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CEFÁLEIA: O que é? Sensação dolorosa que percebida pelo paciente em uma região que vai dos supercílios até a base da implantação dos cabelos na nuca. Caracteriza-se como um dos sintomas médicos mais relatados. Classificação da cefaleia: A cefaleia pode ser classificada em: primaria ou secundaria. Cefaleia primaria: São doenças cujo sintoma principal, porém não único são episódios recorrentes de dor de cabeça (ex: migrânea – popularmente conhecida como enxaqueca -, cefaleia do tipo tensional e cefaleia de salva). Cefaleia secundaria: São cefaleias de uma doença subjacentes, neurológica ou sistêmica (ex: as meningites, dengue ou tumor cerebral). Importante identificar o motivo da dor. Características semiológicas: Importante realizar o decálogo da dor (localização, irradiação, qualitativa, intensidade, duração, evolução, relação com outros órgãos, fatores que predispõem, fatores atenuantes e manifestações concomitantes). Inspeção da cabeça e pescoço; palpação dos músculos cervicais e cranianos, das artérias carótidas, temporais e seus ramos, nervos e demais estruturas. Pesquisa de anormalidades possíveis de serem palpadas ou vista durante a inspeção. Tipos de Cefaleia: Enxaqueca: É uma cefaleia do tipo primaria; Caracteriza-se por ser paroxística, com ataques de dores que duram de 4 a 72 horas, intercalado com períodos sem dor; Acomete, geralmente as mulheres, antes dos 30 anos; Em 2/3 dos casos a dor é unilateral, ora de um lado, ora de outro; OBS: quando sempre do mesmo lado, deve-se ter uma investigação mais especifica para uma possível cefaleia secundaria. Dor pulsátil, de intensidade moderada a acentuada, piorando com exercícios físicos leves. Há foto e fonofobia, náuseas e/ou eventuais vômitos. Tipo mais comum é a enxaqueca sem aura. Quando associado à algum distúrbio neurológico focais, deve ser considerada a possibilidade de enxaqueca com aura (antes chamada de enxaqueca clássica, oftalmoplégica, hemiplégica, afásica, complicada). Enxaqueca e hemiplegia, há 2 possibilidades: enxaqueca hemiplégica esporádica (antiga enxaqueca com aura hemiplégica) e enxaqueca hemiplégica familiar, quando há outros membros acometidos na família (autossômica dominante). Podem ser desencadeadas por alimentos, cheiros, bebidas ou remédios. Cefaleia do tipo tensão ou tensional: É uma cefaleia primaria; Pode acometer um mesmo paciente que possui enxaqueca; Atinge principalmente mulheres; A dor é bilateral do tipo do tipo pressão ou aperto, não pulsátil, de intensidade leve a moderada, sem piorar com a atividade física rotineira; Não há náuseas nem vômitos, fono ou fotofobia podem estar presentes; Músculos do pescoço e pericrânio podem estar dolorosa e contraídas (nem sempre presente); Pode estar relacionado com ansiedade, depressão ou transtornos; Manifesta-se ao menos uma vez ao mês. Cefaleia em salvas: Cefaleia primaria; Causa desconhecida, atinge principalmente homens; A dor é praticamente insuportável (paciente tenta obter alivio batendo na cabeça e encontra-se em constante agitação – não permanecem deitados, ou em pé, ou deitado por muito tempo). A dor é unilateral fronto -orbitária, algumas vezes temporal, descrita como dor atrás dos olhos. Duram de 15 a 180 minutos, de 1 a 8 ataques por dia, podendo ser ainda 1 ataque a cada dois dias. Pode durar até 3 meses. Quadro clínico típico com dor excruciante, unilateral e alterações autonômicas (hiperemia conjuntival e/ou lacrimejamento, congestão ocular e nasal, rinorreia, edema palpebral, rubor facial, miose e/ou ptose ipsilaterais). Hemicrania paroxística (antiga síndrome de Sjaastad): Atinge principalmente mulheres; Semelhante a cefaleia em salvas; Dor unilateral, localizada e intensidade semelhante a “salvas”, porém possui duração de 2 a 45 minutos e com ataques mais frequentes podendo chegar a dezenas de ataques por dia; Manifestações autonômica oculares; Os ataques podem ser provocados por movimento cervical ou por digitopressão em estruturas desencadeadoras, como ocorre na cefaleia cervicogênica. Indometacina (inibidor de prostragladina) utilizado no tratamento. Hemicrania continua: Não é tão comum quanto a enxaqueca ou cefaleia do tipo tensional; Acomete principalmente as mulheres; Unilateral e continua (geralmente não muda de lado); Dor tipo moderada, sendo desacompanhada de outros manifestações. Cursa com uma sensação de corpo estranho no olho do lado da dor, mas nenhuma alteração ocular é encontrada; Tratamento: indometacina. Cefaleia cervicogênica: Mulheres; Dor permanente de uni ou bilateral; Dor moderada a intensa, do tipo pulsátil; Ataques duram de horas a semanas, tendo tendência a cronificação. Frequentemente, a dor se inicia na região occipital e cervical, irradiando-se para a frente do mesmo lado, tornando-se mais intensa. Náuseas e vômitos, fono e fotofobia podem ocorrer neste momento. Caracteristicamente, os taques são provocados por movimentação do pescoço. Pacientes relatam dor no ombro ou nos membros superiores do tipo ipsilateral; Algumas vezes está relacionado com hérnia de disco na cervical. Neuralgia do trigêmeo: Ataques breves do tipo choque elétrico na distribuição de um ou mais ramos desse nervo. As dores são intensas e intercaladas por períodos assintomáticos. As mulheres são mais acometidas que os homens, sendo mais comum em idosos. A dor pode ser desencadeada por estímulos superficiais em áreas sensíveis, tais como ao pentear-se, barbear-se, escovar os dentes ou mastigar, ou pelo simples toque. Em alguns casos, a sintomatologia é provocada por compressões do nervo trigêmeo por estruturas vasculares ou por lesões centrais, tais como na esclerose múltipla ou no infarto do tronco cerebral. Cefaleia em pontada idiopática: Dor em pontada de curta duração; Na maioria das vezes em diversos pontos da cabeça; Surge isoladamente ou em associação a outras cefaleias. SUNCT (short /asting_ unilateral neuralgiform headache attacks with conjundival injection, tearing, and subclinica/ sweating): Ataques curtos de cefaleia periorbital e ocular unilateral, acompanhada de lacrimejo, edema palpebral e injeção conjuntiva. Curta duração, com dezenas de ataque por dia; apresenta período assintomático Só em homens. Cefaleia pós-trauma: Surge até 14 dias após o trauma e pode perdurar ate 8 semanas; quando ultrapassar 8 semanas pode ser considerada pós-trauma crônica. Cefaleia por ingestão de estímulo frio ("cefaleia do sorvete"); Cefaleia benigna do exercício: Bilateral, pulsátil, com duração de 5 mina 24 h, e é provocada pelo exercício físico. Cefaleia associada à atividade sexual: Cefaleia durante o orgasmo; Pode surgir durante a atividade sexual; Baixa intensidade; Cefaleia por uso abusivo de analgésicos: São pacientes com cefaleia primaria crônicas, tratadas com medicação aguda e sem profilaxia; O uso indiscriminado de analgésicos pode levar a: Tolerância com perda progressiva da eficácia analgésica, que leva o individuo aumentar as doses ingeridas; Diminuição progressiva dos intervalos assintomáticos entre as crises, produzindo cronificação da cefaleia originalmente intermitente. Arterite de células gigantes (arterite temporal): Ambos os sexos acima dos 50 anos; Potencialmente grave; A dor pode ser uni ou bilateral na região temporal, é moderada a intensa, na qual a artéria temporal superficial encontra-se dilatada, edemaciada e sensível; Frequentemente associada a polimialgia reumática; Falta de tratamento pode levar a cegueira por acometimento da artéria oftálmica e atrofia óptica; Tratada com corticoides, com resolução em até 48 horas. Sinusite e infecções dentarias: A sinusite aguda, com secreção nasal purulenta, exames radiológicos e transiluminação positivos, é a real causadora de cefaleia, cuja localização vai depender do seio acometido. A cefaleia é resolvida com o tratamento da afecção subjacente; A sinusite crônica não é considerada causa de cefaleia, a não ser que curse com exacerbações agudas; Dentes e gengivite podem,ainda, ser a causa de cefaleia crônicas. Disfunção temporomandibular: A malodusão não implica dor obrigatoriamente; Pode causar dor ao falar, bocejar ou mastigar. Alterações da pressão intracraniana: Pode estar associada a hipertensão intracraniana benigna ou hidrocefalia; Desaparecem com a correção do distúrbio; Causas: Fistula liquórica; Pós-punção; Hemorragia subaracnóide por ruptura de aneurisma intracraniana; Paralisia no nervo craniano e sinais meníngeos. Anexos: c
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