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PROTOZOÁRIOS Englobam todos os protistas, eucariontes, unicelulares. Para cada função existe uma organela responsável: Núcleo: alguns protozoários tem dois ou mais núcleos semelhantes, os ciliados por exemplo, possuem um macronúcleo vegetativo relacionado a síntese de DNA e RNA e um micronúcleo envolvido na reprodução sexuada e assexuada. Aparelho de Golgi: síntese de CHO e condensação da secreção proteica Retículo endoplasmático: o liso realiza a síntese de esteroides e o rugoso a síntese de proteínas Mitocôndrias: produção de energia Cinetoplasto: mitocôndria especializada rica em DNA Lisossomo: permite a digestão celular de partículas Microtubulos: formam o citoesqueleto, participam dos movimentos celulares e composição de flagelos e cílios. Flagelos, cílios e pseudópodos: locomoção e nutrição Axonema: eixo do flagelo Corpo basal: base de inserção de cílios e flagelos Citóstoma: permite ingestão de partículas Quanto a morfologia, os protozoários apresentam grandes variações, conforme sua fase evolutiva e meio que estejam adaptados. Podem ser esféricos, ovais ou mesmo alongados. Alguns são revestidos de cílios, outros possuem flagelos e existem ainda os que não possuem nenhuma organela locomotora especializada. São classificados em: Trofozoíto: forma ativa do protozoário, na qual se alimenta e se reproduz por diferentes processos. Cisto: forma de resistência. O protozoário secreta uma parede resistente que o protegerá quando estiver em meio improprio ou em fase de latência. Gameta: é a forma sexuada. O gameta masculino é o microgameta e o feminino é o macrogameta. Quanto a reprodução dos protozoários, podem ser encontrados os seguintes tipos: Assexuada: por divisão binária, brotamento ou gemulação, endogenia (formação de duas ou mais células filhas por brotamento interno), esquizogonia (divisão nuclear seguida de divisão de citoplasma, constituindo vários indivíduos isolados simultaneamente). Sexuada: por conjugação (união temporária de dois indivíduos com troca mutua de materiais celulares) ou por singamia/fecundação (união de microgameta com macrogameta formando o zigoto, que pode se dividir formando um certo numero de esporozoitos). Quanto ao tipo de alimentação, os protozoários podem ser: Autotróficos: sintetizam energia a partir de luz solar através de grãos ou pigmentos citoplasmáticos. Heterotróficos: ingerem partículas orgânicas de origem animal, digerem-nas e, posteriormente, expulsam os metabolitos. Saprozoicos: absorvem substancias orgânicas de origem vegetal, já decompostas e dissolvidas em meio liquido. Mixotróficos: quando são capazes de se alimentar por mais de um dos métodos acima descritos. A excreção pode ser feita por difusão dos metabolitos através da membrana ou por expulsão dos metabolitos através de vacúolos contráteis. A respiração dos protozoários pode ser do tipo aeróbico ou anaeróbico como os parasitos do trato digestivo. A locomoção dos protozoários é feita por uma ou associação de duas ou mais das seguintes organelas: pseudópodos, flagelos, cílios ou microtúbulos subpeculiares que permitem a locomoção por flexão, deslizamento ou ondulação. TRYPANOSOMODAE Morfologicamente são classificados em: Promastigota: forma alongada com cinetoplasto anterior ao núcleo e flagelo livre a partir da porção anterior da célula. Opistomastigota: forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo, flagelo estende-se internamente através do corpo celular e emerge na extremidade anterior deste. Epimastigota: forma alongada com cinetoplasto justanuclear e anterior ao núcleo,possui pequena membrana ondulante lateralmente disposta Tripomastigota: forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo; flagelo forma extensa membrana ondulante e torna-se livre na porção anterior da célula . Coanomastigota: célula em forma de pêra ou grão de cevada; cinetoplasto acha-se anterior ao núcleo, o flagelo emerge anteriormente de um reservatório em forma de colarinho. Amastigota: forma arredondada ou oval, com flagelo curto que não se exterioriza. Paramastigota: forma intermediaria as formas pró e opismastigota com cinetoplasto justanuclear. Esferomastigota: forma arredondada, com flagelo livre, representando uma transição entre a forma amastigota e as formas flageladas. Em todas as formas dos ciclos biológicos de Trypanossomatidae, o flagelo origina-se próximo ao cinetoplasto, e uma bolsa flagelar está presente no ponto em que o flagelo emerge do corpo celular. Trypanosoma cruzi Nos hospedeiros vertebrados são encontradas intracelularmente as formas amastigotas e no sangue circulante as formas tripomastigotas, ambas infectantes para células in vivo e para vertebrados. Em todas as formas evolutivas do T. cruzi é encontrado o cinetoplasto, uma membrana modificada rica em DNA. Nos hospedeiros invertebrados, são encontradas inicialmente formas arredondadas com flagelo circundando o corpo, as esferomastigotas presentes no estomago e intestino do tratomineo; formas epimastigotas presentes em todo o intestino e tripomastigotas presentes no reto. O tripomastigota metaciclico é o mais natural infectante para o hospedeiro vertebrado. O ciclo biológico do T. cruzi consiste numa passagem do parasito por uma fase de multiplicação intracelular no hospedeiro vertebrado e extracelular no inseto vetor. No hospedeiro vertebrado, as epimastigotas não são capazes de se desenvolver nas células do hospedeiro e se multiplicar. Os tripomastigotas metaciclicos são eliminados nas fezes e na urina do vetor, penetrando no local da picada e interagindo com células da pele e mucosas do hospedeiro. Nessas células, as tripomastigotas se transformam em amastigotas e estas se multiplicam por divisão binaria simples. A seguir as amastigotas são novamente diferenciadas em tripomastigotas, que são liberadas da célula e vao para a corrente circulatória, atingindo [continuar resumo]. Plasmodium – Malária Os parasitos causadores da malária pertencem ao filo Apicomplexa, família Plasmodiidae e ao gênero Plasmodium. Apenas quatro espécies parasitam o homem, são elas: Plasmodium falciparum, P. vivax ,P. malariae, P. ovale. Este ultimo ocorre apenas em regiões restritas do continente africano. MORFOLOGIA Os plasmódios variam individualmente em tamanho, forma e aparência, de acordo com seus estagio de desenvolvimento e características específicas. As formas evolutivas extracelulares capazes de invadir as células hospedeiras (esporozoítos, merozoítos e oocinetos),possuem um complexo apical formado por organelas conhecidas como roptrias e micronemas , envolvidas no processo de interiorização celular. O complexo está ausente nas formas intracelulares (trofozoítos, esquizontes e gametócitos). O esporozoito é alongado, com núcleo central único e membrana formada por duas camadas. Ao invadir o hepatócito, ocorre perda de organelas do complexo apical e o parasito se torna arredondado. Esta forma é chamada de trofozoíto e após sucessivas divisões celulares dará origem ao esquizonte, composto por uma massa citoplasmática e milhares de núcleos filhos. Os merozoítos são células capazes de invadir apenas as hemácias, semelhantes aos esporozoítos, porem menores, arredondadas e com membrana externa composta por três camadas. O microgameta é uma célula flagelada, constituída por uma membrana que envolve o núcleo e um único flagelo. O macrogameta é apresenta estrutura proeminente na superfície, por onde se dá a penetração do microgameta. Oocineto é uma forma alongada de aspecto vermiforme, com núcleo volumoso e excêntrico. Oocisto é uma estrutura esférica comgrânulos pigmentados em seu interior, envolto em capsula. O habitat do plasmodium varia para cada etapa do ciclo. No homem, as formas infectantes, os esporozoitos, circulam brevemente na corrente sanguínea. Na etapa seguinte o parasito desenvolve no interior do hepatócito e, posteriormente, nos eritrócitos. No inseto vetor, as diferentes formas evolutivas desenvolvem-se sucessivamente no interior da matriz peritrófica, no epitélio médio, na hemolinfa e nas glândulas salivares. A transmissão natural da malária ao homem se dá quando fêmeas do mosquito anofelinos, parasitadas com esporozoíto em suas glândulas salivares, inoculam estas formas infectantes durante o repasto sanguíneo. As fontes de infecção humana para os mosquitos são pessoas doentes ou indivíduos assintomáticos, que albergam formas sexuadas do parasito. Também pode ocorrer transmissão acidental, como resultado da transfusão sanguínea, compartilhamento de seringas contaminadas e acidentes em laboratório ou congênita. ETIOLOGIA 1. Esporozoítos infectantes são inoculados no homem pelo inseto vetor e permanecem na circulação; 2. Esporozoítos invadem o hepatócito e se diferenciam em trofozoítos pré-eritrocítico; 3. Trofozoítos pré-eritrocíticos se multiplicam por reprodução assexuada do tipo esquiogonia, e dão origem aos esquizontes; 4. Esquizontes dão origem aos merozoítos, que rompem o hepatócito e invadem os eritrócitos; 5. Nos eritrócitos, ocorre a transformação do merozoíto em trofozoítos jovens 6. Trofozoítos amadurecem 7. Dentro dos eritrócitos ocorre a esquizogonia 8. Formação de esquizontes 9. Esquizontes formados por esquizogonia dão origem aos merozoítos que invadirão novos eritrócitos; 10. Diferenciação dos merozoítos em estágios sexuados, formando gametócitos; 11. Vetor pica homem portador de gametócitos, o masculino sofre desflagelação e dá origem a oito microgametas 12. Gametócito feminino se transforma em macrogameta; 13. Microgameta fecunda macrogameta formando o zigoto, formando oocineto, quando este atravessa a parede do intestino do vetor, passa a ser chamado de oocisto; 14. Ocorre divisão esporogônica e após ruptura da parede do oocisto os esporozoítos formados são liberados e invadem as células das glândulas salivares do mosquito. ** O P. falciparum e o P. vivax gastam em média uma semana para se desenvolver nas células hepáticas, enquanto P. malariae desenvolve em duas semanas. Na infecção por P. vivax e P. ovale, o mosquito vetor inocula espécies geneticamente distintas de esporozoítos, destas, algumas se desenvolvem rapidamente, outras permanecem em estado de latência no hepatócito, são os chamados hipnozoítos, responsáveis pelas recaídas tardias da doença, que ocorrem geralmente depois de seis meses de incubação. Trata-se do ciclo pré- eritrocítico e eritrocítico, consequentes da esquizogonia tardia de parasitos dormentes no interior dos hepatócitos. * A interação de merozoítos com o eritrócito envolve o reconhecimento de receptores específicos. Para o P. falciparum , o principal receptor são as glicoforinas e para P. vivax, o caráter Duffy. Assim, pessoas que não possuem esses receptores estão menos propensas de serem infectadas pelo Anopheles. IMUNIDADE Inata: Além dos receptores já citados, portadores de anemia falciforme tem eritrócitos com nível de potássio diminuído devido a baixa afinidade da hemoglobina S pelo oxigênio, causando a morte do plasmodium e caracterizando uma barreira natural contra a malária, assim como a deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase pode impedir o desenvolvimento do parasito por oxidação das hemoglobinas deficiente dessa enzima, formando metemoglobina, que é toxica para o parasito. Adquirida: em locais com alta prevalência de malária, na gestação, a mãe transfere passivamente anticorpos IgG para o filho nos primeiros três meses de vida. PATOGENIA O ciclo pré-eritrocítico não é patogênico. A destruição dos eritrócitos e a consequente liberação de parasitos e seus metabólitos na circulação provocam uma resposta do hospedeiro , determinando reações morfológicas e funcionais observadas nos indivíduos com malária. Destruição de eritrócitos parasitados: ocorre em todos os tipos de malária e participam do desenvolvimento da anemia, pois ao ativar a resposta imune para destruir o parasito, o sistema imune pode destruir também eritrócitos não-parasitados, o baço pode aumentar a fagocitose de eritrócitos, anticorpos com afinidade tanto para o parasito quanto para o eritrócito podem destruir as células . Toxicidade resultante da liberação de citocinas: a febre e o mal-estar característicos da malária aguda são causados pela liberação de citocinas pelos macrófagos e monócitos ativados pelo pigmento malárico liberado dos merozoítos ao romperem os eritrócitos; essas citocinas também podem induzir a citoaderência que lesa o endotélio e causa extravasamento de líquidos para o espaço intersticial de rins, fígado e pulmões produzindo manifestações de malária grave nesses órgãos; elas podem também inibir a gliconeogênese, causando hipoglicemia que se torna um problema durante a gestação devido aos efeitos da falta de glicose para a placenta. Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar: proteínas do P. falciparum estimulam a formação de rosetas – adesão celular de eritrócitos parasitados e não-parasitados – e a citoaderência endotelial levando à obstrução da microcirculação e consequente redução do fluxo de oxigênio, principalmente no cérebro, rins e fígado. Lesão capilar por deposição de imunocomplexos: em infecções crônicas por P. malariae ocorre glomerulonefrite causada pela deposição de imunocomplexos e componentes do sistema complemento nos glomérulos, alterando sua permeabilidade e induzindo perda de proteína. PATOLOGIA O período de incubação a malária varia de acordo com a espécie do plasmódio, sendo de 9-14 dias para P. falciparum, 12-17 dias para P. vivax, 18-40 dias para P.malariae e 16-18 dias para o P. ovale. Uma fase sintomática inicial é caracterizada por mal estar, cefaleia, cansaço e fraqueza. O acesso malárico coincide com a ruptura das hemácias ao final da esquizogonia, onde o paciente tem febre, sudorese e fraqueza intensa. Após a fase inicial, a febre assume caráter intermitente relacionado com o tempo de ruptura de uma quantidade de hemácias contendo esquizontes maduros, para P. falciparum, P. vivax e P. ovale o ciclo eritrocítico dura 48hs (malária terçã) e para P. malariae 72hs (malária quartã). DIAGNÓSTICO O diagnostico laboratorial da malária é feito pela pesquisa do parasito no sangue periférico através de microscopia ótica, permitindo análise da morfologia do parasito e alterações provocadas no eritrócito infectado. A gota espessa e o esfregaço sanguíneo utilizam da mesma técnica, porém, o primeiro tem alta sensibilidade possibilitando a detecção do parasito e o segundo tem alta especificidade para detecção da espécie do plasmódio. TRATAMENTO O tratamento da malária visa à interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção. Entretanto, pela diversidade do seu ciclo biológico, é também objetivo da terapêutica proporcionar a erradicação de formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítos) das espécies P. vivax e P. ovale, evitando assim as recaídas tardias. Além disso, a abordagem terapêutica de pacientes residentes em áreas endêmicas pode visar também a interrupção da transmissão, pelo uso de drogas que eliminam as formas sexuadas dos parasitos.Toxoplasma gondii MORFOLOGIA O T. gondii pode ser encontrado em líquidos orgânicos e em vários tecidos e células ( exceto hemácias). No felídeo pode ser encontrado nas células do epitélio intestinal e também junto com as fezes. As formas infectantes, taquizoíto, bradizoíto e esporozoíto, apresentam organelas citoplasmáticas características do filo Api- complexa que constituem o complexo apical: conóide, anel polar,microtúbulos subpeculiares, roptrias,micronemas e grânulos densos. Esse complexo apical permite a invasão celular pela adesão da parte apical à membrana da célula hospedeira e na sequencia, secreta proteínas de micronemas, roptrias e grânulos densos,formando em seguida o vacúolo parasitóforo. O taquizoito é a forma encontrada durante a fase aguda da infecção, também chamada de trofozoíto. Tem formato de arco, banana ou meia lua,com uma das extremidades mais afilada e outra mais arredondada, com núcleo em posição mais ou menos central. É uma forma móvel de multiplicação rápida por endodiogenia, encontrado dentro do vacúolo parasitóforo de várias células, nos líquidos orgânicos, secreções, células hepáticas, pulmonares, nervosas, submucosas e musculares. Não são resistentes à ação do suco gástrico. O bradizoíto é a forma encontrada em tecidos musculares esqueléticos e cardíacos, nervoso e retina, geralmente durante a fase crônica da infecção. São encontrados dentro do vacúolo parasitoforo de uma célula. A reprodução é lenta e ocorre por endodiogenia. A parede do cisto é resistente e elástica, isolando o parasito da ação de mecanismos imunológicos do hospedeiro. Oocisto: forma de resistência com paredes duplas bem resistentes as condições do meio ambiente. São produzidos nas células intestinais de felídeos não imunes e eliminados imaturos junto com as fezes. São esféricos, após esporulação no ambiente contem dois esporocistos com quatro esporozoítos cada. BIOLOGIA B: gato ingere rato albergando bradizoíto dando inicio a fase coccidiana do ciclo nas células epiteliais do intestino delgado: B¹: 9. Formas infectantes invadem intestino do gato e iniciam a fase assexuada do ciclo, merogonia, com formação de um trofozoíto; 10. ocorre divisão nuclear e formação dos merozoítos; 11. merozoítos são liberados na luz intestinal; B²: 12. Os merozoitos liberados penetram em novas células epiteliais e iniciam a fase sexuada do processo denominado gamogonia, dividido em duas partes, sendo a primeira a transformação do merozoíto em macrogametócito jovem, que inicia divisão celular e após amadurecimento forma o macrogameta 13. a segunda fase é a transformação do merozoíto em macrogametócito jovem que inicia divisão celular e forma microgametas flagelados 14. Microgametas fecundam macrogametas e formam o zigoto 15. zigoto se transforma em oocisto imaturo e é liberado no ambiente junto com as fezes. C: 1. No solo, o oocisto por um processo de esporogonia origina esporozoítos tornando- se infectante. A: 2. Ser humano ingere carne mal cozida, vegetais e/ou agua contaminada por oocistos. 4. taquizoítos são encontrados nos macrófagos, circulação linfática ou sanguínea na fase aguda; 5. Na fase crônica, cistos com bradizoítos podem ser encontrados nos tecidos 6. A mulher gestante poderá transmitir formas de taquizoítos através da circulação placentária ao feto. TRANSMISSÃO Ocorre por três vias principais: Ingestão de oocistos presentes em alimentos ou água contaminada, em jardins, caixas de areia, latas de lixo ou disseminadas mecanicamente por moscas,baratas,minhocas, etc Ingestão de cistos encontrados na carne crua ou mal cozida, especialmente de porco e carneiro. Congenita ou transplacentária: mulheres com imunidade contra toxoplasmose antes da gravidez tem menos chance de infectar seus fetos do que as que se infectam pela primeira vez durante a gestação. O risco de transmissão uterina cresce a cada trimestre após a infecção materna primária. Quando a mãe adquire durante a gravidez apresentando a fase aguda, pode transmitir taquizoítos de T. gondii ao feto ou ainda se estiver na fase crônica e ocorrer rompimento do endométrio, os cistos ali presentes podem liberar bradizoítos que penetram no feto. Mais raramente pode ocorrer ingestão de taquizoítos em leite contaminado ou saliva, acidente de laboratório, transmissão por transplante de órgãos infectados, etc. IMUNIDADE Na imunidade humoral as imunoglobulinas IgM aparecem inicialmente, seguidas de IgG, após a infecção do hospedeiro. O IgG pode ser detectado de oito a doze dias após a infecção. A detecção de IgM em recém-nascidos representa contaminação congênita, pois esta imunoglobulina não atravessa a placenta e quando presente no soro indica produção pelo próprio feto, em resposta a uma infecção por T. gondii. A infecção via oral pode induzir a formação de anticorpos IgA. Na imunidade celular a infecção é inibida quando ocorre a fusão de fagossomos e lisossomos. Os taquizoítos induzem os macrófagos a produzir IL-12 que ativas as células NK e células T para a produção de IFN – y. O IFN-y junto com TNF produzem oxido nítrico que mata o parasito. PATOGENIA Para que se instale uma toxoplasmose congênita é necessário que a mãe esteja na fase aguda da doença ou tenha havido uma reagudização da mesma durante a gravidez. As consequências para o feto dependerão do grau de exposição do feto aos toxoplasmas, da virulência da cepa, da capacidade dos anticorpos maternos protegerem o feto e do período de gestação. Assim sendo, as gestantes na fase aguda ou de reagudização podem abortar o feto, produzir partos precoces ou a termo, com crianças saudáveis ou apresentando anomalias graves e até mesmo levar a morte. As consequências para o feto variam conforme o período de gestação, sendo que no primeiro trimestre é comum a ocorrência de aborto; no segundo ocorre aborto ou nascimento prematuro, podendo a criança apresentar-se normal ou com anomalias graves; terceiro a criança pode nascer normal e apresentar sintomas da doenças em dias, semanas ou meses após o parto. Assim a toxoplasmose congênita é a mais grave podendo apresentar sintomas de coriorretinite, calcificações cerebrais, perturbações neurológicas e alterações do volume craniano. A forma ganglionar é a mais frequente, encontrada em crianças e adultos. Ocorre comprometimento ganglionar, generalizado ou não, com febre alta que pode ser benigno ou levar a complicações de outros órgãos, inclusive ocular. DIAGNÓSTICO Em geral, é obtido durante a fase aguda amostras de sangue ou liquido amniótico que são centrifugados e a partir dai feito o esfregaço. A forma encontrada é o taquizoíto. Na fase crônica, a biopsia de diversos tecidos pode acusar a presença de cistos, apesar de haver possibilidade de confundir o T.gondii com outros parasitos semelhantes que formam cistos. Como a demonstração do parasito não é de fácil execução, o diagnostico rotineiro de toxoplasmose ocorre com base em testes imunológicos que indicam o anticorpo circulante correspondente à fase da doença. Imunofluorescência indireta: pode ser usado na fase aguda à procura de anticorpos IgM e na fase crônica procurando por anticorpos IgG. São usados esfregaços de toxoplasmas comoantígenos em lâminas. 8- 10 dias depois da infecção humana o anticorpo pode ser detectável e um titulo de 1:1.000 indica toxoplasmose aguda (baixa avidez). Títulos baixos entre 1:10 e 1:500 indicam infecção crônica (alta avidez). Quanto maior a avidez, menor a chance de contágio. Hemaglutinação indireta: tem alta sensibilidade mas não é adequadopara diagnostico precoce e frequentemente não detecta o toxoplasma congênito em recém nascidos. ELISA: tem maior sensibilidade que a imunofluorescência, porém pode apresentar resultados falso-positivos. É capaz de detectar anticorpos IgM, IgA e IgG de baixa avidez. Tem se mostrado útil para detecção da fase aguda da infecção. Teste do corante ou reação de Sabin Feldman: excelente diagnostico individual para ambas as fases. É muito sensível e detecta anticorpos de baixa avidez. É espécie- específica e não cruza com outras doenças. Na toxoplasmose congênita pesquisa-se o anticorpo IgG no soro do recém nascido, a infecção é comprovada caso o titulo do recém nascido seja maior que o titulo da mae em duas diluições; haja elevação dos títulos do recém nascido em duas diluições sucessivas; e, persistência da reação positiva no lactente até o 5º mês após o nascimento. No adulto devem ser realizados testes sorológicos, com intervalos de duas a três semanas, verificando-se alterações dos títulos das reações. Recomenda-se usar ELISA, imunofluorescência ou hemaglutinação. No caso de uma ascensão constante indicará doença. Em gestantes essa elevação deve ser quatro vezes maior que a dosagem anterior para indicação de doença. Anticorpos IgM, IgA ou IgG de baixa avidez podem indicar infecção aguda. PROFILAXIA Não se alimentar de carne crua ou mal cozida de qualquer animal ou leite cru; Controlar a população de gatos nas cidades e fazendas; Alimentar os gatos com carne cozida, seca ou com ração de boa qualidade; Incinerar todas as fezes do gato; Proteger caixas de areia para evitar que gatos defequem nesse local; TRATAMENTO Ainda não existe medicamento eficaz contra a toxoplasmose na fase crônica na infecção. As drogas utilizadas atuam contra traquizoítos,mas não contra os cistos. Como os medicamentos são tóxicos em uso prolongado, recomenda-se o tratamento apenas em casos agudos, da toxoplasmose ocular e dos indivíduos imunodeficientes com toxoplasmose de qualquer tipo ou fase. Os medicamentos usados são: Associação de pirimetamina com sulfadiazina ou sulfodaxina: a pirimetamina é toxica em dosagens prolongadas,por isso recomenda-se adição de levedo de cerveja e acido fólico à dieta do paciente. Para toxoplasmose ocular associa-se anti-inflamatório e antiparasitário para impedir o rompimentos dos cistos presentes na retina e consequente agravamento da uveite instalada. TENÍASE E CISTICERCOSE Parasitos helmintos, da classe cestoda, hermafroditas, com corpo achatado, providos de órgão de adesão, sem cavidade geral e sem sistema digestório. O hospedeiro definitivo – humano – alberga a forma adulta da Taenia spp. e o hospedeiro intermediário – suínos e bovinos – alberga a forma larvária. MORFOLOGIA A I: saginata e I: solium apresentam corpo achatado, dorsoventralmente em forma de fita, dividido em escólex ou cabeça, colo ou pescoço e estróbilo ou corpo. São de cor branca leitosa com a extremidade anterior bastante afilada de difícil visualização. Escólex: pequena dilatação situada na extremidade anterior, funcionando como órgão de fixação à mucosa do intestino delgado humano. Apresenta quatro ventosas formadas de tecido muscular arredondadas e proeminentes. A T. solium possui o escólex globuloso com um rostro em posição central entre as ventosas. A T. saginata tem o escólex sem rostro e acúleos. Colo: porção mais delgada do corpo onde as células do parênquima tem intensa atividade de multiplicação, é a zona de crescimento do parasito ou de formação das proglotes. Estróbilo: restante do corpo do parasito. Cada seguimento formado denomina-se proglote ou anel. Quanto mais afastadas do colo mais evoluídas são as proglotes. Essas,sofrem apólise quando maduras, ou seja, se desprendem espontaneamente do estróbilo . Em T. solium são eliminadas passivamente junto com as fezes de três a seis anéis unidos, enquanto em T. saginata as proglotes são eliminadas separadamente de forma ativa. Ovos: são esféricos,morfologicamente indistinguíveis, com casca protetora, embrióforo. Internamente possui o embrião hexacanto ou oncosfera provido de três pares de acúleos e dupla membrana. Cisticerco: o cisticerco da T. solium é constituído de uma vesícula translúcida com líquido claro, contendo invaginado no seu interior um escólex com quatro ventosas, rostelo e colo. O cisticerco da T. saginata apresenta a mesma morfologia diferindo apenas pela ausência do rostelo. BIOLOGIA Tanto a T. solium como a T. saginata, na fase adulta ou reprodutiva, vivem no intestino delgado humano; já o cisticerco da T. solium é encontrado no tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e no olho de suínos e acidentalmente em humanos e cães. O cisticerco da T. saginata é encontrado nos tecidos dos bovinos. TRANSMISSÃO Teníase: o hospedeiro definitivo (humanos) infecta-se ao ingerir carne suína ou bovina, crua ou malcozida, infetada, respectivamente, pelo cisticerco de cada espécie de Taenia. A cisticercose humana é adquirida pela ingestão acidental de ovos viáveis da 7: solium que foram eliminados nas fezes de portadores de teníase (Fig. 25.7). Os mecanismos possíveis de infecção humana são: Auto-infecção externa: ocorre em portadores de 7: solium quando eliminam proglotes e ovos de sua própria tênia levado-os a boca pelas mãos contaminadas ou pela coprofagia (observado principalmente em condições precárias de higiene e em pacientes com distúrbios psiquiátricos). Auto-infecção interna: poderá ocorrer durante vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino, possibilitando presença de proglotes grávidas ou ovos de 7: solium no estômago. Estes depois da ação do suco gástrico e posterior ativação das oncosferas voltariam ao intestino delgado, desenvolvendo o ciclo auto- infectante. Heteroinfecção: ocorre quando os humanos ingerem alimentos ou água contaminados com os ovos da 7: solium disseminados no ambiente através das dejeções de outro paciente. PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA Devido ao longo período em que a i? solium ou T. saginata parasita o homem, elas podem causar fenômenos tóxicos alérgicos, através de substâncias excretadas, provocar hemorragias através da fixação na mucosa, destruir o epitélio e produzir inflamação com infiltrado celular com hipo ou hipersecreção de muco. O acelerado crescimento do parasito requer um considerável suplemento nutricional, que leva a uma competição com hospedeiro, provocando conseqüências maléficas para o mesmo. Tonturas, astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, alargamento do abdômen, dores de vários graus de intensidade em diferentes regiões do abdômen e perda de peso são alguns dos sintomas observados em decorrência da infecção. Obstrução intestinal provocada pelo estróbilo, ou ainda a penetração de uma proglote no apêndice, apesar de raras, já foram relatadas. A cisticercose muscular ou subcutânea pouca alteração provoca e em geral é uma forma assintomática. Os cisticercos aí instalados desenvolvem reação local, formando uma membrana adventícia fibrosa. Com a morte do parasito há tendência a calcificação. Quando numerosos cisticercos instalam-se em músculos esqueléticos, podem provocar dor, fadiga e cãibras (quer estejam calcificados ou não), especialmente quando localizados nas pernas, região lombar e nuca. No tecido subcutâneo, o cisticerco é palpável, em geral indolor e algumas vezes confundido com cisto sebáceo. Ascaris lumbricoides Morfologia A morfologia do A. lumbricoides está relacionada ao numero de parasitos albergados e ao estado nutricional do hospedeiro. Os machos são de cor leitosa, comboca ou vestíbulo bucal em extremidade anterior com três serrilhas de dentículos. Apresentam ainda dois espículos que funcionam como órgãos acessórios da cópula; As fêmeas são maiores que os machos, mas com coloração, boca e aparelho digestivo semelhantes; Os ovos são originalmente brancos, mas em contato com as fezes podem adquirir cor castanha. São grandes, ovais, com capsula espessa por causa da membrana externa mamilonada de onde partem outras duas membranas. O citoplasma é granuloso e internamente os ovos apresentam massa de células germinativas. Biologia Em infecções crônicas os vermes adultos podem ser encontrados no intestino delgado, principalmente no jejuno e íleo, mas em infecções agudas, estes podem ocupar toda a extensão do intestino delgado, agarrando-se a mucosa com o auxilio dos lábios ou podem migrar para a luz intestinal. O ciclo e do tipo monoxênico, ou seja, possui um único hospedeiro. A primeira larva (L¹) forma dentro do ovo e é do tipo rabditoide, isto é, possui esôfago com duas dilatações, uma em cada extremidade e uma constrição no meio. Ainda dentro do ovo, essa larva se transforma em L², e em seguida em L³ que é a forma infectante com esôfago filarióide, ou seja, retilíneo, que ocupa metade do corpo do parasito. Após a ingestão, os ovos contendo L³ atravessam o trato digestivo e as larvas eclodem no intestino delgado graças a estímulos fornecidos pelo hospedeiro como temperatura, pH, sais, concentração de CO² (ausência inviabiliza eclosão). As larvas liberadas atravessam a parede intestinal na altura do ceco, caem nos vasos linfáticos e nas veias invadem o fígado. Em dois a três dias chegam ao coração, atravessam a veia cava inferior ou superior e chegam aos pulmões (ciclo de loss). Cerca de oito dias depois as larvas sofrem muda para L4, rompem os capilares e caem nos alvéolos onde mudam para L5. Sobem pelos brônquios, atingem a faringe onde podem ser expelidas ou deglutidas, atravessando o estomago e fixando-se no intestino delgado, onde se transformam em adultos, maturam sexualmente, realizam a copula, a fêmea faz a ovipostura e os ovos são encontrados nas fezes do hospedeiro. Patogenia Em lesões de baixa intensidade, normalmente não se observa nenhuma alteração, já nas mais graves pode ocorrer lesões hepáticas e pulmonares, com pequenos focos hemorrágicos e de necrose que podem vir a fibrosar. A migração da larva nos alvéolos pulmonares pode causar febre, tosse, dispneia e eosinofilia. Pode ocorrer também edemaciação dos alvéolos com infiltrado parenquimatoso eosinofilico, manifestações alérgicas, febre, bronquite e pneumonia, conjunto de sintomas denominado síndrome de Loeffler. Em lesões graves, com vermes adultos podemos encontrar desnutrição pelo consumo de nutrientes por parte dos vermes; ação tóxica pela reação entre antígenos parasitários e anticorpos alergizantes do hospedeiro, causando edema, urticaria, convulsões, etc; ação mecânica pela instalação na parede intestinal causando irritação e obstrução; e, localização ectópica causada pela irritação do parasito por ingestão de alimentos muito condimentados, febre, uso improprio de medicamento levando ao deslocamento do helminto de seu habitat. Diagnostico O laboratorial é feito pela pesquisa de ovos nas fezes por técnica de sedimentação espontânea. Em infecções exclusivamente por vermes fêmeas todos os ovos expelidos são inférteis, enquanto em infecções por exclusivamente vermes machos o exame de fezes será constantemente negativo. Epidemiologia A ascaridíase é cosmopolita, mas locais de clima úmido e quente com saneamento precário e alta densidade populacional contribuem para o aumento da prevalência da doença. A grande quantidade de ovos produzidos e eliminados pela fêmea, a viabilidade do ovo infectante por até um ano, a concentração de indivíduos sem condições de higiene, dispersão fácil dos ovos através da chuva, vento, insetos e aves interferem, aumentando a prevalência. Profilaxia Tratamento de habitantes residentes em áreas de saneamento precário com drogas ovicidas para evitar a reinfecção ou contaminação de novos indivíduos; educação em saúde, construção de rede de esgoto com tratamento e/ou fossas sépticas, proteção dos alimentos contra insetos e poeira. Ancilostomídeos Dentre mais de 100 espécies de Ancylostomidae descritas, apenas três são agentes etiológicos das ancilostomoses humanas: Ancylostoma duodenale , - Necator americanus e Ancylostoma ceylanicum. As duas primeiras espécies são os principais ancilostomatídeos de humanos, enquanto A. ceylanicum, embora possa ocorrer em hospedeiros humanos, tem os canídeos e felídeos domésticos e silvestres como hospedeiros definitivos. Morfologia Os adultos machos e fêmeas do A. duodenale são cilindriformes, com extremidade anterior curvada dorsalmente, capsula bucal profunda com dois pares de dentes ventrais e um par de lancetas ou dentes triangulares subventrais. O dimorfismo sexual é bem acentuado pela maior dimensão das fêmeas e pela morfologia da extremidade posterior. As fêmeas tem extremidade posterior afilada e os machos possuem uma bolsa copuladora na mesma região. Os vermes adultos de A. ceylanicum tem morfologia semelhante a de A. duodenale, o que os difere é a capsula bucal com dois pares de dentes ventrais , sendo um grande e outro minúsculo. Os adultos de Necator americanos também tem forma cilíndrica, mas com extremidade cefálica recurvada dorsalmente, capsula bucal profunda com duas laminas cortantes na margem interna da boca, subventral e outras duas laminas na margem interna subdorsal. Biologia Os ancilostomídeos, como muitos outros nematoides parasitos, apresentam um ciclo biológico direto, não necessitando de hospedeiros intermediários. Durante o desenvolvimento, duas fases são bem definidas: a primeira, que se desenvolve no meio exterior, é de vida livre, e a segunda, que se desenvolve no hospedeiro definitivo, obrigatoriamente de vida parasitária. Patogenia Ao penetrar na pele do hospedeiro, as larvas de ancilostomídeos podem causar lesões traumáticas e fenômenos vasculares. Alguns instantes depois aparecem as sensações de prurido, hiperemia, edema e dermatite. A passagem pelos pulmões pode provocar tosse de longa ou curta duração e febre. O parasitismo intestinal causa redução do apetite, indigestão, cólica, náuseas, vômitos, flatulências, constipação, diarreia quando tem inicio a deposição dos ovos. Na fase aguda ocorre a migração das larvas nos tecidos cutâneo e pulmonar e instalação dos vermes adultos no intestino delgado; na fase crônica a presença do verme adulto associado a expoliação sanguínea e a deficiência nutricional causa anemia, que pode ser recuperada com a nutrição, sem a necessidade de remoção dos vermes. Na fase aguda ocorre pequeno aumento de anticorpos IgE e IgG; na fase crônica ocorre elevação total de IgE, IgG, IgA e IgM Diagnostico Exame clinico de sintomas pulmonares, cutâneos,intestinais e anemia; Exame parasitológico a procura de ovos nas fezes por sedimentação. Exames específicos são usados para quantificar parasitos por grama de fezes. Profilaxia Saneamento básico, educação sanitária e suplementação de Fe e PTN em áreas endêmicas. Larva migrans Larvas incapazes de evoluir quando infectam um hospedeiro anormal, realizando migrações através do tecido cutâneo e visceral e produzindo síndromes conhecidas como larva migrans cutânea, larva migrans visceral e larva migrans ocular. As manifestações patológicas de larva migrans são causadas por formas jovens que sobrevivem durante algum tempono hospedeiro anormal, mas não completam o ciclo evolutivo. Larva migrans cutânea Também denominada dermatite serpiginosa e dermatite pruriginosa, apresenta distribuição cosmopolita, porém ocorre com maior frequência nas regiões tropicais e subtropicais. Os principais agentes etiológicos envolvidos são larvas infectantes de Ancylostoma braziliense e A. caninurn, parasitos do intestino delgado de cães e gatos. As fêmeas desses parasitos realizam a postura de milhares de ovos, que são eliminados junto com as fezes de cães e gatos contaminados. No ambiente, ocorre desenvolvimento da larva L1 dentro do ovo, que eclode e é liberada no ambiente. Posteriormente a L1 realiza duas mudas e atinge o terceiro estádio, o L3 que é a larva infectante. Os cães e gatos podem se contaminar por via oral, cutânea e transplacentária ao entrar em contato com a L3 no ambiente. Esta, sofre duas mudas no hospedeiro definitivo, chega no intestino delgado e atinge a maturidade sexual, reiniciando o ciclo. O homem ao entrar em contato com as L3 desses ancilostomídeos sofrem infecção por penetração ativa. As larvas migram através do tecido subcutâneo deixando um rastro sinuoso conhecido como bicho geográfico ou bicho das praias. No caso de ingestão, ao atingirem o intestino as L3 podem migrar pelas vísceras, provocando síndrome de larva migrans visceral. O momento da penetração pode passar despercebido ou causar eritema e prurido em pacientes sensíveis. No local da penetração da L3 aparece primeiramente lesão eritemopapulosa que evolui a um aspecto vesicular. Os rastros deixados pela migração podem ser acompanhados de infecção secundária por causarem prurido e consequentes escoriações na pele. Quando a larva atinge a circulação sanguínea e alcança o pulmão, pode causar sintomas alérgicos, como a síndrome de Loefler. O diagnostico baseia-se em exame clinico: anamnese, sintomas e aspectos dermatológicos da lesão. O tratamento em casos benignos não é necessário. Em infecções que duram semanas ou meses trata-se com fármacos. Larva migrans visceral e larva migrans ocular A larva migrans visceral (LMV) é a síndrome determinada por migrações prolongadas de larvas de nematoides parasitos comuns aos animais, no organismo humano, que estão condenadas a morrer, depois de longa permanência nas vísceras, sem poder chegar ao estágio adulto. Quando as larvas desses parasitos migram para o globo ocular, tem se a síndrome denominada larva migrans ocular (LMO). A espécie mais importante envolvida na síndrome de LMV e LMO é a Toxocara canis, parasito do intestino delgado de cães e gatos. Os cães jovens se infectam pela ingestão de ovos contendo L, que eclodem no intestino delgado, atravessam a parede intestinal e, através da circulação, atingem o figado, coração e pulmão, onde mudam para L,. Estas migram para os alvéolos, brônquios, traquéia e são deglutidas. Ao chegarem ao intestino, crescem e atingem a maturidade sexual em tomo de quatro semanas. A partir do segundo mês de vida, os cãezinhos começam a desenvolver uma resistência ao parasito, a migração hepatotraqueal diminui gradativamente e, aos seis meses, é praticamente nula. Assim, ao se infectarem, em vez de as L, migrarem para o parênquima pulmonar, elas seguem pela circulação arterial e são distribuídas para vários tecidos, onde podem permanecer em quiescência. Nas cadelas prenhes, essas L, possivelmente estimuladas por mecanismo hormonais saem de sua quiescência, atravessam a placenta e migram para o fígado do feto. Aves, roedores, ruminantes, suínos podem funcionar como hospedeiros paratênicos. Após ingestão, dos ovos, as L, eclodem no intestino delgado desses hospedeiros, e realizam migração hepatotraqueal atingindo vários tecidos onde permanecem viáveis e em quiescência por meses, tornando-se fonte de infecção para cães e mesmo para o homem ao ingerir carne crua ou mal cozida. Em geral, o homem se infecta ingerindo água ou alimentos contaminados com ovos contendo L, e, menos frequentemente, ingerindo carne ou vísceras do hospedeiro paratênico. Quando ingere o ovo contendo a L,, no intestino delgado ocorre a eclosão e as L, penetram na parede intestinal, atingem a circulação, distribuindo-se por todo o organismo. Posteriormente, atravessam os capilares sanguíneos e atingem os tecidos adjacentes, como figado, rins, pulmões, coração, medula óssea, músculos estriados e olhos. Nesses órgãos, realizam migrações, e a maioria é destruída formando uma lesão típica, denominada granuloma alérgico, no qual o parasito morto encontra-se cercado por infiltrados ricos em eosinófilos e monócitos. O quadro clássico de LMV caracteriza-se por leucocitose, hipereosinofilia sanguínea, hepatomegalia e linfadenite. Em alguns casos, podem-se observar infiltrados pulmonares acompanhados de tosse, dispnéia, anorexia e desconforto abdominal. Quando ocorre envolvimento do sistema nervoso, devido a migração das larvas e também devido a presença de granulomas ricos em eosinófilos provocadas por elas, o paciente pode apresentar manifestações neurológicas variadas, incluindo ataques epileptiformes, meningite e encefalite. A maioria das infecções oculares é unilateral, e são vários os aspectos clínicos que podem assumir, sendo e endoftaha crônica é a forma mais comum, geralmente envolvendo a coróide, retina e vítreo, determinando a perda de visão em casos graves. Pode também ocorrer granuloma do pólo posterior, granuloma periférico do olho, hemorragia retiniana, papilites, iridociclites, catarata, queratite e lesões orbitárias. Faz-se o diagnóstico com base na história do paciente, sintomas e resultado do imunodiagnóstico. A eosinofilia persistente, a hipergamaglobulinemia, principalmente IgM e IgE, a elevação dos títulos de iso-hemaglutininas anti-A e anti-B (pois as larvas de 7: canis contêm polissacarídeos relacionados com antígeno do grupo sanguíneo AB), a hepatomegalia mais a anamnese do paciente (idade, história de geofagia e contato com cães e gatos) permitem ao clínico suspeitar de LMV e, nos casos de LMO, acrescenta-se ainda o exame oftalmológico (processo uniocular, aspecto morfológico e topográfico das lesões, tomografia ocular). Para o exame de imunodiagnóstico que permite observar a presença de anticorpos anti- Toxocara nos pacientes infectados, atualmente a técnica recomendada é imunoenzimática - ELISA O tratamento de LMV em casos mais brandos é dispensado, quando necessários utilizam-se fármacos anti-helminticos. Em LMO utiliza-se corticoides pois os anti-helminticos não penetram o globo ocular. Dentre as medidas profiláticas a serem adotadas deve-se incluir: o exame de fezes periódicos dos cães e gatos e tratamento dos mesmos com anti-helmínticos de largo espectro; evitar acesso desses animais a locais públicos (praças, praias, parques infantis) e redução das populações de cães e gatos vadios, que representam as mais altas cargas parasitárias. Onchocerca volvulus e outros Filarídeos humanos. A Onchocerca volvulus é um filarídeo do tecido subcutâneo humano. Os parasitos vivem enovelados em oncocercomas ou nódulos fibrosos subcutâneos. Há, geralmente, um casal de vermes adultos em cada nódulo, cuja localização é variável. Biologia As fêmeas medem entre 40 e 50cm e os machos entre 2 e 4cm. As microfilárias não apresentam bainha e medem cerca de 300cm de comprimento. Circulam nos linfáticos superficiais e no tecido conjuntivo da pele, mas podem ser encontradas também na conjuntiva bulbar do hospedeiro humano. Permanecem nesses locais por até 24 meses, não apresentam periodicidade e podem, em alguns casos, alcançar o sangue, sendo encontradas no baço, nos rins e também no sedimento urinário. As fêmeas dos insetos vetores do gênero Simulium picam individuo infectado, ingerindo microfilárias que se desenvolvem até larva infectante L3 dentro do inseto.As larvas então alcançam a proboscida do vetor e ao picar outro individuo transfere essas larvas para a pele do hospedeiro vertebrado, onde são gerados os vermes adultos que produzirão novas microfilárias. Patogenia As principais manifestações da parasitose, que ocorrem um a três anos após a infecção, são: Oncocercomas: os vermes são envolvidos por uma capsula de tecido fibroso, formando nódulos subcutâneos livres e móveis. Quando os helmintos morrem, ocorre um intenso processo inflamatório, dor, calcificação e fibrose. Oncodermatite: é causada principalmente pela migração das microfilarias através do tecido conjuntivo da pele. Pode causar perda de pigmento, atrofia e coceira da pele. Lesões oculares: lesões irreversíveis dos segmentos anterior e posterior do olho, comprometendo a visão e podendo levar a cegueira completa. Pode ocorrer cegueira noturna, redução do campo visual periférico, diminuição da acuidade visual. Quando as microfilarias morrem, levam a opacificação da córnea e perda da visão (ceratite punctata). Lesões linfáticas: pode ocorrer enfartamento dos linfonodos próximos das lesões cutâneas ricas em microfilárias. Se a obstrução linfática for muito intensa ou longa pode ocorrer edema linfático e fibrose nas áreas atingidas. As microfilarias podem cair na corrente sanguínea via sistema linfático e alcançar os glomérulos renais, podendo ser eliminada na urina, liquido cérebro-espinhal, atingindo a glândula pituitária, nervo optico, cerebelo. Diagnóstico O melhor método é a retirada de um fragmento superficial da pele da região escapular e/ou do quadril para analise a procura de microfilárias. Em lesões oculares, procura-se por microfilarias no humor aquoso e câmara anterior do olho nos exames oftalmológicos. Profilaxia Uso de inseticidas, tratamento dos infectados, combate ao vetor com inseticidas biodegradáveis, exame de pessoas em contato prolongado com índios yanomani. Wuchereria bancrofti Filariose linfática A ordem Spimrida apresenta grande número de espécies, parasitando mamíferos, inclusive humanos, além de aves, anfíbios e répteis, com algumas características comuns: são todos vermes finos e delicados, encontrados nos vasos linfáticos, vasos sanguíneos, tecido subcutâneo, cavidade peritoneal ou mesentério, e necessitam de um hospedeiro invertebrado. Morfologia A W. bancrofti possui diferentes formas evolutivas nos hospedeiros vertebrados e invertebrados. Verme adulto macho tem corpo delgado e branco-leitoso, com extremidade anterior afilada e posterior enrolada ventralmente. Verme adulto fêmea também tem corpo delgado branco-leitoso, com órgãos genitais duplos com exceção da vagina, que se exterioriza em uma vulva próxima a extremidade anterior. Microfilária também conhecida como embrião. Possui uma membrana extremamente delicada que funciona como bainha flexível e diferenciação dos demais helmintos que não possuem a bainha. Larvas são encontradas no inseto vetor. É originária da transformação da microfilária. Biologia Vermes adultos machos e fêmeas permanecem juntos nos vasos e gânglios linfáticos humanos. As regiões do corpo humano mais frequentemente afetadas são: pélvica (atingindo pernas e escroto) mamas e braços (mais raramente). São frequentemente localizados nos vasos linfaticos do cordão espermático, causando aumento e dano escrotal. As microfilárias eliminadas pela fêmea grávida saem dos ductos linfáticos e ganham a circulação sangüínea do hospedeiro. Uma característica peculiar deste parasito, verificada na maioria das regiões onde é encontrado, é a periodicidade noturna de suas microfilárias no sangue periférico do hospedeiro humano; durante o dia, essas formas se localizam nos capilares profundos, principalmente nos pulmões, e, durante a noite, aparecem no sangue periférico, apresentando o pico da microfilaremia em torno da meia-noite, decrescendo novamente no final da madrugada. O ciclo biológico é do tipo heteroxênico. A fêmea do Culex quinquefasciatus, ao picar individuo parasitado ingere microfilárias que no estomago do mosquito, após poucas horas, perdem a bainha, atravessam a parede do estomago do inseto, caem na cavidade geral e migram para o tórax onde se alojam nos músculos torácicos e se transformam em L1. Dias depois ocorre a segunda muda originando L2 que em seguida dará origem a L3 que migra pelo mosquito até alcançar a proboscida. Quanto inseto pica o individuo, as larvas L3 penetram pela solução de continuidade da pele do hospedeiro, migram para os vasos linfáticos, tornam-se vermes adultos e produzem as primeiras microfilarias. Transmissão. Unicamente pela picada do inseto vetor (fêmea de C. quinquefasciahrs) e deposição das larvas infectantes na pele lesada das pessoas. Parece que o estímulo que provoca a saída das larvas da probóscida do mosquito é o calor emanado do corpo humano. A pele, estando úmida (suor e alta umidade do ar), permite a progressão e penetração das larvas. Manifestações clínicas Indivíduos assintomáticos são aqueles com microfilárias no sangue e sem sintomatologia aparente, mas com danos linfáticos. Infecção aguda: linfagite retrógrada localizada principalmente nos membros e adenite, associadas a febre e mal-estar. As linfangites agudas têm curta duração e evoluem no sentido da raiz do membro para a extremidade. As adenites aparecem principalmente nas regiões inguinal, axilar e epitrocleana. As manifestações crônicas são: linfedema, hidrocele, quilúria e elefantíase. Pacientes com hidrocele podem apresentar rnicrofilárias no sangue periférico. A elefantíase geralmente se localiza nos membros inferiores e na região escrotal, e está associada a episódios inflamatórios recorrentes. A eosinofilia pulmonar túopical (EPT) é uma síndrome caracterizada por sintomas de asma brônquica, sendo uma manifestação relativamente rara. Patogenia É importante distinguir os casos de infecção (presença de vermes e microfilárias sem sintomatologia aparente) da casos de doença. Os pacientes assintomáticos ou com manifestações discretas podem apresentar alta microfilaremia, e os pacientes com elefantíase ou outras manifestações crônicas não apresentam microfilaremia periférica ou esta é bastante reduzida. Ação mecânica. A presença de vermes adultos dentro de um vaso linfático pode provocar os seguintes distúrbios: estase linfática com linfangiectasia (dilatação dos vasos linfáticos); derramamento linfático ou linforragia. Esse derramamento, ocorrendo nos tecidos, provocará o edema linfático (por exemplo, nas pernas). Ocorrendo na cavidade abdominal, teremos a ascite linfática e na túnica escrotal, a linfocele. Pode também ocorrer derramamento de linfa nas vias urinárias (linfúrialquilúria). Ação irritativa. A presença dos vermes adultos dentro dos vasos linfáticos, bem como dos produtos oriundos do seu metabolismo ou de sua desintegração após a morte, provoca fenômenos inflamatórios. Como conseqüência, teremos a linfangite retrógrada (inflamação dos vasos) e adenite (inflamação e hipertrofia dos gânglios linfáticos). Frequentemente aparecem fenômenos alérgicos, como urticárias e edemas extrafocais. Diagnóstico Numa área endêmica,a história clínica de febre recorrente associada adenolinfangite pode ser indicativo de infecção filaria]. Paciente com alteração pulmonar, eosinofilia sanguínea e altos níveis de IgE total no soro leva à suspeita de EPT. No diagnostico laboratorial, o método mais utilizado é o da gota espessa de sangue colhido por punção capilar para pesquisa de microfilárias. Microfilárias podem estar ausentes no sangue, mas presentes na urina (quilúria e hematúria) ou líquidos da hidrocele. Nestes casos, o material obtido deve ser analisado usando técnicas de concentração. A pesquisa de antígenos circulantes é feita pela técnica imunoenzimática(ELISA) com soro (resultado semiquantitativo), ou por imunocromatografia rápida (ICT) com resultado qualitativo (positivotnegativo) usando sangue ou soro do paciente. Uma vantagem da detecção de antígenos é que, como seus níveis permanecem constantes na circulação, o sangue para o diagnóstico pode ser colhido durante o dia. Além disso, um teste positivo indica infecção ativa, uma vez que os anticorpos monoclonais reconhecem antígenos de vermes adultos, mesmo na ausência de microfilárias. Profilaxia Não existe um medicamento profilático para quem se encontra em áreas endêmicas, mesmo que por pequeno período de tempo. Deve ser evitado o contato humano-vetor. O controle tem com base principalmente três pontos básicos: tratamento de todas as pessoas parasitadas, combate ao inseto vetor e melhoria sanitária. Strongyloides stercoralis Morfologia A fêmea partenogenética possui corpo com aspecto filiforme longo, com extremidade anterior arredondada e posterior afilada. Esôfago do tipo filarióide. É ovovípara, ou seja, elimina ovos já larvados com larva rabditoide. A fêmea de vida livre tem aspecto fusiforme, com extremidade anterior arredondada e posterior afilada. Esôfago rabditoide. O macho de vida livre possui aspecto fusiforme, com extremidade anterior arredondada e posterior recurvada ventralmente, esôfago rabditoide. Os ovos são elípticos, de parede fina e transparente,maiores quando originados da femea de vida livre. Podem ser observados em indivíduos com diarreia grave ou após a utilização de laxantes. As larvas rabditoides: As larvas L1 ou L2 originadas da Emea parasita atingem o meio externo, sendo encontradas de uma a 25 larvas por grama de fezes. Nas formas disseminadas são encontradas na bile, no escarro, na urina, nos líquidos duodenal, pleural e cefalorraquiano. As larvas filarioides tem porção anterior ligeiramente afilada e a posterior afina-se gradualmente terminando em duas pontas. É capaz de penetrar na pele ou mucosas. Biologia As Emeas partenogenéticas em seu hábitat normal localizam-se na parede do intestino, mergulhadas nas criptas da mucosa duodenal, principalmente nas glândulas de Lieberkühn e na porção superior do jejuno, onde fazem as posturas. Nas formas graves, são encontradas da porção pilórica do estômago até o intestino grosso. O macho e fêmea de vida livre habitam o solo; a larva rabditoide pode ser encontrada na luz intestinal, fezes e solo, e a filarioide é encontrada no solo, pele, circulação e pulmão. Ciclo direto: fêmeas partenogenéticas 3n liberam ovos no solo contendo larvas rabditoides 3n, estas se transformam em larvas filarioides infectantes que penetram na pele, ganha, a circulação e alcançam os pulmões onde se transformam em L4 e através de migração pela arvore brônquica chegam a faringe, podendo causar expectoração ou serem deglutidas e caírem no intestino delgado onde se transformam em femeas partenogenéticas que depositam na mucosa intestinal os ovos que serão expelidos com as fezes. Ciclo indireto: ovos liberados nas fezes possuem larvas rabditoides 1n e 2n que sofrem quatro transformações ainda no solo e produzem macho (n) e fêmea (2n) de vida livre, estes desenvolvem a larva rapditoide 3n que se transformará em larva filarioide 3n e causará a infecção, continuando o ciclo... Transmissão Heteroinfecção: penetração pela pele, mucosas da boca ou esôfago. Auto-infecção externa: Larvas rabditóides presentes na região perianal de indivíduos infectados transformam-se em larvas filarióides infectantes e aí penetram completando o ciclo direto. Este modo de infecção pode ocorrer em crianças, idosos ou pacientes internados que defecam na fralda, roupa ou ainda em indivíduos, que, por deficiência de higiene, deixam permanecer restos de fezes em pêlos perianais. Auto-infecção interna: Larvas rabditóides, ainda na luz intestinal de indivíduos infectados, transformam-se em larvas filarióides, que penetram na mucosa intestinal (íleo ou cólon). Esta modalidade pode ocorrer em indivíduos com estrongiloidíase e constipação intestinal devido ao retardamento da eliminação do.individuos com sistema imune suprimido, tem a transformação de LR em LF acelerada, caracterizando grupos de risco para auto- infecção. Patogenia Individuos portadores de pequeno numero de parasitos geralmente são assintomáticos. As principais alterações na estrongiloidíase são devidas à ação mecânica, traumática, irritativa, tóxica e antigênica. Estas ações podem ser estudadas acompanhando as suas localizações no hospedeiro humano: Cutânea: geralmente discreta, com reação celular em torno das larvas mortas que não conseguiram atingir o sistema circulatório. No caso de reinfecção pode ocorrer hipersensibilidade, com formação de edema, eritrema, prurido e urticarias. Pulmonar: caracteriza-se por tosse com ou sem expectoração, febre, crises asmatiformes decorrentes das larvas filarioides. A travessia das larvas do interior dos capilares para os alvéolos provoca hemorragia, infiltrado inflamatório, insuficiência respiratória, edema pulmonar,pneumonia. Intestinal: presença de femeas, ovos e larvas no intestino delgado ou grosso podem causar enterite catarral (reação inflamatória leve, aumento da secreção mucoide); enterite edematosa (reação inflamatória com edemade submucosa e desaparecimento do relevo mucoso, síndrome da ma absorção); enterite ulcerosa ( inflamação com eosinofilia intensa, ulcerações, invasão bacteriana, fibrose. Disseminada: grupos de risco para auto-infecção interna tem grande produção de larvas no intestino, as quais alcançam a circulação e atingem múltiplos órgãos, rins, cérebro,pâncreas, glândulas mamarias, vesícula biliar, coração, podendo levar à inflamação desses órgãos e óbito. Diagnostico O clinico é feito através da procura da tríade clássica: diarreia, dor abdominal e urticaria. O parasitológico é feito pela pesquisa de larvas, em fezes sem conservantes, pelo método de baermann Moraes que consiste na pesquisa de LR em fezes frescas baseado no termotropismo das larvas que as fazem migrar para a agua quente. Em fezes envelhecidas, indivíduos de infecção intensa ou de pessoas constipadas, pode ser encontrado LF. Em fezes diarreicas pode-se identificar larvas e ovos. Profilaxia Saneamento básico, uso de luvas e calçados ao entrar em contato com o solo,higiene pessoal.
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