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1 Gravimetria • É o processo de isolar e de pesar um elemento, ou um composto definido de um elemento, na forma mais pura possível. O elemento ou composto é separado de uma amostra pesada da substância sujeita à análise. • Compreende duas etapas de peso: –o peso da amostra inicial; –o peso final do precipitado puro. • Refere-se à transformação do elemento num composto estável e puro, que possa ser convertido, numa forma apropriada para pesagem. • O peso do elemento pode então ser calculado facilmente a partir do conhecimento da fórmula do composto e das massas atômicas relativas dos elementos constituintes. Gravimetria Na gravimetria (também chamada análise gravimétrica), o constituinte desejado é separado da amostra na forma de uma fase pura, com composição definida, que é então pesada. A partir da massa desta última acha-se a massa do constituinte através de relações estequiométricas adequadas. A separação pode ser efetuada por meios diversos, precipitação química e volatilização são um exemplo. 2 Requisitos fundamentais • O componente desejado precisa ser precipitado quantitativamente: a quantidade do componente desejado que não precipita precisa ser uma fração desprezível em relação à quantidade total original deste componente (não deve exceder o mínimo perceptível pela balança analítica 0,1 mg); • O precipitado precisa ser puro ou, ter seu grau de pureza conhecido: o precipitado, no momento da sua formação, não deve incluir quantidades significativas de outras substâncias, a menos que estas substâncias possam ser separadas facilmente nas etapas de lavagem e secagem; • O precipitado precisa estar na forma física adequada para as etapas posteriores: as partículas precisam ter um tamanho tal que não passem através do meio filtrante. As reações, para que possam servir para fins gravimétricos, devem preencher certos requisitos: • É desejável que o reagente precipitante seja tão seletivo quanto possível nas condições de precipitação da espécie de interesse; • O precipitado gravimétrico deve ser tão pouco solúvel nas condições em que se origina e depois durante a lavagem, que as perdas por solubilidade não afetem seriamente o resultado da análise; • O precipitado deve ser facilmente separável da fase líquida por meio de técnicas usuais de filtração, através de papel ou cadinhos filtrantes, bem como deve ser facilmente lavável; • Finalmente, o precipitado formado deve ser ele próprio uma forma de pesagem adequada ou, então, deverá ser facilmente convertido em um composto de composição conhecida. Requisitos fundamentais 3 As formas de pesagem por sua vez, também precisam atender certos requisitos: •A característica essencial de uma forma de pesagem é possuir uma composição química perfeitamente definida; •A forma de pesagem não deve ser inconvenientemente higroscópica; •A conversão do precipitado, na forma de pesagem, deve ser efetuada sem controle rígido de temperatura, ou seja, a forma de pesagem deve suportar altas temperaturas; Requisitos fundamentais Requisitos Fundamentais • Uma pequena quantidade do constituinte a determinar deve originar quantidade relativamente grande da forma de pesagem, pois, tanto mais sensível será o método quanto menor a razão entre a massa do constituinte e a massa da forma de pesagem. Fe3+ Fe(OH)3 Fe2O3 Precipitação Calcinação 4 Métodos gravimétricos de análise Ag+(aq) + Cl -(aq) → AgCl(s) 1) Gravimetria por precipitação Na gravimétrica por precipitação a substância a ser analisada (analito) é convertida em um precipitado insolúvel, que é isolado e pesado. Exemplo: na determinação de Cl- pela precipitação com Ag+, o peso do AgCl formado nos indica a quantidade de Cl- originalmente presente. 2) Gravimetria por volatilização O analito é isolado dos outros constituintes da amostra por conversão a um gás de composição química conhecida. A massa desse gás serve como uma medida da concentração do analito. Exemplo: determinação da quantidade de bicarbonato de sódio em comprimidos de antiácidos. Uma massa de amostra de comprimidos finamente triturados é tratada com ácido sulfúrico diluído para converter o bicarbonato de sódio em dióxido de carbono, que é captado por uma substância absorvente. Métodos gravimétricos de análise 5 2) Gravimetria por volatilização Métodos gravimétricos de análise 2) Gravimetria por volatilização Reações envolvidas: a) Formação do dióxido de carbono: b) Absorção do CO2: Métodos gravimétricos de análise 6 3) Eletrogravimetria O analito é separado pela deposição em um eletrodo por meio do uso de uma corrente elétrica, e a massa desse produto fornece uma medida da concentração do analito. Exemplo: A determinação da concentração de cobre em uma amostra pode ser determinada através de uma eletrólise aquosa da mesma, com posterior precipitação de cobre metálico no catodo. Métodos gravimétricos de análise 3) Eletrogravimetria Métodos gravimétricos de análise 7 3) Eletrogravimetria Métodos gravimétricos de análise Operações utilizadas na análise gravimétrica Técnicas de precipitação: 1. A precipitação deve ser feita em solução diluída, levando-se em conta a solubilidade do precipitado, o tempo necessário para a filtração e, também, as operações com o filtrado. 2. Os reagentes devem ser misturados lentamente, para reduzir a supersaturação e facilitar o crescimento dos cristais. 8 Operações utilizadas na análise gravimétrica Técnicas de precipitação: 3. Se a solubilidade e a estabilidade permitirem, a precipitação deve ser feita à quente. Isto favorece o aumento da velocidade de cristalização, permitindo a obtenção de cristais mais perfeitos. 4. O tempo de digestão dos precipitados cristalinos deve ser o maior possível. 5. O precipitado deve ser lavado com solução de um eletrólito apropriado. Etapas de uma análise gravimétrica 1. Preparo da solução; 2. Precipitação; 3. Digestão; 4. Filtração; 5. Lavagem do precipitado; 6. Secagem ou calcinação; 7. Pesagem. 9 Preparo da solução Para iniciar uma análise gravimétrica é necessário que o elemento desejado esteja em solução: • Solubilização com água: Ex: NaCl; • Solubilização com ácido clorídrico: Ex: CaCO3 e Fe2O3; • Solubilização com ácido nítrico: Ex: CuO, cobre metálico e prata metálica; • Solubilização com água-régia: Ex: ouro, prata, platina e paládio; • Solubilização com ácido fluorídrico: Ex: solubilização de silicatos e areia; • Abertura por fusão com carbonato de sódio anidro: Ex: análise de argila; • Abertura por fusão com peróxido de sódio e hidróxido de sódio: Ex: tratamento de cromita (óxido de cromo); • Abertura por fusão com pirossulfato de potássio: Ex: tratamento de rutilo (óxido de titânio). Precipitação O elemento a ser dosado é separado da solução através da formação de um precipitado convenientemente escolhido em cada caso. Deve-se levar em conta vários fatores para a escolha do reagente precipitante: • Solubilidade: o reagente precipitante deve conduzir a formação de um precipitado quantitativamente insolúvel. Deve-se usar excesso do reagente, pois o efeito do íon comum diminui a solubilidade do precipitado; • Características físicas: é importante o conhecimento prévio do tipo de precipitado que será obtido, pois disto depende o tipo de filtração a ser empregado na separação do precipitado; • Pureza: deve-se procurar obter um precipitado o mais puro possível e para isso tomam-se algumas precauções quanto aos reagentes empregados, não só em relação à pureza dos mesmos como também a velocidade de sua adição. 10 Fatores que influenciam o tamanho das partículas nos precipitados • A partícula não pode estar na forma coloidal (10-7 a 10-4 cm de diâmetro); • O tamanho da partícula do precipitado é influenciado por variáveis experimentaiscomo: solubilidade, temperatura, concentrações dos reagentes e a velocidade com que são misturados; • O efeito dessas variáveis pode ser estimado qualitativamente através da supersaturação relativa: Fatores que influenciam o tamanho das partículas nos precipitados • As reações de precipitação são, geralmente, lentas; • Além disso, mesmo quando um reagente precipitante é adicionado gota a gota a uma solução contendo um analito, alguma supersaturação sempre ocorre.; • O tamanho das partículas de um precipitado varia inversamente com a supersaturação relativa durante o tempo em que o reagente está sendo introduzido. • Assim, quando (Q S)/S é grande, o precipitado tende a ser coloidal; quando (Q S)/S é pequeno, a formação de um sólido cristalino é mais provável. 11 Formação dos precipitados • Nucleação: processo que envolve um número mínimo de átomos, íons ou moléculas que se juntam para formar um sólido estável. Os núcleos iniciadores do processo podem ser cristais do analito ou ainda contaminantes sólidos em suspensão; • Crescimento da partícula: Processo de precipitação que envolve uma competição entre a nucleação adicional e o crescimento dos núcleos existentes; • Se a nucleação predomina, o resultado é um precipitando contendo um grande número de pequenas partículas; se o crescimento predomina, um número pequeno de partículas grandes é produzido. Controle do tamanho das partículas • Aumento da temperatura (aumento da solubilidade); • Utilização de soluções diluídas (para minimizar Q); • Adição lenta do reagente precipitante (minimizar Q); • Controle do pH (Ex.: solubilização de oxalato de cálcio em pH levemente ácido, com posterior adição lenta de amônia); • No caso de precipitados coloidais (Fe(OH)3, Al(OH)3, Cr(OH)3): Coagulação (Aglomeração das partículas individuais do pptado coloidal), através do aquecimento, da agitação e da adição de um eletrólito. 12 Digestão • É o processo no qual o precipitado, após ter sido formado, permanece em contato com o meio de precipitação (água-mãe). • O objetivo é de se obter um precipitado constituído de partículas grandes, facilmente filtráveis e o mais puro possível. • A filtrabilidade de um colóide coagulado freqüentemente melhora deixando-o descansar por uma hora ou mais em contato com a solução a partir da qual foi formado. • A necessidade de um tempo de digestão pode ser determinada pelo conhecimento das características físicas e da solubilidade do precipitado a ser formado. Co-precipitação • É o um processo no qual os compostos normalmente solúveis são removidos da solução por um precipitado. • Tipos de co-precipitação: a) Adsorção superficial – um composto normalmente solúvel é removido da solução sobre a superfície de um colóide coagulado. Nesse caso, a lavagem do precipitado com um eletrólito volátil, além do processo de digestão, resolvem o problema. b) Formação de cristal misto – um íon contaminante substitui um íon no retículo de um cristal (Ex.: contaminação de PbSO4 em um precipitado de BaSO4). Nesse caso, a solução é a substituição do agente precipitante. 13 Co-precipitação c) Oclusão – É um tipo de co-precipitação onde o composto é aprisionado durante o crescimento rápido do cristal. Como a supersaturação diminui com o progresso da precipitação, a oclusão acontece nos primeiros cristais formados. Nesse caso, a adição lenta do reagente precipitante, além do processo de digestão, resolvem o problema. d) Aprisionamento mecânico – É quando uma pequena parte da solução é aprisionada em um invólucro formado durante a etapa de crescimento. Assim como na oclusão, é recomendado a adição lenta do reagente precipitante para a solução do problema, além do processo de digestão. • É o processo de separação do precipitado do meio em que se processou a sua formação. A maneira como é feita a filtração dependerá do tratamento a que o precipitado será submetido na secagem (ou calcinação): • Para secagem em estufa, é necessário que a filtração seja feita em Gooch de vidro ou de porcelana com fundo poroso ou então com Gooch de porcelana com o fundo perfurado, dotado de uma camada de amianto como material filtrante. • Quando o precipitado deve ser calcinado em temperaturas elevadas , procede-se a filtração através do papel de filtro, desde que o precipitado não seja facilmente suscetível a uma redução pelo carvão proveniente da calcinação do papel. O papel de filtro utilizado em análise quantitativa apresenta resíduo de cinzas constante após a calcinação. Filtração 14 Tipos de funis empregados em filtração Funil de colo curto Funil de Büchner Funil para uso de filtros endurecidos Dobradura do papel de filtro 15 Dobradura do papel de filtro Dobradura do papel de filtro 16 Adaptação do papel de filtro ao funil Adaptação do papel de filtro ao funil 17 A filtração é feita por gravidade • A filtração é feita transferindo-se primeiramente o líquido sobrenadante e em seguida o precipitado. • A transferência é feita com o auxílio de um bastão de vidro, recolhendo-se o filtrado em um béquer. A extremidade inferior da haste do funil deve ser encostada na parede interna do béquer usado no recolhimento do filtrado. • Não se deve deixar o precipitado secar no filtro durante a filtração, pois poderão formar canaletas na massa do precipitado, que poderá provocar uma lavagem deficiente do mesmo. Transferência do precipitado para o papel de filtro 18 Lavagem • Realizada após a filtração. • Remove-se parte da água-mãe que ficou nele retida e eliminam-se as impurezas solúveis e não voláteis na temperatura de secagem ou calcinação a que o precipitado será submetido. • O líquido de lavagem deve ser aplicado em pequenas porções. • Para reduzir a solubilidade do precipitado, deve-se ter como eletrólito um íon comum e, se possível, o líquido de lavagem deve ser usado a quente. Secagem ou Calcinação Após a filtração e a lavagem do precipitado, este deve ser seco ou calcinado antes de ser pesado: Secagem: • Feita em temperatura abaixo de 250ºC, é utilizada para remoção de água de lavagem residual, e o precipitado é pesado sob a forma obtida na precipitação. • A secagem é feita em estufa elétrica, na maioria das vezes regulada em 110ºC. Calcinação: • Feita a temperatura acima de 250ºC, é procedida quando for necessário uma temperatura elevada para a eliminação da solução residual de lavagem, ou quando se requer uma alta temperatura para que ocorra uma transformação do precipitado. 19 Transferência do papel de filtro para o cadinho • Para que a calcinação seja bem feita, o papel de filtro deve ser convenientemente dobrado e colocado em um cadinho de porcelana. •O cadinho é então colocado na mufla e deixa- se a temperatura subir até cerca de 300ºC, onde deverá permanecer até a completa queima do papel de filtro. Secagem ou Calcinação 20 Secagem ou Calcinação Pesagem É a etapa final da análise gravimétrica. A pesagem é feita através de uma balança analítica colocada em cima de uma mesa bastante sólida, para evitar vibrações que provocariam erros de medida. O ambiente deverá ter temperatura e umidade controladas para num local sem incidência de correntes de vento. Antes da pesagem os cadinhos são resfriados em ambiente isento de umidade. 21 Cálculos envolvendo gravimetria • Cálculo de água de hidratação: Ex. 1: 5,000 g de cloreto de cobre hidratado são colocados na estufa à 100oC em um cadinho de porcelana até peso constante. Sabendo que a massa do cadinho é de 191,05 g e a massa do cadinho mais o sal desidratado é de 194,90 g, determine o grau de hidratação do sal. Resolução: ������ = ��� �� +��� −��� �� = 194,90 − 191,05 ∴ ������ = �, ! " CuCl2 . x H2O CuCl2 + x H2O (134,45 + 18,02 x) g 134,45 g 5,000 g 3,850 g x = 2,23Cálculos envolvendo gravimetria • Fator gravimétrico: é a relação estequiométrica entre a composição do analito e a composição da substância precipitada : • Ex. 1: fator gravimétrico do enxofre pesado como BaSO4: • Ex. 2: fator gravimétrico do fósforo pesado como Mg2P2O7: 22 Cálculos envolvendo gravimetria Resolução: 0,0809 g Ca --------------- 200,00 mL solução %Ca --------------- 100,00 mL solução %Ca = 0,4045 g Ca em 100,00 mL solução Cálculos envolvendo gravimetria Resolução: 1,1324 g minério --------------- 100 % 0,3773 g minério --------------- %Fe %Fe = 33,32 % a) Aplicando o mesmo para a letra b), temos → %Fe3O4 = 46,04 %
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