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Adg3 - Sociolinguística
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1)
Em tese, a escolha de uma língua oficial por parte de um Estado deveria possuir muito mais implicações administrativas que coletivas e/ou individuais. O foco do processo visa à eleição de uma língua que possa ser utilizada pelo Estado, majoritariamente em seus negócios. Essa língua passa, então, a ser uma referência estatal para seus cidadãos e para a comunidade dos demais Estados internacionais. Sabemos, entretanto, que alguns aspectos que transcendem a seara administrativa, tais quais a noção de identidade e pertencimento, vêm a reboque quando se discute a positivação de uma língua no texto constitucional de uma nação. Não foi à toa que o constituinte originário brasileiro alocou topograficamente o Art. 13 no capítulo da Constituição que trata dos direitos da nacionalidade, agrupando-o com os símbolos nacionais.
(ABREU, R. Prolegômenos para a compreensão dos direitos linguísticos: uma leitura a partir da Constituição da República Federativa do Brasil. In: FREITAG, R. M. K. et al. Sociolinguística e política linguística – olhares contemporâneos. São Paulo: Bluncher, 2015. Disponível em: https://www.blucher.com.br/livro/detalhes/sociolinguistica-e-politica-linguistica-1202. Acesso em: 1 jul. 2017.)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
(BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil,1988.)
Sobre a determinação da oficialização de uma língua, é correto afirmar que:
Alternativas:
a)
os Estados têm estabelecida em sua constituição uma única língua oficial.
b)
é o Estado que determina a língua oficial do país e essa deve corresponder à língua falada por toda a população.
c)
é o Estado que determina a língua oficial do país e nem sempre essa é a língua da maioria da população.
Alternativa assinalada
d)
é o uso linguístico feito pela população que determina a língua que será oficializada no país.
e)
a língua oficial de uma nação é correspondente à língua materna de uma das etnias nativas da comunidade nacional.
2)
Na Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 13, vimos a língua portuguesa ser enunciada como ‘o idioma oficial da República Federativa do Brasil’. Como língua oficial de nosso país, o português é a língua obrigatória em todos os documentos e atos oficiais e no ensino de modo geral. Isto não implica, entretanto, uma confluência automática entre língua oficial e língua materna, considerando-se o multilinguismo existente em território brasileiro. [...] São línguas distintas coexistindo em uma mesma comunidade nacional, estando o português, língua majoritária, a conviver não só com as línguas indígenas, mas também com as línguas dos imigrantes que aqui se fixaram: o polonês, o alemão, o ucraniano, o italiano, o japonês, o coreano, o chinês etc.
(FERRAZ, A. P. O panorama linguístico brasileiro: a coexistência de línguas minoritárias com o português. Filologia e Linguística Portuguesa, São Paulo, n. 9, p. 43-73, 2007. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/flp/article/view/59772/62881. Acesso em: 13 jul. 2017.)
As línguas indígenas, juntamente com as línguas de imigração e as línguas de comunidades afro-brasileiras, são, no Brasil, línguas minoritárias porque:
Alternativas:
a)
são línguas de grupos nativos que foram sendo dizimados ao longo da colonização.
b)
são línguas de grupos imigrantes que falam línguas estrangeiras não valorizadas no Brasil.
c)
são línguas veiculares que não passam por processos de padronização.
d)
são línguas de grupos menos poderosos cuja língua materna não é a língua oficial do país.
Alternativa assinalada
e)
são línguas que sofrem processos de padronização pelo Estado e não podem ser usadas pelos grupos.
3)
[...] um país é formado de uma comunidade de falantes, e muitas dessas comunidades, senão todas, são bilíngues ou multilíngues. Isto porque há uma estimativa de que existam 6.700 línguas no mundo, para 200 estados-nações oficializados. Embora exista um enorme número de línguas em todo o mundo, há determinados países com maior concentração de línguas, dentre os quais está o Brasil:
Fonte: Bassani (2015, p. 7)
Considerando esses dados e os estudos sobre contatos entre línguas, analisa as afirmativas a seguir:
I) A situação de multilinguismo é mais comum que a de monolinguismo, pois, apesar de alguns países terem somente uma língua nacional oficialmente reconhecida, podem abrigar diversas pessoas ou comunidades bilíngues ou multilíngues que preservam o uso de suas línguas maternas.
II) As milhares de línguas existentes atualmente estão concentradas nos países que sofreram colonização europeia, sendo que uma exceção é os Estados Unidos, país no qual impera o monolinguismo, já que a língua oficial é a língua franca global.
III) A situação de multilinguismo é pouco comum nos países da Europa, pois nesses países, houve na formação dos estados-nação a política de monolinguismo e não houve ondas imigratórias como ocorreram nos países colonizados.
IV) O mito do monolinguismo no Brasil decorre do fato de a força sociocultural da língua portuguesa ter se estabelecido historicamente por meio de condições políticas, econômicas e socioculturais que resultaram na imposição dessa única língua em detrimento de todas as outras.
É correto apenas o que se afirma em:
Alternativas:
a)
apenas I e II.
b)
apenas I e IV.
Alternativa assinalada
c)
apenas II e III.
d)
apenas I, II e III.
e)
apenas II, III e IV.
4)
"Por ‘formação da gramática crioula’ deve entender-se não apenas a história imanente de formação das estruturas da gramática emergente, mas também as condições sócio-históricas em que isso se deu. Não se deve observar apenas a formação do novo código que permite a comunicação entre um emissor e um receptor na nova sociedade. Na verdade, ‘é a história sociolingüística dos falantes, e não a estrutura de sua língua, que constitui o principal fator determinante dos resultados lingüísticos do contato de línguas. Fatores puramente lingüísticos são relevantes, porém bastante secundários no cômputo geral’ (Thomason & Kaufman 1986: 35)." 
O excerto trata de modos de abordagem para as línguas crioulas. É correto afirmar que, na visão do autor, na análise das línguas crioulas,
Alternativas:
a)
seria suficiente compreender a formação dos códigos linguísticos.
b)
seria fundamental abordar suas situações sócio-históricas de surgimento e emergência.
Alternativa assinalada
c)
as análises linguísticas deveriam dar lugar ao campo da História e da Sociologia.
d)
seria fundamental não envolver conceitos e fatores extralinguísticos.
e)
fatores puramente linguísticos são relevantes, apesar de raramente serem abordados.

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