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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CIV0418 - RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS II Apostila de Resistência dos Materiais II Profa. Dra. Fernanda Rodrigues Mittelbach 3. CAPÍTULO TERCEIRO – FLEXÃO ASSIMÉTRICA SIMPLES 3.1. Introdução Até agora o estudo da flexão se resumiu ao caso de barras que possuíam um plano axial de simetria (plano xy), sendo os correspondentes carregamentos transversais atuavam neste mesmo plano e a barra flete também no plano xy. Nestas condições, tanto a linha neutra quanto o eixo vertical coincidem com os denominados eixos principais de inércia da área da seção. y x q q z y y → eixo de simetria da seção transversal; q → carregamento atuando no plano de simetria xy. Figura 4 -1 Assim, as tensões normais de flexão se distribuem linearmente na seção, e seu valor pode ser obtido por: 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 2 y z Mz y y I M z z x Figura 4-2 Será tratado, neste capítulo, o caso de flexão assimétrica, o qual ocorre se a seção transversal não apresentar um eixo de simetria ou a solicitação ocorrer fora do eixo de simetria da desta seção. 3.2. Características da flexão normal ou reta versus flexão assimétrica 3.2.1. Características gerais A reta suporte do vetor de seta dupla, representativo do momento fletor sobre o plano da seção reta, é OBRIGATORIAMENTE perpendicular ao plano de carregamento. A linha neutra da seção reta é OBRIGATORIAMENTE perpendicular ao plano de flexão ou plano de encurvamento longitudinal da peça. 3.2.2. Características específicas da flexão reta A reta suporte do vetor de seta dupla, representativo do momento fletor, é um eixo principal centroidal. Em conseqüência, a reta de interseção do plano de cargas sobre a seção transversal reta coincide com o outro eixo principal. O plano de cargas (plano longitudinal de cargas) coincide com o plano de flexão ou plano de encurvamento longitudinal da peça. Como conseqüência, a reta suporte do vetor representativo do momento fletor sobre o plano da seção reta e a linha neutra (L.N.) dessa seção são coincidentes ou paralelas entre si. 3.2.3. Características específicas da flexão oblíqua A reta suporte do vetor de seta dupla não é um eixo principal central. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 3 A interseção do plano de cargas com a seção transversal reta não coincide com o outro eixo principal. O plano de cargas não coincide com o plano de flexão ou plano de encurvamento longitudinal da peça. A reta suporte do vetor de seta dupla e a linha neutra (L.N.) da seção deixam de ser coincidentes ou paralelas entre si. 3.3. Flexão assimétrica 3.3.1. Comentários iniciais z y C z y dA Consideremos uma seção transversal assimétrica submetida a um momento fletor. Selecionemos dois eixos quaisquer z e y, ivestigando as condições para que o eixo z coincida com a L.N. dessa seção. Figura 4 - 3 Para esta condição a tensão no elemento de área dA, ilustrado na figura, será dada por: σx = k∙E∙y, sendo k a curvatura do eixo deformado da viga. A força elementar no elemento de área é: dFx = k∙E∙y∙dA. Como não há força normal atuando na seção, a resultante das forças na direção x deve ser nula, logo: A ydAkE 0 ou A ydA 0 . Com isso conclui- se que a linha neutra deve passar pelo centróide da seção, o qual é tomado como origem dos eixos y e z. Os momentos fletores resultante em torno dos eixos y e z se escrevem: yz AA xy z AA xz kEIyzdAkEzdAM kEIdAykEydAM 2 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 4 Das equações anteriores, pode-se concluir: a) Eixo z adotado coincidente com a linha neutra => Existem as componentes de momento My e Mz, pois MR não coincide com a L.N.. b) Se y e z forem os eixos principais da seção => Iyz = 0, logo My = 0. Isto indica que só atua na seção transversal o momento Mz, cujo vetor está orientado segundo o eixo z ( linha neutra ). c) Quando uma viga assimétrica está submetida à flexão pura, o vetor representativo desse momento só coincidirá com a linha neutra quando y e z forem os eixos principais centrais da seção transversal. Neste caso, depara-se com uma flexão reta. Com base nessas observações, pode-se dizer que a análise de uma viga com seção assimétrica, submetida ao momento fletor MR, pode ser dividida nas seguintes etapas: Localização dos eixos principais centrais, y e z, da seção; Decomposição do momento MR em My e Mz; Aplicação da teoria da flexão reta ou normal para o cálculo das tensões e deslocamentos, vista anteriormente. 3.3.2. Teoria geral da flexão pura . Com o intuito de se obter uma equação geral, considere a seção transversal assimétrica ilustrada na figura, supondo-se que os eixos y e z sejam centrais, porém não principais. Conseidere das componentes de momento My e Mz conforme indicado na figura a seguir. Estando o estudo no âmbito da elasticidade linear, a componente de deformação x total pode ser obtida através da soma das componentes de deformação devidas a My e Mz: zkyk zyx (levando-se em conta que uma deformação positiva está associada à uma curvatura negativa). 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 5 z y C My Mz A Ky > 0 x y Kz > 0 x z Figura 4- 4 A tensão normal se escreve, então: zEkyEkE zyxx A definição de momentos fletores, de acordo com a convenção de sinais adotada, é dada por: yzyzy A z A y A xy IEkIEkdAzEkyzdAEkzdAM 2 yzzzy A z A y A xz IEkIEkyzdAEkdAyEkydAM 2 O sistema de equações resultante em ky e kz yzyzyy IEkIEkM yzzzyz IEkIEkM , fornece: 2 2 yzzy yzzzy z yzzy yzyyz y III IMIM Ek III IMIM Ek A tensão normal resulta em: z III IMIM y III IMIM yzzy yzzzy yzzy yzyyz x 22 . 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 6 3.4. Vigas simétricas O caso mais simples de flexão assimétrica ocorre quando o plano de carregamento não coincide com o plano de simetria de uma seção 0yzI . No entanto, esse plano de carregamento contém o eixo que passa pelos planos de simetria (no caso em questão, o eixo x). y z M z x y P Carga P aplicada em um plano de carregamento que contém o eixo x. Figura 4-5 y z M Mz My Neste caso, pode-se tomar partido da superposição de efeitos para calcular as tensões e deformações. O momento M, que atua num plano oblíquo aos eixos de simetria, pode ser decomposto segundo os eixos y e z. Figura 4-6 Considere, como exemplo, a viga em balanço submetida ao carregamento indicado. L x P z y P z y M My Mz y Figura 4-7 Nos planos xy e xy valem, as equações de equilíbrio: 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 7 y z Q dx dM z y Q dx dM (1) Mz + dMz Qy + dQyQy Mz dx O x y n^ n^ z dx n^ My Qz O Qz + dQz My + dMy n^ x Figura 4 -8 Tudo funciona como a superposição de duas flexões simples retas, ocorrendo em dois planos perpendiculares entre si (sendo estes planos,como se esclarecerá no item seguinte, os planos princípais de inércia da área da seção transversal da barra). Assim, a tensão normal x é dada por: z I M y I M y y z z x (2) A equação expressa uma variação linear da tensão normal com a distância à linha neutra da seção em questão. A linha neutra é, da mesma forma do que na flexão reta, o lugar geométrico dos pontos de tensão normal x nula. Na flexão assimétrica a linha neutra não coincide com o eixo z. A equação da linha neutra se escreve: 0 z I M y I M y y z z x (3) Para uma dada seção da barra, os valores de Mz, My, Iz e Iy são constantes e a intensidade da tensão x é tanto maior quanto maior for a distância do ponto considerado à linha neutra. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 8 y C z L. N. - + m áx m ín m áx Figura 4 - 9 Como, na flexão oblíqua, a barra não se deforma no mesmo plano do momento fletor, a linha neutra não é obrigatoriamente normal ao plano de ação deste esforço. 3.5. Flexão assimétrica em vigas de seção simétrica Com base no que foi tratado no item 4.4, analisa-se o exemplo da viga em balanço ilustrada a seguir, na qual atua uma força concentrada em sua extremidade livre, conforme indicado na figura: L x z P y x y z M Mz My Figura 4 - 10 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 9 Quando o plano de carregamento não coincide, na seção transversal, com um dos eixos de simetria, fica caracterizada a flexão assimétrica. Nas condições ilustradas na figura, a flexão gerada pela carga P pode ser decomposta em duas parcelas, uma segundo o eixo y e outra segundo o eixo z. Assim, ficam definidas as seguintes componentes de força: Py = P cos θ e Pz = - P sen θ E essas componentes ocasionam as flexões em torno de y e z, cujas equações do momento, M(x), são dadas por: My(x) = -Pz( l – x ) => My(x) = (Psen θ)( l – x ) Mz(x) = - Py( l – x ) => Mz(x) = - (Pcos θ)( l – x ) Lembrando-se da convenção de sinais do momento fletor: o momento fletor Mz positivo traciona o semi-eixo positivo de y e o momento fletor My positivo traciona o semi- eixo positivo dos z. Sendo My e Mz momentos atuantes nos planos de simetria da viga, as tensões podem ser calculadas pela equação de flexão reta. Assim, para um ponto A qualquer da seção transversal, com coordenadas yA e zA, a tensão normal será dada por: A y A z A y y A z zM x M xx z I xlPsen y I xlcosP z I M y I M y A z AA (4) Esta equação pode ser interpretada como uma superposição de efeitos: y z M =_ y z Mz y z My Figura 4 - 11 Ao se somar os dois efeitos, a L.N. não será horizontal nem vertical, isto é, ficará definida por um ângulo. Pode-se, de acordo com (3), escrever que: + 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 10 0 z I xlPsen y I xlcosP yz ztg I I z cos sen I I yz I xlPsen y I xlcosP y z y z yz Esta equação pode ser escrita da seguinte forma: y = tg(ß)∙z, em que tg I I tg y z . Sendo tg(ß) ≠ tg(θ), a L.N. não é perpendicular ao plano de carga. As únicas exceções ocorrem quando 0 , 2 ou yz II . Os dois primeiros casos são de flexão reta e o terceiro é o caso no qual yz II , sendo ambos momentos de inércia de área principais. y z M LN Inclinação da linha neutra x inclinação do plano da carga Figura 4 - 12 De modo análogo às tensões, as deflexões podem ser obtidas separadamente para Py e Pz, e em seguida superpostas. Assim, para a extremidade livre, tem-se: 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 11 zz y y EI cosPl EI lP 33 33 e yy z z EI senPl EI lP 33 33 22 zy tgtg I I cosPl EI EI senPl y zz yy z 3 3 3 3 z y y z Inclinação da deflexão Figura 4 - 13 O ângulo entre o vetor de deflexão resultante e o eixo y é o próprio , como já era de se esperar, já que a deflexão resultante deve estar em um plano normal à linha neutra. A expressão geral dos deslocamentos pode ser obtida por meio da equação diferencial da linha elástica, analisando-a segundo as flexões nas direções y e z. Dessa forma, as equações diferenciais referidas são: y y z z EI M dx zd EI M dx yd 2 2 2 2 (5) z P y x Py Pz Observe que o problema é o mesmo, modificando-se apenas a direção de aplicação da força na extremidade da barra. Resolvendo a equação diferencial associada aos deslocamentos na direção de z, tem-se: Figura 4 - 14 xlcosP dx yd EIlxcosPxPlP)x(M zyyz 2 2 xlsenP dx zd EIlxsenPxPlP)x(M yzzy 2 2 (6) com yEI e zEI constantes. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 12 1 2 2 1 ClxxcosP dx dy EIz 2 2 2 1 ClxxsenP dx dz EIy 31 23 26 1 CxCx l xcosPxyEIz 42 23 26 1 CxCx l xsenPxzEIz Condições de contorno geométricas: 0 0 0 dx dy y x e 0 0 0 dx dz z x Assim: 0000 2 1 0 11 2 CClcosP dx dy 0000 2 1 0 22 2 CClsenP dx dz 00000 2 1 0 6 1 0 33 23 CCcosPxy 00000 2 1 0 6 1 0 44 23 CCsenPxz Com isso: z y z EI Pl lvxx l EI P xv 3 cos 6 1 2 cos 332 y z y EI senPl lwx l x EI senP xw 326 1 323 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 13 Outro exemplo de flexão assimétrica em vigas de seção simétrica: x P d P O binário provocado pelas forças P aplica um momento M = P∙d na extremidade livre da barra, resultado num diagrama de momento fletor constante. Figura 4 - 15 - Tensão normal máxima Para se determinar o valor da máxima tensão normal que atua na seção, é necessário obter a equação da linha neutra e fazer seu traçado na seção. Considere o mesmo exemplo da barra engastada com uma força P aplicada em sua extremidade livre numa direção θ com eixo y. P M(x) z x y y z M B A Figura 4 - 16 A esta força P corresponderá um momento M, representado pelo vetor de seta dupla, que varia linearmente de zero, na extremidade livre até P∙l, no engaste. Para estas condições, foi demonstrado anteriormente que a equação da L.N. numa seção qualquer, para o presente exemplo, é dada por: ztg I I yz I xlPsen y I xlcosP y zyz , que representa uma reta na seção transversal. Obs: Note-se que, se houvesse diferença na variação do momento fletor entre cada uma das duas direções, o fator (l - x) não se cancelaria a equação da linha neutra dependeria da seção considerada. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 14 Suponhamos que esta equação da linha neutra corresponda, graficamente, à reta inclinada ilustrada na figura a seguir, de uma seção transversal qualquer da barra. Pelo sentido do vetor de seta dupla, verifica-se que a região à direita da L.N. está toda tracionada e a região à esquerda está toda comprimida. Os pontos mais distantes, B e A, correspondem àqueles de maior tensão normal de tração e compressão, respectivamente. Pode-se também avaliar a equação de x para determinar as regiões comprimidas ou tracionadas escolhendo- se um ponto qualquer da seção não pertencente à linha neutra e avaliando se 0x região tracionada ou 0x região comprimida. y z M LN B A y z LN B A + - + - m á x m ín Figura 4 - 17 Isto também pode ser verificado pela superposição das componentes My e Mz. Para a componente My, a L.N. é coincidente com o eixo y, conforme discutido anteriormente, e coincidente com z para Mz. O lado AC da seção transversal corresponde à reta que contém os pontos com máxima tensão de compressão, considerando-se a ação da componente My. y z Mz y z My LN A D BC A D BC LN LN LN Região comprimida Região tracionada Figura 4 - 18 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 15 Pelas mesmas razões, ao lado BD corresponde a máxima tensão de tração. A partir do mesmo raciocínio, pode-se concluir que os lados AD e CB correspondem às máximas compressões e trações para a ação da componente Mz. Superpondo os dois efeitos, percebe- se que ao ponto A, intercessão entre os lados AC e AD, corresponde a máxima tensão de compressão da seção, considerando-se a ação total M, e, analogamente, ao ponto B corresponde a máxima tensão de tração. 3.6. Eixos principais de inércia 3.6.1. Momento e produto de inércia de área de figuras planas A figura a seguir mostra uma seção transversal de uma barra, um par de eixos ortogonais, y e z, com origem C e um elemento de área dA, de coordenadas y e z. dA C z y y z Figura 4 - 19 Os momentos de inércia da área da seção em relação aos eixos z e y e o produto de inércia da área da seção em relação aos eixos y e z, são definidos, respectivamente, por: A z dAyI 2 A y dAzI 2 A yz yzdAI (7) Dessas equações, pode-se concluir que os momentos de inércia de área sempre serão positivos, e que o produto de inércia de área pode ser positivo, negativo ou nulo, dependendo da posição da figura geométrica em relação aos eixos x e y. Considere a figura seguinte. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 16 y zz O y z Para cada elemento de área dA de coordenada y positiva haverá um correspondente com coordenada negativa. Dessa forma, o produto de inércia de área Iyz da figura será nulo, pois todas as parcelas yz∙dA se anulam. Assim, pode-se dizer que Iyz será nulo toda vez que um dos eixos for de simetria. Figura 4 - 20 Considere agora a figura seguinte, da qual se conhece o produto de inércia de área Ixy em relação a um par de eixos centroidais tais como os eixos xy mostrados. dA z ' C z y d 2 d 1 y z z ' y ' O y ' Figura 4 - 21 Com base nas relações entre as coordenadas de um elemento de área dA segundo os eixos y e z e as coordenadas segundo os eixos y e z 1dyy 2dzz Pode-se determinar o produto de inércia da área da seção em relação aos eixos y e z 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 17 AAAAAA z dAdydAddAydAdydydAdydAyI 2 11 22 11 22 1 2 22 AAAAAA y dAdzdAddAzdAdzdzdAdzdAzI 2 22 22 22 22 2 2 22 AAAAAAA zy dAddzdAdydAdyzdAdAddzdydyzdAdzdydAzyI 2112211221 na qual d1 e d2 são as coordenadas do centróide C em relação aos eixos zy . Sendo a origem dos eixos yz o centróide da área da seção, tem-se que: 0 0 AzzdAS AyydAS A y A z onde y e z as coordenadas do centróide segundo os eixos yz. Com isso, as expressões se reduzem a: 2 1AdII zz 2 2AdII yy 21dAdII yzzy (8) Estas equações correspondem ao Teorema dos Eixos Paralelos. Como exemplo, determinemos o produto de inércia de área da seção triangular a seguir em relação aos eixos zy e yz. y ' z ' b b/3 h z ' h 3 dz ' y zc Figura 4 -22 O produto de inércia de área em relação aos eixos zy é determinado através da consideração da área infinitesimal dA hachurada na figura anterior. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 18 A zy dAzyI zdhz b h dA e hz b h y 2 1 , tendo-se bz 0 2423 2 42 1 2 1 22 0 2 2 3 2 2 4 2 2 0 hb z h z b h z b h zdhz b h zhz b h I bb zy Pelo teorema dos Eixos Paralelos: 7233224 2222 21 hbbhbhhb dAdII zyyz 3.6.2. Rotação de eixos Considere-se a seção apresentada na figura a seguir. Representam-se os eixos y e z com origem num ponto arbitrário O e os eixos y e z com origem também em O e girados de em relação aos eixos y e z respectivamente. Admite-se que, para a seção da figura, os momentos e o produto de inércia de área em relação aos eixos y e z são conhecidos. y ' dA z ' z 's en y 's en y " z " z 'c os z " y " y 'c os O z ' y ' cosysenzy senycoszz Figura 4 - 23 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 19 Daí, o momento os momentos de inércia de área e o produto de inércia de área serão em relação aos eixos y e z serão: AAA z dAcossenzycosysenzdAcosysenzdAyI 2 222222 AAA dAzycossendAycosdAzsen 22222 AAA y dAcossenzysenycoszdAsenycoszdAzI 2 222222 AAA dAzycossendAysendAzcos 22222 AAA zy dAcos senycoszysenzycos senzdA senycoszcosy senzdAzyI 2222 AAA dAzysencosdAycos sendAzcos sen 2222 Em virtude das definições estudadas: cossenIcosIsenII zyzyz 2 22 cossenIsenIcosII zyzyy 2 22 22 sencosIcossenIcossenII zyzyzy Substituindo-se as relações trigonométricas, 21 2 12 coscos 21 2 12 cossen 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 20 22 sencossen , obtém-se: 2 2 21 2 21 senI cosI cos II zyzyz 2 2 21 2 21 senI cos I cos II zyzyy 2 2121 2 2 2 2 coscos I sen I sen II zyzyzy (9) Ou, ainda: 22 22 senIcos IIII I zy yzyz z 22 22 senIcos IIII I zy yzyz y 2 2 2 sen II cosII yz zyzy (10) Estas equações exprimem os momentos e produto de inércia de área em relação aos eixos rotacionados, em função àqueles em relação aos eixos originais. Pode-se verificar que: zyzy IIII , isto é, esta soma é invariável para qualquer rotação do sistema de eixos. Analisando agora zyI : - Para 0 => zyzy II , como esperado. - Para 2 => zyzy II , ocorre mudança de sinal. Assim, deve existir uma direção θ dos eixos para a qual o produto de inércia de área se anula. Tais eixos são denominados “eixos principais de inércia” e, caso sua origem coincida com o centróide da área, são denominados “eixos principais centroidais”. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 21 3.6.3. Posição dos eixos principais Como definido anteriormente, os eixos principais são aqueles cujo produto de inércia de área da seção vale zero. Assim: Eixos em relação aos quais o produto de inércia da área da seção é nulo são chamados eixos principais. Chamando de p o valor de para o qual zyI vale zero e que define, portanto, os eixos principais, escreve-se 02sen 2 II 2cosI p yz pzy ou pzyp yz 2cosI2sen 2 II ou, ainda, yz zy p p II 2 I 2cos 2sen ou, finalmente, yz zy p II I2 2tg (11) Há dois valores de 2p, diferindo um do outro por , que são solução da equação (11). Os dois valores de p correspondentes, diferindo entre si por 2 , definem as direções ortogonais dos eixos principais. Esse resultado também pode ser obtido investigando os valores de θ que resultam num momento de inércia de área máximo ou mínimo. Para tanto é suficiente derivar a expressão de zI em relação a θ e igualar a zero: 02222 2 pzyp yz cosIsen II Dividindo-se ambos os membros da equação acima por 2, vem 02 2 2 p yz pzy sen II cosI (12) Outra forma de obter os mesmos valores de θp é investigando a equação de yI , de modo a obter seu máximo ou mínimo. Pode-se, portanto, concluir que eixos principais são 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 22 eixos tais que o momento de inércia da área da seção em relação a um deles é máximo e em relação ao outro é mínimo. Sendo nulo o produto de inércia da área de uma seção em relação a um par de eixos em que um deles é eixo de simetria, pode-se concluir que, caso uma seção tenha um eixo de simetria, este eixo e qualquer outro perpendicular a ele consistem em um par de eixos principais. Para obter as expressões dos momentos de inércia da área da seção em relação aos eixos principais, com orientação definida pelo ângulo p, fornecido pela equação (11), basta substituir nas equações (10) as expressões de sen2p e cos2p. Utilizando as relações trigonométricas: 21 1 2 2tg cos 21 2 2 2tg tg sen yz zyyz yz zyyz yz zy yz zy p II III II III II I II I tg 22 2 22 2 22 2 444 1 2 121 , 222 421 1 zyyz yz p III II tg 22 4 2 zyyz yz p III II cos (13) e, 22 4 2 2 zyyz zy p III I sen (14) Substituindo as equações (13) e (14) nas equações (10), obtêm-se as expressões do momento de inércia máximo e do momento de inércia mínimo: 2 zy 2 yz zy zy 2 zy 2 yz yzyzyz mín máx I4II I2 I I4II II 2 II 2 II I ou 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 23 2 zy 2 yzyz mín máx I 2 II 2 II I (15) y z CG No caso de uma seção retangular, os eixos y e z ilustrados na figura correspondem aos eixos principais, em que: Iz = Imáx e Iy = Imín. Figura 4 -24 A equação da componente de tensão normal z III IMIM y III IMIM yzzy yzzzy yzzy yzyyz x 22 pode ser usada quando se conhecem os momentos My e Mz associados a dois eixos centrais perpendiculares quaisquer. É importante saber que esta equação foi deduzida em correspondência às orientações dos eixos y e z, assim como dos momentos My e Mz, indicadas na figura anterior. Se os eixos em questão forem eixos principais de inércia I1 e I2, I12 = 0 e a equação se reduz a: 1 2 2 2 1 1 1 21 12 2 21 21 x I M x I M x II IM x II IM x . - Exercícios 1) Demonstrar que se a força P, da barra engastada e livre adotada no desenvolvimento teórico, tiver sua linha de ação ao longo da diagonal da seção transversal, o eixo neutro se encontrará sobre a outra diagonal. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 24 y z P b h Py = P cos θ e Pz = - P sen θ Equação da linha neutra: ztg I I y y z , sendo h b tg Figura 4 -25 Sendo 12 3bh Iz e 12 3hb I y , tem-se que 2 2 b h I I y z . A equação da linha neutra resulta, então em: ztgz b h z h b b h y 2 2 , que é a equação da outra diagonal da seção transversal. Com isso fica demonstrado que a L.N. passa pela outra diagonal. 2) Uma viga de madeira de seção transversal retangular é simplesmente apoiada nas extremidades. O eixo é horizontal, porém a seção transversal é inclinada, conforme ilustrado pela figura. A carga é vertical e uniformemente distribuída, sendo q a taxa de carregamento. Calcular a tensão normal devido à flexão, e o deslocamento vertical no meio do vão, sendo: L = 3,0m; b = 15cm; h = 20cm; tg() = 1/3; E = 1.050 kN/cm² e q = 3 kN/m. b h z yq A máxima tensão normal ocorre na seção de Maximo momento fletor, cujo valor , neste caso, é: kNcm, ql Mmáx 5337 8 2 Figura 4-26 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 25 Em qualquer seção transversal, a direção e o sentido do momento resultante e suas componentes são os representados na figura a seguir. y z Mmáx. = y z Mz y z My b h A + A Figura 4-27 4 3 5625 12 1520 cmI y 4 3 10000 12 2015 cmI y kNcm, lq Mm/kN,cosqq y zy 625320 8 852 10 3 3 2 kNcm, lq Mm/kN,senqq zyz875106 8 950 10 1 3 2 A equação da tensão normal se escreve: z,y,z , y , z I M y I M y y z z x 22 1090110203 5625 875106 10000 625320 Os deslocamentos no meio do vão associados às componentes qy e qz são dados por: cm, EI lq z y y 2860 384 5 4 cm, EI lq y z z 1700 384 5 4 cm,zy 3330 22 73305940 2860 1700 ,tg, , , y z z y y z Inclinação da deflexão Figura 4.28 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 26 y z q 4318 3 1 ,arctg A projeção δ na direção vertical é dada por: cm,,cos,cosV 3220312330 Figura 4-29 3) Uma viga biapoiada de 6m de comprimento, cuja seção transversal em perfil L encontra-se ilustrada a seguir, suporta um carregamento qy = 2 kN/m. Calcular a tensões normais máximas de tração e compressão devidas à flexão. 0,10 m 0,18 m 0,02 m 0,02 m z' y' Figura 4-30 A seção transversal reta da viga desse exercício é “assimétrica” e está submetida a uma flexão oblíqua. Primeiramente devemos determinar as propriedades geométricas zI , yI e yzI , em relação aos eixos centrais yz. Para isso, consideramos a seção como a subtração de dois retângulos 1 e 2, conforme indicado na figura a seguir. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 27 0,10 m 0,18 m 1 z' y' 0,08m 0,16 m 2 z' y' Figura 4-31 o Determinação do centróide da seção: As coordenadas do centróide da seção em relação aos eixos zy se escrevem como: A S y z e A S z y 21 AAA , 21 zzz SSS e 21 yyy SSS 2 1 0180180100 m,,,A e 2 2 01280160080 m,,,A 2310205 m,A m, , , ym,S m,, , ,AyS m,, , AyS z z z 06540 10205 10403 10403 1028101280 2 160 020 106210180 2 180 3 4 34 33 22 33 11 2 1 mymS mAzS mAzS y y y 0746,0 1020,5 1088,3 1088,3 1012,50128,0 2 08,0 1000,9018,0 2 10,0 3 4 34 34 22 34 11 2 1 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 28 z' y' y z C 0,0654 m 0,0746 m Figura 4-32 Para o cálculo dos momentos e produto de inércia em relação a yz utiliza-se o teorema dos eixos paralelos: 2 1AdII zz , 2 2AdII yy e 21dAdII yzzy , lembrando que aqui os eixos zy da fórmula se refere aos eixos yz da seção e os eixos yz da fórmula se referem aos eixos centrais de cada uma das partes 1 e 2. As partes 1 e 2 são retangulares, tendo-se então: y z C b h 12 3hb I z 12 3bh I y Figura 4-33 452 3 1095,50654,009,0018,0 12 18,010,0 1 mI z 452 3 1026,40654,010,00128,0 12 16,008,0 2 mI z 451069,1 21 mIII zzz 452 3 1059,20746,005,0018,0 12 10,018,0 1 mI y 452 3 1021,20746,004,00128,0 12 08,016,0 2 mI y 461080,3 21 mIII yyy 4510091024600246001800 1 m,,,,I yz 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 29 45105310346003460012800 2 m,,,,I yz 4610424 21 m,III yzyzyz - Resolução utilizando a equação geral de σx O máximo momento fletor ocorre na seção do meio do vão e é dado por: NmkNm lq M z 90009 8 62 8 22 Nesta seção: z ,,, ,, y ,,, ,, z III IMIM y III IMIM yzzy yzzzy yzzy yzyyz x 2656 65 2656 66 22 104241069110803 104249000106910 104241069110803 104240108039000 z,y,x 88 101419107357 Linha neutra: 0101419107357 88 z,y, y z L.N.40,2° Ângulo que a linha neutra faz com o eixo y: 2408460 1419 7357 ,, , , tg Figura 4-34 Os pontos de tensão máxima são os mais distantes da linha neutra (pontos A e B indicados na figura a seguir): 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 30 L.N. B A tração compressão Figura 4-35 As coordenadas dos pontos A e B são: m,,,yA 1146006540180 e m,,,zA 0054007460080 m,yB 06540 e m,,,zB 0254007460100 Pa,,,,,A 688 10707830054010141911460107357 Pa,,,,,B 688 10805730254010141906540107357 - Resolução utilizando a equação em relação aos eixos principais de inércia para σx Primeiramente devemos determinar a direção dos eixos principais e o valor dos momentos de inércia principais. 731462 17342 6740 8039016 42422 2 pp pp yz yz p , ,, , II I tg 46 45 62 2 2 2 10392 10821 10424 2 8039016 2 8039016 22 m, m, , ,,,, I IIII I yz yzyz mín máx Analisando a equação abaixo, tem-se que a direção correspondente ao valor máximo 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 31 faz com o eixo y um ângulo cujo seno tem sinal oposto ao co-seno (fazendo o terceiro termo resultar positivo): cossenIsenIcosII yzzyy 2 22 Conclui-se então que 731 e 172 y z 2, x2 1, x1 17° Figura 4-36 Calculando-se os momentos resultantes na seção do meio do vão nas direções principais 1 e 2, tem-se: y z 2, x2 1, x1 Mz M2 M1 Nm,cosMM z 78606171 Nm,senMM z 32631172 Figura 4-37 A tensão normal é dada por: 2 8 1 9 16251 2 2 2 1 1 1073410101 10392 32631 10821 78606 x,x,x , , x , , x I M x I M x Linha neutra: 01073410101 2 8 1 9 x,x, 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 32 2, x2 1, x1 L.N. 66,8° Ângulo que a linha neutra faz com o eixo 1: 8663342 734 011 ,. , , tg Figura 4-38 Os pontos de tensão máxima são os mesmos pontos A e B da figura 4-34. Sendo 7373cos1 senzyx e 1717cos2 senzyx : msenx A 02834,0730054,073cos1146,01 msenx A 11117,0170054,017cos1146,02 msenx B 04341,0730254,073cos0654,01 msenx B 05511,0170254,017cos0654,02 PaA 698 10702,8302834,01010,111117,01073,4 PaB 698 10790,7304341,01010,105511,01073,4 3.6.4. Flexão de vigas assimétricas submetidas a forças transversais Considere a viga em balanço, de seçãoo assimétrica, representada na figura seguinte. A força P, na extremidade livre, atua verticalmente paralela ao eixo y. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples33 x y P S C Mz z P y Figura 4-39 Os eixos y e z são principais centrais, pois z é um eixo de simetria. Para estas condições haverá, em qualquer seção transversal intermediária da barra, um momento fletor Mz, em torno do eixo z, e uma força cortante Qy, na direção de y. em correspondência a esses esforços surgem tensões normais e de cisalhamento, cujas resultantes são associadas ao momento fletor Mz e à força cortante P, respectivamente. A linha de ação da força cortante passa por um ponto S, comumente denominado centro de torção, que, em geral, não coincide com o centróide c da seção. Se o plano de atuação da carga P não passar pelo “centro de torção”, haverá torção na viga. Neste instante é importante comentar que uma carga transversal atuante numa barra assimétrica produz, usualmente, flexão combinada com torção. A flexão sem torção só ocorre quando o plano de carga passa pelo centro de torção, daí a importância de sua determinação. Para o caso da viga anterior, é fácil determinar seu centro de torção. Consideremos a seção transversal como a composição das áreas 1, 2 e 3, conforme indicadas, todas flexionando juntas e tendo, portanto, a mesma curvatura no plano xy. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 34 S C z P y 1 2 3 b e h h h b V V 1 e2 1 1 1 2 2 2 Figura 4-40 Dessa forma, o momento fletor suportado em cada área é proporcional ao seu momento de inércia de área em relação ao eixo z: 3 3 2 2 1 1 EI M EI M EI M Sendo I3 muito menor que I1 e I2, opde-se desprezar sua contribuição e admitir que a carga seja suportada pelas áreas 1 e 2. Então: 2 2 1 1 I M I M Pode-se escrever também que: 21 1 1 II IM M z e 21 2 2 II IM M z onde M1 + M2 = Mz é o momento fletor total. Os esforços cortantes Q1 e Q2 estarão na mesma proporção que os momentos fletores. 21 1 1 II IQ Q y e 21 2 2 II IQ Q y 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 35 em que Qy = Q1 + Q2 é a força cortante total (igual à P ). A linha de ação da resultante dessas forças cortantes define a posição do centro de torção S da seção transversal analisada. Fazendo-se o equilíbrio à rotação em relação ao ponto S, obtém-se: 1 2 2 1 2211 0 I I h h hVhV Substituindo 12 3 11 1 bt I , 12 3 22 2 bt I e 21 hhh , tem-se: 3 22 3 11 3 22 1 btbt hbt h e 3 22 3 11 3 11 2 btbt hbt h Observação: em geral, os eixos de simetria de uma viga contêm o centro de torção da seção transversal. Mesmo que atue uma força inclinada, suas componentes produzem flexão sem torção, pois suas linhas de ação passam pelo centro de torção. Caso isso não ocorra, a análise pode ser feita considerando-se a ação simultânea de um conjugado e uma carga passando pelo centro de torção. O efeito da carta pode ser analisado pelo exposto anteriormente, e o do conjugado por uma análise adequada da torção. 3.6.5. Tensão Cisalhante em seções abertas de parede fina Considere a seção da barra esquematizada a seguir, sendo y e z eixos centrais principais de inércia. Em se tratando de seções de paredes finas e na ausência de forças tangenciais aplicadas à superfície lateral da barra, pode-se admitir que a componente de tensão cisalhante xn é nula e que a componente xs é uniformemente distribuída na espessura t. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 36 y z x n s t xs t xs n s x = 0 dn Do equilíbrio de forças na direção x do elemento a seguir, tem-se: xs xdxx + x x xs s dx A* x bordo livre 0 ** A xs * x A *x x dxtdAdAdx x *A *x xs dAdx x dxt Sendo o fluxo de cisalhamento tf xs e a tensão normal para a flexão assimétrica sendo y e z eixos centrais principais de inércia z I M y I M y y z z x , tem-se: y z z y y y z zx I z Q I y Q I z x M I y x M x * y y z* z z y A * y z A * z y S I Q S I Q zdA I Q ydA I Q f ** , 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 37 onde * y * z SeS , são os momentos estáticos da área A* em relação aos eixos y e z, respectivamente, para uma dada coordenada s. O módulo da componente cisalhante de tensão se escreve: * y y z* z z y S It Q S It Q Exemplo: Determinar a variação da tensão cisalhante na seção da barra esquematizada a seguir: P AB F1 F2 A b b s dx Tem-se, para o exemplo que Qy = P e Qz = 0. Pelo equilíbrio de uma parcela da mesa da seção, pode-se concluir o sentido da tensão cisalhante atuante. Sendo F1 e F2 as forças resultantes da tensão normal de flexão, sendo 21 MM , pois a seção 1 está mais próxima ao engaste, tem-se que F1 > F2 e a força na direção x, resultante da componente cisalhante sx , deve ter o mesmo sentido que F2, resultando na resultante da tensão xs na direção ilustrada na figura anterior. De forma análoga, pode-se determinar o sentido dessa componente para a parcela B da mesa. Para determinar o valor da componente de tensão cisalhante, tem-se: 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 38 y z C h tf tw b b s r d d Corte b-b (mesa da seção): z máx zz f f * z I bh P I sh P I hst Pf h tsS 4222 Corte d-d (alma da seção): 4242422 4222 2 22 2 2 2 2 2 2 h t bt I Ph r h t hbt I P r h I t I hbt Pf r hthbtrh tr hh tbS w f z máx w f zz w z f wf wf * z Na junção alma-mesa 2 h r : wz f tI Phbt 2 . xs xs xs A resultante das tensões de cisalhamento na seção transversal é uma força vertical, pois as resultantes nas mesas se cancelam: 2 0 2 2 22 0 6242 22 h w f z w w f z w h w A h t bt I tPh drr h t hbt I P tdrtdAR alma Substituindo-se o valor de Iz na equação, tem-se que R = P. 3. Capítulo 4: Flexão Assimétrica Simples 39 O fluxo de cisalhamento sempre seguirá um “caminho” na seção. Se a carga transversal está atuando de cima para baixo, o fluxo de tensão cisalhante terá esse sentido. Sabendo que tal fluxo deve “entrar” por um extremo da seção e “sair” por outro, determina- se facilmente o sentido das tensões cisalhantes. 3.6.6. Centro de Cisalhamento de Seções Abertas de Paredes Delgadas Tendo as deduções do item anterior, a determinação do centro de cisalhamento de uma seção se torna simples. Tomemos como exemplo a seção C esquematizada a seguir,submetida a um esforço cortante Qy: y z C h b tf tw y z C Analogamente à seção I do item anterior: para a mesa: z yf * z I sh Q h tsS 22 e z f y A b f z ymesa I htb Qdst I sh QdAR mesa 42 2 0 para a alma: yalma QR . Para que a barra esteja em equilíbrio, é necessário que as parcelas das forças internas em cada parte da seção reproduzam o efeito da força interna total Qy. Daí tem-se: Qy 0 Ralma Rmesa Rmesa e z f y mesa yalmamesa I thb Q hR e eQeRhRM 4 0 22 0
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