Buscar

Brucelose, Leptospirose e Tuberculose Bovina

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A Brucelose, Leptospirose e Tuberculose, são doenças infecto-contagiosas que causam grandes prejuízos na bovinocultura de corte e leite, cuidados com o rebanho são de grande valia para que se possam diminuir as chances de uma infecção dos animais e a erradicação dessas doenças em alguns rebanhos. Além de ser um problema no bolso do pecuarista essas doenças também são de caráter antropozoonóticas.
BRUCELOSE BOVINA
 A brucelose bovina se define como uma doença infecto-contagiosa provocada por bactérias do gênero Brucella spp.. As principais manifestações nos animais – como abortos, nascimentos prematuros, esterilidade e baixa produção de leite – contribuem para uma considerável baixa na produção de alimentos. 
ETIOLOGIA 
 Dentro do gênero Brucella spp., são descritas seis espécies independentes, cada uma com seu hospedeiro preferencial, vamos dar ênfase na Brucella abortus que afeta bovinos e bubalinos, sendo que esses também são suscetíveis à B. suis e B. melitensis. As bactérias do gênero Brucella spp. são parasitas intracelulares facultativos, cocobacilos gram-negativos, imóveis; podem apresentar-se em cultivos primários com morfologia colonial lisa ou rugosa (rugosa estrita ou mucoide). 
FIGURA 1: Bactéria Brucella abortus (Fonte: Google Imagens)
EPIDEMIOLOGIA E TRANSMISSÃO
 Essas bactérias podem permanecer viáveis no meio ambiente por longos períodos, dependendo das condições de temperatura, umidade e sombreamento. A principal forma de entrada da brucelose em um rebanho sadio é a introdução de animais infectados, o período de incubação pode ser de poucas semanas e até mesmo de meses ou anos.
 A via de transmissão mais importante é a via oral, sendo que a infecção se inicia quando um animal ingere água e/ou alimentos contaminados com secreções de animais doentes ou pelo hábito de lamber as crias recém-nascidas e do macho lamber a genitália da fêmea, a transmissão pelo coito não tem grande importância, na monta natural o sêmen é depositado na vagina, onde há defesas inespecíficas que dificultam o processo de infecção, já na inseminação artificial, o sêmen é introduzido diretamente no útero, permitindo infecção da fêmea com pequenas quantidades do agente. Fêmeas nascidas de vacas brucélicas podem infectar-se no útero, durante ou logo após o parto, essa fêmeas em geral abortam na primeira prenhez, e só apresentam resultados positivos para os testes sorológicos no decorrer da gestação. 
SINAIS CLÍNICOS
 Nas fêmeas bovinas a principal manifestação clínica é o aborto, que ocorre em torno do sétimo mês de gestação, geralmente o feto é abortado 24 a 72 horas depois de sua morte, sendo comum sua autólise. As fêmeas apresentam placentite necrótica, sendo comum a retenção de placenta. Após o primeiro aborto, são mais frequentes a presença de natimortos e o nascimento de bezerros fracos. Nos machos as bactérias podem instalar-se nos testículos, epidídimos e vesículas seminais começando com uma fase inflamatória aguda, seguida de cronificação, frequentemente assintomática, sendo um dos possíveis sinais uma transitória ou permanente orquite uni ou bilateral, com aumento ou diminuição do volume dos testículos, que podem também se apresentar com aspecto amolecido e cheio de pus. Lesões articulares também podem ser observadas.
DIAGNÓSTICO
 O diagnóstico da brucelose pode ser feito pela identificação do agente.
 Identificação por métodos diretos: isolamento e a identificação do agente B. abortus a partir de material de aborto (feto, conteúdo estomacal de feto, placenta) ou de secreções, Imunohistoquímica, e métodos de detecção de ácidos nucleicos, principalmente a reação da polimerase em cadeia (PCR). 
 Identificação por métodos indiretos: A resposta sorológica à infecção por Brucella spp. é influenciada por muitos fatores, a sorologia pode ser negativa, devido ao longo e variável período de incubação da doença, a condição vacinal dos animais e suas respostas individuais à vacinação e o estágio da gestação no momento da infecção. A melhor estratégia é a combinação de testes (que devem ser escolhidos de acordo com cada necessidade), utilizados em série, sempre realizando teste confirmatório. 
- Teste de Soro aglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado (AAT): É preparado com o antígeno na concentração de 8%, tamponado em pH ácido (3,65) e corado com o Rosa de Bengala, sendo esta uma prova qualitativa, pois não indica título de anticorpos do soro testado apenas revela a presença ou a ausência de IgG1. Nesse teste podem ocorrer reações falso-positivas em decorrência da utilização da vacina B19.
FIGURA 2: Reação positiva à esquerda e negativa à direita. (Fonte: Google Imagens)
- Teste do Anel em Leite (TAL): Empregam-se comumente antígenos corados com hematoxilina, que dá a cor azul à reação positiva. Quando existem anticorpos no leite, eles se combinam com as B. abortus do antígeno, e forma uma malha de complexo antígeno-anticorpo que será arrastada pelos glóbulos de gordura, fazendo com que se forme um anel azulado na camada de creme do leite (reação positiva). Poderá apresentar resultados falso-positivos em leites ácidos, leite proveniente de animais portadores de mamites ou de animais em início de lactação (colostro).
FIGURA 3: Reação negativa à esquerda e positiva à direita. (Fonte: Google Imagens)
- Confirmatório - Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME): prova quantitativa seletiva que detecta somente a presença de IgG no soro, que é a imunoglobulina indicativa de infecção crônica. Deve ser executada sempre em paralelo com a prova lenta em tubos (Teste de Soro aglutinação em Tubos - SAT). Os resultados positivos na prova lenta e negativos no 2-ME devem ser interpretados como reações inespecíficas ou como reação a anticorpos residuais de vacinação com B19. Resultados positivos em ambas as provas indicam a presença de IgG, que são as aglutininas relacionadas com infecção, devendo os animais ser considerados infectados.
FIGURA 4: Reação negativa à esquerda e positiva à direita. (Fonte: Google Imagens)
- Confirmatório - Teste de Elisa Indireto (I-Elisa): - Vários protocolos têm apresentado bons resultados. Emprega-se como antígeno o lipopolissacarídeo de B. abortus imobilizado em placas de 96 poços. Como conjugado, utiliza-se um anticorpo monoclonal anti-IgG1 bovina conjugado com a peroxidase. Agentes quelantes (EDTA/EGTA) são utilizados para minimizar reações não específicas. 
FIGURA 5: Reação negativa forma botão e positiva forma halo preenchido. (Fonte: Google Imagens)
FIGURA 6: Conduta recomendada pelo MAPA (Fonte: Adaptado Rehagro)
TRATAMENTO
 O tratamento não deve ser realizado, por questões epidemiológicas é recomendado o sacrifício dos animais. Vacas que abortarem devem ser isoladas e testadas, os animais positivos devem ser sacrificados e deve-se fazer desinfecção com cal ou creolina de todo o material que teve contato com o feto abortado; o feto, membranas fetais, líquidos fetais e animais sacrificados devem ser enterrados e/ou incinerados com muito cuidado. Deve-se fazer recondução dos animais que deram negativo, repetir o exame nesses bovinos após três meses do primeiro exame, e manter repetindo até que não tenha dado nenhum positivo em três vezes seguidas, só adquirir animais após a propriedade estar livre da doença.
PROFILAXIA
 Vacinação das bezerras com 3 a 8 meses de idade, quarentena e testes de animais que vão adentrar o rebanho.
 Vacina Brucelina B19 (R$ 25,50) Cepa B-19 atenuada com 30 ml, administrar por via subcutânea 2 ml do produto em bezerras de 3 a 8 meses de idade.
FIGURA 7: Vacina Brucelina B19 (Fonte: Google Imagens)
___________________________________________________________________________
LEPTOSPIROSE BOVINA
 A leptospirose é uma doença infecciosa febril, aguda, potencialmente grave, causada por uma bactéria, a Leptospira interrogans. Acomete roedores e outros mamíferos silvestres e é um problema veterinário relevante, atingindo animais domésticos (cães e gatos) e outros de importância econômica (bovinos,equinos, suínos e ovinos). Esses animais, mesmo quando vacinados, podem tornar-se portadores assintomáticos e eliminar a L. interrogans junto com a urina (GOMES, 2013).
ETIOLOGIA
 A leptospirose é uma antropozoonose, causada por microrganismos pertencentes à ordem Espirochaetales, família Leptospiraceae, gênero Lepstospira. São bactérias Gram negativas, que não possuem cápsulas e não esporulam, têm crescimento lento, forma helicoidal com comprimento variável de 0,1 µm de diâmetro e 6 a 20 µm de comprimento, e com 18 ou mais espirais por célula, aeróbios estritos, que apresentam uma ou ambas extremidades encurvadas ou em forma de gancho, dotados de grande mobilidade conferida por dois flagelos localizados no espaço periplasmático (FAINE, et al., 1999; LEVETT, 2001).
FIGURA 8 - Leptospira interrogans (Fonte: Google Imagens)
Adaptado de GOMES, M.J.P (2013)
TABELA 1 - Leptospira spp. com seus sorovares para o bovino.
EPIDEMIOLOGIA E TRANSMISSÃO
 Fatores climáticos, meteorológicos e geológicos favorecem a apresentação da doença. Animais jovens são bem mais sensíveis que os animais adultos, a doença é transmitida principalmente pela água corrente e alimentos contaminados. Os bovinos podem excretar leptospiras com a urina até 180 dias depois da infecção, constituindo-se, assim, a principal via de eliminação do agente no rebanho. Não é rara a infecção de bovinos a partir de suínos infectados mantidos nas vizinhanças. Também podem ser produzidas infecções através do leite veiculador de leptospiras.
SINAIS CLÍNICOS
 O prazo de incubação e de 3-14 dias. O quadro clínico da leptospirose bovina é muito variável e vai depender da quantidade de microrganismo ingerida e da virulência do tipo, assim como a idade e capacidade de resistência do bovino em questão, os principais sintomas são: abortamento (geralmente na fase final de gestação), sangue na urina, febre, anemia, icterícia (mucosa dos olhos e gengivas amareladas), falta de apetite e leite com sabor amargo e frequentemente com coágulos sanguíneos. Pode também apresentar evolução com sintomas nervosos centrais, onde o animal sacode a cabeça e orelhas, ficam inquietos, andam em círculos, se debatem, se ferem em obstáculos e rangem os dentes, pode apresentar formas clinicamente inaparentes.
DIAGNÓSTICO
 A identificação da leptospirose requer o reconhecimento dos sinais clínicos, patológicos e epidemiológicos associados à identificação do agente por exames sorológicos e/ou bacteriológicos.
 Identificação por método direto: visualização das bactérias (do sangue ou urina) em microscopia de campo escuro, geralmente durante a fase febril de leptospiremia; técnicas de cultura e isolamento bacteriano (sangue, urina, biópsia de tecido renal ou hepático); técnicas moleculares por PCR convencional, imunohistoquímica e imunofluorescência direta.
 Identificação por método indireto: teste sorológico de aglutinação microscópica (SAM), considerado como teste padrão, detecta anticorpos comuns para antígenos de leptospiras, tem alta especificidade, porém baixa sensibilidade uma vez que os anticorpos só são detectáveis 15 dias após o início dos sintomas. Outros testes sorológicos utilizados são ensaio imunoenzimático ELISA, fixação de complemento e imunofluorescência indireta. 
TRATAMENTO
 Consiste em administrar estreptomicina (Estreptomax – R$ 14,80) na dose de 10 mg/Kg, duas vezes ao dia, durante 3 dias por via intra muscular ou oxitetraciclina (Terramicina – R$ 15,25) 10mg/kg, em aplicação única (ela mantém nível alto na corrente sanguínea de 3 a 5 dias). Entretanto, devido ao rápido curso clínico da doença, principalmente em animais jovens, a eficiência deste tratamento é limitada.
 
 FIGURA 9: Terramicina – Pfizer FIGURA 10: Estreptomax – Ourofino
(Fonte: Google Imagens)
PROFILAXIA
 Em locais já com contaminados com a leptospirose, medidas sanitárias devem ser adotadas para minimizar a propagação da doença, fornecer água limpa e alimentos que foram adequadamente armazenados, lavagem de equipamentos contaminados com urina e/ou sangue, fazer quarentena de animais novos que ingressem ao rebanho e eliminar possíveis vetores de propagação da doença (roedores).
 A mais importante medida preventiva é a vacinação, atualmente no mercado brasileiro as vacinas disponíveis, em sua maioria, se caracterizam por serem culturas de Leptospira spp. inativadas acrescidas de adjuvantes. São compostas pelos sorovares com maior prevalência nos estudos efetuados no país. Entre os mais utilizados encontram-se os sorotipos Bratislava, Canicola, Grippotyphosa, Hardjo, Icterohaemorrhagiae, Pomona e Wolffii. (ROLIM et al., 2012).
 Uma boa opção: Leptoven 10 (R$ 14,80) frasco com 50 ml, suspensão estéril obtida a partir de culturas de Leptospira icterohaemorrhagiae, L. canicola, L. copenhageni, L. pomona, L. wolffii, L. grippotyphosa, L. tarassovi, L. hardjo, L. pyrogenes e de L. bataviae, obtidas dos cultivos dessas bactérias, mortas pelo formol e calor e adsorvidas pelo gel de hidróxido de alumínio.
 Dose de 2 ml via subcutânea, deve-se vacinar bezerros a partir de 120 dias e adultos não vacinados e revacinar após 30 dias, com reforços semestrais. Fêmeas prenhes devem ser vacinas 30 dias antes do parto
 O fabricante indica não vacinar animais doentes, debilitados, convalescentes, com deficiências nutricionais, submetidos a estresse ou com uma alta carga parasitária, pois esses fatores comprometem o estabelecimento de uma imunidade sólida e duradoura.
FIGURA 11: Leptoven 10 – Vencofarma (Fonte: Google Imagens)
TUBERCULOSE BOVINA
 A tuberculose bovina é uma doença infecto contagiosa causada pelo Mycobacterium bovis de caráter crônico. Esta é uma bactéria cosmopolita, mas que apresenta baixa incidência em alguns países, sua principal característica é o desenvolvimento progressivo de lesões nodulares denominadas tubérculos, que podem localizar-se em qualquer órgão ou tecido. 
ETIOLOGIA
 Ela pertence à família Mycobacteriaceae, gênero Mycobacterium. O M. bovis apresentam o formato de bastonetes curtos, são aeróbicos, gram-positivos, imóveis, delgados, sem cápsula, sem flagelos e não produzem esporos, sua propriedade característica é ser álcool-ácido resistentes. Quando abrigada em locais com incidência de luz, podem sobreviver por vários meses, enquanto que nas pastagens, sobrevivem por até dois anos.
FIGURA 12: Mycobacterium bovis (Fonte: Google imagens)
EPIDEMIOLOGIA E TRANSMISSÃO
 Um bovino infectado é a principal fonte de infecção para outro bovino, a infecção pelo M. bovis se propaga nos animais independentemente do sexo, da raça ou da idade. A principal forma de introdução da tuberculose em um rebanho sadio é a aquisição de animais infectados. Após 90 dias da infecção os microrganismos começam a serem excretados, eles são eliminados via respiratória, em aproximadamente 90% dos casos, ocorrem pela inalação de aerossóis contaminados, por urina, fezes, secreções uterinas e secreção de linfonodos aberto. Pode ocorrer transmissão sexual nos casos de epididimite e metrite tuberculosa. A aglomeração dos animais em estábulos e a inadequação das instalações zootécnicas são fatores podem contribuir para que a enfermidade se propague com maior eficiência, uma vez que em estábulos, ao abrigo da luz, o M. bovis tem condições de sobreviver por vários meses.
 Observa-se que a doença é mais frequente em rebanhos leiteiros do que em rebanhos de corte. 
SINAIS CLÍNICOS
 Sendo uma doença de evolução muito lenta, os sinais clínicos são pouco frequentes em bovinos. Em estágios avançados, e dependendo da localização das lesões, os bovinos podem apresentar caquexia progressiva, anorexia, temperatura oscilando, hiperplasia de linfonodos superficiais e/ou profundos, dispneia, tosse, mastite, queda na produção de leite, infertilidade e pode haver distúrbios reprodutivos como peritonite, bursite, salpingite e até aborto.
 Causa lesões pulmonares que podem regredir,estabilizar ou progredir. A disseminação da infecção para outros órgãos (linfonodos, fígado, baço, úbere, ossos, rins, sistema nervoso central) pode ocorrer precocemente durante o desenvolvimento da doença ou numa fase tardia, provavelmente em função de uma queda na imunidade do animal. 
DIAGNÓSTICO
 O diagnóstico da tuberculose bovina pode ser efetuado por métodos diretos e indiretos. Os diretos envolvem a detecção e identificação do agente etiológico no material biológico. Os indiretos pesquisam uma resposta imunológica do hospedeiro ao agente etiológico. 
 O diagnóstico alérgico-cutâneo com tuberculina pode revelar infecções incipientes a partir de 3 a 8 semanas da exposição ao Mycobacterium, alcançando boa sensibilidade e especificidade e sendo considerado pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) como técnica de referência. A tuberculinização é uma medida da imunidade celular contra M. bovis por uma reação de hipersensibilidade retardada (tipo IV).
- TESTE DA PREGA CAUDAL: É o método de execução mais simples e prático, porém pela legislação, esse teste é admitido para utilização de rotina, exclusivamente em estabelecimentos de criação especializados na pecuária de corte.
 Realização do teste e resultado: Inocula-se 0,1ml da tuberculina PPD bovina por via intradérmica, 6 a 10 cm da base da cauda, na junção das peles pilosa e glabra (prega caudal) de quaisquer dos lados da cauda; recomenda-se que num mesmo rebanho se utilize o mesmo lado para inoculação. Após 72 horas da inoculação, compara-se a prega inoculada com a prega do lado oposto, por avaliação visual e palpação. Qualquer aumento de espessura na prega inoculada classificará o animal como reagente.
FIGURA 13: Reação positiva (Fonte: Google Imagens)
- TESTE CERVICAL SIMPLES: Considera-se que a sensibilidade do teste cervical simples é maior do que a do teste da prega da cauda. Além disso, é menos subjetivo, pois o resultado advém da tomada de medidas com o cutímetro. O local da inoculação (região escapular ou cervical) deve ser demarcado por tricotomia e a espessura da dobra da pele, medida com cutímetro em mm (B0).
 Inocula-se 0,1ml da tuberculina PPD por via intradérmica; recomenda-se que num mesmo rebanho se utilize o mesmo lado para inoculação. Após 72 horas ±6h após a inoculação, deve-se realizar nova medida da espessura da dobra da pele com cutímetro (B72) em mm. O aumento da espessura da dobra da pele deve ser calculado subtraindo-se a 1 medida da 2 medida (B72-B0), obtendo-se o aumento da espessura da dobra da pele (B= B72-B0), conforme tabela abaixo:
TABELA 2: Leitura TCS. (Fonte: Bulário de Tuberculina PPD Bovina)
FIGURA 14: Medição com cutímetro (Fonte: Google Imagens)
- TESTE CERVICAL COMPARATIVO: É um teste confirmatório onde se aplica tuberculina PPD bovino e aviário simultaneamente, é mais específico em relação ao simples e permite eliminar a maior causa de reações falsas positivas, que são as infecções por micobactérias ambientais. Esse deve ser o teste de eleição para rebanhos com alta frequência de reações inespecíficas, evitando-se os prejuízos decorrentes da eliminação de animais falso-positivos.
Demarcam-se dois pontos com tricotomias (região escapular ou cervical), com distância de 15 a 20 cm entre elas, medem-se as espessuras das dobras da pele com cutímetro em mm (A0 e B0). Inocula-se 0,1 ml por via intradérmica as tuberculinas PPD bovina e aviária, uma em cada local recomenda-se que num mesmo rebanho se utilize o mesmo lado para inoculação. Faz-se leitura 72 horas após as inoculações das tuberculinas, realizando novas medidas das espessuras das dobras da pele com cutímetro (A72 e B72), subtrai a 1 medida da 2 medida bovina (B=B72-B0) e aviária (A=A72-A0). Faz-se a diferença subtraindo (B-A) e se lê conforme tabela abaixo:
TABELA 3: Leitura TCC. (Fonte: Bulário de Tuberculina PPD Bovina)
FIGURA 15: Forma de realizar o exame. (Fonte: Google Imagens)
FIGURA 16: Tuberculina PPD Bovina (R$ 70,00) e Tuberculina PPD Aviária (R$ 70,00) - (Fonte: SRC Supply)
TRATAMENTO
 O tratamento é inviável, é demorado e de grande custo, além de não ser recomendado.
PROFILAXIA
 Infelizmente não se pode contar com vacinação para profilaxia, o controle da tuberculose fundamenta-se no bloqueio de pontos críticos da cadeia de transmissão da doença.
 O leite de vacas infectadas deve ser descartado, uma rotina de testes tuberculínicos com abate dos animais reagentes é a principal forma de controle, além de cuidados com quarentena em animais que vão adentrar o rebanho e descarte adequado de carcaças abatidas.
 - REFERÊNCIAS: 
BEER, J. Doenças Infecciosas em Animais Domésticos. São Paulo: Roca, 1998. p.310-313. 
CAROLE, A. B. Diagnosis of leptospirosis: a reemerging disease of companion animals. Seminars in Veterinary Medicine and Surgery (Small Animal). v. 11, p. 166-171, 1996. 
CORREIA, M.; CORREIA, N.M. Enfermidades Infecciosas dos Mamíferos Domésticos. Editora: MEDSI, 1992, p.317-337.
FAINE, S.; ADLER, B.; BOLIN, C.; PEROLAT, P. Leptospira and leptospirosis. Medicine Science, 2ª ed. Melbourne, 1999. p. 27.
FERREIRA, A. M. Fatores que influenciam na fertilidade do rebanho bovino. Coronel Pacheco – MG, Embrapa CNPGL, 1993.
GOMES, M.J.P. Gênero Leptospira spp.. Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Rio grande do Sul, 2013. 
LEVETT P.N. Leptospirosis Clinical Microbiology Reviews, v.14, n. 2, p. 296–326, 2001.
RADOSTITS, O. M. Clínica veterinária: um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. 9. ed. -. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan, 2002
RIET-CORREA, F.; SCHILD, A.L.; MÉNDEZ, M.C.; LEMOS, R.A.A. Doenças de Ruminantes e Equinos. São Paulo, v.2, 574 p., 2001.
ROLIM, M. B. Q. et al., Leptospirose em bovinos: revisão. Medicina Veterinária, v. 6, n. 2, p. 26-31, 2012.
Manual Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Aniamal/programa%20nacional%20sanidade%20brucelose/Manual%20do%20PNCEBT%20-%20Original.pdf. Acesso em: 22/05/2015 às 17:34.
Bulário de Tuberculina PPD Bovina. Disponível em: http://www.biologico.sp.gov.br/pdf/bula_tubbov.pdf. Acesso em 23/05/2015 às 22:42
http://www.vencofarma.com.br/products/6/32/leptoven-10. Acesso em: 23/05/2015 às 19:16.
http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Aniamal/programa%20nacional%20sanidade%20brucelose/Manual%20do%20PNCEBT%20-%20Original.pdf
http://rehagro.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=2320

Outros materiais