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Mini Artigo Direito das Coisas

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AZEVEDO, Elis Mary A. de. A evolução histórica sobre o Direito das Coisas e atual concepção constitucional. Disponível em www.exiure.com.br 
Elis Mary Avelino de Azevedo[1: Bacharela em Administração – FBB; Mestra em Gestão e Tecnologias aplicadas à Educação – UNEB; Graduanda em Direito – Estácio-FIB; Servidora Pública Federal do Instituo Federal Baiano.]
Das lições de Sílvio Rodrigues, extrai-se que o direito das coisas “é o conjunto das normas que regulam as relações jurídicas entre os homens, em face as coisas corpóreas, capazes de satisfazer às suas necessidades e suscetíveis de apropriação”.
Com propriedade, Maria Helena Diniz assevera que o direito das coisas vem a ser um “conjunto de normas que regem as relações jurídicas concernentes aos bens materiais ou imateriais suscetíveis de apropriação pelo homem”. 
Nas preciosas lições de Orlando Gomes, o direito das coisas “regula o poder dos homens sobre os bens e os modos de sua utilização econômica”. Ainda segundo ele, citando Lafayette, “o direito das coisas se resume em definir o poder do homem, no aspecto jurídico, sobre a natureza física, nas suas variadas manifestações, e em regular a aquisição, o exercício, a conservação, a reivindicação e a perda daquele poder, à luz dos princípios consagrados nas leis positivas”.
Já Humberto Theodoro Junior, preleciona que o direito das coisas é um ramo do Direito Civil que se ocupa dos direitos reais e consiste no conjunto das normas que regem as relações jurídicas referentes à apropriação dos bens corpóreos pelo homem.
Da análise de tais citações, pode-se dizer que o direito das coisas constitui-se em legado jurídico e coercitivo, tratado pelo direito privado, que alberga as formas reguladoras dos bens adquiridos pelo homem e sua respectiva utilização econômica, ou seja, tal direito tem como escopo a regulação das relações entre pessoa x coisa.
Em sendo assim, o direito das coisas é o poder direto e imediato que uma pessoa exerce sobre certa coisa, de modo que essa pessoa possa satisfazer seus interesses, obedecidos aos limites que esse direito tem na ordem jurídica. Tal direito resta consubstanciado pela competência dominante que o titular exerce sobre uma coisa certa e determinada, sem que caiba terceiros interferir sobre tal soberania, correspondendo tão somente a este terceiro a obrigação de não fazer, cujo direito tem eficácia erga omnes.
Assim, o objeto material dos direitos reais é a coisa certa e determinada.
Há ainda que ressaltar da existência dos direitos reais sobre coisas alheias, porque poderão ocorrer direitos que foram transferidos de um titular a um terceiro, através de instrumento próprio legal, onde o titular confere a este terceiro (que não é proprietário), o direito específico sobre a parte definida. Ex: o uso, o usufruto. 
Não obstante, há que se observar que direitos reais diferem-se dos direitos pessoais, conforme abaixo:
	Direitos Reais
	Direitos Pessoais
	Seu objeto é a res (coisa);
	Podem ser exercidos contra a própria pessoa;
	Prevalece o Ter;
	Prevalece o fazer;
	Recaem sobre coisas determinadas;
	Podem não recair sobre coisa certa;
	São de enumeração legal taxativa;
	Ultrapassam a enumeração da lei;
	Exercitam-se contra todos;
	Pressupõem sujeito passivo discriminado;
Tratando da evolução histórica do direito das coisas, preleciona Adauto de Almeida Tomaszewski, que o direito das coisas, resta albergado desde os primórdios da humanidade, onde a fome necessitava ser satisfeita, obrigando os homens a saciá-la, para que viesse a sobreviver, passando daí a existir a relação do homem com as coisas ao seu redor, bem como, a necessária providência à propriedade para que o mesmo pudesse estar abastecido de tudo o que fosse necessário à sua sobrevivência. Daí, “o direito de propriedade aparece rudimentarmente sobre coisas móveis: coisas apreendidas na natureza e bens trabalhados pelo homem para servir-lhe de utilidade”.
Com isso, após início pacífico de posse, no decurso do tempo passou-se a existir conflitos entre os grupos, onde os mais fracos eram sucumbidos pelos mais fortes, e, “por este motivo, algumas áreas de cultivo ou pastagens foram possuídas de uma forma comum e inalienável. Entretanto, por muito tempo, apesar das lutas entre grupos, a propriedade continuou comum”.
Assim, o direito das coisas, foi tratado pelos cristãos, egípcios, gregos e foi através da influência direta e objetiva do Direito Romano que “a propriedade passou do jus gentium para o jus civile, estabelecendo do DOMINIUM QUIRITARIUM, pelo quê a propriedade somente era adquirida pelos homens que podiam comerciar. Somente sob o império de Justinianus é que o comércio foi aberto a todos os homens livres”, sendo que, a absorção completa do direito de propriedade somente ocorreu no século XVIII, os camponeses começaram a adquirir alguns terrenos, sendo o assunto tratado de forma categórica pelo Código Civil francês, onde Napoleão protegia a propriedade privada, mesmo tendo o poder para agir de forma contrária, excetuando as situações de utilidade pública, derrogando assim o feudalismo e similares.
Com a evolução mundial, abarcada de mudanças, o Código Civil de 1916 tratou de limitações e submissões no que se referia à propriedade, tendo em vista o interesse público e função social que todos deveriam cumprir.
Nessa natural evolução, e com o intuito de propriedade “o homem começou a produzir mais do que consumia, acumular riquezas e as leis assim o garantiam, nos códigos e nas mentalidades. A partir do momento em que o homem crê ter este direito e que a Lei o protege, ele volta-se contra todos em busca desta proteção”, ou seja, com a evolução do intuito de propriedade, evoluiu também o direito das coisas.
Daí, de forma dinâmica e evoluída, o novo Código, necessitou se modernizar no escopo do DIREITO DAS COISAS, inovando-se com os reflexos da Constituição Federal, trazendo novos paradigmas ao direito real, a partir da base principiológica constitucional de que a função da propriedade é social.
Salvador, 27 de dezembro de 2013.
ELIS MARY AVELINO DE AZEVEDO
Graduanda em Direito / Estácio - FIB
OAB nº 28298-E
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Direito das coisas. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_das_coisas>. Acesso em 25fev2012.
Direito das Coisas. Disponível em <http://www.mpk.cnt.br/kav/Arquivos/Doc1/Parte%20Geral%20e%20Posse.pdf> Acesso em 25fev2012.
Direito das Coisas. Disponível em <http://www.coladaweb.com/direito/direito-das-coisas> Acesso em 25fev2012.
TOMASZEWSKI, Adauto de Almeida. Breves considerações sobre o Direito das coisas no Novo Código Civil. Disponível na Internet: http://www.mundojuridico.adv.br. Acesso em 25fev2012

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