para quem os princípios não são um comando em si mesmo, uma instrução, mas, pelo contrário, fundamento, causa e justificação da instrução, ou seja, atuam para a formação de um preceito jurídico concreto e singular, dentro do qual está inserido, determinando a posição dele no conjunto do ordenamento jurídico (2009, p. 32-33).
Por essa razão, então, Nelson Nery Júnior (2009, p. 35), destaca que optou por tratar de “princípios constitucionais que englobam e sistematizam os principais e elementares direitos fundamentais a serem observados na realização e no desenrolar de todo e qualquer processo (judicial ou administrativo) no âmbito da Constituição Federal de 1988”.
De Cintra, Grinover e Dinamarco (2009, p. 56) podemos colher que princípios processuais são preceitos fundamentais que dão forma e caráter aos sistemas processuais. Os autores destacam, ademais, que alguns desses princípios seriam comuns a todos os sistemas e que outros vigorariam em determinados ordenamentos jurídicos.
A obra do professor uruguaio Plá Rodrigues (1978, p.16) obtemos que princípios são “linhas diretrizes que informam algumas normas e inspiram direta ou indiretamente uma serie de soluções, pelo que, podem servir para promover e embasar a aprovação de novas normas, orientar a interpretação das já existentes e resolver os casos não previstos”. 
Tratando de princípios do processo penal, Antonio Alberto Machado (2009, p. 149) destaca: 
Num sentido propriamente jurídico, o princípio encerra também essa mesma noção de síntese, na medida em que configura uma espécie de diretriz capaz de condensar normas, condutas, valores e fins a partir de fórmulas singulares, que dão ao sistema jurídico uma determinada unidade e coerência, garantindo-lhes a funcionalidade em quaisquer circunstâncias, mesmo diante das multivariadas possibilidades de manifestação das condutas humanas e dos fenômenos jurídicos, no tempo e no espaço. 
Manoel Antonio Teixeira Filho (2009, p.35), autor de processo do trabalho, por sua vez, apresenta a seguinte definição para princípios:
 
A nosso ver, princípios são formulações genéricas, de caráter normativo, destinados não apenas a tornar logicamente compreensível a ordem jurídica e a justificar ideologicamente essa mesma ordem, como também a servir de fundamento para a interpretação ou para a própria criação de normas legais próprias. Sem prejuízo destas considerações, devemos acrescentar que os princípios também podem ser invocados para motivar a sentença, quando houver uma lacuna da lei quanto ao ponto a ser apreciado pelo juiz. 
A doutrina vigorante, de qualquer modo, costuma distinguir os princípios das regras a partir de uma generalidade e abstração que caracterizariam os primeiros em contraste com a especificidade e concretude que caracterizariam as últimas, sendo ambas as figuras, no entanto, espécies do gênero “norma jurídica” (CANOTILHO, 1998, P. 1034-1035). 
a) Função informadora do legislador 
Relativamente a esta importante função desempenhada pelos princípios, que JJ Gomes Canotilho chama de normogenética (1998, p. 1035), Luiz Guilherme Marinoni faz a seguinte observação (2008, p. 50-51): 
Os princípios recortam certas parcelas da realidade e colocam-nas sob seu âmbito de proteção. Consequentemente, a partir do momento em que se projetam sobre a realidade, eles servem de fundamento para normas específicas que orientam concretamente a ação, seja num sentido positivo (prestação fática ou jurídica), seja num sentido negativo (omissão). No âmbito da relação entre a Constituição e a lei, isso significa que os princípios, de um lado, impõem aos legisladores deveres de produção de normas jurídicas e, de outro, imunizam determinadas posições jurídicas – as parcelas da realidade recolhidas em seu âmbito protegido – do alcance da atuação da lei. Nesse sentido, os princípios dão valor normativo aos fatos, também indicando como a lei deve ser dimensionada para não agredi-los. Por isso, a compreensão e a conformação das regras estão condicionadas pelo valor atribuído à realidade pelos princípios. 
De fato, os valores escolhidos pela sociedade estão estampados na Constituição e nas Leis em expressões abertas e abstratas, ou seja, nos princípios, e nenhuma atividade estatal, inclusive a do Poder Legislativo pode ser legítima se não amoldar-se a eles. Se o exercício do poder é para o povo e por ele deve ser legitimado, a legitimação do poder na promulgação de leis só poder ser aferida no contexto da adequação das leis aos valores, princípios, consagrados no ordenamento a partir da Constituição, que é o fruto do acordo fundador de toda ordem. 
Note-se, assim, que não há distinção entre princípios e regras apenas a partir daquelas características de generalidade e abstração e de especificidade e concretude.
Os princípios possuem supremacia sobre as regras que só são legítimas se a eles se adequarem. 
b) Função auxiliadora da interpretação 
Relativamente à função de auxiliar o intérprete na compreensão do sistema jurídico, parece evidente que se a ordem normativa é erigida sobre os princípios e, então, nele encontra as suas bases, nenhuma interpretação do sistema pode desconsiderar esse papel normogenético e deixar de se conformar ao valor que lhe proporcionou a geração.
Manoel Antonio Teixeira Filho aponta que os princípios se destinam a tornar logicamente compreensível o sistema e que servem de fundamento para a sua interpretação (2009, p. 35).
Luiz Guilherme Marinoni, por seu turno, destaca que a partir dos princípios as regras são compreendidas e conformadas concretamente, de tal modo que a concepção dessa função dos princípios implica uma ruptura com o Estado liberal, porque não é possível dentro da perspectiva do positivismo clássico que o juiz, o principal dos intérpretes da ordem, possa aplicar uma norma que não se revele em seu próprio texto, ou seja, que exija do juiz uma conformação adequada ao valor estampado no princípio (2008, p. 51). 
Assim, destarte, os princípios assumem elevada importância no controle de constitucionalidade das leis.c) Função normativa 
Segundo a concepção tradicional, os princípios teriam função supletiva do ordenamento, ou seja, para o preenchimento de lacunas do sistema jurídico. É nesse sentido, por exemplo, que encontramos as regras do art. 126 do CPC, do 3º do CPP, do 8º da CLT e do 4º da Lei de Introdução ao Código Civil.
Não obstante, a doutrina contemporânea não se conforma com uma função normativa meramente supletiva para os princípios. Vejamos a doutrina de Marinoni (2008, p. 50): 
Os princípios assumem importância nos casos de controle de constitucionalidade da lei, de dúvida interpretativa e de ausência de regra. Porém, essa perspectiva constitui apenas uma parte do significado que os princípios possuem no constitucionalismo contemporâneo. Isso porque não se pode entender que a sua função é meramente complementar ou acessória – destinando-se simplesmente a auxiliar na atuação das regras –, ou mesmo pensar que os princípios são apenas “válvulas de escape” do ordenamento jurídico, que entram em ação quando as regras não são capazes de regular os casos concretos. 
Os princípios não têm tal limitação, pois, como esclarece Alexy, eles são, tanto quanto as regras, razões para juízos concretos de dever ser. 
É fato que os princípios têm força normativa, o que também nos revela a circunstância do legislador fazer referência específica a alguns deles como fonte de direito. Veja-se, por exemplo, as regras do art. 548 do CPC, § 2º do art. 438 do CPP e 625-H da CLT. 
3. Os princípios e a autonomia da disciplina 
Os princípios revelam, junto com uma legislação específica e a produção literária sobre a disciplina, que o Direito Processual do Trabalho goza de autonomia em relação ao processo civil comum. 
A doutrina indica que uma determinada disciplina jurídica ganha autonomia quando é composta de um conjunto de regras que lhe sejam próprias, quando possui produção literária significativa e tendo em vista a existência de princípios particulares que lhe sejam informadores. 
O processo do trabalho, quanto à existência de conjunto de regras, tem disciplina na CLT e em leis específicas. No que respeita à produção literária, indicamos que são inúmeros os escritos de processo do trabalho, muitos dos quais em forma de cursos de processo do trabalho. Temos, ademais, revistas científicas especializadas em publicação de textos de processo do trabalho. 
Por fim, quanto aos princípios, temos alguns que são próprios do processo do trabalho, o que é objeto de nosso estudo neste momento de nosso curso. 
4. Ausência de uniformidade no trato da matéria 
É importante destacar, nesse ponto, que os autores não são unânimes quanto a uma principiologia aplicável ao processo do trabalho, o que, ademais, ocorre quanto aos demais ramos do direito. Nesse sentido, encontramos nos autores uma indicação pessoal para os princípios do processo do trabalho, o que longe de significar uma anomalia representa o caráter de constante atividade dessa disciplina processual. 
5. Princípios em espécie: 
5.1. Princípio da conciliação 
A Justiça do Trabalho, que nasceu paritária em todos os órgãos de jurisdição, ou seja, com representantes dos trabalhadores e dos empregadores em todas as instâncias, foi pensada para, principalmente, promover a conciliação dos conflitos envolvendo empregados e empregadores no pressuposto de que esses conflitos são perturbadores da estabilidade da sociedade e dos governos. Assim, está consagrada na regra do art. 764 a recomendação da adoção de uma postura conciliadora pelos juízes do trabalho. Outras regras mais tratam desse princípio - §§ 1º e 3o do art. 764; 846; 850; 852-E e 876 da CLT. 
Dinamarco tratando das formas de heterocomposição de conflitos dá especial relevo às conciliações (2005, p. 345-346): 
O poder de pacificação é muito grande na conciliação, pois além de encontrar o ponto de equilíbrio aceito para os termos de dois interesses conflitantes, geralmente logra também levar a paz ao próprio espírito das pessoas: a idéia até vulgar de que “mais vale um mau acordo que uma boa demanda” é uma realidade no sentimento popular e as soluções acordadas pelas partes mostram-se capazes de eliminar a situação conflituosa e desafogar as incertezas e angústias que caracterizam as insatisfações de efeito anti-social. Por isso é que a conciliação é o substituto generoso da Justiça, ainda quando conduzida por esta ou por seus auxiliares. 
5.2. Princípio da proteção 
Este princípio decorre da legislação processual do trabalho tratar de modo mais benéfico o trabalhador em se considerando o empregador em alguns aspectos. É ele repercussão da proteção ao empregado que nós encontramos na legislação de direito material. Encontramos na doutrina, contudo, divergência quanto à sua aplicação em matéria processual. 
Expressa esse princípio, conforme a doutrina, a inversão do ônus da prova em algumas situações; no foro da prestação dos serviços como aquele para a ação (art. 651); a obrigatoriedade do depósito recursal apenas para o empregador (§ 1º do art. 899); o impulso oficial das execuções trabalhistas, quando o empregado não tem advogado (art. 878); o ônus da prova da jornada de trabalho para a empresa que possui mais de dez empregados (súmula 338 do c. TST); e o deferimento de adicional de insalubridade por agente diverso do apontado na inicial – Súmula 293 do c. TST. 
5.3. Princípio do jus postulandi da parte 
Através desse princípio se reconhece às partes, desde que figurem num processo do trabalho na condição de empregado ou de empregador, a possibilidade de que apresentem Reclamação Trabalhista (ação) e acompanhem o seu desenrolar até o julgamento final - art. 791 e 839, alínea “a”. Noutras palavras, empregado e empregador podem atuar diretamente nas postulações em juízo assinando petição inicial, defesas, peças processuais às mais diversas e até os recursos. As ações e recursos que não podem ser subscritos diretamente pela parte são aqueles dirigidos ao TST, conforme a súmula 425 do TST. 
Registre-se, de qualquer sorte, que há uma corrente minoritária que entende que o jus postulandi não teria sido recepcionado pelo art. 133 da CF. O TST, contudo, mantém a interpretação de que a CF de 1988 não revogou o art. 791 da CLT. 
No processo comum as postulações são necessariamente por advogado – art. 103 do CPC. É possível que a pessoa advogue em causa própria quando for advogado e nos juizados especiais em causas de até 20 salários mínimos – art. 9º da Lei n. 9.099/95. 
É importante destacar, por fim, que se na RT figurarem litigantes que não estejam na condição de empregado e de empregador, a presença de advogados será indispensável. 
5.4. Princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias e provisórias
Por esse princípio não se admite no processo do trabalho a interposição de recurso imediato contra decisão proferida no curso do processo que não tenha o condão de encerrá-lo - § 1º do art. 893 da CLT. Assim, apenas as decisões finais são submetidas a recurso e nele a parte pode veicular o seu inconformismo com a decisão tomada no curso do processo e que não pode ser alvo de recurso imediato. 
Assim, se no curso do processo do trabalho o juiz antecipa os efeitos da tutela jurisdicional ou indefere a produção de uma prova, a respectiva decisão não poderá ser alvo de recurso imediato. Lembramos, porém, que a impossibilidade de que a decisão não seja alvo de recurso imediato não significa que não possa ser objeto de impugnação por meio de ação autônoma, no caso, o mandado de segurança, conforme a súmula 214 do c. TST. 
A irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias revela que o nosso processo adota o princípio da oralidade. Observamos que o princípio da oralidade tem quatro expressões: a mediação, a identidade física, a concentração de atos e a irrecorribilidade de decisões interlocutórias. 
Destacamos, por fim, que no nosso processo encontramos o recurso do Agravo de Instrumento, mas esse recurso tem função aqui exclusiva de destrancarrecurso cujo seguimento foi obstado em juízo de admissibilidade. Por outro lado, a prática forense consagrou o protesto por nulidade como substitutivo do agravo na tramitação dos feitos trabalhistas, com base no art. 795 da CLT. 
5.5. Princípio da subsidiariedade 
De partida, diz-se que esse princípio é peculiar ao Direito Processual Trabalhista. A CLT é a lei ordinária que rege o processo trabalhista. Entretanto, no que respeita aos dissídios individuais e em alguns casos aos dissídios coletivos, é a própria CLT que estabelece através do didatismo do art. 769, verbis: "nos casos omissos e quando não haja incompatibilidade, o direito processual comum será usado subsidiariamente pelo direito processual do trabalho”. O princípio da subsidiariedade, então, é com a previsão da aplicação de regras processuais do processo comum em complementação das regras processuais da CLT. 
Por outro lado, ainda como expressão desse princípio, temos a regra do art. 889 da CLT dizendo da aplicação subsidiária da Lei de Execução Fiscal à execução trabalhista. 
É de se observar que a aplicação das regras do processo comum no processo do trabalho não se confunde com a aplicação do CPC. O CPC é o mais importante diploma processual do processo comum, mas não é o único. Temos como exemplos de diplomas processuais que podem ser aplicados no processo do trabalho o Código de Defesa do Consumidor e a Lei da Ação Civil. 
Resta revelar que um dos problemas mais instigantes da atualidade do processo do trabalho é quanto à aplicação supletiva das regras do processo comum. É que a aplicação supletiva de outras regras processuais que não a CLT deve se amparar em lacuna do diploma celetista e em compatibilidade do dispositivo a ser aplicado com os princípios do processo especial, conforme a regra do art. 769 da CLT – OJ n. 310 da SDI-1. 
Corrente de interpretação que tem ganhado força assevera que a lacuna que autoriza a aplicação supletiva do processo comum não é apenas a lacuna normativa, mas também as chamadas lacunas ontológicas e axiológicas. 
A lacuna ontológica é aquela configurada pela falta de contemporaneidade da norma existente. Há uma norma regulando a questão, mas ela não é adequada em vista dos avanços históricos, ou seja, ela restou ultrapassada em sua técnica. 
A lacuna axiológica considera o valor da norma existente em confronto com a norma a ser utilizada em substituição. A norma pode ser aplicada em substituição da existente se ela contiver um valor social que se sobreponha ao valor da norma específica, segundo essa interpretação. 
5.6. Jurisdição normativa 
Quando ao princípio da Jurisdição normativa, consiste no Poder que o Judiciário Trabalhista tem para elaborar normas jurídicas através das Sentenças Normativas.
As categorias em conflito por não chegarem a um consenso em torno de normas para regular as relações individuais (CONVENÇÃO COLETIVA) podem propor em conjunto o Dissídio Coletivo para que a Justiça do Trabalho edite regras que sejam observadas nas contratações individuais. 
A Sentença Normativa substitui a Convenção Coletiva, que seria o instrumento normativo fruto do consenso. Editando a Sentença Normativa, o Judiciário trabalhista exercita poder legislativo e não jurisdicional. 
5.7. Princípio da sumariedade dos ritos procedimentais 
Os principais ritos processuais trabalhistas são o rito sumaríssimo, para as causas de até 40 salários mínimos – art. 852-A da CLT, e o ordinário, para as causas superiores a 40 salários mínimos, para aquelas nas quais figurem pessoa jurídica de direito público - Parágrafo único do art. 852-A - ou em que o réu deve ser citado por edital – inciso II do art. 852-B. Em todos esses ritos as causas devem ser solucionadas em audiência única, proferindo o juiz do trabalho a sentença após a obtenção das provas de que necessitar.
Então, numa única audiência são concentrados os atos de defesa, de instrução e o julgamento da causa. Essa sumariedade dos ritos influenciou o processo dos juizados especiais. 
5.8. Princípio da eficácia imediata das decisões finais 
No processo civil, o recurso contra a sentença, que é a apelação, é recebido, em regra, com efeito suspensivo, conforme o art. 1012 do NCPC. Esse efeito suspensivo significa que não é possível a exigibilidade imediata e provisória da decisão proferida. No processo do trabalho, diferentemente, todos os recursos, inclusive o Recurso Ordinário, que é praticado contra as sentenças, não impedem a exigibilidade imediata e provisória da decisão final – art. 899 da CLT -, o que permite o cumprimento provisório da decisão – art. 520 a 522 do NCPC. 
6. Referências: 
CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Coimbra: Almedina, 1998. 
CINTRA, Antonio Carlos Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel; GRINOVER, Ada Pellegrini. Teoria Geral do Processo. São Paulo: Malheiros, 2009. 
DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do processo. São Paulo: Malheiros, 2005. 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. São Paulo: LTr, 2009. 
MACHADO, Antonio Alberto. Teoria Geral do Processo Penal. São Paulo: Atlas, 2009. 
MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Processo Civil, v. 1 – Teoria Geral do Processo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. 
MOTA, Marcílio Florêncio. A falta de contestação de pedido em casos de cumulação de ações no processo do trabalho e a concessão da antecipação da tutela ex officio. Revista da Faculdade de Direito Maurício de Nassau, v. I, p. 227-242, 2006. 
NERY JÚNIOR. Nelson. Princípios do Processo na Constituição Federal – Processo civil, penal e administrativo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. 
RODRIGUES, Américo Plá. Princípios de Direito do Trabalho (tradução de Wagner D. Giglio). São Paulo: LTr, 1978. 
SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. São Paulo: LTr, 2009. 
TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Curso de Direito Processual do Trabalho – vol. I. São Paulo: LTr, 2009.

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