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AILTON DIAS DA CRUZ
RA 262633916528
9º Semestre
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
ATIVIDADE DISCURSIVA (AVA)
Professor: Flavio Hashimoto
São Paulo
2019
O estudo da paleontologia, assim como várias áreas da ciência, possuir um método científico próprio, que envolve algumas etapas de trabalho. O objetivo da sistematização desse workflow nos auxilia a aproveitar melhor o tempo dedicado à prático, o recurso financeiro disponível e, além disso, evita que dediquemos horas em busca de lugares inférteis do ponto de vista fossilífero.
Sobre as etapas da prática paleontológica, descreva as etapas e o que é feito em cada uma delas.
.
Resposta: 
A prática paleontológica se divide em quatro etapas: 1ª) prospecção, escavação e coleta; 2ª) preparação laboratorial; 3ª) curadoria; e 4ª) exposição.
Prospecção, escavação e coleta: Após identificados os locais onde há maior probabilidade de encontrar os fósseis, monta-se o “quartel general” de toda a etapa prospectiva. O objetivo é encontrar afloramentos propícios que apresentem indícios evidentes de material fossilizado. Essa etapa é fundamental, e prévia à escavação, por ser útil na otimização de tempo e recursos, evitando o esforço desnecessário de busca em locais estéreis. Nessa etapa é comum realizar a visitação em áreas de mineração, ativa ou abandonadas, pois esta atividade expõe a rocha e, consequentemente, os fósseis. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
A etapa de escavação é a mais dispendiosa, exige tempo, dedicação e energia para retirar o material estéril do afloramento de forma que possamos coletar apenas o fóssil. Para isso, empregam-se diversos utensílios, levando em consideração também o tipo de fóssil a ser estudado. Por exemplo, fósseis de vertebrados exigem mais cuidado de manuseio – devido ao seu tamanho, grau de fragilidade e preservação – do que os microfósseis que, em contrapartida, demandam um controle milimétrico rigoroso estratigráfico e catalogação, até mesmo devido à aplicabilidade de sua análise. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
O material utilizado nessa fase é básico, como: pás, picaretas, martelos, marretas, ponteiras, trincha e pincel. Também são utilizadas algumas ferramentais mais modernas, como os marteletes pneumáticos. Para que a escavação e a coleta dos fósseis seja feita de maneira adequada, é preciso ter em mente que o material fóssil
é delicado e frágil, por isso é necessário extrema cautela para recuperá-lo sem perder material. Além disso, ainda que não seja o foco do estudo, é imprescindível observar a relação do fóssil com o sedimento ou rocha na qual ele foi coletado. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
A escavação consiste, então, em estabelecer um ambiente propício para encontrar o fóssil. Para isso, muitas vezes, é preciso confeccionar uma trincheira ou degrau que facilite o acesso ao fóssil. Caso isso não seja possível, escava-se ao redor do fóssil, mantendo-se uma distância segura para que as ferramentas não destruam o material. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
Quanto à coleta, tanto em trincheira quanto em afloramentos, é possível realizar o procedimento de estabelecimento de blocos, os quais podem ser engessados. Primeiramente, forma-se uma jaqueta de gesso ao redor do bloco que é, em seguida, escavado na sua parte inferior e virado para engessamento da parte de baixo e, finalmente, a parte de cima, formando assim um bloco rígido. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
Para fósseis menores, ou até microfósseis maiores, também é recomendada a utilização de embalagens plásticas, que devem ser lacradas e etiquetadas, sempre com referência a alguma informação geológica e estratigráfica de onde o fóssil foi retirado. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
Preparação laboratorial: Essa etapa exige conhecimento de geologia (qual é a característica física e química do material rochoso em que o fóssil se encontra?) e anatomia (como é o esqueleto do organismo?). Tudo isso permite que a preparação seja prática e sem perda de material. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
as técnicas de preparação podem ser agrupadas em dois tipos diferentes: a) preparação mecânica e b) química. Na etapa mecânica são empregados diversos equipamento que permitem um ”desbaste” adequado da rocha matriz. Martelos e ponteiras de diversos tamanhos auxiliam na remoção de material grosseiro e também em fósseis mais resistentes à vibração. Para detalhes mais delicados, utilizam-se instrumentos odontológicos (espátulas, esculpidores, brocas etc.), acompanhados de outras ferramentas, como pincéis, sopradores, talhadeiras, martelos pneumáticos, entre outros. Para a remoção de envoltório de gesso, é comum o emprego da esmerilhadeira e aspirador de pó. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
Para minimizar os impactos que o fóssil sofre, recomenda-se apoiá-lo sobre travesseiros de areia situados sobre uma bancada firme e que esteja posicionada a uma altura adequada que permita o trabalho em pé ou sentado em uma banqueta confortável. Nessa bancada, a iluminação deve ser prioridade, com luzes direcionadas ao material fóssil, que deve estar posicionado em uma lente de aumento. Conforme o fóssil ficar exposto, emprega-se uma série de substâncias que visam a sua proteção, como o paraloide. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
Na preparação química é utilizada uma série de ácidos, geralmente orgânicos, para a dissolução de alguns componentes da rocha matriz. Os ácidos normalmente utilizados são os ácidos acéticos (CH3COOH) e fórmicos (CH2O2), os quais possuem a capacidade de dissolver compostos com carbonato de cálcio, presente nas rochas bioquímicas e, em menor quantidade, nas rochas siliciclásticas. Em alguns casos, em que os fósseis são formados por carbonato de cálcio, deve-se realizar a proteção prévia e, em outros casos, em que o fóssil é formado por fosfato de cálcio (que se dissolve a uma taxa mais lenta que o carbonato de cálcio), aconselha-se a rápida intervenção para neutralização da reação, visando à preservação das feições de interesse. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
Curadoria: A paralisação da reação química é feita através da neutralização da ação do ácido, que é normalmente realizada por meio de água corrente. Após isso, o fóssil é seco sem o auxílio de secadores, estufas ou qualquer tipo de forno, ou seja, somente ao ar livre. Feito isso, avalia-se a necessidade de novo ataque químico, caso contrário, segue-se para a limpeza e armazenamento final. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
Depois de totalmente preparado, os fósseis são catalogados e encaminhados aos acervos científicos. Esses procedimentos favorecem a criação de um banco de dados organizado e devidamente registrado e, além disso, protegem os exemplares de agentes físicos, químicos e biológicos que possam, aos poucos, degradá-los. Caixas forradas com espuma sintética e outros recipientes plásticos são normalmente utilizados para acomodar e separar os fósseis em gavetas e prateleiras, preferencialmente de aço. A madeira, comumente empregada, facilita a proliferação de microrganismos que reduzem a durabilidade do fóssil. Adicionalmente, amplitudes térmicas muito grandes favorecem o desenvolvimento de microfraturas que, com o tempo, fragmentam o fóssil. O ideal seria a aclimatação permanente do local de armazenamento por meio de ar-condicionado e desumidificadores, embora esse cenário nem sempre seja o encontrado nos acervos brasileiros. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
Exposição: Geralmente é realizada em museus de instituições científicas voltadas à pesquisa e à educação. O enfoque, nesse caso, é a divulgação do patrimônio paleontológico de determinado local, que fica à mostra para a população em geral. No entanto, apesar do senso comum achar que os fósseis em exibição são somente aqueles extremamente bem preservados, isso não ocorre na prática. Ao invés de colocar os fósseis originais, muitas vezes, opta-se pela reprodução de cópias fiéis, preservando a integridade do fóssil original. Ao fazer isso, é possível multiplicar os fósseis e, além disso, permitir o intercâmbio de réplicasentre as instituições. (MOURO e ZIELINSKI, 2017).
Referências: 
DEL MOURO, Lucas e ZIELINSKI, João. GELOLOGIA E PALEONTOLOGIA. Londrina- PR: Educacional, 2017.

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