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Ling AV1(CO) 
A LINGUAGEM HUMANA 
• Aristóteles, em sua obra Política: “somente o homem é um ‘animal político’, isto é, social e cívico, porque 
somente ele é dotado de linguagem. 
 Os outros animais possuem voz (phone) e expressam dor e prazer, mas o homem possui a palavra (logos) e, com 
ela, exprime o bom e o mau, o justo e o injusto.” 
Platão, em seu livro Fedro se referiu à linguagem como pharmakon: remédio, veneno e cosmético. 
 a) Linguagem como remédio. Fortalecimento do conhecimento. 
 b) Linguagem como veneno. Capacidade de sedução das palavras que nos impede de questionar. 
 c) Linguagem como cosmético. Possibilidade de esconder algo sob as palavras. 
TRAÇOS CARACTERÍSTICOS DA LINGUAGEM HUMANA 
a) SIMBOLIZAÇÃO. A linguagem opera com elementos que representam a realidade (arbitrariedade do signo). 
b) ARTICULAÇÃO. Quando se diz que a língua é articulada considera-se que as unidades linguísticas podem ser 
divididas em unidades menores. 
 Exemplo. ‘As gatas’ pode ser segmentada da seguinte forma: a- , artigo definido; -s desinência de plural; gat- 
radical que indica tratar-se de um felino de pequeno porte, -a, desinência de feminino e -s, desinência de plural. 
 Se /g/ for substituído por /p/ tem-se um outro radical que aparece na palavra pata. 
c) REGULARIDADE. As unidades linguísticas têm uma significação permanente capaz de repetir-se nas mesmas 
circunstâncias. Embora essas unidades variem no tempo, no espaço e no meio social, essa variação não ultrapassa 
certos limites. 
 
d) INTENCIONALIDADE. Os atos de comunicação humanos têm um propósito claro e definido. 
e) PRODUTIVIDADE. A linguagem humana produz um número infinito de mensagens. 
AFINAL DE CONTAS, O QUE É LINGUÍSTICA? 
Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal humana, oral ou escrita. Atualmente, a Linguística trata, também, 
do não verbal. 
Os estudos sobre a linguagem humana sempre tiveram esse caráter científico? Não! 
ESTUDOS SOBRE LÍNGUA: OS GREGOS 
• Platão e seu livro Crátilo (427-347 a.C., discípulo de Sócrates). Discussões sobre questões linguísticas: 
 a)Naturalistas (Platão): relação entre a forma da palavra e o referente (relação entre ‘essência’ e ‘
aparência’). 
 Busca da etimologia das palavras para descobrir o seu verdadeiro significado. 
 “Etymo” (grego) - verdadeiro; verdadeiro significado. 
 (A análise das partes da palavra levaria a descoberta do verdadeiro significado; da ideia original.) 
 b)Convencionalistas: Aristóteles (384-322 a.C.) - a forma da palavra é resultado da convenção social. 
 
• Estóicos. Não se preocupavam com a língua em si mesma: língua como expressão do pensamento e dos 
sentimentos. 
 São os primeiros a tratar as questões linguísticas de modo mais concreto; já diferenciavam a dicotomia 
significante x significado; trataram da fonética, gramática (especialmente o desenvolvimento da teoria e terminologia) e 
etimologia, entre outros temas. 
• Período Alexandrino. Criação da primeira grande biblioteca na colônia grega de Alexandria (séc. III a.C.). 
(Alexandria: centro de pesquisa literária e linguística.) 
• Dionísio da Trácia (segunda metade do século III a.C.): primeira descrição da língua grega e primeira descrição 
gramatical publicada no mundo ocidental. 
 “A gramática é o conhecimento prático do uso linguístico comum aos poetas e aos prosadores.” 
• Como ele trabalhou? Colhia material nos textos para justificar sua descrição (atitude empírica: conhecimento 
prático). 
 
Objetivo principal: apreciação adequada da literatura grega clássica (não se preocupou com sintaxe). 
 
Por 13 séculos, foi a base para os estudos gramaticais em várias línguas. 
ESTUDOS SOBRE LÍNGUA: DIONÍSIO 
Objetivo principal: apreciação adequada da literatura grega clássica (não se preocupou com sintaxe) 
 
Divisão estóica do discurso: 
• substantivo; 
• verbo; 
• conjunção; 
• artigo. 
O QUE TEMOS ANTES DO SURGIMENTO DA LINGUÍSTICA? 
1. Pré-linguística. Não é considerada ciência: não há busca por explicações. 
 Estudo do certo e do errado; estudo da língua estrangeira; estudo filológico da linguagem. 
2. Paralinguística. Não entra no domínio dos estudos linguísticos. 
 Estudo lógico da linguagem; estudo biológico da linguagem. 
COMO SURGEM OS ESTUDOS LINGUÍSTICOS? 
(Pré-linguística) 
• 1786 – Sir William Jones, da East Indian Company, na Royal Asiatic Society de Calcutá: documento no qual ele 
estabelece o parentesco entre o Sânscrito (língua clássica da Índia) com Latim, Grego e algumas línguas 
germânicas. 
Dionísio acrescentou: 
• advérbio; 
• particípio; 
• pronome; 
• preposição. 
 
• Século XIX. Publicação da primeira gramática de Sânscrito em Inglês. 
 
A GRAMÁTICA COMPARADA 
 Século XIX – estudo do parentesco linguístico: método denominado comparativo. 
 Daí: Gramática Comparada ou Linguística Histórica – estudo das transformações pelas quais as línguas passavam 
(comparação de sucessivos estados de língua). 
 Os primeiros comparativistas estavam interessados em confrontar o Sânscrito com outras línguas Indo-
europeias, especialmente o Grego e o Latim. 
A partir da descoberta do Sânscrito: 
1) interesse em identificar as famílias de línguas; 
2) mostrar que a mudança linguística é um processo: 
a) regular: princípio de regularidade das mudanças; 
b) universal: todas as línguas evoluem; 
c) constante: qualquer língua está em evolução contínua. 
 
LINGUÍSTICA COMO CIÊNCIA 
 Ferdinand de Saussure, Curso de Linguística Geral, 1916: 
a) a Línguística ganha um objeto de estudo: a língua; 
b) o estudo passa a ser sincrônico, ou seja, analisa-se um estado de língua (não mais se comparam sucessivos 
estados de língua); 
• Língua e fala; 
• Signo linguístico: significante e significado; 
• Sincronia e diacronia; 
• Sintagma e paradigma. 
 
O QUE É LINGUÍSTICA? 
 A definição clássica afirma que “Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal humana, oral ou escrita.
” Atualmente, já cuida também do não verbal. Por lidar com algo referente ao homem, a Linguística envolve aspectos 
tais como biologia, neurofisiologia, psicologia, sociologia entre outros. 
a) A língua é parte da fisiologia humana. Exemplos. Estudos sobre aquisição e perda da linguagem; partes do 
cérebro envolvidas na produção da linguagem. 
b) Há relação entre pensamento e linguagem. Exemplo. LIBRAS como primeira língua. 
c) A língua é um fenômeno social. Exemplos. Linguagem e poder; a relação entre língua e sociedade. 
d) Entre outras aplicações. 
Como a linguística procede? 
1. Investigação dos princípios; 
2. Observação das características que regulam as estruturas da língua. 
Exemplo. Você conhece o João? 
a) Eu o conheço desde criança. 
b) Eu conheço ele desde criança. 
c) Eu conheço Ø desde criança. 
COMO A LINGUÍSTICA TRATA ESSAS TRÊS FRASES? 
Após coleta de dados, faz-se uma análise: 
Você conhece o João? 
a) Eu o conheço desde criança. 
(Uso do pronome oblíquo = falante culto) 
b) Eu conheço ele desde criança. 
(Uso do pronome ele como acusativo = forma marcada?) 
c) Eu conheço Ø desde criança. 
(Uso da categoria vazia: forma não-marcada) 
 
LINGUÍSTICA X GRAMÁTICA 
Vamos lembrar os gregos e de Dionísio da Trácia. 
A palavra latina Grammatica origina-se no grego: 
• Grammatikós - aquele que entende o uso das letras; 
• Grámmata = letras; 
• Téchne grammatiké = arte de ler e escrever. 
 Por que ‘arte’? 
• Gramática Tradicional. É a teoria linguística ocidental iniciada pelos gregos, em Alexandria, no século III a.C. com 
o objetivo de preservar a pureza da língua grega (Dionísio da Trácia). 
• Gramática Normativa. É a gramáticade uma língua codificada sob a forma de um livro e que estabelece as 
regras e normas do que é considerado a forma correta em relação à escrita e à fala. A Gramática Normativa 
também é chamada de Gramática Prescritiva, já que ela prescreve esse conjunto de normas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POR QUE A DIFERENÇA DE TRATAMENTO A UM MESMO FENÔMENO? 
Gramática: tem caráter ideológico (Gramática Prescritiva). 
• Aponta ‘como deve ser’. 
• As formas apresentadas são dotadas de prestígio. 
• Trabalha com noções de certo e errado. 
• Segue o modelo proposto pela Gramática Tradicional. 
Linguística: tem caráter científico (Gramática Descritiva). 
• Aponta ‘como é’. 
• Trabalha com a adequação ao ambiente. 
 
COMO A LINGUÍSTICA ANALISA UMA LÍNGUA? 
• A Linguística é empírica: análise os dados a partir de um corpus. 
• Como ciência, as análises da Linguística não se baseiam em julgamentos de valor e sim na explicação dos fatos. 
• A Linguística elabora uma gramática que descreve os fatos da língua: não é uma questão de certo e errado e sim 
uma questão de uso. 
LINGUÍSTICA X GRAMÁTICA 
Redução do paradigma verbal no Português Brasileiro 
Gramática Normativa Falante culto 
Eu amo Eu amo 
Gramática = doutrina. 
(certo /errado) 
Linguística = ciência. 
(Gradiente: aceitável / não-aceitável) 
Gramática = como a língua 
deve ser. Linguística = como a língua é. 
Tu amas Você 
Ele, ela ama Ele, ela ama 
 A gente 
Nós amamos Nós amamos 
Vós amais Vocês amam 
Eles, elas amam Eles, elas 
LINGUÍSTICA: O ESTUDO CIENTÍFICO DA LINGUAGEM 
1º) Ferdinand de Saussure, Curso de Linguística Geral, 1916; 
2º) Gerativismo, Noam Chomsky; 
3º) Sociolinguística, William Labov; 
4º) Funcionalismo, T. Givón. 
A OBRA DE SAUSSURE 
1916, Curso de Linguística Geral (CLG). 
• Publicado por dois alunos, três anos após 
 a morte de Saussure, a partir de anotações de aula. 
• Início da Linguística moderna. 
• Não se usa a palavra dicotomia no CLG, mas é assim que se chamam os quatro pares de conceitos, que fazem 
uma síntese. 
• Dichotomía (grego) = divisão em partes iguais. 
 Em Saussure, ‘dicotomia’ refere-se a um par de conceitos que são definidos um em relação ao outro. 
 
O PONTO DE VISTA DETERMINA O OBJETO DE ESTUDO 
Exemplo (pp. 15-16 do CLG). 
Alguém pronuncia ‘nu’: quem ouve, pensa no significado. 
a) Análise sob o ponto de vista histórico. A palavra ‘nu’ corresponde ao latim nudum. 
b) Análise sob o ponto de vista fonético. Se analisarmos a palavra ‘nu’ como som ou como expressão, o ponto 
de vista histórico não é importante. 
c) Análise do ponto de vista semântico. Como expressão de uma ideia, como um significado. 
COMO A COMUNICAÇÃO SE PROCESSA 
Ouvimos alguém falar. O que acontece? 
a) Um conceito produz uma imagem acústica no cérebro: fenômeno psíquico. 
b) O cérebro transmite aos órgãos da fonação um impulso correlativo da imagem: processo fisiológico 
c) As ondas sonoras se propagam: fenômeno físico. 
Linguagem humana = língua (langue)+ 
 fala (parole) 
• A língua é psíquica (existe na mente dos indivíduos): é um sistema armazenado pelos indivíduos. 
• A fala é psicofísica (há na fala o componente físico quando pensamos nas ondas sonoras e o componente 
psíquico quando se pensa no processamento do que foi ouvido): esse sistema é utilizado pelos indivíduos de 
formas diferentes. 
 
 
 
(CLG, p. 27) “O estudo da linguagem comporta, portanto duas partes: uma, essencial, tem por objeto a língua, que é 
social em sua essência e independente do indivíduo; esse estudo é unicamente psíquico; outra, secundária, tem por 
objeto a parte individual da linguagem, vale dizer a fala, inclusive a fonação e é psicofísica.” 
 
 Língua = essência; independente do indivíduo. 
 Fala = individual. 
(CLG, p.25) “O signo escapa sempre, em certa medida, à vontade individual [...] estando nisso o seu caráter essencial 
[...]”. 
 A língua é composta por signos. 
 Por que a língua é ‘essência’? Sem ela, não há comunicação. 
 
 Como vamos nos comunicar sem um sistema linguístico? 
O PONTO DE VISTA DETERMINA O OBJETO DE ESTUDO: 
 
Linguagem humana = língua + fala 
A língua como objeto de estudo da linguística. 
A linguagem tem um lado social (língua) e um lado individual (fala). 
COMO A COMUNICAÇÃO SE PROCESSA 
• A língua é o lado social da língua. 
• A língua é a essência: sem uma língua não podemos nos comunicar. 
• A língua é o ideal: é o sistema armazenado na mente dos indivíduos. 
 
 Esse sistema é usado da mesma forma por todos? Não. 
Língua: sistema 
(igual em todos) 
Fala: uso do sistema 
(diferente em todos) 
• A fala é heterogênea. Ela apresenta o uso ‘real’ do sistema. 
A LÍNGUA COMO OBJETO DE ESTUDO DA LINGUÍSTICA 
A linguística como ciência só pode estudar aquilo que é recorrente, constante e sistemático. 
 O que é um sistema?(sistemático) É um conjunto em que um elemento (língua) se define pelos demais. 
 A língua é formada por quais elementos? A língua é formada por um conjunto de signos linguísticos em que um 
se define pelos demais. 
 Mas, o que significa “um se define pelos demais”? 
• O que significa ‘um se define pelos demais”? 
Em nosso cérebro, temos ‘signos’ armazenados. 
Buscamos esses signos quando queremos nos comunicar. 
Como fazemos para dizer frases simples como: 
a) Esse carro é azul. 
b) Aquele carro é azul 
Exemplos. 
a) Esse, essa, aquele, aquela, meu, seu, a, o, as, os, um uma etc. 
b) Carro, camisa, livro, vassoura, caneta, casa etc. 
c) É, foi, está, comprei, usei etc. 
d) Azul, verde, novo, velho, quebrada etc. 
e) etc. 
Outros exemplos. 
A casa é minha. Aquela casa é sua. 
Entre outras possibilidades. 
 Ao definir a língua como um conjunto de signos, Saussure define o novo objeto dos estudos para a Linguística. 
 (CLG, p; 17) A língua é a parte essencial da linguagem. Por que ‘essencial’? 
a) Um indivíduo pode ser privado da fala e conservar a língua. 
Por quê? A língua é o sistema que permite que compreendamos o que falam conosco. 
b) Pessoas que falam a mesma língua conseguem se comunicar porque, apesar das diferentes falas, há o uso da mesma 
língua. 
 Exemplo. A gente vai ao cinema. / Nós vamos ao cinema. 
 “O sistema da língua apresenta regras (fonológicas, morfológicas, sintáticas e semânticas) que determinam o 
emprego das formas e relações sintáticas, necessárias para a produção de significados.” 
POR QUE A LÍNGUA É SOCIAL? 
A língua é um produto social da faculdade da linguagem e só existe na massa. 
(CLG, p. 22) “Ela é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo que, por si só, não pode nem criá-la nem modificá-
la; ela não existe senão em virtude duma espécie de contrato estabelecido entre os membros da comunidade.” 
(CLG, p. 27) “A língua existe na coletividade sob a forma duma soma de sinais depositados em cada cérebro, mais ou 
menos como dicionários cujos exemplares, todos idênticos, fossem repartidos entre os indivíduos.” 
A língua é um produto social da faculdade da linguagem e só existe na massa. 
(CLG, p. 22) “Ela é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo que, por si só, não pode nem criá-la nem modificá-la; ela não existe senão em virtude duma espécie de contrato estabelecido entre os membros da comunidade.” 
(CLG, p. 27) “A língua existe na coletividade sob a forma duma soma de sinais depositados em cada cérebro, mais ou 
menos como dicionários cujos exemplares, todos idênticos, fossem repartidos entre os indivíduos.” 
O QUE FAZEMOS QUANDO SEPARAMOS LÍNGUA E FALA? 
 (CLG, p. 22) “Com o separar a língua da fala, separa-se ao mesmo tempo: 1º, o que é social do que é individual; 
2º, o que é essencial do que é acessório.” 
• Os fatos da língua dizem respeito à estrutura do sistema linguístico. 
Os fatos da fala dizem respeito ao uso desse sistema pelos indivíduos 
COMO SAUSSURE CARACTERIZA A FALA? 
 “A fala é, ao contrário, um ato individual de vontade e de inteligência [...]” (CLG, 22). 
 Individual= heterogênea; assistemática (liberdade de combinações). 
 Possui caráter privado: pertence ao indivíduo que a utiliza. 
 Pessoas que falam a mesma língua conseguem se comunicar porque, apesar das diferentes falas, há o uso da 
mesma língua. 
QUAL A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E FALA? 
Língua e fala são interdependentes: 
• A língua é instrumento da fala (sem o sistema da língua, o indivíduo não pode se comunicar). 
• A língua é produto da fala (através das mudanças ocorridas na fala dos indivíduos a língua se modifica, ou seja, a 
língua evolui). 
• A fala é necessária para que a língua se estabeleça. 
FORMA E SUBSTÂNCIA 
“A língua é uma Forma e não uma Substância”. 
 (CLG, p. 141) 
 Por que a língua é forma? ‘Forma’ para Saussure significa ‘essência’ (= sistema e estrutura que 
organizam nossa comunicação). 
 
 Exemplo. Nós saiu cedo. 
 Alteração na substância (= aparência), mas não na forma (essência) 
FORMA E SUBSTÂNCIA 
(Castelar:2000) 
 
 
 
 
 
EUGENIO COSERIU E A CRÍTICA À DICOTOMIA LÍNGUA/FALA 
 As variantes linguísticas fazem parte do sistema da língua e, por isso, ele substitui ‘língua’ por ‘sistema’. 
Entre o sistema, abstrato, e a fala, uso concreto, haveria a norma, um nível intermediário, um conjunto de realizações 
consagradas pelo uso. 
 Sistema => Norma (uso) => Fala 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VAMOS PRATICAR? 
Questão I. Leia as afirmativas a seguir e marque a resposta correta. 
I. A fala é um ato social de vontade e inteligência. 
II. A língua é um sistema homogêneo. 
III. Nenhum indivíduo tem a capacidade de criar a língua ou de modificá-la conscientemente. 
Qual das alternativas a seguir está correta? 
a) I e II. c) I e III. e) Somente III. 
b) II e III. d) Somente II. 
LÍNGUA (Forma) 
Essência 
Psíquica 
Estrutura 
Constante 
FALA (Substância) 
Aparência 
Psicofísica 
Conjuntura 
Circunstancial 
LÍNGUA 
Social 
Homogênea 
Sistemática 
Concreta 
Conservadora 
Ideal 
Supra-individual 
Potencialidade 
FALA 
Individual 
Heterogênea 
Assistemática 
Abstrata 
Inovadora 
Real 
Individual 
Realidade 
Complete os espaços com as palavras língua e fala. 
a) A ________ é necessária para que a ______ seja inteligível. 
b) A _______ é necessária para que a _______ se estabeleça. 
c) A _______ é o instrumento e o produto da _______. 
d) A ________ é o que faz evoluir a ____________. 
A LÍNGUA E OS SIGNOS LINGUÍSTICOS 
1. A língua é um sistema. 
2. Um sistema é um conjunto em que um elemento se define pelos demais. 
3. Se a língua é um sistema, quais são os elementos que formam a língua? Os signos linguísticos. 
 Antes de Saussure: a língua era uma nomenclatura; uma lista de termos. 
 Com Saussure e depois dele: na língua, os elementos que compõem os signos linguísticos são psíquicos, unidos 
em nosso cérebro por associação. 
SIGNO LINGUÍSTICO: SIGNIFICANTE + SIGNIFICADO 
“O signo linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica.” (CLG, p. 80) 
imagem acústica =>Não é o som: é a impressão é a impressão psíquica do som. => Quando pensamos, os signos se 
formam em nosso cérebro, mas não há o som do ponto de vista físico. 
 
Significante e significado não podem ser separados. 
SIGNIFICANTE (IMAGEM ACÚSTICA) + SIGNIFICADO (CONCEITO) 
 O significante ou imagem acústica é uma imagem sensorial: é a parte perceptível do signo. 
 O significado ou conceito é a parte intelígivel. 
 (Carvalho, 2000:28) 
 
 O significado ou conceito “[...] é a representação mental de um objeto ou da realidade social em que nos 
situamos, representação essa condicionada, plasmada pela formação sociocultural que nos cerca desde o berço”
(Carvalho: 2000,27) 
 
CARACTERÍSTICA DO SIGNO LINGUÍSTICO: ARBITRARIEDADE 
Por que o signo linguístico é arbitrário? Porque não há relação entre significante significado. Poderíamos chamar ‘casa
’ de ‘flor’ se assim tivesse sido estabelecido. 
 Por que Saussure não usou a palavra ‘símbolo’? Porque o símbolo não é arbitrário: é um objeto que 
representa uma ideia abstrata. A substituição do símbolo prejudicaria o significado. 
 Exemplos. 
 
 
O princípio da arbitrariedade parte da ideia de que não há uma razão natural para se unir determinado conceito a 
determinada sequência fônica, por isso, qualquer sequência fônica poderia se associar a qualquer conceito e vice-versa, 
desde que fosse consagrado pela comunidade linguística. 
 Arbitrário = imotivado 
“A palavra arbitrário requer também uma observação. Não deve dar a ideia de que o significado dependa da livre 
escolha do que fala [...] queremos dizer que o significante é imotivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, com 
o qual não tem nenhum laço natural na realidade.” (CLG, p.83) 
Vimos na aula 2: 
 
 “O signo escapa sempre, em certa medida, à vontade individual [...] estando nisso o seu caráter essencial [...]
”. (CLG, p.25) 
 
 O signo linguístico é uma convenção social: ainda que o signo linguístico seja arbitrário e não haja relação entre 
significante e significado, não podemos utilizá-los da forma que desejarmos. 
 Vamos refletir. Marcelo, martelo, marmelo, Ruth Rocha. 
Em nossa aula 2, vimos: 
 “Ela [a língua] é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo que, por si só, não pode nem criá-la nem 
modificá-la; ela não existe senão em virtude duma espécie de contrato estabelecido entre os membros da comunidade.
” (CLG, p. 22) 
Tira do Calvin em Português Europeu 
 
Tira do Calvin em Português Brasileiro 
 
O ARBITRÁRIO ABSOLUTO E O ARBITRÁRIO RELATIVO 
 Mesmo considerando que o signo linguístico é arbitrário, Saussure considerou a existência do arbitrário 
absoluto e do arbitrário relativo: 
 “Apenas uma parte dos signos é absolutamente arbitrária; em outras, intervém um fenômeno que permite 
reconhecer graus no arbitrário sem suprimi-lo: o signo pode ser relativamente motivado [...].” (CLG, p. 152: grifo no 
original). 
 Exemplos. Livro/livraria/livreiro. 
DISCORDÂNCIAS QUANTO À ARBITRARIEDADE DO SIGNO LINGUÍSTICO 
a) Onomatopeias. As onomatopeias são elementos da língua formados a partir de sons evocados. 
 Há vínculo entre significante e significado? 
 São exemplos de palavras motivadas? 
 
 ‘Tique-taque’ é uma onomatopeia perfeita, mas esse tipo de onomatopeia é raro. 
 Saussure. As onomatopeias variam de língua para língua porque não são imitações fiéis de ruídos e sons 
naturais: quando aparecem em uma língua, sofrem evolução fônica. 
b) Exclamações. Chamadas de interjeições, também foram rejeitadas por Saussure. Segundo ele, embora se tente 
enxergar nelas expressões espontâneas, temos diferenças de uma língua para outras. 
 Se as exclamações não fossem signos arbitrários, deveriam ser iguais emtodas as línguas: os sentimentos dos 
homens são iguais, independentemente da língua. 
 Exemplos. 
 Ai! (Português) Ouch! (Inglês) 
 (Adaptamos fonética e fonologicamente para nossa língua). 
OUTRA CARACTERÍSTICA DO SIGNO LINGUÍSTICO: LINEARIDADE 
• O significante possui uma natureza auditiva e representa uma extensão que somente pode ser medida em uma 
linha. 
• A linearidade é dos significantes já que o significado é a representação mental ou conceito, a parte abstrata da 
palavra. 
• Não podemos emitir dois fonemas simultaneamente. 
• Não podemos superpor os sons: produz-se um som após o outro; uma palavra depois da outra; uma frase 
depois da outra. 
Uma curiosidade. A Baposa e o Rode (Millôr Fernandes). 
Moral. Jamie confais em quá estade em dificuldém. 
COMO SE PROCESSA A MUDANÇA LINGUÍSTICA? 
IMUTABILIDADE DO SIGNO. O indivíduo tem sua criatividade ‘freada’ pelo fato do signo linguístico ser imposto: ao 
usar a língua, o indivíduo quer comunicar suas ideias e, por isso, precisa utilizar o sistema da língua da mesma forma 
que os indivíduos que o cercam. 
 “Se, com relação à ideia que representa, o significante aparece como escolhido livremente, em compensação, 
com relação à comunidade linguística que o emprega, não é livre: é imposto.” (CLG, p.85) 
• MUTABILIDADE. Saussure afirmou que o tempo tanto assegura a continuidade da língua quanto atua na 
alteração dos signos linguísticos. Por mais que isso pareça contraditório, há uma verdade por trás dessa 
afirmação: “[...] a língua se transforma sem que os indivíduos possam transformá-la.” (p. 89) 
 “O tempo, que assegura a continuidade da língua, tem um outro efeito, em aparência contraditório com o 
primeiro: o de alterar mais ou menos rapidamente os signos linguísticos e, em certo sentido, pode-se falar, ao mesmo 
tempo de mutabilidade e de imutabilidade do signo.” (CLG, p. 89) 
MUTABILIDADE DO SIGNO. Para que haja mudanças no sistema, é preciso que toda a coletividade concorde. 
 
COMO FUNCIONAM AS RELAÇÕES ENTRE OS TERMOS DA LÍNGUA? 
 Syntagma (grego) – coisa posta em ordem. 
 As relações sintagmáticas referem-se às relações de combinação entre os signos. 
 Paradéigma (grego) – modelo; exemplo. 
 As relações paradigmáticas referem-se às relações associativas entre os signos. 
O EIXO SINTAGMÁTICO 
Como Saussure traz a linearidade para relacionar os termos da língua? 
 
 “A relação sintagmática existe in praesentia(Sintagma); repousa em dois ou mais termos igualmente presentes 
numa série efetiva. Ao contrário, a relação associativa une termos in absentia numa série mnemônica virtual 
(Paradigma).” (CLG, p. 143) 
 Segundo Saussure, a língua é formada por elementos que se sucedem um após outro linearmente, isto “na 
cadeia da fala”. A relação entre esses elementos Saussure (p. 142) chama de sintagma: O sintagma se compõe sempre 
de duas ou mais unidades consecutivas 
 
 O eixo sintagmático se baseia no caráter linear do signo linguístico, “que exclui a possibilidade de [se] 
pronunciar dois elementos ao mesmo tempo” (CLG, 142). 
Carvalho (2000:87) afirma que um termo passa a ter valor em virtude do contraste que estabelece com aquele que o 
precede ou lhe sucede, “ou a ambos visto que um termo não pode aparecer ao mesmo tempo que outro, devido ao seu 
caráter linear.” 
 
 Só para lembrar: A Baposa e o Rode, Millôr Fernandes. 
 Moral. Jamie confais em quá estade em dificuldém. 
Refletindo sobre in praesentia 
 “[...] quase todas as unidades da língua dependem seja do que as rodeia na cadeia falada, seja das 
partes sucessivas de que elas próprias de compõem.” (CLG, p. 148) 
 Exemplos. 
 Desejoso = desej + oso (caloroso, duvidoso etc.) 
 Desfazer = des + fazer (descolar, deslocar etc.) 
 Ele comprou a casa azul do condomínio. 
TIPOS DE SINTAGMAS 
1 — Sintagma Fônico. Estabelece-se a partir da relação entre fonemas. 
 a) Fonêmico. Ocorre com grupos vocálicos (ditongos, tritongos), grupos consonantais e sílabas. 
 b) Prosódico. Um grupo acentual tônico ou átono, pode diferenciar dois signos. 
Exemplos. 
a) Pública (adjetivo) e publica (verbo). 
b) Quando falamos, diferenciamos uma exclamação, uma afirmação ou uma interrogação pelo tom de voz ou 
entonação. 
2 - Sintagma Mórfico. Relação entre morfemas. 
a) Quando um sintagma mórfico é lexical, temos a própria palavra, que tanto pode ser primitiva (laranja) quanto 
derivada (laranjeiras). 
b) Quando o sintagma mórfico é locucional está no nível intermediário entre o sintagma lexical e o sintático, conforme 
os exemplos assim que, tábua de passar, havia dito etc. 
3- Sintagma sintático. Estabelecidos a partir da relação entre sintagmas dentro da oração. 
a) Suboracional. Estabelece-se a partir das relações de subordinação entre os diferentes sintagmas dentro da 
oração. 
Exemplos. 
 Relação entre verbo e complemento. 
As crianças comeram maçã. 
 SV SN 
 banana. 
 torta. 
 etc. 
3- Sintagma sintático. Estabelecidos a partir da relação entre sintagmas dentro da oração. 
a) Suboracional. Estabelece-se a partir das relações de subordinação entre os diferentes sintagmas dentro da oração. 
Exemplos. 
 Relação entre verbo e complemento. 
As crianças comeram maçã. A casa necessita de reforma. 
 
 Relação entre o nome e seu complemento. 
 Ana rasgou o vestido de noiva. 
Exemplos. 
 Relação entre verbo e complemento. 
A casa necessita de reforma. 
 de espaço 
 etc. 
 Relação entre o nome e seu complemento. 
 Ana rasgou o vestido de noiva. 
 a capa do livro 
 a folha do caderno 
 etc. 
SV SN SP SV 
SP SN 
SP 
SP SN 
SV 
3- Sintagma sintático. Estabelecidos a partir da relação entre sintagmas dentro da oração. 
b) Oracional. É o período simples, formado por SN + SV. 
Exemplo. Juliana abriu a porta. 
 abriu o livro. 
 comprou a porta. 
 vendeu o livro. 
 etc. 
3- Sintagma sintático. Estabelecidos a partir da relação entre sintagmas dentro da oração. 
b) Oracional. É o período simples, formado por SN + SV. 
Exemplo. Juliana abriu a porta. 
c) Supra-oracional. Estabelece-se a partir da subordinação entre duas orações. 
Exemplo. [João conseguiu o emprego] [que queria]. 
 Oração Principal Or. Sub. Adjetiva Restritiva 
 [Ele necessita] [que o trabalho seja entregue.] 
Oração Principal Or. Sub. Subs.Objetiva Indireta 
RELAÇÕES PARADIGMÁTICAS 
 A relação associativa ocorre fora do plano sintagmático, na mente dos indivíduos onde ele ‘opõe’ os 
elementos: 
 “O paradigma não é qualquer associação de signos pelo som e pelos sentidos, mas uma série de elementos 
linguísticos suscetíveis de figurar no mesmo ponto do enunciado se o sentido for outro.” 
 Por que a relação paradigmática ocorre in absentia? 
 Quando selecionamos um elemento e o utilizamos para compor o sintagma, os demais elementos ficam 
ausentes desse sintagma. 
 Exemplo. Ele comprou a casa azul do condomínio. 
 Ele x elas, ela, nós , eu, tu, você, vocês, Maria, João Paulo etc. 
 Comprou x comprava, compraria etc. 
 Comprar x vender, alugar, arrendar etc. 
 A x as, o, os, um , uma, minha, sua etc. 
 Casa x apartamento, mansão,cabana etc. 
As relações sintagmáticas e paradigmáticas ocorrem em diversos níveis 
 NÍVEL FONOLÓGICO 
SV SN 
SN SV 
 
Nível Morfológico 
 
Nível Oracional 
 
RELAÇÕES PARADIGMÁTICAS 
 Relações sintagmáticas = operação contrastiva. 
 Relação paradigmática = operação distintiva. 
 O paradigma é uma reserva de termos virtuais que representam as possibilidades, no nível das seleções. 
 Assim, o paradigma representa a potencialidade: todos os signos que o indivíduo conhece ficam armazenados 
para que ele faça a seleção e organize os sintagmas. 
RELAÇÕES PARADIGMÁTICAS: RELAÇÕES ASSOCIATIVAS 
 Cada elemento linguístico evoca no falante ou no ouvinte a imagem de outros elementos: a relação dá-se in 
absentia, ou seja, associam-se na memória as unidades que têm algo de comum entre si (pelo sentido, pelo som). 
 Exemplos. 
 a) Palavras agrupadas pelo radical. Ensino, ensinar, ensinemos há o radical como elemento comum. 
 b) Palavras agrupadas por sufixos. Casamento, armamento, julgamento; 
 c) Palavras agrupadas por analogia de significados. Ensino, instrução, aprendizagem, educação. (CLG, p. 145) 
O SINTAGMA PERTENCE À LÍNGUA 
A frase é o protótipo do sintagma (=organização), mas apesar de a frase pertencer ao âmbito da fala, o sintagma deve 
ser estudado na língua, já que a liberdade que os sintagmas possuem é ‘aparente’. 
“Poder-se-ia fazer aqui uma objeção. A frase é o tipo por excelência de sintagma. Mas ela pertence à fala e não à língua 
[...]; não se segue que o sintagma pertence à fala? Não pensamos assim. É próprio da fala a liberdade das combinações; 
cumpre, pois perguntar, se todos os sintagmas são igualmente livres.” (CLG, p. 144) 
O SINTAGMA PERTENCE À LÍNGUA 
 Por que estudar os sintagmas na língua? 
1. Existem sintagmas que “são frases feitas”, já cristalizadas, verdadeiros chichês, “nas quais o uso proibe qualquer 
modificação” (CLG, 144). Não permitem a liberdade combinatória da fala. 
Exemplos. “ora essa!”, “ora bolas!”, “não diga!”, “pois é!”, “veja só!”, “e agora?”, “dar com os burros n’água”, “é isso ai” 
etc. 
2. Analogia e Neologismos. Os sintagmas na fala são construídos a partir de formas regulares e que pertencem. por essa 
razão, à língua, pois, como adverte Saussure (p. 145), “cumpre atribuir à língua e não à fala todos os tipos de sintagmas 
construídos sobre formas regulares”. 
Exemplo. Imexível aparece na fala e passa ao sistema (= língua) porque há modelos ou paradigmas já existentes no 
sistema, como ilegível imperdível, irreversível, etc. 
RESUMINDO. A potencialidade da língua, o paradigma, possibilita sua criação através do que Saussure chama de 
analogia: acionamos as palavras semelhantes que estão armazenadas em nosso paradigma. 
CASTELAR (2000:95) 
 
VAMOS PRATICAR? 
Em relação ao sintagma, podemos afirmar que ele: 
a) é oposição distintiva. 
b) é potencialidade. 
c) diz respeito à seleção dos elementos. 
d) situa-se na memória do falante. 
e) xrelaciona-se à linearidade do significante 
Em relação ao paradigma, podemos afirmar que ele: 
a) diz respeito à combinação dos elementos. (paradigma= seleção) 
b) é oposição contrastiva. (paradigma=distinção) 
c) relaciona-se à linearidade do significante. 
d) xsitua-se na memória do falante. 
e) opera 'in praesentia'. (paradigma= in absentia) 
Leia as afirmativas a seguir a respeito do eixo sintagmático. 
 I. O sintagma representa as possibilidades de uso da língua. 
II. Por operar com base na linearidade do signo linguístico, o sintagma opera ‘in praesentia’. 
III. A relação associativa ocorre no plano paradigmático. 
a) As alternativas I e III estão corretas. 
b) Somente a alternativa I está correta. 
c) xAs alternativas II e III estão corretas. 
d) Todas as alternativas estão corretas. 
e) Somente a alternativa II está correta. 
Leia as afirmativas a seguir a respeito do eixo associativo ou paradigmático: 
I. As relações associativas situam-se na memória do falante. 
II. O paradigma opera por oposições distintivas. 
III. As relações entre os elementos no paradigma operam 'in absentia'. 
a) As alternativas I e III estão corretas. 
b) Somente a alternativa I está correta. 
c) As alternativas I e II estão corretas. 
d) xTodas as alternativas estão corretas. 
e) Somente a alternativa II está correta. 
Em relação ao eixo sintagmático e ao eixo associativo é INCORRETO afirmar: 
a) As relações sintagmáticas se baseiam na linearidade do signo linguístico. 
b) As relações associativas acontecem na mente dos indivíduos. 
c) xAs relações paradigmáticas estabelecem-se em função da presença dos termos no discurso. 
d) As relações associativas ocorrem in absentia e representam as possibilidades de escolha. 
e) As relações sintagmáticas representam a realização concreta e ocorrem in praesentia. 
SINCRONIA E DIACRONIA 
 Assim, Saussure considera que se devam distinguir os fenômenos de duas maneiras: 
• Sincronia: syn (simultaneidade) + chrónos (tempo). 
 Os fatos da língua são estudados nas relações que contraem, uns em relação aos outros. 
• Diacronia: dia (movimento através de) + chrónos (tempo). 
 Os fatos da língua são estudados considerando a interferência do fator tempo e o estudo da mudança 
linguística. 
 Por que as linhas se cruzam? Em um estado de língua, 
temos formas atuais e formas que vão caindo em desuso. 
Só para lembrar: mutabilidade e imutabilidade do signo linguístico: 
O signo linguístico é imposto e a criatividade do indivíduo é ‘freada’. 
 No entanto: “[...] a língua se transforma sem que os indivíduos possam transformá-la.” (p. 89) 
 “O tempo, que assegura a continuidade da língua, tem um outro efeito, em aparência contraditório com o 
primeiro: o de alterar mais ou menos rapidamente os signos linguísticos e, em certo sentido, pode-se falar, ao mesmo 
tempo de mutabilidade e de imutabilidade do signo.” (CLG, p. 89) 
COMO SE PROCESSA A MUDANÇA LINGUÍSTICA? 
MUTABILIDADE DO SIGNO. Para que haja mudanças no sistema, é preciso que toda a coletividade concorde. 
 
SINCRONIA E DIACRONIA 
• A Linguística sincrônica se ocupará das relações lógicas e psicológicas que unem os termos coexistentes e que 
formam sistema, tais como são percebidos pela consciência coletiva. 
• A Linguística diacrônica estudará, ao contrário, as relações que unem termos sucessivos não percebidos por 
uma mesma consciência coletiva e que se substituem uns aos outros sem formar sistema entre si. 
COMO SAUSSURE LIDOU COM O FATOR TEMPO? 
Saussure priorizou os estudos sincrônicos, diferenciando-se dos estudos diacrônicos da Escola Comparativista – 
diacrônico é, desse modo, tudo que diz respeito às evoluções. 
 Para Saussure, a prioridade deve ser para a pesquisa descritiva, ou seja, estudar a língua sincronicamente. 
SINCRONIA 
A sincronia opera a partir de uma única perspectiva: a dos falantes, consistindo o seu método em “observar-lhes o 
testemunho” (CLG, 106). O objeto da sincronia é observar e descrever o funcionamento do sistema linguístico “num 
lapso de tempo suficientemente curto para, na prática, se poder considerar um ponto no eixo do tempo”. (Martinet, 
apud Carvalho: 2000, 74) 
DIACRONIA 
 As técnicas da Linguística diacrônica distinguem duas perspectivas, segundo o caráter dos dados com que opera 
(CLG, 106): 
• Método prospectivo - estuda e compara dois ou mais estados da mesma língua, cada um antepassado ou 
descendente do outro. Método usado principalmente em linguística histórica. 
• Método retrospectivo (mais conhecido como comparativo) - estuda estados de língua que tenham parentesco 
entre si tentando-se chegar (até onde seja possível) ao estado do último antepassado comum a todos os 
estados conhecidos.• Apesar de haver afirmado que a diacronia leva a tudo, contanto que se saia dela (numa critica mordaz aos 
neogramáticos), Saussure (p. 106) reconhece o seu valor, mas apenas como um meio, não um fim: ‘‘A 
diacronia não tem um fim em si mesma”. E explicita o mestre (p. 115): 
 “Mas todas as inovações (...) coletividade as acolhe.” 
• A Linguística diacrônica estudará, ao contrário, as relações que unem termos sucessivos não percebidos por 
uma mesma consciência coletiva e que se substituem uns aos outros sem formar sistema entre si. 
VAMOS PRATICAR? 
Como podemos caracterizar sincronia e diacronia? 
SINCRONIA (1) 
DIACRONIA (2) 
a) ( ) Estática. 
b) ( ) Leva em conta o tempo. 
c) ( ) Trata de fatos simultâneos. 
d) ( ) Interessa-se pelo sistema. 
e) ( ) Gramática histórica/ estudo externo da língua. 
f) ( ) Comeder > comeer > comer. 
Por que optar pelo método sincrônico? 
 1. O falante nativo não tem consciência da sucessão dos fatos da língua no tempo: ele pode utilizar a língua sem 
saber nada de sua história. O indivíduo que usa a língua como veículo de comunicação e interação social não percebe 
essa sucessão de fatos. 
 O falante só percebe a língua que ele utiliza, ou seja, o estado sincrônico de língua porque a língua possui uma 
lógica interna. 
 Exemplo. A palavra ‘romaria’. 
 2. Língua como sistema de valores: o linguista só pode realizar a abordagem desse sistema, estudando, 
analisando e avaliando suas relações internas (sintagmáticas e paradigmáticas), isto é, estudando sua estrutura, 
sincronicamente. 
 Como a língua é um sistema de valores, seu estudo deveria partir da estrutura como se apresenta num estado 
momentâneo, a qual é a única perceptível pelos falantes, visto que os mesmos não percebem a sucessão de fatos 
linguísticos no tempo, que constituem a diacronia. 
FERDINAND DE SAUSSURE: A NOÇÃO DE VALOR 
Para Saussure, a língua é uma rede de pares opositivos: “na língua só existem diferenças”. 
O valor dos elementos da língua é um valor semântico, traz significado. 
Exemplos. 
Lá e lã (se é vogal oral, não é vogal nasal); 
Carro x carros (se é singular, não é plural); 
Cata x gata (se é o fonema surdo, não é o sonoro) 
Carro x camisa (um substantivo ou outro). 
O JOGO DE XADREZ E A SINCRONIA 
• Cada posição de jogo corresponde a um estado de língua. 
• O valor de cada peça depende da posição que ela ocupa no tabuleiro. Igualmente na língua, cada elemento tem 
seu valor determinado pela oposição e pelo contraste com os outros elementos. E esse valor é momentâneo, 
pois ele pode variar de um estado ao outro da língua. 
• Assim como no jogo de xadrez o deslocamento de uma peça não ocasiona mudança geral no sistema, as 
mudanças na língua aplicam-se a certos elementos, embora não se saiba quais efeitos serão causados sobre o 
restante do sistema. No entanto, o próprio Saussure enxerga uma falha na comparação. 
 Falha na comparação: o jogador tem o poder de deslocar peças conscientemente e, dessa forma, agir 
intencionalmente sobre o sistema (Jogo de xadrez), o falante nada premedita, não lhe é dado logicar, pois na língua ‘
‘é espontânea e fortuitamente que suas peças se deslocam, ou melhor, se modificam” (CLG, 105). 
VAMOS PRATICAR? 
Leia as afirmativas a seguir sobre sincronia: 
I. Estuda a língua a partir do ponto de vista do falante. 
II. Estuda um estado de língua. 
III. Estuda os fatos da língua levando em conta o fator tempo. (Isso é diacronia) 
a) Somente I está correta. b) I e II estão corretas. 
c) II e III estão corretas. d) I e III estão corretas. 
e) Todas estão corretas. 
SINCRONIA E ARBITRARIEDADE DO SIGNO 
Porque a relação entre o significante e o significado é arbitrária pode ser afetada pelo tempo. Se essa relação fosse 
natural e lógica, o signo linguístico teria condições de resistir à ação transformadora do tempo, mantendo-se imutáveis 
os seus dois constituintes. 
• “Uma língua é radicalmente incapaz de se defender dos fatores que se deslocam, de minuto a minuto, a 
relação entre o significante e o significado. (CLG, p.90) 
• Portanto, é exatamente por ser uma entidade eminentemente histórica que a língua exige, prioritariamente, 
uma análise a-histórica, isto é, sincrônica. 
O ESTRUTURALISMO LINGUÍSTICO 
• Ainda que Saussure não tenha usado a palavra ‘estruturalismo’, deixou um importante estudo sobre o 
sistema da língua e sobre sua estrutura. A partir do conceito de sistema, Saussure propõe o estudo da língua em 
suas relações internas, observando-se a organização das unidades que compõem esse sistema e dos princípios e 
regulamentos que o regem. 
• A obra de Saussure influenciou linguistas como Leonard Bloomfield, nos Estados Unidos, Louis Hjelmslev, na 
Escandinávia, e Antoine Meillet e Émile Benveniste que, na França, continuaram o trabalho de Saussure. 
O QUE É UMA ANÁLISE ESTRUTURALISTA 
• Cada língua possui uma estrutura específica. 
• A estrutura da língua pode ser observada em três níveis: fonológico, morfológico, sintático. 
• Cada nível é constituído por unidades do nível imediatamente inferior. 
• A descrição da língua deve partir das unidades mais simples para as mais complexas. 
• Cada unidade é definida de acordo com sua posição estrutural. 
Exemplo. 
(A descrição da língua deve partir das unidades mais simples para as mais complexas. 
Cada unidade é definida de acordo com sua posição estrutural.) 
Fonema – O/ a/l/u/n/o c/õ/p/r/o/u /o/s l/i/v/r/o/s 
Morfemas – O / alun/o compr/ou o/s livro/s 
Palavras – O / aluno / comprou / os/ livros/ 
Sintagmas – O aluno/ comprou os livros 
Frase – O aluno comprou os livros 
CASTELAR (2000:77) 
 
FERDINAND DE SAUSSURE 
 
VAMOS PRATICAR? 
Questão 1. A diacronia: 
a) é estática. 
b) interessa-se pelo sistema. 
c) xtrata de fatos sucessivos. 
d) descreve um determinado estado de uma língua. 
e) estuda o modo como a língua funciona. 
Questão 2. A sincronia: 
a) pode ser prospectiva e retrospectiva. 
b) xdescreve um determinado estado de uma mesma língua. 
c) leva em conta o tempo. 
d) preocupa-se com a evolução. 
e) trata de fatos sucessivos. 
Questão 3. Em relação à sincronia é INCORRETO afirmar que ela estuda: 
a) os fatos que atuam na língua de maneira sistemática e geral. 
b) a língua sob a perspectiva daqueles que só conhecem essa última como uma realidade sistemática e funcional. 
c) o modo como a língua funciona. 
xd) o processo de evolução da língua. 
e) um determinado estado de uma mesma língua. 
Questão 4. Leia as afirmativas a seguir. 
I. A diacronia estuda os fatos linguísticos em suas transformações através dos tempos. 
II. A sincronia descreve estados de língua e suas relações internas. 
III. A sincronia estuda as relações entre fenômenos existentes ao mesmo tempo. 
a) As alternativas I e II estão corretas. 
b) xTodas as alternativas estão corretas. 
c) As alternativas I e III estão corretas. 
d) Somente I está correta. 
e) Somente III está correta. 
f) Questão 5. Leia as afirmativas a seguir: 
g) I - A sincronia trabalha sob a perspectiva das pessoas que falam a língua em determinado momento. 
h) II - No método retrospectivo, tem-se o estudo e a comparação de dois ou mais estados da mesma língua, cada 
um antepassado ou descendente do outro. 
i) III - No método prospectivo, tem-se o estudo de estados de língua que tenham parentesco entre si tentando-se 
chegarão estado do último antepassado comum a todos os estados conhecidos. 
j) a) I e II estão corretas. b) Todas estão corretas. 
k) c) I e III estão corretas. x d) Somente I está correta. 
l) e) Somente III está correta 
Questão 1. A partir da noção de Linguística, Gramática Normativa e GramáticaTradicional, assinale a alternativa correta 
no que se refere ao uso de “Vós sois” e “Parai tu” na tirinha a seguir: 
 
a) Para a Gramática Normativa o uso das formas não está correto, já que não segue a prescrição. 
b) Como a Gramática Normativa utiliza-se da Linguística para descrever os fenômenos internos da língua, o uso das 
formas ‘Vós sois’ e “Parai tu” está correto para ambas. 
c) A Gramática Tradicional, de base grega, é construída por linguistas e, por apresentar caráter científico, 
considera ambas as formas corretas e adequadas. 
d) Para a Linguística, que analisa e descreve fenômenos linguísticos, mostrando ‘como a língua é’, o uso das 
formas está inadequado ao contexto. 
e) Para a Linguística, ambas as formas estão corretas, já que é assim que falamos em nosso dia a dia. 
A, d 
SUBSTITUIÇÃO DO ESLAIDE 16, AULA 2: FORMA E SUBSTÂNCIA 
“A língua é uma Forma e não uma Substância”. 
 (CLG, p. 141) 
 Por que a língua é forma? ‘Forma’ para Saussure significa ‘essência’ (= sistema e estrutura que 
organizam nossa comunicação). 
 
 Exemplo. Nós saiu cedo. 
 (Alteração na substância, mas não na forma) 
 A função da fala é relacionar forma e substância. 
AULA 2. AS NOÇÕES DE LÍNGUA E FALA 
Questão 2. Quais das características a seguir referem-se à língua, conforme proposta por Saussure? 
a) Ideal, heterogênea, assistemática. 
b) Inovadora, social, abstrata. 
c) Momentânea, concreta, real. 
d) Homogênea, ideal, social. 
e) Real, inovadora, heterogênea. 
D 
Questão 3. Leia as afirmativas a seguir: 
• I. A fala é uma instituição social, uma realidade sistemática e funcional. 
• II. O indivíduo não pode modificar a língua porque ela é uma instituição social. 
• III. A fala faz evoluir a língua porque as mudanças ocorridas na fala chegam ao sistema da língua. 
Considerando-se as ideias de Saussure, quais alternativas estão corretas? 
a) Somente I. b) Somente II. C) Somente III. 
d) As alternativas I e II. e) As alternativas II e III. 
E 
Questão 4. De acordo com as ideias de Saussure, a língua é: 
a) uma atividade manifestativa e cognoscitiva. 
b) a manifestação da linguagem não-verbal organizada em signos. 
c) um ato coletivo e, por isso, está sujeita a fatores externos, muitos desses não linguísticos e, portanto, passíveis 
de análise. 
d) é uma realidade psíquica formada por significados e imagens acústicas. 
e) heterogênea pela liberdade de combinação por parte dos indivíduos. 
D 
Aula 3 
Questão 5. Leia a tira a seguir. 
 
 O amigo do personagem Maluquinho usa a palavra ‘começão’, uma palavra não dicionarizada. Apesar do 
estranhamento inicial, a comunicação se estabelece quando Maluquinho percebe que se trata de uma comemoração 
com comida. Qual das alternativas a seguir NÃO justifica o que aconteceu na tira? 
a) Apesar de eles compartilham do mesmo sistema, Maluquinho não conseguiu dar significado aos significantes de 
‘começão’. 
b) O signo ‘começão’ é possível porque teríamos ‘comer’ como arbitrário absoluto e os signos dele 
derivados como arbitrários relativos. 
c) Ainda que a língua seja uma convenção social, o contexto fez com que a relação entre conceito e imagem 
acústica se estabelecesse. 
d) Cada um pode criar os signos que quiser, já que a comunicação não é um dos objetivos da organização do 
sistema da língua. 
e) Os signos linguísticos ‘repousam em uma espécie de acordo coletivo’, mas podemos criar novos signos a 
partir do nosso paradigma. 
D 
Questão 6. 
 Leia as frases a seguir: (a) Andei pensando em viajar. (b) Andei quase três quilômetros. Nessas frases, o verbo ‘
andar’ não constitui a mesma unidade linguística, ou seja, não constitui o mesmo signo linguístico por que: 
a) os significantes e os significados são os mesmos. 
b) os significados são os mesmos, mas os significantes são diferentes. 
c) os significados são os mesmos, independentemente do contexto. 
d) embora os significantes sejam os mesmos, os significados são diferentes. 
e) os significantes e os significados são os mesmos, mas os contextos de emprego são diferentes. 
D 
Questão 7. Leia as afirmativas a seguir sobre signo linguístico, conforme proposto por Saussure. 
I. O caráter auditivo do signo linguístico faz com que ele seja arbitrário. 
II. A relação entre significante e significado é arbitrária, ou seja, é imotivada. 
III. O signo apresente uma parte perceptível e uma parte intelegível. 
Pode afirmar que: 
a) Somente I está correta. b) I e II estão corretas. 
c) II e III estão corretas. d) Somente II está correta. 
e) I, II e III estão corretas. 
C 
Questão 8. Quando pensamos no paradigma, pensamos em associação de signos. Qual das afirmativas a seguir está 
INCORRETA no que se refere ao paradigma? 
a) Morfemas como sufixos, marcas de feminino e de plural estão no paradigma. 
b) Um grupo de signos como quadro, caneta, carro, blusa, lágrima são associados como substantivos. 
c) O grupo minha / comeu / rua aparece associado no paradigma, haja vista a relação entre eles. 
d) O grupo de signos a/meu/seu são associados no paradigma como signos que determinam outros. 
e) ‘Aluno/escola/prova’ podem se organizar no paradigma por campo semântico. 
C 
Questão 9. Marque a alternativa INCORRETA no que se refere ao paradigma conforme proposto por Saussure? 
a) As relações paradigmáticas representam a associação e ocorrem in absentia. 
b) O paradigma situa-se na mente dos indivíduos e representa a potencialidade. 
c) O eixo paradigmático, por tratar de elementos associados na mente do falante, apresenta elementos indefinidos e 
sem ordem fixa. 
d) Podemos pronunciar ‘inhasgat’ em lugar de ‘gatinhas’ porque ambos os signos se associam em nosso 
paradigma. 
e) A palavra paradigma origina-se do grego e significa ‘modelo, exemplo’. 
D 
Questão 10. Marque a alternativa INCORRETA no que se refere ao sintagma, conforme proposto por Saussure? 
a) Por operar com base na linearidade do signo linguístico, o eixo sintagmático opera ‘in praesentia’. 
b) A palavra sintagma origina-se do grego e significa ‘coisa posta em ordem’. 
c) As relações sintagmáticas referem-se às relações de combinação entre os signos. 
d) No eixo sintagmático, um termo passa a ter valor em virtude do contraste que estabelece com aquele que o 
precede ou lhe sucede. 
e) O sintagma representa a potencialidade: todos os signos que o indivíduo conhece são organizados no sintagma 
para que ele se comunique. 
E 
Questão 2. Sabendo-se que a Linguística é o estudo científico da linguagem. Leia as afirmativas a seguir sobre o papel da 
Linguística. 
 I - Análise de fenômenos de variação fonética. 
 II -Identificação de funções sintáticas e sua classificação. 
 III - Avaliação crítica de textos jornalísticos, com emissão de juízo pessoal. 
a) Somente I está correta. b) I e II estão corretas. 
c) II e III estão corretas. d) I e III estão corretas. 
d) Toda estão corretas 
a 
Leia o trecho a seguir, retirado de “Alice no país das maravilhas”: 
- Não sei bem o que o senhor entende por “glória” - , disse Alice. 
Humpty Dumpty sorriu com desdém. – Claro que você não sabe, até eu lhe dizer. O que eu quero dizer é: “eis aí um 
argumento arrasador para você.” 
- Mas “glória” não significa “um argumento arrasador” -, objetou Alice. 
- Quando uso uma palavra - , disse Humpty Dumpty em tom escarninho – ela significa exatamente aquilo que quero que 
ela signifique...nem mais nem menos. 
- A questão - , ponderou Alice – é saber se o senhor pode fazer as palavras dizerem coisas diferentes. 
- A questão -, replicou Humpty Dumpty – é saber quem é que manda. É só isso. 
Qual o princípio de Saussure quebrado neste diálogo?O princípio da arbitrariedade e do fato dessa arbitrariedade não permitir que usemos os signos como desejarmos.

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