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Cenoura e Maracujá

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APÊNDICE A – MODELO DO QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO SISTEMA
1 INTRODUÇÃO.
A cenoura (Daucus carota L.) pertence à família Apiaceae, do grupo das raízes tuberosas, sendo originária do Sudoeste Asiático, está entre as hortaliças mais consumidas no Brasil, ocupando, desse modo, o quinto lugar em ordem de importância econômica. Grande parte do consumo é realizado in natura, quando as raízes devem ser firmes e com uma coloração laranja intensa, sem pigmentos verdes ou roxos na parte superior (ombro). 
Por ano, ocupa área equivalente a 30 mil hectares, com a produção de 900 mil toneladas de raízes, segundo dados fornecidos por Matos et al. (2011)
Os principais estados brasileiros produtores são Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Pernambuco e Goiás que juntos detém aproximadamente 90% da produção nacional, embora melhor produzida em áreas de clima ameno, nos últimos anos, face ao desenvolvimento de cultivares tolerantes ao calor e com resistência às principais doenças de folhagem da cultura, o cultivo de cenoura vem expandindo-se. (EMBRAPA, 2004).
O maracujá é uma cultura típica de países de clima tropical, se adaptou bem às condições do Brasil que, atualmente, é o primeiro produtor mundial, seguido do Peru, Venezuela, África do Sul, Sri Lanka e Austrália. Possui 530 espécies tropicais e subtropicais, das quais 150 são originárias do Brasil (MELLETTI, 1999). 
A família Passifloraceae, é formada por 18 gêneros, dentre os quais, destaca-se o Passiflora, sendo que no Brasil, a espécie mais cultivada é a Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg (maracujá amarelo ou azedo). Têm propriedades alimentícias e medicinais, sendo encontrados cultivos comerciais em quase todos estados com exceção de Roraima e Rio Grande do Sul, a Bahia é o maior produtor.
 
2. O CULTIVO DA CENOURA (Daucus carota)
 2.1 MORFOLOGIA
A cenoura é uma planta bienal cultivada como anual. Seu sistema radicular é constituído por uma raiz principal que acumula reservas que nutrem a planta no seu segundo ano do ciclo vegetativo e pelo hipocótilo, formando então, a parte comestível. A raiz é composta pelo tecido parenquimatoso do floema e xilema, predominantemente e, sua forma e dimensões são bastante variáveis, conforme a espécie. A coloração mais comum é a alaranjada, porém, podemos encontrar cenouras nas cores: branca (com ausência de pigmentos), púrpuras (ricas em antocianinas), amarelas (ricas em xantofilas) e vermelhas (ricas em licopeno). O caule é comprido durante o primeiro ano de crescimento. As folhas estão dispostas em rosetas, com inserção alterna e são compostas, bi ou trifoliolada, com os folíolos divididos em pequenos segmentos oblongos ou quase lineares. Após a iniciação floral o caule alonga-se e ramifica para poder suportar as inflorescências, que são umbela composta, com flores pequenas, de corola pentâmera e brancas. O fruto é seco, compreendido por um esquizocarpo composto por dois mericarpos.
 2.2 UTILIZAÇÕES E COMPOSIÇÃO
A cenoura é uma das mais importantes hortaliças de raiz, sendo esta comercializada fresca (com ou sem rama) ou após transformação industrial. As cenouras frescas são consumidas cruas em saladas, cozinhadas nas mais variadas formas, ou ainda, pode ser submetida ao processamento mínimo (4ª gama). Além da alimentação humana, a cenoura foi também utilizada como forrageira.
É um alimento rico em fibra, carotenos, riboflavina e tiamina. Os carotenoides presentes na cenoura apresentam um total que varia de 60 a 540 mg• kg-1. Os principais carotenoides presentes na cenoura de raiz com coloração alaranjada são β-caroteno, α-caroteno e o γ-caroteno. O β-caroteno e o α-caroteno são precursores da vitamina A (retinol). 
2.3 PLANTIO
 2.3.1 Preparação do Solo 
O solo deve possuir uma camada porosa, com estrutura homogênea de cerca 20-30 cm de profundidade, o que favorece o crescimento uniforme das raízes. É necessário a aração, gradagem e levantamento dos canteiros. Os canteiros devem ter de 80cm a 1m de largura, de 15 a 20 cm de altura e estar distanciados uns dos outros em aproximadamente 30cm. No caso de solos mais argilosos, em períodos chuvosos, é indicado aumentar a altura para facilitar a drenagem.
 2.3.2 Instalação da Cultura
A cenoura instala-se por sementeira no local definitivo, a uma profundidade de 3-5 mm. A quantidade ideal de sementes são três por “cova”, para produção em baixa escala, porém o desbaste se torna economicamente inviável, sendo mais indicadas para produção em larga escala. As sementes peletizadas (recobrimento de sementes). possuem elevada faculdade e vigor germinativo. A instalação da cultura pode ser efetuada em qualquer altura do ano, desde que a temperatura média seja superior a 6°C.
2.4 DESENVOLVIMENTO E EXIGÊNCIAS AMBIENTAIS
 2.4.1 Sementes e Germinação
O embrião maturo das sementes de cenoura apresentam apenas 2 a 3% do volume do endosperma e a faculdade e o vigor germinativos são muito variáveis, apresentando como temperatura ótima para a germinação de 20-35ºC. Quando o potencial hídrico do substrato atinge -8,1 bares, a germinação reduz-se a 50%. A escarificação das sementes não beneficia a germinação, ao contrário do umedecimento, do condicionamento osmótico e da pré-germinação, que melhoram a germinação e aceleram a emergência.
 2.4.2 Desenvolvimento Vegetativo e Reprodutivo
A raiz principal alonga-se rapidamente logo após a germinação, atingindo o seu máximo comprimento em 12-24 dias após a emergência. O crescimento inicial da parte aérea é lento, sendo necessários de 7 a mais de 20 dias para a emergência e cerca de 3 a 4 semanas até que surja a primeira folha verdadeira. Os processos de divisão e alongamento celular ocorrem simultaneamente durante todo período de crescimento da raiz. A planta precisa sofrer vernalização para entrar em fase reprodutiva, onde esta se completa ao fim de 6 a 10 semanas em temperatura inferior a 10°C. A cenoura também requer condições de dias longos para a floração.
 2.4.3 Exigências Climáticas
É uma cultura de estação fresca que pode ser cultivada em regiões com temperaturas entre os 8 e 35ºC, sendo que a velocidade e uniformidade de germinação variam com a temperatura dentro desses limites. A faixa ideal para a germinação rápida e uniforme é de 20 a 30ºC, ocorrendo a emergência entre 7 e 10 dias após a semeadura. A temperatura influencia na morfologia da raiz, bem como outros atributos de qualidade. Quando os valores de temperaturas ultrapassam os 21ºC, as raízes tendem a ficar curtas e espessas, enquanto em temperaturas inferiores a 16ºC favorecem a formação de raízes longas e finas. A amplitude térmica diária favorece o crescimento da raiz. Valores de temperatura próximos a 35ºC prejudicam o crescimento da folhagem e comprometem a qualidade da raiz devido ao desenvolvimento de aromas indesejáveis. A temperatura ótima para a síntese dos carotenoides situa-se entre 16 e 25ºC. Temperaturas fora deste intervalo prejudicam a coloração das raízes. 
As cultivares Brasília e Kuronan são adaptadas para altas temperaturas, inclusive no inverno, sendo a cultivar Brasília, a mais adotada nas regiões Norte e Nordeste. (VILELA e BORGES, 2008). 
 2.4.4 Preferências Edáficas
A cultura tem melhor desenvolvimento em solos profundos, soltos, friáveis, de texturas ligeiras a médias. Os solos devem ser simultaneamente úmidos e bem drenados, evitando-se os solos muito compactados, pedregosos ou extremamente argilosos, pois estas condições podem provocar dificuldade no aprofundamento, prejuízos no comprimento e forma e deformação das raízes, aumentando desse modo, o risco de podridões.
A cenoura é uma cultura sensível à salinidade e moderadamente tolerante a acidez, preferindo, no entanto, pH entre 6,0 e 6,8. O solo deve ser corrigido quando o pH for maior que 7,0 e menor a 6,0. A elevação exagerada do pH pode comprometer a disponibilidade de nutrientes como o boro, cobre, ferro, manganês e zinco. (VIEIRA, PESSOA e MAKISHIMA, 2008)
2.5 NUTRIÇÃO
Em trabalhos realizados por Cecílio Filhoe Peixoto (2013) foram observados que os nutrientes N, P, K, Ca, Mg e S se acumulam nas folhas e nas raízes das cenouras e em ordem decrescente encontrando-se na seguinte disposição: K > N > Ca > P > S > Mg, com valores, respectivamente, de 906,7; 438; 155,46; 87,4; 58 e 37,63 mg por planta.
 
2.5.1 Deficiências Nutricionais
Nitrogênio:
Reduz o crescimento da planta;
As folhas mais velhas ficam amareladas uniformemente e, com a evolução da deficiência, tornam-se avermelhadas. 
Fósforo: 
Folhas mais velha apresentam coloração castanha- arroxeada;
Com a evolução da deficiência há o amarelecimento e abscisão das folhas. 
Potássio: 
Folhas mais velha apresentam as margens dos folíolos queimadas; 
Com o avanço da deficiência, os pecíolos coalescem, secam e morrem.
Cálcio: 
Causa necrose dos pontos de crescimento das folhas novas; 
O pecíolo apresenta pequenas áreas coalescentes;
Há morte das folhas ainda com a coloração verde. 
Magnésio: 
Folhas mais velha ficam cloróticas nas bordas;
Coloração levemente avermelhada nas margens e se expande em direção ao centro dos folíolos;
Pode ser confundida com a deficiência de nitrogênio ou virose. 
Boro: 
Encrespamento das folhas, que se dobram para o solo; 
Folhas com tonalidade vermelha ou amarela;
Pode ser confundida com viroses;
As folhas novas são pequenas e é comum a morte do broto com aparecimento de necrose progressiva;
Na raiz, ocorre o fendilhamento longitudinal com posterior cicatrização. Condição que predispõem à deficiência do boro:
Pode ser provocada por excesso de calcário, de N e de chuva.
2.6 FERTILIZAÇÃO
A adubação mineral para fósforo e potássio dependerá do nível de fertilidade do solo: o fósforo pode variar de 100 até 600 kg/ha; o potássio de 50 até 300 kg/ha. Com relação ao nitrogênio, de modo geral, recomendam-se no plantio 40 kg/ha. Os micronutrientes, principalmente o boro e o zinco, ficam na dependência do histórico da área e da exigência da planta. 
Deve-se evitar a aplicação de corretivos orgânicos imediatamente antes da cultura. O tempo ideal para tal é de pelo menos 4 meses antes da instalação da cultura, pois o esterco não compostado favorece o ataque da mosca da cenoura, além do excesso de N que pode favorecer o crescimento da parte aérea em detrimento da raiz, tornando-as suscetíveis ao fendilhamento e a problemas fitossanitários.
Um outro método para corrigir o solo é a calagem, a qual consiste na aplicação de corretivo agrícola, preferencialmente o calcário, com a finalidade de corrigir a acidez do solo e fornecer cálcio e magnésio às plantas. Com base na análise do solo, recomenda-se a quantidade de calcário que deve ser aplicada, uma vez que o excesso desse minério pode elevar inadequadamente o pH, o cálcio e o magnésio e causar desordens nutricionais (diminuir a disponibilidade de micronutrientes do solo para a planta), reduzindo a produtividade. No mínimo a calagem deve ser feita três meses antes do plantio, preferencialmente com o calcário dolomítico. Metade da dosagem deve ser aplicada por ocasião da aração e a outra metade na gradagem. Recomenda-se que seja feito a subsolagem, visando à descompactação, e à análise do solo a cada dois anos.
2.7 NECESSIDADES DE ÁGUA E REGA
A cultura da cenoura é extremamente exigente em água, em todo seu ciclo produtivo, já que a qualidade e a produtividade das raízes são influenciadas pelas condições de umidade do solo. O estresse hídrico é fator prejudicial para a cultura, provocando o desenvolvimento de aromas desagradáveis, aumento da fibrosidade e deformação do aspecto cilíndrico das raízes. Por outro lado, o excesso de umidade causa o fendilhamento das raízes e inibe o desenvolvimento da cor. O ideal é realizar regas frequentes e de baixa dotação. Estima-se que as necessidades de água exigidas pela cultura sejam de 35-55mm por semana
A necessidade de água para a irrigação da cultura da cenoura varia de 350 a 550 mm por ciclo, dependendo das condições climáticas, duração do ciclo da cultivar e sistema de irrigação. A demanda diária aumenta ligeiramente com o crescimento das plantas, sendo máxima no estádio de engrossamento de raiz.
A cenoura é altamente sensível ao défice hídrico. O êxito da cultura é obtido quando a umidade do solo é mantida próxima à capacidade de campo durante todo o ciclo de desenvolvimento das plantas. O excesso de água pode ser mais prejudicial que condições de baixa disponibilidad no solo. Além de favorecer maior incidência de doenças de solo, o excesso limita a disponibilidade de oxigênio e a absorção de água e de nutrientes pelas raízes. O problema é mais grave em solos de várzea com drenagem deficiente. Dentre os estádios da cultura, o inicial e o vegetativo são os mais sensíveis a condições inadequadas de aeração na rizosfera.
2.8 COLHEITA, PÓS-COLHEITA E ARMAZENAMENTO
A colheita da cenoura inicia-se entre 80 e 110 dias após a semeadura, dependendo da cultivar/ híbrido e época de plantio. A colheita é efetuada de forma mecânica à escala comercial, porém esta pode ser realizada manualmente (quando as cenouras são apresentadas no mercado com rama). O ponto de colheita ocorre com a raiz parcialmente madura e/ou quando as folhas mais velhas se apresentam mais amareladas e secas e nas folhas mais jovens há um arqueamento para baixo. 
As raízes de cenoura, após a operação de colheita, passam por uma pré-seleção para a eliminação das raízes com defeitos. Em seguida, são acondicionadas em caixas de madeira ou engradados de plástico e transportadas para o galpão para serem lavadas, selecionadas, classificadas e acondicionadas. Com a seleção, descartam-se as raízes com defeitos, ou seja, quebradas, rachadas, ramificadas, com galhas, com ombros verdes ou roxos, danos mecânicos, com injúrias provocadas por ataque de insetos ou patógenos ou outras anormalidades que prejudiquem a aparência e a qualidade. A preparação das cenouras para o mercado basicamente consiste nas operações de: lavagem, triagem, calibração e embalagem. Após a lavagem, as raízes são padronizadas, classificadas conforme o comprimento, categorias ou tipos. Para uma boa qualidade, as cenouras devem ser hidro-arrecifadas em até temperaturas inferiores a 5°C. A embalagem convencional é de madeira ou de plástico, que comporta de 20 a 25 kg.
A cenoura deve ser armazenada em temperaturas superiores ao ponto de congelamento (-1,4ºC), tipicamente ao redor de 0ºC sob umidade relativa elevada (>95%). O emprego de temperatura de armazenamento inferiores a 0ºC requerem câmaras com excelente uniformidade e controle térmico. Nestas condições, a cenoura pode ser conservada firme e com boa aparência por cerca de 3 meses.
2.9 FITORMÔNIOS
Durante o armazenamento as cenouras não devem ficar expostas a concentrações de etileno superiores a 0,5 microlitros de etileno por litro de ar, pois este gás causa a formação de substâncias fenólicas de sabor amargo como a isocumarina.
O AG3 (Ácido Giberélico) e etrel afetam o metabolismo das sementes e aumentam a percentagem e velocidade de emergência das plântulas. O etrel e a cinetina anulam o efeito ocasionado pelo AG3 sobre o aumento do comprimento das plântulas. A cinetina afeta o vigor em menor intensidade, mas afeta significativamente o metabolismo na germinação. 24-Epibrassinolide em concentrações muito baixas promove o crescimento de células de cenoura. (TAIZ; ZEIGER, 2006)
3. O CULTIVO DO MARACUJÁ (Passiflora spp.)
 3.1 MORFOLOGIA
É uma trepadeira sublenhosa lignificada na base, caule cilíndrico, folhas trilobadas e flores hermafroditas que se abrem a partir do meio dia e fecham-se a noite. O fruto é uma baga globosa, amarelo quando maduro com numerosas sementes. Possui mecanismo C3. Apresenta um sistema radicular pivotante ou axial onde 60 a 87% das raízes estão entre 15 e 45cm de profundidade, estando a uma distância do caule que pode chegar a 135cm. Nesta planta também encontram-se as gavinhas que são folhas modificadas com função de prender a planta no suporte (tigmotropismo).
 3.2 UTILIZAÇÕESE COMPOSIÇÃO DO FRUTO
Além de seu aproveitamento in natura, o maracujá é utilizado pelas indústrias alimentícias, farmacêuticas e de cosméticos, graças ao alto valor nutritivo do fruto, rico em vitaminas A e C, cálcio e fósforo, e a presença de substâncias como passiflorina (um harmônio-alcaloide) e maracugina, usadas como calmante. A casca do maracujá é rica em pectina, niacina (vitamina B3), ferro, cálcio e fósforo. Na semente, são encontrados 87,54% de ácidos graxos insaturados, com predominância do ácido linoleico, além de cerca de 20 a 25% do seu total ser composto por óleos com características semelhantes ao óleo de soja e algodão, podendo ser utilizados para fabricação de sabonetes, tintas e vernizes. Em raízes, folha e frutos encontram-se alcaloides (passiflotina harmina e harmano), flavonoides (metabólitos secundários da classe dos polifenóis, componentes de baixo peso molecular encontrados em diversas espécies vegetais), glicolisados (vitexina, isovitexina, orientina, isorientina e saponarina) e não glicolisados, além de álcoois, ácidos graxos, taninos e resinas. O mesocarpo do fruto possui um teor de pectina em torno de 2%.
Os maracujás contem níveis relativamente altos de ácido cianídrico (HCN) que pode chegar a 59,4mg/100g de peso fresco quando colhido verde. Quando maduro este nível cai para 14,17mg/100g e com a abscisão chega a 6,5mg/100g.
O fruto imaturo apresenta cor verde com pontuações brancas e quando maduro é amarelo intenso.
O fruto é composto por 62,1% de casca, 26,2% de sementes com arilo e suco, 11,7% de polpa residual e 9,7% de suco.
No maracujá amarelo, os açucares são constituídos por 32,4% de glicose, 38,1% de sacarose e 29,4% de frutose. Os ácidos orgânicos do suco do maracujá têm em média 83% de ácido cítrico, 15,9% de ácido málico, 87% de ácido láctico e 0,20% de ácido malônico.
O teor de ácido ascórbico no suco é um dos indicadores do valor nutritivo do maracujá e varia muito de acordo com estágio de desenvolvimento, amadurecimento, temperatura de armazenamento e fotoperiodismo. Os teores de vitamina C variam de 20 a 40mg de ácido ascórbico em 100ml.
Os componentes do aroma estão em um óleo solúvel em água que representa cerca de 36ppm do suco. No maracujá amarelo já foram encontrados 73 compostos voláteis, os ésteres principais são: o butirato de etila (responsável pelo sabor doce), o hexanoato de etila e o butirato de exila. Os componentes linalol, nerol, geraniol e a-terpeniol estão presentes mais como glicosídeos.
3.3 PLANTIO
 3.3.1 Solo
Quanto ao solo deve ser profundo, mais de 60 cm sem qualquer impedimento, levemente ácido com pH entre 5,5 e 6,5, bem drenado e bem aerado. Solos com alto teor de argila e pouco permeáveis não são indicados.
 3.3.2 A propagação do maracujá 
 3.3.2.1 Sementes
É mais realizada por sementes onde a germinação ocorre de 2 a 3 semanas após a semeadura, sendo que em meses mais quentes a germinação é mais rápida que em meses mais frios. Para o semeio usa-se três (3) partes de terra para uma (1) parte de esterco de curral bem curtido. O plantio deve ser realizado por volta de 45 a 70 dias, quando as plantas apresentam um tamanho médio de 15 a 25 cm.
 3.3.2.2 Estaquia
Deve-se obter estacas de caules maduros e conter três nós, a parte inferior deve ser cortada em bisel e ter uma gema do lado oposto ao corte, as estacas da parte apical do caule enraízam melhor. O emprego da nebulização é importante para aumentar a umidade relativa do ar, isso aumenta o enraizamento e ajuda a desenvolver o sistema radicular. Também podem ser usados hormônios para ajudar no enraizamento como o ácido indolbutírico (IBA), uma auxina sintética.
 3.3.2.3 Enxertia
O tipo mais usado é o de garfagem do topo em fenda cheia com pegamento de até 90%, os garfos que são utilizados com enxerto devem possuir de 2 a 3 gemas e ter o mesmo diâmetro do porta enxerto, os garfos devem ser retirados de várias plantas sadias e vigorosas. O procedimento deve ser feito em dias ensolarados, na região da enxertia deve-se usar uma fita crepe de 2cm de largura para unir bem as duas partes.
3.4 EXIGÊNCIAS AMBIENTAIS E CLIMÁTICAS
Vários fatores afetam a produção do maracujá amarelo: condições edáficas, clima, e agentes bióticos são os principais.
 3.4.1 Clima
Prefere clima quente e úmido onde a temperatura, precipitação, umidade relativa do ar e luminosidade são decisivos para o rendimento das plantas.
 3.4.2 Temperatura
Influencia o florescimento, fecundação e maturação dos frutos. Baixas temperaturas reduzem a absorção de nutrientes e retarda o crescimento das plantas, o fruto atinge a maturação mais rápido em temperaturas ideais de 23 a 28ºC. A acumulação máxima de nutrientes na parte aérea da planta ocorre a uma temperatura diurna de 25°C e noturna de 20°C.
 3.4.3 Precipitação
Gira em torno de 800 a 1750 mm distribuídos ao longo do ano o que nos dá uma média mensal de 60 a 120 mm. Durante a floração, as chuvas intensas podem afetar a polinização das flores, pois o grão de pólen se rompe em contato com a água, nas regiões onde há pouca chuva se faz necessário o uso da irrigação.
 3.4.4 Luminosidade
Se for inadequada pode afetar a formação de flores e frutos, geralmente a planta requer um fotoperíodo acima de 11h, considerada de dias longos. A abertura das flores para polinização está muito relacionada à incidência da radiação fotossinteticamente ativa (RFA), elas se abrem logo após a maior incidência da radiação sobre a planta. Com pouca luz, a quantidade de Ca, Mg, Fe e S aumenta enquanto que o P diminui. Em locais sombreados ocorre o estiolamento da planta e afeta o crescimento das raízes, pois a auxina produzida no ápice caulinar não chega até as raízes ficando mais concentrada no caule causando estiolamento.
 3.4.5 Altitude
Entre 100 e 1000m é mais indicada, isso aumenta o tempo de exploração. A umidade associada a ventos constantes e baixa temperatura pode causar a dessecação dos tecidos pela transpiração excessiva, umidade relativa ideal em torno de 60%.
3.5 NUTRIÇÃO
A planta requer grandes quantidades de N, K e Ca, 40% do N e do K são exportados pelo fruto, o Ca é mais exportado pela planta sendo que apenas 4,5% vai para o fruto. Para micronutrientes, o Mn é mais absorvido, mas em percentual o Zn e o Cu são os mais exportados. Apesar da maior quantidade de Mn encontrada nos frutos, somente 6,4% são exportados contrastando com 34,5% do Zn, 32% do Cu, 13% do B e 11% do Fe.
Nas regiões norte e nordeste o florescimento é constante e absorção de nutrientes deve ser também. A absorção de nutrientes é menor até os 220-250 dias de idade em razão da baixa produção de matéria seca, após aparecerem os frutos, o crescimento se torna exponencial, nesse caso cresce a absorção de N, P e Ca bem como do Mn e Fe principalmente nos micronutrientes.
 3.5.1 Ação e deficiências de alguns nutrientes no maracujá:
Nitrogênio: 
Aumenta a quantidade de sólidos solúveis totais e menor acidez do suco assim como aumenta a produtividade diante de doses mais elevadas de N. Também participa da formação de compostos secundários como alcaloides.
Fósforo:
Sua ausência afeta a produção de matéria seca, o crescimento das raízes e também a produção de frutos.
Potássio: 
Aumenta o diâmetro do fruto.
Cálcio: 
A ausência causa deformação nas folhas.
Magnésio: 
Afeta o estado nutricional da planta, absorvendo elementos em maior quantidade que outros.
Boro: 
A carência dele resulta no acréscimo de N, P e S nas gavinhas (folhas modificadas).
Folha diagnostica: folha que se situa na axila do botão floral prestes a se abrir e folha adultas 3° ou 4° posição a partir da ponta do ramo.
3.6 ADUBAÇÃO E CALAGEM
A calagem visa neutralizar o Al e/ou Mn trocáveis, fornece Ca e Mg para as plantas e melhora a atividade biológica do solo. A calagem deve ser feita de 2 a 3 meses antes do plantio. A acidez aceitável para o maracujá está entre 5,5 e 6,5.
A adubação orgânica pode ser feita com esterco de curral bem curtidocolocando 20L por cova 30 dias antes do plantio. Para adubação mineral no 1° ano, recomenda-se aplicar todo o P antes do plantio, enquanto o N e o K deverão ser fracionados em 3 aplicações aos 60 dias após o plantio (DAP), na floração e aos 90 dias após a floração. No 2° ano, o P deve ser aplicado de uma só vez no período de floração quanto ao N e K deve ser parcelado em 3 vezes sendo a 1° na floração e as demais aos 90 e 180 dias após a floração. O S também deve ser fornecido em pelo menos uma fonte, como sulfato de amônio ou o sulfato de potássio
Em solos arenosos pobres em matéria orgânica, podem ocorrer deficiências de micronutrientes que podem ser supridos via adubação do solo ou foliar. No solo, adubo deve ser colocado a uma distância de 10 cm da planta quando em formação em uma faixa de 20cm de largura, a distância deve aumentar à medida que a planta vai crescendo e quando adulta não deve ser maior que 30cm. A aplicação do adubo deve ser feita em períodos de boa umidade do solo.
3.7 IRRIGAÇÃO
Aumenta a produção e permite que fique de forma continua e uniforme com frutos de boa qualidade. O sistema de gotejamento é o mais indicado por favorecer a umidade e aeração do solo adequado ao melhor desenvolvimento da planta, este sistema também reduz a incidência de doenças. A irrigação pode favorecer em até 36% a produtividade da cultura.
De acordo com Kluge (1998), o potencial hídrico do solo acima de -0,02 causa prejuízo a cultura, a falta de água no solo pode causar a queda de folhas e frutos e o enrugamento. O estresse hídrico provoca redução no acúmulo de fotoassimilados na parte aérea (Malavolta 1994), isso produz ramos menores e com menor número de nós e cumprimento de entrenós, isso diminui o número de botões florais e flores abertas. 
3.8 CONDUÇÃO
A renovação da cultura, antes realizada a cada 5 anos, hoje, é feita anualmente, principalmente em decorrência de problemas fitossanitários, em alguns plantios pode ser a cada 2 anos. Por ser uma trepadeira necessita de suporte para uma boa distribuição dos ramos. A poda aumenta a produção, uma vez que os botões florais estão nos ramos em desenvolvimento e que a cada axila foliar existe, além da gavinha e da gema florífera, uma gema vegetativa, também ajuda no estado sanitário ao retirar ramos improdutivos. A poda pode ser de formação, onde a cada quinze dias após o plantio eliminam-se todos os brotos laterais favorecendo o crescimento do ramo principal, assim que o ramo atingir o arame deve-se eliminar o broto terminal para forçar o desenvolvimento das gemas laterais nos dois sentidos do arame depois da formação dos ramos, uma outra poda deve eliminar os brotos terminais para que os ramos produtivos possam crescer, estes devem ficar livres para ajudar na aeração e iluminação da planta, para isso as gavinhas destes ramos devem ser retiradas. 
No período de entressafra deve ser feita uma poda de limpeza para melhorar a aeração da planta e evitar contaminação de novas brotações. A poda de renovação é uma prática necessária e para que tenha sucesso precisam-se obedecer alguns critérios:
A planta deve estar em início de atividade vegetativa;
Início da brotação;
Plantio em bom estado nutricional e boa sanidade;
Temperatura média de 20 a 25°C. Isso ajuda na translocação da auxina que ajuda nas novas brotações;
O solo tenha água disponível para promover o crescimento.
3.9 COLHEITA, PÓS-COLHEITA E ARMAZENAMENTO.
Uma fruta tropical de difícil conservação, murcha rápido, e também ocorre fermentação da polpa, sendo os fatores que mais contribuem para isso: o clima, períodos chuvosos, (brix menor), a respiração e transpiração que é muito influenciada pela variação estacional.
Durante a colheita deve-se evitar batidas na casca para evitar injurias e se colhido cedo (totalmente verde) ou tarde (3/4 a totalmente maduro) murcha mais rápido e tem vida pós colheita menor. O melhor período para a colheita do fruto é aos 63 dias após a antese quando os frutos apresentam de 40 a 60% da casca amarela. O fruto colhido ainda no pé com pedúnculo de 1-2cm tende a murchar e fermentar mais tardiamente. A degradação da clorofila é associada à produção auto catalítica do etileno, a passagem do verde para o amarelo é usada como indicador externo para determinação do ponto de colheita.
A exposição dos frutos a corrente de ar nos galpões deve ser evitada, mantendo-se os frutos longe das portas e quando no transporte, bem cobertos com lonas evitando, desse modo, o processo de perda de água causado pela transpiração. Em câmaras de refrigeração, a circulação de ar deve ser suficiente para retirada do calor vital (produzido no processo de respiração do fruto). Mesmo com todos estes cuidados, em períodos acima de uma semana, torna-se difícil manter a qualidade dos frutos em condições ambiente. Em relação ao tamanho, quanto maior, mais tempo de conservação. 
De acordo com Mota (1999), emulsões a base de parafina e mistura dela com carnaúba aniônica mantiveram o maracujá por 21 dias à temperatura ambiente sem sintomas visíveis de murchamento. 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A cenoura e o maracujá são culturas de grande importância comercial no Brasil, apesar de não estarem entre as mais exportadas o consumo interno tem um relevante destaque. Adubação, calagem, tipo de solo, clima e nutrição mineral, são alguns dos fatores que interferem diretamente na produção dessas plantas. São culturas consumidas tanto in natura quanto por transformação industrial, através da indústria farmacêutica, de cosméticos e alimentícia.
	São cultivadas de maneiras bem diferentes, no caso da cenoura, há uma maior facilidade para o cultivo doméstico, podendo ser cultivada até em baldes ou sacas com o adubo. O maracujá necessita de uma área para a ramificação e não é plantado em local definitivo, como a cenoura, tendo assim a necessidade do transplante.

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