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Exame Físico do Joelho FAMECA Curso de Ortopedia/Traumatologia 2019 Preceptor: Rodrigo Elias Moreschi Exame Físico em Ortopedia - 2ª Edição – Tarcísio E. P. de Barros Filho Propedêutica Ortopédica e Traumatológica – Nelson Mattioli Leite e Flávio Faloppa 1 Anamnese Idade Sexo Profissão Atividade física de lazer ou profissional Esporte (posição) Lado acometido e lado dominante Queixa principal, início dos sintomas, tratamentos já realizados 2 Idade Lesões traumáticas específicas para cada fase da vida: Criança – descolamento epifisário Adulto – lesões ligamentares Idoso – fraturas Luxação recidivante da patela – idade no 1º episódio: importante na determinação da conduta < 13 anos evoluem com necessidade de cirurgia 3 Queixa principal Determinar de maneira mais precisa o início da sintomatologia Insidioso X Agudo Pós traumático Descrição minuciosa do traumatismo inicial mecanismo de lesão Exemplo : estalido após mecanismo de torção + derrame articular imediato: LCA - derrame tardio: sinovite reacional 4 Sintomas DOR: localização no joelho, periodicidade e sua relação com a atividade profissional, recreacional ou esportiva Início insidioso, repentino, agudo. Relacionado a trauma ou não. Fatores de piora e melhora intermitente, piora aos esforços e às atividades – afecções intrínsecas Presente em determinada posição: joelho fletido (sinal do cinema) – patologia femoropatelar ou da plica patológica; joelho hiperfletido – lesão do corno posterior do menisco medial 5 Sintomas Estalo ou estalido: 90% nas lesões de LCA (torção) Ao estender o joelho fletido e doloroso plica sinovial patológica Na flexo-extensão não dolorosa menisco discóide 6 Sintomas Falseio: Lesões meniscais / corpos livres articulares / plica sinovial / instabilidades femoropatelares Típico: falseio sem dor, mas seguido de derrame tardio, altamente incapacitante: instabilidade ligamentar Momentâneo, rápido e instantâneo: volta imediatamente a situação anterior Travamento: Apresenta demora para resolução espontânea 7 Sintomas Derrame: Aguda: hemartrose (lesão grave) Tardia: sinovite reacional Origem insidiosa, crônica e sem história de problema mecânico – doença sinovial pura (reumática) Antecedentes Outras queixas Operações anteriores 8 Exame clínico 3 etapas: 1- Inspeção (estática e dinâmica) 2- Palpação 3- Testes específicos Examinar ambos os joelhos Comparar resultados 9 1- Inspeção Paciente em pé e despido: frente / perfil andando de frente / de costas para o examinador Alinhamento dos MMII no mesmo plano (varo/valgo) ou em dois planos (desvios torcionais) 10 Inspeção Presença de edema / derrame / equimoses / atrofias musculares 11 Inspeção Alterações dinâmicas da marcha Deformidades Deformidade latero-lateral na fase de apoio “thrust”ou flambagem Recurvato / Limitação de extensão do joelho 12 Flambagem: afecção degenerative artrítica com erosão cartilaginosa e desvi oem varo do joelho; ou falência ligamentar periférica associada a lesão do LCA Inspeção Claudicação Marcha de Trendelenburg Posicionamento dos pés e a impressão plantar na marcha: Alteradas nas deformidades torcionais (tíbia) Torção externa da perna durante a marcha – Sinal de Wilson (osteocondrite dissecante) 13 Estudo do alinhamento patelar Ângulo “Q” (normal até 20º): Traça-se uma linha imaginária conectando o centro da patela e a EIAS e outra em direção da inserção do tendão patelar na TAT 14 Alinhamento patelar Joelho ou patela em “baioneta”: deformidade torcional com desvio lateral da TAT, quando flete o joelho em 30º – ângulo “Q” aumentado Com a extensão ativa do joelho: Lateralização da patela no final do movimento: IFP em extensão Desvio no inicio do movimento: luxação habitual em flexão 15 Altura da patela Paciente sentado sobre a mesa de exame Normal: na frente dos côndilos femorais, em continuidade com tendão patelar Alta: forma uma angulação com o tendão patelar, decompondo a alavanca do quadríceps em 3 braços: mm quadríceps, própria patela e o tendão patelar 16 2- Palpação Côndilo femoral lateral/medial Tendões da pata de ganso flexores – dor à flexão resistida, sensibilizado com RE da perna Tubérculo de Gerdy trato iliotibial Região posterior Cistos – Baker Fabela Cabeças do gastrocnêmio Interlinhas articulares 17 Palpação Patela Artic femuropatelar – facetas e extremidades superior e inferior TAT Bursas supra e infrapatelares Pontos e espessamentos dolorosos nas porções medial e lateral – plicas sinoviais Polos proximal e distal – tendinites ou entesites Inserção quadricipital Inserção ligamento patelar Na flexo-extensão: deslizamento no sulco troclear (crepitação inicial, terminal, superior) Sinal da Tecla 18 Crepitação inicial – contato total cartilagem articular da patella com a tróclea Terminal – extremidade superior da tróclea com inferior da patella Superior – fundo de saco do quadríceps Sinal da Tecla (derrame) 19 3- Testes Especiais Avaliação muscular Patela Meniscos Ligamentos Muscular Paciente deitado Tônus muscular (especialmente quadríceps) Retração isquiotibial Retração do tríceps sural Retração banda iliotibial Retração do quadríceps 21 Retração Muscular Isquiotibial (teste de Sobrinho) posição supina, quadril e joelho em 90º, estende-se gradualmente o joelho até encontrar resistência ao movimento 22 Retração Muscular Banda iliotibial (teste de Ober) decúbito lateral, estabiliza-se a pelve com uma das mãos e o quadril é abduzido e estendido e em seguida, faz-se sua adução Se permanecer abduzido, há retração 23 Retração Muscular Quadríceps (teste de ELY) posição pronada, os joelhos são lentamente fletidos até encontrar resistência 24 Patologia/Instabilidade Femuropatelar Crepitação Teste da compressão patelar Teste de inclinação patelar Teste de apreensão (Fairbanks) Teste da compressão patelar Compressão sobre o sulco femoral, com o joelho em extensão e em flexão de 25-30° Dor e crepitação - podem refletir condromalacia, artrose ou instabilidade femoropatelar Compressão + contração ativa do quadriceps – teste de Zohlen 26 Teste de inclinação patelar Testa o grau de tensionamento dos retináculos medial e lateral da patela: mobilização lateral e medial em extensão e em flexão de 30º 27 Teste de apreensão Posição supina, com joelho fletido em 30°, o examinador tenta lateralizar a patela Mobilidade lateral > que normal Positivo quando paciente refere dor ou manifesta angústia, pressentindo luxação iminente da patela e tenta impedir o exame 28 Testes Meniscais Teste de McMurray Teste de Appley Sinal de Smillie Teste de Steinmann Marcha de pato Moragas Bragard Payr Bado e cagnoli Mão de Cabot Böhler 29 Teste de McMurray Posição supina, quadril a 90º e o joelho em flexão máxima Palpa-se as interlinhas articulares com umas das mãos, e com a outra segura o pé do paciente provocando movimentos de rotação interna e externa da perna alternadamente, enquanto faz extensão do joelho Positivo: dor ou estalido: Medial com R.E.= menisco medial Lateral com R.I.= meniso lateral 30 Teste de Appley Posição pronada, quadril em extensão, joelho em flexão 90°- 2 tempos: 1º- compressão axial junto ao pé realizando R.E. (pinça m. medial)/ R.I. (pinça m. lateral) Positivo se dor ou estalido 2º- contra prova - manobra é repetida, porém aplicando distração do joelho (tração do tornozelo com estabilização da coxa) Dor desaparece ou reduz intensidade 31 Se mantiver dor na manobra com distração – ivestigar outras lesões ou presença de sinovite Sinal de Smillie Dor à palpação da interlinha artic. correspondente Menisco medial – dor junto à interlinha medial Menisco lateral – dor nas regiões anterior e lateral 32 Teste de Steinmann Steinmann I: Paciente sentado sobre a mesa,com joelho fletido 90°, bruscamente faz-se R.I. e R.E. da perna, segurando pelo pé Positivo se dor na interlinha Steinmann II: Repete-se as manobras com joelho em maior grau de flexão Dor deverá mover-se posteriormente com aumento da flexão 33 Marcha de Pato Agachado no chão, pedimos que dê alguns passos Lesão corno posterior menisco medial: dor impede o pct de realizar o movimento Bragard Pct sentado. Palpando-se a interlinha do menisco a ser examinado, roda-se a perna para o mesmo lado: Para menisco lateral – RE Para menisco medial – RI Positivo se aumento da dor Payr Pct sentado com pernas cruzadas (“índio”) Força varismo do joelho, diminuindo espaço da interlinha medial – pinçamento menisco medial Positivo se dor Testes de Função Ligamentar Lachman Gaveta anterior Pivot-shift (McIntoch) Jerk test (ressalto) Testes funcionais para LCA Lachman posterior Gaveta posterior Teste ativo do quadríceps Godfrey Pivot-shift reverso (Jakob) Recurvato em RE Rotação tibial externa (Dial test) Estresses em valgo e varo 37 Lachmann Alta especificidade para lesão LCA Posição supina, joelho com flexão de 30° Uma mão estabiliza o fêmur distal, outra mão segura a perna palpando a TAT Movimento antagônico entre fêmur/tíbia Positivo: deslocamento anterior da tíbia Graduar a manobra: 1- excursão mín com parada firme 2- excursão pronunciada com parade pouco firme 3- excursão pronunciada sem resistência 38 Gaveta anterior Avalia lesão do LCA principalmente Posição supina, quadril 45°, joelho 90°. Examinador sentado na mesa, apoiando o pé Duas mãos 1/3 sup da tibia, polegares sobre os rebordos tibiais, demais dedos palpando musculatura posterior Mobiliza a tíbia anteriormente Realizar teste em 3 posições da perna Neutra RI RE 39 Gaveta anterior 3 posições Neutro: ruptura LCA e possível lesão dos compartimentos lateral e medial RI.: negativa para lesão do LCA, sendo positiva se tiver lesão do LCP e estruturas laterais e posterolaterais associadas R.E.: ruptura LCA e estruturas mediais e posteromediais 40 Pivot shift (McIntoch) Lesão de LCA Posição supina. Começa com joelho próximo da extensão máxima, a tíbia subluxada anteriormente. Uma mão segura perna em RI, outra mão no 1/3 sup lateral da perna forçando valgo Inicia-se a flexão, quando em torno de 30°, será percebida redução repentina da luxação anterior 41 Ação do trato iliotibial principalmente – age como flexor, pois no momento do exame estará posterior ao centro de rotação do joelho, puxando a tibia para trás, reduzindo a luxação. Jerk Test (teste do ressalto) Lesão de LCA Reproduz subluxação anterior da tíbia, que se reduz imediatamente pela força de tração do trato iliotibial Posição supina, quadril 45°, joelho 90° Uma mão segura a perna em RI, a outra pressiona o 1/3 sup externo da perna fazendo discreto valgo do joelho. Estende-se o joelho progressivamente até que se nota repentino ressalto articular – subluxação anterolateral do joelho - o qual se mantem subluxado até sua extensão total 42 Lachmann posterior Avalia LCP Posição supina, joelho com flexão de 30° Uma mão estabiliza o fêmur distal, outra mão segura a perna palpando a TAT Movimento antagônico entre fêmur/tíbia Positivo: deslocamento posterior da tíbia 43 Gaveta posterior Avalia LCP Posição supina, quadril 45°, joelho 90°. Examinador sentado na mesa, apoiando o pé Duas mãos 1/3 sup da tibia, polegares sobre os rebordos tibiais, demais dedos palpando musculatura posterior Mobiliza a porção proximal da tíbia posteriormente sob o fêmur distal 44 Teste Contração Ativa do Quadríceps Avalia o LCP A partir da posição da gaveta Pede ao pct que contraia o quadríceps, sendo observada a redução da luxação posterior Godfrey Avalia o LCP Posteriorização passiva da tibia a 90° Posição supina, quadril e joelho 90°. Examinador mantém a perna na posição para relaxamento do quadríceps Observa-se subluxação posterior da tibia, criando degrau junto ao planalto medial Comparar o nível das tuberosidades tibiais 46 Pivot shift reverso (Jakob) Avalia LCP e canto posterolateral Começa com joelho fletido, aplicando força em valgo à tíbia com RE da perna, estando o quadril em RI Nessa posição, se houver instabilidade posterolateral, a tíbia se deslocará para trás sob o côndilo femoral lateral, com subluxação Ao realizar extensão do joelho ocorre redução 47 Recurvato em rotação externa Avalia LCP e canto posterolateral Posição supina, toma-se os pés pelo hálux e eleva ambos em posição de hiperextensão do joelho Positivo quando tíbia fica rodada externamente com aparente subluxação posterior do rebordo tibial - instabilidade póstero-lateral 48 Rotação Tibial Externa (Dial Test) Avalia LCP e canto posterolateral Pct prono. Avalia-se comparativamente o aumento da RE da tíbia com joelho em flexão de 30° e 90°: Positivo se diferença > 10°: 30° = canto posterolateral 30 e 90° = canto posterolateral + LCP Manobra de estresse em Valgo Complexo ligamentar medial Lig colateral medial (porções superficial e profunda), lig oblíquo posterior responsável por 80% de resistência a força em valgo Valgo em extensão: LCM + LCP e LCA Valgo em flexão 30º: Relaxa cápsula posterior LCM isoladamente 50 Manobra de estresse em Varo Complexo ligamentar lateral Complexo arqueado, tendão do poplíteo, lig colateral lateral (LCL) Responsável por 55% da resistência a força em varo qdo flexão 5°, e 69% quando flexão 25° Varo em extensão: LCL + LCA e até LCP se abertura ipte Varo em flexão 30º: LCL, associado ou não a banda iliotibial, tendão do poplíteo e tendão do bíceps 51 OBRIGADO
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