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RESUMO DA DISCIPLINA DE TEORIA DA NORMA PENAL E DO CRIME – 2º PERÍODO – UNDB - MARCIO SANTOS DE SOUSA

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RESUMO DA DISCIPLINA DE TEORIA DA NORMA PENAL E DO CRIME – 2º PERÍODO – UNDB
CONFORME MINISTRADO PELA PROF. ESP. MARIA DO SOCORRO ALMEIDA DE CARVALHO 
1º BIMESTRE
1.0 DIREITO PENAL
1.1 Conceito de Direito Penal: É um ramo do direito que se preocupa em definir quais são as condutas que são consideradas crimes, que culmina em uma sanção.
É o conjunto de princípios e leis destinados a combater o crime e a contravenção penal mediante a sanção penal. 
1.2 Funções do Direito Penal: 
proteger bens jurídicos: que são os valores ou interesses indispensáveis para a manutenção e o desenvolvimento do individuo e da sociedade e por essa razão merecedores de tutela penal; 
Controle Social: manter a ordem, exercendo o controle social. A tarefa do direito penal não é punir e sim proteger as pessoas, pois a partir do momento que se sabe o que é proibido, sabe-se que todas as demais condutas lhe são permitidas.
Controle Social: O Direito Penal sempre esteve presente em qualquer sociedade. // Impor uma sanção/ pena para uma conduta.
“Ubi societas ibi crimen” = Onde há sociedade há crime.
Há dois tipos de controle social na sociedade: 
Controle social formal: através do Estado.
Controle social informal (mais eficaz) : Família (ex: castigo para o filho que pegou um celular); Escola ( suspender aluno por cola); Igreja.
*Antigamente o Direito Penal era considerado repressivo, depois com novas condutas a pena vai ser considerado uma intimidação, ou seja, o direito penal será considerado preventivo. A teoria mais aceita diz que o Direito Penal deve reeducar o “criminoso”.
Ressocialização -> teoria moderna/ preventivo + ressocializador.
Características: 
-Preventivo
-Normativo: a norma como objeto
- Valorativo: estabelece uma escala própria de valor para definir as normas.
- Finalista: tem o fim/objetivo que é a proteção dos bens jurídicos e o controle social.
- Fragmentário: não tutela todas as condutas indesejadas pelo homem.
-Imperativo: impõe a você uma conduta, ou seja impõem-se coativamente a todos, sendo obrigatória sua observância. ex.: matar alguém é crime, conduz a conduta (ação/omissão) de não matar.
-Sancionatório: impõe sanções/penas as condutas consideradas criminosas.
Fontes do Direito Penal: 
Fonte é o lugar de onde o direito provém
-Materiais, substancias ou produção: quer saber quem é que produz as normas (ex.: União). CF, art. 22. Estado pode produzir, caso a união por meio da lei complementar incumbir tal função.
-Formais, conhecimento ou cognição (duas): 
Imediatas: é a lei (federal) em obediência ao principio da reserva legal (art. 5º, parag. 39, CF)(art. 1º, CP),ou seja, não há crime/pena sem ser prescrita antes como tal por meio da lei.
a) Leis incriminadoras: são as que descrevem crimes e cominam penas.
b) Leis não incriminadoras: não descrevem crimes, nem cominam penas.
c) Leis não incriminadoras permissivas: tornam lícitas determinadas condutas tipificadas em leis incriminadoras. Exemplo: legítima defesa;
d) Leis não incriminadoras finais, complementares ou explicativas:
esclarecem o conteúdo de outras normas e delimitam o âmbito de sua aplicação.
Exemplo: arts. 1º, 2º e todos os demais da Parte Geral, à exceção dos que tratam das causas de exclusão da ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de direito e estrito cumprimento do dever legal).
Mediatas: são os costumes, os princípios gerais do direito, a jurisprudência, doutrina e tratados internacionais.
Fontes formais mediatas
São o costume e os princípios gerais do direito.
Costume: consiste no complexo de regras não escritas, consideradas juridicamente obrigatórias e seguidas de modo reiterado e uniforme pela coletividade. São obedecidas com tamanha frequência, que acabam se tornando, praticamente, regras imperativas, ante a sincera convicção social da necessidade de sua observância.
Diferença entre hábito e costume: no hábito, inexiste a convicção da obrigatoriedade jurídica do ato.
Elementos do costume
Objetivo: constância e uniformidade dos atos.
Subjetivo: convicção da obrigatoriedade jurídica.
Espécies de costume
“Contra legem”: inaplicabilidade da norma jurídica em face do desuso, da inobservância constante e uniforme da lei.
“Secundum legem”: traça regras sobre a aplicação da lei penal.
“Praeter legem”: preenche lacunas e especifica o conteúdo da norma.
Obs. 1: o costume contra legem não revoga a lei, em face do que dispõe o art. 2º, § 1º, da Lei de Introdução ao Código Civil (Dec.-lei n. 4.657/42), segundo o qual uma lei só pode ser revogada por outra lei. No caso da contravenção do jogo do bicho, há uma corrente jurisprudencial que entende que o costume revogou a lei. Sustenta que com o costume contra legem a proibição caiu no desuso. O procedimento normal passou a ser o de jogar no bicho, o que fez desaparecer a norma proibitiva, que era o mandamento de uma conduta outrora normal. A violação constante da proibição levou uma conduta anormal a ser considerada normal. Desaparecendo a normalidade da proibição, extingue-se a norma e, com ela, o conteúdo da lei. Essa posição é minoritária e pouco aceita. Nesse sentido: “O sistema jurídico brasileiro não admite possa uma lei perecer pelo desuso, porquanto, assentado no princípio da supremacia da lei escrita (fonte principal do direito), sua obrigatoriedade só termina com sua revogação por outra lei. Noutros termos, significa que não pode ter existência jurídica o costume contra legem”.
Obs. 2: o costume não cria delitos, nem comina penas (princípio da reserva legal).
Princípios gerais do direito: “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito” (LICC, art. 4º). Trata-se de princípios que se fundam em premissas éticas extraídas do material legislativo.
Obs.: a analogia não é fonte formal mediata do Direito Penal, mas método pelo qual se aplica a fonte formal imediata, isto é, a lei do caso semelhante. De acordo com o art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, na lacuna do ordenamento jurídico, aplica-se em primeiro lugar outra lei (a do caso análogo), por meio da atividade conhecida como analogia; não existindo lei de caso parecido, recorre-se então às fontes formais mediatas, que são o costume e os princípios gerais do direito.
Formas de procedimento interpretativo
Equidade: é o conjunto das premissas e postulados éticos, pelos quais o juiz deve procurar a solução mais justa possível do caso concreto, tratando todas as partes com absoluta igualdade. A palavra provém do latim oequus, que significa aquilo que é justo, igual, razoável, conveniente.
Doutrina: deriva do latim doctrina, de docere (ensinar, instruir).
Consiste na atividade pela qual especialistas, estudam, pesquisam, interpretam e comentam o Direito, permitindo aos operadores um entendimento mais adequado do conteúdo das normas jurídicas.
Jurisprudência: é a reiteração de decisões judiciais, interpretando as normas jurídicas em um dado sentido e uniformizando o seu entendimento.
Princípio do Direito Penal
O sistema jurídico-normativo: 
Princípios
Regras
-Os dois são espécies das normas jurídicas
- Os princípios são a “expressão primeira de valores fundamentais expressos pelo ordenamento jurídico, fornecendo a inspiração para as demais normas”- André Estefam
-Os princípios hierarquicamente superiores as regras, constituem sua base e sua razão mais maleáveis do que as regras (interpretação)
-Conflito entre regras: solução radical. Conflito entre princípios: ponderação, qual o de maior valor.
- E quando há conflito entre regras e princípios? PRINCÍPIOS.
Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos.
Não pode proteger bens ilegítimos. Esse princípio não compete ao direito penal.
Tutelar valores puramente morais, éticos, ou religiosos
Intervenção mínima
O direito Penal será apenas aplicado quando estritamente necessário, mantendo-se subsidiário e fragmentário.
O uso excessivo do Direito Penal condena o sistema penal a umafunção meramente simbólica, banalizando o direito penal. (perdendo sua eficácia).
Subsidiaridade
Só atua em abstrato (tipifica comportamentos) quando ineficazes os outros ramos do Direito.
Direito Penal derradeira trincheira o combate do crime (Paulo José).
Fragmentariedade
O Direito Penal só intervém no caso concreto quando relevante for a lesão ou perigo.
Originando Insignificância / Bagatela
Atipicidade conduta
O que é insignificante? (segundo STF e STJ)
-mínima ofensividade da conduta
-nenhuma periculosidade da ação
-reduzindo grau de reprovabilidade
-inexpressiva lesão jurídica
Critério de avaliação de valor:
Segundo o STF é de acordo com realidade econômica do país.
 Aplica-se aos crimes com administração pública.
	
Princípio exteriorização ou materialização
O Estado só pode incriminar de acordo com os fatos, não o autor.
Direito Penal do fato é diferente do Direito Penal do autor.
Antigamente se punia a vadiagem, sendo essa contravenção bastante criticada.
Princípio da ofensividade ou lesividade
Só há delito quando houver lesão efetiva ou perigo de lesão.
Com base nesse princípio o STF não reconhece crime no porte de arma desmuniciada.
Algumas doutrinas dizem serem inconstitucionais os crimes de perigo abstrato, diferente dos crimes de perigo concreto.
Princípio da responsabilidade pessoal
Proíbe o Direito Penal pelo fato de outem. Impede-se a punição por fato alheio.
 Ex: sanção a todos os sócios da empresa; sanção a todos os presos por queima de colchões.
Princípio da responsabilidade subjetiva
Agente só será responsabilizado quando o fato for querido (dolo direto)
-Crime: 
Doloso: quer o resultado (direto), o sujeito queria matar, queria roubar, queria aquele resultado ou de alguma forma deu causa.
Culposo: assume o risco (eventual); causou o resultado por negligencia, imperícia, imprudência.
Imprudência: falta de cuidado, desatenção consigo mesma e principalmente, descuidado com os outros. 
Imperícia: Falta de habilidade ou conhecimento para realizar a contento determinado ato. 
Negligência : Descuido baseado na indolência, desleixo em relação ao ato praticado.
Eventual: é previsto e aceito
Culpa consciente: previsto mas não aceito
Culpa inconsciente: fato previsível
Evita-se a RESPONSABILIDADE PENAL OBJETIVA, tem que haver culpa ou dolo.
*Responsabilidade penal objetiva: significa que o agente responderá pela conduta, ainda que tenha agido com ausência de dolo ou culpa, em relação ao resultado, contrariando, assim, a doutrina do Direito Penal, fundada na responsabilidade pessoal e na culpabilidade. Ex: infrações penais lesivas ao meio ambiente.
Princípio da culpabilidade
Não pode ser aplicada uma pena em que não haja naquela conduta uma culpabilidade, ou seja, um grau de reprovabilidade daquela conduta por parte da sociedade.
 Ex: deficiente mental causa um dano ao veículo
Pode causar uma medida de segurança, como a sanção.
O Direito Penal só prevê pena para aquelas pessoas que tem capacidade.
Evita-se a RESPONSABILIDADE PENAL OBJETIVA.
Princípio da Igualdade ou Isonomia
Possui guarida constitucional previsto no art. 5, CF. Fala-se mais da igualdade material
 Ex.: presídios femininos.
Princípio da presunção de inocência.
Art. 5º, LVII – CF
“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”
Para alguns doutrinadores o verdadeiro nome deveria ser Presunção de não culpa.
Princípio da dignidade da pessoa humana.
Art. 1º, III- CF. É o destaque no plano normativo constitucional. Nossos direitos devem ser mantidos mesmo após a prisão, como exemplo, o da dignidade da pessoa humana, sendo a ausência dela um ato inconstitucional
Em conseqüência disso surge o Princípio da Humanidade.
No Brasil há a proibição de penas cruéis. As penas de privação deveriam ser feita de forma resocializadora.
A forma como é feita a prisão aqui no Brasil agride esse princípio 
Princípio da individualização de pena: 
A pena não pode ser padronizada. A cada delinqüente cabe a exata medida punitiva pelo que fez. Não se pode igualar os desiguais.
Regime Disciplinar Diferenciado (RDD): quando uma pessoa não demonstra resultados resocializador. A pessoa fica num local pequeno isolado. Esse regime fere o princípio da dignidade humana. Às pessoas que dentro da prisão por crimes dolosos, subversão à ordem interna e externa, alto crime de segurança. (art 52, da Lei de execução penal).
Princípio da Alteridade ou Transcendentalidade
Só há crime naquelas condutas que venham a ferir terceiros, é por isso que tentativa de suicídio não é crime no Brasil, pois obedece a esse princípio.
Porém se o sujeito cortar o dedo por exemplo, visando receber um seguro, essa conduta sim é proibida.
Clans Roxin: O Direito Penal só pode interferir em conduta que lesem bens de terceiros.
Ex: tentativa de suicídio- não é crime, auxílio ao suicídio- é crime
Uso de drogas?? Condutas em conseqüência do uso da droga??
Princípio da adequação social
Welzel: O Direito Penal não deve interferir em condutas socialmente aceitas pela socieda, condutas perante as quais a sociedade se adequou.
Adulterio, adequou-se, a sociedade não incomoda as pessoas, deixou de ser reprovável pela sociedade. Nesse caso o casal resolve a própria situação, se divorcia ou aceita. Se o adultério não esta mais incomodando, perdeu a razão de ser.
Ato obsceno em público é crime -> não especificado o que seria ato obsceno. O que é obsceno para um não é para outro
Jogo do Bicho, A reprovação da sociedade é pequena, por isso algumas pessoas dizem que a conduta já deveria ter sido descriminalizada, o que não ocorreu ainda, pois não é reprovada socialmente.
Os princípios servem de fonte para o direito
Princípio do Non(NE) bis in idem
Uma conduta não pode ser duplamente punida, até pode haver dois processos, um administrativo e outro criminal.
Exemplo do filme, que a mulher foi acusada de matar o marido, foi condenada, e após pagar a pena, ela foi solta e descobriu que o marido estava vivo, então ela matou o marido, sendo assim ela não poderia mais ser punida, uma vez que ela já havia pagado a pena por essa mesma conduta, principio do Ne bis in idem.
Uma conduta não pode ser interpretada 2 vezes para aumentar uma pena.
Ninguém pode punido/processado duas vezes ou mais pelo mesmo crime/fato. Um fato não pode ser considerado duas vezes. Ex.: art 121, parag. 4 = homicídio, a vítima sendo menor que 14 anos a pena será aumentada
Art 61 = agravantes genéricas
Para chegar à pena final: 
Fixa pena base
Caso de aumento de pena
Caso de agravantes genéricas
Ou seja, ao considerar o 2 e 3 no caso de homicídio de um menor de 14 anos ocorrerá bis in idem, o fato de a vitima ser criança não poderá ser considerado como critério para o aumento de pena nos dois pontos, pode até ser que ele utilize outro agravante, mas não pode ser a mesma causa de agravante, pois ocorrerá o bis in idem.
Princípio da proporcionalidade
A Declaração dos Diretos Humanos- 1789 – Quando Beccaria, filosofo, escreveu o livro “dos delitos e das penas” e começou a questionar a crueldade das penas, e a falta de proporcionalidade entre elas, pois antigamente a prisão não era pena, era uma forma da pessoa não fugir da pena que seria o açoite, pena de morte, matar a pedrada, roda, etc.
A pena deve ser proporcional da gravidade da conduta
Crimes hediondos: maior reprovação
Crimes de Grande potencial ofensivo:
Crimes de médio potencial ofensivo:
Crimes de menor potencial ofensivo: a pena não é superior a 2 anos
Serve como um limite do poder estatal. Pois se não existisse esse principio qualquer legislador poderia criar uma lei e colocar a pena la em cima, pois a pena de quem matou, não pode ser a mesma pena de quem só feriu.
OBS, não confundir proporcionalidade com a razoabilidade: principal diferença
Lei do talião, matou alguém, você vai morrer. Essa lei é proporcional, mas não é razoável nos dias de hoje que se aplique uma pena semelhante a alguém que praticou umaconduta, pois nem tudo que é proporcional é razoável.
Não pode haver lei que viole princípios.
Princípio da Razoabilidade
É um controlador da proporcionalidade.
Ex: a Lei de Talião era proporcional, mas não era razoável. Ou seja, o princípio vai controlar a proporcionalidade.
Afronta a esse princípio: falsificação de produtos medicinais tem pena altíssima. Mas a falsificação de cosmético foi incluída nessa categoria, então quem falsifica batom recebe a mesma pena de quem falsificou um remédio, o que não é proporcional.
Outra : É considerado estupro tanto ter relação sexual obrigando a pessoa como beijar alguém lacivamente (violentamente) contra a sua vontade
Princípio da confiança
Uma pessoa não pode ser punida quando age corretamente na confiança de que o outro também agirá assim.
Ex: um médico vai fazer uma cirurgia, com todos os cuidados devidos, porem a enfermeira auxiliar, passa para o médico uma medicação errada, levando o médico ao erro, nesse caso o médico não será considerado culpado, em virtude do principio da confiança, pois agiu corretamente no procedimento. Nesse caso só ela irá responder, e dependendo de sua intenção irá responder na forma dolosa ou culposa.
Obs: se não há dolo ou culpa não há crime.
 Princípio da Legalidade
Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Cláusula Pétrea: são limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um estado.
Limite do poder punitivo do Estado: o estado só pode punir condutas consideradas crimes por lei.
Esse princípio funciona como segurança jurídica para a pessoa ser punida só quando cometer uma conduta tida por lei. 
A lei tem que ser anterior à conduta permitida.
Desdobramentos do princípio da legalidade:
Anterioridade da lei: ou seja, só se pode responder por um crime se no dia que foi feita a conduta já havia a lei definindo como crime, a lei não pode ser posterior a conduta;
Lei com sentido forma (ordinária) -> reserva legal 
ps: medida provisória, decreto, portaria e etc. jamais poderá criar crime.
As leis penais devem ser interpretadas restritivamente 
ps: pode-se usar analogia in bonam partem (em favor, para beneficiar) -> SÓ PARA ISSO!
Lei tenha conteúdo determinado: 
Tipos penais devem ser claros para evitar que saem dadas interpretações diferentes a determinadas condutas.
Princípio da Reserva Legal: nulum crimem sine lege scripta
É um desdobramento do principio da legalidade, que diz que a lei precisa ser necessariamente escrita.
Proibição da analogia para im malam parte
Princípio da taxatividade: nulum crimen sine lege certa
As leis devem ser claras.
Ex.: praticar ato obsceno. 
- Mas o que é ato obsceno? É necessário interpretar, a lei não foi taxativa.
Ex.: praticar conduta de alto risco. Mas o que é alto risco.
Obs: Diferença em prima legalidade e prima reserva legal.
Na prima reserva legal, a lei esta prevendo que esse crime, tem que ser a lei em sentido formal.
Fim de principios
LEI PENAL NO ESPAÇO
Principio da Territorialidade: Aplica-se a lei do local onde ocorreu o crime
Principio da Nacionalidade Ativa: Aplica-se a lei da nacionalidade do sujeito ativo, não importa a nacionalidade da vitima ou o local do crime;
Princípio da Nacionalidade Passiva: aplica-se a lei da nacionalidade do sujeito ativo somente quando atingir o direito de um concidadão;
Principio da Defesa o Real: aplica-se a lei da nacionalidade do sujeito passivo, ou então do bem jurídico;
Principio da Justiça Penal Universal: o agente que cometeu o crime, fica sujeito a lei do pais onde ele foi capturado;
Principio da Representação, subsidiariedade ou da bandeira: Por esse principio a lei nacional será aplicada aos crimes praticados em aeronaves ou embarcações privadas quando estiverem no território estrangeiro e lá no estrangeiro o crime não tiver sidos julgados; porém se ele já tiver sido apurado lá nenguma providencia será tomada aqui, a nossa lei fica subsidiaria.
QUAL O BRASIL ADOTOU?
R: Como regra o Brasil adotou o Principio da Territorialidade. Art 5º da CF, porem em toda regra tem exceções.
Em caso de conflitos, irá se recorrer aos tratados ou convenções, caso ainda tenha conflito recorre-se aos Tribunais Internacionais.
Exceções ao Princípio da territorialidade: São 3 possibilidades
Existem casos que a lei do Brasil seja aplicados em crimes que ocorrem fora do Brasil, fugindo a regra, utilizando-se aqui o principio da extraterritorialidade;
LEI PENAL DO TEMPO/DIREITO INTERTEMPORAL
Lei pode retroagir desde que seja para beneficiar o réu
Tempos regit actum: uma lei penal, em razão da sua atividade rege os fatos ocorridos durante a sua vigência.
Entretanto temos como exceção nos tempos a extratividade (lei penal que rege os fatos já ocorridos)
Regra: atividade -> durante sua vigência
Exceção: Extra-atividade (fora do período de vigência), retroatividade (antes da vigência) e ultra-atividade (posterior à vigência).
Assim, as leis penais podem ser ativos e extrativos.
Até 2006, em relação as drogas tínhamos a lei 6368/76 dizia que quem porta droga para consumo pessoal, prévia prisão. Em 2006, surgiu a lei 11343/06 que aboliu a pena de prisão para esse tipo de conduta. Quem foi preso por causa disso poderá ser solto porque a lei retroage para benefício do réu -> retroatividade: antes da vigência só quando beneficiar o réu
Art 2º, CP
Princípio da extra-atividade
Permite aplicação de uma norma fora do seu tempo de vigência
Subdivisão:
Retroatividade: a lei retroage para atingir condutas abres de sua vigência. Ex: a lei de drogas
Ultratividade
Retroatividade
Lei de Drogas: 6368/76: prisão
11343/06: aboliu esta pena
Lei Penal mais benéfica: beneficio ao réu
Novatio Legis in Melluis: a lei mais nova continua declarando a conduta como crime, porém a pena é mais branda/benéfica. Ex: porte de drogas.
Abolitio criminis: a lei mais nova declara aquela conduta não mais como crime. Ex: adultério.
Lei penal mais grave-> prejudicar: a lei mais nova declara pena mais grave/maléfica. 
Novatio Legis in pejus
Novatio legis incriminadora: ela prever uma conduta como crime que anteriormente não era considerada. Ex: assedio sexual.
-Acompanhado pelo advogado para poder utilizar a lei mais benéfica
* O Juiz pode combinar uma nova com uma mais velha (lei)? Polêmica, alguns doutrinadores consideram errado, pois estaria criando uma terceira norma, legislando. Porém o STF acredita que é possível, pois seria um exercício de interpretação integrativa. Ou seja, não há vetação nessa combinação.
Ultratividade:
Leis penais: destinada a uma determinada época.
Excepcionais-> ex: época de guerra. Nasce com período de vigência indeterminado, a norma tem vigor enquanto durar o fato.
Temporárias-> ex: eleição. Nasce com período de vigência determinado.
A lei pode ser utilizada após sua época de vigência, pois a conduta foi realizada na época de vigência, mas não foi descoberta. Isso pode ser utilizado mesmo em prejuízo ao réu.
-Os doutrinadores, penalistas consideram esse princípio da ultratividade como inconstitucional. Enquanto outro considera constitucional, pois permite a eficácia da norma.
Ler os art. 1, 2,3 e 4 do CP
Ex: Guto deu um tiro numa pessoa e a pena nesse período é de 10 anos, porém a vitima só foi falecer depois quando já tava em vigor outra lei com pena menor. Adota o tempo da conduta/ação ou o resultado? DÚVIDA, para isso há 3 teorias
Teorias:
Para Nelsom Hungria a lei não pode gerar efeitos alem do seu período de vigência.
Para Frederico Marques a lei pode sim gerar efeito após seu período de vigência.
Atividade: considera tempo do crime o tempo da ação
Resultado: considera tempo do crime o tempo do resultado.
Mista ou ubiqüidade: considera tempo do crime o tempo da ação ou resultado.
No Brasil adotamos a teoria da atividade, pois naquele tempo que foi exteriorizado a conduta: Ex: 07/09/94 -> editada a lei de crimes hediondos.
05/09/94 -> conduta de tiro fútil
08/09/94 -> morreu a vítima
A pessoa responderá por crimes hediondos?Não, pois no período da conduta a lei de crimes hediondos não estava em vigor, porem se a lei fosse mais benéfica a lei de crimes hediondos pode retroagir. 
Ex: Crimes permanentes -seqüestro
-A lei de homicídio: a conduta é consumada na hora da conduta
-Sequestro: a ofensa tem um período de consumação. Enquanto durar a ofensa ao bem, dura enquanto durar o crime.
Sequestro: Guto inicia seqüestro com 17 anos (regido pelo ECA) e termina o seqüestro com 18 anos (regido pelo CP)
Qual utilizar? Nos crimes permanentes prevalece a norma do fim da conduta, mesmo que seja maléfico.
Ex: Crimes continuados- habituais
Aquele crime que em razão das circunstâncias eles acontecem de forma que seja um mesmo crime com diferentes vitimas.
Ex: assalto no posto do Calhau- norma antiga
 [...]
Assalto no posto do Bequimão- norma nova
Qual utilizar? A mais nova, mesmo que seja em malefício do réu
Critica: fere o princípio da retroatividade.
Para o STF: a lei mais nova.
-Para que seja considerado crime continuado deve ser realizado várias vezes.
Habitual: praticado 1 vez não é crime, para ser crime tem que acontecer várias vezes. Ex: falso médico.
Continuado: praticado varias vezes.
CONFLITO APARENTE DE NORMAS:
- duas ou mais normas sobre o mesmo assunto “aparentemente” aplicáveis ao mesmo fato é um conflito, porque mais de uma pretende regular o fato. É aparente porque com efeito só uma será aplicada
-Solução: princípios. 
Princípio da Especialidade das norma:
Lex speciales derrogat generali. 
Na norma especial há um plus
Especial é uma norma que possui todos elementos da geral e mais alguns.
Ex: homicídio – norma geral
Art. 121-matar alguém; infanticídio. - Norma especial
Outro art.- matar sob influencia do estado puerperal o próprio filho
O infanticídio tem tudo do homicídio e mais: próprio filho+logo após o parto+estado puerperal
Ex: trafico internacional drogas-> é a espécie X crime de contrabando-> gênero
Ex: estupro X constrangimento
Art. 146 : constranger alguém mediante violação ou grave ameaça fazer o que a lei não manda -> estupro
Art. 213: constranger alguém mediante violação ou grave ameaça a ter conjunção carnal.
*A lei especial prevalece sobre a geral, podendo ser mais grave ou mais branda.
Princípio da Subsidiariedade
Subsidiária é a norma que descreve um grau menor de violação do bem jurídico.
Descreve parte de um delito maior a norma que descreve o todo (norma primaria), a que descreve a parte é subsdiaria.
Só serão aplicados quando uma conduta não for considerada mais grave.
A norma primaria absorve a subsdiária, ou seja, a subsdiaria cabe dentro da primaria 
-Ela não é especial, é mais ampla.
Ex: Crime de ameaça (art. 147) cabe dentro do constrangimento ilegal (art. 146)
Ex: Sequestro cabe dentro da extorsão mediante seqüestro.
*A norma primária prevalece sobre a subsidiaria, que passa a funcionar como um soldado de reserva (Hungria).
Espécie:
Expressa ou explícita: sempre vem expressa na pena (maior)
Tácita ou implícita: verifica-se diante do caso concreto.
Diferença entre subsdiriedade e especialidade (FOI DADA PELA PROFESSORA, haha)
Ex: 2 caixas de presente
Especialidade: uma caixa comum e outra com laço.
Subsdiariedade: tamanhos diferentes, caixa grande e caixa pequena.
Princípio da Consunção
peixão que come peixe, que come peixinho que come girino
Um fato mais “amplo” e mais “grave” absorve o menor, que funciona como meio/direção
Ex: direção perigosa e homicídio culposo
O primeiro será absorvido evitando-se o bis in idem
Ex: Subtração de cadáver (fim) e violação de sepultura (meio). Para subtrair o cadáver necessariamente tem-se a violação da sepultura. Por qual responderá? Os dois? Não, apenas por subtração de cadáver, se responde pelo crime fim
*Hipóteses de consunção
a) crimes progressivo: o agente objetiva o resultado mais grave mas comete outros crimes para alcançá-lo. Ex: homicídio e lesão corporal; furto e invasão de domicilio.
b) crime complexo: composto de dois crimes. Ex: roubo e homicídio =latrocínio. Os demais crimes serão absorvidos.
Latrocínio: derivado do crime de roubo — o crime-fim —, onde o homicídio é o crime-meio, ou seja, mata-se para roubar
c) progressão criminosa: agente deseja alcançar um fato e depois de conseguir prossegue.
Ex: alguém quer lesão e depois resolve homicídio. Só responde pelo homicídio, a lesão será ante factum impunível
Ex: Furtar e depois destruir. Agente após realizar um crime pratica novo ataque.
Diferença deste com a subsidiaridade: a subsidiariedade há comparação de normas enquanto a consunção há comparação do caso concreto.
Princípio da Alternatividade
Nem todos os doutrinadores considera como princípio.
A norma descreve várias formas de realização do crime. A realização de uma ou todas: crime único.
Tipos mistos alternativos
Ex: impedir ou perturbar cerimônia religiosa.
Crítica: não há conflito entre normas.
LEI PENAL NO ESPAÇO:
Princípio da Territorialidade
Aplica-se a lei do local onde ocorreu o crime, não importa a nacionalidade do agente ou bem jurídico.
Art. 5º, CF
§ 1.º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2.º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Assim, em embarcações...
Se o brasil adotou a Territorialidade precisa-se identificar o lugar do crime, que está, assim como o tempo do crime é o momento que aconteceu.
Art. 6, CP definiu o lugar do crime. Teoria da ubiquidade.
Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Se no Brasil ocorreu só conduta e resultado fora: Lei Brasileira.
Se a conduta ocorreu fora e o resultado no Brasil: Lei Brasileira.
Hungria: basta uma pincelada da execução do crime no Brasil para aplicar a Lei Brasileira.
Obs: Só se aplica a Lei Brasileira se no território ocorrer o inicio da execução ou resultado.
Atos preparatórios, cogitação, exaurimento não interessa ao Brasil.
Princípio da nacionalidade ativa
Aplica-se a lei da nacionalidade do sujeito ativo, não importa a nacionalidade da vítima ou local do crime. Se o agente for um chinês, aplica-se a lei da China
-Aplica-se a lei nacional ao cidadão que comete crime no estrangeiro independentemente da nacionalidade do sujeito passivo
Princípio da nacionalidade passiva
Aplica-se a lei da nacionalidade do sujeito passivo somente quando atinge direito de um concidadão. Não importa o lugar do crime.
- Exige que o fato praticado pelo nacional no estrangeiro atinja um bem jurídico do seu próprio Estado ou de um concidadão
Princípio da defesa ou real
Aplica-se a lei da nacionalidade do sujeito passivo ou do bem jurídico lesado, não importa o lugar do crime ou nacionalidade do agente.
Princípio da justiça penal universal
O agente fica sujeito à lei do país onde for encontrado, não importa o lugar do crime e nacionalidade dos sujeitos.
- Preconiza o poder de cada Estado de punir qualquer crime, seja qual for a nacionalidade do delinqüente e da vítima, ou local de sua prática.
Princípio da representação, subsidiariedade ou da bandeira
A lei penal nacional será aplicada a crimes praticados em:
-aeronaves e embarcações privadas
-quando no estrangeiro e aí não são julgados.
Qual o Brasil adotou?
Como regra: P. da Territorialidade
Art 5, CP
-Territorialidade absoluta? NÃO, tem exceções. Trata-se de territorialidade relativa ou temperada sem prejuízos de convenções, tratados, regrasde direito internacional. São as exceções a exemplo da imunidade diplomática.
Três exemplos de lei penal:
Crimes cometidos no Brasil: aplica-se a lei brasileira (princípio da Territorialidade)
Crimes cometidos fora do Brasil: aplica-se também a lei brasileira (princípio da Extraterritorialidade).
Crimes cometidos no Brasil, mas é a estrangeira que é aplicada: imunidade diplomática (princípio da Intraterritorialidade).
*Princípio da Intraterritorialidade: há crimes que ocorrem no Brasil e a eles não podemos (ou não iremos) aplicar a lei penal brasileira. Incide, nesse caso, ou o Direito de um país estrangeiro (é o caso dos embaixadores, ou do crime ocorrido dentro de embarcação ou aeronave pública estrangeira) ou o Direito internacional penal (TPI). Ou seja, um crime ocorrido no Brasil vai ter incidência um Direito penal que não é nosso, que será aplicado por juiz estrangeiro de acordo com o devido processo do respectivo país.
Resumindo: O Brasil adotou a territorialidade excepcionada pela extra e intraterritorialidade.
Mas o que é território nacional?
-Espaço físico e espaço jurídico 
Espaço físico: a superfície terrestre (solo e subsolo), as águas territoriais (fluvias, lacustre) e o espaço aéreo.
Espaço jurídico: por ficção, equiparação, flutuante ou extensão
Art 5º, parag 1º e 2º, CP.
As embarcações ou aeronaves publicas a serviço do governo são consideradas extensão do território nacional, onde quer que se encontrem, não importa a nacionalidade dos sujeitos, se estão sobrevoando ou atracados no Brasil, sempre serão território nacional, logo é lei brasileira.
As embarcações privadas ou mercantes só são consideradas extensão território nacional se corresponde ao alto-mar, fora daí aplica-se a lei estrangeira.
E as embaixadas? Não são extensão do território que representam, mas são invioláveis. Ex: embaixada brasileira em Lisboa na extensão do território brasileiro.
Se o Brasil considera como extensão seu território as suas embarcações aeronaves publicas, deve respeitar isso em relação a outros países. A isso se chama Princípio da Reciprocidade (art.5, parag. 2º). Assim, em embarcações e aeronaves publicas estrangeiras não se aplica a lei brasileira, interpretação contrário sensu.
Obs: Em alto-mar, nenhum país exerce sua soberania
Se o Brasil adotou o P. da Territorialidade, em regra. Depois conceituou o que considera território nacional.
Imprescindível definir o que entende-se lugar do crime? Assim, se o agente atira em alguém no Uruguai e este só vem a morrer no Brasil o crime foi cometido no território nacional.
Lugar do Crime
Ubiquidade: Hungria: Basta uma pincelada para execução do crime no Brasil para aplicação da lei brasileira
Obs: só aplica a lei brasileira se no território físico ou jurídico a conduta ocorrer ou inicio ou execução ou resultado. Atos preparatórios, cogitação exaurimento não interessa o Brasil. Logo não se aplica nossa lei se o navio particular sai de Portugal para Argentina e de passagem pela água brasileira ocorre um crime no seu interior. 
Lei brasileira, pelo art. 6º CP- SIM. 
Pelo tratado internacional, o principio da passagem inocente, a lei brasileira não será aplicada, pois é amplamente praticada pelo Brasil, é apenas estendido para aeronaves.
Extraterritorialidade
O alcance da lei brasileira aplicadas em crimes ocorridos fora do Brasil. Em regra, um país não pode impor suas regras a outro país. Existem fatos excepcionais em que a lei brasileira os alcança ainda que tenha ocorrido fora do Brasil. Oriunda de direito internacional costumeiro ou convencional. Isto porque existe regra permissiva (direito internacional)
Extraterritorialidade Incondicionada Art. 7º, I, CP.
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
Princípio da defesa ou do real.
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
Preocupado com a nacionalidade do bem jurídico.
Princípio da defesa ou do real.
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
Se for praticado por quem estava a serviço da administração pública.
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
O Brasil faz parte do tratado internacional que se compromete a punir o genocídio.
Corrente predominante: Justiça Penal Universal.
Nesses casos, é possível que o agente responda por dois processos pelo mesmo crime. Um no exterior e outro no brasil.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
Não se configura uma violação do NE BIS IN IDEM, porque se trata de exceção para fazer valer nossa soberania, mas o legislador amenizou:
Art.8º, CP -A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Se as penas forem diferentes, se tiver que cumprir pena de privação de liberdade em um país e pagamento de multa em outro haverá atenuação da multa. Evitando o NE BIS IN IDEM.
Extraterritorialidade condicionada Art. 7, II, CP.
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
Ex: tráfico de drogas
Princípio
b) praticados por brasileiro; 
Princípio da nacionalidade ativa: Aplica-se a lei da nacionalidade do sujeito ativo.
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Princípio da representação, subsidiariedade ou da bandeira. A nossa lei é subsidiária.
CONDIÇÕES:
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Extraterritorialidade hiper-condicionada:
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Intraterritorialidade ou validade da lei penal em relação às pessoas
Imunidades
Existem pessoas que são imunes à nossa lei, e não fere o principio na isonomia?
Art. 5, CF
Há pessoas que em razão de suas funções ou de regras internacionais desfrutam de imunidade, um privilégio, mas de necessária prerrogativa funcional.
Embaixadas não são extensões do território que representam, são invioláveis. Não se pode entrar em uma embaixada sem autorização, não admitem buscas ou qualquer medida de natureza penal, salvo se tiver autorização dada pelo próprio país.
TIPOS DE IMUNIDADE
Imunidade Diplomática: São de direito público internacional (Convenção de Viena/65).
A – Os chefes de governo ou estado estrangeiro, sua família e membros da comitiva;
B – O embaixador e sua família;
C – Os funcionários do corpo diplomático e sua família;
D – Os funcionários das organizações internacionais (ONU), quando em serviço.
Imune: não ficam sujeitos às consequências jurídicas da lei brasileira, mas às da lei do seu país, abrange qualquer crime, seja comum ou funcional. O cônsul somente às funcionais, é mais restrita.
A imunidade diplomática não impede investigação policial, e não pode ser renunciada pelo diplomata, pois não é garantia pessoal, mas do cargo. Pode ser eliminada pelo estado de origem. Não se estende aos empregados particulares, ainda que sejam do mesmo país.
Se alguém que não goze de imunidade cometer um crime dentro da embaixada, será processado conforme a lei brasileira.
Art. 53, CF
Limites da imunidade parlamentar
Princípioda defesa ou real
Art. 7º, CP, inc I, 
b) contra o patrimônio ou fé pública da União, do DF, de Estado, de território, de município, de empresa publica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder publico
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
Qual princípio adotado?
1ª Corrente: Justiça Penal Universal, ou seja, o agente fica sujeito à lei penal do país onde for encontrado.
2ª Corrente: só aplica-se a lei brasileira se o genocídio atingir interesses do Brasil. Ex: genocídio contra brasileiros;
3ª Corrente: Princípio da nacionalidade ativa -> está errado
Ou seja, qualquer nacionalidade
A doutrina tem se inclinado para a 1ª corrente, devido a importância que os tribunais superiores estão dando aos tratados internacionais.
Temos nestas 4 alíneas a extraterritorialidade incondicionada
A lei penal brasileira é aplicada ao caso ainda que o agente já tenha sido julgado, absorvido ou cumprido a pena do estrangeiro
Art 7º, parag. 1º, CP 
Art. 8º, CP
Se na Argentina for condenado a 10 anos e no Brasil 15, paga 10 anos na Argentina e mais 5 no Brasil. Se no estrangeiro foi condenado a reclusão e no Brasil a multa, a multa será atenuada.
Art. 7º, CP, inc. II – os crimes
Que por tratado ou convenção, o Brasil obrigou a reprimir
*Principio da Justiça Penal Universal
b) praticados por brasileiros
*Principio da Nacionalidade Ativa
c)praticado em aeronaves [...]
Principio da Representação Subsidiariedade ou da Bandeira
Nesta alínea ‘c’ a nossa lei é subsidiaria. Neste inc. II está presente a extraterritorialidade condicionada.
- A lei penal brasileira para alcançar fatos ocorridos fora do Brasil depende de algumas condições;
-Analisemos tais condições, ou seja, quando a lei brasileira é aplicada a um brasileiro que praticou um crime na Suécia.
a) entrar o agente no território nacional
Não precisa permanecer. Colocou o pé em território brasileiro e saiu em seguida já é o bastante para a lei alcançá-lo, mas tem que haver o concurso das outras condições. São cumulativas.
Ser o fato punível também no país em que foi praticado
“se o fato é crime só aqui e no estrangeiro onde foi praticado não, a nossa lei não o alcança”. Ex.: bigamia
Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição
Temos que ver na lei de extradição quais são esses crimes. Ex: homicídio é.
Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter ali cumprido a pena
Se foi absolvido ou se já cumpriu a pena a lei brasileira não o alcança.
Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável
A lei brasileira não alcança, só preenchidas todas as condições é que a lei brasileira alcançará;
Art. 7º, parag 3º
Qual principio adotado?
Para Luis Flávio Gomes: Nacionalidade Passiva
-Mas a nacionalidade passiva não é brasileiro contra brasileiro
Mais 2 condições:
Não foi pedida ou foi negada a extradição
Houve requisição do Ministro da Justiça
- Por isso é classificada como extraterritorialidade hipercondicionada.
Validade da Lei Penal em relação às pessoas- imunidades
Existem pessoa que são imunes à nossa Lei? Não fere o principio da isonomia? (art 5º, CF)
-Há pessoas que em razão de suas funções ou de regras internacionais desfrutam de imunidades, não se trata de uma garantia pessoa, um privilégio, mas de uma necessária prerrogativa funcional.
Imunidade Diplomática.
São imunidades de D. Publico Internacional de que desfrutam:
Os chefes de governo ou Estado estrangeiro, sua família e membros da comitiva
A embaixada e sua família
Os funcionários do corpo diplomático e sua família
Os funcionários das organizações internacionais (ONU), quando em serviço.
O que significa imune? Não devem obediência à lei brasileira?
Devem obediência SIM, apenas não ficam sujeitos às conseqüências jurídicas da lei brasileira, mas as da lei do seu país. Essa imunidade abrange qualquer crime, seja comum ou funcional. Consul tem imunidade mais estrita, apenas aos crimes funcionais (praticados no exercício da função ou em razão dela). 
Imunidade diplomática não impede investigação policial. 
Não se pode ser renunciada pelo diplomata, pois não é garantia pessoal, mas do cargo. 
Pode ser eliminada pelo Estado de origem, já aconteceu no caso de um diplomata que nos EUA, bêbado, matou alguém no transito. O país retirou sua imunidade e foi processado conforme a lei americana.
Embaixada inviolável, não haverá inviolabilidade se o crime for cometido por estranho à legação.
Não se estende aos empregados particulares ainda que sejam da mesma nacionalidade.
Imunidades Parlamentares
Duas espécies: absoluta e relativa
Absoluta: 
Sinônimos: material, real, substancial, inviolabilidade, indentidade (zaffaroni)
Previsão legal: art. 53, caput, CF.
STF amplia as conseqüências para as áreas: administrativa e política.
Limite da imunidade material: 
O parlamentar não tem carta branca, deve haver um nexo entre a função de congressista e suas palavras, opiniões e voto.
A imunidade não existe só dentro do caso legislativo.
Quando a ofensa ocorrer no seu interior o nexo funcional é presumido, quando ocorrer fora depende de provas .
Relativa:
Também chamada de imunidade formal
Imunidade quanto ao foro
-foro competente é o STF (art. 53, parag. 1º, CF).
2) Imunidade quanto à prisão
- os congressistas não poderão ser presos, salvo se em flagrante (autorização da casa respectiva) (art. 53, parag. 2º, CF).
3) Imunidade quanto ao processo
- O STF comunica à casa que pode sustar o andamento. (art.53, parag. 3º,4º e 5º, CF).
4) Imunidade quanto à produção de prova
- Não obrigados a testemunhar sobre informações que obtiverem em razão do mandato. (art. 53, parag. 6º, CF).
Observações:
Deputados e senadores que se licenciam para exercer cargo no executivo perdem ambas imunidades (STF).
Deputados estaduais imunes. Princípio da simetria. Prerrogativa do foro do TJ.
Vereadores só gozam das imunidades absolutas, e mesmo assim restrita ao município em que exercem a vereança.
Const. Estadual pode prever prerrogativa do foro(TJ), os únicos que têm são Rio e Piauí.
Essas imunidades são irrenunciáveis.

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