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Direito Administrativo 
“ O único dia fácil foi ontem “ 
Jotavê Dias Página 1 
 
 Salve, salve concurseiros e guerreiros bravos! Vamos iniciar o estudo de Atos 
Administrativos. Vamos nos manter atentos e firmes. A aprovação está próxima. 
1 . Conceito: 
Ato administrativo – uma espécie de ato jurídico, pois produz efeitos jurídicos. Entretanto, 
caracteriza-se por ser uma manifestação humana, voluntária e unilateral. São emanados por 
agentes públicos ou particulares investidos em função pública. 
 
OBS: o Legislativo e o Judiciário também editam atos administrativos em suas funções 
atípicas. 
 
OBS: atos da administração são atos emanados em condições de igualdade com um particular. 
 
2. Classificação: 
 
1. Atos vinculados: aqueles que a administração pratica sem nenhuma margem de 
liberdade de decisão. Ex: concessão de licença paternidade. 
 
2. Atos discricionários: aqueles que a administração pode praticar com certa 
discricionariedade, nos limites da lei, valendo-se de critérios de conveniência e oportunidade. 
Acontecem basicamente em duas situações: 
 
 
a) Quando a lei expressamente dá à administração liberdade para atuar dentro de limites 
bem definidos. 
b) Quando a lei emprega conceitos jurídicos indeterminados. 
 OBS: não confundir discricionariedade com arbitrariedade. 
 
3. Atos gerais: não possuem destinatários determinados. 
a) Apresentam hipóteses normativas a todas as pessoas. 
b) São sempre discricionários quanto ao conteúdo. 
c) Podem ser revogados a qualquer tempo. 
 
4. Atos individuais: possuem destinatários determinados. 
a) Podem ser singular (único destinatário) ou plúrimo (destinatários definidos). 
b) Só poderá revogar um ato discricionário se não tiver gerado direito adquirido. 
 
 
5. Atos internos: atingem apenas seus órgãos e servidores. 
 
6. Atos externos: atingem os administrados em geral, criando direitos ou obrigações. É 
condição de eficácia a publicação em imprensa oficial. 
 
 
7. Ato simples: uma única manifestação de vontade de um único órgão. 
8. Ato complexo: manifestação de vontade de dois ou mais órgãos. 
Direito Administrativo 
“ O único dia fácil foi ontem “ 
Jotavê Dias Página 2 
 
9. Ato composto: vontade de um órgão, mas depende de outro ato acessório para a sua 
aprovação. 
10. Ato válido: conforme o ordenamento jurídico. Não contém qualquer vício. 
11. Ato nulo: vício insanável. 
12. Ato inexistente: ato realizado por alguém que está usurpando a função. 
13. Ato anulável: contém um vício sanável e pode ser convalidado, desde que não 
acarrete lesão ao patrimônio público nem prejuízo a terceiros. 
a) São sanáveis os vícios relativos a competência desde que não se trate de uma 
competência exclusiva e o vício de forma, ao menos que seja uma forma exigida na lei 
como condição essencial à validade do ato. 
14. Ato perfeito: ato que concluiu todas suas etapas de sua formação. 
15. Ato eficaz: aquele que está pronto para produção do seu efeito. 
16. Ato pendente: é um ato perfeito, mas ineficaz, ou seja: está concluído, mas ainda não 
produz. 
Quanto aos Atos Descrição Exemplos 
Destinatários 
Gerais 
Destinam-se a uma parcela grande de 
sujeitos indeterminados e todos aqueles que 
se vêem abrangidos pelos seus preceitos; 
Edital; 
Regulamentos; 
Instruções. 
Individuais 
Destina-se a uma pessoa em particular ou a 
um grupo de pessoas determinadas . 
Demissão; 
Exoneração; 
Outorga de Licença 
Alcance 
Internos 
Os destinatários são os órgãos e agentes da 
Administração; não se dirigem a terceiros 
Circulares; 
Portarias; 
Instruções; 
Externos 
Alcançam os administrados de modo geral 
(só entram em vigor depois de publicados). 
Admissão; 
Licença. 
Objeto 
Império 
Aquele que a administração pratica no gozo 
de suas prerrogativas; em posição de 
supremacia perante o administrado; 
Desapropriação; 
Interdição; 
Requisição. 
Gestão 
São os praticados pela Administração em 
situação de igualdade com os particulares, 
SEM USAR SUA SUPREMACIA; 
Alienação e Aquisição 
de bens; Certidões 
Expediente 
Aqueles praticados por agentes subalternos; 
atos de rotina interna; 
Protocolo 
Direito Administrativo 
“ O único dia fácil foi ontem “ 
Jotavê Dias Página 3 
 
Regramento 
Vinculado 
Quando não há, para o agente, liberdade de 
escolha, devendo se sujeitar às 
determinações da Lei; 
 Licença; 
Pedido de 
Aposentadoria 
Discricionário 
Quando há liberdade de escolha (na LEI) 
para o agente, no que diz respeito ao mérito 
( CONVENIÊNCIA e OPORTUNIDADE ). 
Autorização 
Formação do 
ATO 
Simples 
Produzido por um único órgão; podem ser 
simples singulares ou simples colegiais. 
Despacho 
Composto 
Produzido por um órgão, mas dependente da 
ratificação de outro órgão para se tornar 
exeqüível. 
Dispensa de licitação 
Complexo 
Resultam da soma de vontade de 2 ou mais 
órgãos. Não deve ser confundido com 
procedimento administrativo (Concorrência 
Pública). 
Escolha em lista 
tríplice 
 
 
 
PERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA DO ATO ADMINISTRATIVO. 
Como qualquer ato jurídico, o ato administrativo pode ser examinado nos planos de 
perfeição, validade e eficácia. 
Assim, ato administrativo perfeito é aquele cujas fases necessárias à sua produção 
acham-se exauridas. O seu ciclo de formação está completo e acabado. 
O ato administrativo válido é aquele expedido em absoluta conformidade com o 
sistema normativo. Apresenta-se conforme o Direito e suas normas. 
O ato administrativo eficaz é aquele que se encontra apto a produzir seus efeitos 
próprios. Não depende de qualquer evento para que possa produzir seus efeitos típicos. Caso o 
ato dependa de algum evento posterior, será um ato pendente. 
Ato Administrativo 
PERFEITO 
Ato Administrativo VÁLIDO Ato Administrativo EFICAZ 
Ato Administrativo 
PERFEITO 
Ato Administrativo VÁLIDO 
Ato Administrativo 
INEFICAZ 
Depende de um termo ou 
condição para o seu 
implemento. 
Ato Administrativo 
PERFEITO 
Ato Administrativo INVÁLIDO 
Está em descompasso com o 
sistema jurídico, mas apto a 
Ato Administrativo EFICAZ 
Direito Administrativo 
“ O único dia fácil foi ontem “ 
Jotavê Dias Página 4 
 
produzir efeitos em relação da 
presunção de legitimidade (atributo 
do ato). 
Ato Administrativo 
PERFEITO 
Ato Administrativo INVÁLIDO 
Está em descompasso com o 
sistema jurídico, mas apto a 
produzir efeitos em relação da 
presunção de legitimidade (atributo 
do ato). 
Ato Administrativo 
INEFICAZ 
Inapto à produção de efeitos 
pois, além de contrário à 
normatividade jurídica, 
depende de evento posterior. 
Ato Administrativo 
IMPERFEITO 
Não existe ato jurídico. 
 
Espécies: 
 
Atos Normativos: aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta 
aplicação da lei; estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a explicitar a norma legal. 
Exs.: Decretos, Regulamentos, Regimentos, Resoluções, Deliberações, etc. 
 
Atos Ordinatórios: visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta 
funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico da Administração. Exs.: Instruções, 
Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de Serviço, Ofícios, Despachos. 
 
Atos Negociais: aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público coincidente 
com a vontade do particular; visa a concretizar negócios públicos ou atribuir certos direitos ou 
vantagens ao particular. Ex.: Licença; Autorização; Permissão; Aprovação; Apreciação; Visto; 
Homologação; Dispensa; Renúncia; 
 
Atos Enunciativos: aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinião 
sobre determinado assunto; NÃO SE VINCULA A SEU ENUNCIADO. Ex.:Certidões; 
Atestados; Pareceres. 
 
Atos Punitivos: atos com que a Administração visa a punir e reprimir as infrações 
administrativas ou a conduta irregular dos administrados ou de servidores. É a APLICAÇÃO 
do Poder de Policia e Poder Disciplinar. Ex.: Multa; Interdição de atividades; Destruição de 
coisas; Afastamento de cargo ou função. 
 
REQUISITOS OU ELEMENTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1- COMPETÊNCIA: poder legal conferido a um agente para o desempenho específico das 
atribuições do seu cargo. 
 É um requisito sempre vinculado. 
 Caso não seja observado, configurará excesso de poder. 
 Admite convalidação, salvo se for competência exclusiva. 
 Devemos relembrar de conceitos como delegação e avocação. (poder hierárquico) 
 NÃO PODEM SER DELEGADOS: atos de caráter normativo, decisão de recursos 
administrativos e matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
 
Direito Administrativo 
“ O único dia fácil foi ontem “ 
Jotavê Dias Página 5 
 
2- FINALIDADE: satisfação do interesse público. 
 Também se trata de um requisito vinculado. 
 Vício de finalidade gera um vício insanável por desvio de poder/finalidade. 
 
3- FORMA: modo de exteriorização do ato administrativo. 
 Em regra os atos são escritos, entretanto existem exceções: cartazes, sinais, gestos, 
apitos. 
 O vício de forma, em regra é sanável, exceto se ao menos que uma forma seja exigida 
na lei como condição essencial à validade do ato. 
 
4- MOTIVO: causa imediata do ato administrativo. 
 Não confundir com motivação: declaração escrita dos motivos. Motivação faz parte da 
forma do ato administrativo. 
 
5- OBJETO: é o conteúdo do ato. Dizemos ser o ato em si. Em regra é discricionário. 
 
MÉRITO ADMINISTRATIVO: nos atos discricionários o motivo e o objeto são conhecidos 
como mérito. 
 
 
Requisitos Tipo do Ato Características 
COMPETÊNCIA Vinculado 
É O PODER, resultante da lei, que dá ao agente 
administrativo a capacidade de praticar o ato administrativo. 
Admite DELEGAÇÃO e AVOCAÇÃO. 
FINALIDADE Vinculado 
É o bem jurídico OBJETIVADO pelo ato administrativo; é 
ao que o ato se compromete; 
FORMA Vinculado 
É a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser 
praticado; É o revestimento externo do ato. 
MOTIVO 
Vinculado ou 
Discricionário 
É a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato 
administrativo; é o por que do ato. 
OBJETO 
Vinculado ou 
Discricionário 
É o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem 
jurídica; é aquilo de que o ato dispõe, trata. 
 
 
 
Direito Administrativo 
“ O único dia fácil foi ontem “ 
Jotavê Dias Página 6 
 
 Atributos do ato administrativo: 
 • Presunção de legitimidade ou veracidade ou validade ou legalidade. 
• Imperatividade 
 • Exigibilidade ou coercibilidade 
 • Auto-executoriedade ou executoriedade 
 Presunção de legitimidade (veracidade, validade ou legalidade): 
 Presunção de legitimidade é a presunção de que os atos administrativos são válidos, isto é, de 
acordo com a lei até que se prove o contrário. Trata-se de uma presunção relativa. 
 Imperatividade: 
 Imperatividade é o poder que os atos administrativos possuem de impor obrigações 
unilateralmente aos administrados, independentemente da concordância destes. 
 Exigibilidade ou coercibilidade: 
 Exigibilidade é o poder que os atos administrativos possuem de serem exigidos quanto ao seu 
cumprimento, sob ameaça de sanção. Vai além da imperatividade, pois traz uma coerção para 
que se cumpra o ato administrativo. 
A exigibilidade e a imperatividade podem nascer no mesmo instante cronológico ou primeiro 
a obrigação e depois a ameaça de sanção, assim a imperatividade é um pressuposto lógico da 
exigibilidade. 
 Auto-Executoriedade 
 Auto-executoriedade é o poder que os atos administrativos têm de serem executados pela 
própria Administração independentemente de qualquer solicitação ao Poder Judiciário. É algo 
que vai além da imperatividade e da exigibilidade. 
Executar, no sentido jurídico, é cumprir aquilo que a lei pré-estabelece abstratamente. O 
particular não tem executoriedade, com exceção do desforço pessoal para evitar a perpetuação 
do esbulho. 
 Princípios que limitam a discricionariedade (liberdade de escolha do administrador) na 
auto-executoriedade: 
a) Princípio da razoabilidade: Administrador deve sempre se comportar dentro do que 
determina a razão. 
 b) Princípio da proporcionalidade: Administrador deve sempre adotar os meios adequados 
para atingir os fins previstos na lei, ou seja, deve haver pertinência lógica entre o meio e o 
Direito Administrativo 
“ O único dia fácil foi ontem “ 
Jotavê Dias Página 7 
 
fim. A ofensa ao princípio da proporcionalidade também leva à ofensa do princípio da 
razoabilidade. 
 Não há liberdade que não tenha limites e se ultrapassados estes gera abuso de poder, que é 
uma espécie de ilegalidade. 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
Os atos administrativos estão sujeito ao regime de Direito Público, por serem praticados no 
exercício de atribuições públicas; são elas manifestações ou declarações lavradas sempre 
nesse âmbito. 
O ato administrativo permanecerá no mundo jurídico até que “algo” altere a sua 
vigência. Uma vez publicada, embora esteja contaminada de vícios, terá vigor e deverá ser 
cumprido, em respeito ao Princípio da Presunção de Legitimidade até que ocorra formalmente 
o seu desfazimento. 
O desfazimento do ato administrativo poderá ser resultado do reconhecimento de sua 
legitimidade, de vícios na sua formação, ou poderá simplesmente advir da desnecessidade de 
sua existência, isto é, mesmo legítimo, o ato pode tornar-se desnecessário e pode ser 
declarada inoportuna ou inconveniente a sua manutenção. Poderá, ainda, resultar da 
imposição de um ato sancionatório ao particular que deixou de cumprir condições exigidas 
para a manutenção do ato. 
Surgem então as espécies desse desfazimento: a revogação, anulação e cassação. Onde iremos 
abordar uma por uma. 
1. ANULAÇÃO 
Ocorre quando há um vício no ato relativo à legalidade ou legitimidade; nunca por questões 
de mérito administrativo. Ou melhor, esse mérito não é passível de controle de legalidade; 
isso é a mesma coisa que dizer que um ato nunca será anulado por ser considerado 
inconveniente. 
Em se tratando de vício, derivado de legalidade ou legitimidade pode ser sanável ou não. 
Hoje, o correto é dizer que á administração deve anular os seus atos que contenham vícios 
insanáveis, mas pode anular, ou convalidar[3], os atos com vícios sanáveis que não acarretem 
lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiro. É oportuno mencionar que a Lei 
9.784/1999, art. 53 “a Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício 
de legalidade”; pela redação mencionada transmite a idéia de que anulação seria obrigatória, 
mesmo diante de qualquer vício. 
A anulação retira do mundo jurídico atos com defeitos, retroagindo seus efeitos ao momento 
da pratica ato (ex tunc), desse modo, os efeitos produzidos serão desconstituídos. Vale 
ressaltar que esses efeitos devem ser resguardados ao terceiro de boa-fé, ou seja, os eventuais 
efeitos já produzidos antes da anulação do ato não serão desfeitos; o que não significa que o 
ato nulo venha gerar direito adquirido. 
Direito Administrativo 
“ O único dia fácil foi ontem “ 
Jotavê Dias Página 8 
 
O desfazimento do ato pode ser feito tanto pela administração (autotutela), de ofício ou 
provocação, ou pelo Poder Judiciário. 
Embora a anulação seja um poder-dever da administração pública, a doutrina traz a hipótese 
de que anulação de um ato venha afetar interesse do administrador, modificando sua situação 
jurídica. Contudo,nessa situação, deve ser instaurado um procedimento em que se dê a 
oportunidade de apresentar suas alegações do porque de não ser feito a anulação do 
determinado ato. 
O Supremo Tribunal Federal falou sobre essa lição asseverando que “a partir de então, 
qualquer ato da Administração Pública capaz de repercutir sobre a esfera de interesses do 
cidadão deveria ser precedido de procedimento em que se assegurasse, ao interessado, o 
efeito exercício dessas garantias” – o direito ao contraditório e á ampla defesa – (Informativo 
641 do STF). Esse entendimento é aplicável a todas as formas de desfazimento de atos 
administrativos pela administração pública. 
Na esfera federal, o art. 54 da Lei 9.784/99 estabelece que o prazo para anulação de atos 
ilegais (vícios sanável ou insanável) decai em cinco anos, quando os efeitos forem favoráveis 
ao administrado, salvo comprovada má-fé. 
STF Súmulas: 
Nº 346: 
A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. 
Nº 473: 
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam 
ilegais, porque deles não se originam direitos;ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a 
apreciação judicial. 
2. REVOGAÇÃO 
Revogação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que, segundo critério 
discricionário da administração, tornou-se inoportuno ou inconveniente (MARCELO & 
VICENTE, 2012, p.499). 
A revogação é um ato discricionário e tem como critério a conveniência e oportunidade; aqui 
se tem o controle de mérito, incidindo sobre os atos válidos. Produz efeitos prospectivos, para 
frente (ex nunc), e respeita os direitos adquiridos. 
Cabe esclarecer que o ato revogado compete privativamente da administração, podendo 
outros Poderes (Legislativo e Judiciário) também efetuar, desde que, sejam atos editados por 
eles mesmos, no exercício de funções administrativas atípicas ou acessórias. 
Direito Administrativo 
“ O único dia fácil foi ontem “ 
Jotavê Dias Página 9 
 
Existem determinadas situações que pelos efeitos produzidos ou pela própria natureza do ato 
administrativo são insuscetíveis de modificação. São os chamados atos irrevogáveis, 
decorrente das limitações ao poder de revogar. Exemplos de atos insuscetíveis: 
 a) Atos consumados, que já produzirão seus efeitos; 
 b) Atos vinculados; 
 c) Atos que já geraram direitos adquiridos, encontrada na CF (art. 5, XXXVI); 
 d) Atos que integram um procedimento administrativo - porque, esse procedimento se 
constitui uma sucessão ordenada de atos, e cada pratica do ato, passa-se a uma nova 
etapa, ocorrendo assim à preclusão em relação à etapa anterior; 
3. CASSAÇÃO 
É a extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos 
que deveria permanecer atendendo, como exigência para a manutenção do ato e de seus 
efeitos (ALEXANDRINO; PAULO, 2012, p.502). Funciona como uma espécie de sanção 
para aqueles que deixaram de cumprir as condições determinadas pelo ato. 
Existem também atos extintos que independem de qualquer manifestação ou declaração por 
parte do administrador ou do Poder Judiciário. Como: 
a) Extinção: 
 Natural - desfazimento do ato pelo mero cumprimento de seu efeito. 
 Subjetiva - desaparecimento do sujeito detentor do beneficio do ato. 
 Objetiva - desaparecimento do objeto do ato praticado. 
b) Caducidade: surgimento de uma nova norma jurídica que venha contrariar a antiga. 
c) Contraposição ou derrubada: um ato fundado em uma determinada consequência 
extingue outro ato anterior, com fundamento diverso. Tendo assim a extinção de um ato por 
oposição a nova. 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Administrativo 
“ O único dia fácil foi ontem “ 
Jotavê Dias Página 10 
 
 
QUESTÕES 
 
1) Considere que determinado secretário de Estado do DF tenha editado um ato 
administrativo que, embora legal, tenha gerado controvérsia entre os servidores do 
órgão. Nessa situação, havendo mudança da titularidade do cargo, novo secretário 
poderá revogar, com efeito retroativo, o referido ato administrativo. 
 
2) Os atos administrativos internos são destinados a produzirem efeitos sobre os órgãos e 
os agentes da administração pública que os expediram. 
 
3) Considere que um servidor tenha sido demitido do serviço público por meio de ato de 
autoridade incompetente. Nessa situação, o ato administrativo poderá ser invalidado 
tanto pela administração como pelo Poder Judiciário. 
 
4) A demolição de um prédio pela administração pública, em razão do iminente risco de 
desabamento, constitui exemplo de ato autoexecutório, cujo fundamento jurídico é a 
necessidade de salvaguardar, com rapidez e eficiência, o interesse público. 
 
5) O vício de forma do ato administrativo que não cause lesão ao interesse público nem 
prejuízo a terceiros, em regra, poderá ser convalidado pela administração pública. 
 
6) Somente o Poder Judiciário poderá invalidar ato administrativo com vício de 
legalidade. 
 
7) Ato administrativo vinculado é aquele que depende de requerimento do interessado 
para ser praticado. 
 
 
8) Atos praticados por concessionárias e permissionárias de serviços públicos, ainda que 
regidos pelo direito público, não podem ser qualificados como atos administrativos. 
 
Direito Administrativo 
“ O único dia fácil foi ontem “ 
Jotavê Dias Página 11 
 
9) Enquanto não for declarada a invalidade do ato administrativo pela administração ou 
pelo Poder Judiciário, o ato inválido produzirá normalmente seus efeitos. 
 
10) Praticado ato ilegal por agente da PRF, deve a administração revogá-lo. 
 
 
 
1) E 2) C 3) C 4) C 5) C 
6) E 7) E 8) E 9) C 10) E

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