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CADERNO Constitucional

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CARREIRAS JURÍDICAS – INTENSIVO – LFG
DIREITO CONSTITUCIONAL
MARCELO NOVELINO
DIREITO CONSTITUCIONAL
MARCELO NOVELINO
INTENSIVO I LFG
CONSTITUCIONALISMO
Em sentido amplo, o constitucionalismo está associado a existência de uma constituição em um Estado. 
Em geral, a doutrina utiliza o termo em um sentido estrito, o qual está relacionado a duas ideias básicas: garantia dos direitos e limitação do poder.
Fase de Evolução Histórica
Constitucionalismo Antigo: começa na antiguidade e vai até aproximadamente no final do século XVIII. Nesta primeira fase não existiam constituições escritas, mas apenas constituições consuetudinárias, baseadas sobretudo nos costumes de cada povo, e muitas delas em precedentes do poder judiciário. Até existiam alguns documentos escritos, mas não uma consolidação formalizada para este fim.
A primeira experiência considerada constitucional, segundo a doutrina, foi no Estado Hebreus. Embora não possuíssem uma constituição escrita, como estado teocrático, seus dogmas religiosos limitavam os súditos e soberanos.
Outras experiências que podem ser citadas foram: Grécia, Roma e Inglaterra.
Constitucionalismo Moderno: As revoluções liberais foi a responsável, de certo modo, no final do século XVIII, pela mudança de fase constitucional, que perdurou até o fim da 2ª Guerra Mundial. Foi a partir deste que surgiram as constituições escritas e formais.
Constitucionalismo Clássico / Liberal: começa com as revoluções liberais, e vai até o fim da 1ª Guerra Mundial (1914-1918). Duas experiências marcantes ressaltam-se nesta fase, que influenciaram notadamente o direito constitucional atual:
Norte-Americana – (1787) criação da primeira constituição escrita, formal, rígida e dotada de supremacia formal. Além disso, como consequência natural, surge nos EUA o controle judicial de constitucionalidade, tendo como parâmetro uma constituição escrita (1803 Controle Difuso “Marbury v. Madison”). E ainda, a consagração da separação de poderes, do federalismo e criação do sistema presidencialista.
França – (1789) primeira constituição escrita da Europa, diferentemente da constituição norte americana, os franceses elaboraram uma constituição prolixa, sem significativa forma normativa ou supremacia, sem possibilitar o controle repressivo. No entanto, ressalte-se algumas contribuições: distinção entre poder constituinte originário, derivado e poderes constituintes. Teve como principal formulador Sieýs. 
Karel Vazak realizou concepções de gerações de direitos dentro das constituições. Hoje considera-se denominados como dimensões. Norberto Bobbio também menciona estas gerações em sua obra. No brasil, Paulo Bonavides divulgou de forma mais ampla a seguinte classificação de direitos.
TEORIA GERAL DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Supremacia Material e Formal da Constituição
Supremacia material da Constituição consiste um uma superioridade inerente aos conteúdos tradicionalmente consagrados nos textos constitucionais (Direitos Fundamentais, Estrutura do Estado e Organização do Poderes). É considerada uma matéria acima das outras, é um atributo presente em todas as constituições.
A supremacia formal, por outro lado, não está presente em todas as constituições, esta é um atributo exclusivo das constituições rígidas. O que caracteriza uma constituição rígida é a exigência de um processo mais solene para alteração de suas normas.
Parâmetro para o Controle de Constitucionalidade: Normas de Referência Bloco de Constitucionalidade
 Normas de Referência
CF/1988: Dividindo-se a Constituição em três partes (Preâmbulo, Parte Permanente, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), a única deles que não pode ser invocada como parâmetro pra controle de constitucionalidade, segundo o entendimento do SFT, é o preâmbulo, por tratar-se de declarações de natureza histórica-política, e não jurídica-normativa.
Muito embora exista entendimento doutrinário diverso, a jurisprudência e doutrina majoritária é no sentido de que o preambulo não é norma jurídica, muito menos norma de observância obrigatória, como já decidiu o STF em ADI que previa a inconstitucionalidade do preambulo da Constituição do Acre por não reproduzir o texto literal da constituição.
Princípios Implícitos: ordem constitucional global é uma expressão utilizada pra englobar não apenas as normas escritas, mas também os princípios implícitos.
Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos: Art. 5º, §3º, CF, desde que aprovados por 3/5 e em dois turnos. OBS.: até o presente momento só existe um tratado aprovado nestes termos por meio do Decreto 6.949/2009 (Tratado de Direitos Humanos da Pessoa com Deficiência). Neste caso em específico, existe também quem denomina este específico controle como controle de convencionalidade.[1: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.]
Bloco de Constitucionalidade
É usado para fazer referência às normas com status constitucional. 
Nas ADI 595/ES e ADI 5141/PI, o Ministro Celso de Melo faz referência ao ‘bloco de constitucionalidade’ num sentido estrito, ou seja, como sinônimo de parâmetro para o controle de constitucionalidade. 
No entanto, na doutrina, autores se refere ao bloco de constitucionalidade em sentido amplo, onde abrange não apenas as normas de referência, mas também outras normas materialmente constitucionais, incluídas aquelas vocacionadas a desenvolver a eficácia de normas da constituição.
Classificação das Formas de Inconstitucionalidade
Quanto ao Tipo de Conduta Praticada Pelo Poder Público
Ação: Ocorre quando são praticadas condutas incompatíveis com o parâmetro constitucional.
Omissão: Ocorre quando os poderes públicos deixam de praticar uma conduta exigida pela Constituição. Art. 37, VII, CF. 
Quanto à Norma Ofendida
Formal (Nomodinâmica): está relacionada ao processo de produção de normas. Pode ser:
Propriamente dita: ocorre quando há violação de norma constitucional referente ao processo legislativo. Pode ainda ser subjetiva (em relação ao sujeito competente para iniciar o processo legislativo, ex.: art. 61, CF. Neste caso o SFT entende que o vício de iniciativa não pode ser suprido pela sanção do chefe do executivo), ou objetiva (se refere as demais fases do processo legislativo, ex.: art. 69, CF).
Orgânica: aquela que ocorre quando há violação de norma que estabelece o órgão com competência para legislar sobre a matéria. Ex.: ADI 220 SP.
Violação a pressupostos constitucionais objetivos: Ex.: art. 62, CF.
Material (Nomoestática): é aquela que ocorre quando há violação de uma norma constitucional de fundo, ou seja, é aquela que estabelece direitos e deveres. Ex.: art. 5º, CF. HC 82959.
Quanto à sua Extensão
Total: é aquele que ocorre quando o vício atinge toda a lei ou todo o dispositivo (artigo, lei, inciso, alínea). Ex.: ADI 2808 RS, HC 81134.
Parcial: é aquela que atinge apenas uma parte de determinada lei ou dispositivo. Art. 66, § 2º, CF, o veto parcial só pode incidir sob o texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea. Assim ela pode atingir apenas uma palavra ou expressão, mas terá que declarar todo o dispositivo inconstitucional. Só pode atingir uma palavra ou expressão se estas forem autônomas e não alterarem o sentido da norma. ADI 2645-MC/TO.
Quanto ao Momento
Originária: é aquela que ocorre quando um objeto já nasce incompatível com a constituição, ou seja, quando o objeto tem um vício de origem. O objeto será sempre posterior ao parâmetro.
Superveniente: é aquela que ocorre quando um objetoé criado de acordo com a constituição, mas, em virtude de uma alteração superveniente ele se torna incompatível com o novo parâmetro. No Brasil, esta costuma ser denominada de não-recepção. 
Segundo Kelsen, a inconstitucionalidade só ocorre quando o poder público contraria a constituição, pois sem que ocorra um efetivo ato, a simples existência de leia anterior à norma constitucional não ofende o novo parâmetro, pois considera-se não recepcionado. Apenas havendo ato efetivo do poder público em desconformidade com a norma constitucional haveria inconstitucionalidade.
Mutação Constitucional: Gilmar Mendes sustenta que haveria uma hipótese de inconstitucionalidade superveniente.
Inconstitucionalidade Progressiva: em tese, também podem ser considerados inconstitucionalidade superveniente. É aquela que se situa entre a constitucionalidade plena e a inconstitucionalidade absoluta. Neste caso a norma é considerada ainda constitucional até que sobrevenha uma mudança do quadro fático que a torne inconstitucional. Ex.: HC 70.514, RE 147776, RE 135328.
Quanto ao Prisma de Apuração
Direita (antecedente): é aquela que ocorre quando o ato impugnado viola diretamente uma norma constitucional.
Indireta:
Consequente: ocorre quando a inconstitucionalidade de um ato é decorrente da inconstitucionalidade de outro diretamente ligado à constituição, ex.: ADI 2578/MG. Neste caso o SFT pode declarar a inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração.
Reflexa (Mediata ou Obliqua): ocorre quando há um ato interposto entre a constituição e o objeto impugnado, neste caso o objeto é ilegal e apenas indiretamente. ADI 996-MC.
Classificação das Formas de Controle de Constitucionalidade
Quanto à natureza do órgão que irá exercer o controle
Controle Jurisdicional: é o controle feito por órgão do poder judiciário.
Controle Político: é aquele feito por órgãos sem poder jurisdicional. 
Existem no direito comparado três sistemas de controle de constitucionalidade: 
Jurisdicional (é aquele em que o controle de constitucionalidade é feito precipuamente / principalmente / palavra final pelo poder judiciário; é o adotado no EUA e no Brasil);
Político (é aquele em que o controle de constitucionalidade não é feito pelo poder judiciário; ex. na França que realiza o controle não é o Poder Judiciário, mas sim um órgão de cúpula desligado do judiciário e administrativo denominado de Conselho Constitucional); 
Misto (conjuga o controle jurisdicional e político; ex. Suíça, onde dependendo da origem da lei o controle será jurisdicional – leis locais, ou político – leis nacionais).
Quanto ao momento em que ocorre o controle
Preventivo: no Brasil, o controle preventivo, realizado no momento em que o projeto de lei ou a proposta de emenda constitucional ainda não se efetivou, é exercido pelos três poderes (primordialmente pelo legislativo, comumentemente pelo executivo e excepcionalmente pelo poder judiciário). 
O órgão do legislativo incumbido de realizar o controle preventivo é o CCJ – Comissão de Constituição e Justiça, mas nada impede que o controle seja realizado no plenário, mesmo após sua aprovação na CCJ. Todo órgão legislativo possui uma CCJ, é órgão obrigatório. Só projeto de leis sujeitam-se ao controle preventivo pelo Poder Executivo, o que é realizado através do veto.
O art. 66, § 1º, CF prevê dois tipos de vetos pelo executivo: o político e o jurídico. Quanto o veto tem fundamento de inconstitucionalidade do projeto de lei, será veto jurídico; por outro lado, quando o projeto de lei é vetado por ser contrário ao interesse público a análise não é jurídica, mas meramente política, tratando-se de veto político.[2: Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.]
O poder judiciário também pode exercer o controle preventivo, a única hipótese é através de Mandado de Segurança impetrado por parlamentar da respectiva casa, na qual não foi observado o devido processo legislativo constitucional. No caso, somente o parlamentar da respectiva casa é competente para impetrar o MS, não um qualquer cidadão ou outra autoridade, somente tem o direito líquido e certo à observância do devido processo legislativo constitucional apenas quem dele participa, ou seja, o próprio parlamentar da casa em que não haja observância do procedimento adequado. OBS.: o presidente da república não pode impetrar o MS pois no momento de sua participação do processo legislativo ele já possui um instrumento mais prático e adequado para realizar o controle, o veto.
O julgamento do MS trata-se de um controle concentrado, concreto/incidental de constitucionalidade. Ex.: MS 32.033, MS 31.816, Informativo 411 STF, art. 60, §4º, CF (não pode ser sequer objeto de deliberação, ou seja, não pode ser nem discutida, indo para votação um parlamentar já pode interpor MS).[3: Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:I - a forma federativa de Estado;II - o voto direto, secreto, universal e periódico;III - a separação dos Poderes;IV - os direitos e garantias individuais.][4: A possibilidade de o controle jurisdicional incidir sobre o processo legislativo em trâmite, porém, deve ser excepcionalíssima, uma vez que ainda não existiria lei ou ato normativo passível de controle de constitucionalidade. O Supremo Tribunal Federal poderá analisar a constitucionalidade, ou não, de determinada sequência de atos durante a elaboração de uma emenda constitucional, de lei ordinária ou mesmo durante a aprovação ou rejeição de uma medida provisória, para garantir aos parlamentares o exercício de seu direito líquido e certo a somente participar da atividade legiferante ocorrida em acordo com as normas constitucionais. Mediante provocação, o Supremo Tribunal Federal poderá suspender a tramitação daquelas proposituras, uma vez que houve clara afronta as regras do devido processo legislativo, sejam as formais (quórum de 3/5 para emendas), sejam as materiais (direitos e garantias individuais como cláusulas pétreas). Diversa, porém, é a hipótese de controle jurisdicional de proposições legislativas em andamento tão somente porque, em seu conteúdo, divirjam de anterior interpretação do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria, como ocorreu no MS 32.033. Como afirmou o ministro Gilmar Mendes, o próprio STF entende que ao Poder Legislativo não se aplicam os efeitos vinculantes da jurisdição constitucional, pois isso,	afetaria a relação de equilíbrio entre o tribunal constitucional e o legislador, reduzindo o último a papel subordinado perante o poder incontrolável do primeiro, acarretando prejuízo do espaço democrático representativo da legitimidade política do órgão legislativo, bem como criando mais um fator de resistência a produzir o inaceitável fenômeno da chamada fossilização da Constituição* (Significa a não vinculação do STF e do Poder Legislativo as decisão do STF com eficácia contra todos e efeito vinculante e tem como finalidade principal evitar que a CF não fique fossilizada ou petrificada, por tal motivo, as vias ficam abertas).]
Repressivo: é aquele que acontece depois que o projeto já se transformou em lei. Também pode ser exercido pelos três poderes, sendo principalmente realizado pelo poder judiciário.
O poder legislativo pode exercer o controle repressivo de três formas:
Art. 49, V, CF (Regulamento e Leis Federais): Quando os atos de natureza regulamentar do poder executivo exorbitem seus limites, ou seja, os Decretos Regulamentares não respeitam os limites da lei, esta parte será ilegal e neste caso o poderlegislativo pode através do Decreto Legislativo sustar a parte do decreto regulamentar que ultrapassou os limites. [5: Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;]
No segundo caso, delegando o Congresso Nacional ao Chefe Do Executivo por meio de resolução os limites a ser tratado por Lei Delegada, ultrapassando esta última os limites impostos pelo congresso, poderá o poder executivo sustar esta parte da lei delegada que exorbitou os limites da delegação legislativa. OBS.: Na prática o uso de Lei Delegada está desaparecendo, pois os seus limites são as mesmas da Medida Provisória, sem que o executivo tenha que solicitar autorização legislativa para tanto.
Art. 62, CF (Medidas Provisórias): O CN pode verificar se toda e qualquer MP atende as finalidades constitucionais de relevância e urgência (aspectos subjetivos) ou quanto aos seu conteúdo (aspectos objetivos).[6: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.]
A análise dos pressupostos constitucionais para edição de Medidas Provisórias pode ser feita pelo judiciário mas apenas de forma excepcional, ou seja, quando a inconstitucionalidade for flagrante e objetiva. 
Súmula 347, STF (Tribunal de Contas): muito embora não pertença ao poder legislativo, é um órgão auxiliar a este no controle financeiro ao poder executivo. Assim, no exercício de suas funções, no ato de análise das contas do poder executivo, poderá exercer o controle de constitucionalidade.[7: Tribunal de Contas - Apreciação da Constitucionalidade das Leis e dos Atos do Poder Público. O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.]
O chefe do poder executivo pode negar cumprimento à execução de uma lei que ele entenda ser inconstitucional, desde que motive e dê publicidade ao seu ato, e que não exista decisão judicial em sentido contrário. 
Tal negativa funda-se no fato de os três poderes serem independentes entre si, submetendo-se primordialmente às normas constitucionais. Contudo, tal entendimento gerou controvérsia na doutrina após a entrada em vigo da Constituição Federal de 1988. Assim, surgiram três posicionamentos:
Após a CF/88 não se justifica mais a negativa de cumprimento pelo chefe do executivo, uma vez que a constituição disponibiliza instrumentos específicos para questionar a constitucionalidade de uma lei diretamente no STF (art. 103, CF). Antes da CF, apenas o PGR podia interpor ADI para questionar lei inconstitucional, e os demais autoridades do executivo não tinham esta legitimidade, aí se justificaria tal necessidade de negar cumprimento. Contudo a CF/88 prevê capacidade processual ativa ao Presidente da República e Governador de Estado para interpor ADI, o que tornaria desnecessário a negativa de cumprimento a norma.
Mesmo após a CF/88 persiste a possibilidade de negativa de cumprimento pelo chefe do poder executivo. Dentro deste posicionamento ADI 221-MC, e STJ RESP 23.121/GO. 
O último posicionamento diz que, após a CF/88 o chefe do executivo também pode negar cumprimento, mas deve simultaneamente utilizar-se dos meios constitucionais legais para arguir a inconstitucionalidade vislumbrada, ou seja, deve propor uma ADI questionando a respectiva lei (Gilmar Mendes), do contrário haverá uma ‘suspeita’ quanto a negativa do cumprimento, podendo até responder por um crime de responsabilidade.
O poder judiciário, por sua vez, exerce controle repressivo por meio do sistema difuso e concentrado. O sistema jurisdicional adotado no Brasil combina ambos os controles, difuso e concentrado (controle combinado ou misto), as quais espécies serão estudadas afinco mais à frente.
Quanto à competência jurisdicional para exercer o controle
Difuso: É aquele que pode ser exercido por qualquer juiz ou tribunal. É conhecido como Sistema Norte Americano de Controle. 
Concentrado: É aquele cuja competência para o seu exercício é atribuída apenas a um órgão do poder judiciário. Conhecido também como Controle Reservado, Sistema Austríaco ou Europeu. 
O controle concentrado surgiu no art. 12 da CF/1934 por meio da Ação de Representação Interventiva. A primeira ação de controle concentrado abstrato surgiu com a Emenda Constitucional nº 16/1965 (Representação de Inconstitucionalidade). O controle difuso surgiu no Brasil em 1981.
Quanto à finalidade do controle jurisdicional
Concreto (processo constitucional subjetivo): Também denominado de Incidental / por Via de Defesa / por Via de Exceção. É aquele que tem por objetivo principal a proteção de direitos subjetivos. A inconstitucionalidade é uma questão discutida apenas de forma incidental. O STF tem admitido o exercício do controle difuso mesmo de ofício, mesmo que o órgão jurisdicional não tenha sido diretamente provocado.
Abstrato (processo constitucional objetivo): também conhecido como Controle em Tese / Principal / por Via de Ação / por Via Direta. É aquele que tem por objetivo principal assegurar a supremacia da constituição e proteger ordem constitucional objetiva.
A regra, no Brasil, é de que o controle concentrado é abstrato, e, também, é a regra de que o controle difuso seja incidental. 
Contudo, existem exceções em que o controle concentrado será incidental – são eles: representação interventiva, (art. 36, III, CF); ADPF incidental (Lei 9.882/1999) e o Mandado de Segurança impetrado por parlamentar no STF. Como exemplo também pode-se citar o Mandado de Injunção, especialmente dirigido ao STF, situação em que o seu julgamento será concentrado e com finalidade concreta ou incidental –; e quando o controle difuso será abstrato, no caso da cláusula de reserva de plenário.
CONTROLE CONCETRADO ABSTRATO
INTRODUÇÃO
Controle concentrado é aquele que se concentra num determinado órgão do poder judiciário. No âmbito federal, o Supremo Tribunal Federal é o órgão competente para julgar causas do controle concentrado. Trata-se de controle abstrato pois sua finalidade não é proteger direitos subjetivos, mas assegurar a supremacia da constituição, assegurar a ordem da constituição.
O controle abstrato pode levar em consideração questões fáticas ou apenas a análise da compatibilidade da Constituição com a lei em tese? A Lei 9.868/1999 no art. 9º, §1º, deixa claro que questões fáticas podem sim serem levadas em consideração, muito embora seu foco seja a análise da lei em tese.[8: §1o Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria.]
ADI e ADC, art. 102, I, “a”, CF, regulamentado pela Lei 9.868/1999, art. 24: Possuem caráter dúplice ou ambivalente (ou sinal trocado). Mas existem algumas diferenças. [9: Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória.]
ADC controvérsia judicial relevante: Neste caso, em observância ao princípio da presunção da constitucionalidade das lei, para propositura de uma ADC, a fim de não ser ambíguo, é necessário a existência de controvérsia judicial relevante, que é o pressuposto de admissibilidade previsto no art. 14, III, Lei 9.868/99.
ADPF caráter subsidiário, art. 4º, §1º, Lei 9.882/1999: Significa que este tipo de ação não será admitido na presença de qualquer outro meio eficaz a sarnar a lesividade à norma jurídica. Como meio eficaz entende-se como aqueleque possui a mesma efetividade, imediaticidade e amplitude da ADPF (ADPF 128).[10: Art. 4o A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não for o caso de arguição de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta.§ 1o Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.][11: LER TEXTO 02. ADPF Alguns Aspectos Controversos - Ingo Wolfgang Sarlet.]
Fungibilidade: 
ADI – ADO
ADPF – ADI
Aspectos Comum
Não admite Desistência: Lei 9.868/99, art. 5º, pois a finalidade do controle abstrato é proteger a supremacia da constituição, a ordem constitucional objetiva, por isso, que propõem a ação não visa a proteção de direitos subjetivos, logo, não poderá gozar deste benefício.[12: Art. 5o Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.]
Não admite Assistência: não há previsão legal, mas o regimento interno do STF não admite. 
Não admite Intervenção de Terceiros: Lei 9.868/99, art. 7º. Alguns autores entendem que a figura do “Amicus Curiae” seria uma exceção à inadmissibilidade de intervenção de terceiros.
Causa de Pedir Aberta: ou seja, abrange qualquer norma formalmente constitucional, independentemente da que tenha sido invocada como parâmetro pelo legitimado que propôs a ação (ex. ADI 3576, ADPF 139). Exceção: quando o pedido versa apenas sobre a inconstitucionalidade formal, o STF fica impossibilitado de analisar a inconstitucionalidade material (ADI 2182). Só haverá conexão entre a ações quando objeto for o mesmo.
Objeto: é necessário que ocorra provocação em relação ao objeto, em observância ao princípio da Adstrição do Pedido, salvo nos casos de inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração, esta, por sua vez, é uma técnica de decisão judicial que pode ser utilizada quando há uma relação de interdependência entre o dispositivo impugnado e um outro dispositivo do mesmo diploma legal (ex. ADI 4451-MC-F). A inconstitucionalidade por arrastamento pode ser utilizada também entre diplomas normativos diversos, desde que haja uma interdependência entre eles, exemplo relação entre lei e decreto que a regulamenta.
Decisão de Mérito: é IRRECORÍVEL, salvo a propositura de embargos de declaração. Não cabe também AÇÃO RESCISÓRIA. Art. 26, Lei 9.868/99 e art. 12, Lei 9.862/99.[13: Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.]
Legitimidade Ativa, Art. 103, CF[14: Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República;II - a Mesa do Senado Federal;III - a Mesa da Câmara dos Deputados;IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República;VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.]
O rol é extremamente amplo, principalmente no que tange a legitimidade de partidos políticos e confederação sindical e entidades de classe, acabando assim com a dependência para propor ações constitucionais da exclusividade do Procurador Geral da República, o que contribuiu para a chamada JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA e SOCIALIZAÇÃO JUDICIÁRIA, onde questões de alta relevância social e política são levadas ao judiciário para seu posicionamento.
Universal versus Especial: embora não haja previsão legal, o STF firmou em sua jurisprudência tal distinção. 
	Legitimados ativos
	Universal
	Especial
	Não existe pertinência temática, pode questionar qualquer ato normativo independente do tema da norma questionada.
	São aqueles que precisam demonstrar a existência de pertinência temática entre o objeto impugnado e o interesse que eles representam
	Presidente da República
	Governador de Estado ou do Distrito Federal
	Mesa do Senado Federal
	Confederação sindical
	Mesa da Câmara dos Deputados
	Entidade de classe de âmbito nacional
	Procurador-Geral da República
	Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal
	Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
	Partido político com representação no Congresso Nacional
	LEGITIMADOS ATIVOS
	Espécie
	Executivo
	Legislativo
	Ministério Público
	Outros
	Universais
(União)
	Presidente da República
	Mesa Câmara dos Deputados e Senado Federal
	Procurador Geral da República
	OAB
Partido Político
	Especiais (Estaduais)
	Governador
	Mesa da Assembleia Legislativa ou do Distrito Federal
	
	Entidade de Classe
Confederação Sindical
O rol de legitimados é “numerus clausus”, não se pode acrescentar outros que não estejam expressamente previstos. Assim, ‘vice’ não pode propor ação, apenas na hipótese deste se encontrar em exercício, pois neste caso estará agindo como titular do cargo (considera-se o momento da propositura da ação).
A legitimidade do Partido Político é analisada no momento da propositura da ação, momento este em que deverá ter representante na Câmara ou no Senado, mesmo que após venha a perder esta representação.
A Entidade de Classe deve ser representativa de apenas uma determinada atividade ou categoria social, profissional ou econômica, de modo que entidade de classe que representam variedade de categorias não são legitimadas a proporem ação (ex. CUT, CGT, ADI 271, ADI 142).
Entidade de Classe de Âmbito Nacional, por falta de previsão legal, o STF considera como parâmetro a legislação eleitoral (art. 7º, lei 9.096/95), tendo que estar presente em pelo menos 1/3 dos Estados brasileiros, no mínimo 9 (ADI 3850-AGR/2007). Exceção: quando houver uma relevância nacional na atividade exercida pelos associados (ADI 2866-MC/2003).
Admite a legitimidade de associações formadas por pessoas jurídicas: “Associações de Associações”.
Capacidade Postulatória: segundo o STF, a necessidade de advogado para propositura de ação são:
Partidos Políticos
Entidades de Classe de Âmbito Nacional
Confederações Sindicais
Parâmetro / Bloco de constitucionalidade em sentido estrito
ADI / ADC: o parâmetro é o mesmo qualquer norma formalmente constitucional, inclusive os atos decorrentes do art. 5º, §3º, CF.
ADPF: Preceito fundamental José Afonso da Silva considera como aquelas normas imprescindíveis à identidade e ao regime adotado pela Constituição, ex.: Título I da CF (art. 1º ao 4º); Título II da CF (direitos e garantias fundamentais); Princípios Constitucionais Sensíveis (art. 43, VII, CF, aqueles que se violados pelos Estados podem gerar uma Intervenção Federal); Cláusulas Pétreas; art. 196, CF; etc.
 Objeto
 Quanto à Natureza 
ADI/ADC, Art. 102, I, “a”, CF: consagra como objeto a LEI (qualquer lei, inclusive aquelas de efeitos concretos. ADI 4044/4049) ou ATO NORMATIVO (tem que ter duas características: tem que ser geral e abstrato, destinatário certo e objeto determinado). VIOLAÇÃO DIREITA à constituição.
Não se admite como objeto de ADI/ADC: 
Atos tipicamente regulamentares(ADI 3664); 
Normas constitucionais originárias;
Leis ou normas de efeitos concretos já exauridos (ADI 2980);
Lei com eficácia suspensa pelo senado (ADI 15);
Lei ou atos normativos já revogados. Exceção: quando houver fraude processual (ADI 3306).
Leis temporárias, após o exaurimento de seus efeitos;
Leis anteriores à Constituição em vigor;
Lei municipal em face da Constituição Federal. OBS.: DF leis editadas em exercício da competência estadual;
Súmula;
ADPF: O objeto é qualquer ato do poder público, não admitindo-se ato de particular. O parâmetro é PRECEITO FUNDAMENTAL. Art. 1º, Lei 9.882/99, ex.: ADPF nº 101, teve como objeto decisões judiciais (que permitiam a importação de pneus usados – preceitos fundamentais: direito ao meio ambiente equilibrado, direito à saúde). 
Existem atos que o STF já decidiu que não pode ser objeto de ADPF:
Atos tipicamente regulamentares, ADPF 169;
Súmulas comuns, ADPF 80-AGR; 
Súmula Vinculante, ADPF 147; mesmo tendo caráter normativo, existe na lei 11.418/2006 um procedimento específico pra cancelamento ou revisão de súmula vinculante, prejudicando o caráter subsidiário das ações constitucionais;
PEC ou Projetos de Leis, ADPF 43-AGR; o STF não admite pois a proposta não é um ato pronto e acabado, ou seja, é um ato ainda em formação, que irá se completar se for aprovado, só podem ser questionados pelo controle preventivo judicial na impetração de MS por parlamentar;
Veto do chefe do executivo, ADPF 73 e ADPF 1-QO; o veto pode ser derrubado pelo Congresso Nacional, no âmbito político, e não na esfera judicial;
Leis já revogadas: CONTROVÉRSIA – o STF tem duas posições: 1. ADPF 33, o Ministro Gilmar Mendes admiti lei revogada como objeto de ADPF; 2. ADPF 49, o Ministro Menezes de Direito não admite lei revogada como objeto de ADPF. O cespe (AGU/2012) considerou que leis revogadas podem ser objetos de ADPF.
 Quanto ao Aspecto Temporal
ADI/ADC – o objeto sempre tem que ter sido produzido após o parâmetro constitucional. Não são admitidos atos normativos ou leis anteriores à CF/88. Observe-se que não basta o parâmetro ser após a promulgação da CF/88, o parâmetro tem que ser anterior ao objeto, caso contrário ter-se-á revogação ou não recepção.
ADPF – a lei admite ato do poder público, inclusive leis ou atos normativos anteriores ou posteriores ao parâmetro. Não existe limite temporal.
Aspecto Espacial
ADC – somente 1 tipo de ato: Lei ou Ato normativo da esfera federal;
ADI – Compreende 2 tipos de atos: Lei ou Ato normativo da esfera federal ou estadual;
ADPF – 3 esferas: qualquer ato do poder público, tanto da esfera federal, estadual ou municipal. Art. 1º, parágrafo único, lei 9.882/2006.
OBS.: ATOS DO DISTRITO FEDERAL – uma vez que o ente cumula funções de estado e município, deve-se analisar qual competência estará exercendo. Assim, lei ou ato normativo do DF só podem ser impugnados por meio de ADI se tratarem de matéria de competência dos Estados. Súmula 642 STF.
DECISÃO DE MÉRITO
 Quórum 
Tem que estar presentes pelo menos 8 ministros, caso contrário não poderá haver julgamento destas ações (art. 22, Lei 9.868/99). Para que haja a declaração de constitucionalidade/inconstitucionalidade é necessário ao mínimo o voto de 6 ministros (art. 23, Lei 9.868/99). ADI 4167.
Efeitos da Declaração 
Art. 28, § único, Lei 9.868/99, art. 10, §3º, Lei 9.882/99, art. 102, §2º, CF. Efeitos em seus aspectos:[15: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal]
	DIFERENÇAS EFEITOS
	Erga Omnes
	Vinculante
	Aspecto Subjetivo
	Atinge à todos, poderes públicos e particulares.
	Atinge apenas determinados órgãos do poder público (demais órgãos do poder judiciário e administração pública direita e indireta, federal, estadual e municipal). O chefe do poder executivo só não fica vinculado, no que tange a decisão do supremo, em suas atribuições relacionadas ao processo legislativo (iniciativa de projeto de lei, MP, veto). O legislativo não fica vinculado apenas na sua função típica de legislar. Ressalte-se que não atinge o próprio STF (plenário) que pode modificar seu entendimento em casos futuros, neste caso quem fica vinculado é o Ministro. Tais medidas são adotadas a fim de evitar a “fossilização da constituição”. No caso da ADPF, o entendimento predominante é de que o efeito vinculante atinge os mesmos órgãos dos poderes públicos atingidos pela ADI/ADC.
	Aspecto Objetivo
	
	Teoria Extensiva: defendida por Gilmar Mendes, aduz que o efeito vinculante atinge não só o dispositivo da decisão, mas também os motivos determinantes (raccio decidendi) contidos na fundamentação. O que não seria vinculante na fundamentação seriam as questões acessórias (obtier dictia), ditas de passagem. Também denominada de Transcendência dos Motivos ou Efeito Transcendente dos Motivo Determinantes, de certo modo, o SFT deixou de aplicar esta teoria, ex.: Reclamação 2990-AGR.
 Eficácia Temporal
No controle abstrato, independentemente do tipo de efeito, uma decisão só se torna obrigatória a partir de sua publicação (parte dispositiva) no DJ e DOU, e não do trânsito em julgado, já que em tese não existem partes. Art. 28, 9.868/99.
Em regra, no controle de constitucionalidade brasileiro, prevalece o entendimento de que a lei inconstitucional é um ato nulo (teoria da nulidade, ex. ADI 875, ADI 1987, ADI 2727), e logo a declaração de inconstitucionalidade tem efeito ex tunc.
No entanto, existe a possibilidade de modulação temporal dos efeitos da decisão (ex nunc, pro futuro). Art. 27, 9.868/99, Art. 11, 9.882/99. Para a modulação de efeitos, é necessário a justificativa de haver interesse de segurança jurídica, ou de excepcional interesse social. A modulação necessita ser decidida por maioria de 2/3 dos membros do STF.
Exemplos de modulação de efeito: Efeito ex nunc ADI 4029. 
Extensão da Declaração
Existem as determinadas técnicas que podem ser aplicadas:
Declaração de nulidade com redução de texto (total ou parcial) – quando o STF declara a inconstitucionalidade de todo objeto, ou declarando a constitucionalidade de apenas parte dele, momento em que se retirar do texto originário o item atacado.
Declaração de nulidade sem redução de texto (DNSRT) ou Interpretação conforme a Constituição (ICC) – o tribunal confere uma determinada interpretação ao dispositivo e afastas outras interpretações. Reduz-se a possibilidade de interpretação do referido texto, por considerá-la inconstitucional. Ex.: ADI 3685.
Pontos em comum: ambas são utilizadas nos caso de normas polissêmicas ou plurissignificativas (aquela que tem mais de um significado possível). Não há alteração do texto. Há uma redução das possibilidades de intepretação do texto normativo.
Diferenças: DNSRT só pode ser utilizada no controle concentrado/abstrato (técnica de decisão). A ICC pode ser utilizada tanto no controle difuso como no concentrado (técnica de decisão e princípio interpretativo). Na DNSRT se afasta um sentido e se permite os demais. Na ICC, se confere um sentido, e se afasta os demais.
OBS.: o assunto é confuso, na ADI 3096 o STF fez uma ‘interpretação conforme’ com ‘redução de texto’, misturando os institutos.
Tutela de urgência
 Quórum 
Para votação, presença é o mesmo: 8 ministros. Já para a concessão da liminar a regra é de 6 ministros. Lei 9.868/99, art. 10, 21 e 22. E na ADFP, art. 5º, Lei 9.882/99. OBS.: a votação é sempre no plenário.
Existem exceções em que a liminar não precisa ser concedida pela maioria absoluta:
ADI – em decisão monocrática do relator do processo, se houver urgência, ou, durante o recesso, por decisão do presidente do tribunal. Ex.: ADI 4638, Lei 9.868/99, art. 10.
ADPF – em casos de extremaurgência, perigo de lesão grave, ou durante o recesso, art. 5º, §1º, Lei 9.882/99. 
 Efeitos Subjetivos e Objetivos
No controle abstrato não existem partes formais, por isso os efeitos nunca será inter partes, mas sempre erga omnes e vinculante.
Produz também outros efeitos secundários:
ADC – suspender o julgamento de processos, lei determina que fiquem suspensos por no máximo 180 dias.
ADI – lei não traz expresso previsão de prazo, mas por analogia o STF aplica o art. 21 da Lei 9.869/99.
ADPF – Art. 5º, §3º, Lie 9.882/99, só há suspensão de efeitos de decisões que ainda não transitaram em julgado.
Obs.: A negativa de concessão da liminar, não produz efeito vinculante, ou seja, não vincula os demais juízes nem suspende demais processos.
 Efeitos Temporais 
ADI – em regra, o efeito ex nunc, do momento da concessão da liminar em diante. Pode ocorrer o efeito repristinatório, salvo expressa manifestação no sentido contrário.
ADC – não possui efeitos.
ADPF – por analogia entende-se que o efeito seja ex nunc.
CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE
ASPECTOS GERAIS
Competência para o seu exercício 
É de qualquer juiz ou tribunal, e no âmbito dos tribunais, tem que observar a clausula de reserva de plenário.
Finalidade
Proteção de direitos subjetivos por meio de processo subjetivo, podendo, inclusive ser a reconhecida a inconstitucionalidade independente de sua arguição. 
Legitimidade Ativa
Qualquer pessoa que tenha o seu direito supostamente violado por uma norma inconstitucional.
Parâmetro
Qualquer norma formalmente constitucional, mesmo que revogada, desde que estivesse vigente na época da ocorrência do fato, ou seja, não precisa estar em vigor no momento da propositura da ação, bastado que estivesse em vigor no momento do fato questionado (princípio tempus regict actum). 
Objeto
Qualquer ato do poder público que viole diretamente a Constituição.
Efeitos
Não há uma declaração de inconstitucionalidade propriamente dito, o que o juiz faz é reconhecer o vício para afastar a aplicação da lei naquele caso em específico. Quanto às seus aspectos:
Subjetivo – inter partes, atinge apenas as partes envolvidas, mesmo as decisões proferidas pelo STF, Reclamação 10.403/2010.
Objetivo – quanto as ‘partes’ da decisão que produzem efeitos, cabe ressaltar, que é na FUNDAMENTAÇÃO que a análise da inconstitucionalidade ocorrerá pois feita incidenter tantum, ou seja, incidentalmente. Assim, não haverá menção à inconstitucionalidade na parte dispositiva.
Temporal – a decisão de mérito, em regra, considerando a inconstitucionalidade como ato nulo, produzirá efeitos ex tunc, ou seja, retroativo. Não existe previsão legal de modulação dos efeitos, mas de acordo com o STF, por analogia, é possível a modulação temporal dos efeitos da decisão (requisitos: material – por razões de segurança jurídica, ou de excepcional interesse social, objetivo – voto de pelo menos 2/3 RE 586.453)
OBS.: Normas pré-constitucionais podem ser objeto de modulação temporal de efeitos? Há controvérsia no STF (RE 660.885)
CLÁUSULA DA RESERVA DE PLENÁRIO “FULL BENTI”
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
O artigo se aplica indistintamente, tanto ao controle difuso como ao controle concentrado. Só se aplica no âmbito dos tribunais. Estes, por sua vez, se tiverem mais de 25 membros, poderão criar o Órgão Especial, art. 93, XI, CF. Não se aplica aos juízes singulares. Turma Recursal de Juizados Especiais não precisão observar a cláusula de reserva de plenário.
O STF entende que no julgamento de Recurso Extraordinário não está obrigado a observar a cláusula de plenário RE 361.829-ED. [16: O princípio da reserva de plenário não se aplica ao próprio Supremo Tribunal Federal no julgamento de recursos extraordinários. Esse foi o entendimento da Corte Maior no RE361.829-ED / RJ, dentre outros. Seria um típico pensamento do tipo: "para os outros, ordem, para nós, nem tanto". Assim, no caso de recursos extraordinários, embora não seja isso que diga o art. 97 da CF/88, este não se aplicaria à Suprema Corte, conforme entendimento dela própria. É que, ainda que não seja suscitado em ação de inconstitucionalidade, o STF acaba sempre entrando em matéria de afronta à Constituição na análise de recursos extraordinários, exercendo, por excelência, controle difuso no julgamento destes. Nesse caso, a continuar a reserva de plenário nos recursos extraordinários, quase todos teriam que ir para o Pleno, sempre que a decisão apontasse inconstitucionalidade. A rigor, o entendimento objetiva não assoberbar a Corte Maior com o acúmulo de casos o seu plenário. O argumento do STF é o de que, por expressa disposição regimental, as suas turmas detêm competência para julgamento de recurso extraordinário, via apropriada à discussão de violação constitucional. Ademais, nos termos do regimento interno do STF, o recurso extraordinário somente seria julgado pelo plenário da Corte Suprema na hipótese do órgão fracionário entender relevante submeter ao pleno por tratar de importante arguição de inconstitucionalidade ainda não decidida em plenário (art. 11, I, RISTF). Logo, em que pese ser contraditório eventual regimento interno prevalecer sobre norma constitucional, entende o STF que, em recursos extraordinários, a inconstitucionalidade pode ser declarada por seus órgãos fracionários, sem que isso represente violação à cláusula de reserva de plenário disposta no art. 97 da CF/88. “O STF exerce, por excelência, controle difuso de constitucionalidade quando do julgamento do recurso extraordinário, tendo os seus colegiado fracionária competência regimental para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da CF.” (RE 361.829-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-3-2010, Segunda Turma, DJE de 19-3-2010.)]
Só se aplica à declaração de inconstitucionalidade, ou seja, se entender que a lei é constitucional não precisa observar a reserva de plenário, o órgão do tribunal poderá realizar o julgamento de constitucionalidade.
Na hipótese de ‘interpretação conforme’, mesmo depois da Súmula Vinculante nº 10, o STF manteve o entendimento que não necessita observar a cláusula de reserva de plenário RE 579.721, a justificativa é que apenas interpreta a constitucionalidade da norma.
Se aplica à normas pré-constitucionais? Não, Não é necessário a observância da cláusula de reserva de plenário para declarar a não recepção.
A reserva de plenário remete ao plenário apenas a análise da constitucionalidade ou inconstitucionalidade de lei em tese, e não os fatos concretos, tratando-se assim de um controle difuso-abstrato.
A importância da divisão funcional da análise feita em abstrato pelo pleno, decorre que, em futuras suscitações de inconstitucionalidade da referida lei, os órgão fracionários podem se basear naquele entendimento, dispensando a cláusula de reserva de plenário caso mantenham a inconstitucionalidade (art. 480 e 481, CPC). OBS.: há quem sustente a inconstitucionalidade do dispositivo.
STF: A inobservância da reserva de plenário gera a nulidade absoluta da decisão.
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DE LEI PELO SENADO – Art. 52, X, CF
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
Só se aplica no controle difuso, uma vez que no controle concentrado já possui efeito vinculante. 
Apenas de lei declarada inconstitucional, sendo lei anterior a constituição, trata-se de não recepção, logo não se aplica RE 387.271.
Entendimento predominante que trata-se de ato discricionário RE 150.764, se não quiser não é obrigado a suspender a execução.
A expressão “no todo ou em parte” deve ser interpretada nos exatos limites da decisão do STF, sua discricionariedade é apenas se irá suspender a lei. Logo, não é uma hipótesede controle repressivo de constitucionalidade pelo legislativo, uma vez que o controle já foi realizado pelo judiciário.
Quanto aos efeitos da decisão que suspende a execução da lei há divergências: Gilmar Mendes sustenta que produz efeito ex tunc, sob argumentos de que situações pretéritas devem ser solucionadas por meio de resolução do senado a fim de evitar que todos aquele que foram prejudicados pela lei inconstitucional tenha que ingressar com demanda perante o judiciário a fim de pleitear a constituição de seus direitos. Já José Afonso da Silva defende que o efeito é ex nunc, pela lógica do próprio termo ‘suspensão’ não poderia retroagir, tendo eficácia apenas a partir daquele momento.
O senado, sendo um órgão de um poder legislativo federal, pode suspender a execução de uma lei estadual ou municipal? Tratar-se-ia de violação do princípio federativo? Entendimento predominante: o senado pode suspender leis federais, estaduais, distritais e municipais sem que haja violação do princípio federativo, pois neste caso ele atua como um órgão de caráter nacional, e não de caráter federal.
DIVERGÊNCIA ENTRE OS TERMOS: Nacional versus Federal – Lei Federal é aquela lei que trata de interesses exclusivos da União, não se aplica aos estados nem aos municípios (ex. Lei dos Servidores Públicos Federais). Lei Nacional é aquela que se aplica a todos os entes federados (ex. Código Tributário Nacional). Nestes termos, o Senado atua como órgão de caráter federal e nacional, diferente da Câmara dos Deputados, que atua apenas em caráter federal. O caráter nacional do Senado decorre de sua representação igualitária por todos os Estados membros.
Embora o inciso fale apenas na suspensão de “lei”, deve ser interpretar extensivamente, abrangendo leis ou atos normativos.
Mutação Constitucional (mudança de sentido da constituição sem alteração de seu texto) em relação à suspensão do Senado, na qual agora serviria apenas a dar publicidade à decisão do STF, e não mais para a suspensão da lei, uma vez que a decisão do STF já possuiria efeito erga omnes. A Reclamação 4.335-AC ainda está pendente de análise, inclinando-se à não acatamento do entendimento do Ministro Gilmar Mendes, acima explicado.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
A ACP tem efeito erga omnes, se usada no sentido puro de análise de constitucionalidade estaria sendo utilizada como sucedâneo da ADI, ou seja, haveria uma usurpação da competência do STF?
A jurisprudência é pacifica no sentido de que a ACP pode ser utilizada como instrumento de controle de constitucionalidade, desde que seja em controle incidental, onde a inconstitucionalidade for apenas a causa de pedir, e não o pedido em si (analisada como questão incidental, não confundindo-se com o mérito). Resp. 557.646, Resp. 294.022, RE 227.159. 
TENDENCIA DE ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO / INCIDENTAL / CONCRETO / DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Onde os efeitos do controle abstrato são estendidos ao controle incidental. Denomina-se também de Tendência de Verticalização do Controle Difuso.
Originário do sistema “Common Law” a expressão Stare decisio – instituto segundo o qual deve ser atribuído o devido peso aos precedentes – deu origem ao efeito Binding Effect, onde os precedentes dos tribunais superiores são vinculantes aos tribunais inferiores.
Porém, no Brasil, no sistema difuso não existe o efeito vinculante atinente às decisões do STF. Para tentar resolver tal falta, foi dado ao Senado a possibilidade de suspensão da lei. Contudo, a suspensão do senado é ato discricionário, sendo que recentemente começou a surgir uma forte tendência de abstrativização, para aplicar-se os efeitos do sistema concentrado ao sistema difuso. RE 197.917 – aparentemente o STF conferiu efeito vinculante à sua decisão (efeito típico do controle abstrato). A tendência aparentemente não tem se propagado.
No âmbito legislativo, observou-se a tendência no âmbito da Emenda Constitucional nº 45/2012 com a criação de institutos com efeitos controle abstrato para aplicação no controle difuso. São eles: súmula vinculante – súmula é a consolidação da jurisprudência do tribunal; exigência de demonstração de repercussão geral como requisito de admissibilidade para o recurso extraordinário (decisão proferida em RE com repercussão geral é vinculante ao demais órgão do poder judiciário, RE 10.793).
CONTROLE DE OMISSÕES INCONSTITUCIONAIS
 Existem no direito brasileiros dois instrumentos para controlar a inconstitucionalidade por omissão: 
	
CRITÉRIOS
	AÇÃO DIRETA DE INCOSNTITUCIONALIDE POR OMISSÃO – ADO – Art. 103, §2º, CF e Lei 12.063/2009
“§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.”
	MANDADO DE INJUNÇÃO – MI – Art. 5º, LXXI, CF
“LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; “
Até o momento o MI não foi regulamentada por lei, e o STF utiliza a legislação do Mandado de Segurança.
	
Finalidade
	Controle abstrato através de um processo constitucional objetivo, com regras próprias.
	Tornar viável o exercício de direitos constitucionalmente regulados. Logo, trata-se de instrumento de controle concreto ou incidental, por meio de um processo constitucional subjetivo.
	
Competência
	Instrumento de controle concentrado de competência exclusiva do STF (existe também o controle concentrado no âmbito estadual, onde é competente o Tribunal de Justiça).
	Não é um instrumento de controle concentrado, mas não pode ser julgado por qualquer tribunal, deve haver previsão expressa legal de competência do juiz pra julgamento do MI, por este motivo, é considerado um controle difuso limitado pois não se concentra no STF, é aberto à outros órgãos, mas não a qualquer um, deve haver previsão em lei ou na CF – que prevê competência do STF, art. 102, I, ‘q’; STJ, art. 150, I, ‘h’; TSE e TRE, art. 121, §4º, V – Lei Federal também pode estabelecer outros órgãos, mas até o momento não foi editada, e a Constituição Estadual também pode prever competência específica. 
	
Legitimidade Ativa
	Por ser a ADO um instrumento de controle abstrato, deve haver previsão na CF ou em Lei. É o mesmo da ADI (Art. 103, CF e art. 12-A, Lei 9.868/99). Neste caso, não pode o legitimado propor a ADO se a iniciativa do projeto de lei foi sua, ou seja, não terá legitimidade a autoridade com competência para iniciar o processo legislativo, salvo quando se tratar de iniciativa privativa ou exclusiva.
	MI Individual – tem legitimidade qualquer pessoa que tenha o seu direito constitucional inviabilizado pela ausência de norma regulamentadora. 
MI Coletivo – os legitimados têm que estar previsto na lei, mas esta não existe ainda, e o STF tem usado por analogia os legitimados para impetrar o Mandado de Segurança Coletivo, previstos no art. 5º, LXX, CF.
“LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;”
OBS.: A Organização Sindical compreende o sindicato, a federação e a confederação. A ADI, ADO e ADPF só tem como legitimado a confederação.
Pode ser qualquer entidade de classe.
A associação aqui é legitimada, mas não é pra propor ADI, ADO e ADPF, devendo apenas a prova de sua legal constituição.
	
Legitimidade Passiva
	Autoridades ou órgão responsáveis pela elaboração da medida ou da norma regulamentadora. Não abrange no polo passível possível ente que tenha que suportar com os efeitos da decisão. Se for uma norma de iniciativa privativanão é o poder legislativo que figurará no polo passivo, mas a autoridade ou órgão com legitimidade para iniciar o processo legislativo. 
	
Parâmetro
	Tem que ser norma formalmente constitucional, mas não é quaisquer normas, apenas aquelas que dependa essencialmente de uma medida do poder público de uma complementação, ou seja, devem ser normas formalmente constitucionais não auto aplicáveis. Na classificação de José Afonso da Silva o parâmetro seria apenas as normas constitucionais de eficácia limitada. Ex.: direito de greve.
	Para parte da doutrina o MI só seria cabível para assegurar o exercício de direitos fundamentais (direitos e garantias individuais, sociais, de nacionalidade e políticos). Para o STF, no entanto, não tem feito restrições em relação a matéria protegida por esta garantia, prevalecendo o entendimento de ser cabível MI em outras situações que não apenas à proteção de direitos fundamentais.
	
Efeitos da Liminar
	Com a regulamentação da ADO passou-se a admitir a liminar, conforme art. 12-F, Lei 9.868/99:
“Art. 12-F.  Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. 
§1o A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal.”
	A jurisprudência do STF á muito tempo não admite liminar em MI.
	
Efeitos da Decisão de Mérito
	Dar ciência ao poder competente, e não supre a omissão. Em relação ao legislativo não há prazo para suprir a decisão. O prazo não obriga o legislador, mas limita o tempo razoável para suprir a omissão. Quando ao poder executivo, a CF fixa o prazo de 30 dias, prazo este que de fato pode ser impossível de cumprir. Assim, a lei 9.868 flexibilizou este prazo, no art. 12-H, §1º (prazo de 30 dias ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido). Tem que haver uma situação excepcional que justifique a modulação do prazo.
	Podem as correntes ser divididas em dois grupos:
Não Concretista – sustenta que a decisão proferida pelo tribunal em MI não pode concretizar a norma constitucional, ou seja, não pode assegurar o exercício do direito. O que faz é simplesmente dar ciência ao poder competente de sua omissão. Não vem sendo adotada nas decisões mais recente.
Concretista – pode se dividir em três espécies: em todas existe a possibilidade de o tribunal concretizar a norma constitucional, ou seja, de assegurar o exercício do direito
Individual – a omissão é suprida com efeitos inter partes, ou seja, apenas para as partes envolvidas no processo, MI 721 STF. MI 795-QO o STF autorizou o relator a decidir monocraticamente MI’s com temas já julgados pelo Tribunal do Pleno.
Geral – a decisão tem efeitos erga omnes, ou seja, vale para todos que se encontrem naquela situação, MI 708 STF.
Intermediária – se situa no meio termo, inicialmente é dada ciência ao poder competente para suprir a omissão dentro de um prazo determinado. Somente no caso de a omissão não ser suprida é que o Tribunal concretiza a norma (tudo numa única decisão) MI 232 STF, hoje em dia o STF não adota mais este entendimento.
ORGÃOS E ENTIDADES RELEVANTES
“amicus curiae”
Foi introduzida no direito brasileiro pelas Leis 6.385/83, e Lei 8.884/94, embora tenha se 9868/99, art. 7, §2º e art. 482, §3º, CPC.
Amigo da corte é alguém que contribui para a decisão do Tribunal. No Controle de Constitucionalidade, diante da ausência de contraditório e ampla defesa e do efeito vinculante e erga omnes, traz para o tribunal informações que contribuição para a decisão do tribunal, pluralizando o debate constitucional e confere maior legitimidade social à decisão tornando-a mais democrática.
Está ligada a expressão “sociedade aberta de interpretes” do alemão Peter Haberle, que propõe a abertura da interpretação constitucional para órgãos importantes da sociedade em geral.
Natureza Jurídica:
Intervenção de Terceiros – muito embora não admitido no controle abstrato, esta seria uma exceção. A maior parte dos Ministros do STF entende assim.
Assistência Qualificada – Edgar Silveira Bueno Filho.
Auxiliar do Juízo – Fred Didier.
Art. 7º, §2º, Lei 9.868/99:
“§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria (requisito objetivo) e a representatividade dos postulantes (requisito subjetivo, não é qualquer um, tem que haver representatividade na sociedade), poderá, por despacho irrecorrível, admitir (só é irrecorrível quando admitir, quando não admite a participação, caberá recurso, ADI 3615-ED), observado o prazo fixado no parágrafo anterior (o parágrafo foi revogado e não existe prazo legal, mas o STF tem entendido que é até a colocação do julgamento em pauta), a manifestação de outros órgãos ou entidades”.
O STF tem exigido pertinência temática. O STF não tem admitido a participação de pessoas físicas, ADI 4178, ADI 4403, ADPF 405. Embora não haja previsão legal, o STF vem admitindo a manifestação do amicus curiae em ADC e ADPF (por analogia) e também sustentação oral.
	PODER CONSTINTUINTE	
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
Natureza
 
O poder constituinte originário é considerado poder político, pois não retira sua força das normas jurídicas, mas por sua vez encontra-se acima destas, sendo portanto um poder de fato, criado pela força política. 
Existe uma corrente minoritária, de viés Jusnaturalista, para qual sustenta que além do direito positivo imposto pelo Estado, existe o direito natural situa-se acima daquele, de maneira que o poder constituinte originário estaria submetido aos princípios do direito natural, sendo portanto um poder jurídico (ou de direito).
Características Essenciais 
Poder Inicial – Não existe nenhum outro poder antes ou acima dele, é ele quem dá início a todo o ordenamento jurídico.
Poder Autônomo – Cabe apenas à ele definir a ideia de direito que irá prevalecer em um Estado.
Poder Incondicionado – Por não estar submetido à observância de qualquer forma ou conteúdo pré-existente.
Além de tais características de cunho juspositivista, pode-se também acrescentar ser um poder ilimitado, soberano, independente.
O principal teórico responsável pela teoria do poder constituinte, Abade Sieyés, numa linha Jusnaturalista, acrescenta três características: incondicionado juridicamente (é subordinado aos princípios do direito natural, muito embora seja incondicionado juridicamente), esta é a única característica que é incompatível com as demais, defendida apenas por Sieyés; permanente (não se esgota com o seu exercício, mesmo criando o poder constituinte derivado, não estará extinto); inalienável (não pode ser transferido e nem usurpado de seu verdadeiro titular: povo ou nação).
Limitações Materiais ou Extrajurídicas
O caráter ilimitado do poder constituinte de ver compreendido com as seguintes cautelas, caracterizadas por limites extrajurídicos:
Imperativos do Direito Natural – Embora não esteja limitado pelo direito positivo, o poder constituinte originário estaria limitado por princípio do direito natural inerente ao ser humano.
Valores Éticos e Sociais – Parte da doutrina sustenta que o poder originário não poderia ignorar os valores sociais e éticos de uma sociedade.
Direito Fundamentais conquistados por uma sociedade e sobre os quais haja um consenso profundo – Está relacionada com a Teoria da Proibição do Retrocesso ou Efeito “Cliquet” (termo utilizado no alpinismo, onde não é possível voltar a traz, por questões de segurança, sendo a única alternativa prosseguir do ponto atual sempre avançado).Ou seja, quando uma sociedade conquista determinados direitos fundamentais estes não são simplesmente cedidos pelo Estado, mas conquistados por uma sociedade, que não poder ser ignorada numa futura constituição. Ex.: futura constituição brasileira não poderia consagrar a pena de morte, ou permitir qualquer tipo de censura. 
Limitações estabelecidas por normas de direito internacional, sobretudo aquelas relacionadas aos direitos humanos – preocupação com a proteção de direitos humanos que flexibiliza o caráter ilimitado do poder constituinte originário.
Legitimidade
Não se trata de legalidade, não faria sentido, principalmente por que o Poder Constituinte Originário não precisa seguir as leis anteriores. O que se trata é da legitimidade ou ilegitimidade, segundo os termos a seguir:
Subjetiva – Ocorre quando há uma correspondência entre a titularidade (povo ou nação) e o exercício. Quando o poder constituinte é exercido pelos representantes do povo ou da nação, este será legítimo. Se o exercício for usurpado, por exemplo por uma revolução militar, este será ilegítimo, por não tratar-se de representantes do povo.
Objetiva – O Poder Constituinte Originário deve consagra um conteúdo normativo em conformidade com a ideia de justiça e com os valores radicados na comunidade, ou seja, há uma relação entre o conteúdo estabelecido pelo poder constituinte originário com o conteúdo que é considerado compatível, não só com a ideia de justiça, mas também com os valores éticos sociais. Se não houver esta correspondência, mesmo que exercido por representantes do povo, será ilegítimo. 
PODER CONSTITUINTE DECORRENTE
É aquele responsável por elaborar e modificar as constituições dos estados-membros, ou seja, só irá existir em um estado federativo.
É diferente do poder constituinte originário, pois é criado pela própria Constituição. Possui tais características: Secundário e Limitado juridicamente pela Constituição, ou seja, esta que o efetivamente o cria.
O art. 11 do ADCT atribuiu poder constituinte aos estados. O art. 25, CF, também estabelece limites ao poder constituinte derivado dos Estados. O STF denomina aduz ao princípio da simetria, diante da necessidade de que os princípios da Constituição Federal sejam observados pelas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais. Como decorrência do princípio da simetria, existem as denominadas ‘normas de observância obrigatória’, ex. art. 59, ss., CF.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO
Na CF/88 é dividido em duas espécies:
Poder Revisor – Art. 3º, ADCT: A revisão é uma via extraordinária de alteração da constituição. Foi prevista no ADCT a revisão para 5 anos após a promulgação da Constituição, já foi realizada em 1993, portanto este artigo já exauriu a sua eficácia.
Poder Reformador – Art. 60, CF: A reforma é a via ordinária de alteração da constituição, meio tradicional que ainda está em vigor e é válido para o Brasil.
 Poder Reformador
Em tese pode ter quatro tipos de limitações:
Temporais – impedem a alteração da Constituição durante o determinado período de tempo. De acordo com o entendimento amplamente majoritário, a CF/88 não estabeleceu limitação temporal para o poder reformador. Há, no entanto, quem considere a limitação do art. 60, §5º, CF, com limitação temporal.
Circunstanciais – são aquelas que impedem a alteração da constituição durante períodos excepcionais, nos quais a livre manifestação do poder derivado esteja ameaçado. Art. 60, §1º, CF, prevê três situações: intervenção federal (art. 34, CF), estado de defesa (art. 136, CF) e estado de sítio (art. 137, CF).
Formais – estabelecem determinados procedimentos a serem observados no caso de alteração da constituição. Estas podem ser:
Subjetivas, art. 60, I ao III, CF: relacionada à competência para iniciar o processo legislativo de reforma.
Objetivas, art. 60, §§ 2º a 5º, CF: são aquelas relacionadas ao processo de discussão e aprovação das emendas.
	
LIMITES À EDIÇÃO DE EMENDA CONSTITUCIONAL 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
	SUBJETIVA
	OBJETIVA
	I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
	§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Na decisão da ADI 4357, o STF decidiu que a expressão ‘dois turnos’ não exige que seja observado um perído mínimo entre eles, de maneira que norma regimental interna que estabelece este prazo não tem a capacidade de tornar sua observância inconstitucional
	II - do Presidente da República; A única participação do Presidente da República é sua possível iniciativa, não existe sanção ou veto.
	§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. Não há sanção e/ou veto, do mesmo modo quem promulga não é o presidente da república, mas sim as mesas da Câmara E do Senado, em conjunto.
	III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
	§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Materiais – São aquelas que impedem a modificação de determinados conteúdos consagrados na constituição, também denominados de cláusulas pétreas. 
As cláusulas pétreas tem por finalidade: preservar a identidade material da Constituição, proteger institutos e valores essenciais da sociedade; assegurar a continuidade do processo democrático.
Expressas: art. 60, §4º, CF. 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: “Tendente a abolir” a expressão deve ser interpretada no sentido de proteger o núcleo essencial de princípios e institutos elencados no dispositivo, e não como uma intangibilidade literal. Ex.: art. 16, CF, é considerado uma cláusula pétrea, e mesmo assim foi objeto de emenda nº 4/1993, pois seu núcleo essencial não foi alterado, apenas houveram alterações na literalidade do texto.
I - a forma federativa de Estado; Obs.: PROVA DO CESPE – considera como sendo correta a afirmativa de que a forma federativa de estado é um princípio intangível (no sentido de que não pode ser retirado da constituição) de nossas constituições desde 1891. Na ADI 939 o STF considera a imunidade tributária recíproca (art. 150, IV, ‘a’, CF/88) como cláusula pétrea decorrente da forma federativa de estado, a fim de impedir eu a autonomia dos entes federativos não seja afetada.
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; não existe previsão de que o voto obrigatório seja cláusula pétrea, podendo assim ser objeto de emenda.
III - a separação dos Poderes; ADI 3367 Criação do CNJ não interfere na separação dos poderes, pois exerce função de fiscalização do poder judiciário, preservando a função jurisdicional o poder judiciário. 
IV - os direitos e garantias individuais. Não são direito e garantias fundamentais, mas sim INDIVIDUAIS. Embora a Constituição tenha consagrado expressamente que apenas direitos e garantias individuais como cláusulas pétreas (espécies de direitos fundamentais), há autores, como Ingo Sarlet, que sustentam que todos os direitos e garantias fundamentais são cláusulas pétreas, uma vez que a Constituição não estabeleceu qualquer diferença em relação ao regime desses direitos (vide art. 5º, §§ 1º e 2º). OBS.: os direitos e garantias individuais não se restringem aos sistematizados no artigo 5º, CF, ex.: art. 16, CF (princípio da anterioridade eleitoral, pois consagra uma garantia individual do cidadão eleitor), art. 150, III, ‘b’, CF (garantias individuais do contribuinte).
Questiona-se: o poder constituinte derivado pode ampliar o rol de cláusulas pétreas? Somente o poder constituinte originário pode impor limites intransponíveis ao poder constituintederivado por uma questão lógica (esta é a regra). Todavia, é possível uma ampliação dos direitos e garantias individuais consagrados no texto constitucional, os quais ficarão protegidos contra qualquer deliberação em proposta de emenda tendente a aboli-los (exceção).
Implícitas:
Art. 60, CF – impõem limitações ao poder reformador. Alguns autores admitem a possibilidade e uma dupla revisão, ou seja, de uma primeira alteração para afastar o limite material, e em seguida, uma outra alteração para modificar o texto constitucional originariamente protegido;
Sistema presidencialista e forma republicana de governo – existem dois entendimento: 1) há quem considere que o sistema e a forma de governo não podem ser considerados cláusulas pétreas em virtude do plebiscito realizado para definição de ambos; 2) Ivo Dantas considera que ambos são cláusulas pétreas, por não ser possível alterá-los sem que haja violação do princípio da separação dos poderes. No caso do plebiscito, a previsão deve ser interpretada como uma transferência do poder constituinte originário para o povo da decisão soberana sobre aqueles dois assuntos;
Titularidade do poder constituinte – Nelson de Souza Sampaio é quem sustenta que seria uma cláusula pétrea implícita.
Direito adquirido pode ser violado em relação a uma nova constituição? Existem três tipos de retroatividade que uma constituição nova pode ter:
Retroatividade mínima – atinge os efeitos futuros de atos praticados no passado, é automática.
Retroatividade média – necessário que haja previsão expressa na nova Constituição, é aquela que atinge prestações vencidas e não pagas.
Retroatividade máxima – necessário que haja previsão expressa na nova Constituição, é aquela que atinge inclusive atos já consumados.
Art. 5º, XXXVI – Alguns autores interpretam palavra ‘lei’ como sendo lei em sentido estrito, excluindo do texto legal a possibilidade de emenda constitucional violar direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. Por outro lado, há autores que interpretam em sentido amplo, incluindo as EC no rol de normas que não podem violar o dispositivo. ADI 3133 STF – a maior parte dos ministros concluiu que as EC não podem violar direitos adquiridos, adotando a interpretação ampla.
NORMAS CONSTITUCIONAIS NO TEMPO
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
Quando do surgimento de uma nova constituição, ocorre dois fenômenos distintos com as normas constitucionais anteriores:
A “Constituição Propriamente Dita” (normas constitucionais materiais) fica inteiramente revogada;
As “Lei Constitucionais” (normas constitucionais formais), cujo o conteúdo seja compatível com o da nova constituição, são recepcionadas como normas infraconstitucionais;
Esse fenômeno foi formulado por Esmein, baseado em Carl Schimitt, que defende a Constituição Política q que faz a distinção entre Constituição Propriamente Dita e Leis Constitucionais
Constituição Propriamente Dita é apenas aquilo que decorre de uma decisão política fundamental, o que corresponde as denominadas normas materialmente constitucionais. Denominadas matérias constitucionais: Direitos Fundamentais; Estrutura do Estado; Organização do Poderes.
Leis constitucionais, por sua vez, são aquelas outra normas consagrada no texto da Constituição e que não decorrem de uma decisão política fundamental.
O fenômeno da desconstitucionalização está relacionado com as normas da constituição anterior e da nova constituição, onde as materialmente constitucionais são revogadas, e as demais, apenas formalmente constitucionais, analisa-se sua compatibilidade com a nova constituição, onde poderão ser recepcionadas como normas infraconstitucionais, ou, não sendo compatíveis, serão revogadas.
O fenômeno da desconstitucionalização só é admitido pela maioria da doutrina se houver previsão expressa. Do contrário, ocorre uma revogação por normação geral (a constituição anterior fica inteiramente revogada). Pontes de Miranda e Manoel Gonçalves Ferreira Filho aduzem não ser necessário a previsão expressa.
RECEPÇÃO
Quando do surgimento de uma nova constituição, ocorrem dois fenômenos em relação as normas infraconstitucionais anteriores:
As que forem materialmente compatível são recepcionadas;
As demais não são recepcionadas;
A incompatibilidade formal superveniente impede a recepção de uma norma? Não, pelo contrário, faz com que a lei adquira uma nova roupagem, um novo status (regra). Ex.: CTN. Exceção: quando a incompatibilidade formal é decorrente da diferente competência atribuída aos entes federativos. Neste caso, só é possível a recepção de uma lei feita por um ente maior e recepcionada pelo ente menor.
Em relação para “recepção material de normas constitucionais anteriores”, é possível? Ressalte-se que Constituição nova é livre para inovar, ou seja, pode tudo, assim, trazendo norma expressa, pode sim. Mas quedando-se silente, haverá revogação por normação geral.
CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE 
Ocorre quando uma norma, originariamente inconstitucional é constitucionalizada, em razão do surgimento de uma nova constituição ou de uma nova emenda.
Segundo posição do STF, o nosso ordenamento não admite a figura da constitucionalidade superveniente ADI 2158, ADI 2189.
Segundo o Supremo, a lei inconstitucional é ato nulo.
REPRISTINAÇÃO
Ocorre quando uma lei revogada volta a ter vigência em virtude da revogação da norma que a revogou.
Art. 2º, § 3º, LINBD – a repristinação expressa é admitida no direito brasileiro, a repristinação tácita não.
Efeito Repristinatório Tácito (diferente de repristinação tácita, muito embora em algumas situações sejam utilizadas como sinônimos) – Exemplos: a) Lei 9.868/99, art. 11, §2º: neste caso, o efeito repristinatório tácito só não ocorre quando o STF de maneira expressa aduz que não poderá ocorrer o efeito repristinatório. b) hipótese de declaração de inconstitucionalidade com efeito erga omnes, vinculante e ex tunc, onde a lei anterior, a qual não foi revogada pela declarada inconstitucional, volta a vigorar.
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
O fenômeno da mutação constitucional se contrapõem à reforma constitucional, enquanto está é um processo formal de modificação da constituição, a mutação consiste em processos informais de alteração do conteúdo da constituição sem que haja modificação em seu texto. É presente em países de sistemas comum low, decorrente da alteração dos costumes constitucionais por meio da interpretação
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
INTRODUÇÃO
Como conciliar normas definidoras de direitos fundamentais que aduzem existir aplicação imediata, muito embora grande parte delas dependam de lei regulamentadora para que se possibilite seu efetivo exercício? 
A interpretação deve ser no sentido de considerar o art. 5º, §1º, CF, como regra geral, ou seja, normas definidoras de direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata, salvo se o próprio disposto constitucional estabelecer expressamente a necessidade de lei regulamentadora.
Ingo Sarlet interpreta este dispositivo como um princípio, e não como uma regra, de maneira que sua aplicação se dá na maior medida possível, onde as circunstancias fáticas (peculiaridades do caso concreto) e circunstância jurídicas envolvidas (interpretação da normal), seria considerado que as normas definidoras de aplicabilidade de direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata na maior medida possível, quando não for possível, deve tentar-se conferir aos direitos e garantias fundamentais a maior eficácia possível.
O art. 5º, §2º, CF, adota uma Teoria Material Dos Direitos E Garantias Fundamentais, ou seja, os direitos fundamentais elencados na Constituição Federal, embora organizados de maneira sistemática no Título II, estes não se restringem apenas à esta parte da constituição, existem outros direitos fundamentais espalhados pelo texto da constituição e outros inclusive fora desta, ex.: tratados internacionais de direitos humanos. Existem os direitos fundamentais expressos e implícitos.

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