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Ementário de Jurisprudência ISSN 0104-6748 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 48Nov./2005Fev./2006 ISSN 0104-6748 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS Ementário de Jurisprudência Ano 13 Número 48 Nov. 2005/Fev. 2006 COMISSÃO ORGANIZADORA Presidente Des. Estevam Carlos Lima Maia Secretário de Jurisprudência e Biblioteca Bruno Elias de Queiroga Subsecretária de Doutrina e Jurisprudência Juliana Lemos Zarro Supervisor Rafael Arcanjo Reis Pede-se permuta On demande de l’échange We ask for exchange Man bitte um austrausch Piedese canje Si richiere lo scamboio Redação Palácio da Justiça - Praça Municipal Subsecretaria de Doutrina e Jurisprudência - Anexo I, sala 601 Brasília, DF CEP: 70094-900 Telefones: (061) 3224-1796 e 3322-0927 Fax: (061) 3322-7025 Ementário de Jurisprudência/Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. - vol. 1, nº 1 (1994) - Brasília: O Tribunal, 1994. Trimestral ISSN 0104-6748 1. Direito - Periódicos. 2. Direito - Jurisprudência.I. Brasil. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. CDD 340.05 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS Des. José Jeronymo Bezerra de Souza - Presidente Des. Estevam Carlos Lima Maia - Vice-Presidente Des. Eduardo Alberto de Moraes Oliveira - Corregedor Dr. José Jézer de Oliveira - Secretário-Geral CÂMARA CRIMINAL Des. Lecir Manoel da Luz - Presidente Des. Vaz de Mello Des. Getulio Pinheiro Desa. Aparecida Fernandes Des. Edson Alfredo Smaniotto Des. Romão C. de Oliveira Des. Sérgio Bittencourt Des. Mario Machado PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL Desa. Sandra De Santis - Presidente Des. Hermenegildo Gonçalves Des. Natanael Caetano Des. Nívio Gonçalves Des. Otávio Augusto Desa. Ana Maria Duarte Amarante Des. Jair Soares Des. Flavio Rostirola SEGUNDA CÂMARA CÍVEL Desa. Carmelita Brasil - Presidente Des. Getúlio Moraes Oliveira Des. João Mariosi Des. Waldir Leôncio Júnior Des. Humberto Adjuto Ulhôa Des. Cruz Macedo Des. J. J. Costa Carvalho Desa. Vera Andrighi TERCEIRA CÂMARA CÍVEL Des. Asdrubal Nascimento Lima - Presidente Des. Vasquez Cruxên Des. Lécio Resende Des. Dácio Vieira Des. Romeu Gonzaga Neiva Desa. Haydevalda Sampaio Des. Mário-Zam Belmiro Desa. Nídia Corrêa Lima PRIMEIRA TURMA CRIMINAL Des. Mario Machado - Presidente Des. Edson Alfredo Smaniotto Des. Lecir Manoel da Luz Des. Sérgio Bittencourt SEGUNDA TURMA CRIMINAL Desa. Aparecida Fernandes - Presidente Des. Vaz de Mello Des. Getulio Pinheiro Des. Romão C. de Oliveira PRIMEIRA TURMA CÍVEL Des. Nívio Gonçalves - Presidente Des. Hermenegildo Gonçalves Des. Natanael Caetano Des. Flavio Rostirola SEGUNDA TURMA CÍVEL Des. J. J. Costa Carvalho - Presidente Des. João Mariosi Desa. Carmelita Brasil Des. Waldir Leôncio Júnior TERCEIRA TURMA CÍVEL Des. Mário-Zam Belmiro - Presidente Des. Vasquez Cruxên Des. Lécio Resende Desa. Nídia Corrêa Lima QUARTA TURMA CÍVEL Desa. Vera Andrighi - Presidente Des. Cruz Macedo Des. Humberto Adjuto Ulhôa Des. Getúlio Moraes Oliveira QUINTA TURMA CÍVEL Desa. Haydevalda Sampaio - Presidente Des. Dácio Vieira Des. Romeu Gonzaga Neiva Des. Asdrubal Nascimento Lima SEXTA TURMA CÍVEL Des. Jair Soares - Presidente Desa. Sandra De Santis Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito Des. Otávio Augusto COMPOSIÇÃO DO CONSELHO ESPECIAL Des. Hermenegildo Fernandes Gonçalves Des. Natanael Caetano Fernandes Des. José Jeronymo Bezerra de Souza - Presidente Des. Asdrúbal Zola Vasquez Cruxên Des. Lécio Resende da Silva Des. Nívio Geraldo Gonçalves Des. Paulo Guilherme Vaz de Mello Des. Otávio Augusto Barbosa Des. Getúlio Vargas de Moraes Oliveira Des. João de Assis Mariosi Des. Estevam Carlos Lima Maia - Vice-Presidente Des. Eduardo Alberto de Moraes Oliveira - Corregedor Des. Romão Cícero de Oliveira Des. Dácio Vieira Des. Getulio Pinheiro de Souza Desa. Maria Aparecida Fernandes da Silva Des. Edson Alfredo Martins Smaniotto COMPOSIÇÃO DO PLENÁRIO ADMINISTRATIVO Des. Hermenegildo Fernandes Gonçalves Des. Natanael Caetano Fernandes Des. José Jeronymo Bezerra de Souza - Presidente Des. Asdrúbal Zola Vasquez Cruxên Des. Lécio Resende da Silva Des. Nívio Geraldo Gonçalves Des. Paulo Guilherme Vaz de Mello Des. Otávio Augusto Barbosa Des. Getúlio Vargas de Moraes Oliveira Des. João de Assis Mariosi Des. Estevam Carlos Lima Maia - Vice-Presidente Des. Eduardo Alberto de Moraes Oliveira - Corregedor Des. Romão Cícero de Oliveira Des. Dácio Vieira Des. Getulio Pinheiro de Souza Desa. Maria Aparecida Fernandes da Silva Des. Edson Alfredo Martins Smaniotto Des. Mario Machado Vieira Netto Des. Sérgio Bittencourt Des. Lecir Manoel da Luz Des. Romeu Gonzaga Neiva Des. Asdrubal Nascimento Lima Desa. Haydevalda Aparecida Sampaio Desa. Carmelita Indiano Americano do Brasil Dias Des. José Cruz Macedo Des. Waldir Leôncio Júnior Des. Humberto Adjuto Ulhôa Des. José Jacinto Costa Carvalho Desa. Sandra De Santis Mendes de Farias Mello Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito Des. Jair Oliveira Soares Desa. Vera Lúcia Andrighi Des. Mário-Zam Belmiro Rosa Des. Flavio Renato Jaquet Rostirola Desa. Nídia Corrêa Lima SUMÁRIO JURISPRUDÊNCIA ............................................. 13 01. Direito Administrativo ................................... 15 02. Direito Civil ................................................. 71 03. Direito Comercial ...................................... 133 04. Direito Constitucional ................................. 139 05. Direito Penal............................................. 155 06. Direito Previdenciário ................................. 179 07. Direito Processual Civil ............................... 187 08. Direito Processual Penal . .......................... 269 09. Direito Tributário . ..................................... 299 ÍNDICES Alfabético . ............................................................ 319 Numérico de Acórdãos . ......................................... 431 JURISPRUDÊNCIA 01. Direito Administrativo Direito Administrativo 17 1. ADMINISTRATIVO - AGENTES PENITENCIÁRIOS - APROVAÇÃO EM OUTRO CONCURSO - AFASTAMENTO PARA FREQUENTAR CURSO DE FORMAÇÃO, POSSIBILIDADE - LEI Nº 4.878/65, APLICABILIDADE (Reg. Ac. 235.338). Relator: Des. Romão C. Oliveira. Impetrantes: Flávio Maurício Chaves Eguchi, Cláudio Adolfo Lopes Mineiro, Moisés Fabiano Candido, Marcelo Freitas de Aragão, Erick Ferreira Blatt e Alfredo Carlos Carneiro de Araújo (Advs. Dr. Valério Alvarenga Monteiro de Castro e outros). Informante: Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Distrito Federal. Decisão: Conceder a segurança, à unanimidade. Constitucional e Administrativo. Mandado de segurança. Agentes penitenciários do quadro da polícia civil do Distrito Federal. Afastamento para freqüentar curso de formação, em decorrência de aprovação em concurso público. Segurança concedida. A recepção da legislação federal pela Lei nº 197/91 compreende a Lei nº 8.112/90 e suas alterações vigentes ao tempo da edição da lei local, de sorte que a Lei nº 9.527/97 não se aplica aos servidores distritais em razão da autonomia político- administrativa conferida ao Distrito Federal. Aos agentes penitenciários do quadro da polícia civil do Distrito Federal aplica-se a Lei nº 4.878/65 e as disposições da legislação relativa aos servidores civis da União que com ela não colidam. O art.2º do Decreto-Lei nº 2.179/84, ao regulamentar o art. 8º da Lei nº 4.878/65, assegura aos servidores públicos o direito de optar pela retribuição do cargo ou emprego efetivo de que sejam titulares. Logo, a autorização para o afastamento de candidato convocado para participar do aludido curso de formação não se traduz em faculdade da administração. O agente penitenciário do quadro da policia civil do Distrito Federal tem direito líquido e certo de afastar-se de suas funções para Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 18 freqüentar o curso de formação para o provimento de cargos integrantes do grupo-polícia federal (precedentes). Segurança concedida, ressalvado o entendimento do Relator. (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2005 00 2 006521-6; C. ESPECIAL; PUBL. EM 02/02/06; DJ 3, PÁG. 82). 2. ADMINISTRATIVO - APOSENTADORIA - INVALIDEZ PERMANENTE - ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA, CABIMENTO - LEI Nº 8.112/90, ART 186, §1º (Reg. Ac. 229.449). Relator: Des. Asdrubal Nascimento Lima. Apelante: Renan de Oliveira Duarte (Advs. Dr. Pedro Aurélio Rosa de Farias e outros). Apelado: Distrito Federal (Adva. Dra. Isabel Paes de Andrade Banhos - Procuradora do DF). Decisão: Conhecer. Dar provimento. Unânime. Ação de Cumprimento de Obrigação de Fazer. Aposentadoria. Neoplasia Maligna. Possibilidade. Invalidez permanente. Inteligência do § 1º do ar tigo 186 da Lei nº 8.112/90. Isenção de pagamento do imposto de renda. Cabimento, pois beneficio aplicável em casos de aposentadoria. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 091822-5; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/ 11/05; DJ 3, PÁG. 98). 3. ADMINISTRATIVO - APOSENTADORIA - REENQUADRAMENTO, IMPROCEDÊNCIA - DIREITO ADQUIRIDO AO REGIME JURÍDICO, IMPOSSIBILIDADE - LEI LOCAL Nº 3.318/04, LIMITES (Reg. Ac. 233.499). Relator: Des. Otávio Augusto. Apelante: Maria Graciete Alves Cavalcante (Advs. Dr. Roberto Gomes Ferreira, Dr. Júlio César Borges de Resende e Dr. Ulisses Borges de Resende). Apelado: Distrito Federal. Decisão: Improver o recurso por maioria. Direito Administrativo 19 Direito Administrativo. Aposentadoria. Enquadramento em novo plano de carreira. Impossibilidade. Incompatibilidade com o sistema de direitos adquiridos. Conforme pacífica jurisprudência, não há que se falar em direito adquirido ao regime jurídico. Assim, o fato de a Lei Local nº 3.318/2004 ter reajustado as remunerações da carreira a que pertence a apelante não lhe confere direito adquirido ao reenquadramento em último nível de referência só pelo fato de ter se aposentado em final de carreira. Recurso improvido. Maioria. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 012174-0; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/ 12/05; DJ 3, PÁG. 122). 4. ADMINISTRATIVO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - PROVENTOS INTEGRAIS, POSSIBILIDADE - DOENÇA GRAVE NÃO ELENCADA EM LEI, IRRELEVÂNCIA (Reg. Ac. 231.043). Relator: Des. Benito Augusto Tiezzi. Apelante: Wilmar dos Santos Gautério Junior (Advs. Dr. Baruc Vieira Rocha da Silva e Dra. Luciana Rodrigues Martins). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Rogério Marinho Leite Chaves - Procurador do DF). Decisão: Conhecer. Dar provimento ao recurso. Unânime. Administrativo. Mandado de segurança. Aposentadoria por invalidez com proventos integrais. Doença grave não elencada em lei. Possibilidade. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada. 1. Se a prova documental e a perícia médica comprovam que o apelante está acometido de doença grave e de cura improvável - além de ser inviável sua readaptação a outra atividade - deve ser reconhecida a sua invalidez permanente para o ser viço público, com direito à percepção dos proventos integrais de seu cargo, independentemente de estar listada em lei, segundo a melhor e mais justa exegese das normas legais pertinentes (ar t. 40, § 1º, inciso I, da Constituição Federal e ar t. 186, inciso I, da Lei nº 8.112/90) e o fim social a que se destinam. 2. Recurso de apelação conhecido e provido, para o fim de reformar a r. sentença vergastada. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 072706-5; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 29/ 11/05; DJ 3, PÁG. 421). Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 20 5. ADMINISTRATIVO - ATO DO COMANDANTE- GERAL DA POLÍCIA MILITAR - DECISÃO DO TCDF, OBEDIÊNCIA - PLANOS ECONÔMICOS - REAJUSTE SALARIAL, SUPRESSÃO (Reg. Ac. 234.829). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Apelantes: Claudino Pereira dos Santos, Claudionor Neres Pereira, Claudio Queiroz de Oliveira, Clemente Gonçalves dos Santos, Deocleciano Alves de Castro, Divino Rufino de Araújo, Douglas Magdaleno, David Fernando de Souza e Delci Pereira de Morais (Advs. Dr. Raul Canal e outros). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Sebastião do Espírito Santo Neto - Procurador do DF). Decisão: Conhecer. Dar provimento, nos moldes do voto do Relator. Unânime. Mandado de segurança impetrado contra ato do Comandante-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal que, em obediência à decisão do Tribunal de Contas do Distrito Federal, determinou a supressão do pagamento do reajuste salarial fixado com base nos planos econômicos Bresser, Verão e Collor. Ilegitimidade passiva ad causam afastada. Sentença cassada. 1. O Comandante-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal tem legitimidade passiva ad causam para responder ao mandado de segurança impetrado por policiais militares contra o ato administrativo que determinou o cumprimento de decisão emanada do Tribunal de Contas do Distrito Federal, suprimindo o reajuste salarial concedido aos servidores por decisão judicial transitada em julgado. Tem legitimidade passiva porque foi quem praticou concretamente o ato administrativo lesivo ao direito líquido e certo invocado pelos impetrantes. 2. Recurso conhecido e provido para cassar a r. Sentença que declarou a ilegitimidade passiva ad causam do Comandante-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal. Determinado o retorno dos autos à instância a quo para apreciar o mérito do pedido. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2001 01 1 026855-3; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/ 02/06; DJ 3, PÁG. 105). 6. ADMINISTRATIVO - AUXÍLIO-ACIDENTE - TERMO INICIAL, FIXAÇÃO - CARÁTER VITALÍCIO, RETIRADA - CUMULAÇÃO COM APOSENTADORIA, IMPOSSIBILIDADE Direito Administrativo 21 (Reg. Ac. 231.109). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Apelantes: Adenilda Alexandre Silva (Advs. Dr. Luís Antônio Castagna Maia e outros) e INSS - Instituto Nacional do Seguro Social (Adv. Dr. Rogério Borges de Souza - Procurador do DF). Apelados: Os mesmos. Decisão: Conhecer. Rejeitar a preliminar. Dar parcial provimento aos recursos voluntário e oficial. Não se conhecer do recurso do segundo apelante. Unânime. Ação Acidentária. Auxílio-acidente. Termo inicial da concessão do benefício. Inacumulabilidade com aposentadoria. Constitucionalidade da Lei nº 9.528/ 97. Limite do benefício. Juros de mora. 1. O benefício auxílio-acidente é devido em razão da consolidação da redução da capacidade para o trabalho. Se esta consolidação é constatada administrativamente, após submissão da trabalhadora ao programa de reabilitação profissional, o benefício deve ser pago a partir da cessação do pagamento do auxílio-doença, a teor do que determina o §2º do art. 86 da Lei nº 8.213/91. 2. Segundo o princípio tempus regit actum, o benefício é regido pela lei vigente ao tempo do infortúnio. Se o termo inicial da concessão do benefício auxílio-acidente é a partir de 05.06.2000, não pode o benefício ser pago em caráter vitalício, face à alteração imposta ao art. 86 da Lei nº 8.213/91 pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997, que impede a acumulação do benefício com aposentadoria. 3. Não se verifica vício de inconstitucionalidade na Lei nº 9.528/97, que não excluiu o benefício auxílio-acidente,apenas alterou a sua forma de pagamento, retirando o caráter vitalício do benefício. 4. A determinação constante do §2º do art. 201 da Constituição Federal (“nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou rendimento do trabalho do segurado terá o valor mensal inferior ao salário mínimo”) refere-se aos benefícios que substituem o salário de contribuição. Não é o caso do benefício auxílio-acidente, que não substitui o salário de contribuição e tem natureza jurídica indiscutivelmente indenizatória, em razão da redução da capacidade laborativa. 5. O Colendo Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que nas ações previdenciárias o percentual de juros de mora deve ser de 1% (um por cento) ao mês, ou seja, 12% (doze por cento) ao ano. 6. Recurso do INSS não conhecido, por ser intempestivo. Recurso da autora conhecido e parcialmente provido para fixar os juros de mora em 1% (um por cento) ao mês. Remessa oficial recebida e parcialmente provida para determinar que o termo inicial do auxílio-acidente seja o dia seguinte à cessação do auxílio-doença Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 22 acidentário, percebido durante o período em que a apelante ficou afastada para realização do programa de reabilitação profissional, ou seja, 05.06.2000, até que lhe sobrevenha qualquer aposentadoria. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2000 01 1 076932-8; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/ 12/05; DJ 3, PÁG. 111). 7. ADMINISTRATIVO - AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO - ATIVIDADE RURAL - DECLARAÇÃO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS - HOMOLOGAÇÃO, IMPRESCINDIBILIDADE (Reg. Ac. 232.068). Relatora: Desa. Haydevalda Sampaio. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Marcello Alencar de Araújo - Procurador do DF). Apelado: Francisco Alves de Souza (Advs. Dr. Mozart Gouveia Belo da Silva e outros). Decisão: Conhecer. Dar provimento aos recursos voluntário e oficial, nos moldes do voto da Relatora. Unânime. Averbação de Tempo de Serviço. Atividade rurícula. Declaração do sindicato dos trabalhadores rurais sem homologação. Prova insuficiente. I - A declaração fornecida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais pode ser reconhecida como início de prova material, para fins previdenciários, desde que devidamente homologada pelo Instituto Nacional de Seguro Social - INSS ou pelo Ministério Público. Precedentes. II - A declaração não homologada, não se presta para comprovar o exercício da atividade rural, porquanto ausente requisito indispensável previsto na lei de regência. III - Recurso voluntário e remessa oficial conhecidos e providos. Decisão unânime. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 050070-2; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/ 12/05; DJ 3, PÁG. 117). 8. ADMINISTRATIVO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - INVASÃO DE ÁREAS PÚBLICAS - OBRAS IRREGULARES, DEMOLIÇÃO (Reg. Ac. 228.536). Relator: Des. Nívio Gonçalves. Apelante: Distrito Federal Direito Administrativo 23 (Adv. Dr. Cláudio Fernando Eira de Aquino - Procurador do DF). Apelados: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Instituto Brasiliense de Odontologia - Ltda, Atelier Molduras Brasília Ltda, Ftd Flores e Decorações Ltda, Gênnova Produtos Alimentícios Ltda (Advs. Dr. Raul Canal e outros), Clésio Moreira dos Reis - Me (Adv. Dr. Wagner José Coltro) , Mundo Mágico Ltda (Adva. Dra. Marta Maria Brenner Mueller), Helenos Ltda, Casa dos Secadores Ltda, Salão de Beleza Bazar Prefil Ltda, Armazem do Sabor Bar e Lanchonete, Panificadora Oficina do Pão Ltda e Cláudio Fernando Eira de Aquino. Decisão: Dar provimento. Unânime. Ação Civil Pública. Invasão de áreas públicas. Demolição e indenização por danos causados ao patrimônio público, cultural, estético e paisagístico, arquitetônico e social do Distrito Federal. Multa em caso de não cumprimento no prazo estipulado. Apelação e remessa de ofício providas. I - Improcede a condenação do Distrito Federal na obrigação de fazer consistente na demolição das obras irregulares eis que o pedido não foi direcionado a este ente federativo, e sim individualmente a cada particular que invadiu as áreas públicas, não podendo ser condenado a desfazer obra que não erigiu. II - Improcede, também, sua condenação na indenização pelos danos causados ao patrimônio público, cultural, estético e paisagístico, arquitetônico e social do Distrito Federal uma vez que não comprovada sua omissão na fiscalização das áreas públicas, não se podendo o Poder Público erigir a condição de segurador universal das condutas dos particulares, lesivas à coletividade, devendo-se provar sua culpa ou dolo no evento, pois que não se trata de responsabilidade objetiva (precedentes deste Tribunal). III - Recurso voluntário e remessa necessária conhecidos e providos. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 5 005104-9; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 08/ 11/05; DJ 3, PÁG. 105). 9. ADMINISTRATIVO - BOMBEIRO MILITAR APOSENTADO - DIÁRIA DE ASILO, SUBSTITUIÇÃO - VENCIMENTOS, IRREDUTIBILIDADE (Reg. Ac. 232.274). Relatora: Desa. Nidia Correa Lima. Agravantes: Raimundo Benedito Souto Daltro, Nelson Cotrim Rodrigues, José Costa, Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 24 Joel Gonçalves Marques, Pedro Paulo dos Santos, Vicente Martins de Jesus, Jorge Augusto Braga, Oliveira Thimotheo, Leandro Reis e Antônio Manoel do Nascimento (Advs. Dr. João Batista de Sousa e outros). Agravado: Distrito Federal (Adv. Dr. Nelson Luiz de Miranda Ramos - Procurador do DF). Decisão: Conhecer e dar provimento ao recurso, à unanimidade. Administrativo. Bombeiro militar aposentado. Diária de asilo. Lei n. 10.486/02. Vantagem pessoal nominalmente identificada. Redução dos vencimentos. 1. É pacífico nesta egrégia Corte o entendimento de que não há direito adquirido quanto ao regime remuneratório, podendo a Administração Pública modificá-lo em virtude de sua discricionariedade. No entanto, há que ser respeitado o princípio da irredutibilidade de vencimentos esculpido no ar tigo 37, inciso XV, da Carta Magna. 2. Com o advento da Lei n.º 10.486/02, que dispõe sobre a remuneração dos militares do Distrito Federal, a diária de asilo foi substituída pela vantagem pessoal nominalmente identificada - VPNI. 3. Sobre essa nova vantagem, no entanto, passaram a incidir todos os descontos sobre imposto de renda, pensão militar e pensão alimentícia, o que não ocorria anteriormente, já que a diária de asilado previa a isenção de desconto de qualquer natureza, ferindo, pois, o princípio da irredutibilidade de vencimentos. 4. Agravo conhecido e provido. (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2005 00 2 008791-6; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/12/05; DJ 3, PÁG. 85). 10. ADMINISTRATIVO - CARGO PÚBLICO - CUMULAÇÃO COM EMPREGO, POSSIBILIDADE - EMPREGO DE NATUREZA TÉCNICA, COMPROVAÇÃO - INCOMPATIBILIDADE DE HORÁRIO, INOCORRÊNCIA (Reg. Ac. 229.571). Relator: Des. Estevam Maia. Apelante: Fundação Educacional do Distrito Federal (Advs. Dr. Zélio Maia da Rocha e Dra. Gisele de Britto e outros). Apelado: Cleber Rogers Rocha (Advs. Dr. Roberto Gomes Ferreira e outros). Decisão: Conhecer o recurso. No mérito, negar provimento. Unânime. Direito Administrativo 25 Constitucional. Administrativo. Cumulação de cargo público com emprego. Possibilidade. Improvimento do recurso e da remessa. 1. Evidenciado que o emprego é de natureza técnica e que não há incompatibilidade de horário, lícita revela-se sua cumulação com o cargo de professor. 2. Apelo e remessa oficial improvidos. Unânime. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2000 01 1 025274-7; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 08/11/05; DJ 3, PÁG. 139). 11. ADMINISTRATIVO - CARGO PÚBLICO - READAPTAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE - INSPEÇÃO MÉDICA, NECESSIDADE (Reg. Ac. 235.390). Relatora: Desa. Ana Maria Duar te Amarante. Agravante: Leizzy de Oliveira Leite (Adv.Dr. Victor Mendonça Neiva). Agravado: Distrito Federal. Decisão: Conhecer. Negar provimento. Unânime. Administrativo. Agravo de instrumento. Antecipação de tutela. Readaptação funcional. Ausência de prova inequívoca. Pedido alternativo de se manter em licença para tratamento de saúde até o julgamento final da lide. Impossibilidade. Necessidade de inspeção médica por junta médica oficial. Se os argumentos expendidos pelo agravante, desacompanhados de provas robustas, não são aptos a derrubar a presunção juris tantum de legitimidade que milita em favor dos atos administrativos, mostra- se ausente a prova inequívoca, requisito indispensável à antecipação da tutela. A readaptação em cargo público há que ser efetivada naquele com atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos. A licença médica para tratamento de saúde, superior a 30 dias, somente pode ser concedida após realização de inspeção por junta médica oficial, nos termos do ar t. 203, da Lei nº 8.112/90. Agravo não provido. (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2005 00 2 009750-5; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 26/01/06; DJ 3, PÁG. 66). Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 26 12. ADMINISTRATIVO - CARTA DE HABITE-SE, EXPEDIÇÃO - PRAZO, EXTRAPOLAÇÃO - DEMORA DA ADMINISTRAÇÃO, CONFIGURAÇÃO - CONTRIBUINTE DILIGENTE (Reg. Ac. 234.787). Relator: Des. Hermenegildo Gonçalves. Agravante: Distrito Federal (Adva. Dra. Sandra Cristina de Almeida T. Fonseca - Procuradora do DF). Agravado: Mário Sérgio da Silva Mar tins (Advs. Dr. Wilson Rober to Theodoro, Dr. Wilson Rober to Theodoro Filho e outros). Decisão: Negar provimento. Unânime. Administrativo. Carta de habite-se. Imóvel vistoriado. Redução de alíquota de IPTU. Demora da administração. Agravo improvido. I - A administração procedeu vistoria in loco no imóvel para fins de expedição do documento requerido, considerando, entre os vários itens do laudo de inspeção e vistoria, que a obra foi concluída de acordo com o projeto aprovado; o projeto estrutural está anexado ao processo; a edificação está em condições de receber a carta de habite-se. II - Não se mostra plausível que a demora no processamento administrativo venha prejudicar o proprietário que busca regularizar seu imóvel para o fim especial de ver reduzida a alíquota do IPTU, nos termos da lei. III - A carta de habite-se é uma providência meramente administrativa, não devendo extrapolar um prazo razoável para sua expedição, especialmente quando o contribuinte se mostra diligente na apresentação dos documentos exigidos pela administração e esta, por sua vez, confirma a regularidade do imóvel para receber a carta de habite-se, como no caso dos autos. IV - Recurso improvido. (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2005 00 2 003508-3; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 24/01/06; DJ 3, PÁG. 84). 13. ADMINISTRATIVO - CASA DE DIVERSÃO NOTURNA - MENORES DESACOMPANHADOS - ARTS. 252 E 258 DO ECA, INOBSERVÂNCIA - APLICAÇÃO DE MULTAS, CRITÉRIOS (Reg. Ac. 232.315). Relator: Des. Jair Soares. Apelante: MPDFT. Apelados: D. E. D. B. R. L. (Adv. Dr. André Walter Queiroz Galvão) e M. L. Direito Administrativo 27 Decisão: Conhecer, prover, unânime. ECA. Infrações administrativas. Arts. 252 e 258: condutas diversas. A empresa que deixa de afixar, no local de exibição, informação sobre a natureza da diversão ou do espetáculo, bem como não observa o que dispõe o ECA sobre o acesso de crianças e adolescentes ao local de diversão, porque distintas as condutas, previstas como infrações administrativas diversas (ECA, arts. 252 e 258), sujeita-se a duas multas. Apelação provida. (APELAÇÃO DA VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE Nº 1999 01 3 002789- 9; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 13/12/05; DJ 3, PÁG. 82). 14. ADMINISTRATIVO - CEB - ENERGIA ELÉTRICA - SUSPENSÃO POR FALTA DE PAGAMENTO, LEGALIDADE (Reg. Ac. 234.878). Relator: Des. João Mariosi. Apelante: Fernando César Silva (Adv. Dr. Mourival Monteiro Costa). Apelado: CEB - Companhia Energética de Brasília (Adv. Dr. Anderson Fonseca Machado). Decisão: Negar provimento. Unânime. Administrativo. Energia elétrica. CEB. Suspensão no fornecimento por falta de pagamento. Legalidade. Manutenção da sentença. 1 - Não obstante se trate de um ser viço essencial à população, cuja interrupção caracteriza ofensa ao princípio da continuidade do ser viço público, in casu, o apelante obteve liminar, para que o ser viço viesse a ser prestado de forma regular, mediante pagamento mensal e sucessivo, mas nem assim efetuou o depósito judicial das parcelas devidas. 2 - Não se ignora que o ser viço em questão é essencial, mas não pode ser fornecido sem a contra- prestação respectiva, sob pena de consagrar enriquecimento sem causa do administrado em detrimento da administração. 3 - Negou- se provimento ao recurso. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2001 01 1 056060-9; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/ 02/06; DJ 3, PÁG. 91). Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 28 15. ADMINISTRATIVO - COMÉRCIO LOCALIZADO NA ESTAÇÃO RODOVIÁRIA - RENOVAÇÃO DE ALVARÁ, IMPOSSIBILIDADE - ATO DO ADMINISTRADOR REGIONAL DO DF, LEGALIDADE - DIREITO LÍQUIDO E CERTO, INEXISTÊNCIA (Reg. Ac. 232.059). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Apelante: Antônio da Silva Conceição - ME (Advs. Dr. Gilberto Eifler Moraes e Dr. Nelson Buganza Júnior). Apelados: Distrito Federal (Adva. Dra. Sandra Cristina de Almeida T. Fonseca - Procuradora do DF) e Estefânio Moraes de Vasconcelos - ME (Advs. Dr. Gilberto Eifler Moraes e Dr. Nelson Buganza Júnior). Decisão: Negar provimento. Unânime. Mandado de Segurança. Ato do administrador regional do DF. Declaração de nulidade de termos de compromisso, autorizações e declarações dos permissionários da rodoviária. Legalidade. 01. “Autorização é o ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder Público torna possível ao pretendente a realização de certa atividade, serviço ou utilização de bens particulares ou públicos, de seu exclusivo ou predominante interesse, que a lei condiciona à aquiescência prévia da administração, tais como o uso especial de bem público, o porte de arma, o trânsito por determinados locais etc”. (Hely Lopes Meirelles in Direito Administrativo Brasileiro). 02. “Não há qualquer garantia do particular autorizado à renovação compulsória de seu alvará, ou, como pretendem as recorrentes, à manutenção de suas atividades mesmo uma vez revogado o dito ato administrativo autorizativo do uso do bem público.” (Hely Lopes Meirelles in Direito Administrativo Brasileiro). 03. Revogado, portanto, o ato precário, dentro dos limites permitidos à discricionariedade administrativa, não há como se entender ilegal a atuação do Fiscal de Postura. 04. Apelação desprovida. Unânime. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 057409-6; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/ 12/05; DJ 3, PÁG. 114). 16. ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - RESIDÊNCIA MÉDICA - AUXÍLIO-MORADIA (Reg. Ac. 229.334). Relator: Des. Getulio Pinheiro. Impetrante: Tamara Machado Maia (Adv. Dr. José Ricardo Lapa da Fonseca). Informante: Secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal. Direito Administrativo 29 Decisão: Por unanimidade, em denegar a segurança. Mandado de Segurança. Concurso público. Residência médica. Supressão de auxílio-moradia. Inexistência de prova pré-constituída. Equiparação salarial com médico padrão inicial. 1. O rito sumaríssimo do mandado de segurança exige prova documental e pré-constituída. 2. Simples boatos, sem nenhuma base fática, acerca da supressão do auxílio-moradia pago a médicos residentes, são fundamentos inidôneos para amparar a impetração de mandado de segurança para a manutenção desse benefício. 3. Asseguradopela lei o pagamento de bolsa aos médicos residentes, correspondente a 85% do vencimento básico do médico posicionado no padrão I da classe A, acrescidos de 112,09% pela jornada de sessenta horas semanais, improcedente o pedido de equiparação remuneratória, uma vez comprovado que a impetrante percebe quantia superior. (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2004 00 2 006774-5; C. ESPECIAL; PUBL. EM 30/11/05; DJ 3, PÁG. 166). 17. ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - AGENTE PENITENCIÁRIO - ABERTURA DE NOVO CONCURSO, LEGALIDADE (Reg. Ac. 229.779). Relator: Des. Hermenegildo Gonçalves. Apelante: Laércio Sousa dos Santos (Adva. Dra. Rejane Lúcia Alves de Andrade). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Nelson Luiz de Miranda Ramos - Procurador do DF). Decisão: Dar parcial provimento, nos termos do voto do Relator. Unânime. Apelação Cível. Mandado de segurança. Administrativo e constitucional. Concurso público. Agente penitenciário da polícia civil. Declaração de nulidade do ato de abertura de novo certame e nomeação. Ilegitimidade passiva ad causam do chefe de polícia civil para o pedido de nomeação. Competência do Governador do DF. Novo concurso. Prazo de validade vigente. Preterição de candidato. Inexistência. Pedido de justiça gratuita. Deferimento. Recurso parcialmente provido. I - Agiu acertadamente o juízo a quo ao extinguir o processo sem julgamento de mérito por ilegitimidade passiva em relação ao segundo pedido - nomeação para o cargo de Agente Penitenciário do Distrito Federal. Como é sabido quem tem competência Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 30 para nomeação no referido cargo é o Governador do Distrito Federal, nos termos do art. 100, inciso XXVII, da Lei Orgânica do Distrito Federal. II - Em relação ao pedido de declaração de nulidade do ato administrativo que abriu novo certame, a r. sentença não está a merecer reparos. III - O prazo do concurso expirou em 31 de outubro de 2004, não havendo posse de qualquer candidato do novo certame, não há que se falar em violação de direito líquido e certo. IV - O candidato aprovado em concurso tem, tão- somente, expectativa de direito à efetivação no cargo almejado. V - Tendo em vista que a gratuidade de justiça pode ser concedida a qualquer momento no processo, o pedido merece ser provido, porque preenche os requisitos legais para sua concessão. VI - Recurso parcialmente provido. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 049993-7; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/ 11/05; DJ 3, PÁG. 68). 18. ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - QUESTÕES DE PROVA, DIVERGÊNCIA - MATÉRIA CONTROVERTIDA - CONTRADITÓRIO, NECESSIDADE (Reg. Ac. 229.856). Relator: Des. Getúlio Moraes Oliveira. Agravante: Distrito Federal (Adv. Dr. Nelson Luiz de Miranda Ramos - Procurador do DF). Agravado: Reuber Damasceno dos Santos (Adva. Dra. Gabriela Lucas Queiroz). Decisão: Dar provimento ao recurso por unanimidade. Agravo de Instrumento. Liminar. Concurso público. Questões de prova. Edital. Não havendo elementos suficientes para se inferir a ocorrência da ilegalidade apontada no mandado de segurança, prudente a instalação do contraditório para uma melhor investigação sobre a plausibilidade do direito alegado, especialmente quando a matéria é controvertida. (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2005 00 2 004200-0; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/11/05; DJ 3, PÁG. 118). 19. ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - EXAME PSICOTÉCNICO - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Direito Administrativo 31 (Reg. Ac. 230.716). Relatora Designada: Desa. Vera Andrighi. Apelantes: Andréa Calácia da Silva, Rodrigo Pinheiro de Andrade, Luciano Pinheiro Borges, Sandra Lopes da Silva Dias, Arlete Batista da Costa, Luciano Xavier Rodrigues, Rodrigo da Silva Onofre e Ana de Lourdes e Silva (Advs. Dr. Vanderlei Silva Perez e Dr. Valter Bruno de Oliveira Gonzaga). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Luiz Eduardo Sá Roriz - Procurador do DF). Decisão: Conhecer, unânime. Negar provimento, maioria, vencido o Relator. Redigirá o Acórdão a Revisora. Exame Psicotécnico. Subjetividade. Conhecimento da fundamentação do resultado. Arbitrariedade. Vedação. Parâmetros científicos objetivos. Critérios de avaliação. Substituição. Banca examinadora. Mérito administrativo. Vedação. Análise. Precedentes dos Egrégios STF e STJ. Poder Judiciário. Cumprimento de lei e regulamentos. I - O exame psicotécnico realizado em concurso público deve observar critérios que possam, objetivamente, recomendar ou não o candidato permitindo o conhecimento da fundamentação do resultado e, conseqüentemente, eventual interposição de recurso. II - A subjetividade que induz à vedação do exame psicotécnico é aquela que torna o procedimento suscetível de discriminação ou arbitrariedade, em face da inexistência de parâmetros científicos objetivos, como no caso de entrevista, cujas conclusões são exclusivas do avaliador. Precedentes do eg. STJ. III - Os critérios de avaliação de prova, envolvendo formulação de questões, correção de provas e atribuição de notas, fazem parte do mérito administrativo, não sendo passíveis de análise pelo Poder Judiciário, sob pena de substituição à banca examinadora a qual detém competência exclusiva para tanto. Precedentes dos Egrégios STF e STJ. IV - Compete ao Poder Judiciário analisar o cumprimento da lei e dos regulamentos que regem o concurso público. V - Apelação conhecida e improvida. Maioria. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 118119-4; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 22/11/05; DJ 3, PÁG. 108). 20. ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - RECONVOCAÇÃO DE CANDIDATO - DIREITO LÍQUIDO E CERTO, INEXISTÊNCIA (Reg. Ac. 230.932). Relator: Des. Vaz de Mello. Impetrante: Nadia Vassileva Nedialkova (Adv. Dr. Humberto Lacerda Alves). Informantes: Governador do Distrito Federal e Distrito Federal (Adv. Dr. Evaldo de Souza da Silva). Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 32 Decisão: Rejeitar as preliminares. No mérito, denegar a segurança. Unânime. Constitucional e Administrativo (parágrafo 1º do ar tigo 4º da Lei 1.799/ 97). Concurso público. Orquestra sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Preliminares. Governador do Distrito Federal. Ilegitimidade passiva. Documentos indispensáveis à propositura do writ. Ausência. Prescrição. Decadência. Rejeição. Mérito. Concurso público. Preenchimento de vaga. Candidato aprovado. Prazo de validade. Reconvocação. Direito líquido e certo. Ausência. Preliminares. Tratando- se de ato omissivo, a demonstração de ausência de reconvocação da impetrante pelo Excelentíssimo Senhor Governador do Distrito Federal é suficiente para evidenciar o ato impugnado. Sendo possível a análise da existência de direito líquido e certo a partir dos documentos apresentados pela impetrante, não há como se falar em ausência de dados indispensáveis à propositura do mandamus. Não tendo o ato impugnado surgido quando da publicação da homologação do resultado final, mas, sim, durante todo o período de validade do concurso, não há falar-se em prescrição. Tendo a petição inicial sido impetrada antes de 120 (cento e vinte) dias do vencimento do prazo para impetração do writ, não se pode afirmar a existência a decadência. Mérito. A aprovação em concurso público gera expectativa de direito quanto à nomeação e posse no cargo e não direito líquido e certo. A alegação de um candidato ter sido reconvocado não é capaz de determinar a reconvocação de todos os outros, pois se trata de poder discricionário da administração. Preliminares rejeitadas. No mérito, denegou-se a segurança. Unânime. (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2004 00 2 000082-7; C. ESPECIAL; PUBL. EM 30/11/05; DJ 3, PÁG. 166). 21. ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - NORMAS EDITALÍCIAS, DESRESPEITO - LIMINAR, CONCESSÃO (Reg.Ac. 231.021). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Agravante: Distrito Federal (Adv. Dr. Nelson Luiz de Miranda Ramos - Procurador do DF). Agravado: Leonardo Nunes Ramalho (Adva. Dra. Gabriela Lucas Queiroz). Decisão: Conhecer e negar provimento ao recurso. Unânime. Direito Administrativo 33 Agravo de Instrumento. Mandado de segurança. Concurso público. Prova. Questões sobre matérias não previstas no edital. Concessão de medida liminar. Controle de legalidade do ato administrativo. Cabimento. 1. Não diz respeito ao mérito administrativo, mas sim a mero controle de legalidade, a decisão que, vislumbrando desrespeito às normas editalícia, concede liminar para que seja atribuída ao candidato pontuação referente a questões sobre matérias não previstas no conteúdo programático do certame. 2. Negou-se provimento ao agravo. (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2005 00 2 003897-5; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 29/11/05; DJ 3, PÁG. 410). 22. ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - EDITAL DE CONVOCAÇÃO, IRREGULARIDADE - ATO ADMINISTRATIVO, NULIDADE (Reg. Ac. 233.700). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Embargante: Distrito Federal (Adv. Dr. Marcello Alencar de Araújo - Procurador do DF). Embargado: Gleyde Santos Assis de Oliveira (Advs. Dr. Asdrúbal Nascimento Lima Júnior e outros). Decisão: Conhecer e negar provimento. Por maioria. Direito Administrativo. Embargos infringentes. Concurso público. Edital de convocação. Publicação. Ausência dos nomes dos candidatos aprovados. Indicação apenas do número de classificação. Irregularidade. Princípios da publicidade, finalidade e eficiência. Desprezo. Ato administrativo. Nulidade. 1. Não pode a Administração Pública, sob pena de vilipendiar os princípios da publicidade, finalidade e eficiência, fazer publicar edital de convocação para concurso por ela realizado do qual conste apenas a ordem de classificação dos candidatos classificados e aprovados, sem, contudo, fazer qualquer menção aos respectivos nomes. 2. É de ser anulado o ato administrativo que, por não render graças aos princípios referidos, venha a prejudicar direitos dos interessados. 3. Recurso conhecido e desprovido. Prevalência dos votos majoritários. (EMBARGOS INFRINGENTES CÍVEIS Nº 2002 01 1 067804-2; 3ª C. CÍVEL; PUBL. EM 15/12/05; DJ 3, PÁG. 54). Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 34 23. ADMINISTRATIVO - CONSELHO TUTELAR - CONSELHEIRO, DESTITUIÇÃO - IDONEIDADE MORAL, IMPRESCINDIBILIDADE - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, ART. 133 (Reg. Ac. 235.389). Relatora: Desa. Ana Maria Duar te Amarante. Apelante: J. A. C. S. (Dr. Defensoria Pública). Apelado: MPDFT. Decisão: Conhecer. Negar provimento. Unânime. Ação Civil Pública. Conselho tutelar. Conselheiro. Ausência de idoneidade moral. Destituição da função. O ar t. 133 do Estatuto da Criança e do Adolescente; o ar t. 8º, inciso I, da Lei Distrital nº 2.640/ 00; e ainda, o ar t. 11 da Resolução nº 75 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA - prevêem expressamente que é requisito indispensável para o candidato a conselheiro tutelar a “reconhecida idoneidade moral”. De acordo com a Lei nº 8.069/90, o Conselho Tutelar é órgão fundamental para a efetivação dos direitos das crianças e adolescentes. Formado por integrantes da sociedade, os conselhos acompanham de per to os problemas da região em que prestam serviços, detendo, mais do que ninguém, respaldo para aconselhar as famílias, zelar pelo cumprimento da lei de regência e encaminhar as questões infanto-juvenis às autoridades competentes. Nesse par ticular, os conselheiros devem ser pessoas de conduta social irrepreensível, necessitando, antes de tudo, de grande preparo e polidez para atender às pessoas que procuram o conselho, até porque tais pessoas buscam tratar de interesses de suas crianças e adolescentes, e cer tamente passam por problemas familiares. Assim, se o conselheiro não possui conduta social compatível com o desempenho de suas funções, falta-lhe idoneidade moral para a continuidade do exercício, devendo, por tanto, ser destituído. Recurso conhecido e não PROVIDO. (APELAÇÃO DA VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE Nº 2004 01 3 005878-0; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 26/01/06; DJ 3, PÁG. 67). 24. ADMINISTRATIVO - DETRAN - LEILÃO DE VEÍCULOS - ALEGAÇÃO DE DEFEITOS, IMPROCEDÊNCIA - PAGAMENTO DE MULTAS E TRIBUTOS, CRITÉRIOS Direito Administrativo 35 (Reg. Ac. 229.362). Relator: Des. Natanael Caetano. Apelante: José Eudes Valente Brito (Advs. Dr. Ireni Braga e outros). Apelado: DETRAN - DF - Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Adv. Dr. Ernani Teixeira de Sousa - Procurador). Decisão: Dar parcial provimento. Unânime. Direito Administrativo. DETRAN. Leilão de veículo. Defeitos. Rescisão contratual. Danos morais. Pagamento de despesas relativas a multas, tributos e encargos legais. Valor da arrematação. Cobrança em separado. Ilegalidade. O veículo a ser leiloado fica a disposição dos interessados durante os 30 dias que antecedem o leilão, sendo, portanto, incabível alegação de existência de defeitos, pois o carro é entregue no estado em que se encontra. Nos termos do Código de Trânsito, do valor arrecadado com a arrematação do veículo devem ser descontadas as despesas relativas a multas, tributos e encargos legais, com a devolução do que restar ao ex-proprietário, sob pena de enriquecimento ilícito do Departamento de Trânsito. Deu-se parcial provimento ao recurso de apelação. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 104872-0; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/ 11/05; DJ 3, PÁG. 69). 25. ADMINISTRATIVO - DETRAN - COBRANÇA DE MULTA - NOTIFICAÇÃO PARA DEFESA PRÉVIA, NECESSIDADE - VALOR PAGO, DEVOLUÇÃO (Reg. Ac. 233.313). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Apelante: Alaor Ferreira da Silva (Advs. Dr. Kleber de Oliveira Coêlho e outros). Apelado: DETRAN/ DF - Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Adv. Dr. Ernani Teixeira de Sousa). Decisão: Conhecer. Dar provimento ao recurso. Unânime. Apelação Cível. Administrativo. DETRAN/DF. Infração de trânsito. Meio eletrônico ou não presencial. Notificação para defesa prévia. Necessidade. Garantia constitucional à ampla defesa. Precedentes do STJ. A Lei nº 9.503/97 prevê a expedição de notificação para ciência do cometimento Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 36 da infração para, somente após, ser expedida a autuação referente à penalidade imposta, procedimento adotado a fim de que seja oportunizada a defesa prévia contra a sanção aplicada, em observância à garantia constitucional do devido processo legal. Em sendo as multas aplicadas por meio eletrônico, ou por meio em que a notificação pessoal não seja realizada no momento da infração, considera-se ilegal o ato de cobrança de multas quando juntamente com a notificação há a imposição da penalidade, com a indicação do valor a ser pago, bem assim, a data de seu vencimento. A devolução dos valores pagos pelo autor é decorrência lógica do reconhecimento da ilegalidade do ato administrativo, haja vista que um ato ilegal não pode permanecer sur tindo efeitos em favor do autor do ato contrário à lei. Precedentes do Egrégio STJ. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 103529-6; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 24/ 01/06; DJ 3, PÁG. 94). 26. ADMINISTRATIVO - FECHAMENTO DE ÁREA VERDE - AUTORIZAÇÃO, REVOGAÇÃO - ATO UNILATERAL E PRECÁRIO - INTERESSE PÚBLICO, PREVALÊNCIA (Reg. Ac. 231.609). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Apelante: Milton Mateus Borges (Adv. em causa própria). Apelado: Distrito Federal (Adva. Dra. Renata Andrea Carvalho de Melo Espíndola - Procuradora do DF). Decisão: Conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime. Administrativo. Mandado de segurança. Autorização defechamento de área verde. Ato unilateral e precário. Revogação do ato. Direito líquido e certo do administrado inexistente. Preponderância manifesta do interesse público. Recurso improvido. A autorização de fechamento de área verde dada pela Administração Pública pode a qualquer tempo ser revogada com base na conveniência e oportunidade, máxime em face do interesse público que orientou a revogação questionada. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 114335-4; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 06/ 12/05; DJ 3, PÁG. 128). Direito Administrativo 37 27. ADMINISTRATIVO - GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL - CAMPANHA PUBLICITÁRIA, VEICULAÇÃO - DESVIO DE FINALIDADE, NÃO- COMPROVAÇÃO - ALTERAÇÃO DA CAUSA DE PEDIR, VEDAÇÃO (Reg. Ac. 232.490). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Apelante: Eduardo Felipe Daher (Advs. Dr. Claudismar Zupiroli e outros). Apelados: Distrito Federal (Adv. Dr. Joaquim Francisco Nunes Bandeira - Procurador do DF), Joaquim Domingos Roriz e Weligton Luiz de Moraes (Advs. Dr. José Nicodemos Rodrigues Varela e Dra. Vera Eliza Muller). Decisão: Conhecer, negar provimento ao recurso, unânime. Apelação Cível. Ação popular. Veiculação de campanha publicitária. Governo do Distrito Federal. Desvio de finalidade. Lesividade. Não- comprovação. Alteração da causa de pedir. Vedação. 1. Não há desvio de finalidade quando a peça publicitária do governo do Distrito Federal possui caráter informativo e não se afasta dos limites da propaganda institucional, mormente porque dela não constam nomes, símbolos ou imagens hábeis a caracterizar promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 2. A demonstração, para fins de ação popular, de lesão ao Erário ou prejuízos à administração é imprescindível, em não se tratando de hipótese de lesividade presumida. 3. A estabilização da relação processual impede a alteração do pedido ou da causa de pedir. 4. Apelo improvido. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 1999 01 1 034482-5; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/ 12/05; DJ 3, PÁG. 120). 28. ADMINISTRATIVO - GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO - LEI DISTRITAL Nº 939/97 - GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA, CUMULATIVIDADE (Reg. Ac. 229.223). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Osdymar Montenegro Matos - Procurador do DF). Apelado: Nilton César Gomes Batista (Defensoria Pública). Decisão: Negar provimento ao recurso voluntário e à remessa. Unânime. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 38 Ação Ordinária. Gratificação desempenho instituída pela Lei Distrital nº 939/ 1997. Não integra o rol de gratificações inacumuláveis com o recebimento da gratificação de atividade judiciária, criada pela Lei Distrital nº 2.797/ 2001, constante do § 2º do artigo 20 desta Lei e dos §§ 4º e 6º do artigo 28 do Decreto nº 22.490/2001. 1. A gratificação de desempenho instituída pela Lei Distrital nº 939/1997 não integra o rol de gratificações inacumuláveis com o recebimento da gratificação de atividade judiciária, criada pela Lei Distrital nº 2.797/2001, constante do § 2º do artigo 20 desta Lei e dos §§ 4º e 6º do Decreto nº 22.490/2001. Assim, em obediência ao princípio da legalidade, não pode a Administração Pública incluir, no rol de gratificações inacumuláveis com o recebimento da GAJ, outras que não as expressamente previstas em lei. O ato que a excluiu dos vencimentos do servidor, pois, é ilegal, devendo ser restabelecido o pagamento desde o momento de sua supressão. 2. Recurso e remessa de ofício conhecidos e desprovidos para manter a r. sentença que julgou procedente o pedido para determinar ao Distrito Federal o restabelecimento do pagamento da gratificação de desempenho instituída pela Lei Distrital nº 939/1997, bem como o pagamento das parcelas pretéritas desde novembro de 2002. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 080412-6; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/ 11/05; DJ 3, PÁG. 67). 29. ADMINISTRATIVO - GRATIFICAÇÃO POR REPRESENTAÇÃO DE GABINETE - REDUÇÃO POR ATO DA ADMINISTRAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE - TRIBUNAL DE CONTAS, COMPETÊNCIA (Reg. Ac. 232.586). Relator: Des. Otávio Augusto. Impetrante: José Rodrigues Sobrinho (Adv. Dr. Rubem Santos Assis). Informantes: Secretária de Estado de Gestão Administrativa do Distrito Federal e Subsecretária de Recursos Humanos da Secretaria de Estado de Gestão Administrativa do Distrito Federal. Decisão: Dar pela competência do TJDFT para julgar o mandado de segurança por maioria e, no mérito, conceder a segurança à unanimidade. Mandado de Segurança. Ilegitimidade passiva. Desacolhimento. Gratificação pela representação de gabinete. Redução realizada pela administração, estendendo decisões do Tribunal de Contas do Distrito Direito Administrativo 39 Federal. Inaplicabilidade ao impetrante. Princípios do devido processo legal e da segurança jurídica. Se a prática do ato de correção do valor da parcela da vantagem pessoal incorporada ocorreu por volição da própria administração, que fez por estender decisões do Tribunal de Contas do Distrito Federal referentes às aposentadorias de outros servidores públicos ao impetrante, são as autoridades apontadas como coatoras par tes legítimas para figurarem no pólo passivo do mandamus. As autoridades impetradas que defendem a legalidade do ato, encampando o ato coator eventualmente praticado por agente de hierarquia inferior a elas subordinado, tornam-se, conseqüentemente, autoridades coatoras. Somente ao Tribunal de Contas do Distrito Federal é dada a competência para estabelecer procedimentos de revisão de atos de aposentadorias. Não pode, portanto, a Administração Pública corrigir o ato impugnado, estendendo decisões daquela Corte de Contas Distrital. Demais disso, tem-se que o ato desfavorável ao impetrante fora praticado em flagrante cerceamento de defesa, sem a observância ao princípio da ampla defesa e do contraditório. Não poderia a administração reduzir o pagamento, sem, ao menos, assegurar ao interessado o devido processo legal. Há de se considerar, ainda, que o benefício vinha sendo pago por anos, sendo, portanto, uma situação jurídica consolidada pelo decurso do tempo, sendo sua alteração inviável, pena de violação ao princípio da segurança jurídica. Concedida a segurança. Unânime. (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2005 00 2 001885-5; C. ESPECIAL; PUBL. EM 02/02/06; DJ 3, PÁG. 81). 30. ADMINISTRATIVO - INCORPORAÇÃO DE QUINTOS - VANTAGEM PESSOAL NOMINALMENTE IDENTIFICADA - CRITÉRIOS DE REAJUSTE, UNIFORMIZAÇÃO (Reg. Ac. 233.248). Relator: Des. Getulio Pinheiro. Impetrante: SINDJUS/ DF - Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União no Distrito Federal (Advs. Dr. Ibaneis Rocha Barros Junior e outros). Informantes: Procurador - Geral do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Decisão: Por unanimidade, em rejeitar as preliminares e, no mérito, julgar Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 40 extinto o processo em relação aos servidores do MPDFT e, por maioria, denegar a segurança quanto aos demais. Mandado de Segurança. Incorporação de quintos/décimos. Desmembramento de sindicatos. Princípio da unicidade sindical. Competência do Tribunal. Relação de endereços dos filiados desnecessária. Preliminares rejeitadas. Medida Provisória nº 2.225-45/2001. Vantagem pessoal nominalmente identificada. Regime de incorporação. 1. Tratando- se de servidores públicos filiados a sindicatos de âmbito distrital e nacional, não há que se falar na quebra do princípio da unicidade se apenas o primeiro figurou como substituto processual na impetração de mandado de segurança. 2. Juntada aos autos a relação dos servidores filiados ao sindicato, desnecessáriaa comprovação dos seus endereços se o órgão julgador exerce jurisdição em todo o território onde desempenham suas atividades funcionais. 3. Reconhecido pela autoridade coatora o direito pleiteado na petição inicial, extingue-se o processo sem o julgamento do mérito, com relação aos beneficiados, em face da perda superveniente de seu objeto. 4. A incorporação de quintos, estabelecida pela Lei nº 6.732/79, modificada pelas Leis nºs 8.112/90 e 8.911/94, foi extinta pela de nº 9.527, de 10 de dezembro de 1997. 5. As parcelas incorporadas à remuneração dos servidores foram transformadas em décimos pela Lei nº 9.624, de 2 de abril de 1998, que restabeleceu o regime de incorporação até a data da sua publicação, ocorrida a 8/4/1998. 6. A Medida Provisória nº 2.245-45/2001 apenas transformou as incorporações, já asseguradas aos servidores, em VPNI (vantagem pessoal nominalmente identificada), a fim de uniformizar os critérios de reajuste adotados a partir da sua publicação. 7. Segurança denegada. (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2004 00 2 009920-5; C. ESPECIAL; PUBL. EM 17/01/06; DJ 3, PÁG. 69). 31. ADMINISTRATIVO - INCORPORAÇÃO DE QUINTOS - EXERCÍCIO NA ÁREA FEDERAL - DIREITO ADQUIRIDO (Reg. Ac. 235.326). Relator: Des. Romão C. Oliveira. Impetrante: Antônio Guido Jordão (Advs. Dra. Maria Aparecida Guimarães Santos e outros). Informantes: Secretária de Estado de Gestão Administrativa do Distrito Federal e Secretário de Estado de Fazenda e Planejamento do Distrito Federal. Direito Administrativo 41 Decisão: Excluir da relação processual o Senhor Secretário de Fazenda do Distrito Federal e conceder a segurança a partir da impetração, à unanimidade. Mandado de Segurança. Preliminares afastadas. Ilegitimidade passiva reconhecida em relação a uma das autoridades apontadas coatoras. Incorporação de quintos. Vantagens decorrentes do exercício de função pública na área federal. Segurança parcialmente deferida com efeitos a par tir da data da impetração. A autoridade apontada coatora que não deu causa à lesão atacada, tampouco detém atribuições funcionais para fazer cessar a ilegalidade, deve ser excluída da relação processual. Se o direito do impetrante encontrava-se per feito e acabado quando o Distrito Federal alcançou a sua autonomia política, não pode mais ser afetado por novel diploma legal proveniente do legislativo local, eis que a lei não pode prejudicar o direito adquirido ou o ato jurídico per feito. Se, antes de 05 de outubro de 1988, o impetrante incorporou a seu patrimônio jurídico vantagem prevista na Lei nº 6.732/79, essa vantagem mostra-se inatingível, inatacável mesmo com o advento de diplomas locais. “Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria” (Súmula nº 271 do STF). (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2002 00 2 002088-1; C. ESPECIAL; PUBL. EM 02/02/06; DJ 3, PÁG. 81). 32. ADMINISTRATIVO - LEILOEIRO PÚBLICO OFICIAL, CONTRATAÇÃO - CEB - ALIENAÇÃO DE BENS INSERVÍVEIS (Reg. Ac. 229.893). Relator: Des. Asdrubal Nascimento Lima. Apelantes: Maria das Dores Alves de Souza e Gervásio Tobias da Silva (Adv. Dr. Baltazar Reis Cardoso). Apelados: CEB - Companhia Energética de Brasília (Adv. Dr. Anderson Fonseca Machado) e Roberto Braggio Júnior (Adv. Dr. Itamar Ferreira de Lima). Decisão: Conhecer. Negar provimento. Unânime. Apelação Cível. Mandado de Segurança. Contração. Leiloeiro Público Oficial. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 42 CEB. Alienação de bens inservíveis. Observância dos ditames constantes da Lei nº 8.666/93. Sentença que denegou a segurança mantida. I - Por ser a CEB uma sociedade de economia mista, não se aplica a regra constante do ar t. 42 do Decreto nº 21.981/32, qual seja, de que o leiloeiro público deve ser indicado pela junta comercial, observando-se a lista de antigüidade dos leiloeiros matriculados, eis que tal dispositivo normativo faz referência somente aos leilões a serem realizados pela União, pelos Estados e pelos Municípios. II - Não demonstrando o impetrante direito líquido e certo a ser contratado como leiloeiro para a alienação de bens inservíveis da CEB, correta se encontra a sentença que denegou a segurança. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 025464-9; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/ 11/05; DJ 3, PÁG. 106). 33. ADMINISTRATIVO - LICENCIAMENTO DE VEÍCULOS - PAGAMENTO DE MULTAS PENDENTES, CONDICIONAMENTO - COERÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (Reg. Ac. 230.032). Relator: Des. Natanael Caetano. Agravante: FC Higiene Pessoal Ltda. (Adv. Dr. Magáli Dellape Gomes). Agravado: DETRAN/DF- Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Adv. Dr. Rogério Andrade Cavalcanti Araújo). Decisão: Conhecer e prover. Unânime. Administrativo. Expedição de licenciamento de veículo anual condicionado ao pagamento de multas pendentes. Coerção da Administração Pública. Princípio da razoabilidade e proporcionalidade. Não obstante inúmeros posicionamentos desta Corte de Justiça e dos tribunais superiores no sentido de que é necessário para a expedição de licenciamento de veículo o pagamento de multas sobre o mesmo, entendo que tal exigência se configura em verdadeira coação no sentido de que o condutor do veículo efetue o pagamento de multa para que possa conduzir seu veículo. Agravo conhecido e provido. (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2005 00 2 007464-3; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/11/05; DJ 3, PÁG. 64). Direito Administrativo 43 34. ADMINISTRATIVO - LICENÇA-PRÊMIO POR ASSIDUIDADE - REQUERIMENTO DE FRUIÇÃO, REJEIÇÃO REITERADA - LIBERDADE DO ADMINISTRADOR, LIMITES (Reg. Ac. 228.926). Relator: Des. Cruz Macedo. Apelante: Suely Brevigliero Rocha Pinto (Advs. Dr. Júlio César Borges de Resende, Dr. Ulisses Borges de Resende, Dr. Roberto Gomes Ferreira e outros). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Sérgio Silveira Banhos - Procurador do DF). Decisão: Dar provimento ao recurso, unânime. Administrativo. Licença-prêmio por assiduidade deferida anteriormente. Período de gozo. Liberdade do administrador. Direito que não se reveste de caráter absoluto. 1 - O fato de ao administrador admitir-se certa margem de liberdade para definir a data de gozo da licença-prêmio deferida nos termos da norma legal então vigente não autoriza a rejeição reiterada e permanente do direito à fruição da licença, sobretudo sob a alegação de escassez de recursos humanos. 2 - Ultrapassados vários meses desde a rejeição do requerimento de fruição, impõe-se ao Judiciário corrigir o ato irrazoável do administrador, deferindo imediatamente o direito ao gozo da licença pela interessada. 3 - Apreciando o pedido de fixação de data para gozo da licença, descabe ao administrador simplesmente rejeitar o pedido, incumbindo-lhe fixar data alternativa, segundo o critério de liberdade que lhe assiste. A recusa peremptória, nesse caso, equivale à própria negativa do direito e não se compagina com o princípio da razoabilidade (artigo 2º, Lei nº 9.784/99). 4 - Apelo provido. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 085342-3; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 08/ 11/05; DJ 3, PÁG. 131). 35. ADMINISTRATIVO - MAGISTÉRIO DO DF - DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO, ANTECIPAÇÃO - PAGAMENTO INFERIOR AO DEVIDO - RESTITUIÇÃO DA DIFERENÇA, OBRIGATORIEDADE (Reg. Ac. 230.751). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Osdymar Montenegro Matos - Procurador do DF). Apelada: Rosa Maria da Silva (Advs. Dr. Júlio César Borges de Resende, Dr. Roberto Gomes Ferreira e Dr. Ulisses Borges de Resende). Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 44 Decisão: Conhecer. Negar Provimento. Unânime. Direito Constitucional e Administrativo.Servidor Público. Magistério do DF. Lei Distrital nº 3.279/03. Décimo-terceiro salário antecipado para o mês de aniversário de nascimento. Valor inferior à remuneração paga no mês de dezembro do respectivo ano. Diferença devida. O 13º salário, instituído pela Lei nº 4.090/62, teve como objetivo conceder gratificação de natal para os trabalhadores de uma maneira geral. A citada lei prevê, em seu art. 1º que “no mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração a que fizer jus”. Mais ainda, que a gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente. A supracitada lei foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, que em seu art. 7º, inc. VIII, estipulou ser direito social do trabalhador a percepção de 13º salário, com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria. Assim, é inegável que mesmo que haja modificação quanto à data de recebimento do benefício, ante os motivos de conveniência do estado, em sendo ele inferior à remuneração percebida pelo servidor, no mês de dezembro do respectivo ano, a diferença deverá ser paga, em respeito ao ordenamento jurídico vigente. Recurso conhecido e não provido. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 051271-5; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 24/ 11/05; DJ 3, PÁG. 116). 36. ADMINISTRATIVO - MAGISTÉRIO PÚBLICO - APOSENTADORIA ESPECIAL, CONCESSÃO - FUNÇÕES DE ASSISTENTE DE DIREÇÃO E COORDENADORIA PEDAGÓGICA - EFETIVO EXERCÍCIO, COMPROVAÇÃO (Reg. Ac. 231.550). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Embargante: Maria Helena Marques Silva (Advs. Dr. Júlio César Borges de Resende, Dr. Ulisses Borges de Resende e Dr. Roberto Gomes Ferreira). Embargado: Distrito Federal (Adv. Dr. Luis Fernando Belém Peres - Procurador do DF). Decisão: Conhecer. Dar provimento. Por maioria. Embargos Infringentes. Direito constitucional e administrativo. Magistério público. Aposentadoria especial de professor. Funções de assistente de Direito Administrativo 45 direção e coordenadoria pedagógica. Exercício de atividades de magistério. Recurso provido. Consagrou-se o entendimento no Colendo STF de que a concessão da aposentadoria especial para professores, prevista no artigo 40, § 5º da Carta da República de 1988, se dá mediante a comprovação exclusiva de tempo efetivo de exercício nas funções de magistério, excluindo-se, pois, aquelas eminentemente administrativas. Mostra-se indevido conferir interpretação que restrinja a abrangência da norma inserta no §5º do artigo 40 da Constituição Federal, conseqüência da aplicação do princípio constitucional da máxima efetividade. Verificando-se que, dentre as atribuições dos cargos de assistente de direção e coordenadora pedagógica, encontram-se aquelas de caráter eminentemente docente, mostra-se atendido o fim colimando pela norma constitucional em questão, deferindo-se à autora à aposentadoria especial requerida. (EMBARGOS INFRINGENTES CÍVEIS Nº 2002 01 1 083720-2; 2ª C. CÍVEL; PUBL. EM 01/12/05; DJ 3, PÁG. 237). 37. ADMINISTRATIVO - MAGISTÉRIO PÚBLICO DO DF - DÉCIMO- TERCEIRO SALÁRIO, ANTECIPAÇÃO - PAGAMENTO A MENOR, ILEGALIDADE - ISONOMIA ENTRE SERVIDORES, AFRONTA (Reg. Ac. 232.278). Relatora Designada: Desa. Nidia Correa Lima. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Alexandre Castro Cerqueira - Procurador do DF). Apelada: Cláudia Maciel Pinto (Advs. Dr. Roberto Gomes Ferreira, Dr. Júlio César Borges de Resende e outros). Decisão: Conhecer e negar provimento ao recurso, por maioria, vencido o Relator. Redigirá o acórdão a 1ª Vogal. Administrativo. Apelação. 13º (décimo-terceiro) salário. Plano de carreira do magistério público do DF. Lei Distrital nº 3.318/04. Antecipação do pagamento do 13º salário. Pagamento a menor. Aniversário antes da promulgação da lei distrital. Afronta aos princípios constitucionais da irredutibilidade de vencimento e isonomia entre servidores. 1. Com a promulgação da Lei Distrital nº 3.318/04 - Plano de Carreira do Magistério Público do Distrito Federal - que instituiu um aumento nos vencimentos de grande par te dos professores - os ser vidores que receberam antecipadamente o seu 13º salário, porquanto aniversariaram antes da Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 46 promulgação da referida lei, não receberam complemento ao 13º salário. Tal situação configura afronta aos princípios constitucionais da irredutibilidade de vencimento e da isonomia entre os servidores. 2. A distorção deve ser rechaçada pelo direito, eis que gerou um tratamento diferenciado entre os servidores que estavam posicionados na mesma classe e nível de carreira. A gratificação natalícia foi paga para os que nasceram antes da publicação da referida lei, a menor, e para os que nasceram após a referida publicação foi paga a maior. Corroborando com o entendimento de que o que vale é a data da publicação da lei, estar-se- ia ferindo os princípios constitucionais da irredutibilidade de vencimentos e da isonomia entre servidores, o que é vedado no nosso ordenamento jurídico. Além, também, de contribuir com o enriquecimento ilícito por parte do Distrito Federal. 3. Recurso conhecido e improvido. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 051248-3; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/ 12/05; DJ 3, PÁG. 88). 38. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA, DENEGAÇÃO - TRANSPORTE PÚBLICO ALTERNATIVO - PERMISSÃO, REVOGAÇÃO (Reg. Ac. 225.101). Relatora: Desa. Aparecida Fernandes. Impetrante: Paulo Folha Brandão (Adv. Dr. Adevan Pereira da Silva). Informante: Secretário de Estado de Transportes do Distrito Federal. Decisão: Denegar a ordem. Decisão unânime. Administrativo. Mandado de segurança. Preliminares de impossibilidade jurídica do pedido e falta de pressuposto de admissibilidade da ação. Contrato de permissão de serviço público. Transporte público alternativo de condomínio - STPAC. Falta de licitação. Revogação. Legalidade. Preliminares: o pedido é juridicamente possível de ser atendido se não for vedado pelo ordenamento jurídico legal. Assim, dentro dos limites constitucionais, pode o cidadão ajuizar a ação mandamental, independente da legalidade ou não do ato impugnado. Não há que se falar em falta de pressuposto de admissibilidade do mandamus se a documentação acostada aos autos permite verificar o suposto direito do impetrante. Preliminares rejeitadas. Mérito: a prestação de serviço público será feita, senão diretamente, apenas sob o regime de concessão ou permissão, sempre Direito Administrativo 47 através de licitação. A permissão de serviço público é ato unilateral, discricionário e precário. O particular que recebe a permissão deve saber que ela é dada a título precário, sem prazo estabelecido, e que, por isso, pode ser retirado a todo momento. A permissão de serviço de transpor te alternativo - STPAC - possui características inegáveis de precariedade e revogabilidade unilateral, significando que o permissionário não se investe do direito subjetivo de permanecer na atividade pública por ele exercida. Denegação da ordem de segurança. Unânime. (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2003 00 2 010742-8; C. ESPECIAL; PUBL. EM 08/11/05; DJ 3, PÁG. 83). 39. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA, DENEGAÇÃO - REMOÇÃO DE SERVIDOR - PERSEGUIÇÃO POLÍTICA, NÃO- COMPROVAÇÃO - PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA, INOCORRÊNCIA (Reg. Ac. 228.894). Relator: Des. Vasquez Cruxên. Impetrante: Dulcinéia Alves de Carvalho (Advs. Dra. Luzia Nunes Borges Lima e outros). Informante: Secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal. Decisão: Denegar a segurança, à unanimidade. Mandado de Segurança. Remoção de servidor. Perseguição política. Ausência de prova pré-constituída. Presunção delegitimidade e veracidade do ato administrativo. Ausência de direito líquido e cer to. Segundo o ar t. 36 da Lei nº 8.112/90, remoção é o “deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede”. Não havendo prova - que, no mandado de segurança, deve ser, necessariamente, pré-constituída - da suposta perseguição política, não se pode presumir que a remoção estaria atrelada à tal intenção. O ato administrativo é presumivelmente legítimo e verdadeiro, até prova em contrário, pelo que reputa-se que a remoção se deu no interesse da administração pública. Segurança denegada. (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2005 00 2 001964-7; C. ESPECIAL; PUBL. EM 22/11/05; DJ 3, PÁG. 87). Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 48 40. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA, DESCABIMENTO - BENEFÍCIO ALIMENTAÇÃO - RECEBIMENTO DE PARCELAS SUSPENSAS - VIA ELEITA INCORRETA (Reg. Ac. 227.554). Relator: Des. Nívio Gonçalves. Impetrante: José Mendes Fernandes (Adv. Dr. Guilherme da Costa Silva Araujo). Informante: Governador do Distrito Federal. Decisão: Julgar extinto o processo, sem julgamento do mérito, nos termos do voto do Relator. Decisão por unanimidade. Mandado de Segurança. Benefício alimentação. Recebimento de parcelas pretéritas. Inadequação da via eleita. Busca, o impetrante, o recebimento de parcelas do benefício alimentação, que foram suspensas com o advento do Decreto nº. 16.990/95. Ocorre que o mandado de segurança não é sucedâneo da ação de cobrança, não sendo, assim, adequada a via eleita. Inteligência da Súmula nº 269 STF. (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2005 00 2 002926-7; C. ESPECIAL; PUBL. EM 18/11/05; DJ 3, PÁG. 108). 41. ADMINISTRATIVO - MILITAR - PENSÃO POR MORTE - MORTE FICTA - DIREITO ADQUIRIDO, VIOLAÇÃO (Reg. Ac. 228.921). Relator: Des. Getúlio Moraes Oliveira. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Luiz Filipe Ribeiro Coelho - Procurador do DF). Apelados: Ludyanne Lima do Nascimento, Luann Lima do Nascimento e Murielly Pires do Nascimento (Defensoria Pública). Decisão: Negar provimento ao recurso voluntário e à remessa oficial por unanimidade. Mandado de Segurança. Suspensão. Pagamento. Pensão por morte. Militar expulso da corporação. Morte ficta. Superveniência. Lei nova. Alcance. Situações pretéritas. Direito adquirido. Violação. Se, à época da edição da Lei nº 3.765/60, optou a administração pela interpretação que admitia o instituto da morte ficta do policial militar excluído da corporação e conseqüente percepção de pensão pelos dependentes deste, não pode a Direito Administrativo 49 superveniência de lei nova (Lei nº 10.486/02) servir como fundamento para se suspender o pagamento destes rendimentos, haja vista a impossibilidade de se abarcar situações anteriores à sua edição, sob pena de violação ao direito adquirido. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 068102-9; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 08/11/05; DJ 3, PÁG. 131). 42. ADMINISTRATIVO - MILITAR DO DISTRITO FEDERAL - REFORMA COM BASE EM LEI REVOGADA - NOVA LEI, ADEQUAÇÃO (Reg. Ac. 228.764). Relator: Des. Aquino Perpétuo. Apelante: Rober to de Assis (Advs. Dr. Raul Canal e outros). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Djacyr Cavalcanti de Arruda Filho - Procurador do DF). Decisão: Conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime. Processo Civil. Mandado de segurança. Reforma de militar do Distrito Federal com base em lei revogada. Ato nulo. Adequação à nova lei. 1) Não há direito líquido e cer to, consistente na transferência para a reser va remunerada com base na Lei nº 7.479/86 para aqueles militares do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal reformados após a edição da Lei nº 10.486/2002. A lei nova revogou os dispositivos que disciplinavam tal matéria na lei anterior. 2) Os proventos do militar transferido para a inatividade serão calculados com base na remuneração correspondente ao cargo efetivo em que se deu o ato de sua transferência, e não a do grau hierarquicamente superior, consoante inteligência do ar tigo 20, § 4º da Lei nº 10.486/2002. 3) A Lei nova (10.486/2002) revoga a anterior (Lei nº 7.479/86), seja pela incompatibilidade existente entre as duas normas, seja porque a Lei nº 10.486/2002 regula inteiramente a matéria, consoante dispõe o ar t. 2º, § 1º da Lei de Introdução ao Código Civil. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 114100-4; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/11/05; DJ 3, PÁG. 106). Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 50 43. ADMINISTRATIVO - PENSÃO MILITAR - MILITAR EXCLUÍDO - DIREITO ADQUIRIDO, INEXISTÊNCIA (Reg. Ac. 232.064). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Apelantes: Aldair Alves da Silva Júnior rep. por Claudette Sousa Campos da Silva e Ana Cláudia Sousa Timé da Silva rep. por Claudette Sousa Campos da Silva (Defensoria Pública). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. João Itamar de Oliveira - Procurador do DF). Decisão: Negar provimento. Unânime. Administrativos. Pensão de militar excluído. Inexistência de direito adquirido. 01. “A Administração alterou o entendimento anteriormente firmado no que concerne à concessão de pensões militares, não admitindo mais a equiparação do militar excluído ao expulso, ambos considerados falecidos (morte ficta)” (parecer ministerial, fls. 94/99). 02. “Os benefícios requeridos sob a égide do entendimento anterior somente são mantidos atualmente em virtude do princípio da segurança jurídica e do prazo decadencial para que a administração exerça a autotutela. Como o benefício não foi requerido pelos apelantes à época do entendimento anterior, estes não tem direito à percepção da vantagem pecuniária” (parecer ministerial, fls. 94/99). 03. “A Administração agiu de forma legítima, posto que esta pode negar a concessão do benefício, desde que oportunize o devido processo legal aos administrados, respeitando o contraditório e a ampla defesa” (parecer ministerial, fls. 94/99). 04. Apelação desprovida. Unânime. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 087120-4; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/ 12/05; DJ 3, PÁG. 115). 44. ADMINISTRATIVO - PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA - RETORNO DO SERVIDOR, IMPOSSIBILIDADE - CARGO, EXTINÇÃO (Reg. Ac. 232.022). Relator: Des. Silvânio Barbosa dos Santos. Apelante: Elcio Carneiro (Defensoria Pública). Apelado: Distrito Federal (Adva. Dra. Maria Beatriz Brown Rodrigues - Procuradora do DF). Decisão: Conhecer. Negar provimento. Unânime. Direito Administrativo 51 Administrativo. Plano de demissão voluntária. Legalidade. Retorno do demissionário. Inviabilidade. 1) Não se caracteriza como relação de consumo ou mesmo contrato de adesão a relação entre o estado e o funcionário público, mas sim de relação estatutária. 2) Se o funcionário se desliga da Administração Pública, em virtude de PDV, não há como retornar ao cargo, a não ser por intermédio de outra lei, pois, quando da desvinculação, este restou extinto, trata-se de matéria de direito administrativo. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002 01 1 013630-2; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 06/ 12/05; DJ 3, PÁG. 141). 45. ADMINISTRATIVO - PLANO DE DESLIGAMENTO VOLUNTÁRIO - ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO, IMPOSSIBILIDADE - VÍCIO DE VONTADE,NÃO-COMPROVAÇÃO - REINTEGRAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE (Reg. Ac. 232.452). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelante: Arnoldo Arcadio Quintana Midence (Adv. Dr. Jadir Santos Ferreira). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Edson Chaves da Silva - Procurador do DF). Decisão: Conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime. Ação de anulação de ato administrativo cumulada com reintegração em cargo público. Servidor do Distrito Federal. Plano de desligamento voluntário. Alegação de descumprimento de benefícios. 1 - Eventual descumprimento do Poder Público
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