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01 Cláudia Régia Gomes Tavares C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O Introdução à Segurança do Trabalho SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Objetivos Você ve rá por aqu i... 1 Segurança do trabalho I A01 ... a origem da segurança do trabalho e seu papel na preservação da saúde e integridade física do trabalhador no seu ambiente de trabalho. Além disso, trataremos também de como as idéias de conscientização sobre a segurança do trabalho e a valorização da vida vêm sendo construídas ao longo da história, como parte integrante do processo de desenvolvimento econômico. Perceber a importância do estudo da Segurança do Trabalho. Compreender os conceitos básicos relativos à disciplina. 2 Segurança do trabalho I A01 Para começo de conversa... Caro aluno, esta é a primeira aula da disciplina Segurança do Trabalho I. Nesta disciplina, vamos introduzir conceitos básicos relacionados ao curso que você escolheu para se profi ssionalizar. Nesse aspecto, para que você possa começar a entender o que é segurança do trabalho, observe a letra de uma música bastante conhecida que exemplifi ca a consequência da falta de segurança no trabalho. [...] E fl utuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote fl ácido Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego [...] (Construção – letra e música de Chico Buarque de Holanda). A música do compositor Chico Buarque (1971) narra a vida cotidiana de um trabalhador da construção civil e o episódio em que sofre um acidente. O autor considera sua música como um simples jogo de palavras – “Não passava de experiência formal, jogo de tijolos...” (Status, 197 3 entrevista a Judith Patarra) – mas na época em que foi gravada, retratava a situação de descaso em que viviam nossos trabalhadores da construção civil. Figura 1 – Operário, de Cândido Portinari Fonte: <http://www.educarede.org.br/educa/img_conteudo/2288_operario_portinari.jpg>. Acesso em: 10 jun. 2009 3 Segurança do trabalho I A01 A revista on line Evidência, em sua edição 105, escreve: “Arte é... vidência: A arte como forma de retratar o sentimento de um povo em toda a sua essência, com suas cores e traços únicos [...]” Referindo-se ao pintor Cândido Portinari, brasileiro, como aquele que [...] Com o passar dos anos, a obra de Cândido transformou-se: de uma arte revolucionária surgiu uma obra preocupada socialmente com a condição brasileira, com a gente que forma esse país rico e miserável, com a exploração do trabalho operário, com a dor pela falta do pão de cada dia [...], [cuja afi rmação está retratada na obra Operário]. (O ENIGMA..., 2009, extraído da Internet, grifos nossos). O cotidiano do trabalhador Analisando a distribuição das 24 horas de um dia, teremos 8 horas reservadas para o trabalho. As 16 horas restantes são utilizadas no ambiente da sua comunidade, onde 8 horas são para o descanso e as outras 8 horas para outras atividades, tais como lazer, estudo, necessidades básicas, etc. O que podemos encontrar nesses dois tipos de ambientes? O ambiente ocupacional é aquele em que o trabalhador exerce sua atividade laboral. Esse espaço físico é preparado para receber o trabalhador nas mais diversas atividades: fabricação de móveis, construção de edifícios, prestação de serviços, extração de minério, dentre outras. Assim, nesses ambientes, podemos encontrar: ferramentas manuais (alicates, facas etc), máquinas (prensa hidráulica, serra circular etc); ruído intenso; fontes de calor e frio; produtos químicos potencialmente tóxicos – gases, poeiras, névoas, etc. Praticando...Praticando... 1 4 Segurança do trabalho I A01 Figura 2 – Ocupação do meio ambiente (Rio Niterói/RJ) Fonte: Cláudia (2008). O ambiente da comunidade é constituído pelo meio ambiente que nos envolve e pelas modifi cações impostas pelo ser humano. Essas mudanças, cujo objetivo é satisfazer o homem, geram, dentre outras, situações de risco à população. Podemos elencar a poluição das águas e do ar, a utilização de agentes químicos potencialmente tóxicos nos cosméticos, aditivos em alimentos – agrotóxicos e afi ns – drogas, agentes de limpeza – produtos químicos, etc. Desse modo, é de responsabilidade do próprio homem e do poder público zelar pela segurança no ambiente da comunidade, procurando viver em harmonia com a natureza, construindo e exigindo edifi cações seguras. No ambiente laboral, essa responsabilidade passa a ser do empregador. Ele prepara o ambiente para receber o trabalhador de forma a preservar sua saúde e segurança no desenvolvimento das atividades. 1. Antes de nos aprofundar nos fundamentos teóricos da disciplina Segurança do Trabalho, faz-se necessário captar o que cada um sabe a respeito desse conceito, então, com os conhecimentos adquiridos na sua experiência de vida, responda: a) Para você, o que é segurança do trabalho? 5 Segurança do trabalho I A01 b) Cite uma ou duas situações que presenciou ou de que tenha conhecimento, que pôs/puseram em risco a vida de um trabalhador. Afi nal, o que é Segurança do Trabalho? Figura 3 – Trabalho portuário (Porto de Valparaiso/Chile) Fonte: Cláudia (2008). A segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando a minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade física e a capacidade de trabalho do trabalhador. Como exemplo, podemos citar o trabalho realizado nos portos, onde o trânsito de carga e descarga de materiais exige planejamento nas vias de movimento de carga, seja ele efetuado por meio de cargas suspensas ou transporte viário, no sentido de se evitar os acidentes. 6 Segurança do trabalho I A01 Medidas preventivas também devem ser observadas no transporte e levantamento de cargas realizados por trabalhadores, objetivando evitar lesões na coluna vertebral e dores musculares. Como podemos atingir a meta de saúde e segurança no ambiente de trabalho? Para atingir esta meta é necessário que a engenharia, nas diversas áreas, em conjunto com a medicina, possam agir. Dessa forma, a segurança do trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. Como a segurança do trabalho atua no âmbito da empresa? Figura 4 – Fábrica de chocolate(Mendoza/Argentina) Fonte: Cláudia, 2008 Aparentemente, algumas atividades laborais parecem inofensivas, como é o caso de uma fábrica de chocolates. Apesar do produto fi nal ser apreciado em quase todo o Exames demissionais são exames médicos realizados no trabalhador quando, ao ser demitido, ele encerra suas atividades na empresa. Exames demissionais 7 Segurança do trabalho I A01 mundo, o processo de fabricação requer cuidados com a segurança dos trabalhadores por meio da implantação de programas de saúde e segurança através de uma equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes profi ssionais formam o que chamamos de Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Também os empregados da empresa contribuem para a promoção da saúde e bem estar do trabalhador ao constituírem a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), composta por representantes do empregador e representantes dos empregados, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. O que é Medicina do Trabalho? É o ramo da Medicina que visa à preservação da saúde do trabalhador, melhorando as condições de sua atividade, bem como corrigindo as consequências dela advindas que são prejudiciais ao homem. Ela atua no monitoramento da saúde do trabalhador, desde a entrada na empresa com os exames admissionais, até o término de seu contrato de trabalho com os exames demissionais e intervenções para melhorar a saúde do trabalhador durante sua vida laboral. A quem cabe a responsabilidade pela Segurança do Trabalho? A responsabilidade pela segurança do trabalho é tripartite: poder público, empregador e empregado. Assim, cabe ao poder público a criação e fi scalização das normas e leis que versam sobre segurança e saúde no trabalho, cabe ao empregador fazer cumprir essa legislação, podendo ser punido em caso de desrespeito às exigências e cabe ao trabalhador cumprir as exigências de saúde e segurança nos locais de trabalho, obedecendo às normas e leis específi cas, contribuindo para a manutenção das condições de trabalho saudáveis, uma vez que é para ele que o ambiente é adaptado. Praticando...Praticando... 2 8 Segurança do trabalho I A01 Defi nimos até agora o que é segurança do trabalho, a forma como podemos atuar dentro da empresa e os atores envolvidos no esforço conjunto de preservar a vida e a saúde do trabalhador. Dessa forma, considerando que a responsabilidade pela segurança é dividida entre o empregador, o trabalhador e o poder público, em sua opinião, de que forma essa parceria poderia ser mais efi caz? Até aqui, vimos o que é segurança do trabalho e como podemos implantá-la no ambiente de trabalho em benefício do trabalhador. Como foi despertado esse interesse no ambiente de trabalho? Qual foi o marco da Segurança do Trabalho? Para responder a esses questionamentos, passaremos a descrever um pouco da História da Segurança do Trabalho ao longo do desenvolvimento da sociedade. Histórico As atividades laborativas nasceram com o homem. Pela sua capacidade de raciocínio e pelo seu instinto de se agrupar, o homem conseguiu, através da história, avanços tecnológicos que possibilitaram sua existência no planeta. Partindo da atividade predatória (caça), evoluiu para a agricultura e o pastoreio, alcançou a fase do artesanato e atingiu a era industrial. 9 Segurança do trabalho I A01 Apesar do trabalho ter surgido com o primeiro homem, as relações entre trabalho e doenças profi ssionais, bem como entre trabalho e acidentes só começaram a ser estudadas há cerca de 300 anos. Mesmo assim, esses estudos tratavam apenas de observações individuais que não formavam um corpo comum. Contudo, têm-se notícias de que Aristóteles – 384-322 a.C. – estudou as enfermidades dos trabalhadores nas minas e, principalmente, a forma de evitá-las. Hipócrates – 460- 375 a.C. – pai da Medicina, quatro séculos antes de Cristo, estudou a origem das doenças das quais eram vítimas os trabalhadores que exerciam suas atividades em minas de estanho. Figura 5 – Aristóteles Fonte: <http://www.enciclopedia.com.pt/readarticle.php?article_id=682>. Acesso em: 26 ago. 2009. O marco da segurança e saúde no trabalho! O marco da segurança do trabalho se deu em 1700, na Itália, com a publicação da obra “De Morbis Artifi cium Diatriba”- As Doenças dos Trabalhadores, de autoria do médico Bernardino Ramazzini (1633-1714) que, por esse motivo, é considerado o “Pai da Medicina do Trabalho”. Nessa obra, o autor descreve uma série de doenças relacionadas a 50 profi ssões. 10 Segurança do trabalho I A01 Figura 6 – Obra de Ramazzini Fonte: <www.portalmedico.org.br>. Acesso em: 26 ago. 2009. Com a invenção da máquina a vapor, nasce na Inglaterra a Revolução Industrial (1760/1830). Assim, galpões, estábulos e velhos armazéns eram rapidamente transformados em fábricas, colocando-se no seu interior o maior número possível de máquinas de fi ação e tecelagem. Figura 7 – Modelo de fábrica da Revolução industrial Fonte: <http://www.economiabr.defesabr.com/economia_ontem.htm>. Acesso em: 26 ago. 2009. Os ambientes improvisados destinados às fábricas mantinham em seu interior temperatura elevada, não tinham ventilação sufi ciente para a renovação do ar respirável e a umidade era constante. As máquinas ofereciam constante risco de acidentes aos trabalhadores, uma vez que não foram desenvolvidas levando-se em consideração seu usuário. A improvisação das fábricas e a mão-de-obra constituída por homens, mulheres e crianças, sem qualquer processo seletivo quanto ao seu estado de saúde e desenvolvimento físico, culminaram em doenças e mortes. Diante dessa situação, reivindicações trabalhistas foram feitas pelo povo, e os órgãos governamentais tiveram que intervir para que as fábricas oferecessem um ambiente laboral mais digno. 11 Segurança do trabalho I A01 A evolução da segurança do trabalho no mundo! Em 1802, o Parlamento Britânico aprovou a primeira lei de proteção dos trabalhadores: a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes” estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano e tornava obrigatória a ventilação do ambiente (MIRANDA, 1998, p. 2). Em 1830, o proprietário de uma fábrica inglesa procurou Robert Baker, médico inglês, pedindo-lhe conselho sobre a melhor forma de proteger a saúde dos trabalhadores. Baker, conhecedor da obra de Ramazzini, aconselhou-o a contratar um médico da localidade em que funcionava a fábrica para visitar diariamente o local de trabalho e estudar a possível infl uência das instalações sobre a saúde dos operários, dessa forma, os operários deveriam ser afastados de suas atividades profi ssionais tão logo fossem notados que estas estivessem prejudicando a saúde dos trabalhadores. Surgia, assim, o primeiro serviço médico industrial em todo o mundo. (NOGUEIRA, 1979, p. 11) Figura 8 – Fábrica Fonte: Word 2000. A produção fabril expõe os trabalhadores a diferentes situações de riscos, tais como estresse, fadiga, devido a períodos prolongados de trabalho, doenças respiratórias relativas à qualidade do ar que se respira, assim como pode ser um ambiente propício à proliferação de doenças contagiosas. Nesse aspecto, esse foi o primeiro ambiente laboral a ser amparado por lei. Em 1833, foi baixado o “Factory Act” – Lei das fábricas, que foi considerada como a primeira legislação realmente efi ciente no campo da proteção ao trabalhador. Aplicava- se a todas as empresas têxteis ondese usasse força hidráulica ou a vapor; proibia o 12 Segurança do trabalho I A01 trabalho noturno aos menores de 18 anos e restringia as horas de trabalho destes a 12 horas por dia e 69 por semana; as fábricas precisavam ter escolas que deveriam ser freqüentadas por todos os trabalhadores menores de 13 anos; a idade mínima para o trabalho era de 9 anos, e um médico deveria atestar que o desenvolvimento físico da criança correspondia a sua idade cronológica (NOGUEIRA, 1979, p. 11). Em 1919, após a Primeira Guerra Mundial, na Conferência da Paz, foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT) fundamentada no princípio de que a paz universal e permanente só pode basear-se na justiça social, sendo a única das Agências do Sistema das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual os representantes dos empregadores e dos trabalhadores têm os mesmos direitos que os do governo. “No Brasil, a OIT tem mantido representação desde 1950, com programas e atividades que têm refl etido os objetivos da Organização ao longo de sua história.” (OIT, 2009, extraído da Internet). Sabemos que as reivindicações e conquistas trabalhistas foram feitas às custas de muito suor e lágrimas. Para registro dessas conquistas, pesquise em livros, revistas, internet e outras fontes bibliográfi cas as principais vitórias dos trabalhadores, no mundo, desde a Revolução Industrial até os dias atuais. Elabore uma cronologia de acontecimentos e a sua importância para a segurança do trabalho. Praticando...Praticando... 3 13 Segurança do trabalho I A01 A evolução da Segurança do Trabalho no Brasil O Brasil possui uma legislação relativamente recente em matéria de Segurança do Trabalho. Até o início do século XX, a economia era baseada no braço escravo e na agricultura, porém isso não signifi ca dizer que, nessa época, não havia acidentes decorrentes do trabalho. Somente após a Primeira Guerra Mundial - 1919, resultante de tratados internacionais, como o Tratado de Versalhes, medidas legislativas foram cogitadas no país, visando à proteção dos trabalhadores, que começavam a se concentrar nas cidades. No Brasil, podemos fi xar por volta de 1930 a nossa Revolução Industrial e, embora tivéssemos já a experiência de outros países, em menor escala, é bem verdade, atravessamos os mesmos obstáculos, o que fez com que se falasse, em 1970, que o Brasil era o campeão mundial de acidentes do trabalho. Em 1966, foi criada ofi cialmente a FUNDACENTRO cuja missão é a produção e difusão de conhecimentos que contribuam para a promoção da segurança e saúde dos trabalhadores, visando ao desenvolvimento sustentável, com crescimento econômico, equidade social e proteção do meio ambiente. Figura 9 – Sede da FUNDACENTRO – ES Fonte: <http://www.fundacentro-es.gov.br/>. Acesso em: 26 ago. 2009. 14 Segurança do trabalho I A01 Embora o assunto fosse pintado com cores muito sombrias, podemos observar na tabela a seguir (Tabela 1 - Número de acidentes do trabalho ocorridos no período de 1971 a 1996) a crescente preocupação com a segurança do trabalho evidenciada pela diminuição gradativa do número de acidentados que só foi possível devido o esforço conjunto de todos os envolvidos: trabalhadores, empresários e governo. Tabela 1 – Número de acidentes do trabalho ocorridos no período de 1971 a 1996 Anos Números de Segurados Números de acidentados Percentual 1971 7.553.472 1.330.523 17,61 % 1972 8.148.987 1.504.723 18,47 % 1973 10.956.956 1.632.696 14,90 % 1974 11.537.024 1.796.761 15,57 % 1975 12.996.796 1.916.187 14,74 % 1975 14.945.489 1.743.825 11,67 % 1977 16.589.605 1.614.750 9,73 % 1978 16.638.799 1.551.501 9,32 % 1979 17.637.127 1.444.627 8,19 % 1980 18.686.355 1.464.211 7,84 % 1981 19.188.536 1.270.465 6,62 % 1982 19.476.362 1.178.472 6,05 % 1983 19.671.128 1.003.115 5,10 % 1984 19.673.915 961.575 4,89 % 1985 20.106.390 1.077.861 5,36 % 1986 21.568.660 1.207.859 5,60 % 1987 22.320.750 1.137.124 5,09 % 1988 23.045.901 992.737 4,31 % 1989 23.678.607 888.343 3,75 % 1990 22.755.875 693.572 3,05 % 1991 22.792.858 629.918 2,76 % 1992 22.803.065 532.514 2,33 % 1993 22.722.008 412.292 1,81 % 1994 23.016.637 388.304 1,68 % 1995 23.614.200 424.137 1,79 % 1996 24.311.448 395.455 1,62 % Dados do INSS Fonte: <http://www.geocities.com/Athens/Troy/8084/historia.HTM>. Acesso em: 26 ago. 2009. 15 Segurança do trabalho I A01 Cronologia da Segurança do Trabalho no Brasil No Brasil, a evolução da segurança do trabalho se deu de forma mais tardia do que na Europa, uma vez que a nossa revolução industrial começou por volta de 1930. Nessa época, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, iniciou o processo de direitos trabalhistas individuais e coletivos com a criação da CLT, em 1943. A partir daí, outras medidas foram realizadas em benefício dos trabalhadores, como a criação da Lei 8213, em 1991, que regulamentou os Planos de Benefícios da Previdência Social, incluindo os benefícios dos trabalhadores vítimas de acidentes de trabalho. Vejamos que fatos marcaram o desenvolvimento da segurança do trabalho no Brasil, onde podemos observar a crescente preocupação por parte do poder público em garantir melhores condições de saúde e segurança no ambiente de trabalho: De 1919 a 1988 1919 – Criada a Lei de Acidentes do Trabalho, tornando compulsório o seguro contra o risco profi ssional. 1920 – Em Tatuapé/SP, surge o primeiro médico de empresa. 1923 – Criação da Caixa de Aposentadorias e Pensões para os empregados das empresas ferroviárias, marco da Previdência Social brasileira. 1930 - Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, atual TEM. 1933 – Surgiram os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP), entidades de grande porte, abrangendo os trabalhadores agrupados por ramos de atividades. Tais institutos foram o IAPTEC (para trabalhadores em trans- porte e cargas), IAPC (para os comerciários), IAPI (industriários), IAPB (bancários), IAPM (marítimos e portuários) e IPASE (servidores públicos). 1 934 – Criada no Ministério do Trabalho a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho que, ao longo dos anos, passou a Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST), em nível federal, e Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), em nível estadual. 1943 – Criada a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, que trata de segurança e saúde do trabalho no Título II, Capítulo V do Artigo 154 ao 201. 1966 – Unifi cação dos Institutos com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, atual Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. 1966 – Criação da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO, que atua em pesquisa científi ca e tecnológica relacionada à segurança e saúde dos trabalhadores. 16 Segurança do trabalho I A01 1972 a 1974 – Programa Nacional de Valorização do Trabalhador. 1978 – Criação das Normas Regulamentadoras Urbanas – NR´s (regulamentação da CLT, art. 154 a 201). 1988 – Promulgação da Constituição Federal (art. 7º, inciso XXII) e criação das Normas Regulamentadoras Ru- rais – NRR. Como sabemos, a FUNDACENTRO é uma instituição responsável por pesquisa na área de segurança e saúde do trabalho no Brasil. Para que você possa conhecê-la um pouco mais, visite o site: <www.fundacentro.gov. br> e descreva o que ela faz na área de segurança do trabalho. Praticando...Praticando... 4 Importância da segurança do trabalho Vários são os aspectos relacionados à implantação de programas de segurança e saúde do Trabalho no âmbito da Empresa: a) Aspectos Sociais – O ônus pelo acidente do trabalho refl ete-se em toda a nação; é ela que paga, através da arrecadação de impostos, ao incapacitado ou à família da vítima de um acidente fatal o seguro social a que tem direito.É expressivo o número de brasileiros aposentados por invalidez, que fi cam à espera apenas do seu irrisório salário, quando poderiam estar produzindo e, consequentemente, contribuindo para o desenvolvimento do país. 17 Segurança do trabalho I A01 Figura 10 – Aspecto Social Fonte: Word 2000. b) Aspectos Humanos – Embora não se possa representar em números, o aspecto humano é o mais importante, pois não há dinheiro que pague o preço de uma vida, assim como não há indenização que corresponda ao valor de uma mão, de um braço ou de qualquer parte do corpo mutilada em um acidente. Não dá para mensurar o signifi cado, para os familiares, de um indivíduo que saiu para trabalhar e não voltou, vítima de um acidente do trabalho que poderia ter sido evitado. Outro fator não quantifi cável são os traumas que um acidente acarreta para os companheiros do acidentado. Figura 11 – Família Fonte: <http://www.jornalperestroika.com/php/modules.php?name=News&fi le=article&sid=218>. Acesso em: 26 ago. 2009. c) Aspectos Econômicos – A queda na produção de uma empresa e da nação como um todo, decorrente de acidentes de trabalho, é um aspecto que deve ser considerado, pois, além do custo fi nal dos produtos, o acidente acarreta gastos com atendimento médico, transporte, remédios, indenizações, pensões, etc. 18 Segurança do trabalho I A01 Figura 12 – Aspectos econômicos Fonte: Word 2000. Caro aluno, nesta aula você participou do início da nossa jornada de conhecimentos com o nascimento da Segurança do Trabalho, uma conquista de trabalhadores, empregadores e governo, pois todos saem lucrando. Na próxima aula, você conhecerá as causas e fatores que levam aos acidentes de trabalho e como evitá-los. Até breve! Leituras complementares EDUCAREDE. Disponível em: <http://www.educarede.org.br/educa/index. cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=17&id_subtema=1>. Acesso em: 26 ago. 2009. Site relacionado ao sentido da atividade de trabalho. HISTÓRIA DO MUNDO. História da revolução industrial. Disponível em: <http:// www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/revolucao-industrial/>. Acesso em: 26 ago. 2009. Site relacionado à Revolução Industrial para entender a sua repercussão no mundo do trabalho. BALBINOT, Camile. CLT: fundamentos ideológico-políticos: fascista ou liberal-democrática? 2007. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=10062>. Acesso em: 26 ago. 2009. Site relacionado ao contexto político da criação da CLT. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Disponível em: <http://www.mte.gov.br>. Acesso em: 26 ago. 2009. 19 Segurança do trabalho I A01 Site do Ministério do Trabalho, onde você encontrará toda a legislação voltada para a segurança e saúde do trabalhador. FUNDACENTRO. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br>. Acesso em: 26 ago. 2009. Site da fundação Jorge Duprat de Segurança e Medicina do Trabalho. Nessa página, você verá os estudos e pesquisas realizadas por essa instituição, assim como o referencial bibliográfi co à venda e alguns disponíveis para download. AREASEG.COM. Disponível em: <http://www.areaseg.com>. Acesso em: 26 ago. 2009. Site voltado para os profi ssionais na área de segurança onde podemos encontrar assuntos relacionados aos diversos conteúdos abordados no curso. Cândido Portinari Fonte: <http://www.portinari.org.br/IMGS/jpgobras/OAa_1746.JPG>. Acesso em: 26 ago. 2009. Você viu que passamos 1/3 de nossa vida no ambiente laboral, tempo que deve ser aproveitado de forma saudável e segura, do mesmo modo como passamos os outros 2/3. Você estudou que essa preocupação deverá ser voltada para todas as situações vivenciadas no dia-a-dia, por exemplo: quando atravessamos a rua, dirigimos uma bicicleta ou um automóvel, devemos ter o cuidado de praticar essas ações e obedecer a todas as regras que nos alertam a fugir das situações de perigo. Como trabalhador, além de cumprir as normas de prevenção de acidentes, você deve também alertar o empregador para que as situações de risco sejam reduzidas ou até mesmo eliminadas do ambiente laboral. Assim, como cidadãos e trabalhadores, estamos contribuindo para a redução dos impostos, diminuição do número de acidentes, valorização do investimento realizado pelo governo ao educar o cidadão para o mundo do trabalho. Contribuimos conosco, como trabalhadores, e com nossa família pela preservação da vida. Autoavaliação 20 Segurança do trabalho I A01 1. Em relação à Segurança do Trabalho, podemos afi rmar: a) É o ramo da Medicina que visa à preservação da saúde do trabalhador, melhorando as condições de sua atividade, bem como corrigindo as consequências delas advindas que são prejudiciais ao homem. b) É de única e exclusiva responsabilidade do poder público. c) Sua evolução deve-se principalmente à classe trabalhadora. d) É a ciência que tem como objetivo estudar os meios que permitem eliminar ou, pelo menos, diminuir os acidentes do trabalho. e) Caracteriza-se pelos altos índices de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. 2. Em relação aos programas e serviços de higiene e segurança do trabalho dentro da empresa, podemos afi rmar: a) A CIPA é composta somente por representantes dos empregados. b) O SESMT é composto somente por profi ssionais da área de saúde do trabalho. c) O controle médico de saúde do trabalhador não é de responsabilidade da empresa. d) A prevenção de acidentes é de responsabilidade exclusiva do Governo Federal. e) A CIPA e o SESMT, quando houver, devem atuar em parceria. 3. São fatores internos relativos ao desenvolvimento do ordenamento jurídico trabalhista em nosso país: ( ) Tratado de Versalhes, com a criação da OIT, em 1919. ( ) Revolução Industrial. ( ) Política trabalhista de Getúlio Vargas. ( ) Surto industrial, após a 2ª guerra: 1945. ( ) Criação da Constituição Federal. 4. Para se compreender a real importância da Segurança do Trabalho, é necessário que se faça uma abordagem segundo vários aspectos, dentre os quais podemos destacar como aspecto econômico: ( ) Não há indenização que corresponda ao valor de uma mão, de um braço ou de qualquer parte do corpo mutilada em um acidente. 21 Segurança do trabalho I A01 ( ) A sociedade paga o ônus pelo acidente do trabalho. ( ) Diminuição da contribuição no desenvolvimento do país. ( ) Traumas que um acidente acarreta para os companheiros do acidentado. ( ) A queda na produção de uma empresa e da nação como um todo. 5. São aspectos positivos em relação à segurança do trabalho: a) Diminuição dos acidentes de trânsito no caminho de casa para o trabalho e do trabalho para casa. b) Aumento do número de benefi ciários da previdência social. c) Aumento da qualidade de vida do trabalhador. d) Aumento dos impostos a serem pagos em nível Federal, Estadual e Municipal. e) Diminuição da oferta de trabalho e emprego. 6. Baseado (a) nos assuntos estudados nesta aula, responda ao que se pede: a) O que é Segurança do Trabalho? b) O que é Medicina do Trabalho? 22 Segurança do trabalho I A01 c) Qual o papel do trabalhador, empregador e poder público nas questões de segurança do trabalho? d) Como se deu a evolução da segurança do trabalho no Brasil? e) Qual a importância da segurança do trabalho para um país? 23 Segurança do trabalho I A01 Referências AREASEG.COM. introdução à segurança do trabalho em perguntas e respostas. Disponível em: <http://www.areaseg.com/seg/>. Acesso em: 26 ago. 2009. COSTA, Anjelo; MARIZ, Francisco. Segurança do trabalho: defenda essa causa. Natal: ETFRN, 1989. O ENIGMA do olhar através da arte de Candido Portinari. Revista Evidência, ed. 105. Disponível em: <http://www.revistaevidencia.com.br/revista.asp?revista=3&edicao=1 05&secao=149>. Acesso em: 1 set. 2009. FERNANDES, João Cândido. Introdução à engenhariade segurança do trabalho: resumo histórico. Disponível em: <www.bauru.unesp.br/curso_cipa/artigos/introd.doc>. Acesso em: 26 ago. 2009. HISTÓRICO da nossa segurança do trabalho. Disponível em: <http://www.geocities. com/Athens/Troy/8084/idx_intro.htm>. Acesso em: 26 ago. 2009. MIRANDA, Carlos Roberto. Introdução à saúde no trabalho. São Paulo: Ed. Atheneu, 1998. NOGUEIRA, Diogo Pupo. Introdução à segurança, higiene e medicina do trabalho: histórico. In: FUNDACENTRO. Curso de engenharia do trabalho. São Paulo: FUNDACENTRO, 1979. v 1. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT. Disponível em: <http://www. oitbrasil.org.br/inst/index.php>. Acesso em: 1 set. 2009. SAAD, Eduardo Gabriel (Org.). Introdução à segurança do trabalho: textos básicos para estudantes de engenharia. São Paulo: FUNDACENTRO, 1981. TORREIRA, Raúl Peragallo. Manual de segurança industrial. São Paulo: Margus, 1999. VIASEG. Prev.Acidentes: STJ decide que empregador é responsável. 2007. Disponível em: <http://www.viaseg.com.br/noticia/5470-prevacidentes__stj_decide_que_ empregador_e_responsavel.html>. Acesso em: 26 ago. 2009. 24 Segurança do trabalho I A01 Anotações 02 Cláudia Régia Gomes Tavares C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O Acidentes de trabalho: Conceitos básicos SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... Objetivos 1 Segurança do trabalho I A02 ...quais são os acidentes considerados como acidentes de trabalho, as causas desses acidentes e suas consequências para os diversos atores envolvidos, baseando-se na legislação específi ca. Acrescentamos também nesta aula, como material informativo, mas de elevada importância para a vida laboral, um anexo que trata dos principais itens da legislação previdenciária relacionada a acidentes de trabalho. Conceituar acidentes de trabalho. Identifi car no ambiente de trabalho as diversas situações que podem causar acidente. Conhecer as consequências dos acidentes de trabalho. 2 Segurança do trabalho I A02 Para começo de conversa... Acidentes ocorrem em todos os lugares do mundo, todos os dias pessoas sofrem ou causam acidentes a terceiros que levam à morte ou incapacidade de trabalho. Várias são as situações que contribuem para que ocorra um acidente. Vejamos esta reportagem, extraída da Revista Proteção on line: http://www.protecao.com.br/ novo/template/noticias.asp?codNoticia=5618. Acidentes de trabalho: Conceito Existem dois tipos de conceitos relacionados à segurança do trabalho: o conceito prevencionista ou da prevenção e o conceito legal ou previdenciário, que está relacionado à previdência social. Figura 1 – Situação perigosa Fonte: <http://www.94fm.com.br/seguro_de_acidente_de_trabalho_vai_mudar_2009>. Acesso em: 8 maio 2009. 3 Segurança do trabalho I A02 Acidentes de trabalho em Joinville deixam um morto e três feridos Joinville/SC - Três acidentes de trabalho em Joinville deixaram três operários feridos e um morto na tarde de terça-feira, 17. No mais grave deles, um operário foi eletrocutado enquanto instalava um poste no bairro Vila Nova, por volta das 17 horas. O caminhão com guindaste encostou o poste nos fi os de alta tensão. O operário chegou a ser socorrido, mas morreu no Hospital Municipal São José. O outro teve queimaduras graves nos pés e está internado. No bairro Bom Retiro, um homem caiu de um andaime enquanto trabalhava nas obras do shopping center Joinville. Socorrido pelo Samu, está internado. Na Rua Azulão, no bairro Aventureiro, um operário sofreu fraturas na clavícula ao cair de um telhado, a cerca de seis metros do chão. Fonte: A Notícia, 17 fev. 2009. 4 Segurança do trabalho I A02 Conceito Legal prevencionista (Lei 8.213) Para a segurança do trabalho, entende-se por acidente do trabalho uma ocorrência inesperada no ambiente de trabalho, que possa causar danos materiais, perda de tempo e/ou lesão/doença ao trabalhador. Essa é a visão prevencionista de acidentes de trabalho. Esse conceito abraça todos os prejuízos oriundos de um acidente no ambiente de uma empresa, tais como: diminuição do ritmo da produção para o atendimento ao acidentado, quebra de máquinas, equipamentos e ferramentas, ferimentos físicos no trabalhador, geração de outros acidentes em decorrência do sentimento de insegurança no ambiente de trabalho. Figura 2 – Revista Fonte: <http://www.mp.pa.gov.br/recursoscao/imagens/Acidentesdetrabalho.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2009. Conceito Legal ou previdenciário Para a seguridade social, “Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda, ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho” (Lei 8.213, art. 19). Esse conceito refere-se única e exclusivamente aos danos ocasionados ao trabalhador, uma vez que somente ele é objeto de preocupação da previdência social, não interessa ao INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social – os danos ocorridos devido às perdas de tempo ou danos materiais ocorridos no ambiente de trabalho resultante de um acidente. A seguridade social em seu art. 20 considera ainda como acidente do trabalho as doenças profi ssionais e as doenças do trabalho que passaremos a descrever: Exemplo 1 5 Segurança do trabalho I A02 1. Doença profi ssional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. 2. Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. Assim podemos exemplifi car: a) A secretária que trabalha em um escritório de uma empresa aérea e adquire surdez ao longo do tempo de serviço contraiu uma doença do trabalho, uma vez que a surdez não está diretamente relacionada com sua atividade de secretária e sim à consequência de realizar suas atividades em um ambiente com ruído. Figura 3 – Secretária Fonte: Word (2009). b) A mesma secretária sofre de uma doença que atinge os tendões dos dedos e punhos, nesse caso, ela tem o que chamamos de doença profi ssional, uma vez que foi adquirida devido à repetição contínua de digitação no teclado do computador, sua ferramenta de trabalho. 6 Segurança do trabalho I A02 Responda aqui 1Praticando... Você já estudou o conceito de acidentes de trabalho sob o ponto de vista legal ou previdenciário e sob o ponto de vista prevencionista. Observando as duas definições, qual a diferença fundamental entre eles? Explique sua resposta. 7 Segurança do trabalho I A02 Oque é CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho)? É um documento a ser preenchido pela empresa para a comunicação de cada um dos acidentes ocorridos na empresa. É responsabilidade da empresa sob pena de pagamento de multa a comunicação do acidente do trabalho (CAT) à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente (Lei n. 8.213, art. 22). Figura 4 – CAT Fonte: <http://menta2.dataprev.gov.br/PREVFacil/PREVForm/BENEF/pg_internet/ifben_visuform.asp?id_form=36>. Acesso em: 18 ago. 2009. 8 Segurança do trabalho I A02 Classifi cação dos acidentes Podemos classifi car os acidentes de trabalho pelo número de dias de afastamento da empresa, ou seja, quanto mais grave for o acidente, maior o número de dias em que o trabalhador deverá fi car afastado de suas atividades: Tipos de acidentes Exemplo 1.Sem Afastamento – retorno ao trabalho no dia seguinte 1.1. Pequenas lesões: cuidados imediatos sem grandes consequências Escoriações, quedas leves, pequenos cortes nas mãos etc 2. Com Afastamento – Afastamento maior ou igual a 01 dia 2.1. Incapacidade temporária Quebra de um braço, dedo, mão, cortes profundos etc 2.2. Incapacidade Permanente 2.2.1. Parcial - redução parcial da capacidade trabalho Perda de um braço, de uma perna, de um dedo etc 2.2.2. Tota l - i n c a p a c i d a d e permanente e total perda da capacidade de trabalho Surdez, LER – lesão por esforço repetitivo, cegueira etc 3. Morte Fonte: Adaptado da Lei 8.213 9 Segurança do trabalho I A02 Responda aqui 2Praticando... A CAT é um documento obrigatório a ser preenchido em caso de acidentes, sejam os acidentes considerados com ou sem afastamento. Dessa forma, crie uma situação de acidente ou descreva algum acidente que você tenha presenciado e acesse o site: <http://menta2.dataprev.gov.br/PREVFacil/PREVForm/BENEF/pg_internet/ ifben_visuform.asp?id_form=36>. Salve o formulário em seu computador e vamos preenchê-lo com base nas informações que você descreveu. CAUSAS DOS ACIDENTES ) 0 . & . . & * 0 " $ * % & / 5 & 4 FATORES PESSOAIS FATORES MATERIAIS ATOS INSEGUROS CONDIÇÕES INSEGURAS Lesões físicas Doenças profissionais Perda de tempo Danos materiais 10 Segurança do trabalho I A02 Quais as causas dos acidentes de trabalho? Os acidentes têm sua origem nas ações ou situações que contribuem para sua ocorrência. Dessa forma, todos os acidentes do trabalho têm como antecedentes (conhecidos ou não) uma variedade de causas, sendo delas decorrentes, as quais estudaremos a seguir: Ato inseguro O comportamento do trabalhador no seu ambiente de trabalho pode levá-lo a sofrer ou causar acidente, nesse caso estamos diante de um Ato Inseguro. O ato inseguro está relacionado à atividade de trabalho e a fatores ligados às características individuais de cada um, a fatores pessoais de insegurança, às características negativas, físicas ou psicológicas que também contribuem para que o acidente aconteça. Sequência de tarefas estabelecida na linha de produção Layout 11 Segurança do trabalho I A02 Condição insegura São as defi ciências e irregularidades técnicas existentes no ambiente de trabalho, que constituem risco à integridade física e à saúde do trabalhador, bem como aos bens materiais da empresa, tornando esse ambiente propício para a ocorrência de acidentes. As condições inseguras são consequências de erros de projetos, planos de trabalho, falhas ou incorreções de programas de manutenção e segurança. Exemplos.: Quadro 1 – Atos e condições inseguras Atos e condições inseguras 1. Ato Inseguro 1.1. Relacionadas às atividades de trabalho 1. Recusa de uso ou utilização inadequada dos equipamentos de segurança e de proteção individual (EPI). 2. Emprego impróprio de ferramentas ou de equipamentos defeituosos. 3. Ajuste, lubrifi cação e limpeza de máquinas em movimento. 4. Permanência junto a pontos críticos das máquinas ou locais perigosos (Ex: sob cargas suspensas) etc. 1.2. Relacionadas às características individuais 1. Inaptidão física ou intelectual à função. 2. Temperamento agressivo. 3. Preocupação excessiva. 4. Inteligência lenta ou retardada. 2. Condição insegura 2.1. Nas instalações da Empresa 1. Prédios com áreas insufi cientes, pisos defeituosos e/ou irregulares. 2. Iluminação defi ciente ou mal distribuída. 3. Ventilação defi ciente ou excessiva. 2.2. Na maquinaria 1. Máquinas defeituosas ou sem manutenção. 2. Equipamentos com proteções inadequadas ou sem proteção em partes móveis e pontos de transmissão de força. 3. Máquinas instaladas em locais desaconselháveis. 2.3. Relativo à matéria-prima 1. Insumos fora de especifi cação. 2. Matéria-prima com defeito ou de má qualidade. 2.4. Proteção do trabalhador 1. Ausência ou insufi ciência de proteção. 2. Investimentos não apropriados. 3. Ausência ou inadequação de calçados. 2.5. Na produção 1. Layout defi ciente. 2. Ritmo de produção excessivo ou abaixo da velocidade ideal. 2.6. Quanto ao horário de trabalho 1. Jornadas prolongadas. 2. Trabalho em escalas de horários muito variáveis. 3. Má distribuição de cargas horárias para tarefas. 12 Segurança do trabalho I A02 A verdadeira causa de acidentes não se resume a simples identifi cação do ato inseguro ou da condição insegura, mas aos fatores ou situações que geraram esses atos ou condições inseguras Responda aqui 3Praticando... Considerando o que você estudou até agora, em sua opinião, você concorda que somente o trabalhador pode ser responsabilizado pelos acidentes de trabalho? Justifi que sua resposta. Até agora, você estudou a defi nição, classifi cação e descrição dos fatores/causas que podem provocar acidentes. Sabemos que os acidentes de trabalho, do ponto de vista da prevenção, podem causar danos materiais, perda de tempo e/ou lesão/doença ao trabalhador, mas não é somente o empregador e o trabalhador que arcam com as consequências de um acidente de trabalho. Vamos agora estudar os custos e os prejuízos decorrentes dos acidentes de trabalho. 13 Segurança do trabalho I A02 Custos dos acidentes: Estima-se que o custo total do acidente (CT) é obtido pela soma do custo direto ou segurado (CD) e o custo indireto ou não segurado (CI). Custo Direto ou Segurado (CD) É representado pelas despesas ligadas diretamente ao atendimento do acidentado e que são pagas pela entidade seguradora, no caso do país, os Ministérios da Saúde e Previdência Social. Esse custo cobre: Figura 5 – Custos Fonte: Word (2009). a) despesas médicas, hospitalares e farmacêuticas necessárias à recuperação do acidentado; b) pagamento de diárias e benefícios ao trabalhador acidentado; c) transporte de vítima para hospital e residência; d) indenizações por lesões permanentes; e) tratamento de reabilitação profi ssional. Custo Indireto ou Não Segurado (CI) Decorre de todas as despesas não vinculadas imediatamente ao acidente, mas dele resultantes. Esta modalidade de custo dos acidentes compreende a responsabilidade da empresa ou empregador com: 14 Segurança do trabalho I A02 Figura 6 – Tratamento médico Fonte: Word (2009). a) salários pagos ao acidentado não cobertos pela previdência, durante os 15 (quinze) primeiros dias de afastamento do acidentado do trabalho; b) tempo perdido por outros trabalhadores, em decorrência do acidente; c) custo de recuperação de máquinas danifi cadas no acidente e de matérias-primas ou produtos defeituosos em consequência deste; d) custo do retardamento ou redução da produção; e) salários adicionais pagos a outros trabalhadores para cobriratividades consequentes do acidente, inclusive treinamento; f) despesas médicas e ambulatoriais não atendidas pelos serviços ofi ciais; g) outras despesas ou custos gerenciais e administrativos. 4Praticando... Para exemplifi car melhor as questões de custos com acidentes, tomamos como exemplo a seguinte situação: um trabalhador de 21 anos, casado, pai de uma criança de 03 meses, terminou o curso de Segurança do Trabalho há dois anos, atualmente encontra-se afastado das atividades laborais, onde desenvolvia as atividades de Técnico em Segurança do Trabalho, pois, a serviço da empresa, sofreu um acidente no veículo da empresa junto com outro colega e quebrou a perna. Seu colega precisou ser transferido para a cidade mais próxima, uma vez que o hospital municipal não estava equipado para recebê-lo, vindo a falecer dois dias depois. Diante do exposto, elenque os custos diretos e indiretos oriundos desse acidente. 15 Segurança do trabalho I A02 Responda aqui 16 Segurança do trabalho I A02 Prejuízos com Acidentes Os efeitos que os acidentes provocam podem ser associados à fi gura do iceberg: temos uma imensa massa submersa, que apenas expõe um pequeno bloco sobre água, considerando que os prejuízos e as consequências maléfi cas não se concentram apenas no acidentado, mas também são extensivos à empresa, à família, à sociedade, enfi m, à nação. Prejuízo Privado Os prejuízos privados são aqueles relacionados com os atores que estão diretamente envolvidos com o acidente, nesse caso, o trabalhador e o empregador. Vamos ver alguns exemplos abaixo: 1. Para o trabalhador: a) sofrimento físico – dores, ferimentos, quebra de uma perna, quebra de um braço; b) incapacidade para o trabalho – incapacidade pela perda de uma perna, perda de dedos, incapacidade psicológica; c) desamparo à família – causada pelos dias em que o trabalhador não pode dar assistência à família ou por morte; d) redução de salários em função da perda de produção. 2. Para a empresa: Figura 7 – Prejuízos com acidentes Fonte: Word (2009). 17 Segurança do trabalho I A02 a) difi culdades com as autoridades e má repercussão para a empresa; b) gastos com primeiros socorros e apoio ao acidentado; c) tempo perdido por outros empregados ao socorrerem o acidentado ou para avaliações – comentários, análise sob o aspecto do emocional e outras interpretações para o fato ocorrido; d) atraso na entrega dos produtos, gerando, em consequência, a insatisfação dos clientes; e) danifi cação ou perda de máquinas e equipamentos. Prejuízo social imposto à sociedade e à Nação a) Redução temporária ou permanente da força produtiva – o trabalhador acidentado se afasta de suas atividades durante um período curto ou longo de tempo. b) Aumento do número de dependentes da coletividade. c) Elevação das taxas de seguros e de impostos – para cobrir os gastos provenientes do tratamento médico ao acidentado e benefícios sociais, tais como aposentadorias por invalidez, morte. d) Aumento do custo de vida – resultante do repasse das taxas de impostos para o consumidor. Responda aqui 5Praticando... Pesquise em revistas, jornais ou internet um acidente de trabalho que tenha ocorrido no seu município, estado ou no país, citando o que aconteceu, quais os prejuízos para os envolvidos, o que causou o acidente, quais as consequências e, em sua opinião, que medidas poderiam ser feitas para que o acidente não acontecesse. 18 Segurança do trabalho I A02 Caro aluno, você estudou as causas e fatores que são determinantes para que os acidentes ocorram, suas consequências e o que existe na legislação específi ca que ampara o trabalhador. Na próxima aula, vamos nos aprofundar no assunto, abordando qual o papel da estatística nas questões de segurança do trabalho, como ela auxilia na prevenção dos acidentes. Até a próxima aula! Leituras complementares MAESTRI, Mário. Brasil: as raízes do mundo do trabalho. In: CURSO ECUMÊNICO DE PASTORAL POPULAR. A difícil luta pela autonomia operária: notas para discussão. Passo Fundo, RS, 2003. Disponível em: <http://www.consciencia.net/2003/07/26/ maestri1.html>. Acesso em: 18 ago. 2009. Site com um artigo que discute as origens sócio-econômicas do Trabalho. RH INFO. Um pouco sobre a história do trabalho. Disponível em: <http://www.rhinfo. com.br/historia.htm>. Acesso em: 18 ago. 2009. Site com um artigo que trata do surgimento do trabalho. BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Brasília, 1991. Disponível em: <http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/42/1991/8213.htm>. Acesso em: 18 ago. 2009. Lei ordinária referente aos benefícios sociais do INSS. 19 Segurança do trabalho I A02 REIS, Ângelo. Os prejuízos dos acidentes versus segurança no trabalho. 2006. Disponível em: <http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDet ailFo&rec=7713>. Acesso em: 18 ago. 2009. Artigo relacionado à prevenção de acidentes na Segurança no Trabalho. Na aula de hoje, você aprendeu os conceitos básicos relativos a acidentes de trabalho, suas possíveis causas e consequências. Você estudou que a Seguridade Social é o órgão do poder público que assegura o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social, incluindo aos pensionistas que sofreram acidentes de trabalho os benefícios especifi cados na Lei. Portanto, ao se inserir no mercado de trabalho, você terá a responsabilidade de colaborar para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, mediante atitudes prevencionistas, contribuindo para o aumento da qualidade de vida para todos. Responda ao que se pede: 1. O que é acidente do trabalho: a) do ponto de vista legal ou previdenciário? b) do ponto de vista prevencionista? 2. Que é doença ocupacional? 3. Que é doença do trabalho? 4. Que é acidente de trajeto? 5. Que é acidente fatal? Autoavaliação 20 Segurança do trabalho I A02 6. Segundo a lei 8.213, o que se equipara aos acidentes de trabalho? 7. Quais as causas/fatores relacionados aos acidentes de trabalho? 8. Que são atos inseguros? Exemplifi que. 9. Que são condições inseguras? Exemplifi que. 10. Quais os custos de um acidente de trabalho? 11. Quais os benefícios e serviços da Previdência Social prestados aos segurados ou a seus familiares, que estão diretamente relacionados com os acidentes de trabalho? Referências BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Brasília, 1991. Disponível em: <http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/42/1991/8213.htm>. Acesso em: 18 ago. 2009. COSTA, Anjelo; MARIZ, Francisco. Segurança do trabalho: defenda essa causa. Natal: ETFRN. 1989. INFORMATIVO DA CIPA. Acidentes e doenças do trabalho. Disponível em: <http://www. santos.sp.gov.br/administracao/cipa/acidenteedoencadotrabalho.htm>. Acesso em: 18 ago. 2009. MONTEIRO, Celso. Como funciona a previdência social. Disponível em: <http://pessoas. hsw.uol.com.br/previdencia-social-brasil3.htm>. Acesso em: 18 ago. 2009. RH INFO. Um pouco sobre a história do trabalho. Disponível em: <http://www.rhinfo. com.br/historia.htm>. Acesso em: 18 ago. 2009. SAAD, Eduardo Gabriel (Org.). Introdução à segurança do trabalho: textos básicos para estudantes de engenharia. São Paulo: FUNDACENTRO. 1981. TORREIRA, Raúl Peragallo. Manual de segurança industrial. São Paulo. Margus, 1999. 21 Segurança do trabalho I A02 ANEXO A – Um pouco mais de Legislação Previdenciária Quando falamos em prejuízos e custos de acidentes não podemos deixar de fazer referência à Previdência Social, responsável pelos benefícios acidentários dados aos seus segurados, dessa forma, considerando a importância de ter conhecimentosobre o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) passaremos a descrever, nesse anexo 1, como material de consulta, um pouco mais sobre a Lei n. 8.213 que regulamenta os acidentes de trabalho. Vamos falar sobre regime de trabalho? Existem dois tipos de regimes de trabalho, o regime celetista ou aquele baseado na Consolidação das Leis do Trabalho CLT), para o qual se enquadram todos os trabalhadores de carteira assinada e o regime estatutário para o enquadramento dos funcionários públicos na esfera Municipal, Estadual ou Federal, para esses últimos a legislação aplicada à segurança do trabalho contida na CLT não se aplica, necessitando de legislação específi ca. Quem tem direito à previdência social? Todos os trabalhadores com vínculo empregatício sob o regime de trabalho celetista, trabalhadores autônomos, segurado especial e segurado facultativo que mantiverem contribuição com a previdência social, desfrutarão dos benefícios oferecidos pela mesma. Figura 8 – Carteira de trabalho Fonte: <www.nominuto.com.br>. Acesso em: 18 ago. 2009. 22 Segurança do trabalho I A02 Para entendermos melhor a legislação aplicada a acidentes de trabalhos, vamos conhecer um pouco da legislação da Seguridade social: Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 (Alterada em junho/2008) Conceitos a) Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social (art. 01). b) A previdência social tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. (art. 04) Lei Nº 8.213 - de 24 de julho de 1991 - DOU de 14/08/91 (Atualizada até Junho/2008) Vamos descrever o que a Lei 8.213, em seu texto, versa sobre acidentes de trabalho além do que foi estudado nesta aula. Equiparam-se ao acidente do trabalho – art. 21 Figura 9 – Acidente Fo nt e: W or d (2 0 0 9 ). 23 Segurança do trabalho I A02 Para a Lei 8.213 são equiparados aos acidentes de trabalhos: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando fi nanciada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. § 1º Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fi siológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. 24 Segurança do trabalho I A02 O que de fato a Previdência Social assegura ao trabalhador acidentado? A partir deste ponto, vamos descrever o que a Lei Nº 8.213, de 24 de julho de 1991 - DOU de 14/08/98 (Atualizada até junho/2008), assegura a seus associados incluindo aqueles que sofreram acidentes no trabalho: Benefícios e serviços da previdência social (Art. 18) I - quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez - a aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição (art. 42); b) aposentadoria por idade – a aposentadoria por idade será devida ao segura do que, cumprida a carênc ia exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher. (art. 48); c) aposentadoria por tempo de contribuição; d) aposentadoria especial - a aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei (art.57); e) auxílio-doença – o auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exi gido nesta Lei, fi car incapacitado para o seu tra balho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (art. 59); f) salário-família - o salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de fi lhos ou equiparados (art. 65); 25 Segurança do trabalho I A02 g) salário-maternidade – o salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as situações e condições previstas na legislação no que concerne à proteção à maternidade (art. 71); h) auxílio-acidente – o auxílio-acidente será concedido, como indenização ao segurado, quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia (art. 86); II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão – o auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio -doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço (art. 80); III - quanto ao segurado e dependente: a) serviço social – compete ao Serviço Social esclarecer junto aos benefi ciários seus direitos sociais e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo d e solução dos problemas que emergirem da sua relaçã o com a Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição como na dinâmica da sociedade (art. 88); b) reabilitação profi ssional – a habilitação e a reabilitação profi ssional e social deverão proporcionar ao benefi ciário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho e às pessoas portadoras de defi ciência, os meios para a (re) educa ção e de (re) adaptação profi ssional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive (art. 89). 26 Segurança do trabalho I A02 Anotações 27 Segurança do trabalho I A02 Anotações 28 Segurança do trabalho I A02 Anotações 03 Cláudia Régia Gomes TavaresC U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O Estatística de Acidentes SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... Objetivos 1 Segurança do trabalho I A03 A segurança do trabalho é uma ciência multidisciplinar e se utiliza de outras ciências para atuar. Dessa forma, vamos discutir, nesta aula, a utilização de dados estatísticos usados pela segurança do trabalho no sentido de prevenir acidentes de trabalho. Compreender os dados estatísticos em relação a acidentes de trabalho lendo e interpretando estes dados. Calcular alguns dados estatísticos. 2 Segurança do trabalho I A03 Para começo de conversa... Em todos os ramos de atividade a estatística está presente, fornecendo dados que permitem comparações para se avaliar o comportamento daquilo que está sendo realizado. Como exemplo, temos: as pesquisas de opinião pública, que aferem à audiência de um determinado programa; as pesquisas realizadas em época de eleições, que refl etem os resultados nas urnas da preferência dos eleitores em relação aos candidatos. Isso é a aplicação da Estatística. A Segurança do Trabalho lança mão de estatística para estudar o comportamento dos acidentes nas empresas e, a partir daí, averiguar o nível das condições de segurança desenvolvidas nas diversas atividades. O que é Estatística? Segundo Milone (2004, p. 3), a Estatística é o estudo dos modos de obtenção, coleta, organização, processamento e análise de informações relevantes que permitem quantifi car, qualifi car ou ordenar entes, coleções, fenômenos ou populações de modo tal que se possa concluir, deduzir ou predizer propriedades, eventos ou estados futuros. Assim, utilizando a estatística de acidentes, podemos deduzir se as ações de segurança do trabalho estão sendo efi cazes ou não. O que são dados estatísticos? Os dados são quaisquer registros ou indícios relacionados a alguma entidade ou evento que servirão de análise e posterior conclusão relacionado ao acontecimento. 3 Segurança do trabalho I A03 A Estatística e a Segurança do Trabalho Para relembrar... Os acidentes de trabalho ocorridos na empresa devem ser comunicados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) através da Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT). A emissão da CAT se destina ao controle estatístico e epidemiológico junto aos órgãos Federais e visa, principalmente, à garantia de assistência acidentária ao empregado junto ao INSS ou até mesmo de uma aposentadoria por invalidez. Por sua vez, o Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), através da FUNDACENTRO, recebe, trata e divulga as fi chas de acidentes com o objetivo de avaliar e comparar a efi cácia da prevenção de acidentes nos setores da economia dos municípios, estados e do país. Os objetivos da Estatística de acidentes na Segurança do Trabalho são: a) Possibilitar avaliações sobre o desempenho do programa de Segurança do Trabalho da empresa, através de comparações de índices de acidentes ocorridos entre os seus diversos setores ou entre empresas de mesmo ramo de atividades na mesma ou em diferentes regiões do país ou no mundo. b) Propiciar o desenvolvimento de estudos referentes ao custo de acidentes – quanto custa um acidente de trabalho? Financeiramente falando, vale à pena investir na prevenção de acidentes? c) Fornecer aos órgãos públicos e particulares dados concretos e atualizados da estatística acidentária – nesse caso os interessados teriam parâmetros para avaliar a necessidade ou não de intervenção nos programas de segurança desenvolvido pelas empresas. d) Desenvolver programas que visem à redução de acidentes do trabalho e assim permitir que a empresa pague prêmios menores no tocante ao seguro de acidente do trabalho. Praticando...Praticando... 1 4 Segurança do trabalho I A03 É evidente a importância da Estatística para a segurança do trabalho, uma vez que fornece aos órgãos públicos e particulares dados concretos e atualizados da estatística acidentária. Assim, pesquise, através de livros, internet, etc. exemplo de Estatística aplicada à segurança do trabalho e descreva sua interpretação dos dados expostos. Publicação e divulgação das estatísticas de acidentes de trabalho – Decreto-Lei nº 362/93 de 15 de Outubro de 1993 Incumbe ao Ministério do Emprego e da Segurança Social, através do respectivo Departamento de Estatística, o apuramento e difusão regular de estatísticas sobre acidentes de trabalho e doenças profi ssionais, nos termos da delegação de competências do Instituto Nacional de Estatística naquele Departamento. Neste aspecto, as entidades seguradoras devem remeter ao Departamento de Estatística do Ministério do Emprego e da Segurança Social, até o dia 15 de cada mês, um exemplar de cada uma das participações de acidentes de trabalho que lhes tenham sido dirigidas no decurso do mês anterior. 5 Segurança do trabalho I A03 Cadastro de acidentes na empresa O cadastro de acidentes é o conjunto de informações das ocorrências dos acidentes de uma empresa. Sua organização tem por base a Norma NBR 14280/99 – Cadastro de acidentes do trabalho, procedimento e classifi cação – e deve proporcionar unidades de medidas padrões universais de comparação. Esses padrões são as Taxas de Frequência de Acidentes (FA) e a Taxa de Gravidade de Acidentes (G) usados para indicar a necessidade relativa de medidas de prevenção em diferentes departamentos da fábrica ou entre indústrias de mesmo risco. Conceitos básicos que servirão para o estudo das Taxas de Frequência de Acidentes (FA) e Taxa de Gravidade de Acidentes (G) a) Empregado: Número de pessoas com compromisso de prestação de serviço na área de trabalho considerada, incluídos de estagiários a dirigentes, inclusive autônomos. b) Horas-homem de exposição ao risco: Somatório das horas durante as quais os empregados fi cam à disposição do empregador, em determinado período – dias, semanas, meses, ano, etc. 1. As horas de exposição devem ser extraídas das folhas de pagamento ou quaisquer outros registros de ponto, consideradas apenas as horas trabalhadas, inclusive as extraordinárias. 2. Quando não se puder determinar o total de horas realmente trabalhadas, elas deverão ser estimadas multiplicando-se o total de dias de trabalho pela média do número de horas trabalhadas por dia. 3. Na impossibilidade absoluta de se conseguir o total de homem-hora de exposição ao risco, arbitra-se em 2000 horas-homem anuais a exposição do risco para cada empregado. 4. As horas pagas, porém não realmente trabalhadas, sejam reais ou estimadas, tais como as relativas a férias, licença para tratamento de saúde, feriados, dias de folga, gala, luto, convocações ofi ciais não devem ser incluídas no total de horas trabalhadas, isto é, horas de exposição ao risco.Praticando...Praticando... 2 6 Segurança do trabalho I A03 5. Só devem ser computadas as horas durante as quais o empregado estiver realmente a serviço do empregador. 6. Para dirigente, viajante ou qualquer outro empregado sujeito a horário de trabalho não defi nido, deve ser considerado no cômputo das horas de exposição, a média diária de 8 horas. 7. Para empregados de plantão nas instalações do empregador, devem ser consideradas as horas de plantão. c) Dias perdidos: Dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de lesão pessoal, exceto o dia do acidente e o dia de volta ao trabalho. d) Dias debitados: Dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte, para o cálculo do tempo computado. e) Tempo computado: Tempo contado em “dias perdidos, pelos acidentados, com incapacidade temporária total” mais os “dias debitados pelos acidentados vítimas de morte ou incapacidade permanente, total ou parcial”. f) Número de acidentes, com e sem perda de tempo ocorrido no mês. Calcule o que se pede: 1. José sofreu um acidente no dia 11 de abril e voltou ao trabalho no dia 30 de maio. Calcule os dias perdidos desse trabalhador. 2. João acidentou-se no dia 25/04/2007 e voltou a trabalhar no dia 07/05/2007. Calcule os dias perdidos desse trabalhador. 7 Segurança do trabalho I A03 Medidas de avaliação de frequência e gravidade O cálculo das taxas deve ser realizado por períodos mensais e anuais, podendo-se usar outros períodos quando houver conveniência. Os acidentes de trajeto devem ser tratados à parte, não sendo incluído no cálculo usual das taxas de frequência e de gravidade. Taxas de frequência Taxa de frequência de acidentes É o número de Acidentes por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado período. Deve ser expressa com aproximação de centésimos e calculada pela seguinte expressão: FA = N × 1.000.000 H Em que: FA → taxa de frequência de acidentes N → número de acidentes H → horas-homem de exposição ao risco Taxa de frequência de acidentados com lesão com afastamento É o número de acidentados com lesão com afastamento por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado período. Deve ser expressa com aproximação de centésimos e calculada pela seguinte expressão: FL = N × 1.000.000 H Em que: FL → taxa de frequência de acidentados com lesão com afastamento N → número de acidentados com lesão com afastamento H → horas-homem de exposição ao risco Praticando...Praticando... 3 8 Segurança do trabalho I A03 Taxa de frequência de acidentados com lesão sem afastamento É o número de acidentados com lesão sem afastamento por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado período. Deve-se fazer o levantamento do número de acidentados vítimas de lesão, sem afastamento, calculando a respectiva taxa de frequência. Apresenta a vantagem de alertar a empresa para acidentes que concorram para o aumento do número de acidentes com afastamento. O cálculo deve ser feito da mesma forma que para os acidentados vítimas de lesão com afastamento. Auxilia os serviços de prevenção, possibilitando a comparação existente entre acidentes com afastamento e sem afastamento. FL(sem / afastamento) = N × 1.000.000 H FL → taxa de frequência de acidentados com lesão sem afastamento N → número de acidentados com lesão sem afastamento H → horas-homem de exposição ao risco Calcule o que se pede: 1. Em uma empresa onde trabalham 500 empregados, com regime de trabalho de 8h diárias, ocorreram, em dois meses, 5 acidentes com perda de tempo. Calcular a Taxa de frequência desta empresa. Praticando...Praticando... 4 9 Segurança do trabalho I A03 Taxa de Gravidade É o tempo computado por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado período. Deve ser expressa em números inteiros e calculada pela seguinte expressão: G = T × 1.000.000 H 1. Calcular a Taxa de Gravidade da empresa “X”, sabendo-se que a mesma registrou no primeiro trimestre de 2006 os seguintes dados: O número de horas-homens trabalhadas foi 500.000 e o número de dias perdidos foi de 400. Em que: G → taxa de gravidade T → tempo computado H → horas-homem de exposição ao risco Calcule o que se pede: 10 Segurança do trabalho I A03 Números médios para efeito de estatística de cidentes para cada trabalhador: Quadro 01 – Números médios de dias trabalhados Descrição Números médios Horas trabalhadas por dia 8h/dia Dias trabalhados por mês 25 dias/mês Horas trabalhadas por mês 200 h/mês (8×25) Dias trabalhados por ano 300 dias/ano (25×12) Horas trabalhadas por ano 2.000 h/ano Fonte: Adaptado da NBR 14280/99 Exemplo 1 Analisaremos duas fábricas: uma a que chamaremos de T e a outra, de H. No ano passado, 10 trabalhadores se acidentaram na fábrica T e 20 na H. Qual das duas fábricas teve uma proporção mais alta de acidentados? T ou H? Fábrica Número de acidentados Observação T 10 T é melhor que H H 20 Mas suponhamos que na fábrica T trabalhem 100 pessoas e na H um número duas vezes maior. Cada fábrica, portanto, teve o mesmo número de acidentados para cada 100 trabalhadores. 11 Segurança do trabalho I A03 Fábrica No. de acid. Empregados Observação T 10 100 T e H tiveram o mesmo número de acidentes para cada 100 trabalhadores, ou seja, 10 acidentes para cada 100 trabalhadores H 20 200 Mas, suponhamos agora que a fábrica T trabalhe 40 horas por semana e a fábrica H 44 horas. Isso nos faz concluir que, em termos de prevenção de acidentes, a H é melhor do que a T, já que na fábrica H o tempo de exposição ao risco é maior que em T, e H e T têm a mesma relação de acidentes para cada 100 trabalhadores. Fábrica Número de operá- rios acidentados Número de trabalhadores Horas trabalha- das/ semana Observação T 10 100 40 H é melhor que A, pois os trabalhadores têm mais tempo de exposi- ção ao risco. H 20 200 44 Na fábrica T ocorreram 10 acidentes com afastamento no ano passado e foram trabalhadas 200.000 horas-homens durante o ano. Assim, obtemos a taxa de frequência aplicando a seguinte fórmula: a) Cálculo da Taxa de Frequência FL = 10× 1.000.000 200.000 = 50 Isso signifi ca que, durante o ano, os trabalhadores da fábrica T sofreram lesões que provocaram uma perda de tempo à razão de 50, por cada milhão de horas que trabalharam. b) Cálculo da Taxa de Gravidade No caso da fábrica T, as 10 lesões provocaram um total de 200 dias perdidos, assim, com a fórmula da Taxa de gravidade, obteremos o valor de dias perdidos com acidentes para cada 1.000.000 horas trabalhadas: G = 200× 1.000.000 200.000 = 1000 Isto é, o tempo perdido devido aos acidentes ocorridos na fábrica T, no ano passado, foi de 1.000 dias para cada 1.000.000 horas-trabalhadas. Supondo- se que cada empregado trabalhou 2.000 horas por ano, a média de tempo perdido foi de 2 (dois) dias por homem, por ano. 12 Segurança do trabalho I A03 Aplicação da tabelas de Dias Debitados A tabela de dias debitados permite a comparação de redução de capacidade devido ao acidente. Representa uma perda econômica, tendo a vida média do trabalhador sido estimada em 20 anos ou 6.000 dias. Se no nosso exemplo incluirmos uma lesão da qual resultou a perda de 2 dedos da mão, a carga correspondente é de 750 dias, os quais, acrescidos à perda de tempo proveniente das 9 lesões restantes, que equivalem a 180 dias, nos dá um total de 930 dias, e a Taxa de gravidade será: G = (180 + 750)× 1.000.000 200.000 = 4.650 O tempo perdido devido aos acidentes foi de 4.650 para cada 1.000.000 de horas-homem trabalhadas, fato esse agravado pelo acréscimo dos dias debitados referentes à perda de dois dedos da mão. Tabela de Dias Debitados A tabela de dias debitadosé uma tabela utilizada com o fi m exclusivo de permitir a comparação da redução da capacidade resultante dos acidentes entre departamentos de uma mesma empresa, entre diversas Empresas e entre empresas de países que adotem a mesma tabela. A perda de tempo constante da tabela representa uma perda econômica tendo por base a vida média ativa do trabalhador, estimada em 20 anos ou 6.000 dias. Curiosidades.... A tabela dos dias debitados é usada internacionalmente e foi organizada pela “International Association of Industrial Accident Bord and Commission”. Ela foi mostrada na redação da Norma Regulamentadora 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), em seu anexo 1 da Portaria 32/68, depois na atualização no anexo II – quadro 1A da Portaria n.º 33, de 27 de outubro de 1983. Apesar de não ter sido citada em sua última atualização, na prática ainda se faz referência ao quadro 1A da Portaria n.º 33, de 27 de outubro de 1983. 13 Segurança do trabalho I A03 Tabela 1–- Dias debitados Natureza Avaliação percentual Dias debitados Morte 100 6.000 Incapacidade total e permanente 100 6.000 Perda da visão de ambos os olhos 100 6.000 Perda da visão de um olho 30 1.800 Perda do braço acima do cotovelo 75 4.500 Perda do braço abaixo do cotovelo 60 3.600 Perda da mão 50 3.000 Perda do 1º quirodátilo (Polegar) 10 600 Perda de qualquer outro quirodátilo (dedo) 5 300 Perda de dois outros quirodátilos (dedos) 12 1/2 750 Perda de três outros quirodátilos (dedos) 20 1.200 Perda de quatro outros quirodátilos (dedos) 30 1.800 Perda do 1º quirodátilo (polegar) e qualquer outro quirodátilo (dedo) 20 1.200 Perda do 1º quirodátilo (polegar) e dois outros quirodátilos (dedos) 25 1.500 Perda do 1º quirodátilo (polegar) e três outros quirodátilos (dedos) 33 1/2 2.000 Perda do 1º quirodátilo (polegar) e quatro outros quirodátilos (dedos) 40 2.400 Perda da perna acima do joelho 75 4.500 Perda da perna, no joelho ou abaixo dele 50 3.000 Perda do pé 40 2.400 Perda do 1º pododátilo (dedo grande do pé) ou de dois ou mais podátilos (dedos do pé) 6 300 Perda do 1º pododátilo (dedo grande) de ambos os pés. 10 600 Perda de qualquer outro pododátilo (dedo do pé) 0 0 Perda da audição de um ouvido 10 600 Perda da audição de ambos os ouvidos 50 3.000 Fonte: <http://www.geocities.com/Athens/Troy/8084/Estatist.html>. Acesso em: 20 ago. 2009. Praticando...Praticando... 5 14 Segurança do trabalho I A03 Calcule o que se pede: 1. Calcular a Taxa de Gravidade da empresa “H”, sabendo-se que a mesma registrou no primeiro trimestre de 2008 os seguintes dados: O número de horas-homens trabalhadas foi 600.000 e o número de dias perdidos foi de 450. Sabe-se, também, que entre os operários acidentados, um deles perdeu a visão de um olho e outro perdeu a perna acima do joelho. 2. Em uma empresa onde trabalham 1.000 empregados ocorreram, em um mês, três acidentes com perda de tempo, nos dias 2, 15 e 20. Os acidentados voltaram a trabalhar, respectivamente, nos dias 26, 17 e 27 do mesmo mês. No primeiro acidente, o operário perdeu um dedo polegar. Pede-se calcular as Taxas de frequência e de Gravidade. 15 Segurança do trabalho I A03 3. Na empresa “A”, ocorreram, em três meses, 10 acidentes dos quais apenas 8 registraram perda de tempo com um total de 600 dias perdidos. Dentre os acidentados, houve dois casos mais graves: um operário perdeu um dedo polegar e outro operário perdeu o dedo pequeno do pé. Calcular as Taxas de frequência e de Gravidade dessa empresa, sabendo-se que a mesma tem 400 empregados e que, durante um mês, as atividades da citada empresa fi caram totalmente paralisadas. Interpretação de dados estatísticos Até agora sabemos como calcular as Taxas de Frequência de Acidentes (FA) e Taxa de Gravidade de Acidentes (G), cujo resultado nos fornece parâmetros para avaliar a efi cácia das ações de segurança nos setores das empresas. Agora, vamos ler e interpretar as tabelas e quadros de estatísticas de acidentes divulgados no Brasil: Exemplo 2 Os dados estatísticos de acidentes de trabalho registrados nos anos de 1996 a 2006 (tabela 2) indicam que: 1. no ano de 2006 ocorreu o maior número absoluto de acidentes (503.890 acidentes = típico + trajeto + doença); 2. o maior número absoluto de mortes no trabalho foi de 4.488 vítimas em 1996; 3. no ano de 1996 ocorreu o maior número absoluto de acidentes com incapacidade permanente (18.233 vítimas). Praticando...Praticando... 6 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 18.233 17.669 15.923 16.757 15.317 12.038 15.259 13.416 12.913 14.371 8.383 4.488 3.469 3.793 3.896 3.094 2.753 2.968 2.674 2.839 2.766 2.717 395.455 421.343 414.341 387.820 363.868 340.251 393.071 399.077 465.700 499.680 503.890 34.889 36.648 30.489 23.903 19.605 18.487 22.311 23.858 30.194 33.096 26.645 34.696 37.213 36.114 37.513 39.300 38.799 46.881 49.642 60.335 67.971 73.981 325.870 347.482 347.738 326.404 304.963 282.965 323.879 325.577 375.171 398.613 403.264 Acidentes típicosAno Acidentes de trajeto Doenças do trabalho Total de acidentes Mortes Incapacidade permanente Fonte: MPAS. Anuário Estatístico da Previdência Social Elaboração: DIEESE Obs.: Para os anos mais recentes, os resultados são preliminares, portanto, sujeitos à alteração Acidentes de trabalho Brasil 1996-2006 (acidentes registrados) Tabela 113 16 Segurança do trabalho I A03 Nesta tabela não podemos fazer comparações entre o total de acidentes nos diversos períodos, para determinar em que ano ocorreu o menor índice de acidentes de trabalho no país, uma vez que não temos um parâmetro comum para tal. Por exemplo, se fi zéssemos a relação entre o número de acidentes pelo número de trabalhadores expostos ao risco em cada ano, teríamos um valor comum para ser comparado. Tabela 2 – Acidentes de trabalho registrados nos anos de 1996 a 2006 Fonte: Anuário dos trabalhadores (2008, p. 191). Baseando-se no exemplo 2 e analisando a tabela de acidentes de trabalho registrados, por motivo, em 2006 (tabela 3), que conclusão você pode tirar? 17 Segurança do trabalho I A03 Tabela 3 – Acidentes de trabalho registrados, por motivo, em 2006 Regiões e Estados Total Motivo Típico Trajeto Doença do Trabalho BRASIL 503.890 403.264 73.981 26.645 NORTE 19.888 15.866 2.742 1.280 Acre 431 329 77 25 Amapá 490 353 121 16 Amazonas 6.083 4.676 760 647 Pará 9.213 7.749 1.084 380 Rondônia 2.337 1.764 417 156 Roraima 124 61 54 9 Tocantins 1.210 934 229 47 NORDESTE 52.415 40.728 7.656 4.031 Alagoas 6.143 5.448 576 119 Bahia 15.992 11.939 1.980 2.073 Ceará 5.886 4.205 1.203 478 Maranhão 2.642 2.140 411 91 Paraíba 2.602 2.050 344 208 Pernambuco 11.014 8.527 1.911 576 Piauí 1.059 738 280 41 Rio Grande do Norte 4.834 3.955 649 230 Sergipe 2.243 1.726 302 215 SUDESTE 287.918 229.727 43.153 15.038 Espírito Santo 11.842 9.918 1.600 324 Minas Gerais 51.858 43.295 6.639 1.924 Rio de Janeiro 35.741 26.079 6.535 3.127 São Paulo 188.477 150.435 28.379 9.663 SUL 110.768 90.989 14.936 4.843 Paraná 36.995 30.768 4.951 1.276 Rio Grande do Sul 43.341 35.958 5.222 2.161 Santa Catarina 30.432 24.263 4.763 1.406 CENTRO-OESTE 32.901 25.954 5.494 1.453 Distrito Federal 5.788 4.087 1.115 586 Goiás 13.057 10.413 2.230 414 Moto Grosso 7.544 6.288 1.042 214 Mato Grosso do Sul 6.512 5.166 1.107 239 Fonte: <http://www.protecao.com.br/novo/imgbanco/imagens/Re-Anuario%202008/Estatistica%20Tabela2.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2009. 18 Segurança do trabalhoI A03 Exemplo 3 A tabela a seguir é mais completa – Número de Acidentes e Doenças do Trabalho no Brasil de 1970 a 2006 (tabela 4). Dessa forma, podemos inferir que: 1. Nos anos 70, o maior índice de acidentes foi no ano de 1972, onde ocorreram 18.465 acidentes para cada 100.000 trabalhadores. 2. Apesar de maior número absoluto de acidentes (1.916.187 acidentes) no ano de 1975, pode-se considerar que, em matéria de segurança, foi um ano melhor que o de 1972, pois ocorreram 14.743 acidentes para cada 100.000 trabalhadores. Tabela 4 – Número de Acidentes e Doenças do Trabalho no Brasil de 1970 a 2006 Ano Trabalhadores Acidentes Doenças Total Aci- dente Acidentes/ 100 Mil Traba. Óbitos Óbitos/ 100 Mil Trab. Óbitos/ 10 Mil acid. Típico Trajeto 1970 7.284.022 1.199.672 14.502 5.937 1.220.111 16.751 2.232 31 18 1971 7.553.472 1.308.335 18.138 4.050 1.330.523 17.615 2.587 34 19 1972 8.148.987 1.479.318 23.389 2.016 1.504.723 18.465 2.854 35 19 1973 10.956.956 1.602.517 28.395 1.784 1.632.696 14.901 3.173 29 19 1974 11.537.024 1.756.649 38.273 1.839 1.796.761 15.574 3.833 33 21 1975 12.996.796 1.869.689 44.307 2.191 1.916.187 14.744 4.001 31 21 1976 14.945.489 1.692.833 48.394 2.598 1.743.825 11.668 3.900 26 22 1977 16.589.605 1.562.957 48.780 3.013 1.614.750 9.734 4.445 27 28 1978 16.638.799 1.497.934 48.511 5.016 1.551.461 9.324 4.342 26 28 1979 17.637.127 1.388.525 52.279 3.823 1.444.627 8.191 4.673 26 32 Média anos 70 12.428.828 1.535.843 36.497 3.227 1.575.566 13.697 3.604 29 23 1980 18.686.355 1.404.531 55.967 3.713 1.464.211 7.836 4.824 26 33 1981 19.188.536 1.215.539 51.722 3.204 1.270.465 6.621 4.808 25 38 1982 19.476.362 1.117.832 57.874 2.766 1.178.472 6.051 4.496 23 38 1983 19.671.128 943.110 56.989 3.016 1.003.115 5.099 4.214 21 42 1984 19.673.915 901.238 57.054 3.233 961.575 4.888 4.508 23 47 1985 21.151.994 1.010.340 63.515 4.006 1.077.861 5.096 4.384 21 41 1986 22.163.827 1.129.152 72.693 6.014 1.207.859 5.450 4.578 21 38 1987 22.617.787 1.065.912 64.830 6.382 1.137.124 5.028 5.738 25 50 1988 23.661.579 926.354 60.202 5.025 991.581 4.191 4.616 20 47 1989 24.486.553 825.081 58.524 4.838 888.443 3.628 4.554 19 51 Praticando...Praticando... 7 19 Segurança do trabalho I A03 Média anos 80 21.077.804 1.053.909 59.937 4.220 1.118.071 5.389 4.672 22 42 1990 23.198.656 632.012 56.343 5.217 693.572 2.990 5.355 23 77 1991 23.004.264 579.362 46.679 6.281 632.322 2.749 4.527 20 72 1992 22.272.843 490.916 33.299 8.299 532.514 2.391 3.516 16 66 1993 23.165.027 374.167 22.709 15.417 412.293 1.780 3.110 13 75 1994 23.667.241 350.210 22.824 15.270 388.304 1.641 3.129 13 81 1995 23.755.736 374.700 28.791 20.646 424.137 1.785 3.967 17 94 1996 23.830.312 325.870 34.696 34.889 395.455 1.659 4.488 19 113 1997 24.104.428 347.482 37.213 36.648 421.343 1.748 3.469 14 82 1998 24.491.635 347.738 36.114 30.489 414.341 1.692 3.793 15 92 1999 24.993.265 326.404 37.513 23.903 387.820 1.552 3.896 16 100 Média anos 90 23.648.341 414.886 35.618 19.706 470.210 1.999 3.925 17 85 2000 26.228.629 304.963 39.300 19.605 363.868 1.387 3.094 12 85 2001 27.189.614 282.965 38.799 18.487 340.251 1.251 2.753 10 81 2002 28.683.913 323.879 46.881 22.311 393.071 1.370 2.968 10 76 2003 29.544.927 325.577 49.642 23.858 399.077 1.351 2.674 9 67 2004 31.407.576 375.171 60.335 30.194 465.700 1.483 2.839 9 61 2005 33.238.617 398.613 67.971 33.096 499.680 1.503 2.766 8 55 2006 35.155.249 403.264 73.981 26.645 503.890 1.433 2.717 8 54 Média anos 00 30.206.932 344.919 53.844 24.885 423.648 1.397 2.830 9 68 Total 32.460.811 1.697.428 445.719 34.604.008 - 141.821 - - Média geral 21.162.115 877.319 45.876 12.046 935.243 5.963 3.833 20 54 Fonte: <http://www.protecao.com.br/novo/imgbanco/imagens/Re-Anuario%202008/Estatistica%20Tabela1.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2009. 1. Analisando o quadro número de acidentes e doenças do trabalho no Brasil, de 1970 a 2006 (tabela 4), preencha as lacunas relativas à década de 80 (a) e repita as informações no que couber para a década de 90 (b) e compare entre si as duas décadas (c): a) Década de 80: 1. Nos anos 80, o maior índice de acidentes foi no ano de ______, onde ocorreram __________ acidentes para cada 100.000 trabalhadores. 2. Apesar do maior número absoluto de acidentes no ano de ______ com ____________ acidentes, pode-se considerar que em matéria de segurança foi um ano melhor que o de ______, pois ocorreram __________ acidentes para cada 100.000 trabalhadores. 20 Segurança do trabalho I A03 b) Década de 90: c) Entre as duas décadas: 2. Analisando o quadro de acidentes de trabalho ocorridos nos últimos 17 anos no Estado do Rio Grande do Norte (tabela 5), em qual ano ocorreu maior êxito nas ações de prevenção de acidentes? Explique sua resposta. Tabela 5 – Acidentes de trabalho ocorridos nos últimos 17 anos no Estado do Rio Grande do Norte Ano Trabalhadores Acidentes de Trabalho Registrados Óbitos Óbitos/ 10 Mil Acid. Óbitos/ 100 Mil Hab.Típico Trajeto Doença Total 1990 258.819 2.059 229 14 2.302 28 122 11 1991 266.361 1.999 224 8 2.231 48 215 18 1992 258.097 819 87 8 914 24 263 9 1993 263.652 849 54 8 911 32 351 12 1994 276.319 778 29 6 813 27 332 10 1995 285.985 926 88 28 1.042 24 230 8 1996 287.614 1.273 28 162 1.463 37 253 13 1997 272.744 1.229 193 28 1.450 34 234 12 1998 286.325 1.431 216 48 1.695 42 248 15 21 Segurança do trabalho I A03 1999 297.616 1.374 216 59 1.649 20 121 7 2000 315.488 1.212 252 49 1.513 31 205 10 2001 337.160 1.508 282 66 1.856 26 140 8 2002 318.971 1.821 335 89 2.245 28 125 9 2003 388.007 2.099 332 129 2.560 32 125 8 2004 421.109 3.030 449 131 3.610 23 64 5 2005 450.797 3.397 489 169 4.055 20 49 4 2006 475.257 3.955 649 230 4.834 28 58 6 Total 5.460.321 29.759 4.152 1.232 35.143 504 - - Média 321.195 1.751 244 72 2.067 30 184 10 Fonte: <http://www.protecao.com.br/novo/imgbanco/imagens/Re-Anuario%202008/Estatistica%20por%20Estados%20RN.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2009. Nesta aula, estudamos os dados estatísticos de acidentes de trabalho e como esses dados ajudam na prevenção de acidentes. Na próxima aula, estudaremos como identifi car as atividades e operações insalubres e perigosas no ambiente laboral, condições estas responsáveis por muitas doenças ocupacionais. Até breve! Leitura complementar ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 14280/99: cadastro de acidentes de trabalho: procedimentos e classifi cação. Rio de Janeiro, 2001. Disponível em: <http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/nbr14280-cadastro.doc>. Acesso em: 29 jan. 2009. Documento que aborda a Norma Brasileira Regulamentadora 14.280, relativo ao procedimento e classifi cação do cadastro de acidentes do trabalho. Você estudou que a estatística tem um papel importante na prevenção de acidentes, uma vez que as divulgações de dados estatísticos vão servir como parâmetro de avaliação das ações de segurança implantadas na empresa ou diagnosticar os setores que necessitam de melhor intervenção de segurança. Portanto, cabe ao pessoal da Segurança do Trabalho, na ocorrência de acidentes, preencher e enviar a fi cha de acidentes de trabalho específi ca à FUNDACENTRO, órgão responsável pelo recolhimento e tratamento dos dados. Autoavaliação 22 Segurança do trabalho I A03 Responda ao que se pede: 1. Qual o papel da Estatística na Segurança do trabalho? 2. O que signifi ca o parâmetro Horas-homem de exposição ao risco? 3. A quem compete o tratamento estatístico dos acidentes de trabalho? 4. Qual o papel da empresa em relação aos dados estatísticos de acidentes de trabalho? 5. Qual a diferença entre dias perdidos e dias debitados? 6. Em que se baseia a tabela de dias debitados? 7. Qual a diferençaentre a Taxa de Frequência e Taxa de Gravidade? 8. Nos quadros e tabelas estatísticas, o que compõe a coluna total de acidentes de trabalho registrados ou total de acidentes? 9. Para fi ns estatísticos, qual a média das horas trabalhadas por ano? 10. Em uma empresa A, onde trabalham 2500 empregados, ocorreram 5 (cinco) acidentes em 1 (um) ano, com 7 (sete) dias perdidos; um dos trabalhadores perdeu a visão de um olho e outro perdeu a mão. Em uma empresa B, onde trabalham 1500 empregados, ocorreram 3 (três) acidentes em 1 (um) ano, com 3 (três) dias perdidos e um dos trabalhadores veio a falecer. a) Calcule a Taxa de frequência e Gravidade, considerando o regime de trabalho de 8h diárias. b) Compare as empresas A e B em termos de efi cácia em relação às ações de segurança do trabalho. Referências ANUÁRIO Estatístico de Acidentes do Trabalho 2007: Seção II - Indicadores de Acidentes do Trabalho. Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico. php?id=645>. Acesso em: 20 ago. 2008. 23 Segurança do trabalho I A03 BRASIL. Ministério do Trabalho. Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho. Portaria n.° 33, de 27 de outubro de 1983. Brasília, 1983. Disponível em: <http://www.mte. gov.br/legislacao/portarias/1983/p_19831027_33a.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2008. BRASIL. Ministério da Economia e da Inovação. Decreto-Lei n. 362/93, de 15 de Outubro de 1993. Regula a informação estatística sobre acidentes de trabalho e doenças profi ssionais. Brasília, 1993. Disponível em: <http://www.iapmei.pt/iapmei- leg-03.php?lei=2260>. Acesso em: 13 jul. 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 14280/99: cadastro de acidentes de trabalho: procedimentos e classifi cação. Rio de Janeiro, 2001. Disponível em: <http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/nbr14280-cadastro.doc>. Acesso em: 29 jan. 2009. ______. Ministério do Trabalho e Emprego. Normas regulamentadoras. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default.asp>. Acesso em: 13 jul. 2008. COSTA NETO, Ângelo da; FERNANDES, Francisco das Chagas de Mariz. Segurança do trabalho: defenda essa causa. Natal: Setor gráfi co da ETFRN, 1989. DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS – DIEESE. Anuário dos trabalhadores 2008. 9. ed. São Paulo: DIEESE, 2008. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/dados_estatisticos/anuario_2008/arquivos/pdf/anuario_ trabalhadores_2008.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2009. ESTATÍSTICAS de acidentes. Disponível em: <http://www.geocities.com/Athens/ Troy/8084/Estatist.html>. Acesso em: 12 jul. 2008. INSTRUÇÃO normativa INSS/PRES nº 20, de 11 de outubro de 2007. Diário Ofi cial da União, 10 out. 2007. Disponível em: <http://www81.dataprev.gov.br/sislex/ paginas/38/INSS-PRES/2007/20.HTM>. Acesso em: 12 jul. 2008. MILONE, Giuseppe. Estatística: geral e aplicada. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2004. p. 483. PANTALEÃO, Sérgio Ferreira. Comunicação de acidente de trabalho. In: SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE S.J. DE UBÁ: blog. 27 set. 2007. Disponível em: <http:// sisepuba.spaceblog.com.br/53630/COMUNICACAO-DE-ACIDENTE-DE-TRABALHO/>. Acesso em: 12 jul. 2008. PROTEÇÃO: informação de fonte segura. Anuário brasileiro de proteção 2008. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/novo/template/page.asp?menu=962&CodMenu=9 62&Lbt=0>. Acesso em: 20 ago. 2009. 24 Segurança do trabalho I A03 Anexo 1 Termos estatísticos Vamos apresentar alguns termos utilizados em relação a estatísticas de acidente, conforme a NBR 14280/1999, para podermos compreender os dados estatísticos de acidentes de trabalho: 1. Lesão com afastamento (Lesão com perda de tempo ou incapacitante): Lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade permanente. Essa lesão pode provocar incapacidade permanente total, incapacidade permanente parcial, incapacidade temporária total ou morte. 2. Lesão sem afastamento (Lesão não incapacitante ou lesão sem perda de tempo): Lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja incapacidade permanente. Essa lesão não provoca a morte, incapacidade permanente total ou parcial ou incapacidade temporária total; exige, no entanto, primeiros socorros ou socorros médicos de urgência. Devem ser evitadas as expressões “acidente com afastamento” e “acidente sem afastamento”, usadas impropriamente para signifi car, respectivamente, “lesão com afastamento” e “lesão sem afastamento”. 3. Incapacidade permanente total: Perda total da capacidade de trabalho, em caráter permanente, sem morte. Ex.: ambos os olhos, um olho e uma das mãos ou um olho e um pé, ambas as mãos ou ambos os pés ou uma das mãos e um pé. 4. Incapacidade permanente parcial: Redução parcial da capacidade de trabalho, em caráter permanente que, não provocando morte ou incapacidade permanente total, é a causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo ou qualquer redução permanente de função orgânica. 5. Incapacidade temporária total: Perda total da capacidade de trabalho de que resulte um ou mais dias perdidos, excetuados a morte, a incapacidade permanente parcial e a incapacidade permanente total. 6. Análise do acidente: Estudo do acidente para a pesquisa de causas, circunstâncias e consequências. 7. Estatísticas de acidentes, causas e consequências: Números relativos à ocorrência de acidentes, causas e consequências devidamente classifi cados. 25 Segurança do trabalho I A03 8. Comunicação de acidente: Informação que se dá aos órgãos interessados, em formulário próprio, quando da ocorrência de acidente. 9. Comunicação de acidentes para fi ns legais: Qualquer comunicação de acidente emitida para atender a exigências da legislação em vigor como, por exemplo, a destinada à previdência social. 10. Comunicação interna de acidentes para fi ns de registro: Comunicação que se faz com a fi nalidade precípua de possibilitar o registro de acidente. 11. Registro de acidente: Registro metódico e pormenorizado, em formulário próprio, de informações e de dados de um acidente, necessários ao estudo e à análise de suas causas, circunstâncias e consequências. 12. Registro de acidentado: Registro metódico e pormenorizado, em formulário individual, de informações e de dados relativos a um acidentado, necessários ao estudo e à análise das causas, circunstâncias e consequências do acidente. 13. Formulários para registro, estatísticas e análise de acidente: Formulários destinados ao registro individual ou coletivo de dados relativos a acidentes e respectivos acidentados, preparados de modo a permitir a elaboração de estatísticas e análise dos acidentes, com vistas à sua prevenção. 14. Cadastro de acidentes: Conjunto de informações e de dados relativos aos acidentes ocorridos. 15. Acidente típico: é aquele decorrente da característica da atividade profi ssional que o indivíduo exerce. 16. Acidente de trajeto: é aquele que ocorre no trajeto entre a residência do trabalhador e o local de trabalho e vice-versa. 17. Doença profi ssional ou do trabalho: é a doença produzida ou desencadeada pelo exercício de determinada função, característica de um emprego específi co. 18. Morte: Cessação da capacidade de trabalho pela perda da vida, independentemente do tempo decorrido desde a lesão. 19. Estatísticas por setor de atividade: Além das estatísticas globais da empresa, entidade ou estabelecimento, é de toda conveniência que sejam elaboradas estatísticas por setor de atividade, o que permite evitar que a baixa incidência de acidentes em áreas de menor risco venha a infl uir nos resultados de quaisquer das demais, excluindo, também, das áreas de atividade específi ca os acidentes não diretamente a elas relacionadas.Anotações 26 Segurança do trabalho I A03 Anotações 27 Segurança do trabalho I A03 Anotações 28 Segurança do trabalho I A03 z 04 Cláudia Régia Gomes Tavares C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O Noções de atividades e operações insalubres e perigosas SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... Objetivos 1 Segurança do trabalho I A04 ... os conceitos básicos de segurança do trabalho, acidentes de trabalho, suas causas e consequências. Estatisticamente, os acidentes de trabalho são classifi cados em típicos, de trajeto e doenças profi ssionais, todos estes já conceituados na aula anterior. As doenças consideradas como acidentes de trabalho se subdividem em doenças do trabalho e doenças profi ssionais, ambas desencadeadas pelas características do ambiente laboral. Dessa forma, como reconhecer no ambiente laboral as situações que comprometem a saúde do trabalhador? Quais as que podem ser fatais? Baseando-se na legislação específi ca NR 15 e NR 16, você identifi cará as atividades e operações insalubres e perigosas que põem em risco a saúde do trabalhador. Identifi car as atividades insalubres no ambiente de trabalho, através do reconhecimento dos agentes de risco. Entender o que caracteriza as atividades insalubres e avaliar qualitativamente estas atividades. Identifi car as atividades perigosas no ambiente laboral, através de legislação específi ca. 2 Segurança do trabalho I A04 Para começo de conversa... Os riscos profi ssionais são decorrentes de condições inseguras, ou seja, das condições precárias de trabalho, capazes de afetar a segurança e a saúde do trabalhador. Podem ser classifi cados em riscos de operação e riscos de ambiente. Os primeiros são inerentes à ocupação do empregado, variando de acordo com o tipo de atividade e local profi ssional, cabendo à Segurança do Trabalho a sua prevenção. São exemplos de riscos de operação: pisos defeituosos ou escorregadios, máquinas desprotegidas, empilhamentos precários, peças soltas pelo chão e equipamentos elétricos sem isolamento ou aterramento. 3 Segurança do trabalho I A04 Figura 1 – Necessidade de organização e limpeza Fonte: Cláudia (2007). Os riscos de ambiente, de responsabilidade prevencionista da Higiene do Trabalho, são os causadores das doenças profi ssionais. Geralmente essas moléstias demoram algum tempo para apresentar os primeiros sintomas, no entanto, existem situações em que esses sintomas podem ser imediatos e levar o trabalhador até mesmo à morte em curto espaço de tempo. Diante dessa realidade, pode-se dizer que a efi ciência e o bem-estar dos trabalhadores têm relação direta com as medidas preventivas e de controle dos agentes ambientais. Como podemos identifi car os riscos profi ssionais? A norma regulamentadora NR 15 – Atividades e Operações Insalubres – descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, defi nindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho, pelos trabalhadores, determinam a caracterização do exercício insalubre, assim como os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições. A norma regulamentadora NR 16 – Atividades e Operações Perigosas – elenca que atividades são consideradas perigosas no ambiente de trabalho. 4 Segurança do trabalho I A04 Figura 2 – Derramamento tóxico O que é insalubre? Insalubre signifi ca pouco saudável, capaz de provocar doenças, isto é, o que podemos encontrar no ambiente de trabalho onde manipulamos produtos químicos, manejamos ferramentas e utilizamos máquinas diversas, dividimos espaço com vários colegas de profi ssão, compartilhamos o mesmo ar, etc. Como vimos, a vida do homem transcorre, na sua maior parte, em dois tipos de ambientes: o ambiente ocupacional ou lugar de trabalho, e o ambiente de sua comunidade. Cada um desses ambientes, com suas características próprias, atuam sobre o organismo humano, que trata de adaptar-se constantemente às forças, aos agentes e às tensões ocorrentes. Assim, podemos encontrar no ambiente inteiramente artifi cial as máquinas perigosas, agentes químicos perigosos, ruídos, temperaturas excessivas, etc. No ambiente da comunidade, a poluição das águas, dos solos e ar, aditivos em alimentos, agentes de limpeza, etc. Na tentativa de eliminar e/ou reduzir os efeitos do ambiente ocupacional na saúde do trabalhador, a empresa poderá estabelecer e seguir um programa de saúde ocupacional cujos objetivos são: Responda aqui 1Praticando... Diante do exposto, qual a importância das Normas Regulamentadoras 15 e 16, para a prevenção de acidentes de trabalho? Justifi que sua resposta. 5 Segurança do trabalho I A04 a proteção da saúde e bem-estar do trabalhador contra os riscos e condicionamentos do ambiente de trabalho; a colaboração do trabalhador numa atividade de acordo com sua capacidade física e emocional; o provimento de socorros médicos e emergências para os acidentes e doenças ocupacionais/ não-ocupacionais; a manutenção da saúde do trabalhador através de medicina preventiva e frequente revisão do estado de saúde; o controle dos riscos potenciais à saúde. 6 Segurança do trabalho I A04 O que é periculosidade? Para o Dicionário da Língua Portuguesa Priberam, perigo é toda situação, conjuntura, que ameaça a existência ou os interesses de uma pessoa ou coisa. Assim, periculosida de é a situação ou condição que ameaça a vida do trabalhador. Atividades e operações perigosas As atividades e operações perigosas são aquelas determinadas pela NR 16 na qual são citadas as atividades consideradas perigosas no transporte, armazenamento e manipulação, realizados com explosivos e infl amáveis. Assim como, por força de lei, as radiações ionizantes ou substâncias radioativas e a energia elétrica foram posteriormente consideradas como atividades perigosas. Adicional de insalubridade e periculosidade Da mesma forma, o governo, no sentido de eliminar e/ou reduzir os efeitos do ambiente ocupacional na saúde do trabalhador, determinou adicionais de insalubridade e periculosidade a serem pagos ao trabalhador, como forma de incentivar o empregador a eliminar ou neutralizar os ambientes insalubres, bem como criar outros métodos e processos de trabalho, no caso de atividades perigosas para o ser humano, e assim se isentar desse pagamento. O adicional de insalubridade varia de grau máximo (40%), grau médio (20%) e grau mínimo (10%), dependendo da exposição do trabalhador ao agente insalubre e incide sobre o salário mínimo vigente da região. O adicional de periculosidade é devido ao trabalhador no percentual de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário base, isto é, sem os acréscimos resultantes degratifi cações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. Na prática, o que acontece é o trabalhador fi car exposto a mais de um agente insalubre, nesse caso, é vedada a percepção cumulativa de mais de um adicional, inclusive insalubridade e periculosidade, devendo ser pago ao trabalhador um único adicional de insalubridade (máximo, médio ou mínimo) ou de periculosidade, devendo ser pago o de maior valor. Responda aqui 2Praticando... 7 Segurança do trabalho I A04 Você sabia?... Além das atividades e operações perigosas descritas na NR 16 (Anexos 1 e 2), foi estabelecido o adicional de periculosidade para as atividades com eletricidade pela Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985, publicada no DOU de 23/09/85 e o Anexo 3 da NR 16 – Atividades e operações perigosas com Radiações Ionizantes ou substâncias radioativas foram instituídas pela Portaria do MT no. 518, de 04/04/2003. Baseando-se no conceito de perigo, que outras atividades laborais poderiam ser consideradas perigosas, ou seja, em que atividades, em caso de acidentes, a probabilidade de risco de vida é iminente? 8 Segurança do trabalho I A04 Atividades e operações insalubres Segundo a NR 15, as atividades e operações são consideradas insalubres e fazem jus ao adicional de insalubridade quando expõem os trabalhadores acima dos limites de tolerância estabelecidos nos Anexos n.ºs 1, 2, 3, 5, 11 e 12, nas atividades mencionadas nos Anexos n.ºs 6, 13 e 14 e aquelas que forem comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos Anexos nºs 7, 8, 9 e 10. Conforme quadro abaixo: Quadro 1 – Adicional de insalubridade para as atividades ou operações insalubres Anexo Atividades ou operações que exponham o trabalhador Percentual 1 Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de tolerância fi xados no Quadro constante do Anexo 1 e no item 6 do mesmo Anexo. 20% 2 Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância fi xados nos itens 2 e 3 do Anexo 2. 20% 3 Exposição ao calor com valores de IBUTG, superiores aos limites de tolerância fi xados nos Quadros 1 e 2. 20% 4 (Revogado pela Portaria MTE n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990). - 5 Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior aos limites de tolerância fi xados neste Anexo. 40% 6 Ar comprimido. 40% 7 Radiações não-ionizantes consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 8 Vibrações consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 9 Frio considerado insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 10 Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 11 Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fi xados no Quadro 1. 10%, 20% e 40% 12 Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fi xados neste Anexo. 40% 13 Atividades ou operações, envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 10%, 20% e 40% 14 Agentes biológicos. 20% e 40% Fo nt e: < ht tp :/ /w w w .m te .g ov .b r/ le gi sl ac ao /n or m as _r eg ul am en ta do ra s/ nr _1 5 .p df > . A ce ss o em : 2 1 a go . 2 0 0 9 . 9 Segurança do trabalho I A04 Você sabia?... A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo, e isso poderá acontecer com adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância ou com a utilização de equipamento de proteção individual, comprovada através de avaliação pericial por órgão competente, que confi rme a inexistência de risco à saúde do trabalhador. São deveres do empregador quanto à insalubridade/ periculosidade: Comprovar, mediante laudo pericial-técnico, que fornece a seus empregados um ambiente de trabalho sadio (isento de insalubridade) e seguro (sem periculosidade). Adotar medidas técnicas de proteção coletiva que tornem o ambiente de trabalho dentro dos LT – limites de tolerância. Remunerar os empregados com o correspondente adicional de insalubridade ou de periculosidade enquanto persistirem, no ambiente de trabalho, os agentes agressivos nocivos à saúde ou à integridade física dos trabalhadores. Responda aqui 3Praticando... 10 Segurança do trabalho I A04 O que é limite de tolerância? Mas o que vêm a ser o limite de tolerância, como se determina esse limite? O limite de tolerância é a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza da atividade e o tempo de exposição a que o trabalhador fi ca exposto ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. Esses agentes são classifi cados em físicos, químicos e biológicos que passaremos a descrever. Pense um pouco mais... Você é favorável ao pagamento do adicional de insalubridade e periculosidade para os trabalhadores expostos a condições insalubres e perigosas respectivamente? Justifique sua resposta. 11 Segurança do trabalho I A04 Agentes considerados insalubres segundo a NR 15: Esses agentes são contemplados pela NR 15 – Atividades e operações insalubres e são caracterizados quantitativamente pelo limite de tolerância especifi cado nessa NR ou pela avaliação qualitativa no local. Agentes físicos São provenientes de fatores no ambiente de trabalho, que agem fi sicamente sobre o organismo do trabalhador. Ex.: Ruído, vibração, calor, pressões anormais, radiações, frio e umidade. Agentes químicos São substâncias que podem reagir com os tecidos humanos ou afetar o organismo, alterando seu funcionamento. Apresentam-se nas formas líquida (ácidos, solventes), sólida (poeiras) ou gasosa (vapores e gases). Esses agentes podem entrar em contato com as pessoas através de vazamentos acidentais, defeitos de embalagem ou, ainda, por seu uso incorreto. Figura 3 – Agente químico: poeira Fo nt e: C lá ud ia ( 2 0 0 7 ). 12 Segurança do trabalho I A04 Agentes Biológicos Os agentes biológicos são micro-organismos, visíveis apenas ao microscópio, causadores de doenças, com os quais os trabalhadores podem entrar em contato. Todas as pessoas estão sujeitas à contaminação por esses agentes, em decorrência de ferimentos, pela presença de colegas doenes ou por contaminação alimentar. Assim, podemos citar como exemplos de micro-organismos as bactérias, bacilos, vírus, fungos e parasitas. Figura 4 – Risco biológico: manipulação de sangue Agente não contemplado pela NR 15: Agente não especifi cado na NR 15 – Atividades e operações insalubres, mas também responsável por grande parte de doenças ocupacionais, tais como: Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT). Agentes ergonômicos São fatores que também produzem alterações na saúde dos trabalhadores, sendo fi siológicos ou psicológicos. Fo nt e: C lá ud ia ( 2 0 0 7 ). 13 Segurança do trabalho I A04 a) Fatores fi siológicos Os mais importantes são o ritmo do trabalho e as posições viciosas, que são responsáveis diretos pela fadiga muscular ou orgânica dos indivíduos. Figura 5 – Ergonomia: postura Fonte: Cláudia (2007). b) Fatores psicológicos São responsáveis pelo grande número de acidentes do trabalho e distúrbios funcionais, tendo como suporte negativo principal a monotonia e os trabalhos repetitivos. Para neutralizar ou liminar os agentes ambientais, algumas medidas de proteção podem ser tomadas,tais como: 14 Segurança do trabalho I A04 Medidas gerais de proteção para controle dos agentes Substituição: troca do agente nocivo por outro inócuo ou menos nocivo, por exemplo, trocar o jato de areia por jato de granalhas de aço; Umectação: emprego de água na perfuração, corte e trituração de rochas; Modifi cação do processo e método de trabalho: mudar os processos manuais por mecânicos; Enclausuramento: isolamento de trituradores, moinhos e tanques de substância voláteis para que não atinjam os demais trabalhadores. Redução de ruídos, poeira e névoas; Ventilação geral diluidora: destina-se a acelerar a renovação do ar ambiente; Ventilação local exaustora: exaustão junto à fonte poluidora; Aterramento: além de adequado isolamento, a rede elétrica necessita de sistema de descarga na terra visando a eliminar correntes que possam causar danos e/ou choques elétricos. Neste item cabe mencionar a proteção viabilizada por para-raio. Figura 6 – Enclausuramento dos martelos peneumáticos em cabinas acústicas Fontes: <http://www.nei.com.br/artigos.aspx?i=63>. Acesso em: 21 ago. 2009. 15 Segurança do trabalho I A04 Medidas individuais de proteção para controle dos agentes Exame médico admissional e periódico. Protetores auriculares para os trabalhadores expostos ao ruído. Medidas de higiene pessoal, como por exemplo, lavar as mãos devido ao manuseio de produtos químicos e riscos biológicos. Protetores respiratórios para as atividades com produtos químicos; diminuição das horas de exposição, uma vez que diminui a concentração do agente. Educação dos operários sobre os riscos a que estão expostos e as medicas de precaução. Uso de amortecedores e luvas para atividades com vibrações. Vacinação e precauções especiais para evitar o contágio com agentes biológicos. Figura 7 – EPI’s Fonte: <http://www.cimentoitambe.com.br/? acao=sec&p=vendas/epi>. Acesso em: 21 ago. 2009. 16 Segurança do trabalho I A04 Não é fácil introduzir uma política de prevenção na empresa. É preciso um grande poder de persuasão para fazer entender que o gasto em prevenção é um investimento altamente rentável, tendo como resultado o aumento da produção, a diminuição do absenteísmo ou ainda o clima de satisfação do operário, quando se sente assistido. Responda aqui 4Praticando... Sabemos que as medidas de proteção aos trabalhadores estão distribuídas em medidas de proteção coletiva e medidas de proteção individual. Para você, qual é a mais importante? Justifi que sua resposta. 17 Segurança do trabalho I A04 Para saber mais... MATOS, Antonio Carlos de. Layout. 1998. Disponível em: <http://www.empresario.com.br/artigos/ artigos_html/artigo_170699_a.html>. Acesso em: 24 ago. 2009. Artigo que aborda o conceito de layout. CAVALCANTI, Fabiano. Periculosidade e insalubridade. Disponível em: <http:// www.geocities.com/HotSprings/7169/Portoperi.HTM#INSALUBRIDADE>. Acesso em: 24 ago. 2009. Site que trata do amparo legal relacionado à insalubridade e periculosidade. JURISWAY. Disponível em: <http://jurisconcursos.com.br/v2/pergunta.asp ?pagina=1&idarea=1&idmodelo=354>. Acesso em: 24 ago. 2009. Site relacionado ao direito de adicional de periculosidade. Nesta aula, você conheceu as atividades e operações insalubres e perigosas que podem colocar em risco a saúde do trabalhador, uma vez que o ambiente de trabalho não esteja propício para recebê-lo. Estudou as possibilidades que existem para eliminar ou até mesmo reduzir esses riscos no ambiente de trabalho, como também viu que, não sendo possível minorar ou eliminar esses riscos, é devido ao trabalhador o adicional de insalubridade ou periculosidade específi co, como forma de advertir ao empregador sobre a necessidade de mudança das condições insalubres ou perigosas no ambiente laboral. 18 Segurança do trabalho I A04 1. Considerando o que são atividades insalubres e perigosas, identifi que quais atividades desenvolvidas abaixo faz jus ao adicional de insalubridade e/ou periculosidade e por que. Um Técnico de segurança do trabalho ao realizar a avaliação qualitativa e quantitativa do ambiente laboral detectou as seguintes situações: a) Em um posto de abastecimento de combustíveis trabalham na área de abastecimento, 6 horas por dia e utilizando medidas de proteção adequada, 4 operadores de bomba e 1 servente. ( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade Autoavaliação b) Em um restaurante, o cozinheiro realiza sua atividade, sem qualquer tipo de proteção, exposto 8 horas diárias ao ruído de 95 dB. ( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade 19 Segurança do trabalho I A04 c) Em um hospital especializado em doenças infecto contagiosas, os médicos trabalham, sem as devidas medidas de proteção, em contato direto com os pacientes portadores de HIV. ( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade d) Na manutenção das piscinas em um clube, o responsável utiliza na limpeza das piscinas o cloro. Sua atividade consiste na preparação, transporte e colocação do cloro na água. ( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade e) Em uma indústria de sacos plásticos, das 08 horas diárias de atividade, o trabalhador fi ca exposto 04 horas ao ruído de 88 dB, sem protetor auricular. ( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade 20 Segurança do trabalho I A04 Referências 1999 – TLVs e BEIs - Limites de Exposição (TVLs) para Substâncias Químicas e Agentes Físicos e Índices Biológicos de Exposição (BEIs). In: AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL INDUSTRIAL HYGIENISTS - ACGIH, p. 155-163, 1999. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NRs: normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho: Manuais de Legislação Atlas: Segurança e Medicina do Trabalho. São Paulo: Editora Atlas, 1999. ______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 15: atividades e operações insalubres. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_15. asp>. Acesso em: 24 ago. 2009. ______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 16: atividades e operações perigosas. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_16. asp>. Acesso em: 24 ago. 2009. DICIONÁRIO Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://www.priberam.pt/ dlpo/defi nir_resultados.aspx>. Acesso em: 24 ago. 2009. FUNDACENTRO. Curso de engenharia de segurança do trabalho. São Paulo: Fundacentro, 1979a. v 2 e 3. ______. Curso de medicina do trabalho. São Paulo: FUNDACENTRO, 1979b. v 5. GONÇALVES, Edwar Abreu. Segurança e medicina do trabalho em 1.200 perguntas e respostas. São Paulo: LTr, 1996. ______. Manual de Segurança e medicina do trabalho. São Paulo: LTr, 2000. SAAD, Eduardo Gabriel (Org.). Introdução à segurança do trabalho: textos básicos para estudantes de engenharia. São Paulo: FUNDACENTRO. 1981. TORREIRA, Raúl Peragallo. Manual de segurança industrial. São Paulo. Margus, 1999. 21 Segurança do trabalho I A04 ANEXO A – Riscos ambientais Neste anexo você vai tomar conhecimento detalhado dos riscos ambientais estudados nesta aula que lhe auxiliarão a identifi cá-los no ambiente de trabalho. Riscos Físicos Os riscos físicos são aqueles citados nos anexos 01, 02, 03, 05, 06, 07, 08, 09 e 10 da NR 15 – Atividades e operações insalubres. Ruído O ruído é um som confuso, desagradável, prejudicial ao organismo, produzido por movimento não periódico. Pode ser classifi cado em: contínuo, intermitente e de impacto (Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo). A maioria das indústrias apresenta o ruído como um problemaa ser resolvido, causado pelos processos industriais em si ou pelo fl uxo constante de matérias primas e produtos, que são trazidos, despejados, carregados e levados, operações estas geralmente ruidosas. a) Efeitos O efeito do ruído sobre o organismo é o da redução da capacidade auditiva e até surdez permanente. A consequência direta para o empregado é a irritabilidade, dor de cabeça, mal-estar, fadiga, redução da produtividade, aumento de acidentes, etc. b) A solução do problema de alto nível de ruído pode estar na fonte, trajetória e/ou receptor. Na solução do problema de ruído, devem-se considerar todas as soluções viáveis e analisar, para cada solução, o custo/benefício. Os custos de redução de ruído envolvem o custo de um projeto, montagem e manutenção ao longo do tempo do sistema de proteção. Assim, podemos citar: Solução no receptor – Trabalhador Neste caso, podemos utilizar cabine de proteção para isolar o trabalhador: 22 Segurança do trabalho I A04 uso de protetores auditivos até que ações sejam tomadas para a redução do ruído (o uso de protetores auditivos não deve ser considerado como solução permanente do problema); uso de indivíduos surdos nas áreas com alto nível de ruído e redução da jornada de trabalho nos ambientes ruidosos, com deslocamento do pessoal para outros ambientes com serviços mais silenciosos, diminuindo, assim, o tempo de exposição ao ruído de cada trabalhador. Solução na trajetória – Ambiente de trabalho Através do ar, criando obstáculos a sua propagação, podemos enclausurar a fonte de ruído, construir barreiras acústicas que absorvam e/ou isolem o ruído para que não passe de um ambiente a outro. Através das estruturas, utilizar materiais – borracha – que absorvam a vibração e choque originado do movimento do maquinário e assim amortizar o ruído, utilização de silenciadores capazes de reduzir à intensidade do ruído. Solução na fonte de origem do ruído Observar as especifi cações dos níveis máximos permitidos para equipamentos e processos industriais ainda na fase de compra. Substituir as máquinas, equipamentos e processos industriais barulhentos por sistemas mais silenciosos. Fazer modifi cações na fonte, tais como: redução das forças dinâmicas e velocidade, balanceamento dinâmico, isolamento e controle de vibração e ressonância. Outras medidas práticas de controle Educação do pessoal no sentido de colaborar nas medidas de controle. Realizações de carga e descarga desempenhadas nos horários de menor ruído. Layout adequado das operações industriais, evitando, assim, operações simultâneas no mesmo espaço em que provoquem ruído. Você sabia... O layout da fábrica é a disposição física do equipamento industrial. Inclui o espaço necessário para movimentação de material, armazenamento, mão- de-obra indireta e todas as outras atividades e serviços dependentes além do equipamento de operação e o pessoal que o opera. Layout, portanto, pode ser uma instalação real, um projeto ou um trabalho. 23 Segurança do trabalho I A04 c) Limites de tolerância para ruído contínuo e intermitente Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador e não devem ultrapassar os limites estabelecidos no quadro abaixo: NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Quadro 2 – Limite de tolerância para ruído contínuo Fonte: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_15_anexo1.pdf>. Acesso em: 24 ago. 2009. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. Cn Tn Tn – indica a máxima exposição diária permissível a este nível – limite de tolerância permissível. Cn – indica o tempo total que o trabalhador fi ca exposto a um nível de ruído específi co; 24 Segurança do trabalho I A04 d) Limites de tolerância para ruído de impacto Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB(LINEAR), medidos no circuito de resposta para impacto ou superiores a 130 dB(C), medidos no circuito de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente. Se, durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das seguintes frações C1/T1 + C2/T2 + C3/T3 ___ + Cn/Tn, exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. Vibração Ocorre, principalmente, nas máquinas pesadas e ferramentas manuais. Podem ser vibrações localizadas (aquelas recebidas por uma determinada parte do corpo) e vibrações de corpo inteiro (aquelas recebidas por todo o corpo do indivíduo). As vibrações têm como efeito a perda de sensibilidade do tato, deslocamento dos nervos, problemas nas articulações, entre outros. Os métodos para controle são: automatização, utilização de materiais absorventes, equipamentos de proteção individual, limitação do tempo de exposição, educação dos trabalhadores e exames médicos. Figura 8 – Trabalho com vibração Fonte: <http://www.promatecmaquinas.com.br/ Index_arquivos/page0001.htm>. Acesso em: 24 ago. 2009. 25 Segurança do trabalho I A04 Calor É um dos agentes ambientais mais frequentes nas indústrias. É comum sua manifestação nas fundições, usinas, fábricas, olarias, indústrias metalúrgicas e siderúrgicas. O próprio calor solar atinge, em muitos casos, níveis elevados, que, se não forem cuidados preventivamente, poderá constituir séria ameaça à saúde dos trabalhadores de construção civil, rurais e de atividades executadas a céu aberto. Os principais efeitos sobre o organismo são: insolação, câimbra, desidratação, erupções na pele, etc. Figura 9 – Trabalho na cana-de-açúcar Fonte: <http://www.eja.org.br/userfi les/trabalho_no_campo/ ca_tc_p24.jpg>. Acesso em: 24 ago. 2009. Pressões Anormais São situações em que o homem é submetido a pressões diferentes da atmosférica. Podem ser divididas em: Baixa pressão: estão sujeitos os trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes; Alta pressão: estão sujeitos os trabalhadores em caixões pneumáticos, campânulas, mergulhadores, etc. 26 Segurança do trabalho I A04 Os efeitos sobre o organismo são: Compressão: ruptura do tímpano e dos pulmões, problemas de circulação, etc. Descompressão: ruptura dos alvéolos pulmonares, dores generalizadas, suores, paralisias, problemas respiratórios, etc. Radiações Radiações são energias transmitidas no espaço como ondas eletromagnéticas e corpusculares. São classifi cadas em ionizantes e não ionizantes. a) Efeitos Quando o organismo absorve radiações ionizantes, sofre lesões e males causados pelos efeitos de ionização e excitação dos átomos. Principaistipos de radiações: raios Alfa, X, Beta e Gama. A radiação não ionizante, quando absorvida pelo corpo, excita os átomos, provocando o aumento de sua energia interna. As principais são: micro-ondas, infravermelho, ultravioleta e laser. Figura 10 – Sinalização de perigo p/ radiação ionizante Fonte: <http://negocios.maiadigital.pt/hst/sinalizacao_seguranca/sinalizacao_perigo#caracteristica>. Acesso em: 24 ago. 2009. 27 Segurança do trabalho I A04 b) Limites de tolerância Nas atividades ou operações onde trabalhadores possam ser expostos a radiações ionizantes, os limites de tolerância, os princípios, as obrigações e controles básicos para a proteção do homem e do seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante, são os constantes da Norma CNEN-NE-3.01: “Diretrizes Básicas de Radioproteção”, de julho de 1988, aprovada, em caráter experimental, pela Resolução CNEN nº 12/88, ou daquela que venha a substituí-la. Frio Para as atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigorífi cas ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. a) Efeitos As lesões produzidas pela ação do frio afetam principalmente as extremidades e áreas salientes do corpo, como pés, mãos, face e outras. As principais doenças dermatológicas causadas pelo frio são ulcerações, frostbite, fenômeno de Raynaud, pé de imersão e urticária pelo frio, enregelamento dos membros e Hipotermia. b) Limites de tolerância No Brasil, até o presente momento, não existe regulamentação de limites de tolerância de exposição ao frio, dessa forma, devemos seguir as recomendações propostas pela ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists), os Threshold Limit Values (TLVs) – Valores Limites, no sentido de proteger os trabalhadores dos efeitos da exposição ocupacional ao frio utilizando os valores limites para esta exposição, sob os quais a maioria dos trabalhadores possa estar protegido dos efeitos adversos à saúde. Figura 11 – Câmera de congelamento Fonte: Cláudia (2008). 28 Segurança do trabalho I A04 Umidade As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidades excessivas, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de verifi cações realizadas nesses locais para estudar a implantação de medida de controle. A exposição do trabalhador à umidade pode acarretar doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, entre outras. Para o controle da exposição do trabalhador à umidade podem ser tomadas medidas de proteção coletiva (como o estudo de modifi cações no processo do trabalho, colocação de estrados de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteção individual (como o fornecimento do EPI - luvas de borracha, botas, avental para trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, limpeza etc). Fonte: <http://www.fi ocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/riscos_fi sicos.html>. Acesso em: 24 ago. 2009. Riscos Químicos Os riscos químicos são aqueles citados nos anexos 11, 12 e 13 da NR 15 – Atividades e operações insalubres. Fatores que infl uenciam na toxidade do agente A gravidade do agente no organismo humano depende da concentração do produto químico, do tempo de exposição do trabalhador ao agente químico, da suscetibilidade individual de cada um (uma pessoa é mais ou menos susceptível de responder a determinado estímulo que outras), de idade – pessoas mais velhas tendem a desenvolver doenças mais facilmente e intoxicação anterior, uma vez que o agente químico vai se acumulando no organismo. Efeitos Principais efeitos no organismo são irritação dos olhos, nariz, pulmões, pele, asfi xia, intoxicações, anestesia e pneumoconioses – poeira nos pulmões. 29 Segurança do trabalho I A04 ALGUNS AGENTES QUÍMICOS E OS PROBLEMAS CAUSADOS POR ELES: Chumbo Doença causada: saturnismo. Locais: funilarias, fábricas de baterias, tipografi as e mineradoras. Sintomas: cólica, inapetência e fraqueza generalizada. Sinais: orla azulada nas gengivas. Figura 12 – Efeitos do Chumbo Fonte: <http://www.cimm.com.br/conteudo/noticias/imagem/Image/chumbo(1).jpg>. Acesso em: 24 ago. 2009. Sílica Doença causada: silicose Locais: minerador de rochas, vidraçarias, fábricas de abrasivos, operadoras de jato de areia. Sintomas: lesões nos pulmões Sinais: falta de ar, tosse. 30 Segurança do trabalho I A04 Figura 13 – Jateamento de areia Fonte: <http://www.ando.com.br/images/ estrutura02.jpg>. Acesso em: 24 ago. 2009. Monóxido de Carbono Locais: fonte de combustão incompleta de carvão e motores de explosão. Sintomas: da dor de cabeça leve até a perda da consciência e morte. O monóxido de carbono (CO) impede o carregamento do oxigênio até os tecidos do organismo. Figura 14 – Queima de combustível: aquecedor a gás Fonte: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/materias/imagens/00143_06.jpg>. Acesso em: 24 ago. 2009. Cromo Locais: galvanoplastias Sintomas: úlceras de evolução lenta e perfuração do septo nasal. 31 Segurança do trabalho I A04 Figura 15 – Atividade de galvanoplastia Fonte: <http://www.pietroborgo.com.br/servicos/cromoduro.htm>. Acesso em: 24 ago. 2009. Riscos Biológicos São considerados agentes biológicos os micro-organismos causadores de doenças, tais como vírus, bactérias, parasitas, fungos, bacilos, com os quais pode o trabalhador entrar em contato, no exercício das mais diversas atividades profi ssionais. Por exemplo: os profi ssionais médicos, enfermeiros, funcionários de hospitais, sanatórios, laboratórios de análise biológica, dentre outros. Dentre as doenças profi ssionais causadas por esses agentes, citamos a tuberculose, brucelose, tétano, malária, febre amarela, febre tifóide e carbúnculo. Podemos ainda afi rmar que as técnicas de avaliação quantitativa, bem como as máximas concentrações permissíveis no ar, não são absolutamente válidas ou confi áveis, devendo-se dessa forma tomar cuidados quanto à exposição desses agentes, usando medidas preventivas de vacinação, esterilização, rigorosa higiene pessoal e do ambiente de trabalho, equipamento de proteção individual e controle médico permanente. (FUNDACENTRO, 1979). 32 Segurança do trabalho I A04 Anotações 05 Cláudia Régia Gomes Tavares C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O Inspeções de segurança SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... Objetivos 1 Segurança do trabalho I A05 Nesta aula, você vai estudar sobre as inspeções de segurança, qual a importância dessa tarefana empresa, o que se deve observar no ambiente laboral para identifi car as situações que põem em risco a saúde e integridade física do trabalhador, através de uma lista de verifi cações (chek list), no sentido de garantir a manutenção das condições ambientais favoráveis ao homem e a execução da tarefa a ser desenvolvida. Identifi car no ambiente de trabalho situações de risco. Conhecer as modalidades de inspeções de segurança. Propor melhorias no ambiente de trabalho mediante as situações de risco identifi cadas. 2 Segurança do trabalho I A05 Para começo de conversa... Quase todo acidente de trabalho pode ser considerado, em princípio, um caso de incompetência profi ssional de qualquer natureza, frequentemente, relacionado com a falta ou defi ciência de alguma Instrução de Trabalho. Daí a necessidade de um plano permanente de análise do trabalho, visando à elaboração e revisão constantes dessas Instruções, o que se faz através das inspeções de segurança. O objetivo principal da inspeção de segurança é identifi car, no ambiente de trabalho, as situações de risco. Nesse aspecto, quando verifi cadas situações que não expõem os trabalhadores a riscos graves e iminentes à segurança e à saúde, deverão ser propostas as devidas correções e posterior averiguação das mesmas. Caso contrário, a detecção de grave e iminente risco deverá ser comunicada imediatamente ao responsável para as medidas cabíveis. 3 Segurança do trabalho I A05 A importância da inspeção de segurança A Inspeção de segurança é aquela destinada à identifi cação, análise e tratamento dos riscos existentes no processo de trabalho. O profi ssional que irá desempenhar essa investigação deverá realizar visitas aos setores da empresa, procurando os riscos que envolvem o patrimônio, o ser humano, a produção, e o meio ambiente. A inspeção é considerada uma das mais importantes atividades para a melhoria do nível de segurança das entidades, não só por identifi car riscos, como também pelo fato do trabalhador perceber o interesse da empresa em controlar riscos e, consequentemente, evitar danos à sua saúde. Nesse caso, a credibilidade é efetivada quando forem tomadas as medidas necessárias para o controle dos riscos detectados, através da participação e envolvimento de todos. Nesse aspecto, a empresa ganha com a redução de acidentes e, consequentemente, com a redução de custos provenientes desses acidentes. Tipos de inspeção Você estudou a importância e os benefícios de se realizar as inspeções de segurança no ambiente laboral, agora você conhecerá quais os tipos de inspeções que podem ser realizadas na empresa e quem são os responsáveis por isso. Inspeções de rotina É aquela realizada frequentemente pelos responsáveis da segurança do trabalho e visa a encontrar erros comuns no ambiente de trabalho, tais como: arrumações perigosas, defeitos em equipamento, atitudes perigosas dos operários, etc. 4 Segurança do trabalho I A05 Inspeções periódicas São inspeções realizadas por determinados períodos de tempo visando a averiguar condições inseguras, naturalmente estabelecidas pelos desgastes de peças, esforços e agressões em máquinas, móveis, objetos, etc. A legislação determina a necessidade de inspeções periódicas em determinados equipamentos, como caldeiras, elevadores e extintores de incêndio. Figura 1 – Caldeira Fonte: <http://mrsf.eng.quimica.blog.uol.com.br/>. Acesso em: 27 ago. 2009. Inspeções especiais Inspeção que busca identifi car riscos presumíveis, necessitando de realização de medições, amostragens, etc. Nesse caso, poderão ser detectadas situações anormais de trabalho. Nas inspeções especiais, como a inspeção de uma caldeira ou a determinação da presença de riscos ambientais em determinado processo, há necessidade de contratação de técnicos especializados que podem detectar os risco e sugerir soluções. Responda aqui 1Praticando... 5 Segurança do trabalho I A05 Estudamos três tipos de inspeções: de rotina, periódicas e especiais. Analisando cada uma delas, descreva, de forma sucinta, sua importância e os seus benefícios para o trabalhador. Embargo é a paralisação total ou parcial de uma obra. Interdição é a paralisação total ou parcial de um estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento dentro de uma instituição ou empresa. Serviço em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho é um serviço dentro da empresa composto por Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de Enfermagem do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Técnico de Segurança do Trabalho, cuja fi nalidade é a promoção da saúde e a proteção da integridade do trabalhador no local de trabalho. Embargo Interdição SESMT 6 Segurança do trabalho I A05 Quem são os responsáveis pelas inspeções de segurança As pessoas encarregadas das inspeções podem ser funcionários da própria empresa, técnicos contratados da área de segurança ou inspetores governamentais, no caso, os auditores fi scais do trabalho. Nas inspeções ofi ciais, normalmente, não há a preocupação com uma análise posterior, visando à eliminação do risco. O Auditor procura observar os pontos confl itantes com a legislação e notifi ca o empresário para as medidas cabíveis. Segundo Gonçalves (2008), o descumprimento às normas de segurança e saúde no trabalho sujeitará a empresa às sanções administrativas possíveis de serem aplicadas pela fi scalização trabalhista, por intermédio dos seguintes procedimentos fi scais: Orientação – procedimento no qual a fi scalização trabalhista, considerando situações especiais, como a primeira inspeção realizada na empresa e desde que não seja constatada qualquer infração de natureza grave, limita-se a transmitir ao empregador orientações técnicas preventivas de segurança e saúde no trabalho. Notifi cação – procedimento fi scal em que são concedidos prazos específi cos para correção de determinadas infrações à legislação de segurança e saúde no trabalho, encontradas nas inspeções do trabalho, mediante a lavratura do Termo de Notifi cação. Nesse caso, uma vez cumpridas as recomendações de segurança, dentro dos prazos estabelecidos pela fi scalização, a empresa está isenta do pagamento de multas administrativas. Autuação – procedimento fi scal no qual o Auditor-Fiscal do Trabalho, após notifi cação, constata a persistência de uma infração à legislação de segurança e saúde no trabalho, procederá à lavratura do auto de infração, dando início, assim, ao efetivo início do processo de aplicação de multa trabalhista administrativa. Embargo ou interdição – paralisação total ou parcial de serviços ou atividades em determinado estabelecimento, quando constatada a presença de, pelo menos, uma situação de risco grave e iminente. O trabalho sistemático de inspeção dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina no Trabalho (SESMT) diminui a frequência de situações de risco, uma vez que é sua responsabilidade, dentro da sua competência técnica, promover um ambiente saudável. Responda aqui 2Praticando... 7 Segurança do trabalho I A05 Por sua vez, a Classifi cação Brasileira de Ocupação (CBO) incumbe ao Técnico de Segurança do Trabalho (3516-05) a responsabilidade de inspecionar o ambiente laboral para posterior recomendação de prevenção e controle de riscos. E dentro da empresa, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) no âmbito de sua competência, realiza, periodicamente, verifi cações nos ambientes das condições de trabalho visando à identifi cação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. De uma forma geral, todos os funcionários, chefes de setores são responsáveis e defundamental importância para a inspeção de segurança no ambiente de trabalho, pois é de sua competência a verifi cação da utilização correta de Equipamento de Proteção Individual (EPI), a inspeção diária de ferramentas, a correta execução dos métodos e processos de trabalho, etc. Sabemos que os responsáveis pela inspeção de segurança são funcionários da própria empresa, técnicos contratados da área de segurança ou inspetores governamentais. Dessa forma, responda objetivamente, qual o papel das inspeções ofi ciais dos auditores fi scais? 8 Segurança do trabalho I A05 O que devemos inspecionar nos diversos setores de uma empresa? O ambiente laboral é composto por vários setores, cada setor se caracteriza pela execução de uma atividade específi ca, por exemplo: no escritório, o trabalho é caracterizado pela disposição do mobiliário estrategicamente posicionado para receber clientes e funcionários, a ofi cina mecânica compreende o funcionamento de máquinas elétricas e utilização de ferramentas manuais para o cumprimento das tarefas, no armazenamento de matéria prima há constante fl uxo de carga e descarga de materiais, etc. O que vistoriar em cada um desses ambientes? Para auxiliá-lo nesse entendimento, citamos alguns itens que devem ser examinados nos ambientes laborais: Arranjo físico Quase não se dá a devida importância de como as máquinas e equipamentos estão distribuídos no ambiente laboral, mas isso é um grande erro, pois uma má distribuição poderá acarretar acidentes de trabalho, por exemplo: Em um depósito de materiais o fl uxo de entrada e saída de veículos deve ser planejado de tal forma que os mesmos não colidam. A sequência das máquinas e equipamentos na linha de produção evita perda de tempo e desperdício de material. A disposição dos botões de um painel de controle é estabelecida pela sequência dos mais utilizados para os menos utilizados, racionalizando tempo e erros no processo de produção. Assim, temos por defi nição que o arranjo físico é o estudo sistemático que procura uma combinação adequada das instalações dentro do espaço disponível. 9 Segurança do trabalho I A05 Figura 2 – Arranjo físico: equipamento dentário Fonte: <http://portalteses.cict.fi ocruz.br/img/ thesis/fi ocruz/1998/souzahmmrd/image05.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2009. Corrente elétrica A corrente elétrica é responsável por um número considerável de acidentes provenientes da não utilização de materiais isolantes e de boa qualidade, aterramento nos equipamentos, não cumprimento das normas de segurança, acidentes provocados por religamento, indução, contato de linha energizada com outra desligada, etc. O choque elétrico é um estímulo rápido e acidental do sistema nervoso do corpo humano (condutor de eletricidade), pela passagem de uma corrente elétrica. Figura 3 – Corrente elétrica natural Fonte: <http://portalsaofrancisco.com.br/alfa/eletricidade/imagens/eletricidade-18.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2009. Responda aqui 3Praticando... 10 Segurança do trabalho I A05 Inspecionar a corrente elétrica é considerada como medida preventiva de segurança. Assim, descreva 5 elementos a serem observados nas instalações elétricas e por que inspecionar cada um desses elementos. 11 Segurança do trabalho I A05 Ferramentas manuais Das partes do corpo, as mãos são as que sofrem o maior número de acidentes e não poderia deixar de ser, pois é através delas que se realizam as tarefas. Dentro desse contexto, as ferramentas de trabalho são consideradas o prolongamento das mãos, uma vez que são utilizadas para acessar o que as mãos não conseguem alcançar. Figura 4 – Ferramentas manuais Fonte: <http://static.hsw.com.br/gif/home-repair-tools-ga-3.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2009. Máquinas e equipamentos As máquinas e equipamentos são de fundamental importância para a atividade laboral; são elas que executam as tarefas mais difíceis, deixando o trabalhador com a atividade de manuseio e controle sobre elas. Figura 5 – Trava e bloqueio de circuitos elétricos Fonte: <http://www.seton.com.br/aanew/produtos/imgg/A161.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2009. 12 Segurança do trabalho I A05 Sistema de transporte no estabelecimento O sistema de transporte no estabelecimento comercial ou industrial é responsável pelo fl uxo de materiais. Essa atividade pode ser executada por um ou vários trabalhadores, utilizando-se ou não de equipamentos manuais ou motorizados para auxiliar no transporte. Uso de motores e bombas Os motores e bombas são dispositivos elétricos ou mecânicos utilizados para acionamento de máquinas e equipamentos, oferecendo riscos de choque elétrico, intoxicação por gases ou ruídos. Figura 7 – Atividade da Construção Civil Figura 6 – Bomba elétrica Fonte: <http://www.metalcorte.com/motores_eletricos/por/index.asp>. Acesso em: 27 ago. 2009. Atividades de construção civil A construção civil é uma das atividades com o maior índice de acidentes de trabalho, talvez pelos métodos e processos de trabalho não terem se aprimorado como em outras áreas ou ainda pela presença de trabalhadores não especializados. Fo to : Al da n (2 0 0 8 ). Responda aqui 4Praticando... 13 Segurança do trabalho I A05 Considerando o ambiente de trabalho da construção civil, cite duas situações que devem ser observadas nas inspeções de segurança em relação ao ambiente de trabalho do marceneiro, ferreiro, eletricista e pintor. Complemente a atividade, defendendo a importância de se inspecionar esse tipo de ambiente. 14 Segurança do trabalho I A05 Atividades em escritório Apesar do ambiente de escritório ser aparentemente calmo, devemos levar em consideração os riscos de acidentes provenientes das condições ambientais, tais como: instalações elétricas, equipamentos energizados, ferramentas de trabalho utilizadas, incêndios, monotonia, Lesões por Esforço Repetitivo – LER nos casos do uso do computador, fadiga visual, posturas devido à permanência em uma única posição – a sentada ou até mesmo ruídos e poeiras provenientes de ambiente próximo ao de escritório. Figura 8 – Escritório: estilete Figura 9 – Equipamento solda oxi-acetilênica Fo nt e: < ht tp :/ /w w w .s up rim ax .c om .b r/ pr od ut os .p hp ?t ip o= 3 2 > . A ce ss o em : 2 7 a go . 2 0 0 9 . Processo de soldagem A solda é um processo de trabalho utilizado na fusão de metais e pode ser dos tipos oxiacetilênica ou elétrica. Ambas requerem os seguintes cuidados no seu manuseio: Solda oxiacetilênica Processo de utilização do oxigênio e acetileno no processo de soldagem. Fo nt e: < ht tp :/ /w w w .u ne rj. br /u ne rj/ gr ad ua ca o/ cu rs os 2 / im ag en s- la bs /l ab or at or io _d e_ so ld a/ in de x. ht m l> . A ce ss o em : 2 7 a go . 2 0 0 9 . 15 Segurança do trabalho I A05 Solda elétrica Utilização de equipamento elétrico para o aquecimento na fusão dos metais. Figura 10 – Equipamento de solda elétrica Fonte: <http://www.portalridgid.com.br/ produtos/images/70662.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2009. Técnicas de armazenamento No local destinado a armazenamento das matérias primas, produtos fi nais, etc., deve- se verifi car a estabilidade dos pisos e paredes no local de armazenamento da matéria prima, assim como as recomendações dos fabricantes. Um ambiente de trabalho oferece muitas situações de risco que são específi cos de cada atividade ou processo de trabalho, assim, para garantir a efi cácia de uma boa inspeção de segurança no ambiente analisado, faz-se necessária a criação de uma lista de verifi cação – Check List – contendoos itens que serão inspecionados. Para construir uma lista de verifi cação, devem-se realizar questões a respeito de tudo que deverá ser analisado no ambiente. Pode-se utilizar check list para inspeções específi cas, tais como inspeção de incêndio, caldeira, instalações elétricas, assim como check list de inspeções gerais – escritórios, almoxarifado, serralheria, marcenaria, etc., onde são averiguadas todas as normas de segurança do trabalho. Por exemplo: a sala de almoxarifado deverá conter, na lista de verifi cação de itens relacionados com movimento de carga, empilhamento, proteção contra incêndio, instalações elétricas, pisos defeituosos, etc., seguindo as NR’s específi cas. Responda aqui 5Praticando... 16 Segurança do trabalho I A05 Considerando as medidas preventivas que se devem manter no ambiente laboral para evitar acidentes, descritas no anexo 1, crie uma lista de verifi cação desses itens baseando-se na estrutura do exemplo de check list proposto no anexo 2. 17 Segurança do trabalho I A05 Para saber mais... REIS, Jorge. Grave e iminente risco. Blog Jorge Reis, 5 abr. 2006. Disponível em: <http://blog.jorgereis. com/2006/04/05/grave-e-iminente-risco/>. Acesso em: 27 ago. 2009. Artigo relacionado ao conceito de grave e iminente risco. CLASSIFICAÇÃO BRASILIEIRA DE OCUPAÇÕES –CBO. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf>. Acesso em: 31 ago. 2009. Descrição sumária das atividades do Técnico de Segurança do Trabalho. CIPA. Disponível em: <http://cipa.inatel.br/cipa/cipa/o-que-e-cipa.html>. Acesso em: 27 ago. 2009. O que é CIPA? Artigo que explica o papel da CIPA na empresa. INSPEÇÃO de segurança. Disponível em: <http://www.prevencao.com.br/ inspecao.htm>. Acesso em: 27 ago. 2009. Artigo relacionado ao conceito de Inspeção de segurança. Nesta aula, você estudou as inspeções de segurança e sua importância na prevenção de acidentes de trabalho. Na próxima aula, vamos conhecer como as investigações de acidentes de trabalho realizam o mesmo papel. Autoavaliação 18 Segurança do trabalho I A05 Responda às questões a seguir: 1. O que é uma inspeção de segurança? 2. Qual a importância de uma inspeção de segurança na empresa? 3. Qual o objetivo de uma inspeção de segurança? 4. Cite alguns tipos de inspeção de segurança. 5. Quem são os responsáveis pelas inspeções de segurança dentro da empresa? 6. Como o poder público atua nas inspeções de segurança? Explique detalhadamente sua resposta. 7. O que é um layout? 8. De uma forma geral, que situações devem ser observadas nas inspeções de segurança? E qual a importância disso? 9. O que é uma lista de verifi cação? E qual sua importância nas inspeções de segurança? As inspeções de segurança, dada a sua importância, têm como fi m diagnosticar, no ambiente de trabalho, situações de risco em máquinas, equipamentos, atividades de trabalho, etc. e sua posterior correção. Dessa forma, é tarefa do responsável pela área de segurança do trabalho, objetivando a prevenção de acidentes, realizar as inspeções e suas devidas correções. 19 Segurança do trabalho I A05 Referências BACCELLI, Gilberto; FERNANDES, Francisco das Chagas de Mariz; GONÇALVES, Edwar Abreu. TAVARES, Cláudia Régia Gomes. Segurança do trabalho: apostila. Natal: CEFET/ RN, 2000. BRASIL. NR 3: embargo ou interdição. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/ legislacao/normas_regulamentadoras/nr_03_at.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2009. GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de segurança e saúde no trabalho. São Paulo: LTr, 2008. INSPEÇÃO de segurança. Disponível em: <http://www.geocities.com/Athens/Troy/8084/ acid_15.htm>. Acesso em: 29 ago. 2009. OLIVEIRA, Helton. Objetivo, conceitos e tipos de inspeção de segurança. Areaseg.com, 21 fev. 2004. Disponível em: <http://www.areaseg.com/artigos/inseg_helton.zip>. Acessado em: 29 ago. 2009. SAAD, Eduardo Gabriel (Org.). Introdução à segurança do trabalho: textos básicos para estudantes de engenharia. São Paulo: FUNDACENTRO, 1981. TORREIRA, Raúl Peragallo. Manual de segurança industrial. São Paulo: Margus, 1999. 20 Segurança do trabalho I A05 ANEXO 1 Medidas preventivas que se devem manter no ambiente laboral para evitar acidentes: Arranjo físico a) Posicionar as máquinas e equipamentos de tal forma que evite com que as pessoas se fi ram. b) Isolamento de processos perigosos, dessa forma se procura evitar situações susceptíveis de ocasionar acidente. c) Dimensionamento nos espaços dos corredores e passagens de veículos, facilitando o tráfego de veículos e pessoas. d) Distribuição adequada do maquinário, levando-se em consideração a iluminação e ventilação no ambiente laboral. Ex.: um computador deve ter seu monitor livre de refl exos de qualquer fonte de luz natural ou artifi cial. e) Reduzir o nível de ruído, utilizando máquinas e equipamentos menos barulhentos, dessa forma, aumentando o ritmo da produção. Corrente elétrica a) Todas as partes elétricas devem ser projetadas e executadas de modo a prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico, segundo as Normas Brasileiras Regulamentadores – NBR. b) As instalações elétricas devem ser providas de proteção contra contato acidental das partes que estão sob tensão do serviço (tomadas, fi ação e quadros energizados isolados completamente, convenientemente construídos, posicionados ou dispostos para acesso no caso de emergência, protegidos por meio de dispositivos adequados). c) Os equipamentos e circuitos energizados deverão ser aterrados e protegidos contra fuga de corrente, como também não transmitir corrente para outro equipamento desenergizado. d) Utilização de dispositivos automáticos – disjuntores – que interrompem o circuito elétrico quando detectam valores de corrente ou tensão fora da faixa estabelecida em projeto. e) Os dispositivos de desligamento e manobra de circuitos elétricos devem possuir sinalização e identifi cação dos circuitos. f) Proibir a ligação simultânea de tomadas, salvo se o circuito foi projetado para atender essa demanda. 21 Segurança do trabalho I A05 Ferramentas manuais a) Inspecionar as ferramentas em relação ao estado de conservação antes de usar – por exemplo: dentes de serra manual, isolamento de alicates nas instalações elétricas, verifi cação da estabilidade das partes apoio das mãos nas ferramentas manuais, etc. b) Estabelecer um programa de controle de ferramentas no sentido de manutenção e troca de ferramentas defeituosas. c) Treinamento do uso correto da ferramenta nas diversas atividades e esclarecimento das consequências quanto ao uso incorreto das mesmas. Máquinas e equipamentos As máquinas e equipamentos devem ser projetados, instalados e mantidos, assim, observe as instruções: a) nenhuma proteção deve ser ajustada ou retirada do lugar, salvo manutenção – por exemplo: ao se fazer a manutenção das partes móveis de um maquinário se faz necessária a retirada da proteção para se ter acesso às polias e engrenagens, fora isso as proteções deverão ser mantidas fora do alcance de pessoas; b) os reparos, a limpeza, os ajustes e a inspeção somente podem ser executados com as máquinas paradas, salvo se o movimento for indispensável à sua realização; c) quando estiverem em manutenção, a força motriz (eletricidade) deve ser desligada e a chave travada e rotulada; d) o procedimento de acionamento das máquinas deverá ser realizado somente quando as proteções estiverem em seus devidos lugares e sem defeitos; e) comunique ao supervisor quando as proteções das máquinas estiverem defeituosas ou ausentes para sua posterior correção; f) é proibido o trabalho de pessoas com equipamento mecânico ou em suas proximidades, usando roupas largas e/ou com pontas, cabelos desprotegidos, unhas longas e uso de adereços; g)é permitido o manuseio de máquinas e equipamentos na obrigatoriedade de uso do EPI – Equipamento de Proteção Individual – específi co daquela atividade: óculos de segurança, luvas, sapatos. 22 Segurança do trabalho I A05 Sistema de transporte no estabelecimento Para o deslocamento de carga por meio manual ou mecânico, devemos observar que: a) os carros de roda deverão ter protetores de mão nas partes onde estiverem sendo puxados manualmente; b) o centro de gravidade da carga deverá ser o mais baixo possível para evitar acidentes de desmoronamento; c) a carga deve estar disposta em uma altura que não obstrua a visão, não escorregue ou caia do meio de transporte – por exemplo: carro-de-mão, empilhadeira, caminhão; d) é proibido andar para trás com o carro-de-mão, pois não se tem a visão do caminho a ser percorrido; quando necessário, em descida de rampa, colocar o carrinho à sua frente; na subida, posicionar o carrinho atrás, evitando que em um acidente a carga caia sobre o trabalhador; e) para os transportes de carga motorizados, a velocidade deverá ser segura e estar sob controle, além do uso coerente para o qual se destina, não podendo transportar pessoas onde somente deve ser realizado o transporte de materiais, por exemplo: gruas, carro-de-mão, caçamba de caminhões, empilhadeiras, elevadores de carga, etc . Uso de motores e bombas Devem ser projetados e instalados de forma que: a) não ofereçam riscos de acidentes por contato, ao serem segregados em cabinas ou cercados, enclausurados sem prejudicar a ventilação; b) aqueles com motores de combustão interna deverão ter dispositivos que impeçam ação direta sobre o volante e atenção aos gases de escape; c) aqueles movidos a motores elétricos terão dispositivo automático de desligamento, quando do funcionamento irregular e serão aterrados conforme recomendação da NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade; 23 Segurança do trabalho I A05 d) sejam providos de dispositivo de Isolamento acústico e quando essa medida coletiva não for sufi ciente para alcançar os níveis de ruído permitido para a audição do trabalhador, o mesmo deverá fazer uso dos equipamentos de proteção individual tipo protetor auricular – abafadores, plugs; e) as partes móveis, tais como: polias, correias, engrenagens, etc., deverão ser protegidas contra acidentes de contato, assim como cuidados especiais deverão ser tomados ao se realizar as devidas manutenções; f) a lubrifi cação de bombas e motores em movimento só poderá ser realizada de forma automática. Atividades de construção civil Na construção civil deve-se: a) realizar a programação e treinamento de todos os trabalhos nas diversas etapas da construção civil cujo objetivo é reduzir danos humanos, perda de materiais e recursos econômicos; b) constituir um sistema de fi scalização efi caz na localização e correção das condições e práticas inseguras; c) manter programa de entrega e fi scalização dos Equipamentos de Proteção Individual e Equipamentos de Proteção Coletiva, assegurando a manutenção periódica e reposição, quando necessário, assim como treinamento quanto ao seu uso; d) manter programa de inspeção e manutenção das máquinas, equipamentos e ferramentas, assim como prover esses equipamentos de proteção adequada, tipo: proteção das partes móveis, proteção contra contato direto com partes energizadas, revestimento adequado nas partes de pega das ferramentas manuais; e) assegurar a investigação dos acidentes, pesquisando as causas dos mesmos no sentido de evitar sua ocorrência e repetição; f) constituir programa de conscientização dentro da empresa no sentido de despertar nos trabalhadores o interesse e a colaboração de todos nos aspectos da segurança do trabalho, tais como: treinamento de segurança, criação da brigada de incêndio, constituição e treinamento da CIPA, palestras de conscientização, promoção das Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho, etc. 24 Segurança do trabalho I A05 Atividades em escritório As atividades em escritórios, aparentemente simples, requerem cuidados nas seguintes situações: a) para o uso de grampeadores e furadores deverá ser exercida pressão normal de utilização, assim como cuidados quanto ao uso de extrator de grampo, evitando-se acidentes leves, tais como ferimentos nas mãos; b) a tesoura e outros instrumentos cortantes deverão ter bainha para proteção dessas partes, assim como deverão ser guardadas em gavetas e ter uso apropriado; c) o uso de lâminas, estiletes, espetos para papel e outros objetos pontiagudos sobre a mesa deverão ter proteção nessas partes; d) cuidados deverão ser tomados ao se executar corte de papel com guilhotina; e) evitar armazenamento de líquidos infl amáveis, tais como álcool, óleos, etc.; f) as instalações elétricas deverão ser dimensionadas de acordo com especifi cações técnicas, estar em boas condições de uso, assim como os equipamentos deverão ser conectados às tomadas de potência específi ca; g) quando as máquinas e equipamentos não estiverem sendo utilizados, deverão fi car desligados; h) as gavetas e portas de mesa, estantes ou armários devem permanecer fechados; i) o empilhamento de materiais deve obedecer à sequência do maior para o menor peso, para garantir a estabilidade; j) cuidados com pisos irregulares e molhados; k) obedecer ao uso adequado a que são destinados as escadas e elevadores; l) em caso de incêndio, não utilizar elevadores, utilizando-se das escadas de emergência para a saída do local; m) no caso de fi car preso por falta de energia ou problema mecânico, não acenda chamas, use lanternas, faróis ou lâmpadas de emergência; n) o ambiente deverá estar sempre em ordem e limpo. 25 Segurança do trabalho I A05 Solda oxiacetilênica Para esse tipo de solda deve-se observar: a) limpeza das válvulas do cilindro antes de abrir o registro; b) limpeza dos condutores de oxigênio e gás combustível antes de utilizá-los; c) ajuste da chama do acetileno à velocidade adequada e só depois abrir a válvula do oxigênio para a chama desejada; d) não uso de lubrifi cantes em reguladores, bicos, etc – óleo e oxigênio poderão ocasionar explosões; e) afastamento de combustíveis do calor e das chamas, devendo os mesmos serem colocados em lugares isolados e bem ventilados. Solda elétrica A solda elétrica requer que: a) na conexão da máquina, a tomada não deverá estar sob tensão, nesse caso o disjuntor ou chave fusível deverá estar desligada (o); b) sejam certifi cadas se todas as conexões estão bem feitas e protegidas; c) não se coloque a pinça na peça a soldar nem sobre pontas energizadas, nem sobre peça condutora que não pertença ao circuito; d) não se deve esquecer da peça de aterramento; e) não se modifi que a regulagem da corrente enquanto estiver funcionando. Cortar a corrente a cada arco prolongado; f) periodicamente, o equipamento seja limpo e os contatos verifi cados; g) os cabos devem fi car isolados e protegidos contra possíveis deteriorizações. 26 Segurança do trabalho I A05 Técnicas de armazenamento No local destinado a armazenamento das matérias primas, produtos fi nais, etc., deve- se ter em consideração que: a) o peso do material não deve ser superior à resistência do piso, devendo o mesmo ser dimensionado para tal fi m; b) as pilhas deverão estar afastadas das paredes (mínimo 0,5m) para garantir a estabilidade da estrutura de alvenaria ou outro material, facilitar o combate ao fogo, não prejudicar a ventilação, iluminação e o trânsito de pessoas e materiais; c) os volumes fechados não devem ter objetos se projetando para fora, nem difi cultar o acesso a materiais de combate ao fogo e saídas de emergência; d) o armazenamento deverá obedecer aos requisitos de segurança especiais a cada tipo dematerial; e) materiais depositados devem obedecer a alinhamento pré-defi nido. 27 Segurança do trabalho I A05 ANEXO 2 Exemplo de Check List (lista de verifi cação) para Inspeções de rotina: DADOS GERAIS: Nome da empresa: _______________________________________________ Data da Inspeção: _____/_____/____ Local da Inspeção: Almoxarifado Tipo de Inspeção: (X) Rotina ( ) Periódica ( ) Especial ( ) Responsável pela Inspeção: ________________________________________ Assinatura: ______________________________________________________ Orientações: Marque SIM (S) ou Não (N) para cada situação encontrada durante a inspeção. As questões que não pertencem ao ambiente inspecionado deverão ser registradas como NÃO SE APLICAM (NA). QUESTÕES A SEREM VERIFICADAS SITUAÇÃO ENCONTRADA (S) (N) (NA) OBSERVAÇÕES EPI 1. Nesse ambiente há necessidade do uso de EPI? 2. Há sinalização em relação à obrigatoriedade do uso do EPI? 3. Foi encontrado alguém sem a utilização do EPI específi co? 4. Os EPI’s utilizados estão em boas condições de uso? 5. Os empregados estão com sapatos adequados às condições dos locais e tarefas em que atuam? RECURSOS HUMANOS 6. As pessoas responsáveis pelo levantamento manual de carga possuem treinamento respectivo? 28 Segurança do trabalho I A05 7. Os empregados tiveram treinamento/palestras, sobre segurança e saúde ocupacional? 8. Os trabalhadores tiveram treinamento no combate a incêndio? 9. No transporte manual de sacas é obedecida a distância máxima de 60,00 m que o trabalhador poderá percorrer? 10. Os PCMSO´s de todos os empregados estão atualizados e disponíveis? 11. Há caixa com materiais de primeiros socorros e de fácil acesso para os empregados? 12. Há bancos, onde os empregados que trabalham em pé possam, se necessário, descansar por alguns instantes? 13. Houve alguma campanha interna de prevenção de acidentes, nos últimos 6 meses? 14. Há menores de idade (abaixo de 18 anos) trabalhando mo ambiente analisado? A Direção contrata menores de idade? CONDIÇÕES AMBIENTAIS 15. Há materiais, produtos, equipamentos, peças, etc. armazenados que ofereçam risco de desabamento? 16. O peso do material armazenado/estocado está prejudicando a estabilidade do piso? 17. O material armazenado/estocado está obstruindo portas e janelas? 18. O material empilhado está afastado a uma distância mínima de 0,50 m das estruturas das paredes? 19. Existe distância adequada nos locais de passagens de pessoas? 20. O piso é de material não escorregadio? 21. O piso encontrava-se molhado no momento da inspeção? 29 Segurança do trabalho I A05 22. O piso encontra-se com alguma saliência? 23. Há mapa de risco no ambiente analisado? 24. O mapa de risco está atualizado? 25. Empilhadeiras e/ou paleteiras possuem sinalização de carga máxima? 26. Os produtos que apresentam riscos, quando armazenados, estão sinalizados e guardados livres de situações perigosas (gás, solventes, tintas, produtos químicos)? 27. Há registro de controle de pragas no ambiente analisado? 28. A aeração das instalações no ambiente analisado é considerada boa? 29. As instalações de trabalho são varridas, lavadas e/ou higienizadas, diariamente? 30. O ambiente de armazenagem/estocagem é protegido contra intempéries? 31. Chove dentro das instalações, nos postos de trabalho, em dias de chuvas, comprometendo as condições de trabalho e a saúde dos empregados? INSTALAÇÕES CONTRA INCÊNDIO 32. A rede de incêndio está com a pressão de água adequada? 33. As mangueiras e acessórios para água de incêndio estão em bom estado de conservação? 34. Os extintores estão com sinalização de 1m2 abaixo deles? 35. As demarcações dos extintores no solo (1m2) estão livres e desimpedidas? 36. Os extintores de incêndio estão dentro da validade? 37. Os extintores estão bem distribuídos no ambiente avaliado? 30 Segurança do trabalho I A05 38. Há croquis mostrando onde estão os extintores, onde há mangueiras e pontos para conexão delas com a rede de água de incêndio? 39. Os empregados sabem como manusear extintores de incêndio? 40. O material armazenado está obstruindo as instalações contra incêndio? 41. O material armazenado está obstruindo a saída de emergência? 42. As portas de escape e saída de emergência abrem para fora? INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 43.As condições de iluminação das instalações são satisfatórias? 44. Há para-raios nas instalações da empresa? 45. As instalações elétricas dentro da área operacional estão em perfeito estado de uso e não representam riscos quando são acionadas (fusíveis, disjuntores, chaves, interruptores, quadros de força)? 46. As tomadas estão sendo utilizadas de acordo com a tensão de serviço especifi cada? 47. No quadro geral de luz e força os disjuntores estão devidamente sinalizados? 48. Os tanques e equipamentos utilizados possuem aterramento? MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 49. Há equipamentos, máquinas, ferramentas ou instrumentos sendo usados sem manutenção ou lubrifi cação, colocando em risco quem os usa? (Perguntar aos empregados) 50. As áreas de circulação dentro das instalações da empresa estão sinalizadas, para informar e resguardar as pessoas e empregados que têm que transitar dentro delas? 31 Segurança do trabalho I A05 51. Há cartazes com informações sobre uso correto de equipamentos e ferramentas? 52. Há cartazes sobre “Proibido Fumar” dentro do ambiente analisado? DIVERSOS 53. Há sistema interno de comunicação (rádio, walk-talk, interfones), para comunicação em caso de emergências? 54. Há registros de acidentes e análises de causas, para que melhorias possam ser implementadas posteriormente? 55. As áreas de atividades operacionais estão demarcadas no solo e sinalizadas? 56. As sinalizações de segurança estão obedecendo ao que recomenda a NR 26? Anotações 32 Segurança do trabalho I A05 06 C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O SEGURANÇA DO TRABALHO I Cláudia Régia Gomes TavaresInvestigação de acidentes de trabalho Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... Objetivos 1 Segurança do trabalho I A06 Já discutimos que o ambiente de trabalho deverá oferecer condições seguras para a execução da tarefa prescrita pelo empregador, determinada no contrato de trabalho. Quando ocorrem falhas de segurança, surge o “acidente de trabalho” e a necessidade natural de se questionar sobre a(s) causa(s) que motivaram esse acidente, através de uma “Investigação de Acidentes”, que será objeto de estudo nesta aula. Entender a importância da investigação de acidentes. Conhecer as ferramentas de coleta de informações na investigação de acidentes. Identificar os possíveis fatores que geraram os acidentes. 2 Segurança do trabalho I A06 Para começo de conversa... A investigação de acidentes é um procedimento de segurança desenvolvido dentro da empresa, cujo objetivo é a prevenção de novos acidentes. Para isso é imprescindível que se reúna o maior número de informações possíveis para serem analisadas e se obter uma conclusão a respeito do mesmo. Dessa forma, identifi cam-se os fatores que contribuíram para o acidente, visando à formulação de recomendações para a prevenção de outros acidentes de mesma origem. 3 Segurança do trabalho I A06 Objetivo da investigação de acidentes O objetivo de uma investigação de acidentes é identifi car quais foram as causas básicas do acontecimento e chegar a conclusões efetivas para prevenir a repetição dos mesmos. Geralmente, isso não é bem entendido e, como resultado, a maioria das investigações se transformam em exercícios de achar culpados, responsáveis, defi ciências ou falhas e raras vezes se preocupam em realmente atingir seu objetivo. Importância da investigação de acidentes É importante fazer uma investigação de acidentes muito bem elaborada, pois os acidentes causam grandes perdas para as empresas, para os trabalhadores e suas famílias, perdas para a Previdência Social e para a sociedade, difi cultando, assim, o desenvolvimento da riqueza nacional e a preservação da saúde dos seus trabalhadores. Uma vez ocorrido o acidente, deve-se iniciar sua investigação para averiguar as possíveis causas e todos os fatores que contribuíram para que o mesmo ocorresse. Assim, faz- se necessária a intervenção, na empresa, de profi ssionais qualifi cados na área de segurança do trabalho, através do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), quando houver, em conjunto com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – (CIPA) na investigação dos acidentes. Após todo o processo de investigação e a determinação das causas do acidente, é imprescindível que os mesmos erros não se repitam, ocasionando novos acidentes pelos mesmos motivos anteriormente investigados. Aplica-se, na prática, o resultado de todo o trabalho investigativo. 4 Segurança do trabalho I A06 Figura 1 – Batalha contra acidentes Fonte: <http://br.geocities.com/fortesop/super.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2009. Conceitos básicos sobre acidentes A partir de agora, estudaremos sobre como fazer uma investigação de acidente do trabalho. Mas antes de iniciarmos este assunto, vamos primeiro aprender alguns conceitos importantes. Perigo de acidente É toda a situação com potencial de criar danos, ferimentos ou lesões pessoais, danos para a propriedade, instalações, equipamentos, ambiente ou perdas econômicas. Risco de acidente Combinação da probabilidade de ocorrência de uma situação potencialmente perigosa e sua gravidade. Exemplo 1 5 Segurança do trabalho I A06 Um trabalhador vai executar uma pintura dentro de um tanque de armazenamento de combustível e, devido ao tempo em que permaneceu fechado, há pouco oxigênio em seu interior e existe a presença de gases provenientes do combustível armazenado. Neste caso temos: Figura 2 – Local confi nado Fonte: Foto Fundacentro Perigo de acidente – ar com pouco oxigênio. Baixo risco de ocorrência de acidente – o trabalhador entra no ambiente com equipamento de adução de ar. Alto risco de ocorrência de acidentes – o trabalhador entra no local sem tomar as devidas medidas preventivas. Praticando... 1Praticando... 6 Segurança do trabalho I A06 Considere a atividade de motorista de caminhão. Na situação de um transporte rodoviário de diversos veículos (comboio) com mercadorias, os motoristas dirigem mantendo uma distância de segurança para evitar colisões. Baseado no exemplo anterior, identifi que o que é o Perigo (situação de acidente), qual o baixo risco de ocorrência de acidente e qual o alto risco de ocorrência de acidentes. Acidente Evento indesejável, não programado, que resulta em morte, doença, lesão, dano ou outras perdas. Incidente Evento não planejado, não desejado, em que não há perdas de qualquer natureza. Obs: Um incidente em que NÃO ocorre doença, lesão, dano ou outra perda também é chamado de “quase acidente”. Desvios São as posturas, ações ou condições ambientais inseguras que podem gerar acidentes ou incidentes. Exemplo 2 7 Segurança do trabalho I A06 Um trabalhador da construção civil, ao executar uma tarefa na parede externa de uma edifi cação, faz uso do andaime e leva suas ferramentas para auxiliá-lo na execução da mesma. Após realizar a tarefa, ao tentar descer do andaime, uma de suas ferramentas cai. Exemplifi cando os conceitos acima, podemos afi rmar: Figura 3 – Andaime Fonte: <http://www.redemaquinas.com/sispub/ver/1302/arquivo/2635>. Acesso em: 1 set. 2009. Desvio das ações de segurança – não proteger as ferramentas adequadamente. Incidente – a ferramenta cai do andaime sem atingir ninguém. Acidente com lesão corporal – a ferramenta cai do andaime e atinge um colega de trabalho que corta o ombro. Acidente com danos materiais – a ferramenta cai do andaime e quebra. Praticando... 2Praticando... 8 Segurança do trabalho I A06 Um trabalhador, em uma fábrica de eletrodoméstico, exerce sua atividade no local destinado ao armazenamento da matéria prima. Certo dia, ao receber um produto novo, recém comprado pela empresa, empilhou o material da mesma forma que fazia com outro produto similar, vindo a pilha a desmoronar. Observando esse exemplo, identifi que o desvio de ações de segurança, o incidente, o acidente com lesão corporal e o acidente com danos materiais. O primeiro passo para uma investigação de acidentes Você viu que o descaso em relação à não observância dos procedimentos de segurança pode levar a acidentes, assim, uma boa investigação de acidentes, que aponte realmente essas falhas, requer um planejamento de ações. Primeiro deve-se criar um formulário para investigação do acidente, contendo, no mínimo as seguintes informações: a) Informações de identifi cação do acidentado: Nome, função, idade, local do acidente, descrição da lesão, parecer do médico. b) Informações sobre o atendimento ao acidentado: Primeiros socorros, hora do acidente, descrição do acidente e testemunhas que presenciaram ou possam dar alguma contribuição para a investigação do acidente. TÉCNICA: DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO Instalações Ruído IluminaçãoMáquinas Ferramentas Substância Perigosa Habilidades Formação Sistema de ComunicaçãoAtitudes ARMANDO CAMPOS COMPORTAMENTO CRÍTICO AMBIENTEAGENTES MATERIAIS ORGANIZAÇÃO CARACTERÍSTICAS PESSOAIS 9 Segurança do trabalho I A06 c) Histórico de segurança desenvolvido pelo acidentado: O funcionário teve treinamento na execução de sua tarefa? Já se envolveu em um acidente antes? Outros funcionários se envolveram em acidente semelhante? Usava equipamento de proteção individual? Houve outros acidentes no mesmo local? Havia sinalização de segurança no local do acidente? d) Análise do acidente: busca de informações para responder às seguintes questões – ocorreram atos inseguros? Existem condições inseguras? Que fatores ou pessoas foram determinantes para a causa do acidente? Quais fatores de trabalho contribuirão para o acidente? Qual o tipo de acidente? e) Elaboração de um diagrama de causa e efeito: representação gráfi ca cujo objetivo é levantar as causas do acidente. Cada causa levantada vai gerar uma ação a ser feita. Resolvendo as ações, as fontes geradoras de acidentes de trabalho dentro da empresa vão diminuindo e o número de acidentes cairá dia após dia. Figura 4 – Diagrama de causa e efeito f) Elaboração de uma planilha com as estatísticas de acidentes: planilha cujo objetivo é a validaçãoe necessidades das ações de segurança dentro da empresa. Praticando... 3Praticando... 10 Segurança do trabalho I A06 Levando-se em consideração que a investigação de acidentes requer um trabalho de investigação minucioso, crie uma situação de acidente de trabalho fi ctício ou real. Elabore o formulário de investigação de acidentes, contemplando os itens descritos acima ou outros que você queira acrescentar e responda a ele. Quem é responsável dentro da empresa pela investigação de acidentes? A investigação de acidente deve ser feita pela Comissão Interna de Prevenções de Acidentes (CIPA) envolvendo o acidentado, as testemunhas e a supervisão direta. Quando existirem Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina no Trabalho (SESMT) dentro da empresa, a CIPA participa das investigações auxiliando o SESMT na busca das causas dos acidentes e das doenças ocupacionais. A NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), em seu anexo II, apresenta uma fi cha de análise de acidentes para auxiliar as atividades da CIPA nesta 11 Segurança do trabalho I A06 tarefa. Assim, para se realizar uma investigação de acidentes, deve-se pesquisar e registrar o maior número de informações possíveis. Dessa forma, a fi cha abaixo poderia ser complementada, no que couber, com informações essenciais ao desenvolvimento da investigação dos acidentes. Fo nt e: < ht tp :/ /w w w .t ra ba lh os eg ur o. co m /N R /n r5 _o ld /n r0 5 b. ht m > . A ce ss o em : 2 7 a go . 2 0 0 9 . Figura 5 – Ficha de análise de acidentes Praticando... 4Praticando... 12 Segurança do trabalho I A06 Responsabilidade profi ssional dos acidentes O trabalhador/empregador deve agir sempre com segurança. A falta de cuidados na execução da tarefa, a demora ao prevenir ou evitar um acidente podem ser enquadradas juridicamente como imprudência, negligência ou imperícia. a) Imprudência – é a falta de atenção, o descuido ou a imprevidência; é o resultado do ato do agente em relação às consequências de seu ato ou de sua ação, as qual devia e podia prever. O trabalhador/empregador tem consciência das normas de segurança, mas não as segue. Ex.: Transportar pessoas de carona na empilhadeira, utilização imprópria do EPI – capacete no cotovelo, etc. b) Imperícia – é o mesmo que inábil ou inexperiente. No conceito jurídico, compreende a falta de prática ou o não-conhecimento técnico necessário para o exercício de certa profi ssão ou arte. O trabalhador/empregador não tem qualifi cação para executar a tarefa e, mesmo assim, tenta fazê-lo. Ex.: um mecânico realizar a tarefa de um eletricista, manusear o elevador de carga sem ter treinamento específi co, etc. c) Negligência – consiste em desprezar, ou desatender, ou não dar o devido cuidado. Em síntese, compreende a desatenção quando da execução de determinados atos, causando danos. Ex.: descumprimento a uma Permissão para Trabalho (PT), não utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI), não fornecer o EPI em tempo hábil da execução da tarefa, etc. Considerando os conceitos que você estudou até agora, elabore exemplos de situações de trabalho em que ocorreram a prática da imprudência, negligência e imperícia. Elabore, no mínimo, dois exemplos de cada. 13 Segurança do trabalho I A06 Como realizar a investigação de acidentes Para a realização de uma investigação de acidentes completa, muitos fatores devem ser identifi cados, recolhidos e analisados. O responsável pela investigação de acidentes irá ao local do acidente, observará as condições ambientais de insegurança realizando uma análise preliminar dos riscos, devendo efetuar o registro fotográfi co da cena do acidente, identifi cando as possíveis causas, realizando anotações, entrevistando os envolvidos e as testemunhas do acidente. Evidências a serem observadas no local do acidente (adaptado INFOSEG, ed. 7) As evidências são tudo aquilo que é real, fundamentado e pode esclarecer os fatos. As provas físicas podem ser registradas, anotadas, fotografadas, medidas e analisadas, confi rmando a causa do acidente. Como evidências, podemos registrar: Posição das ferramentas e equipamentos Podem oferecer dados para se detectar se as ferramentas e equipamentos estavam sendo bem utilizadas ou não, se estavam adequados para o desenvolvimento da atividade. 14 Segurança do trabalho I A06 Figura 6 – improviso na amarração do andaime Fonte: Foto Cláudia Qualidade do ar na área do acidente Um ambiente insalubre, sem qualidade do ar que se respira, pode ter contribuído para a causa do acidente, dessa forma, sempre que necessário, deve-se medir a concentração do ar, procurando-se falhas administrativas, inefi ciência no controle da engenharia, obediência ao limite de exposição permitido, efi ciência ou não dos EPC’s e EPI’s utilizados. Operações, manuais, quadros e arquivos dos equipamentos Os manuais de operação fornecem informações sobre a integridade mecânica dos equipamentos, onde e como são utilizados, informações de como foram projetados, construídos, instalados e mantidos pela empresa, registro de antecedentes de falhas dos equipamentos em atividade, etc. Número de identifi cação dos equipamentos Ajuda na identifi cação das peças, na investigação de possíveis defeitos provenientes da fabricação. Praticando... 5Praticando... 15 Segurança do trabalho I A06 Limpeza e cuidado físico em torno do trabalho geral Limpeza defi ciente e manutenção inadequada de ferramentas e equipamentos podem contribuir para a incidência de acidentes. Assim, numa investigação, devemos procurar alguma classe de resíduo, lixo que possa ter contribuído com o acidente. Condições do piso, pavimento ou superfície As condições físicas da edifi cação favorecem ou não o número de acidentes. Assim, devem ser observados se: o piso é escorregadio; há buracos no piso ou nas paredes sem proteção; há superfícies molhadas. E ainda: existe espaço sufi ciente destinado à passagem de pessoas e veículos? Estão dimensionadas adequadamente para receber as cargas a que estão impostas? São situações que merecem respostas. Condições ambientais Em relação às condições ambientais, podemos investigar a iluminação do ambiente, fator primordial nas atividades de controle de qualidade, nível de ruído admissível abaixo do limite de tolerância, limitações de visibilidade com a presença de riscos químicos, tais como: pó, fumo ou névoa, possibilidade de distrações na área de trabalho ou em seus arredores, condições climáticas durante um acidente ao ar livre. Visite um ambiente de trabalho na sua cidade, descreva esse ambiente e faça uma análise das condições ambientais de insegurança que poderiam causar acidentes, observando os itens anteriormente estudados. 16 Segurança do trabalho I A06 Recolhimentos das provas no local do acidente Uma vez identifi cadas as evidências, as mesmas deverão ser recolhidas. O recolhimento consiste na localização, identifi cação e preservação da informação do acidente, de modo que possa ser analisada a qualquer momento, a fi m de auxiliar nas investigações. A pressa em liberar o local do acidente não ajuda na identifi cação e recolhimento das provas, difi cultando a investigação. Nesse caso, deve-se resistir às pressões para limpar a área, recolher os resíduos ou lavar o local do acidente até que todas as provas sejam analisadas e recolhidas. Como recurso, no auxílio às investigações, podemos fazer um esboço ou layout do local do acidente, defi nindo suas dimensões e posições das ferramentas e equipamentos, tirando fotografi as e fazendo anotações sobre o ocorrido. Uso de fotografi as na investigação de acidentes As fotografi as são o registro fi el do acontecimento;elas podem chamar a atenção de determinados detalhes que inicialmente não foram percebidos. Dessa forma, utilize máquinas digitais, pois elas podem ampliar algum elemento importante, assim como ser utilizadas na apresentação, avaliação e conclusão da investigação do acidente. Máquinas instantâneas poderão ser utilizadas, cabendo também o uso de fi lmadoras que registram com maior realismo a cena do acidente. 17 Segurança do trabalho I A06 Uso de desenhos na investigação de acidentes Os desenhos feitos dos locais de acidentes, layouts, croquis, dentre outros oferecem informações detalhadas e próximas ao acontecimento real, geralmente fornecem dados que as fotografi as não conseguem mostrar. Assim, podemos captar com o desenho o posicionamento no norte magnético, ângulos, distâncias, posicionamento de pessoas, máquinas e ferramentas, dados estruturais ou geográfi cos que poderão ser apresentados posteriormente, na análise ou relatório fi nal da investigação de acidentes. Utilização de anotações na investigação de acidentes As anotações da investigação de acidentes são um registro de fatos que envolvem o acidente e contêm informações sobre os acontecimentos observados pelas pessoas. A elaboração das anotações devem ser realizadas com qualidade e as mais fi éis possíveis, pois irão ser empregadas na elaboração do relatório fi nal. 18 Segurança do trabalho I A06 Utilização de entrevista na investigação de acidentes As entrevistas fazem parte de um processo posterior ao acidente e devem ser formuladas e aplicadas visando a determinar maiores informações sobre o que não fi cou bem esclarecido na ocasião do acidente, servindo para a determinação de detalhes que só depois de algum tempo poderiam ser evidenciados. Nas entrevistas realizadas com as vítimas ou testemunhas, o objetivo é apurar os fatos e não atribuir culpas, críticas ou discussões dos custos ou prejuízos legais envolvidos no acidente. Deixe isso bem claro para seu interlocutor, na forma como conduz a entrevista, pois o mesmo se sentirá mais à vontade para discutir os acontecimentos de forma que venha a colaborar com a investigação. Fatores relacionados aos acidentes São fatores decorrentes de erros operacionais, descumprimento de normas e procedimentos, estado psicológico do trabalhador que provocaram o acidente, falta de conhecimento na execução da tarefa, antecedentes de saúde e segurança, uso indevido de álcool e drogas no ambiente de trabalho. Erros operacionais São aqueles decorrentes da atividade normal do trabalhador que levam a uma situação de perigo. Podemos citar a re tirada das proteções de segurança das máquinas e ferramentas para manutenção e falha na recolocação desse item de segurança, uso de ferramentas defeituosas na execução da tarefa, pisos ou aberturas de tetos desprotegidos, presença de gases, vapores líquidos, emanações ou pós tóxicos, decorrentes do processo de trabalho, exposições a ruídos e vibrações resultantes do processo produtivo. 19 Segurança do trabalho I A06 Descumprimento de normas e procedimentos É operar equipamento sem a devida autorização, abreviação dos procedimentos convencionais de segurança para ganhar tempo. Assim, podemos citar a não utilização dos dispositivos de segurança ou contribuir para que se torne inoperante, utilização de ferramentas ou equipamentos impróprios para o uso específi co, carregamento ou armazenamento de materiais que ultrapassem os limites de segurança, uso de EPI’s inadequados ou mal conservados. Estado psicológico do trabalhador São fatores subjetivos de infl uência nas causas dos acidentes. O estado de espírito, as alternâncias de humor levam o trabalhador a proceder com negligência ou imprudência, devido às atitudes negativas ou hostis em relação a um colega, supervisor ou alguma tarefa de trabalho, desrespeito com as normas de segurança, negligência em aderir às instruções, conduta inadequada. Falta de conhecimento na execução da tarefa Atitude pessoal em que o trabalhador se propõe a executar uma atividade para a qual não está qualifi cado, confi gurando erro por imperícia. Antecedentes de saúde e segurança Os registros de lesões no acidentado ou seus colegas de trabalho, enfermidades registradas no setor de saúde, acidentes anteriores, ações disciplinares e treinamentos podem ajudar na identifi cação de áreas historicamente mais problemáticas dentro da empresa, que requerem maior atenção. Nesse caso, deve-se fazer uma pesquisa nos relatórios da empresa, incluindo situações de ataques verbais ou condutas agressivas e frequência nos programas de treinamentos que servirão de parâmetros na probabilidade de ocorrência de acidentes. Uso indevido de álcool e drogas no ambiente de trabalho O uso de substâncias ilícitas dentro ou fora do trabalho pode afetar o ânimo do trabalhador, retardar seus reflexos de resposta às situações problemas, causar depressão, dentre outros. Praticando... 6Praticando... 7Praticando... 20 Segurança do trabalho I A06 Podemos citar o álcool como responsável pelo absenteísmo (falta ao trabalho); o fumo como responsável pela defi ciência pulmonar do usuário e consequente queda na produtividade devido à ausência para saciar o vício; a maconha, responsável pela desatenção e dispersão ao executar uma tarefa e a cocaína, que ocasiona instabilidade mental. (DROGAS..., 2003, extraído da Internet). Visite o site <http://www.youtube.com> e pesquise vídeos relacionados à palavra “drogas”. Assista a pelo menos 2 vídeos e discuta com seus colegas o que mais lhe chamou à atenção sobre esse assunto. Você viu que, para a realização de uma investigação de acidentes completa, muitos fatores devem ser identifi cados, recolhidos e analisados. Dessa forma, vamos tomar como exemplo um acidente de tráfego, em que se envolveram 1 motocicleta, 1 carro de passeio e 1 pedestre na seguinte situação: estava a motocicleta parada atrás do carro em um semáforo, quando o sinal abriu, e o carro, ao iniciar a passagem, parou bruscamente para não atropelar um pedestre, ocasionando a colisão da motocicleta na parte de trás do automóvel. Baseado no que foi exposto até o momento, elabore, no mínimo, quatro perguntas que, em sua opinião, deveriam ser respondidas pela(s) pessoa(s) envolvida(s) no acidente de tráfego. 21 Segurança do trabalho I A06 Considerações fi nais Quando as investigações dos acidentes são feitas de forma adequadas, elas servem de ferramenta para melhorar o conhecimento dos supervisores e corrigir as práticas e condições inseguras que podem dar lugar a acidentes similares. Muitos supervisores consideram a prática da investigação de acidentes desnecessária e pouco importante, sem incentivo, o que ocasiona a elaboração de relatórios incompletos e defi cientes. Os supervisores diretos são os que estão mais familiarizados com os trabalhadores, equipamentos e procedimentos de trabalho, dessa forma são responsáveis em cuidar dos trabalhadores e proteger os recursos que estão abaixo do seu controle. São eles que têm melhores condições de corrigir uma prática ou condições inseguras. Dentro desse contexto, deve-se, através do treinamento, conscientizar os supervisores em relação à importância das investigações de acidente. As boas investigações são baseadas em práticas justas e não em encontrar culpados, dessa forma, o relatório fi nal poderia indicar a necessidade de uma nova forma de proteção, outros tipos de Equipamentos de Proteção Individual, melhores procedimentos ou atualização nos treinamentos. Para saber mais... ALMEIDA, Ildeberto Muniz de; BINDER, Maria Cecília Pereira. Metodologia de análise de acidentes: investigação de acidentes do trabalho. Disponível em: <http://www.segurancaetrabalho.com.br/textos- acidentes-trabalho-1.htm>. Acesso em: 28 ago. 2009. TROVÃO, Antônio de Jesus. Uma breveanálise acerca da sintaxe do Título III do Livro III, do Código Civil vigente: do dano. 2005. Disponível em: <http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=639>. Acesso em: 28 ago. 2009. COMO cada droga interfere na rotina do funcionário. 2003. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/primeiro/info/ artigos_130303.htm#3>. Acesso em: 28 ago. 2009. Autoavaliação 22 Segurança do trabalho I A06 As investigações de acidentes são de fundamental importância para a prevenção de acidentes no ambiente laboral. São elas que investigam as causas e suas consequências, cuja fi nalidade é não deixar que situações semelhantes possam gerar o mesmo tipo de acidente. Você estudou sobre como dar os primeiros passos para uma boa investigação de acidentes, o papel desempenhado pelo SESMT e pela CIPA, estendendo essas responsabilidades ao profi ssional técnico de segurança do trabalho. 1. Qual o objetivo principal da investigação de acidentes? 2. Qual a importância da investigação de acidentes? 3. O que é perigo de acidente? 4. O que são riscos de acidente? 5. Quem são os responsáveis pela investigação de acidentes dentro da empresa? Artigo da Folha de S. Paulo a respeito das drogas no ambiente de trabalho. ÁLCOOL x trabalho. 2008. Disponível em: <http://www.sindinoticias.com/ noticias/1/2563/alcool_x_trabalho>. Acesso em: 28 ago. 2009. Artigo relacionado ao consumo de álcool no trabalho. Nesta aula, estudamos como realizar uma investigação de acidentes no ambiente laboral. Dando continuidade ao nosso estudo, você vai aplicar os conhecimentos adquiridos até a presente aula na elaboração de um trabalho de campo a ser realizado no nosso próximo encontro. 23 Segurança do trabalho I A06 6. Juridicamente, quais as responsabilidades legais em relação aos danos causados por acidentes? 7. No caso de acidentes, quais os procedimentos iniciais de investigação a serem realizados? 8. Qual a importância de se investigar, no caso de acidentes, o uso de substâncias ilícitas pelo trabalhador? 9. Cite 3 (três) condições ambientais passíveis de serem investigadas como responsáveis por acidentes? 10. Cite 3 (três) práticas inseguras passíveis de serem investigadas como responsáveis por acidentes: Referências CAMPOS, Armando. Investigação de acidentes: diagrama de causa e efeitos. Disponível em: <http://www.nneventos.com.br/download/pdf/Workshop_1_4.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2009. CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS – CENIPA. Recomendação de Segurança e relatório fi nal. Disponível em: <http:// www.cenipa. aer.mil.br/cenipa/paginas/apresentacao_rso.php >. Acesso em: 28 ago. 2009. CONSEJO INTERAMERICANO DE SEGURIDAD – CIAS. Investigação de acidentes: difícil tarefa – partes I e II. Revista mensal de saúde e segurança do trabalho – PROTEÇÃO, Novo Hamburgo/RS, n. 143, p 61 – 64, nov. 2003. DROGAS no trabalho: o que as empresas podem fazer pelos funcionários. 2003. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/primeiro/info/ artigos_130303.htm#2>. Acesso em: 31 ago. 2009. INFOSEG: investigação de acidentes, ed. 7. Disponível em: <http://www.raccosafety. com.br/Edi%E7%E3o7%20-%20investiga%E7%E3o%20de%20acidentes.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2009. REVISTA MENSAL DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO – PROTEÇÃO, ano XVI, n. 144, p 70, dez. 2003. TRABALHO SEGURO.COM. Manual de instrução para o preenchimento do anexo I. Disponível em: <http://www.trabalhoseguro.com/NR/nr5_old/nr05b.htm>. Acesso em: 28 ago. 2009. 24 Segurança do trabalho I A06 ANEXO A – Recomendações para um bom registro fotográfi co 1. caso haja necessidade de remover os equipamentos para realizar o resgate dos trabalhadores lesionados, deve-se instruir ao pessoal do resgate que o faça movendo somente o absolutamente necessário; 2. tire fotografi as que o ajudem a reconstruir a cena do acidente e se possível tenha em mente ou registrado como era o ambiente anterior ao acidente. Dessa forma tire fotos da área geral do acidente, e depois as mais detalhadas ou específi cas; 3. em cada foto tirada, registre as informações relativa as mesmas de forma que o propósito seja explicado; 4. seja o mais rápido possível ao fotografar a cena antes que alguém altere qualquer elemento primordial na investigação; 5. fotografe todos os equipamentos que poderiam ter alguma relação com o acidente; 6. as fotografi as que registram os depoimentos devem ser tiradas na mesma posição da pessoa (ex.: sentado, em pé...) e no nível dos seus olhos; 7. no caso de foto próximas, utilize algum objeto que sirva como referencial de tamanho e perspectiva apropriados. Por exemplo, as dimensões de um maquinário podem ser comparadas com a altura de uma pessoa posicionada perto da máquina na foto, ou para pequenas dimensões o auxílio de uma régua. A fotografi a por se só deverá ser auto-explicativa. 25 Segurança do trabalho I A06 ANEXO B – Recomendações para uma boa entrevista 1. realize a entrevista o mais breve possível e de preferência no local do acidente, desta forma você terá mais recursos para entender a situação; 2. determine a condição física e estado psíquico e mental do empregado, principalmente se a entrevista for realizada no local do acidente; 3. assegure o fato de que a investigação visa a prevenção de um novo acidente ou qualquer lesão adicional, isso faz com que a entrevista adquira um nível de experiência e de aprendizagem ao invés de se transformar em um inquérito; 4. explique que deseja somente apurar os fatos. Não interrompa ou peça mais detalhes no momento da entrevista. Evite atitudes defensivas, comentários pejorativos, acusações ou opinião pessoal; 5. Perguntas abertas geram maiores detalhes que perguntas fechadas do tipo sim ou não; 6. sugira a repetição da versão do evento dada pelo empregado. Estimule qualquer correção ou adição de novos dados, formulando perguntas apropriadas que direcionem as prováveis causas do acidente. Não sugira negligências, erros ou culpa; 7. fi nalize a entrevista agradecendo a pessoa por sua colaboração com o processo. Fonte: Adaptado de <http://www.raccosafety.com.br/Edi%E7%E3o7%20-%20investiga%E7%E3o%20de%20acidentes.pdf>. Acesso em: 1 set. 2009. Anotações 26 Segurança do trabalho I A06 Anotações 27 Segurança do trabalho I A06 Anotações 28 Segurança do trabalho I A06 07 Cláudia Régia Gomes Tavares C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O Trabalho de Campo: identifi cação de risco SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... Objetivos 1 Segurança do trabalho I A07 ...que a segurança do trabalho em conjunto com a medicina do trabalho são fundamentais para manter a saúde e integridade física do trabalhadore que o empregador, auxiliado pelos profi ssionais especializados em segurança e medicina do trabalho, o trabalhador e o governo identifi cam, em seus respectivos campos de atuação, o cumprimento das normas e regras estabelecidas para a segurança do trabalho. Nesta aula, vamos formar grupos com 5 alunos que irão visitar e analisar um ambiente de trabalho, observando, identifi cando e anotando todas as situações de risco existentes que estão prejudicando ou prejudicarão a segurança e a saúde do trabalhador. Reconhecer situações de risco. Elaborar um relatório das condições ambientais de trabalho. Analisar a política de segurança de uma empresa. Socializar as diversas situações de risco encontradas. 2 Segurança do trabalho I A07 Para começo de conversa... Em um ambiente laboral, você encontrará diversas situações de risco, desde um piso escorregadio a concentrações de substâncias químicas no ar. Nessa primeira abordagem, deverão ser inspecionadas, no ambiente de trabalho, as condições ambientais em que se encontra o trabalhador. Figura 1 – A identifi cação do agente químico determina seu armazenamento e manuseio. Fonte: ST–760: manuseio de produtos químicos, Coleção de Bolso: Nova SIPAT Você deve utilizar o que foi visto no conteúdo das aulas 4, 5 e 6 para formar a sua lista de questionamentos a serem respondidos no decorrer da visita ao ambiente escolhido. Assim, vamos iniciar nossa aventura, descrevendo as situações de risco nas instalações da edifi cação em que estão inseridos os trabalhadores, analisando quantitativamente as condições ambientais de insalubridade ou periculosidade estudadas na aula 4, averiguando as instalações de combate a incêndio, disposição do mobiliário, emprego correto das máquinas e ferramentas, etc. 3 Segurança do trabalho I A07 Procedimentos a serem observados para a aula de campo Para a realização de uma visita técnica na empresa, você deve tomar alguns cuidados no sentido de que a atividade seja realizada com sucesso, dessa forma são necessários: 1. a autorização da empresa ou estabelecimento: após uma conversa informal acerca da permissão de visita ao estabelecimento, é importante você realizar o pedido formal através de um ofício da instituição de ensino, identifi cando o nome das pessoas que irão realizar a visita, o objetivo da visita e o compromisso de utilizar essas informações somente para fi ns didáticos (Anexo 1); 2. a confi rmação da visita: depois de confi rmada a visita, os alunos devem comparecer pontualmente ao estabelecimento na hora determinada pela empresa para serem identifi cados e iniciarem a visita. Esta deve ser acompanhada, preferencialmente, do responsável pela segurança do trabalho na empresa; 3. a apresentação pessoal: os alunos deverão comparecer ao estabelecimento trajando roupas discretas, tais como calça comprida, camiseta, camisa ou blusa e sapato ou tênis fechado, de forma que não desviem a atenção das pessoas para si; 4. o uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual): o uso de EPI dependerá da atividade de cada empresa, nas empresas de construção civil, o EPI básico consiste em capacete de segurança e sapatos com biqueiras em aço, já para as indústrias, além do capacete e calçado de segurança, pode-se necessitar de protetor auricular e/ ou protetor facial. Caso o aluno não disponha de EPI específi co, deverá se apresentar como recomendado no item 3 e certifi car-se da obrigatoriedade ou não do uso de EPI na empresa e sua disponibilidade para os visitantes; 5. as atitudes durante a visita: os alunos deverão manter-se juntos para realizar a coleta de informações do ambiente, guiados pelo representante da empresa, de forma a não atrapalhar o andamento normal das atividades e não se colocarem em situações de risco; 6. a coleta de informações: para a identifi cação dos riscos, os alunos deverão ter em mente o que foi estudado na aula 4 – “Noções de atividades e operações insalubres e perigosas” e as recomendações no decorrer desta aula. 4 Segurança do trabalho I A07 Em uma visita agendada em uma fábrica de tecelagem, o ambiente laboral a ser visitado é um galpão amplo em alvenaria, pé direito elevado, piso industrial em granilite, cobertura em telha de alumínio e estrutura metálica, iluminação fl uorescente e ventilação artifi cial climatizada. O ambiente é ruidoso, impossível para uma conversação, as máquinas possuem partes móveis expostas e são alimentadas por energia elétrica, o ambiente apresenta-se com poeira de fi bra de algodão em suspensão no ar. Baseado no que foi exposto, que tipo de roupa, calçados você deveria usar e qual tipo de EPI é recomendado para se realizar essa visita? Praticando...Praticando... 1 Figura 2 – Ambiente da atividade – 1 Fonte: Cláudia (2009). 5 Segurança do trabalho I A07 Como elaborar um relatório das condições ambientais de trabalho Um relatório das condições ambientais de trabalho é realizado, após a visita ao local de trabalho, pelo responsável em segurança do trabalho, contendo tudo que foi observado para posterior análise e sugestões. O relatório de inspeção divide-se nas seguintes etapas a serem descritas: Introdução; Descrição da empresa; Descrição dos ambientes que compõem a empresa; Descrição da identifi cação de riscos; Conclusão da atividade; ETAPA I – Introdução Nessa etapa inicial, você deverá descrever a importância da verifi cação dos riscos dentro da empresa/instituição a ser analisada, situar a importância/contribuição da empresa/ instituição escolhida na economia local, enfatizando sua produção e o que acarretaria a frequência de acidentes naquela empresa/instituição para a comunidade. ETAPA II – Descrição da empresa Nesse espaço, você identifi cará a empresa analisada pelo nome, razão social, endereço, atividade econômica, descrição da atividade e número de funcionários, etc. e começará a organizar o documento da investigação. 6 Segurança do trabalho I A07 Exemplo 1 ETAPA II Nome da Empresa: Arte Fato Endereço: Rua da Saudade, 1000 Razão Social: 111.111.111/0001-111 Atividade Econômica: Fabricação de artefatos de cimento CNAE: 2330-3/02 Total de empregados: 100 ETAPA III – Descrição dos ambientes que compõem a empresa Nessa etapa, você descreverá o ambiente físico de trabalho, coletando informações tais como nome do setor, descrição das atividades naquele setor, tipo de piso, Iluminação (número de lâmpadas), ventilação (número e tipo de janelas), paredes, cobertura, etc. Exemplo 2 ETAPA III Ambiente 1 (Nome): Diretoria Piso: Revestimento cerâmico Iluminação: Natural e artifi cial Ventilação: Ambiente climatizado Paredes: Em alvenaria, pintadas na cor azul Cobertura: Laje Etc.: Ambiente 2 (Nome): Almoxarifado Piso: Cimentado Iluminação: Artifi cial com lâmpadas fl uorescentes Ventilação: Natural Paredes: Alvenaria pintada na cor branca Cobertura: Telhas em alumínio e estrutura metálica Etc.: 7 Segurança do trabalho I A07 ETAPA IV – Descrição da identifi cação dos riscos Aqui você descreverá quais são os riscos e seus agentes encontrados nos diversos setores da empresa, tais como: Riscos físicos – existência de fontes de ruídos, temperaturas excessivas, vibrações, pressões anormais, radiações, umidade, vibração. Riscos químicos – presença de substâncias químicas, tais como sílica livre, chumbo, monóxido de carbono, cromo. Riscos biológicos – bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, etc. Riscos ergonômicos – posto de trabalho inadequado (mobiliário, equipamentos e dispositivos), “lay-out” inadequado (caminhos obstruídos, corredores estreitos, etc), ventilação e iluminação inadequadas, esforços repetitivos, posições viciosas, problemas relativos ao trabalho em turno, assédio moral, problemas relacionadoscom a organização do trabalho. Riscos de acidentes – pisos escorregadios, arranjo físico, eletricidade, máquinas e equipamentos, incêndio/explosão, armazenamento, ferramentas, existência de acidentes com animais peçonhentos, etc. Continuando... O reconhecimento dos riscos deverá ser realizado inicialmente com a sua identifi cação – Riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou de acidentes. Determinação e localização das possíveis fontes – Ex.: Risco físico: ruído, fonte geradora: ar condicionado, localizado a 1,50 m do piso. Identifi cação das possíveis trajetórias e o meio de propagação – Ex.: trajetória: ar; propagação: meio ambiente. Função e número de empregados – Ex.: secretária, número de empregados expostos ao risco: 3. Caracterização da atividade – Ex.: prepara relatórios, documentos, digita no computador, levanta para atender ao chamado do chefe, utiliza ferramentas cortantes (tesoura, estilete...), etc. Tipo de exposição: contínua, intermitente ou eventual. 8 Segurança do trabalho I A07 A avaliação qualitativa do tempo de exposição ao risco é determinada pela Lei 3.311/89 em seu item 4 – ANÁLISE QUALITATIVA e subitem 4.4 da seguinte forma: A análise do tempo de exposição traduz a quantidade de exposições em tempo (horas, minutos, segundos) a determinado risco operacional sem proteção, multiplicado pelo número de vezes que esta exposição ocorre ao longo da jornada de trabalho. Assim, se o trabalhador fi car exposto durante 5 minutos, por exemplo, a vapores de amônia, e esta exposição se repetir por 5 ou 6 vezes durante a jornada de trabalho, então seu tempo de exposição é de 25 a 30 min./dia, o que traduz a eventualidade do fenômeno. Se, entretanto, ele se expõe ao mesmo agente durante 20 minutos, e o ciclo se repete por 15 a 20 vezes, passa a exposição total a contar com 300 a 400 min./dia de trabalho, o que caracteriza uma situação de intermitência. Se, ainda, a exposição se processa durante quase todo ou todo o dia de trabalho, sem interrupção, diz-se que a exposição é de natureza contínua. Fonte: <http://www.trabalhoseguro.com/Portarias/port_3311.html>. Acesso em: 27 ago. 2009. Medidas de proteção existentes: medidas de prevenção que estão sendo adotadas para reduzir ou eliminar o risco – EPC (Equipamento de Proteção Coletiva) ou EPI (Equipamento de Proteção Individual). Exemplo 3 ETAPA IV Ambiente 1 (Nome): Diretoria No de empregado(s): 3 Função – 1: Secretária Descrição da atividade – 1: Receber clientes, digitação, atender telefone, passar fax, fazer anotações. Ferramentas/materiais utili- zados: Tesoura, estilete, extrator de grampo, apontador elétrico, computador, fax, impressora, papel. Ambiente 1 (Nome): Diretoria No de empregado(s): 1 Função – 2: ASG Descrição da atividade – 2: Executa a limpeza do ambiente, com pano úmido, cera. Ferramentas/materiais utili- zados: Mope seco (rodo), detergente, cera para piso, vassoura, pano úmido. 9 Segurança do trabalho I A07 Riscos Físicos Risco físico 1: Ruído Fonte geradora: ar condicionado Localização: parede próxima à janela a 1,5 m do piso Tempo de exposição: contínua Medidas preventivas: manutenção periódica Risco físico 2: calor Fonte geradora: caldeira Localização: exterior à sala Tempo de exposição: contínua Medidas preventivas: climatização (ar condicionado) Riscos químicos Risco químico 1 Agente: Hipoclorito de Sódio (NaClO) – Cloro Tempo de exposição: contínua Medidas preventivas: uso de luvas de borracha Riscos biológicos Risco biológico 1: Não há Agente: Fonte geradora: Tempo de exposição: Medidas preventivas: Riscos ergonômicos Risco ergonômico 1: Agente: posições forçadas Fonte geradora: cadeira, levantamento de peso Tempo de exposição: eventual Medidas preventivas: mobiliário ergonômico, uso de vassouras com haste comprida, treinamento para levantamento de peso Praticando...Praticando... 2 10 Segurança do trabalho I A07 Riscos de acidentes Risco de acidentes 1: choque elétrico, cortes, perfurações Fonte geradora: computador, fax, impressora, apontador elétrico. Meio de propagação: contato Tempo de exposição: eventual Medidas preventivas: instalações elétricas em perfeito estado de conservação. Riscos de acidentes Risco de acidentes 1: cortes e perfurações Fonte geradora: estilete, tesoura, papel. Meio de propagação: contato com as mãos Tipo de exposição: eventual Medidas preventivas: treinamento ETAPA V Conclusão da atividade – nesse momento, você deverá analisar, de uma forma geral, a preocupação da empresa/Instituição em relação à segurança e saúde de seus funcionários, se ela aplica ou não medidas prevencionistas no sentido de garantir a saúde e integridade física de seu trabalhador, baseando-se nas diversas situações de riscos encontradas e nas medidas preventivas tomadas pela empresa. Você deverá, ainda, se posicionar em relação ao incentivo que fez com que a empresa tomasse as medidas de proteção necessárias para eliminar ou reduzir os riscos no ambiente de trabalho. Por exemplo: essas medidas poderiam ser motivadas pela conscientização do empregador e trabalhador nas questões de segurança ou pela intervenção sindical ou fi scalização do Ministério do trabalho, dentre outras. Em uma visita a uma ofi cina mecânica, onde trabalham 5 funcionários, o ambiente físico encontrado é um galpão amplo em alvenaria, pé direito elevado, piso cimentado, cobertura em telha cerâmica e estrutura em madeira, iluminação natural e artifi cial e ventilação natural. O ambiente é ruidoso e quente, no chão estavam espalhadas estopas limpas e sujas de graxa e gasolina, as ferramentas estavam posicionadas em 11 Segurança do trabalho I A07 vários lugares diferentes, as máquinas mal posicionadas na área, pois atrapalhavam a sequência da produção: chegada do carro para avaliar o problema, problemas mecânicos, elétricos, saída do veículo. Não foi detectado nenhum sistema ou equipamento de combate a incêndio. Analisando qualitativamente a ofi cina mecânica descrita (veja também a imagem que segue), quais riscos (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes) estão presentes nesse ambiente? Figura 3 – Ambiente da atividade 2 Fonte: Cláudia (2007). Observação: O relatório poderá ser complementado com documentos, fotos e outros dispositivos que facilitem a sua compreensão. Leituras complementares PORTARIA 3.311, de 29 de novembro de 1989. Estabelece os princípios norteadores do programa do programa de desenvolvimento do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho e dá outras providências. Disponível em: <http://www.trabalhoseguro.com/Portarias/ port_3311.html>. Acesso em: 27 ago. 2009. Este site mostra os princípios norteadores do programa de desenvolvimento do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho e dá outras providências. Autoavaliação 12 Segurança do trabalho I A07 Esta atividade foi desenvolvida no sentido de aplicar, no mundo do trabalho, os conhecimentos adquiridos até o momento. Assim, através da aula de campo e posterior descrição no relatório, você terá identifi cado os riscos, a saúde e a segurança do trabalhador oriundos do ambiente laboral, tais como riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, mecânicos ou de acidentes, enfi m, qualquer situação que favoreça acidentes de trabalho. Referências BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NRs: normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. Disponível em: <http://www.mtb.gov.br>. Acesso em: 27 ago. 2009. GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de segurança e saúde no trabalho. 4. ed. São Paulo: LTr, 2008. 1. No desenvolvimento da aula de campo, que atividades ou operações encontradas na empresa podem ser consideradas insalubres e por quê? 2. No desenvolvimento da aulade campo, que atividades ou operações encontradas na empresa podem ser consideradas perigosas e por quê? 3. Que questionamentos poderiam ser acrescentados, além dos tópicos elencados na orientação da construção do relatório para realização dessa aula de campo? 4. Quais EPI´s de uso do trabalhador foram encontrados na empresa e qual o objetivo de cada um? 5. Para você, qual a fi nalidade de uma identifi cação de riscos na empresa? 13 Segurança do trabalho I A07 SHERIQUE, Jaques. Aprenda como fazer: laudo técnico, perfi l profi ssiográfi co, formulário DIRBEN-8030, custeio da aposentadoria especial. São Paulo: LTr, 2001. RISCOS biológicos. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/ virtual%20tour/hipertextos/up1/riscos_biologicos.html>. Acesso em: 27 ago. 2009. RISCOS de acidentes. Disponível em: <http://www.fi ocruz.br/biosseguranca/Bis/ virtual%20tour/hipertextos/up1/riscos_de_acidentes.html>. Acesso em: 27 ago. 2009. RISCOS ergonômicos. Disponível em: <http://www.fi ocruz.br/biosseguranca/Bis/ virtual%20tour/hipertextos/up1/riscos_ergonomicos.html>. Acesso em: 27 ago. 2009. RISCOS físicos. Disponível em: <http://www.fi ocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20 tour/hipertextos/up1/riscos_fi sicos.html>. Acesso em: 27 ago. 2009. RISCOS químicos. Disponível em: <http://www.fi ocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20 tour/hipertextos/up1/riscos_quimicos.html>. Acesso em: 27 ago. 2009. ANEXO A – Solicitação de Visita Técnica Do: Coordenador do Pólo do Curso Técnico de Nível Médio Subsequente em Segurança do Trabalho Para: Diretor da Empresa Sr (a). Assunto: Solicitação de visita técnica Prezado Sr (a), A implantação do curso Técnico de Nível Médio Subsequente em Segurança do Trabalho para essa comunidade contribuiu no sentido de suprir o mercado de trabalho com mão-de-obra especializada nessa área. Como em toda atividade humana, a prática complementa a teoria, dessa forma, vimos através desta solicitar uma visita técnica nas instalações da empresa cujos alunos, André da Silva, Baltazar da Silva, Carlos da Silva, Daniel da Silva e Eduardo da Silva, futuros Técnicos em Segurança do Trabalho, relacionarão os conhecimentos adquiridos em sala de aula com a vivência nos diversos setores visitados. Esclarecemos que tudo que for levantado na empresa será para fi ns didáticos e estará à disposição da mesma. Desde já agradeço a sua atenção. Atenciosamente, 14 Segurança do trabalho I A07 Anotações 15 Segurança do Trabalho A07 Anotações 16 Segurança do Trabalho A07 Anotações 08 Cláudia Régia Gomes Tavares C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do Trabalho SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... 1 Segurança do trabalho I A08 Na aula de hoje, vamos tratar de uma peça fundamental na base de uma empresa, em se tratando de Segurança e Medicina do trabalho: o Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do Trabalho (SESMT). Essencial para o bom desempenho de uma empresa, é contemplado na Norma Regulamentadora de número 4 (quatro), que determina a obrigatoriedade ou não da criação desse serviço, a qualifi cação e o dimensionamento dos profi ssionais envolvidos, o regime de trabalho de cada profi ssional, as obrigações e responsabilidades no desenvolvimento da tarefa no ambiente da empresa. Objetivos Compreender a estrutura do SESMT. Entender a composição do SESMT. Conhecer as atribuições do SESMT. 2 Segurança do trabalho I A08 Figura 1 – Cuidados com a saúde do trabalhador Fonte: <www.braile.com.br/SAUDE/ saudetrab/sesmt1.JPG>. Acesso em: 2 set. 2009. Para começo de conversa... Ocompromisso de manter o ambiente de trabalho em condições saudáveis é de inteira responsabilidade do empregador, como está contemplado na Constituição Federal - art. 7. É o empregador que, através de seus representantes, capacitados em matéria de segurança e medicina do trabalho, se utiliza de recursos tecnológicos para manter o ambiente livre de substâncias químicas, máquinas perigosas, ruídos intensos, práticas inseguras, dentre outros. O Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do Trabalho (SESMT), composto por profi ssionais da área de segurança e medicina do trabalho, especifi cados na NR 04, vem contribuir para minimizar, através da prevenção, os acidentes de trabalho. 3 Segurança do trabalho I A08 O que é a Norma Regulamentadora 04 (NR 04)? A quarta Norma Regulamentadora foi criada pela Portaria SSMT-MTb n. 33, de 27.10.1983, atualizada pela Portaria SIT-MTE n. 76, de 21.11.2008 do Ministério do Trabalho e Emprego, cujo objetivo é estabelecer a composição do SESMT na empresa, suas atribuições e responsabilidades. O que é o SESMT? O Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do Trabalho (SESMT) é o órgão técnico das empresas constituído por profi ssionais com formação especializada em segurança e medicina do trabalho, habilitados a atuar nas questões de segurança e saúde do trabalhador, em parceria com outros profi ssionais: médicos especialistas, engenheiros, fonoaudiólogos, psicólogos, higienistas ocupacionais, etc. Bases legais... Art. 7º, XXII, da CF-1988; Art. 162 da CLT; Lei n. 7.410, de 27.11.1985; Lei n. 9.436, de 5.2.1997; Convenção OIT n. 155 e 161; Decreto n. 92.530, de 9.4.1986; Resoluções CONFEA, n. 358 e 359, ambas de 31.7.1991; Resolução CFM, n. 1.488, de 11.2.1998; Portaria MTb n. 3.275, de 21.9.1989 e Súmula TST n. 370. A Constituição Federal (CF) é a lei maior onde estão escritos as diretrizes gerais da política do país. Dentre estas diretrizes estão os direitos e garantias fundamentais para o povo, como os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, defi nidos no Art. 7º, além de outros itens que visam à melhoria de sua condição social. 4 Segurança do trabalho I A08 Qual o objetivo do SESMT? O SESMT tem, como objetivo geral, tomar medidas técnicas preventivas de acidente do trabalho ou doenças ocupacionais de modo a proteger os trabalhadores em relação aos riscos profi ssionais que porventura existam no ambiente de trabalho. Ao atuar no controle da saúde do trabalhador, o SESMT avalia se as medidas preventivas estão sendo efi cazes, determinando a necessidade ou não de intervenção no ambiente de trabalho. Podemos citar, como exemplo, a troca de máquinas que produzem muito ruído por outras mais silenciosas, troca das ferramentas defeituosas, modifi cação dos métodos e processos de trabalho para minimizar o desgaste físico e psicológico do trabalhador, controle ambiental de substâncias químicas, uso de Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), etc. Quem está obrigado a constituir SESMT? Todas as empresas privadase públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. No Brasil, temos dois regimes de trabalho, o da CLT e o Regime Jurídico Único (RJU), esse específi co para servidores públicos nas esferas Federal, Estadual e Municipal. Dessa forma, os trabalhadores, sob o regime de trabalho especifi cado de celetista, estão acobertados por essa Norma Regulamentadora, fi cando a critério do RJU uma legislação específi ca voltada para a Segurança e a Medicina do Trabalho. 5 Segurança do trabalho I A08 Quem faz parte do SESMT de uma empresa? O SESMT é constituído por Engenheiro de segurança do trabalho, Médico do trabalho, Enfermeiro do trabalho, Auxiliar de enfermagem do trabalho e Técnico em segurança do trabalho. As empresas obrigadas a constituir Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão exigir dos profi ssionais que os integram comprovação de que satisfazem os seguintes requisitos: a) Engenheiro de Segurança do Trabalho – o engenheiro ou arquiteto deverá ser portador de certifi cado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação. É o que dispõe a Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985. Assim como deverá ter o registro na carteira profi ssional expedida pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA). b) Médico do Trabalho – deve ser portador de certifi cado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certifi cado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina. Deverá também ter o registro na carteira profi ssional expedida pelo Conselho Regional de Medicina (CRM); c) Enfermeiro do Trabalho – deve ser portador de certifi cado de conclusão de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem. E ainda deverá ter o registro na carteira profi ssional expedida pelo Conselho Regional de Enfermagem (CRE). d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho – o auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem deverá ter certifi cado de conclusão de curso de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada, reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação e ser também portador do registro na carteira profi ssional expedida pelo Conselho Regional de Enfermagem (CRE). e) Técnico de Segurança do Trabalho – deve ter certifi cado de conclusão de curso de Técnico de Segurança do Trabalho, ministrado no País, em estabelecimentos de Ensino Médio. É o que dispõe a Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985. Nesse caso, o técnico de segurança do trabalho, deverá ser portador de comprovação de registro profi ssional expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (TEM). Responda aqui 1Praticando... Como você viu na aula 1, a Segurança do Trabalho é multidisciplinar e envolve vários profi ssionais das mais diferentes áreas. Dessa forma, além da composição dos profi ssionais estabelecidos pela NR 04, que outros profi ssionais poderiam fazer parte do SESMT? 6 Segurança do trabalho I A08 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser chefi ados por profi ssional qualifi cado segundo os requisitos especifi cados acima. Outro detalhe importante é que estes profi ssionais deverão ter vínculo empregatício com a empresa, salvo as empresas que não se enquadram ao dimensionamento previsto no Quadro II da NR 04 e poderão formar SESMT comum, organizado pelo sindicato ou associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias empresas interessadas ou ainda optar pelos serviços de instituição ofi cial ou instituição privada de utilidade pública, cabendo às empresas o custeio das despesas. Qual a carga horária de trabalho exigida por Lei? Para os profi ssionais que compõem o SESMT são exigidas as seguintes horas diárias na empresa: O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho deverão dedicar 8 (oito) horas por dia. O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o enfermeiro do trabalho deverão dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo integral) por dia, nas atividades do SESMT. Nesses casos, é vedado ao profi ssional de Segurança e Medicina do Trabalho o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação nos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. 7 Segurança do trabalho I A08 Como é dimensionado o SESMT? Nem todas as empresas públicas e privadas estão obrigadas a organizarem SESMT, uma vez que o seu dimensionamento está associado ao grau de risco da empresa, especifi cado pela atividade principal descrita no Quadro I – Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e ao número total de empregados do estabelecimento, conforme Quadro II – Dimensionamento do SESMT, da NR 04. Uma vez estabelecido a obrigatoriedade do SESMT, fi cará por conta exclusivo do empregador todo o ônus decorrente da instalação e manutenção desse Serviço, salvo quando a empresa não tenha a obrigatoriedade por lei de constituir SESMT ela poderá dar assistência na área de segurança e medicina do trabalho a seus empregados através de SESMT comuns, organizados pelo sindicato ou associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias empresas interessadas, podendo ainda optar pelo SESMT em instituição ofi cial ou instituição privada de utilidade pública. Figura 2 – Dimensionamento SESMT Fonte: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_04a.pdf>. Acesso em: 3 set. 2009. CNAE O Quadro I – Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas pode ser encontrado no endereço <http:// www.spmt.org.br/ pdf/NR%204%20 -%20grau%20 risco%202008.pdf>. Acesso em: 2 set. 2009. 8 Segurança do trabalho I A08 O que é Grau de Risco? O grau de risco é o valor numérico, variável e crescente, que representa a intensidade do risco no estabelecimento de acordo com sua atividade econômica principal descrita pela Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). O grau de risco varia de 1 a 4. Exemplo 1 Você vai entender como funciona o dimensionamento de um SESMT, ao aplicarmos a seguinte situação problema: Dimensione o SESMT de uma fábrica de refrigerantes situada na Rua José Bonifácio, número 1020, com 400 funcionários. 1ª Etapa – procurar na CNAE (QUADRO I da NR 04) o grau de risco específi co dessa atividade: GR = 3 (11 Fabricação de bebidas, 11.22 – 4 fabricação de refrigerantes e de outras bebidas não alcoólicas); Figura 3 – Relação da CNAE Fonte: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_04a.pdf>. Acesso em: 3 set. 2009. 2ª Etapa – aplicar o cruzamento do GR = 3 com o número total de empregados na empresa entre 501 a 1000 (QUADRO II – Dimensionamento do SESMT), temos: 3 Técnicos de Segurança do Trabalho, 1 Engenheiro de Segurança do Trabalho e 1 Médico do trabalho contratados em tempo parcial de, no mínimo, 3h. 9 Segurança do trabalho I A08 Observações quanto ao dimensionamento do SESMT... Apesar do dimensionamento do SESMT estar diretamente relacionado ao grau de risco da empresa e ao número total de trabalhadores (Quadro II, da NR 04), algumas situações específi cas são abordadas quanto a esse dimensionamento, como é o caso dos canteiros de obra ou frentes de trabalhoque, devido ao risco estatisticamente comprovado na atividade da construção civil, requer no mínimo um técnico de segurança residente na obra. Outras situações são abordadas, tais como: empresas com estabelecimentos que, isoladamente, não se enquadram no dimensionamento, mas ao somar-se o número total de trabalhadores passam a se enquadrar; empresas cujo grau de risco da atividade principal é menor que o grau de risco onde mais de 50% dos trabalhadores estão expostos; situações de SESMT centralizado; situações de SESMT comum a diferentes empresas, etc. Vamos descrever algumas dessas situações contempladas na NR 04, chamando à atenção para a importância da consulta na íntegra do texto da norma regulamentadora de número 4. Responda aqui 2Praticando... Caro aluno, você vai se basear no exemplo acima para dimensionar o SESMT de uma fábrica de artigos de perfumaria e cosméticos, com 1200 funcionários. 10 Segurança do trabalho I A08 1º caso: Canteiro de obra Para fi ns de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos de 1 (um) mil empregados e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal não serão considerados como estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de engenharia principal responsável, a quem caberá organizar os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Neste caso, os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos do trabalho e os enfermeiros do trabalho poderão fi car centralizados. Para os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do trabalho, o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou frente de trabalho, conforme o Quadro II da NR 04. Figura 4 – Canteiro de obra Foto: Aldan (2008). 2º caso: SESMT centralizado O SESMT poderá ser centralizado para atender um conjunto de estabelecimentos de uma mesma empresa, desde que a distância entre os estabelecimentos e o SESMT centralizado for menor que 5.000 m. Assim, o dimensionamento será feito considerando o número total de empregados dos estabelecimentos e o grau de risco da empresa, obedecendo ao quadro II da NR 04. 11 Segurança do trabalho I A08 Responda aqui 3Praticando... Dimensione o SESMT de uma empresa de construção civil, situada no seu município, com 185 funcionários distribuídos da seguinte forma: a) 40 trabalhadores estão na sede da empresa; b) 75 trabalhadores no canteiro de obra de uma edifi cação com 10 pavimentos na mesma cidade; c) 70 trabalhadores estão na reforma e ampliação de uma autoestrada estadual, a 50 km do escritório da empresa. 12 Segurança do trabalho I A08 3º caso: grau de risco maior que da atividade principal Nesse caso, quando houver mais de 50% do número de empregados exercendo atividade com grau de risco maior que o grau de risco da atividade principal, o SESMT será dimensionado, levando-se em consideração o maior grau de risco e o número total de empregados do estabelecimento, obedecendo ao quadro II da NR 04. Responda aqui 4Praticando... Dimensione o SESMT de uma fábrica de produtos cerâmicos com 1500 funcionários, onde 800 trabalhadores estão na fabricação de produtos cerâmicos refratários. 4º caso: diferentes enquadramentos de SESMT na mesma empresa Havendo, na empresa, estabelecimento(s) que se enquadre(m) no Quadro II, da NR 04, e outro(s) que não se enquadre(m), pode-se constituir SESMT centralizado, desde que localizados no mesmo estado, território ou Distrito Federal. Considerem- se os graus de riscos: Para as empresas de grau de risco 1, o dimensionamento dos serviços obedecerá ao Quadro II da NR 04, considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados existentes no estabelecimento que possua o maior número destes e a 13 Segurança do trabalho I A08 média aritmética do número de empregados dos demais estabelecimentos, devendo todos os profi ssionais, integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, assim constituídos, cumprirem tempo integral. Para as empresas de graus de risco 2, 3 e 4, o dimensionamento dos serviços obedecerá ao Quadro II da NR 04, considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados de todos os estabelecimentos. 5º caso: empresas com estabelecimentos que, isoladamente, não se enquadrem no Quadro II da NR 04 Havendo, na mesma empresa, apenas estabelecimentos que, isoladamente, não se enquadrem no Quadro II da NR 04, os serviços serão feitos através de SESMT’s centralizados em cada estado, território ou Distrito Federal, desde que o total de empregados dos estabelecimentos no estado, território ou Distrito Federal alcance os limites previstos no Quadro II. 1. Quando mais de 50% dos trabalhadores está associado a um grau de risco maior que o da atividade principal, deve-se dimensionar o SESMT, considerando o maior risco. 2. Quanto ao número total de trabalhadores, temos: a) para o grau de risco 1 será o número de trabalhadores do maior estabelecimento mais a média aritmética do número de empregados dos outros estabelecimentos; b) para o grau de risco 2, 3 e 4 considera-se como número de empregados o somatório dos empregados de todos os estabelecimentos. 6º caso: empresas com outros serviços de medicina e engenharia As empresas enquadradas no grau de risco 1, obrigadas a constituir Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e que possuam outros serviços de medicina e engenharia poderão integrar estes serviços com os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, constituindo um serviço único de engenharia e medicina, segundo os critérios estabelecidos na NR 04. 7º caso: SESMT comum, condicionado a prévio ajuste em convenção ou acordo coletivo de trabalho e avaliados semestralmente A empresa que contratar outras empresas para prestar serviços em seu estabelecimento pode constituir SESMT comum para assistência aos empregados das contratadas, sob gestão própria, considerando-se para dimensionamento o somatório dos trabalhadores assistidos e a atividade econômica do estabelecimento da contratante. As empresas de mesma atividade econômica, localizadas em um mesmo município ou em municípios limítrofes, cujos estabelecimentos se enquadrem no Quadro II, podem 14 Segurança do trabalho I A08 Regime sazonal constituir SESMT comum, organizado pelo sindicato patronal correspondente ou pelas próprias empresas interessadas. As empresas que desenvolvem suas atividades em um mesmo pólo industrial ou comercial podem constituir SESMT comum, organizado pelas próprias empresas interessadas. 8º caso: empresas em regime sazonal Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho das empresas que operem em regime sazonal deverão ser dimensionados, tomando-se por base a média aritmética do número de trabalhadores do ano civil anterior e tendo-se obedecido aos Quadros I e II da NR 04. Responda aqui 5Praticando... Dimensione o SESMT de uma usina de benefi ciamento de cana-de-açúcar, que, no ano anterior, teve, no total, 800 funcionários contratados, e este ano reduziu seu contingente de trabalhadores a 500 funcionários, dos quais 100 são fi xos. Regime sazonal – Regime de trabalho determinado pela época apropriada de plantio de determinada cultura. 15 Segurança do trabalho I A08 O que fazer após a organização do SESMT? O SESMT deverá ter seu registro no órgão regional do MTE, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), através do requerimento que deverá conter o nome dos profi ssionais integrantes do SESMT, o número do registro profi ssional (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA, Conselho Regional de Medicina - CRM, Conselho Regional de Enfermagem - CREe Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - SIT-MTE) de cada um deles, horários de trabalho dos profi ssionais do SESMT, número de empregados da requerente, o grau de risco das atividades e turnos de trabalho por estabelecimentos. O que compete ao SESMT... Cabe ao SESMT a responsabilidade técnica de prevenção de acidentes de trabalho e promoção da saúde e bem estar dos trabalhadores no ambiente laboral, contribuindo direta ou indiretamente para os programas preventivos nas empresas, tais como: Mapa de Riscos Ambientais (NR 05), PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (NR 07), PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (NR 09), PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (NR 18), PGR – Programa de Gerenciamento de Risco (NR 22), PCE – Plano de Controle de Emergência e PAM – Plano de Ajuda Mútua (NR 29), PCMSO do Trabalho Aquaviário (NR 30) e Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural (NR 31). São atribuições do SESMT, descritos na NR 04, item 4.12: 1. Aplicar os conhecimentos técnicos ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos existentes à saúde do trabalhador. 2. Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija. 3. Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa. 16 Segurança do trabalho I A08 4. Responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos. 5. Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5. 6. Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de duração permanente. 7. Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção. 8. Analisar e registrar em documento(s) específi co(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s). 9. Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo a empresa encaminhar um mapa contendo avaliação anual dos mesmos dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro, através do órgão regional do MTb. 10. Manter os registros de acidentes na sede dos SESMT ou facilmente alcançáveis a partir da mesma, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas “h” e “i” por um período não inferior a 5 (cinco) anos. 11. As atividades dos profissionais integrantes dos SESMT são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. 12. Elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente. 17 Segurança do trabalho I A08 Figura 5 – Programas de prevenção Fonte: <www http://www.pjf.mg.gov.br/governo/secretarias/demlurb/imagens/sesmt02.gif>. Acesso em: 3 set. 2009. Responda aqui 6Praticando... Uma das competências do SESMT que você viu foi a de promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores em relação à saúde e segurança. Você considera importante essa competência? Justifi que sua resposta. Na próxima aula, você conhecerá mais um programa na empresa responsável pela segurança e saúde do trabalhador, a CIPA, cuja composição se faz de representantes do empregador e empregados. Até mais! 18 Segurança do trabalho I A08 Leituras complementares BRASIL. Lei n. 7.410, de 27 de novembro de 1985. Dispõe sobre a Especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a Profi ssão de Técnico de Segurança do Trabalho e dá outras Providências. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7410.htm>. Acesso em: 2 set. 2009. BRASIL. NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/ nr04a.pdf>. Acesso em: 10 set. 2009. Autoavaliação 1. O que é SESMT? 2. Qual a importância do SESMT dentro da empresa? 3. Quantos e quais os profi ssionais que compõem o SESMT? 4. Qual a carga horária dos profi ssionais do SESMT? 5. O que é a CNAE? Qual a sua importância para o SESMT? 6. O que é Grau de Risco e qual a sua importância no dimensionamento do SESMT? Não se pode negar a importância dos SESMT’s dentro de uma empresa, contribuindo para a prevenção de acidentes, a começar pela formação profissional de seus componentes voltados à segurança e saúde dos trabalhadores e o envolvimento nos programas prevencionistas no ambiente laboral. O Técnico de Segurança do Trabalho é o profi ssional do SESMT que está mais próximo ao trabalhador, cabendo a ele a responsabilidade de zelar pela segurança e saúde, mantendo com eles um bom relacionamento pessoal. 19 Segurança do trabalho I A08 7. Marque a alternativa correta: Em relação ao SESMT, podemos afi rmar: a) O regime de trabalho do técnico de segurança do trabalho e do auxiliar de enfermagem são 6 (seis) horas por dia. b) Tem como objetivo tomar medidas técnicas preventivas de acidente do trabalho ou doenças ocupacionais de modo a proteger os trabalhadores em relação aos riscos profi ssionais que porventura existam no ambiente de trabalho. c) O profi ssional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho poderá exercer outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação nos SESMT, mediante acordo coletivo de trabalho. d) Todos os estabelecimentos são obrigados a constituir SESMT. e) É constituído unicamente por médico do trabalho, enfermeiro do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho. 8. Quanto aos profi ssionais do SESMT, podemos afi rmar: a) O seu dimensionamento está vinculado unicamente à gradação do risco da atividade principal. b) São constituídos apenas por profi ssionais de nível superior com formação especializada em segurança e medicina do trabalho. c) É vedado o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação no SESMT. d) Deverão ser empregados da empresa em tempo integral. e) Tem carga horária semanal de 40 horas, 30 horas ou 20 horas de trabalho na empresa. 9. É competência Exclusiva do SESMT: a) Atendimento de primeiros socorros. b) Colaborar nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa. c) Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos empregadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. d) anter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações,além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5. e) Esclarecer e conscientizar os empregados sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção. 20 Segurança do trabalho I A08 Referências BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NRs: normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. Disponível em: <>http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_ regulamentadoras/default.asp. Acessado em 03/09/09. COMISSÃO NACIONAL DE CLASSIFICAÇÃO – CNAE. Consulta on line da Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas. Disponível em: <http://www.cnae.ibge.gov.br/ index.asp>. Acesso em: 2 set. 2009. GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de segurança e saúde no trabalho. São Paulo: LTr, 2008. MANUAIS de Legislação: atlas: segurança e medicina do trabalho. São Paulo: Editora Atlas, 1999. Anotações 09 Cláudia Régia Gomes Tavares C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... Objetivos 1 Segurança do trabalho I A09 Na aula passada, estudamos o SESMT, que é um serviço na empresa, composto por profi ssionais na área de segurança e saúde e que, através de medidas técnicas, promove a segurança e saúde do trabalhador. A inserção desses profi ssionais em muito vem a contribuir para as questões de segurança e saúde, mas isso não é tudo. Além do empregador, através de seus representantes, o trabalhador é peça fundamental nesse processo, uma vez que ele é quem fi ca diretamente exposto a essas adversidades. Dentro desse contexto, estudaremos a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), comissão responsável pelas questões de segurança e saúde na empresa, formada por trabalhadores. Essa comissão foi normatizada pela NR 05 e estabelece critérios para seu dimensionamento, obrigações e responsabilidades de seus membros. Compreender a CIPA. Conhecer a CIPA quanto às suas normas, seus atributos e suas responsabilidades. Saber dimensionar uma CIPA. Saber organizar o processo eleitoral de uma CIPA. 2 Segurança do trabalho I A09 Para começo de conversa... Figura 1 – Objetivo da CIPA Fonte: <http://www.siems.org.br/arquivos/1617575543.jpg>. Acesso em: 2 set. 2009. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA ) foi criada com o objetivo de prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível a atividade laboral com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. É composta por representantes do empregador e representantes do empregado em número par de representações, cabendo ao empregador escolher entre seus funcionários de confi ança sua representatividade e aos trabalhadores, por processo eleitoral, escolherem seus representantes através de voto secreto. Como surgiu a CIPA? A preocupação de zelar pela prevenção de acidentes e doenças no ambiente de trabalho, fez com que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) propusesse às empresas, com mais de 25 funcionários, que organizassem um comitê de segurança para tratar desse assunto. Assim, vários países membros passaram a adotar tal medida, tornando obrigatórios a organização e funcionamento dos comitês. No Brasil, através do Decreto-Lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944, conhecido como Lei de Prevenção de Acidentes, foi fi xado o número de 100 ou mais empregados para que as empresas constituíssem seu comitê nas empresas. Em 1953, por meio da Portaria 155, foi ofi cializada a sigla CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. ESTAMOS TRABALHANDO SEM ACIDENTES COM PERDA DE TEMPO NOSSO RECORDE É DE DIAS HÁ DIAS9 9 C I P A S EGURAN ÇA 3 Segurança do trabalho I A09 O que é a Norma Regulamentadora número 05 (NR 05)? A quinta Norma Regulamentadora foi criada pela Portaria SSMT-MTb n. 8, de 23.2.1999, atualizada pela Portaria SIT-MTE n. 14, de 26.6.2007 do ministério do trabalho e emprego, cujo objetivo é estabelecer parâmetros para a constituição da CIPA em uma empresa, seu dimensionamento, atribuições e responsabilidades. Mas, o que é CIPA? A CIPA é uma comissão interna, na empresa, que através da representação dos trabalhadores é parte integrante nas questões de segurança. Pela própria constituição, ressalta-se o valor signifi cativo de contribuição de seus membros, uma vez que os mesmos vivenciam o mundo do trabalho e são capazes de identifi car, na medida em que são treinados, as situações de risco na empresa. Figura 2 – Campanha de prevenção de acidentes Fonte: <http://quatri.com.br/site/components/com_virtuemart/shop_image/product/c707a34099bf62a7c98816aedd806fd8.jpg>. Acesso em: 2 set. 2009. Bases legais... Art. 7º, XXII, da CF-1988; Art. 10, II, a, do Ato das Disposições Constitucionais Provisórias – ADCP, da CF- 1988; Arts. 163 a 165 da CLT; Súmula TST n. 676 e TST n. 339. 4 Segurança do trabalho I A09 Quem é obrigado a constituir a CIPA? As empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições benefi centes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados são obrigados a constituir CIPA por estabelecimento e mantê-la em regular funcionamento. Como é a organização da CIPA? A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados, sendo seu número defi nido pelo Quadro I – Dimensionamento de CIPA, da NR 05, em função do agrupamento de setores econômicos defi nidos pela CNAE (Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas), nos Quadros II (Agrupamento de setores econômicos pela Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas) e III (Relação da Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas) e o número de empregados da empresa. Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão designados pelo próprio empregador entre os seus empregados, por sua vez, os representantes dos empregados, titulares e suplentes serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participam, independentemente de fi liação sindical, exclusivamente os empregados interessados. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição. A empresa poderá designar um responsável substituindo a CIPA, quando a mesma não se enquadrar no Quadro I da NR 05, podendo ainda ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva. Uma vez composta a CIPA, o empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente. Por sua vez, o secretário e seu substituto serão indicados, de comum acordo, com os membros da CIPA,podendo ser indicado entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância do empregador. Exemplo 1 QUADRO III Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE(Versão 2.0), com correspondente agrupamento para dimensionamento da CIPA (Dado pela Portaria SIT n.º 14, de 21 de junho de 2007) Descrição GrupoCNAE C-21 C-21 C-21 Comércio varejista de produtos farmacêuticos para uso humano e veterinário Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal Comércio varejista de artigos médicos e ortopédicos 47.71-7 47.71-5 47.71-3 QUADRO I Dimensionamento de CIPA Efetivos C 21 Suplentes Nº de Empregados no Estabelecimento Nº de Membros da CIPA Acima de 10.000 para cada grupo de 2.500 acrescentar *G RU PO S 0 a 19 20 a 29 30 a 50 51 a 80 81 a 100 101 a 120 121 a 140 141 a 300 301 a 500 501 a 1000 1001 a 2500 2501 a 5000 5001 a 10.000 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 4 3 5 4 6 5 1 1 5 Segurança do trabalho I A09 Vamos dimensionar a CIPA de uma empresa de Comércio varejista de produtos farmacêuticos para uso humano e veterinário, com 85 funcionários. Figura 3 – Fragmento do quadro I da NR 05 Fonte: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.pdf>. Acesso em: 2 set. 2009. Figura 4 – Fragmento do quadro III da NR 5 Fonte: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.pdf>. Acesso em: 2 set. 2009. 1º Etapa – de posse do tipo de atividade que a empresa desempenha você procura o grupo ao qual ela pertence no quadro III da NR 05 – Relação da Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE (versão 2.0), com correspondente agrupamento para dimensionamento da CIPA. No nosso exemplo, a empresa pertence ao grupo C – 21; 2º Etapa – de posse do agrupamento da empresa: C-21 e o número de funcionários da mesma, você cruza essas informações no Quadro I da NR 05 – Dimensionamento da CIPA e encontra para a empresa de Comércio varejista de produtos farmacêuticos para uso humano e veterinário, com 85 funcionários: 3 representantes do empregador, 3 representantes do empregado e 3 suplentes dos representantes do empregado. Praticando... 1Praticando... 6 Segurança do trabalho I A09 Dimensione a CIPA dos seguintes estabelecimentos: a) Empresa de atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural, com 13.000 (treze mil) empregados. b) Empresa de construção civil com 80 (oitenta) funcionários no canteiro de obra de uma edifi cação de 20 (vinte) pavimentos, situado no centro da cidade e 100 (cem) empregados no canteiro de obra de uma construção de estrada a 50 (cinquenta) quilômetros do centro da cidade. Das vantagens em ser membro da CIPA? Aos membros da CIPA é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o fi nal de seu mandato. Assim como serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança de seu domicílio. Obrigações do empregador... O empregador, parte integrante desse contexto, deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária, número previsto no Quadro I, da NR 05, para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA. Cabe também ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo sufi ciente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho e convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados, até sessenta dias antes do término do mandato em curso, assim como a guarda de todos os documentos relativos à eleição, por um período mínimo de cinco anos. Praticando... 2Praticando... 7 Segurança do trabalho I A09 E o empregado? Quais as suas obrigações... Os empregados têm como obrigação participar da eleição de seus representantes, assim como deverão colaborar com a sua gestão. Como parte integrante no processo de prevenção de acidentes, os empregados deverão indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho e observar e aplicar, no ambiente de trabalho, as recomendações quanto à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Figura 5 – Responsabilidade de todos Fonte: <http://www.ucs.br/ucs/tplCipa/cipa/apresentacao/cipa.jpg>. Acesso em: 2 set. 2009. Você concorda com a estabilidade dada aos membros da CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após o fi nal de seu mandato? Justifi que sua resposta. 8 Segurança do trabalho I A09 O que fazer após a constituição da CIPA? Uma vez empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolar, em até dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias, depois de protocoladas na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE – MTE). A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento. Atribuições da CIPA... Procurando prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, a CIPA tem as seguintes atribuições: a) identifi car os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver; b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho; d) realizar, periodicamente, verifi cações nos ambientes e condições de trabalho visando à identifi cação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fi xadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identifi cadas; f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho; 9 Segurança do trabalho I A09 g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionado à segurança e saúde dos trabalhadores; h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; i) colaborar para o desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho; k) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identifi cados; l) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;m) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas; n) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT; o) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS. Figura 6 – Informações de segurança Fonte: <http://www.lc-livrecomunicacao.com.br/novo/arquivos/ Informativo-CIPA.jpg>. Acesso em: 2 set. 2009. 10 Segurança do trabalho I A09 Dentre as muitas atribuições da CIPA, temos aquelas que ela realiza em conjunto com SESMT ou dele se auxilia. Qual sua opinião a respeito dessa parceria? Comente detalhadamente sua resposta. Praticando... 3Praticando... Atribuições do presidente da CIPA... a) Convocar os membros para as reuniões da CIPA. b) Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão. c) Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA. d) Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria. e) Delegar atribuições ao Vice-Presidente. Atribuições do Vice-Presidente... a) Executar atribuições que lhe forem delegadas. b) Substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários. Atribuições do Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto... a) Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de seus trabalhos. Praticando... 4Praticando... 11 Segurança do trabalho I A09 b) Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam alcançados. c) Delegar atribuições aos membros da CIPA. d) Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver. e) Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento. f) Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA. g) Constituir a comissão eleitoral. Atribuições do Secretário da CIPA... I. Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentado-as para aprovação e assinatura dos membros presentes. II. Preparar as correspondências. III. Outras que lhe forem conferidas. Ser membro de CIPA é de grande importância dentro de uma empresa. Procurando conhecer melhor o nível de conscientização desse profi ssional, converse com um representante de uma CIPA, pessoalmente ou através de telefone, e-mails, etc. sobre o seu papel dentro da empresa como membro da CIPA. 12 Segurança do trabalho I A09 Quanto ao funcionamento da CIPA... As reuniões ordinárias da CIPA serão mensais, de acordo com o calendário já pré- estabelecido, sendo realizadas durante o expediente normal da empresa e em local apropriado designado para este fi m. As reuniões da CIPA terão suas atas assinadas pelos presentes com encaminhamentos de cópias para todos os membros. As atas fi carão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho – AIT. No caso de reuniões extraordinárias, as mesmas deverão acontecer quando houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine a aplicação de medidas corretivas de emergências, no caso de acidente do trabalho grave ou fatal e quando houver solicitação expressa dos representantes do empregador ou dos empregados. Das decisões da CIPA... As tomadas de decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso. Não havendo consenso e frustradas as tentativas de negociações diretas ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião. Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justifi cado. O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessários. Da Vacância... O membro titular perderá seu mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justifi cativas. A vacância defi nitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será substituída por suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de eleição, devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego (SRTE – MTE) as alterações e justifi car os motivos. Para o caso de afastamento defi nitivo do presidente, o empregador indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA; em se tratando de afastamento defi nitivo do vice-presidente, os membros titulares da representação dos empregados escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis. 13 Segurança do trabalho I A09 O treinamento... Como vimos, a CIPA é composta por representantes do empregador e representantes dos empregados, entre pessoas que supostamente não têm noções a respeito das questões de segurança do trabalho, dessa forma se faz necessário o treinamento dos membros da CIPA sobre os assuntos relativos às suas atribuições. Assim, a empresa deverá promover treinamento para os cipeiros, titulares e suplentes, antes da posse. No caso do primeiro mandato, o treinamento será realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse. As empresas que não se enquadrem no Quadro I – da NR 05, promoverão anualmente treinamento para o designado responsável pela prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Figura 7 – Curso de CIPA Fonte: <http://www.institutovilavelha.com.br/images/curso_cipa_full.jpg>. Acesso em: 2 set. 2009. Praticando... 5Praticando... 14 Segurança do trabalho I A09 Assuntos a serem abordados no treinamento: a) Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo. b) Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho. c) Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos existentes na empresa. d) Noções sobre a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), e medidas de prevenção. e) Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária, relativas à segurança e saúde no trabalho. f) Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos. g) Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão. O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa, o mesmo poderá ser ministrada pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profi ssional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados. A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade ou profi ssional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à empresa escolher a entidade ou profi ssional que ministrará o treinamento. Havendo alguma irregularidade em relação ao que está determinado pela NR 05, em relação ao treinamento da CIPA, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego (SRTE – MTE) determinará a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão. Você sabe que o treinamento da CIPA é obrigatório e deve ser realizado a cada novo mandato. Tendo em vista os assuntos a serem abordados no treinamento, que outros assuntos poderiam ser acrescentados e por quê? 15 Segurança do trabalho I A09 Do processo eleitoral... As eleições para a escolha dos representantes dos trabalhadores deverão ser convocadas até 60 (sessenta) dias antes do término do mandato em curso. Cabendo a empresa estabelecer mecanismos para comunicar o início do processo eleitoral ao sindicato da categoria profi ssional. Nos estabelecimentos onde houver CIPA, caberá ao Presidente e ao Vice-Presidente designar, entre seus membros, com no mínimo55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso, a Comissão Eleitoral – CE, que será responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral. Quando não houver CIPA, a comissão eleitoral será constituída pela empresa. O processo eleitoral deverá se iniciar com a publicação e divulgação do edital, em locais de fácil acesso e visualização, no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso. Assim, uma vez marcados os prazos de inscrição e eleição individual, os candidatos terão um período mínimo para inscrição de quinze dias, garantido a liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante, assim como a garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição. A realização da eleição será no mínimo trinta dias antes do término do mandato em curso, cabendo, nesse período de 30 (trinta) dias, o treinamento específi co da nova CIPA. A eleição será realizada, através de voto secreto, em dia normal de trabalho, respeitando-se os horários de turnos e possibilitando a participação da maioria dos empregados. QUADRO RESUMO – Calendário Eleitoral 1. Início do processo eleitoral: 60 dias antes do término do mandato da CIPA em curso. 2. Formação da Comissão Eleitoral – CE: no mínimo 55 dias antes do término do mandato da CIPA em curso. 3. Publicação e divulgação de edital: no mínimo 45 dias antes do término do mandato da CIPA em curso. 4. Período de inscrição e eleição: no período mínimo de 15 dias, após o edital. 5. Eleições. 6. Período do curso da CIPA: 30 dias antes da posse. 7. Posse da nova CIPA. 60 55 CE Edital Eleições Posse 45 30 0 Dias 16 Segurança do trabalho I A09 Figura 8 – Convocação de eleição Fonte: <http://www2.ucg.br/fl ash/050609cipa.jpg>. Acesso em: 2 set. 2009. 17 Segurança do trabalho I A09 Pode-se optar por meios eletrônicos da coleta e contagem dos votos. Os votos deverão ser apurados em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representantes do empregador e dos empregados, em número a ser defi nido pela comissão eleitoral. Em caso de participação inferior a 50% (cinquenta por cento) dos empregados na votação, não haverá a apuração dos votos, e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação que ocorrerá no prazo máximo de 10 (dez) dias. As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocoladas na unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA. Compete à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego (SRTE- MTE), confi rmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a sua anulação, quando for o caso. Neste último caso, a empresa convocará nova eleição no prazo de 5 (cinco) dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores. Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, fi cará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo eleitoral. Figura 9 – Urna eletrônica. Fonte: <http://www.tre-sc.gov.br/site/typo3temp/pics/b0c99e8340.jpg>. Acesso em: 2 set. 2009. Do resultado da apuração dos votos... Depois de contados os votos, assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados. Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento. 18 Segurança do trabalho I A09 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I da NR 05, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de setores econômicos específi cos. Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes. Os membros da CIPA, eleitos e designados, serão empossados no primeiro dia útil após o término do mandato anterior, quando a empresa já possuir CIPA. No caso da primeira CIPA, os membros serão empossados imediatamente após a sua composição. Das contratantes e contratadas... Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, considera-se estabelecimento o local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades. Nesse caso, sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou com os designados, defi nir mecanismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes no estabelecimento. A contratante e as contratadas que atuem num mesmo estabelecimento deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, de forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento. A empresa contratante deverá adotar medidas necessárias para que as empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas, cabendo a ela acompanhar o cumprimento das medidas de segurança e saúde no trabalho. Nesta aula você estudou a CIPA, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como uma de suas competências contribuir para a manutenção e conservação das práticas de segurança no ambiente laboral, práticas essas que passam pelo uso dos EPC’s – Equipamentos de Proteção Coletivo e EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual, assuntos esses que você vai ver na aula seguinte. Autoavaliação 19 Segurança do trabalho I A09 Leituras complementares BRASIL. Decreto-lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944. Disponível em: <http:// www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/24/1944/7036.htm>. Acesso em: 2 set. 2009. Relacionada aos conceitos e de acidentes de trabalho. MORE, Lucila Fernandes. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. In: MORE, Lucila Fernandes. A CIPA analisada sob a ótica da ergonomia e da organização do trabalho: proposta de criação da comissão de estudos do trabalho – CET. Florianópolis, 1997. cap. 6. Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/disserta97/ more/cap6.htm>. Acesso em: 2 set. 2009. A CIPA é considerada como uma das formas mais efi cazes de atingir os trabalhadores nas questões de saúde e segurança, pois a mesma é constituída pelos próprios empregados da empresa, eleitos de forma democrática por eles mesmos. O cipeiro, como é chamado o representante da CIPA, tem muitas atribuições, dentre elas, as que compartilham com o SESMT na promoção da segurança e bem estar do trabalhador. 1. O que é a CIPA? 2. Qual a importância da CIPA em uma empresa? 3. Como é dimensionada a CIPA? 4. Cite 3 (três) atribuições da CIPA e faça comentários sobre sua importância. 5. Qual a necessidade de se treinar a CIPA? 6. Quais as vantagens de ser membro da CIPA? 7. Quais as responsabilidades do empregador em relação à CIPA? 20 Segurança do trabalho I A09 8. Como se processa o funcionamento da CIPA? 9. Em linhas gerais, como é o processo eleitoral da CIPA? 10. Qual é a relação existente entre as CIPAS das contratantes e contratadas? 11. Segundo a NR 05, em relação à organização da CIPA, podemos afi rmar: a) Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles eleitos e empossados. b) O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de dois anos, permitida uma reeleição. c) É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de CIPA, desde o registro de sua candidatura até um ano após o fi nal de seumandato. d) O empregador designará, entre seus representantes, o vice-presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o presidente. e) Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados antes do término do mandato anterior. 12. São obrigações dos empregados: a) Desenvolver programas específi cos de promoção da segurança e saúde do trabalhador. b) O cumprimento às normas de segurança e saúde no trabalho. c) Cumprir e fazer cumprir as normas regulamentadoras de segurança e medicina no trabalho. d) Promover a eliminação ou neutralização dos riscos ambientais profi ssionais (físicos, químicos, mecânicos, biológicos e ergonômicos). e) Fornecer o EPI apropriado e em perfeitas condições de uso. 13. A CIPA terá por atribuição: a) Requisitar ao Ministério do Trabalho e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores. 21 Segurança do trabalho I A09 b) Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da fome. c) Divulgar ao empregador informações relativas à segurança e saúde no trabalho. d) Identifi car os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver. e) Participar da eleição de seus representantes. Referências BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NRs: normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_ regulamentadoras/nr_05.pdf>. Acesso em: 2 set. 2009. GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de segurança e saúde no trabalho. São Paulo: LTr, 2008. MANUAIS de Legislação: atlas: segurança e medicina do trabalho. São Paulo: Editora Atlas, 1999. Anotações 22 Segurança do trabalho I A09 Anotações 23 Segurança do trabalho I A09 Anotações 24 Segurança do trabalho I A09 10 Cláudia Régia Gomes Tavares C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) e Equipamento de Proteção Individual (EPI) SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... Objetivos 1 Segurança do trabalho I A10 Nesta aula, você vai ver os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) aplicados nas máquinas e processos de trabalho. Esses equipamentos benefi ciam vários trabalhadores ao mesmo tempo, e os Equipamentos de proteção Individual (EPI) ou Equipamentos Pessoais de Proteção são utilizados por um só trabalhador para salvaguardá-lo dos riscos no ambiente laboral. Entender um EPC ou EPI. Saber identifi car um EPC ou EPI no ambiente laboral. Saber escolher adequadamente um EPI. 2 Segurança do trabalho I A10 Para começo de conversa... Sabemos que a atividade laboral é primordial ao desenvolvimento do ser humano, inserindo-o na comunidade. Faz com que o homem não seja somente um espectador e sim um indivíduo que constrói a sociedade, contribuindo com sua força produtiva de trabalho. Você sabe que o ambiente laboral foi modifi cado para receber o trabalhador e essa mudança trouxe riscos à saúde e a sua segurança, assim a Constituição Federal de 1988, procurando resguardar a força produtiva do país, em seu art. 7º, inciso XXII, cita que a redução dos riscos inerentes ao trabalho deverá ser efetivada por meio de normas de saúde, higiene e segurança do trabalho, sendo este inciso contemplado nas 33 Normas Regulamentadoras criadas até o presente momento. Cabendo a NR 06 a responsabilidade de inserir os EPI’s como ferramenta de proteção ao trabalhador. Outra forma de proteção, e mais importante que os EPI’s, são os EPC’s, os quais são capazes de proteger mais de um trabalhador ao mesmo tempo. São exemplos de EPC as barreiras de contato nas partes móveis e energizadas, criadas na concepção das máquinas e equipamentos, os equipamentos de controle de sinistros, tais como: sprinkles, extintores, escadas e saídas de emergências, dentre outros. silenciador Como funciona o silenciador de um carro 3 Segurança do trabalho I A10 Mas o que é um EPC? Você deve estar se perguntando: o que é um EPC? Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) é todo equipamento utilizado para atender a vários trabalhadores ao mesmo tempo, destinado à proteção do trabalhador a riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Por exemplo: enclausuramento acústico de fontes de ruído, a ventilação dos locais de trabalho, a proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos, a sinalização de segurança, a cabine de segurança biológica, capelas químicas, cabine para manipulação de radioisótopos, extintores de incêndio, tela de proteção contra quedas de materiais, bandeja de proteção contra queda de pessoas, etc. Figura 1 – Silenciador do carro Fonte: <http://carros.hsw.uol.com.br/silencioso.htm>. Acesso em: 3 set. 2009. É importante que você saiba que o Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) se caracteriza em benefi ciar um grupo de trabalhadores indistintamente. Eles eliminam ou reduzem os riscos na própria fonte, como é o caso do dispositivo de silenciador instalado nos automóveis para reduzir o ruído produzido pelo motor. Os EPC’s podem intervir nos métodos e processos de trabalho e ações dentro da empresa. Nesse caso, podemos citar a música ambiente, que ajuda a reduzir o nível de estresse no trabalhador. Um exemplo de intervenção nos métodos e processos de trabalho se refere à diminuição da velocidade de operação de uma máquina, com o objetivo de reduzir o número de acidentes. QUEM SE AMA USA EPI 1Praticando... Já sabemos que EPC é um dispositivo ou produto utilizado para proteger vários trabalhadores dos riscos que eles poderão encontrar no ambiente de trabalho. Passemos agora a observar o mundo que nos cerca, ao analisar o ambiente de sua sala de aula, ou a cozinha da sua casa, ou qualquer outro ambiente de trabalho. Descreva os possíveis riscos de acidentes e que tipo de EPC poderiAa ser utilizado no sentido de proteger as pessoas que se utilizam desse ambiente. 4 Segurança do trabalho I A10 O que é um EPI? Você deve estar se perguntando: o que é um EPI? EPI – Equipamento de Proteção Individual – é todo dispositivo ou produto de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O EPI pode ser simples ou conjugado, nacional ou importado. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certifi cado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Todo EPI deverá apresentar, em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nomecomercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA. Você pode considerar como exemplo de EPI as máscaras, os protetores auriculares, os óculos de segurança, o calçado de segurança, etc. Figura 2 – Importância do EPI Fonte: <http://www.cartunista.com.br/basfepi.html>. Acesso em: 3 set. 2009. CA O Certifi cado de Aprovação é o documento que comprova as especifi cações técnicas do EPI. 5 Segurança do trabalho I A10 Você também pode encontrar um EPI conjugado. O que isso signifi ca? O Equipamento Conjugado de Proteção Individual é todo aquele composto por vários dispositivos cujo fabricante tenha-o associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetívei s de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Temos, como exemplo, o capacete de segurança acoplado com o protetor auricular tipo concha e protetor facial. Figura 3 – Capacete com proteção facial Fonte: <http://www.borrachasbemtevi.com.br/imagens/capacetes/capacete_vermelho.jpg>. Acesso em: 3 set. 2009. Bases legais A Norma Regulamentadora referente ao EPI é a NR 6: EPI – Equipamento de Proteção Individual (redação dada pela portaria SIT-MTE n. 25, de 15.10.2001, atualizada pela portaria SIT – MTE n. 194, de 22.12.2006). Está fundamentada juridicamente no Art. 7º, XXII, da CF-1988; Arts. 166 e 167 da CLT; Súmulas TST ns. 80 e 289; e Instrução Normativa SSST-MTb n.1 de 11.04.1994. O uso do EPI Você sabia que a norma regulamentadora número 6 obriga a empresa a fornecer aos empregados, de forma gratuita, o EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento nas seguintes situações: a) sempre que medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profi ssionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; c) para atender situações de emergência. 6 Segurança do trabalho I A10 Você sabe quem pode recomendar o uso do EPI? A recomendação do EPI adequado ao risco, ao empregador, é de competência do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) ou da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) quando as empresas estiverem desobrigadas a manter o SESMT. Ainda, nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado, mediante orientação de profi ssional tecnicamente habilitado, recomendar o EPI adequado à proteção do trabalhador. O que compete a cada um dos envolvidos quanto ao uso do EPI Você viu na aula 1 – Introdução à Segurança do Trabalho – que os atores envolvidos no processo da Segurança do Trabalho são os empregadores, os trabalhadores e o poder público. A cada um deles cabem obrigações e responsabilidade quanto ao uso do EPI. Assim: 2Praticando... O EPI é o equipamento pessoal do trabalhador que serve para protegê-lo dos riscos aos quais estão expostos, dessa forma, cada atividade laboral requer o uso específi co de determinados equipamentos. Assim, escolha 2 (duas) atividades de trabalho em sua cidade, descreva os riscos a que estão expostos os trabalhadores, o tipo de EPI utilizado pelo trabalhador e conclua sua atividade, respondendo se os EPI’s atende a todos os riscos verifi cados. 7 Segurança do trabalho I A10 1. Cabe ao empregador: a) adquirir o EPI adequado ao risco da atividade; b) tornar obrigatório o seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o EPI aprovado pelo órgão nacional competente; d) orientar e treinar o trabalhador quanto a seu uso, guarda e conservação; e) substituí-lo imediatamente quando extraviado ou danifi cado; f) responsabilizar-se por sua manutenção e higienização periódica; g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. 2. Cabe ao empregado: a) usar o equipamento, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se por sua guarda e conservação; c) comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para uso; d) cumprir as determinações do empregador sobre seu uso adequado. 3. Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego: a) fi scalizar e orientar quanto ao uso adequado e à qualidade do EPI; b) recolher amostras de EPI; c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumprimento das normas relativas a EPI. É importante saber que os EPI’s que podem ser restaurados, lavados e higienizados serão definidos pela Comissão Tripartite (comissão composta pela representação do Governo, empregador e trabalhador) e deverão manter suas características de proteção original. 3Praticando... 8 Segurança do trabalho I A10 Critérios de escolha e compra dos EPI’s É importante você saber que a escolha certa do EPI está diretamente associada ao conhecimento dos tipos de riscos: riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos, aos quais o trabalhador estará exposto. Assim, a compra deverá estar baseada na proteção que se quer dar ao trabalhador – o que se quer proteger (cabeça, mãos, olhos, etc.), a vida útil do equipamento – uma compra mais barata pode signifi car um baixo custo-benefício, quais os limites de sua utilização – o que na realidade ele elimina ou atenua e principalmente como realizar a sua limpeza e conservação. Sabemos que a escolha certa do EPI apropriado ao risco é de fundamental importância para a efetiva proteção do trabalhador. Diante do exposto, escolha 2 (duas) atividades de trabalho, descreva detalhadamente a tarefa realizada pelo trabalhador, os riscos ambientais existentes e especifi que os EPI’s adequados aos riscos com os respectivos CA. Para isso, será necessário, uma vez escolhidos os EPI’s, consulta aos sites dos respectivos fornecedores. Hora da revisão... É importante que você saiba que, no ambiente laboral, encontramos situações de risco que podem causar acidentes. O profi ssional da área de segurança do trabalho deverá, em suas atividades, reconhecer esses riscos e tomar as medidas cabíveis de eliminação ou redução dos mesmos, nas duas formas encontradas, quais sejam, o uso dos EPC’s e EPI’s. Cabe a este último somente a sua utilização quando todas as medidas coletivas de prevenção não forem sufi cientes. Assim, o profi ssional de segurança preocupa-se com controle do uso adequado, da conservação e manutenção dos equipamentos para garantir a efi ciência e efi cácia do seu uso. Na próxima aula, vamos abordar o uso específi co da proteção respiratória, preocupação essa que originou um programa específi co: PPR – Programa de Proteção Respiratória. Até breve! 9 Segurança do trabalho I A10 Leituras complementares EQUIPAMENTOS de Proteção Coletiva (EPC). Disponível em: <http://www.fiocruz. br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/epc.html>. Acesso em: 3 set. 2009. Nesse site, você encontra alguns exemplos de EPC para a prevenção dos riscos biológicos. MERLIN, Bruno. Equipamentos são fundamentais para segurança na área do cais. 2006. Disponível em: <http://www.portogente.com.br/texto.php?cod=4189>. Acesso em: 3 set. 2009. Matéria relacionada à utilização de equipamentos de proteção na área portuária. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE MATERIAL DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO AO TRABALHO – ANIMASEG. Disponível em: <http://www.animaseg.com.br>. Acesso em: 8 set. 2009. Site da Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho, onde você encontra a relação dos diversos EPI’s no mercado. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NRs: normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_ regulamentadoras/nr_06_.pdf>. Acesso em: 3 set. 2009. Página do MTE relacionada à norma de Equipamento de Proteção Individual.SISTEMA NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL – SINMENTRO. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/inmetro/sinmetro.asp>. Acesso em: 3 set. 2009. Neste site, você vai conhecer o sistema brasileiro constituído por entidades públicas e privadas, que exercem atividades relacionadas com metrologia, normalização, qualidade industrial e certifi cação da conformidade. 10 Segurança do trabalho I A10 Nesta aula, você estudou os dispositivos ou produtos de proteção individual e coletiva utilizados para proteger o trabalhador em seu ambiente laboral. Você também viu a norma que regulamenta o uso do EPI (NR 6) e que determina as responsabilidades de cada segmento envolvido. Você estudou os papéis do empregador, do trabalhador, do governo e do fabricante dos produtos, em relação aos equipamentos de proteção, além de ter visto citações também dos vários tipos de EPI’s e os riscos associados. Autoavaliação 1. O que é e para que serve um EPC? Dê exemplos. 2. O que é e para que serve um EPI? Dê exemplos. 3. O que é um Certifi cado de Aprovação – CA? 4. Em que situações é recomendada a utilização do EPI? 5. Qual é a responsabilidade do empregador quanto ao uso dos EPI’s? 6. Qual é a responsabilidade do trabalhador quanto ao uso dos EPI’s? 7. Qual é a responsabilidade do MTE quanto ao uso dos EPI’s? 8. Quem é responsável pela recomendação do uso do EPI? 9. Quais são os critérios para a escolha e compra de um EPI? 10. Cite os tipos de EPI’s para a cabeça e sua função. 11. Qual a diferença entre um EPC e um EPI? 12. São consideradas medidas coletivas de proteção a riscos ambientais: a) exame médico admissional e periódico e protetores auriculares para os trabalhadores expostos ao ruído; b) troca do agente nocivo por outro inócuo ou menos nocivo e emprego de água na perfuração, corte e trituração de rochas; c) medidas de higiene pessoal e protetores respiratórios; 11 Segurança do trabalho I A10 d) diminuição das horas de exposição e educação dos operários sobre os riscos a que estão expostos; e) uso de amortecedores, luvas e vacinação, precauções especiais para evitar o contágio com agentes biológicos. 13 São consideradas medidas de proteção individual: a) cintos de segurança tipo pára-quedista com talabarte e treinamento; b) mudança de processos manuais por mecânicos e uso de botas de segurança; c) dispositivos ou produtos, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos; d) medidas de higiene pessoal e ventilação; e) aquelas utilizadas para atender situações de emergência e sinalização. 14 Em relação ao EPI, não podemos afi rmar: a) a escolha requer conhecimento dos riscos ambientais: biológicos, físicos, químicos e/ou biológicos, aos quais o trabalhador estará exposto; b) é competência do MTE fi scalizar a sua qualidade; c) é obrigação do empregado comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada no seu equipamento; d) é obrigação do empregador adquirir o tipo adequado ao risco da atividade e tornar obrigatório o seu uso; e) o EPI, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do CA. 15 Quanto aos EPC´s e EPI´s, podemos afi rmar: a) são considerados EPC´s: luvas, botas e capacetes; b) é considerado EPI o aterramento elétrico; c) cabe ao empregado responsabilizar-se pela manutenção periódica; d) são os instrumentos que têm por fi nalidade evitar ou amenizar riscos de acidentes; e) cabe ao empregador cumprir as determinações quanto ao uso do EPI. 12 Segurança do trabalho I A10 16. Segundo a NR 6, em relação ao EPI, é responsabilidade do MTE: a) fi scalizar e orientar quanto ao uso adequado e à qualidade do EPI; b) recolher amostras de EPI e enviar ao empregador; c) adquirir o EPI adequado ao risco da atividade; d) responsabilizar-se por sua guarda e conservação; e) orientar e treinar o trabalhador quanto a seu uso, guarda e conservação. Referências BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NRs: normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_ regulamentadoras/nr_06_.pdf>. Acesso em: 3 set. 2009. GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de segurança e saúde no trabalho. São Paulo: LTr, 2008. MANUAIS de Legislação: atlas: segurança e medicina do trabalho. São Paulo: Editora Atlas, 1999. 13 Segurança do trabalho I A10 ANEXO 1 – UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA Você sabia que o EPC é a primeira opção a ser pensada como meio de controle ou redução de riscos no ambiente de trabalho? E devem ser inseridos desde a concepção do projeto do ambiente laboral à execução da atividade? Você vai ver algumas situações de uso de EPC para entender como ele é importante para evitar que o trabalhador fi que exposto aos riscos ambientais: 1. Uso do EPC na fase de elaboração de projeto: a) na concepção de aproveitamento da luz natural; b) no aproveitamento da ventilação, levando-se em consideração o regime dos ventos no local da edifi cação; c) na preocupação no dimensionamento dos espaços internos, objetivando o escoamento rápido e seguro nas situações de sinistros; d) no arranjo físico adequado da linha de produção de forma a evitar acidentes; e) no dimensionamento das Instalações sanitárias de forma a atender em número sufi ciente os trabalhadores e localizado em ambiente salubre; f) nos locais apropriados para armazenamento de produtos e matérias primas, facilitando o processo de carga e descarga; g) no projeto do sistema de injeção e exaustão de ar, para a renovação do ar no ambiente de trabalho, contribuindo para a retirada de contaminantes e dissipação do calor; h) no posicionamento de máquinas e ferramentas, depósitos, etc. Figura 4 – Linha de montagem automobilística Fonte: http://www.bobnews.com.br/images/2d42dd003dd381cc32588c2361bc0180.jpg 14 Segurança do trabalho I A10 2. Uso do EPC em relação ao trabalhador: a) uso de cabine de proteção; b) uso de indivíduos surdos nas áreas com alto nível de ruído; c) redução da jornada de trabalho nos ambientes insalubres, com deslocamento do pessoal para outros ambientes de menor risco, diminuindo assim o tempo de exposição aos agentes ambientais de cada trabalhador. 3. Uso do EPC em relação à fonte de risco: a) Enclausurar a fonte: fechar os equipamentos que produzem ruído ou liberam produtos agressivos, isolando-os do ambiente de trabalho. Ex.: Isolamento de trituradores, moinhos e tanques de substância voláteis para que não atinjam os demais trabalhadores. Redução de ruídos, poeira e névoas. Figura 5 – Armário para Ácidos e Corrosivos Fonte: http://www.redentor.ind.br/joomla/ b) Utilizar ventilação local e exaustora – responsável por retirar do local de trabalho, nos pontos de geração, poeiras nocivas e/ou gases tóxicos, dando adequado destino aos mesmos. c) Aterrar as instalações elétricas: além de adequado isolamento, a rede elétrica necessita de sistema de descarga na terra, visando a eliminar correntes que possam causar danos e/ou choques elétricos. 4. Uso do EPC em relação à trajetória do risco: a) utilizar para-raio nas edifi cações, na prevenção de acidentes por descargas atmosféricas; b) usar ventilação geral diluidora: ventilação responsável pela manutenção do conforto térmico e ar puro no ambiente de trabalho; 15 Segurança do trabalho I A10 c) realizar o controle através do ar (com obstáculos a sua propagação): enclausuramento, barreiras acústicas, absorção e/ou isolamento acústico; d) realizar o controle através das estruturas: silenciadores, isolamento de vibração e choque; e) isolar e sinalizar a área no transporte de carga suspensa. Figura 6 – Carga suspensa Fonte: www.portogente.com.br/texto.php?cod=4189 5. Uso do EPC em relaçãoaos métodos e processos de trabalho: a) substituir o agente nocivo por outro inócuo ou menos nocivo. Ex.: trocar o jato de areia por jateamento abrasivo com granalha de aço na atividade de limpeza de peças metálicas; b) modifi car os processos manuais por mecânicos. Ex.: utilização de máquinas na fabricação de tecidos e linhas; c) umectar: injeção de água sobre pontos de produção de partículas nocivas, fazendo com que estas se precipitem em depósitos adequados. 4. Uso do EPC nas medidas de ordem geral: a) ordem e limpeza: medida essencial de manutenção de um programa de acidentes dentro de uma empresa; b) isolamento no tempo e no espaço. Ex.: atividades com maior nível de ruído realizadas em turno inverso ao da empresa e localização de máquinas barulhentas ou perigosas, instaladas fora do ambiente de trabalho; c) utilização da sinalização de segurança na prevenção de acidentes, identifi cação dos equipamentos de segurança, delimitação de áreas, Identifi cação de tubulações de líquido s e gases advertindo contra riscos e identifi cação e advertência acerca dos riscos existentes. 16 Segurança do trabalho I A10 Figura 7 – Coletor de cigarros Fonte: http://www.redentor.ind.br/joomla/ ANEXO 2 – TIPOS DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 1. EPI para proteção da cabeça: a) Capacete: proteção do crânio contra impactos, choques elétricos e no combate a incêndios. b) Capuz: proteção do crânio contra riscos de origem térmica, respingos de produtos químicos e contato com partes móveis de máquinas. Figura 8 – Capacete e capuz Fonte: http://www.aplequipamentos.com.br/epi/vestimentas/images/bombeiros.jpg 2. EPI para proteção dos olhos e face: a) Óculos: proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes, luminosidade intensa, radiação ultravioleta, radiação infra-vermelha e contra respingos de produtos químicos. 17 Segurança do trabalho I A10 b) Protetor facial: proteção da face contra impactos de partículas volantes, respingos de produtos químicos, radiação infravermelha e luminosidade intensa. c) Máscara de solda: proteção dos olhos e face contra impactos de partículas volantes, radiação ultravioleta, radiação infravermelha e luminosidade intensa. Figura 9 – Protetor facial, máscara de solda e óculos de segurança Fonte: http://www.desantis.com.br/epi/imagens/facial.gif 3. EPI para proteção auditiva: Protetor auditivo - Protetor auditivo circum-auricular (tipo concha), de inserção e semiauricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II. Figura 10 – Protetor tipo concha, de inserção e semiauricular Fonte: http://www.fi ocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/imagens/protetorauditivo.gif 18 Segurança do trabalho I A10 4. EPI para proteção respiratória: a) Respirador purifi cador de ar: para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas, poeiras, névoas e fumos, poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos, vapores orgânicos ou gases ácidos em ambientes com concentração inferior a 50 ppm (parte por milhão), partículas e gases emanados de produtos químicos e espirador purifi cador de ar motorizado para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos. b) Respirador de adução de ar: tipo linha de ar comprimido e tipo máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde (IPVS) e em ambientes confi nados. c) Respirador de fuga: respirador de fuga para proteção das vias respiratórias contra agentes químicos em condições de escape de atmosferas Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde (IPVS) ou com concentração de oxigênio menor que 18 % em volume. Figura 11 – Máscara descartável e respirador semifacial 2 fi ltros Fonte: http://www.contatto.srv.br/equipamentos/img_s/pr.gif 5. EPI para proteção do tronco: a) Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade proveniente de operações com uso de água. b) Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica. 19 Segurança do trabalho I A10 Figura 12 – Proteção do tronco: avental e capas Fonte: http://www.contatto.srv.br/equipamentos/img_s/ppcp.gif 6. EPI para proteção dos membros superiores: a) Luva: para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes, agentes cortantes e perfurantes, choques elétricos, agentes térmicos, agentes biológicos, agentes químicos, vibrações, radiações ionizantes. b) Creme protetor: creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores contra agentes químicos, de acordo com a Portaria SSST nº 26, de 29/12/1994. c) Manga: para proteção do braço e do antebraço contra choques elétricos, agentes abrasivos e escoriantes, agentes cortantes e perfurantes, umidade proveniente de operações com uso de água, agentes térmicos. d) Braçadeira: braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra agentes cortantes. e) Dedeira: para proteção dos dedos contra agentes abrasivos e escoriantes. Figura 13 – Mangote e luva de PVC Fonte: http://www.contatto.srv.br/equipamentos/img_s/pmb.gif 20 Segurança do trabalho I A10 7. EPI para proteção dos membros inferiores: a) Calçado: para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos, choques elétricos, agentes térmicos, agentes cortantes e escoriantes, umidade proveniente de operações com uso de água, respingos de produtos químicos. b) Meia: meia de segurança para proteção dos pés contra baixas temperaturas. c) Perneira: para proteção da perna contra agentes abrasivos e escoriantes, agentes térmicos, respingos de produtos químicos, agentes cortantes e perfurantes, contra umidade proveniente de operações com uso de água. d) Calça: para proteção das pernas contra agentes abrasivos e escoriantes, respingos de produtos químicos, agentes térmicos, contra umidade proveniente de operações com uso de água. Figura 14 – Calçado de segurança Fonte: http://www.eavequipamentos.com.br/fotos/epi_calcados09.jpg 8. EPI para proteção do corpo inteiro: a) Macacão: para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra chamas, agentes térmicos, respingos de produtos químicos, umidade proveniente de operações com uso de água. b) Conjunto: conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos, respingos de produtos químicos, umidade proveniente de operações com uso de água, chamas. c) Vestimenta de corpo inteiro: para proteção de todo o corpo contra respingos de produtos químicos, umidade proveniente de operações com água, choques elétricos. 21 Segurança do trabalho I A10 Figura 15 – Avental tipo barbeiro Fonte: http://www.aplequipamentos.com.br/epi/vestimentas/images/avental_barbeiro.jpg 9. EPI para proteção contra quedas com diferença de nível: a) Dispositivo trava-queda: dispositivo trava-queda de segurança para proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas. b) Cinturão: para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em altura, contra riscos de queda no posicionamento em trabalhos em altura. Figura 16 – Cinto de Segurança tipo paraquedista Fonte: http://www.protevan.com.br/upload/produtos/6A15.jpg 22 Segurança do trabalho I A10 Anotações 23 Segurança do trabalho I A10 Anotações 24 Segurança do trabalho I A10 Anotações 11 Cláudia Régia Gomes Tavares C U R SO T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O EPR – Equipamento de Proteção Respiratória SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... Objetivos 1 Segurança do trabalho I A11 ... os diversos tipos de EPI’s utilizados na prevenção de riscos químicos e a importância de se implantar um Programa de Proteção Respiratória (PPR) dentro da empresa no sentido de proteger o trabalhador contra inalações de contaminantes nocivos no ar e defi ciência de oxigênio na atmosfera do ambiente de trabalho. Conhecer um Programa de Proteção Respiratória (PPR); Identifi car os diversos equipamentos de proteção respiratória. Antropometria é o estudo das medidas do corpo humano. Nesse sentido, as características antropométricas são as diferentes medidas relativas a uma parte do corpo humano. Ex.: Para a confecção de um capacete, devemos considerar os vários tamanhos de diâmetro da cabeça. Antropométricas 2 Segurança do trabalho I A11 Para começo de conversa... Muitos são os EPI’s desenvolvidos para a proteção do trabalhador: botas, luvas, protetores auriculares, óculos de segurança, protetores respiratórios, dentre outros. Todos eles, em sua concepção, deverão atender às características antropométricas dos trabalhadores para que possam atuar de forma efi ciente e efi caz. Em especial nos ambientes onde se faz necessário o uso de protetores respiratórios, a empresa deverá implantar o Programa de Proteção Respiratória (PPR), cujas recomendações auxiliam na seleção e controle do uso do equipamento de proteção respiratória. IPVS 3 Segurança do trabalho I A11 Protetor respiratório O protetor respiratório é um Equipamento de Proteção Individual utilizado para a proteção do trabalhador quando no uso de agentes químicos, em ambientes de pouca ventilação e quando as medidas de proteção coletivas não são sufi cientes para manter o ambiente respirável. Os protetores respiratórios estão classifi cados, segundo a NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual que você estudou na aula 10, em respirador purifi cador de ar, respirador de adução de ar e respirador de fuga. O primeiro é utilizado quando a concentração de oxigênio no ar permite a preservação da vida, o segundo tipo é utilizado em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde (IPVS) e em ambientes confi nados e, por último, aqueles recomendados para o escape em atmosferas Imediatamente Perigosas à Vida e à Saúde ou com concentração de oxigênio menor que 18 % em volume. Visando o uso adequado desses EPI’s foi desenvolvido o Programa de Proteção Respiratória (PPR) no âmbito da empresa, assunto que passaremos a discutir. Por que usar um protetor respiratório Respirar é importante para manter a saúde dos pulmões e dos organismos em geral, o oxigênio que penetra pelas vias respiratórias é responsável por alimentar as células do corpo através da corrente sanguínea. O sangue alimenta os tecidos com O 2 mantendo os órgãos em perfeito funcionamento e garantindo a vida. Portanto, o ser humano não sobrevive sem oxigênio, e esse oxigênio deve ser inalado em quantidade sufi ciente para garantir a manutenção da vida. Nem sempre no ambiente de trabalho encontramos atmosfera completamente respirável. Para contornar essa situação e fornecer a quantidade de oxigênio necessária à vida, utilizamos protetor respiratório. IPVS (Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde) – é condição considerada imediatamente perigosa à vida ou à saúde. Refere- se à exposição respiratória aguda, que supõe uma ameaça direta de morte ou consequências adversas irreversíveis à saúde imediatas ou retardadas, ou exposição aguda aos olhos que impeça a fuga da atmosfera perigosa. Os valores da concentração IPVS são obtidos sob o título IDHL (Immediately Dangerous to Health and Life) apresentados pelo NIOSH na publicação Pocket Guide to Chemical Hazards. 4 Segurança do trabalho I A11 Como o ar que respiramos pode fi car contaminado? Para responder a essa pergunta, devemos revisar o que sabemos de riscos ambientais, para isso vamos nos remeter a aula 04 – Noções de atividades e operações insalubres e perigosas, na qual tomamos conhecimentos dos agentes químicos, em especial os aerodispersoides, gases e vapores, provenientes dos processos de trabalho que se misturam com a atmosfera respirável e contaminam o ambiente laboral fazendo com que o ar inalado leve aos tecidos, em lugar do oxigênio, substâncias nocivas ao homem que podem causar doenças e até mesmo a morte. Vias de penetração no organismo Os agentes químicos podem penetrar no organismo através das vias respiratórias, via oral, pele e mucosas. A seleção e uso de protetores respiratórios adequados são de grande importância para impedir a penetração pelas vias respiratórias. Figura 1 – Vias de penetração – Agente químico. Fonte: <http://www.andef.com.br/epi/>. Acesso em: 8 set. 2009. 1Praticando... 5 Segurança do trabalho I A11 As vias respiratórias são o caminho mais importante de penetração de substâncias tóxicas no organismo humano, a superfície do pulmão varia entre 80 e 100 m2 o que é bastante grande, comparado com a superfície da pele que é de 2 m2 e com os 10 m2 de superfície do aparelho digestivo. Assim, os pulmões por onde os contaminantes podem penetrar no organismo de um adulto é de cerca de 50 vezes o da penetração pela pele e 10 vezes o do aparelho digestivo. Dessa forma, é importante a Proteção Respiratória como a parte da Segurança do Trabalho que se preocupa em evitar o contato respiratório dos contaminantes com o organismo humano. Várias são as formas de penetração das substâncias no organismo humano: pele, nariz, boca, mucosas. Considerando a presença de agentes químicos dispersos no ar, qual(is) via(s) de penetração é (são) motivo(s) de preocupação no ambiente laboral e por quê? O que é um Programa de Proteção Respiratória (PPR) O Programa de Proteção Respiratória é um conjunto de medidas e procedimentos que devem ser implantados em empresas nas quais os trabalhadores estão expostos aos riscos químicos. O PPR tem a fi nalidade de adequar a utilização dos Equipamentos de Proteção Respiratória (EPR), quando necessário, para complementar as medidas de proteção coletivas implementadas, ou enquanto as mesmas estiverem sendo implantadas, com a fi nalidade de garantir uma completa proteção das vias respiratórias do trabalhador contra poeiras, névoas, fumos, radionuclídeos, vapores orgânicos e gases ácidos. 6 Segurança do trabalho I A11 Situações nas quais o PPR pode ser implantado O controle dos ambientes de trabalho contaminados com poeiras, fumos, névoas, fumaças, gases e vapores evitam as doenças ocupacionaisprovocadas pela inalação de ar contaminado pelos trabalhadores, tais como irritações nos pulmões, asfi xia, intoxicações, anestesia e pneumoconioses. O controle no ambiente laboral objetiva minimizar essas concentrações e torná-lo mais saudável, a princípio isso deve ser alcançado pela implantação de medidas de controle coletivas (por exemplo: enclausuramento, confi namento da operação, ventilação local ou geral, ou substituição de substâncias por outras menos tóxicas). Quando estas medidas de proteção coletivas não são sufi cientes ou viáveis, ou enquanto estão sendo implantadas ou avaliadas, devem ser usados respiradores apropriados que protejam os trabalhadores desses contaminantes. Responsabilidades no PPR Na preservação da saúde e segurança cada segmento envolvido tem sua parcela de responsabilidade, no PPR isso não poderia deixar de existir. Assim, cabe ao empregador e ao empregado as seguintes recomendações: a) Cabe ao empregador Fornecer o respirador, quando necessário, para proteger a saúde do trabalhador; Fornecer o respirador conveniente e apropriado para o fi m desejado; Ser responsável pelo estabelecimento e manutenção de um programa de uso de respiradores para proteção respiratória; Permitir ao empregado que usa o respirador deixar a área de risco por qualquer motivo relacionado com o seu uso, tais como: falha do respirador, mau funcionamento, detecção de penetração de ar contaminado, aumento da resistência à respiração, grande desconforto devido ao uso do respirador, mal estar sentido pelo usuário, tais como náusea, fraqueza, tosse, espirro, difi culdade para respirar, calafrio, tontura, vômito, febre, lavar o rosto e a peça facial do respirador, sempre que necessário, para diminuir a irritação da pele, trocar o fi ltro ou outros componentes, sempre que necessário, e descanso periódico em área não contaminada; Investigar a causa do mau funcionamento do respirador e tomar providências para saná-la. Se o defeito for de fabricação, o empregador deverá comunicá-lo ao fabricante e órgão ofi cial de competência na área de EPI. b) Cabe ao trabalhador Usar o respirador fornecido de acordo com as instruções e treinamento recebidos; 7 Segurança do trabalho I A11 Guardar o respirador, quando não estiver em uso, de modo conveniente para que não se danifi que ou deforme; Se observar que o respirador não está funcionando bem, deverá deixar imediatamente a área contaminada e comunicar o defeito à pessoa responsável indicada pelo empregador; Comunicar à pessoa responsável qualquer alteração do seu estado de saúde que possa infl uir na sua capacidade de usar o respirador de modo seguro. Programação mínima que deve conter o PPR a) Administração do programa – nesse caso, o empregador deverá atribuir a uma só pessoa a responsabilidade e autoridade pelo programa de uso de respiradores. Essa pessoa deve possuir conhecimentos de proteção respiratória sufi cientes para administrar de modo apropriado o programa. A responsabilidade do administrador no programa inclui a preparação dos procedimentos operacionais escritos, o monitoramento dos riscos respiratórios, a atualização dos registros e a realização das auditorias; b) Procedimentos operacionais escritos – o administrador do programa deverá estabelecer nos ambientes da empresa onde os respiradores forem necessários os procedimentos operacionais escritos em situações de rotina e emergência; c) Limitações fi siológicas e psicológicas dos usuários de respiradores – considerando as características individuais de cada trabalhador, cabe ao médico, através de exames realizados periodicamente, determinar se uma pessoa tem ou não condições médicas de usar um respirador. Para auxiliar o médico na sua avaliação, o administrador do programa deve informá-lo sobre o tipo de respiradores para uso rotineiro e de emergências, as condições ambientais, frequência e duração da atividade que exige o uso do respirador e as substâncias contra as quais o respirador deve ser usado, incluindo a exposição provável a uma atmosfera com defi ciência de oxigênio. d) A seleção dos tipos de respiradores – a seleção deve ser feita, considerando-se: A natureza da operação ou processo perigoso; O tipo de risco respiratório, tais como: propriedades físicas, defi ciência de oxigênio, efeitos fi siológicos sobre o organismo, concentração do material tóxico, ou nível de radioatividade, limites de exposição estabelecidos para os materiais tóxicos, concentração permitida para o aerossol radioativo, e a concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde (IPVS), estabelecida para o material tóxico; A localização da área de risco em relação à área mais próxima que possui ar respirável; O tempo durante o qual o respirador deve ser usado; Fator de Proteção Atribuído (FPA) – é dado ao nível mínimo de proteção respiratória que se espera alcançar no ambiente de trabalho, para uma porcentagem especifi cada de usuários treinados, proporcionado por um respirador apropriado (ou classe de respirador) em bom estado e ajustado corretamente no rosto, usado durante todo o tempo em que o usuário permanece na área contaminada. FPA 8 Segurança do trabalho I A11 As atividades que os trabalhadores desenvolvem na área de risco; As características e as limitações dos vários tipos de respirador; O Fator de Proteção Atribuído (FPA) para os diversos tipos de respiradores. e) Treinamento – com a fi nalidade de garantir o uso correto de equipamentos de proteção respiratória, devem receber treinamento o supervisor, a pessoa que distribui o respirador, os usuários de respiradores e as equipes de emergência e salvamento. Todo usuário deverá receber treinamento inicial e, no mínimo, a cada 12 meses, e deverá ser avaliado por esse treinamento. f) Ensaio de vedação – Todo usuário de respirador com vedação facial deve ser submetido inicialmente a um ensaio quantitativo ou qualitativo de vedação para determinar se o respirador se ajusta bem ao rosto, esse resultado deverá ser usado na seleção do tipo, modelo e tamanho para cada usuário. Os respiradores com vedação facial para fuga e emergências também devem ser submetidos aos ensaios de vedação. g) Programa de manutenção, higienização, inspeção e guarda – visa à preservação das características originais dos respiradores e substituição em caso de defeitos, falta de peças que somente deverá ser realizada por pessoas treinadas na manutenção e reparo de respiradores. Limpeza e higienização – os respiradores utilizados por uma só pessoa devem ser limpos e higienizados regularmente, aqueles utilizados por mais de uma pessoa, nos ensaios de vedação e respiradores de emergência devem receber limpeza e higienização após o uso; Inspeção – os respiradores deverão ser inspecionados constantemente antes do uso e na limpeza e higienização, os respiradores de emergência e de resgate devem ser inspecionados, no mínimo, uma vez por mês e os respiradores de fuga, antes de serem levados para a área de trabalho; Guarda – os respiradores devem ser guardados de modo que estejam protegidos contra agentes físicos e químicos tais como: vibração, choque, luz solar, calor, frio extremo, umidade excessiva ou agentes químicos agressivos. Devem ser guardados de modo que as partes de borracha ou outro elastômero não se deformem. Não devem ser colocados em gavetas, caixa de ferramentas, a menos que estejam protegidos contra contaminação, distorção ou outros danos. Os respiradores de emergência e resgate que permanecem na área de trabalho devem ser facilmente acessíveis durante todo o tempo e devem estar em armários ou estojos marcados de modo que sua identifi cação seja imediata. 2Praticando... 9 Segurança do trabalhoI A11 Como selecionar um equipamento de proteção respiratória (EPR) A seleção do EPR é criteriosa, pois vários fatores devem ser levados em consideração, além de que todos os respiradores devem possuir seu respectivo CA (Certifi cado de Aprovação). Fatores que infl uem na seleção de um respirador A atividade do usuário (trabalho leve, médio ou pesado) e o seu tempo de permanência na área de risco são fatores determinantes no dimensionamento da quantidade de O2 necessária a atividade, pois quanto maior o gasto de energia e maior tempo exposto ao risco implicam em maior reserva de O2 e maior quantidade de troca dos fi ltros; Cada EPR tem suas próprias características que irão se adequar às condições de uso (uso rotineiro, não rotineiro, emergências ou resgate). Assim, os critérios de escolha de um respirador de uso rotineiro não poderiam ser os mesmos utilizados para situações de emergências; O PPR é um programa implantado em empresas nas quais os trabalhadores estão expostos aos riscos químicos. O programa a ser cumprido envolve desde a indicação do responsável pelo programa a manutenção, higienização, inspeção e guarda do EPR utilizado. Assim, qual das etapas do programa é determinante para a aprovação do uso do EPR no trabalhador e por quê? 10 Segurança do trabalho I A11 A localização da área de risco em relação às áreas seguras de ar respirável determina a necessidade de escolha do EPR para as situações de emergência, manutenção, reparos e resgate; As características e limitações dos respiradores oferecem opções de escolha do EPR, uma vez que os mesmos são dimensionados em função da concentração do contaminante no ambiente e da existência ou não de ar respirável; As características da tarefa relativa às condições do ambiente e o nível de esforço exigido de um usuário de um respirador podem reduzir drasticamente a vida útil do respirador; Um respirador com cobertura das vias respiratórias, de pressão positiva ou negativa, não deve ser usado por pessoas cujos pêlos faciais (barba, bigode, costeletas ou cabelos) possam interferir no funcionamento das válvulas, ou prejudicar a vedação na área de contato com o rosto; Na escolha dos respiradores deve-se levar em conta o nível de ruído do ambiente e a necessidade de comunicação, pois falar em voz alta pode provocar deslocamento de algumas peças faciais. Nestes casos deve-se optar por equipamento de comunicação; Quando o usuário necessitar usar lentes corretivas, óculos de segurança, protetor facial, óculos de soldador ou outros tipos de proteção ocular ou facial, deve-se ter o cuidado de não prejudicar a vedação; Não devem ser usados gorros ou bonés com abas que interfi ram na vedação da peça facial no rosto. Assim como o uso de outros equipamentos de proteção individual, como capacetes ou máscara de soldador, não devem interferir na vedação da peça facial; O desempenho de respiradores fi ca prejudicado, em baixas e altas temperaturas, pois em temperatura muito baixa, as válvulas do respirador podem congelar abertas ou fechadas devido à presença de umidade, assim como se pode agravar o estresse térmico devido ao uso do EPR. Escolha do Equipamento de Proteção Respiratória Existem dois tipos de respiradores, os purifi cadores de ar e os de adução de ar, cada um com suas características que passaremos a discutir: Os purifi cadores de ar removem os contaminantes do ar que você respira. Nesse caso, a atmosfera tem oxigênio sufi ciente para manter a vida. Geralmente, o respirador possui uma peça facial de selagem perfeita ao rosto, quando o ar é inalado uma sucção de pressão negativa dentro da peça facial força o ar externo a passar pelos elementos fi ltrantes antes que você o respire. Positiva Respirador de demanda com pressão positiva – respirador de adução de ar no qual o ar respirável é admitido à peça facial somente quando a pressão dela é reduzida pela inalação, mas permanecendo sempre positiva em relação ao ambiente. Respirador de demanda sem pressão positiva – respirador de adução de ar no qual o ar respirável é admitido à peça facial somente quando a pressão dentro da peça facial fi car negativa devido à inalação. 11 Segurança do trabalho I A11 Os respiradores purifi cadores de ar têm limites de proteção, pois os fi ltros se entopem ou se saturam quanto mais forem utilizados. Sempre siga a orientação do técnico ou engenheiro de segurança quanto ao momento correto de substituir os fi ltros. Eles em geral podem ser utilizados até o momento em que você sinta o cheiro ou sabor dos contaminantes dentro do respirador. Nem todos os tipos de substâncias contaminantes podem ser removidos de forma segura por fi ltros respiratórios. Algumas vezes, a quantidade do contaminante no ar é muito alta para que os fi ltros sejam efi cientes. Em outras, os contaminantes são desconhecidos e em algumas situações, não há oxigênio sufi ciente. Dessa forma, utilizamos os respiradores de adução de ar, que recebem o ar dentro da peça facial, capuz ou capacete para criar dentro dela uma pressão positiva que impede que os contaminantes externos possam penetrar nela. Frequentemente, estes respiradores funcionam por “pressão positiva”, isto é, o ar é fornecido somente quando você inspira. Tipos de cobertura das vias respiratórias As coberturas das vias respiratórias são divididas em conjunto bocal, peça facial inteira ou semifacial, conjugada com capuz ou capacete, que passaremos a descrever: 1. Conjunto bocal – equipamento de proteção respiratória constituído de bocal preso pelos dentes com vedação nos lábios do usuário, através do qual o ar é inalado e exalado, enquanto o nariz é fechado com uma pinça nasal; 2. Peça facial inteira – peça facial que cobre a boca e o nariz, e se apoia sob o queixo; 3. Peça semifacial – peça facial que cobre a boca e o nariz, e se apoia sob o queixo; 4. Peça semifacial Filtrante (PFF) – peça facial constituída total ou parcialmente de materiais fi ltrantes. O mesmo que máscara descartável. Pode ser classe PFF1, PFF2 ou PFF3, conforme ABNT/NBR 13698/1996; 5. Peça um quarto facial – peça facial que cobre a boca e o nariz, e se apoia sob o queixo. 6. Capuz – componente de um equipamento de proteção respiratória que envolve a cabeça e o pescoço, podendo cobrir parte dos ombros. Utiliza ar respirável em quantidade sufi ciente para evitar a penetração de contaminantes; 7. Capacete – componente de um equipamento de proteção respiratória que protege o crânio contra impactos e pode, ou não, ter um capuz incorporado. Utiliza ar respirável em quantidade sufi ciente para evitar a penetração de contaminantes. 3Praticando... 12 Segurança do trabalho I A11 Figura 2 – Peça semifacial fi ltrante Fonte: < http://www.walmarcorp.com.br/ima- gens/120/12088827156004.jpg>. Acesso em: 17 set. 2009 Figura 3 – Peça semifacial Fonte: <http://www.protcap.com.br/images/ produtos/normal/20090514105948.jpg>. Acesso em: 16 set. 2009. Figura 4 – Peça facial inteira Fonte: <http://www.walmarcorp.com. br/?pg=ver&aWlk=MTE1#>. Acesso em: 8 set. 2009. Figura 5 – Capacete e sistema de comunicação Fonte: <http://media.msanet.com/Interna- tional/Brazil/Figuras/ClearCommand.jpg>. Acesso em: 8 set. 2009. Figura 6 – Capuz equipamento autônomo Fonte: <http://media.msanet.com/Internatio- nal/Brazil/Figuras/S_Cap.jpg>. Acesso em: 8 set. 2009. Figura 7 – Conjunto bocal Fonte: <http://www.lawson-his.co.uk/images/ MSA/miniscape_use.jpg>. Acesso em: 16 set. 2009 Sabemos que existem dois tipos de respiradores para o controle dos agentes químicos dispersos no ar. Desta forma, baseado no que estudamos até o presente momento, em que circunstâncias se podem utilizar os purifi cadores de ar e osde adução de ar? 13 Segurança do trabalho I A11 Estudamos a aplicação e seleção do uso do EPR no âmbito da empresa, esperamos que o aluno até esta etapa, venha a ter como estudante da área de segurança, noções básicas e sufi cientes para a escolha adequada de um protetor respiratório, assim como de outros EPI’s. Na próxima aula estudaremos as medidas e procedimentos de proteção coletiva que benefi ciaram os trabalhadores no ambiente laboral, como é o caso das recomendações específi cas aos equipamentos de transporte, movimentação, armazenamento e manuseio de materiais. Leituras complementares VILELA, Ana Luisa Miranda. Fisiologia da respiração. Disponível em: <http://www.afh. bio.br/resp/resp2.asp>. Acesso em: 8 set. 2009. ANDEF. Manual de uso correto de EPI. Disponível em: <http://www.andef.com.br/epi/>. Acesso em: 8 set. 2009. WAKAMATSU, Celina T. Doenças causadas por gases asfi xiantes simples. Disponível em: <http://www.geocities.com/Athens/Troy/8084/Asfi xian.htm>. Acesso em: 8 set. 2009. MENDES, René. Doenças causadas por gases asfi xiantes químicos. Disponível em: <http://www.geocities.com/Athens/Troy/8084/Asfi quim.htm>. Acesso em: 8 set. 2009. FUNDACENTRO. Programa de proteção respiratória: seleção e uso de respiradores. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/ARQUIVOS/ PUBLICACAO/l/programadeprotecaorespiratoria.pdf>. Acesso em: 8 set. 2009. Artigo para download do livro: PPR. CAMARGO, Osny Ferreira. Filtros mecânicos: efi ciência x conforto x durabilidade. Disponível em: <www.saudeetrabalho.com.br/download/fi ltros-mecanicos.doc>. Acesso em: 8 set. 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES E IMPORTADORES DE EQUIPAMENTOS E PRODUTOS DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO AO TRABALHO – ABRASEG. FAQ - Proteção Respiratória. Disponível em: <http://www.abraseg.com.br/FAQ-resp.htm>. Acesso em: 8 set. 2009. Autoavaliação 14 Segurança do trabalho I A11 1. Que são Aerodispersoides? Classifi que-os. 2. Qual a diferença fundamental entre gases e vapores? 3. O que é um PPR e qual a sua importância na empresa? 4. Quem são os atores envolvidos no PPR e qual o papel a ser desempenhado por cada um deles? 5. Que são purifi cadores de ar? 6. Que são fi ltros combinados? 7. Em que situações são recomendadas a utilização de peça semifacial e peça facial inteira? 8. Quais são os requisitos a serem considerados na compra de um EPR? 9. Que é IPVS? E quais as recomendações cabíveis? 10. O que é LT e como ele é aplicado na seleção de um EPR? Nessa aula aprendemos os procedimentos para implantação do PPR – Programa de Proteção Respiratória. Sabemos que o mesmo é específi co de cada empresa, uma vez que é elaborado em função da exposição dos trabalhadores aos agentes químicos. Nesse sentido, cabe ao responsável de segurança em cada estabelecimento a aplicação e monitoramento do PPR, que deverá ser rigorosamente seguido por todos os envolvidos. 15 Segurança do trabalho I A11 Referências CP SOLUÇÕES EM PREVENÇÃO. Disponível em: <http://www.cpsol.com.br/website/ download.asp?cod=1872&idi=1>. Acesso em: 9 set. 2009. EQUIPAMENTOS de proteção respiratótia: módulo 1: slides. Disponível em: <www.portaldotecnico.net/assuntos_diversos/slides/equipamentos_protecao_ respiratoria_01.pps>. Acesso em: 9 set. 2009. FUNDACENTRO. Programa de proteção respiratória: recomendações, seleção e uso de respiradores. São Paulo: FUNDACENTRO, 1994. Disponível em: <http://www.cpsol.com. br/upload/arquivo_download/1872/PPR%20Fundacentro.pdf>. Acesso em: 9 set. 2009. ______. Programa de proteção respiratória: seleção e uso de respiradores. São Paulo: FUNDACENTRO, 2002. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/ARQUIVOS/ PUBLICACAO/l/programadeprotecaorespiratoria.pdf>. Acesso em: 8 set. 2009. IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda., 1990. INTRODUÇÃO a segurança do trabalho. Disponível em: <http://www.bauru.unesp.br/ curso_cipa/1_legislacao_sobre_cipa/1_introducao.htm>. Acesso em: 9 set. 2009. INSTRUÇÃO NORMATIVA SSST/MTB nº 1, de 11 de abril de 1994. Estabelece o Regulamento Técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória. Disponível em: <http://www.ipef.br/legislacao/bdlegislacao/detalhes.asp?Id=5203>. Acesso em: 9 set. 2009. LAINHA, Marcos Antonio José; HADDAD, Edson. Equipamentos de proteção individual para atender emergência clínicas. Disponível em: <www.cepis.org.pe/tutorial1/p/ equiprot/index.html>. Acesso em: 9 set. 2009. NORMAS REGULAMENTADORAS: blog. Dicionário de segurança do trabalho: glossário. Disponível em: <http://normasregulamentadoras.wordpress.com/glossario/>. Acesso em: 9 set. 2009. PROGRAMA de proteção respiratória. Disponível em: <www.saudeetrabalho.com.br/ download/ppr-prot-resp.rtf>. Acesso em: 9 set. 2009. 16 Segurança do trabalho I A11 ANEXO A – CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS Segundo Iida (1990), existem cerca de 50.000 compostos químicos e 2.000 estão sendo criados a cada ano. Para saber lidar com a presença dessas substâncias no dia-a-dia precisamos entendê-las um pouco melhor. Os agentes químicos são substâncias que podem reagir com os tecidos humanos ou afetar o organismo, alterando seu funcionamento. Classifi cam-se em sólidos, líquidos e gasosos, e estão presentes na atmosfera ocupacional na forma de aerodispersoides sólidos ou líquidos e como gases e vapores. Para você entender melhor, serão discutidas as características de cada um deles: 1. Classifi cação física das partículas: a) Aerodispersoides São partículas sólidas ou líquidas de tamanhos inferiores a 100µ a 0,20/µ, dispostos no ar do ambiente ocupacional Os danos que causam no organismo dependem de suas características físicas, químicas e físico-químicas como tamanho, formato, densidade, reatividade, velocidade de reação e concentração na atmosfera. Partículas com diâmetro inferior a 10µ são respiráveis e partículas grandes (acima de 10µ) não conseguem penetrar no trato respiratório, embora possam estar associadas a dermatites, cânceres, alergias; partículas de diâmetros inferiores a 3µ são depositadas nos alvéolos pulmonares. (fonte: http://www.atmosambiental.com.br/imprensa/ar_atmosferico.htm) Exemplos Poeiras – são partículas sólidas, produzidas mecanicamente por ruptura de partículas maiores: moagem, lixamento; Fumos – gerados termicamente, formados pela condensação e solidifi cação de vapores produzidos pela volatilização de substâncias sólidas fundidas: fundição, soldagem; Fumaça – mistura de gases, vapores e aerodispersoides, proveniente da combustão: madeira, papel, plástico, tecido, etc.; Névoas – partículas líquidas produzidas mecanicamente: pintura spray, nebulização de agrotóxicos; Neblinas – são partículas líquidas produzidas por condensações de vapores: água, ácido, etc.; Radionuclídeos – emissão de radiação: aerossol de sais de césio, radônio. 17 Segurança do trabalho I A11 b) Gases – São fl uidos amorfos que a 25ºC 760mm Hg, ocupam o espaço (volume) que os contém e que podem mudar de estado físico pela combinação de pressão e temperatura. Exemplos Oxigênio O 2 Gás carbônico CO 2 Dióxido de enxofre SO 2 c) Vapores – representam a fase gasosa de uma substância líquida ou sólida. Podem mudar de estado físico por mudanças na temperatura ou pressão. Exemplos Vapores de álcool Vapores de gasolina Vapores de benzeno 2. Classifi cação fi siológica das partículas: a) Não classifi cadas – sem efeito tóxico conhecido: gesso, amido; b) Fibrogênicas – alteram a estrutura celular dos alvéolos, restringindo a capacidade de troca de oxigênio: sílica cristalina, amianto, berílio, ferro; c) Irritantes – irritam, inflamam e ulceram o trato respiratório: névoas ácidas ou alcalinas; d) Produtoras de febre – produzemcalafrio e febre intensa: fumos de cobre e zinco; e) Sistêmicas – danos aos órgãos e sistemas: cádmio, chumbo, manganês; f) Alergênicos – reações alérgicas: pólen, pelos dos animais, platina, algodão; 18 Segurança do trabalho I A11 g) Cancerígenas – provocam câncer: amianto, cromatos, radionuclídeos; h) Mutagênicas e teratogênicas – induzem mutação em nível celular ou alterações genéticas: chumbo e mercúrio. 3. Classifi cação fi siológica dos gases e vapores: a) Irritantes – Infl amam os tecidos: ácido muriático, gás lacrimogêneo, gás sulfídrico; b) Anestésicos – ação depressiva no sistema nervoso central: eteno, butano, benzeno, tolueno, xileno; c) Asfi xiantes – bloqueiam os processos vitais devido à falta de oxigenação: gás carbônico (simples), monóxido de carbono (químico); d) Sistêmicos – Alterações funcionais ou morfológicas em determinados órgãos: mercúrio (sistema nervoso e rins), fósforo (ossos), tetracloreto de carbono (fígado); e) Alergênicos – resinas epóxi; f) Mutagênicos e teratogênicos – mutação em nível celular ou alterações genéticas: diclorobuteno; g) Cancerígenos – cloreto de venila, benzeno. Fonte: <http://www.atmosambiental.com.br/imprensa/ar_atmosferico.htm>. Acesso em: 9 set. 2009. 19 Segurança do trabalho I A11 ANEXO B – TIPOS DE RESPIRADORES DISPONÍVEIS 1. Purifi cadores de ar - Filtros mecânicos e químicos: a) Filtros mecânicos: Os fi ltros mecânicos são aqueles com a habilidade de reter partículas em suspensão na atmosfera e são recomendados para proteção contra aerodispersoides, tais como poeiras, fumos, névoas ou neblinas e são classifi cados de acordo com sua efi ciência, nas classes P1, P2 e P3. Os fi ltros P1 e P2 são encontrados no mercado com formato plano e os P2 e P3 podem ser encontrados em forma de sanfona montados dentro de cartuchos. Figura 8 – Filtros mecânicos P1, P2 e P3. Fonte: <http://www.protevan.com.br/canais/loja/subcategoria.asp?id=43&cod_categoria=145>. Acesso em: 9 set. 2009. Os fi ltros mecânicos podem ser classifi cados em função de sua capacidade de fi ltração, conforme descrito a seguir: Classe P1 Para uso contra aerodispersoides gerados mecanicamente. As partículas podem ser sólidas ou líquidas, geradas de soluções ou suspensões aquosas. São indicados entre outros, contra poeiras vegetais: algodão, bagaço de cana, madeira, celulose e carvão vegetal, grãos e sementes, poeiras minerais como sílica, cimento, amianto, carvão mineral, negro de fumo, bauxita, calcário, coque, fi bra de vidro, ferro, alumínio, chumbo, cobre, zinco, manganês e outros materiais, e ainda névoas aquosas de inorgânicos: névoas de ácido sulfúrico e soda cáustica. Possuem pequena capaci- dade de retenção. 20 Segurança do trabalho I A11 Classe P2 Para uso contra aerodispersoides gerados mecanicamente (poeiras e névoas) e termicamente (fumos). Além dos contaminantes indicados para o fi ltro P1, os fi ltros P2 são efi cientes na retenção de fumos metálicos, como solda ou provenientes dos processos de fusão de metais que contenham ferro, manganês, cobre, níquel e zinco. São ainda indicados contra névoas de pesticidas com baixa pressão de vapor, que não contenham vapores associados. Esses fi ltros são ainda classifi cados em categorias “S” ou “SL”, de acordo com a sua capacidade para reter partículas líquidas oleosas ou não. Os da categoria “S” são indicados para os contaminantes anteriormente citados e os da categoria “SL” podem ser utilizados para proteção contra névoas oleosas e para os contaminantes da categoria anterior. Possuem capacidade média de retenção. Classe P3 Para uso contra aerodispersoides gerados mecanicamente e termicamente, incluin- do os tóxicos. Pertencem a esta categoria de contaminantes tóxicos, entre outros, as poeiras, névoas e fumos de arsênico, berílio, sais solúveis de platina, cádmio, rádio, prata, urânio e seus compostos e os radionuclídeos. Os fi ltros P3 da mesma forma que os fi ltros P2, também são divididos nas categorias “S” ou “SL”. Possuem grande capacidade de retenção. Fonte: <http://www.cepis.org.pe/tutorial1/p/equiprot/index.html>. Acesso em: 9 set. 2009. ATENÇÃO A proteção propiciada por uma determinada classe de fi ltros compreende também a proteção fornecida pelo fi ltro da classe anterior. b) Filtros químicos: A retenção de gases ou vapores contidos no ar, num fi ltro químico, é feita por 03 processos: adsorção – quando as moléculas de certos gases e vapores são atraídas por forças de superfície existentes num carvão ativo e acabam se fi xando na sua superfície; absorção – o carvão ativo é impregnado com substâncias apropriadas que reagem quimicamente com as moléculas dos gases e vapores que chegam ao fi ltro; e catálise - o catalisador é uma substância que infl ui na velocidade da reação entre substâncias. 21 Segurança do trabalho I A11 Figura 9 – Filtro vapores orgânicos. Fonte: <http://www.protevan.com.br/canais/loja/detalhes.asp?id=43&Categoria=145&idProduto=10B18>. Acesso em: 9 set. 2009. Os fi ltros químicos são escolhidos de acordo com o contaminante gasoso contra o qual se deseja proteção, podem se apresentar de forma combinada, oferecendo proteção contra mais de um tipo de contaminante gasoso. Os fi ltros químicos se subdividem em: Filtro de Baixa Capacidade (FBC) – Cartucho e Peça Facial Filtrante (PFF) para vapores orgânicos (VO), gases e vapores ácidos (GA); Classe 1 (cartucho pequeno) para vapores orgânicos (VO), amônia (AM), gases e vapores ácidos (GA); Classe 2 (cartucho médio) para vapores orgânicos (VO), amônia (AM), gases e vapores ácidos (GA); Classe 3 (cartucho grande) para vapores orgânicos (VO), amônia (AM), gases e vapores ácidos (GA). Exemplos de fi ltros químicos I. Filtros para vapores orgânicos – benzeno, xileno, álcool etílico, acetato de etila; Figura 10 – Filtro vapores orgânicos Fonte: <http://www.protevan.com.br/canais/loja/detalhes.asp?id=43&Categoria=145&idProduto=10B18>. Acesso em: 9 set. 2009. 22 Segurança do trabalho I A11 II. Filtros para gases ou vapores ácidos – cloro, ácido clorídrico; Figura 11 – Filtro para gases ácidos e inorgânicos Fonte: <http://www.tecmater.com.br/produtos_maisinf.asp?id_produto=68>. Acesso em: 9 set. 2009. III. Filtros para gases e vapores alcalinos – amônia, amina; Figura 12 – Cartucho de Filtro para Gás Amônia. Fonte: < http://www.walmarcorp.com.br/imagens/120/12088827156004.jpg>. Acesso em: 17 set. 2009 IV. Filtros combinados Os fi ltros combinados são utilizados para proteção contra contaminantes gasosos e particulados simultaneamente. São constituídos pela combinação de um fi ltro mecânico sobreposto a um fi ltro químico. Dependendo da peça facial utilizada, podem estar dispostos em cartuchos separados. Nesse caso, o detalhe construtivo da peça deve permitir que o ar contaminado passe primeiro pelo fi ltro mecânico e posteriormente pelo fi ltro químico. A disposição do fi ltro em cartuchos distintos é preferível, pois geralmente o fi ltro mecânico satura primeiro. 23 Segurança do trabalho I A11 Figura 13 – Cartucho para Gases Ácidos P3. Fonte: <http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/SaudeOcupacional/Home/Solucoes/Riscos-Respiratorios/?PC_7_ RJH9U5230GE3E02LECFTDQ0B20_nid=87J3NW3KNZbeHN8SLRNJX0gl>. Acesso em: 9 set. 2009. Respiradores de adução de Ar: a) Máscara autônoma de ar comprimido: Fornece ar do cilindro que você carrega nas costas em suporte especial. Esse sistema lhe dá autonomia de deslocamento, mas o tempo de uso do ar é limitado. É o caso dos Bombeiros combatendo um incêndio ou um grande vazamento tóxico; Figura 14 – Respirador autônomo Fonte: <http://www.protevan.com.br/canais/loja/detalhes.asp?id=43&Categoria=144&idProduto=10e01>. Acesso em: 9 set. 2009. b) Respiradores de adução de ar com linha de arcomprimido: Nesse caso o ar é fornecido por uma linha de ar comprimido, as pessoas que utilizam desses respiradores estão ligadas a uma mangueira de ar comprimido, por isso têm seus movimentos limitados a certa área. Anotações 24 Segurança do trabalho I A11 Figura 15 – Sistema de linha de ar Fonte: <http://www.draeger.com.br/ST/internet/BR/pt/Products/Protection/BA/AirLine/HeavyDuty/AirPack1/pd_airpack1.jsp>. Acesso em: 9 set. 2009. 12 Cláudia Régia Gomes Tavares C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O Segurança no transporte, movimentação, armazenamento e manuseio de materiais SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... Objetivos 1 Segurança do trabalho I A12 Nesta aula, vamos abordar as recomendações de segurança que se deve ter no manuseio e transporte de pessoas e materiais, baseado nas diretrizes da Norma Regulamentadora NR 11 - Transporte, movimentação, armazenamento e manuseio de materiais. Conhecer as recomendações de segurança relativa aos equipamentos de transporte e movimentação de materiais; Conhecer as recomendações de segurança quanto ao transporte, movimentação, armazenamento e manuseio de diversos materiais. 2 Segurança do trabalho I A12 Para começo de conversa... Prevenir situações de risco requer intervenção em vários seguimentos envolvidos, desde a preocupação com o ambiente laboral até a atuação direta sobre os procedimentos de trabalho a serem executados pelo homem. Dessa forma, devemos levar em consideração as características fi siológicas e psicológicas do trabalhador para que o mesmo desempenhe sua atividade laboral com o menor gasto de energia, sem danos a sua saúde. O uso de máquinas e equipamentos na movimentação e transporte de cargas vem contribuir para minimizar a carga física de trabalho, mas também alguns cuidados devem ser observados para garantir a saúde e a segurança do trabalhador, recomendações estas que passaremos a discutir nessa aula. 3 Segurança do trabalho I A12 O transporte de materiais no processo produtivo A relação de trabalho é baseada na troca da força de trabalho físico ou mental do trabalhador mediante uma remuneração, por sua vez o empregador deve oferecer condições para que seu contratado possa executar as tarefas em condições seguras e salubres. Para um bom desempenho laboral, as cargas físicas e mentais de trabalho devem ser proporcionais a capacidade do trabalhador, respeitando-se as diferenças individuais. Assim, máquinas e equipamentos foram concebidos para atuarem onde a capacidade humana é limitante. O carregamento e transporte de cargas pesadas, o deslocamento vertical de materiais e pessoas em elevadores, polias, cabos, gruas, vagões, dentre outros facilitam a vida do trabalhador, mas também podem se transformar em grandes vilões de acidentes caso não sejam seguramente controlados. A legislação específi ca que trata desses riscos é a NR 11 – Transporte, movimentação, armazenamento e manuseio de materiais, destacando as recomendações de segurança com equipamentos e levando em consideração a capacidade física do trabalhador no desempenho de levantamento e transporte de materiais. Bases Legais... A NR 11 – Transporte, movimentação, armazenamento e manuseio de materiais, foi criada pela Portaria MTb n. 3.214, de 08.6.1978, atualizada pela Portaria SIT-MTE n. 82, de 01.6.2004. Fundamentada no Art. 7º, XXII da Constituição Federal de 1988; Arts. 182, 183, 198, 390 e 430 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. 4 Segurança do trabalho I A12 Segurança em operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras Elevadores e monta-cargas são equipamentos mecânicos utilizados para o transporte de materiais, dessa forma, cuidados devem ser tomados quanto ao seu manuseio e localização no ambiente de trabalho. O poço do elevador e monta-cargas devem está protegidos contra queda de objetos e de pessoas quando os mesmos não estiverem parados no andar, assim os poços de elevadores e monta-cargas deverão ser cercados, solidamente, em toda sua altura, exceto nas portas ou cancelas de acesso necessárias nos pavimentos. Figura 1 – Monta-carga no transporte de alimentos Fonte: <http://www.dwa.eng.br/montacarga.html>. Acesso em: 11 set. 2009. No caso de elevadores, quando a cabina não estiver ao nível do pavimento, a abertura deverá estar protegida por corrimão ou outros dispositivos convenientes. Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como: ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, transportadores de diferentes tipos, serão calculados e construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e segurança, estando bem conservados e em perfeitas condições de trabalho. 5 Segurança do trabalho I A12 Figura 2 – Plataforma para pequenas elevações (Acessibilidade) Fonte: <http://www.dwa.eng.br/montacarga.html>. Acesso em: 11 set. 2009. Os dispositivos mecânicos, tais como cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e ganchos deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas partes defeituosas. Em todo o equipamento de transporte de cargas deverá ser indicado, em lugar visível, a carga máxima de trabalho permitida. Figura 3 – Girica utilizada para transporte manual de carga Fonte: <http://www.equipamentosparaobras.blogspot.com/>. Acesso em: 11 set. 2009. Para os equipamentos destinados à movimentação do pessoal serão exigidas condições especiais de segurança, tais como freio, dispositivo de abertura e travamento de portas, dispositivo de sinalização e comunicação em caso de emergência. 6 Segurança do trabalho I A12 Figura 4 – Freio do elevador de passageiro (atividade de construção) Fonte: Foto de Cláudia (2008). Os carros manuais para transporte devem possuir protetores das mãos no local destinado a pega. Segurança em transporte motorizado O transporte de materiais com equipamentos de força motriz própria requer habilidade no seu manuseio, assim como cuidados específi cos que garantam a segurança de terceiros e de quem os dirige. Assim, as recomendações de segurança em relação a esses equipamentos são: a) O operador deverá receber treinamento específi co, dado pela empresa que o habilitará a essa função e só poderá dirigir se durante o horário de trabalho portar um cartão de identifi cação, com o nome e fotografi a, em lugar visível, cuja validade será de 01 ano, salvo imprevisto, e, para a revalidação, o empregado deverá passar por exame de saúde completo, por conta do empregador; b) Os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir sinal de advertência sonora (buzina) e todos os transportadores industriaisserão, permanentemente, inspecionados e as peças defeituosas ou que apresentem defi ciências, deverão ser imediatamente substituídas; c) Nos locais fechados ou pouco ventilados, a emissão de gases tóxicos, por máquinas transportadoras, deverá ser controlada para evitar concentrações, no ambiente de trabalho, acima dos limites permissíveis, sendo proibida a utilização de máquinas transportadoras, movidas a motores de combustão interna, salvo se providas de dispositivos neutralizadores adequados. Responda aqui 1Praticando... 7 Segurança do trabalho I A12 1. Qual a sua opinião a respeito da exigência de treinamento específi co para o trabalhador que dirige equipamento de transporte motorizado. 2. Você concorda que qualquer trabalhador portador de Carteira Nacional de Habilitação possa dirigir esse equipamento. Justifi que sua resposta. Segurança em atividades de transporte de sacas O transporte manual de sacos é toda atividade realizada de maneira contínua ou descontínua, essencial ao transporte manual de sacos, na qual o peso da carga é suportado, integralmente, por um só trabalhador, compreendendo também o levantamento e sua deposição. Para esse tipo de transporte realizado pelo trabalhador, fi ca estabelecida a distância máxima de 60,00 metros para o transporte manual de um saco. No caso de operação manual de carga e descarga de sacos, em caminhão ou vagão, o trabalhador terá o auxílio de ajudante. 8 Segurança do trabalho I A12 Para quantidades maiores que um saco, o transporte e descarga de sacas deverão ser realizados mediante impulsão de vagonetes, carros, carretas, carros de mão apropriados, ou qualquer tipo de tração mecanizada. É vedado o transporte manual de sacos, através de pranchas, sobre vãos superiores a 1,00m (um metro) ou mais de extensão, a prancha menor que 1 metro de extensão deverá ter a largura mínima de 0,50m (cinquenta centímetros). Figura 5 – Transporte de café: Porto de Santos, séc. XX Fonte: <http://www.novomilenio.inf.br/porto/portoh06.htm>. Acesso em: 11 set. 2009. As pilhas de sacos, nos armazéns, devem ter altura máxima limitada ao nível de resistência do piso, à forma e resistência dos materiais de embalagem e à estabilidade, baseada na geometria, tipo de amarração e inclinação das pilhas. No processo mecanizado de empilhamento, aconselha-se o uso de esteiras-rolantes, dalas ou empilhadeiras. Figura 6 – Esteira rolante Fonte: <http://www.frigon.com.br/embalagem2.jpg>. Acesso em: 11 set. 2009. Responda aqui 2Praticando... 9 Segurança do trabalho I A12 Nesse caso, quando não for possível o emprego de processo mecanizado, admite-se o processo manual, mediante a utilização de escada removível de madeira. A escada utilizada deverá ter: lance único de degraus com acesso a um patamar fi nal; largura mínima de 1,00m (um metro), apresentando o patamar as dimensões mínimas de 1,00m × 1,00m (um metro x um metro) e a altura máxima, em relação ao solo, de 2,25m (dois metros e vinte e cinco centímetros); o espelho da escada não poderá ter altura superior a 0,15m (quinze centímetros), nem o piso da escada largura inferior a 0,25m (vinte e cinco centímetros); reforço lateral e verticalmente, por meio de estrutura metálica ou de madeira que assegure sua estabilidade; um corrimão ou guarda-corpo na altura de 1,00m (um metro) em toda a extensão; perfeitas condições de estabilidade e segurança, sendo substituída imediatamente a que apresente qualquer defeito. A atividade manual de carga e descarga de material, uma vez realizada por um só trabalhador, requer grande esforço físico. Dessa forma, que considerações poderiam ser feitas para minimizar essa situação. Fueiro: Peça metálica em formato de L (para os carros porta- bloco mais antigos), ou simples, com um de seus lados encaixados sobre a base do carro porta- bloco, que tem por fi nalidade garantir a estabilidade das chapas durante e após a serrada e enquanto as chapas estiverem sobre o carro. Carro porta-bloco: Carro que fi ca sob o tear com o bloco. Carro transportador: Carro que leva o carro porta-bloco até o tear. Fueiros Carro porta- bloco Carro transportador 10 Segurança do trabalho I A12 Aspectos gerais de segurança em relação ao armazenamento de materiais O armazenamento de materiais depende das características de cada material a ser armazenado, uma vez que o peso, o volume, o espaço disponível no ambiente é fator limitante de uma armazenagem segura. Dessa forma, o peso do material armazenado não poderá exceder a capacidade de carga calculada para o piso, o material armazenado deverá ser disposto de forma a evitar a obstrução de portas, equipamentos contra incêndio, saídas de emergências, etc., o material empilhado deverá fi car afastado das estruturas laterais do prédio a uma distância de pelo menos 0,50m (cinquenta centímetros), a disposição da carga não deverá difi cultar o trânsito, a iluminação, e o acesso às saídas de emergência e o armazenamento deverá obedecer aos requisitos de segurança especiais a cada tipo de material. O piso do armazém deverá ser constituído de material não escorregadio, sem aspereza, utilizando-se, de preferência, o mastique asfáltico (Massas plástica a base de asfaltos, amianto e óleos não secativos), e mantido em perfeito estado de conservação, devendo- se evitar o transporte manual de sacos em pisos escorregadios ou molhados, dessa forma a empresa deverá providenciar cobertura apropriada dos locais de carga e descarga da sacaria. Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Chapas de Mármore, Granito e outras rochas Recomendações de segurança para os fueiros Os fueiros devem ser calculados e construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e segurança e conservados em perfeitas condições de trabalho, assim como, deverá ser indicado, em lugar visível, o nome do fabricante, o responsável técnico e a carga máxima de trabalho permitida e seus encaixes (fueiros) devem possuir sistema de trava que impeça a saída acidental dos mesmos. Recomendações de segurança no uso de carro porta-bloco e Carro transportador Os carros porta-bloco e carros transportadores devem ser calculados e construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e segurança e 3Praticando... 11 Segurança do trabalho I A12 conservados em perfeitas condições de trabalho, atendendo as instruções do fabricante, e deverá ser indicado em lugar visível, o nome do fabricante, o responsável técnico e a carga máxima de trabalho permitida. O carro transportador e o porta-bloco devem dispor de proteção das partes que ofereçam risco para o operador, com atenção especial das condições dos cabos de aço, dos ganchos e suas proteções, da proteção das roldanas, rodas do carro, polias e correias e partes elétricas. O operador do carro transportador e do carro porta-bloco, bem como a equipe que trabalhar na movimentação do material, deve receber treinamento adequado e específi co para a operação. Figura 7 – Carro porta-bloco com fueiro Fonte: <http://bp3.blogger.com/_G6601NK0DQw/R2enrqOsXqI/AAAAAAAABdg/b-V7ELS0Aio/s1600-h/Digitalizar0055-tear-carrinho.jpg>. Acesso em: 11 set. 2009. A atividade de transporte de materiais efetuados por máquinas mecânicas ou computadorizadas contribuiu de forma a minimizar os esforços físicos até então realizados pelos trabalhadores e, também, facilitou o transporte de grandes cargas. Nesse sentido, pesquise fotos em livros, jornais, internet, revistas ou registro fotográfi co de equipamentos ou maquinários utilizados para a movimentação ou transporte de cargas ou pessoas e, em seguida, descreva sua utilização. Ex.: Chapas de mármore ou granito: Produto da serragem dobloco, com medidas variáveis podendo ser de três metros por um metro e cinquenta centímetros com espessuras de dois a três centímetros. Chapas de mármore ou granito 12 Segurança do trabalho I A12 Figura 8 – Elevador Lacerda/BA - Transporte vertical de pessoas Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Elevador_Lacerda>. Acesso em: 11 set. 2009. Recomendações de segurança quanto ao pátio de estocagem das chapas de mármore ou granito Nos locais do pátio onde for realizada a movimentação e armazenagem de chapas, o piso não deve ser escorregadio, não ter saliências e ser horizontal, facilitando o deslocamento de pessoas e materiais, também terá de ser mantido em condições adequadas, devendo a empresa garantir que o mesmo tenha resistência sufi ciente para suportar as cargas usuais e recomenda-se que a área de armazenagem de chapas seja protegida contra intempéries. Recomendações de segurança na utilização dos cavaletes Os cavaletes devem estar instalados sobre bases construídas de material resistente e impermeável, de forma a garantir perfeitas condições de estabilidade e de posicionamento, observando-se que os cavaletes devem garantir adequado apoio das chapas e possuir altura mínima de um metro e cinquenta centímetros; Recomenda-se a adoção de critérios para a separação no armazenamento das chapas, tais como cor, tipo do material ou outros critérios de forma a facilitar a movimentação das mesmas. Recomenda-se que as empresas mantenham nos locais de armazenamento, os projetos, cálculos e as especifi cações técnicas dos cavaletes. Ventosa: Equipamento a vácuo usado na movimentação de chapas de mármore, granito e outras rochas. Ventosas 13 Segurança do trabalho I A12 Figura 9 – Cavalete para Granito Fonte: <www.madeireiracoutinho.com.br/images/nova1.jpg>. Acesso em: 11 set. 2009. Recomendações de segurança na movimentação de chapas A movimentação das peças de mármore e granitos, devido às suas dimensões e o processo empregado, requer cuidados de segurança que passamos a descrever. a) Movimentação de chapas com uso de ventosas Na movimentação de chapas com o uso de ventosas deve-se ter especial atenção a potência do compressor, os aspectos ergonômicos no manuseio, cuidados com a localização e fi xação das mangueiras e conexões, garantir a facilidade de treinamento do operador, assim como as borrachas das ventosas devem ter manutenção periódica e imediata substituição em caso de desgaste ou defeitos que as tornem impróprias para uso. O empregador deverá destinar uma área específi ca para a movimentação de chapas com uso de ventosa, de forma que o trabalho seja realizado com total segurança. E esta área deve ter sinalização adequada na vertical e no piso. Recomenda-se, ainda, que os equipamentos de movimentação de chapas, à vácuo, possuam alarme sonoro e visual que indiquem pressão fora dos limites de segurança estabelecidos. Cintas: Equipamento utilizado para a movimentação de cargas diversas. Cintas 14 Segurança do trabalho I A12 Figura 10 – Uso de ventosas no levantamento de chapas Fonte: <www.vitielloeromano.com.br/images/foto_index.jpg>. Acesso em: 11 set. 2009. b) Movimentação de chapas com cabos de aço, cintas, correias e correntes Na movimentação de chapas, com a utilização de cabos de aço, cintas, correias e correntes deve ser considerada a capacidade de sustentação das mesmas e a capacidade de carga do equipamento de içar, atendendo as especifi cações técnicas e recomendações do fabricante, bem como suas recomendações de instalação, conservação e manutenção. O empregador deverá ainda manter o registro das inspeções e manutenção, indicar em lugar visível, o nome do fabricante, o responsável técnico e a carga máxima de trabalho permitida e destinar área específi ca com sinalização adequada, na vertical e no piso, para a movimentação de chapas com uso de cintas, correntes, cabos de aço e outros meios de suspensão. c) Movimentação de Chapas com Uso de Garras A movimentação de chapas com uso de garras só pode ser realizada pegando-se uma chapa por vez e por no mínimo três trabalhadores, não podendo ultrapassar a capacidade de carga dos elementos de sustentação e a capacidade de carga da ponte rolante ou de outro tipo de equipamento de içar, atendendo as especifi cações técnicas e recomendações do fabricante. As empresas devem ter livro próprio para registro de inspeção e manutenção dos elementos de sustentação usados na movimentação de chapas com uso de garras e as inspeções e manutenções devem ser realizadas por profi ssional legalmente habilitado e dado conhecimento ao empregador. Responda aqui 4Praticando... 15 Segurança do trabalho I A12 Sabe-se que a movimentação de chapas de mármore ou granito é realizada auxiliada por meio de ventosas, cabos de aço, cintas, correias e correntes; e uso de garras. Em sua opinião, qual desses processos expõe o trabalhador a um maior risco de acidentes e qual risco é esse? Você sabia... O processo de carga, de descarga e de transporte de materiais, envolve além do esforço físico do trabalhador, condições seguras de acondicionamento e transporte. Dessa forma, cabe ao empregador oferecer ambientes salubres para a execução das tarefas, assim como treinamento adequado ao trabalhador, a atividade de levantamento e transporte de carga. O profi ssional de segurança deve está atento ao cumprimento e a manutenção dessas práticas seguras. 16 Segurança do trabalho I A12 Leituras complementares BRASIL. NR 18: condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_18. asp>. Acesso em: 11 set. 2009. Itens relacionados com movimentação e transporte de materiais e pessoas - 18.14 e armazenagem e estocagem de materiais - 18.24 da NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção; BRASIL. NR 29: norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_29. pdf>. Acesso em: 11 set. 2009. Item relacionado com operações com cargas perigosas - 29.6 da NR 29 – Segurança e saúde no Trabalho portuário. MORAES JÚNIOR, Cosmo Palasio de. A segurança no uso de veículos industriais. Disponível em: <http://www.ecivilnet.com/artigos/seguranca_veiculos_industriais_2. htm>. Acesso em: 11 set. 2009. Reportagem acerca da segurança no uso de veículos industriais. Na aula de hoje, avançamos um pouco acerca das medidas e procedimentos coletivos de segurança, aplicadas aos métodos e processos de trabalho na execução das tarefas. Na próxima aula, vamos discutir as medidas de proteção coletiva e individual direcionada as máquinas e equipamentos, instrumentos esses indispensáveis nas atividades de trabalho. Autoavaliação 17 Segurança do trabalho I A12 1. Quais os procedimentos de segurança que se deve adotar no uso de elevadores e monta-cargas? 2. Que requisitos de segurança devem ser seguidos no manuseio de equipamentos motorizados para o transporte de carga? 3. Com relação ao transporte manual de carga, quais os procedimentos de segurança que se deve adotar em relação ao trabalhador? 4. Que recomendações deverão ser tomadas em relação ao ambiente de armazenamento de materiais? 5. Que orientações de segurança são consideradas nas manutenções e inspeções de segurança dos equipamentos de Movimentação e armazenagem de Chapas de Mármore, Granito e outras rochas? Referências BRASIL. NR 11: transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentaDORAS/nr_11. pdf>. Acesso em: 11 set. 2009. NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais.Anexo I. Disponível em: <http://www.ponterolante.com.br/normas.php>. Acesso em: 11 set. 2009. Anotações 18 Segurança do trabalho I A12 Anotações 19 Segurança do trabalho I A12 Anotações 20 Segurança do trabalho I A12 13 Cláudia Régia Gomes Tavares C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O Proteção em máquinas e equipamentos SEGURANÇA DO TRABALHO I Coordenadora da Produção dos Materias Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Leonardo dos Santos Feitoza Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Jeremias Alves de Araújo Silva José Correia Torres Neto Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... Objetivos Identifi car os riscos de acidentes em máquinas e equipamentos; Posicionar, com segurança, as máquinas e equipamentos no ambiente laboral; Identifi car os dispositivos de segurança em máquinas e equipamentos. 1 Segurança do trabalho I A13 Os Equipamentos e procedimentos de Proteção Coletiva são os primeiros a serem indicados para a proteção do trabalhador no ambiente de trabalho. Nesta aula vamos estudar medidas preventivas de segurança e higiene que podem ser adotadas no âmbito da empresa nas atividades de instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando a prevenção de acidentes de trabalho. Veremos também suas especifi cações, enumeradas na Norma Regulamentadora de número 12 – Máquinas e equipamentos, que versam sobre o melhor layout, a limpeza e manutenção, a forma segura de ligar e desligar os equipamentos e máquinas. 2 Segurança do trabalho I A13 Para começo de conversa... Os riscos de acidentes ou riscos mecânicos são responsáveis por inúmeros acidentes de trabalho. Uma máquina que, no projeto, não foi contemplada com o dispositivo de proteção das partes móveis ou das partes energizadas, equipamentos sem as devidas manutenções periódicas ou utilizados de maneira inadequada são armas em potencial à saúde e à segurança do trabalhador, podendo causar acidentes com perda de membros e até mesmo a morte do trabalhador. Devido à iminente periculosidade foi criada a décima segunda Norma Regulamentadora, Máquinas e Equipamentos, cujo teor refere-se aos cuidados que devem ser observados quanto ao uso e aplicação de máquinas e equipamentos no ambiente laboral. 3 Segurança do trabalho I A13 Bases Legais... A Norma Regulamentadora número 12 – Máquinas e equipamentos – foi criada pela Portaria SSMT-MTb n. 12, de 06.6.1983, atualizada pela Portaria DSST-SIT-MTE n. 9, de 30.3.2000. Fundamentada no Art. 7º, XXII da Constituição Federal de 1988; Arts. 184 a 186 da CLT; Lei n. 5.280, de 27.04.1967; e Convenção OIT n. 119 (Decreto n. 1.255, de 29.9.1994). Recomendações quanto às instalações e áreas de ocupação de máquinas e equipamentos Nos locais onde se instalam máquinas e equipamentos, o piso deve ser vistoriado e limpo, sempre que apresentarem riscos provenientes de graxas, óleos e outras substâncias que os tornem escorregadios e as áreas de circulação devem garantir o movimento seguro de pessoas, material e transportes mecânicos, obedecendo às seguintes recomendações mínimas: 1. Distância entre partes móveis de máquinas e/ou equipamentos: de 0,70m (setenta centímetros) a 1,30m (um metro e trinta centímetros); 2. Distância mínima entre máquinas e equipamentos: de 0,60m (sessenta centímetros) a 0,80m (oitenta centímetros); 3. Largura mínima das vias principais de circulação e as que conduzem às saídas: 1,20m (um metro e vinte centímetros), devidamente demarcadas e mantidas permanentemente desobstruídas. 4 Segurança do trabalho I A13 Figura 1 – Usinagem Fonte: <http://www.tecn-serv.com.br/fotos%20tecn%20serv/1/4.jpg>. Acesso em: 16 set. 2009. O ambiente de trabalho deverá ter áreas reservadas para corredores e armazenamento de materiais, devidamente demarcadas com faixa nas cores indicadas pela NR 26 – Sinalização de Segurança, assim como as áreas em torno das máquinas ou dos equipamentos deverão ter espaço sufi ciente para atender ao tipo de operação e o seu tamanho. As máquinas e os equipamentos de grandes dimensões devem ter escadas e passadiços que permitam acesso fácil e seguro aos locais em que seja necessária a execução de tarefas. Figura 2 – Escadas e passadiços Fonte: <http://www.tecn-serv.com.br/fotos%20tecn%20serv/6/3.jpg>. Acesso em: 16 set. 2009. Gruas Guindaste ou Grua é um equipamento utilizado para o transporte vertical e horizontal de materiais e equipamentos pesados, é basicamente constituído por uma torre metálica, lança e contra lança. 5 Segurança do trabalho I A13 Normas de segurança para dispositivos de acionamento,partida e parada de máquinas e equipamentos As máquinas e os equipamentos devem ter dispositivos de acionamento e parada localizados de modo que sejam acionados ou desligados pelo operador na sua posição de trabalho, não se localize na zona perigosa de máquina ou do equipamento, possa ser acionado ou desligado em caso de emergência por outra pessoa que não seja o operador, não possa ser acionado ou desligado, involuntariamente, pelo operador, ou de qualquer outra forma acidental e não acarrete riscos adicionais. No caso das máquinas e equipamentos com acionamento repetitivo que não tenham proteção adequada oferecendo risco ao operador, devem ter dispositivos apropriados de segurança para o seu acionamento. As máquinas e os equipamentos que utilizarem energia elétrica, fornecida por fonte externa, devem possuir chave geral, em local de fácil acesso e acondicionada em caixa que evite o seu acionamento acidental e proteja as suas partes energizadas. O acionamento e o desligamento simultâneo por um único comando, de um conjunto de máquinas ou de máquina de grande dimensão, devem ser precedidos de sinal de alarme. Ex.: utilização de gruas. Figura 3 – Grua Fonte: <http://www.locar.com.br/imagens/gruas._g_job_004_img_63_-_gruas.jpg>. Acesso em: 16 set. 2009. 6 Segurança do trabalho I A13 Normas sobre proteção de máquinas e equipamentos Figura 4 – Prensa hidráulica Fonte: <http://www.fremaq.com.br/cat_detail_sub.asp?catID=2244>. Acesso em: 16 set. 2009. As máquinas e os equipamentos que oferecem riscos de ruptura de partes, projeção de peças ou parte delas ou lancem partículas de material no seu processo de trabalho, devem ter seus movimentos, alternados ou rotativos protegidos. Máquinas e os equipamentos energizados devem ser aterrados eletricamente, conforme previsto na NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Proteção nas transmissões de forças: As transmissões de força, como volantes, polias, correias e engrenagens, devem ter proteção fi xa, integral e resistente, através de chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas de risco, excetuando-se quando estiverem a uma altura superior a 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) e não houver a existência de plataforma de trabalho ou áreas