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RESUMO REPÚBLICA VELHA

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REBÚBLICA VELHA
“O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem saber o que significava. Muitos acreditavam estar vendo uma parada.“ A proclamação da república foi um dos momentos mais importantes da história do nosso país, a partir daí consolidaram-se as instituições republicanas e instaurou-se uma república oligárquica.
1. A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA E A CONSTITUIÇÃO DE 1891
1.1. A proclamação deu-se por fatores como a insatisfação de parte da elite com o governo monárquico que ansiava por maior apoio do Estado para questões específicas que para a monarquia era impossível à interferência.
1.2. Nossa república nasceu de um golpe militar, dessa forma, o Chefe do Governo Provisório foi o militar Marechal Deodoro da Fonseca. Como não se tinha nenhum órgão legislativo em funcionamento com o fechamento da Câmara e a Constituição de 1824 não estava mais em vigência, instalou-se uma ditadura militar.
1.3. Esta “Ditadura Provisória” aplicou medidas rígidas de censura e criou a Comissão Militar de Sindicâncias e Julgamentos, um tribunal de exceção que poderia inclusive decretar a pena de morte.
1.4. Em 1890 foram convocadas as eleições para a Assembleia Constituinte. Como de costume apenas pequena parcela da população tinha o direito de voto, e, com o grande poder dos latifundiários, a Assembleia eleita estava intensamente ligada ao interesse dos grandes fazendeiros.
1.5. A partir de janeiro de 1890, foi nomeada pelo Governo Provisório uma Comissão de juristas, que ficou conhecida como Comissão dos Cinco, que ficou responsável pela elaboração de propostas para o texto constitucional. Boa parte do texto formado posteriormente através dos projetos pertencia ao de Rui Barbosa.
2. CONSTITUIÇÃO DE 1891 
Em 1891 finalmente foi promulgada a nova constituição. Com apenas 91 artigos e oito disposições transitórias, era a mais enxuta da nossa história. A assembleia que a editou durou apenas 58 dias em sessões. 
2.1. Pela primeira vez no Brasil se estabelecia que o exército era permanente e uma série de artigos discorriam sobre as forças armadas, já que muitos dos constituintes eram militares e eles não toleravam o civilismo do império.
2.2. A constituição transformou o Brasil em uma federação, cuja união indissolúvel formava o país, e uma república presidencialista.
2.3. A separação entre a Igreja e o Estado foi um ponto importante da carta. Ocorreu também, a separação entre Igreja e Direito.
2.4. Alguns direitos individuais foram garantidos para todos os cidadãos seguindo os moldes liberais, com base na valoração da liberdade, vida e propriedade.
2.5. A Constituição estimulava a utilização da jurisprudência.
1. A República Federativa dos Estados Unidos do Brasil – Diferentemente da constituição anterior, que se seguia aos moldes franceses, a de 1891 teve grande influência da Constituição Norte-americana. O novo texto constitucional tratava do Brasil, como uma república representativa e federativa, por que o povo, teoricamente, exercia o poder, os governantes seriam eleitos para representar os interesses do povo e os estados possuiriam autonomia, respectivamente.
2. O Poder Executivo – A estruturação do poder executivo dar-se-ia da seguinte forma: o Presidente da República executando a autoridade máxima do executivo, com o Vice-Presidente sendo apenas um substituto para quando ele não pudesse atuar.
Já no legislativo o Vice-Presidente seria o Presidente do Senado e teria atribuições exclusivas com o voto de qualidade.
3. O Poder Judiciário – Em relação ao poder judiciário, iniciou-se a tradição dualista, onde foi atribuída autonomia judiciária aos estados, criando o Judiciário Federal e os Judiciários Estaduais.
A Justiça Federal era representada pelo Supremo Tribunal Federal, o qual tinha jurisdição ordinária e de recurso, assim como a de revisão. Além disso, o STF era considerado como um guardião da Constituição, onde lhe cabia a função de proteger o que ali era exposto.
Outro ponto interessante a respeito do judiciário é a consagração da utilização de jurisprudências, tanto em âmbito federal, quanto estadual, indicando explicitamente a necessidade de uso das mesmas para o melhor funcionamento do conceito de justiça.
4. O Poder Legislativo – O legislativo era formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Seus membros tinham imunidade parlamentar ampla, sendo que processos contra deputados e senadores passariam pela aprovação prévia da casa a que este pertencesse.
A este poder ainda era atribuído legislar sobre direito civil, criminal, comercial, processual e da Justiça Federal.
5. O Sistema Eleitoral – Os eleitores eram voluntários, não se tinha mais fixada à renda mínima necessária para o voto, era preciso não ser analfabeto, porém, saber somente a grafia do próprio nome já era considerado o suficiente. A idade mínima para o alistamento eleitoral era vinte e um anos e não poderiam ainda se alistar mendigos, nem religiosos de ordem religiosa, nem praça de pré.
Às eleições municipais era assegurada pela Constituição grande autonomia, podendo cada município deliberar como seria suas eleições. Portanto, houve uma considerável diferença de processos eletivos nos municípios, possibilitando inúmeras maneiras de se chegar ao poder.
Em 1892, foi elaborada uma nova lei que aumentou as fraudes e as manipulações dos eleitores. Para aumentar o controle que se tinham sobre as eleições, os membros dos governos municipais indicavam uma comissão de cinco eleitores que iriam realizar o alistamento. O que antes era a nível nacional, agora passava a ser controlado mais de perto, abrindo espaço para as fraudes.
As fraudes eram muito facilitadas. Ao mesmo tempo em que a lei de 1892 propiciava ações de manipulação dos eleitores, outras práticas agiam da mesma maneira. O voto não era secreto, por isso, eleitores eram muito induzidos. O candidato não precisava estar vinculado a um partido político e nem mesmo estar cadastrado. Além disso, as cédulas não eram oficiais, o que proporcionava incontáveis fraudes.
Os governadores passaram a ser eleitos por voto direito e o sufrágio a ser universal para os homens (salvo raras exceções), como analfabetos.
3. O CÓDIGO PENAL DE 1890
3.1. A partir de 1888, por decorrência da abolição da escravatura, uma comissão já começava a estudar a reforma do Código Criminal de 1830. Após a proclamação da república foi redigido e entrou em vigor o Código Penal de 1890. Porém, o código teve apenas cerca de três meses para ser elaborado e foi duramente criticado no que se refere a suas disposições. Depois dele, várias leis surgiram para cobrir suas falhas e inúmeras foram às tentativas nos anos seguintes para a formulação de um novo código.
3.2. O texto legal do código trazia os importantes Princípios da Legalidade, que até hoje é aplicado, e da Territorialidade, afirmando que a lei penal seria aplicada para todos os que em território nacional praticassem fatos previstos neste código.
3.3. As penas sugeridas no código eram muito semelhantes e variavam entre “prisão celular”, onde era imposto o trabalho; “banimento”, onde o condenado tinha seus direitos de cidadão suspensos; “reclusão”, que deveria ser cumprida em fortalezas, praças de guerra ou estabelecimento militares; “prisão com trabalho obrigatório”; “interdição”, onde havia a proibição de algumas ações específicas; “suspensão e perda de emprego público”, destinada a agente públicos que agissem e descordo com suas funções; e, a multa.
3.4. Para menores de vinte e um anos havia uma pena exclusiva, que consistia em prisão disciplinar. No entanto, a pena aplicada não poderia ser “infamante”, sendo proibida no Brasil.
3.5. O código também previa benefícios importantes para o condenado. Assim como a Progressão da Pena, era possibilitado pelo Código Penal de 1890 o livramento, por bom comportamento do réu.
3.6. Outra disposição interessante do Código era o artigo número 166, que indicava “prisão celular” e privação dos direitos políticos por dois anos para os que comprassem votos nas eleições e/ou manipulassemos eleitores. Frente ao contexto em que esse artigo foi inserido, com o Coronelismo e os Votos de Cabresto, tornou-se ridicularizado pela população que o considerava, e de fato era, inaplicável.
4. O CÓDIGO CIVIL DE 1916
4.1. Assim como havia era preciso um novo, e adaptado à sociedade atual, código penal, viu-se a necessidade de criar-se um código civil que atendesse aos novos problemas da população.
4.2. Com o surgimento de novas camadas e a inserção dos negros na sociedade depois da abolição da escravatura, era importante que o novo Código Civil abrangesse a maior parte possível da população.
4.3. Na formulação do Código participaram: Teixeira de Freitas, que redigiu o “Esboço do Código Civil”, mas logo depois se afastou por não pensar de acordo com o governo; Nabuco de Araújo, que teve quase nula participação, falecendo seis anos depois de ter começado a trabalhar no Código; e, por fim, Clóvis Beviláqua, que encerrou o projeto.
4.4. Este último, contratado no governo de Campos Sales, entrou em conflitos ideológicos com outro grande nome do direito brasileiro: Rui Barbosa. Tais dificuldades de consentimentos entre eles geraram uma grande demora em a aprovação e conclusão do código.
4.5. Depois de ser facilmente aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto emperrou no Senado e ficou vários anos aguardando resultados, sendo aprovado somente em 1915, com todas as emendas de Rui Barbosa.
4.6. Em 1º de janeiro de 1916, com o atraso de quase um século após a independência, o Brasil tinha a vigência de um novo Código Civil, que atendeu às necessidades da época.

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