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RESUMO DIREITO CIVIL IV - AV2 - MATÉRIA COMPLETA

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RESUMO DIREITO CIVIL IV – AV2
AULA 01: DIREITO DAS COISAS
Conceitos: 
Direitos patrimoniais/pessoais: Estão disciplinados, via de regra, no direito das obrigações, contratual e direito de empresa. 
Já os direitos reais estão disciplinados entre os arts. 1.196 a 1.510, do CC, no livro III, denominado de “direito das coisas”. 
Características dos direitos reais:
Aderência: Uma vez que a pessoa se vincula à coisa, ainda que se conceda a posse de fato a terceiro, a pessoa não perderá o objeto. 
Absolutismo/oponibilidade erga omnes: Assegura-se ao titular do direito real, caso ocorra sua violação, a oponibilidade de seu direito contra qualquer pessoa. 
Direito de sequela: O proprietário tem o direito de reaver a coisa de quem quer que injustamente a detenha ou possua, art. 1.228, CC.
Taxatividade: Os direitos reais são previstos em rol taxativo pelo art. 1.225, CC. Diante da constitucionalização do direito civil, há discussão na doutrina sobre a possibilidade de o rol ser exemplificativo, contudo, majoritariamente se entende que o rol é taxativo. 
Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; 
XII - a concessão de direito real de uso; e 
XIII - a laje. 
Tipicidade: Os direitos reais são típicos, não podendo as partes modificá-los, combiná-los ou criar direito real diverso do rol acima.
Perpetuidade: O tempo não enfraquece o vínculo do proprietário com o objeto. Assim, o direito de propriedade não se extingue pelo não uso. 
Exclusividade: Não podem existir 02 direitos de propriedade idênticos sobre a mesma coisa. 
Institutos Híbridos:
Posse: Não é nem direito real nem obrigacional, situando-se entre os 02. 
Obrigação propter rem: Também denominada de obrigação ambulatória, segue a coisa onde quer que esteja. Assim, o titular do direito real também será responsável pela obrigação. Ex:. Obrigação de pagar quota condominial. 
OBS:. Dividas de consumo de água, luz e gás, segundo o STJ não são obrigações propter rem, mas como o próprio nome diz de consumo, possuindo natureza jurídica pessoal, não sendo vinculadas a titularidade do bem, mas ao sujeito que manifestou interesse de receber os serviços. AgRG no Aresp 2.9879/RJ.
AULA 02: POSSE
Conceito: É um direito de natureza especial, sendo o domínio fático que certa pessoa exerce sobre a coisa. Possui duas correntes:
Subjetiva de SAVIGNY: a posse é o direito que a pessoa tem de dispor fisicamente de um bem com a intenção de tê-lo para si e de defendê-lo contra a agressão de quem quer que seja. Possui 02 elementos. 
Corpus (elemento objetivo): Poder físico ou de disponibilidade sobre a coisa. 
Animus domini (elemento subjetivo): Intenção de ter a coisa para si, de exercer sobre ela o direito de propriedade. 
Sobre o animus domini, convém tecer 2 comentários. 1) Na locação, no usufruto e no comodato, o beneficiário não o possui, mas são considerados possuidores. 2) Possui grande importância para a usucapião. 
Objetiva de IHERING: Dispensa o animus domini, bastando que a pessoa disponha fisicamente da coisa, ou que tenha a possibilidade de exercer esse contato. Possui um único elemento, o corpus. Foi a teoria adotada pelo CC/02. 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Assim, admite 02 figuras: A do possuidor direto, que é aquele que efetivamente detêm a coisa, e a do possuidor indireto, que é o caso do proprietário (que mesmo não podendo usar, gozar e fruir da coisa, preserva o direito de dispor). 
Posse x detenção x propriedade:
Detentor: também denominado de fâmulo da posse, seu conceito legal está previsto no art. 1.198, CC. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Possuidor: Todo aquele que tem de fato o exercício de um ou alguns dos poderes inerentes ao direito de propriedade. Ressalta-se que possuidor jamais pode praticar ato de disposição. 
Proprietário: Não possui conceito legal. Contudo, pode-se afirmar que é aquele que pode exercer TODOS os poderes inerentes ao direito de propriedade, sobretudo dispor da coisa.
Classificação da posse:
Quanto à relação pessoa-coisa: Art. 1.197, CC:
Direta/imediata: Aquela que é exercida por quem tem a coisa materialmente. Ex:. Locador
Indireta/mediata: Exercida por meio de outra pessoa, em regra decorre da propriedade. 
Quanto à presença de vícios objetivos: Art. 1.200, CC:
Posse justa: Aquela obtida sem violência, clandestinidade ou precariedade, denominada de posse limpa. 
Posse injusta: Aquela que apresenta um dos vícios acima. 
Posse violenta = Obtida através de esbulho, por força física ou moral; 
Posse clandestina = Obtida às escondidas, de forma oculta;
Posse precária = Obtida mediante abuso de confiança/direito, é o “esbulho pacífico”. 
Quanto à boa-fé subjetiva/intencional: Art. 1.201, CC:
De boa-fé: Quando o possuidor ignora o vício que o impede de adquirir o direito de propriedade ou quando tem um justo título que fundamente sua posse. 
De má-fé: O possuidor sabe do vício que acomete a coisa, mas ainda assim pretende exercer o domínio fático sobre ela, jamais terá justo título.
Quanto à presença de título: 
Com título: Há uma causa representativa da transmissão d aposse, ou seja, um documento escrito, 
como o contrato de locação. 
Sem título Não há, pelo menos aparentemente, uma causa que represente a transmissão. 
Quanto ao tempo:
Nova: Menos de 1 ano e um dia.
Velha: Mais de um ano, ou seja, um ano e um dia;
Quanto aos efeitos:
Ad interdicta: Aquela que não condiz à usucapião. Pode ser defendida por ações possessórias ou interditos. 
Ad usucapionem: Se prolonga no tempo, permitindo que a pessoa adquira a propriedade através da usucapião. Deve ser: mansa, pacífica, duradoura, ininterrupta e com animus domini. 
AULA 03: EFEITOS DA POSSE
O Código Civil traz as regras nos arts. 1.210 a 1.222. Os efeitos possuem caráter material e processual. 
Os efeitos da posse possuem grande relação com a boa ou má-fé do possuidor. 
Quanto aos frutos:
Boa fé: Terá direito, nos termos do art. 1.214. CC, enquanto durar a boa-fé, aos frutos percebidos. 
OBS:. OS FRUTOS NÃO PERCEBIDOS, OU COLHIDOS EM ANTECIPAÇÃO, APÓS DEDUZIDAS AS DESPESAS DA PRODUÇÃO E DE CUSTEIO, DEVEM SER RESTITUÍDOS QUANDO CESSAR A BOA-FÉ. 
Má-fé: Responde pelos frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por CULPA, deixou de perceber desde o momento em que se constituiu em má-fé.
OBS:. TERÁ DIREITO ÀS DESPESAS DE PRODUÇÃO E CUSTEIO, VISANDO EVITAR O ENRIQUECIMENTO SEM JUSTA CAUSA DO PROPRIETÁRIO.
Quanto às benfeitorias: 
Boa Fé: Terá direito a ser indenizado pelas úteis, necessárias e voluptuárias, podendo, desde que arruíne o bem, levantar a última. 
Possui, ainda, direito de retenção pelas benfeitorias uteis e necessárias. 
Indenização: O reivindicante paga o valor atual da coisa. 
Má-fé: Somente faz jus à indenização por benfeitorias necessárias, não possuindo direito de retenção. 
Indenização: O reivindicante escolhe se paga o valor atual ou seu custo (valor antigo).
Quanto à responsabilidade:
Boa-fé: Responsabilidade subjetiva, somente é responsabilizado pela perda ou deterioração da coisa se comprovada sua culpa. 
Má-fé: Responsabilidade objetiva. Possui a escusa de que se a perda ou exoneração fosse correr mesmo que estive na posse do reivindicante. 
Agressãoe defesa da posse: art. 1.210, CC.
Turbação: É uma ofensa menor, consiste no esbulho parcial pelo qual o possuidor somente perde parte do bem. Possui o direito de ser mantido na posse, ação de manutenção da posse. 
Esbulho: Ofensa de maior potencial, consiste na privação total da coisa. O possuidor possui o direito de ser reintegrado na posse, podendo ingressar com ação de reintegração de posse.
Ameaça/violência iminente: Não é ofensa propriamente dita, mas um justo temor de que ocorra um esbulho ou turbação. Terá direito de ser segurado. Ingressa-se com ação de interdito proibitório. 
Auto tutela: O possuidor turbado ou esbulhado poderá manter-se ou restituir-se na posse por conta própria, desde que o faça logo. Além disso, seus atos não podem ir além do indispensável para a manutenção ou restituição da posse. Temos:
Ameaça ou Turbação: Legítima Defesa;
Esbulho: Deforço imediato. 
AULA 04: AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE
Formas de aquisição:
Conforme art. 1.204, CC, adquiri-se desde o momento em que for possível exercer, em nome próprio, um ou alguns dos poderes inerentes ao direito de propriedade. Sendo um conceito aberto.
Aquisição originária: Contato direto com a coisa, não há translação de direito. 
Aquisição derivada: Há mediação entre a pessoa e coisa, sendo esta transmitida ao “novo possuidor”, havendo, portanto, uma transferência de direito. 
OBS:. POSSE SER ADQUIRIDA EM NOME PRÓPRIO OU POR TERCEIRO SEM MANDATO, DESDE QUE HAJA CONFIRMAÇÃO POSTERIOR. 
Transmissão da posse: 
Transmite-se aos herdeiros e legatários (testamento) com o mesmo caráter. Tem-se o princípio da continuidade do caráter da posse, que se manterá com os mesmos atributos de sua aquisição.
O sucessor universal (herança) continua a posse de seu antecessor. O singular (compra e venda ou legado) é facultado unir à sua posse o tempo da posse de seu antecessor – algo útil à usucapião.
Princípio da gravitação jurídica: Há presença relativa de que a transmissão da posse de um imóvel importa na transmissão da posse de todos os móveis que o guarnecem. 
Transmissão da posse: 
Real: Entrega efetiva da coisa.
Transmissão simbólica: Há um ato representativo da entrega da coisa, v.g, entregar a chave de um apartamento. 
Ocorre na tradidio longa manu, na qual a coisa é colocada a disposição da outra parte, como ocorre na venda sobre documentos. 
Tradição ficta: Se dá por presunção. 
Ocorre na tradidio breve manu, na qual o possuir possuía a coisa em nome alheio e depois passa a possuir em nome próprio como, por exemplo, um locatário que compra o imóvel objeto da locação, passando a ser proprietário. 
Extinção da Posse
Também é regulada por uma cláusula geral prevista no art. 1.223, CC. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem. Em suma, cessando os atributos relativos à propriedade cessará a posse, que é extinta. 
Esbulho: Se o possuidor não presenciou o momento em que foi esbulhado, somente haverá perda da posse se, informado do atentado à posse, não toma as devidas medidas necessárias ou se sofrer violência ao tentar fazê-lo, não procurando outros caminhos após a violência. 
AULA 05: PROPRIEDADE: INTRODUÇÃO: 
Conceito: 
Caio Mário: Direito real por excelência, direito subjetivo padrão ou fundamental. É o direito de usar, gozar e dispor da coisa, e reivindicá-la de quem injustamente a detenha. 
Classificação:
Plena ou alodial: o proprietário tem consigo todos os atributos do direito de propriedade: Gozar, Reaver, Usar e Dispor = GRUD.
Propriedade limitada ou restrita: Divide-se em: 
Nua-propriedade: Aquela despida dos atributos do uso e da fruição (gozo).
Domínio útil: Diz respeito a quem detém os atributos do uso e gozo, mas não pode dispor da coisa, como é o caso do usufrutuário. 
Características: 
Absolutismo: Possui caráter erga omnes, assim, afirma-se que o direito de propriedade é absoluto. Contudo, merece destaque que o mesmo é limitado pelo interesse social e pela CF. 
Exclusividade: Com exceção dos condomínio e propriedade, a coisa não pode pertencer a mais de uma pessoa ao mesmo tempo. 
Perpetuidade: Não se extingue pelo não exercício, somente por uma causa modificativa, seja convencional ou legal.
Elasticidade: Pode ser contraída ou estendida, conforme forem sendo retirados e adicionados os atributos. 
Restrições ao direito de propriedade:
Função social e socioambiental da propriedade: Art. 1.228, §1º, CC. 
LIMITAÇÕES DE ORDEM ADMINISTRATIVA: 
Desapropriação: Por necessidade ou utilidade pública ou por interesse social, MEDIANTE PRÉVIA E JUSTA INDENIZAÇÃO EM DINHEIRO. 
Requisição: Trata-se de uma intervenção na propriedade que ocasiona a PERDA TEMPORÁRIA DO BEM, por razão de iminente perigo público.
Tombamento: Não causa a perda do bem. Sendo uma restrição no uso, PARA PRESERVAR O PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E CIENTÍFICO DE CERTO LOCAL. 
Limitações de ordem social: Há um grande quantidade de pessoas que, após terem realização, em conjunto ou separadamente, obras e serviços por mais de 05 anos serão considerados possuidores e farão direito a uma indenização no caso de desapropriação. Caso não ocorra a desapropriação, o proprietário terá direito a uma indenização, mediante sentença. 
Limitações de ordem privada: O proprietário não pode realizar atos que prejudiquem o Sossego, Segurança e a Saúde dos vizinhos.
Quem extrapola esses limites comete abuso do direito de propriedade, sendo ato ilícito. 
AULA 06: AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL
Formação de ilhas: Desde que não seja em águas públicas, estas pertenceram aos proprietários ribeirinhos fronteiriços da seguinte forma:
Formou-se no meio do rio, 50% para cada proprietário de cada margem;
Formou-se de um lado, somente o proprietário daquele lado adquire a propriedade;
Desdobramento do braço do rio, continua a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram.
OBS:. SE O DESDOBRAMENTO OCORRER DEVIDO À OBRA REALIZADA POR ENTE PÚBLICO, A ELE IRÁ PERTENCER. 
Aluvião: Acréscimo sucessivo e imperceptível de resíduos naturais, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. Divide-se em:
Avulsão: Força natural violenta faz uma porção de terra se desprender de um prédio e se juntar a outros. O dono do segundo adquire a propriedade se indenizar o dono do primeiro; ou se, em um ano, ninguém reclamar. 
 
Se o dano do segundo terreno se recusar a indenizar, deve permitir que o dono do primeiro remova a terra, podendo, inclusive, ser réu em ação de obrigação de fazer. 
Álveo abandonado: É o leito/braço do rio que seca, pertencerá aos proprietários dos terrenos ribeirinhos fronteiriços, sem direito a indenização aos donos dos terrenos por onde às águas abrirem seu curso. 
Plantações e construções: Há presunção iuris tantum de que toda plantação/construção feita no solo tenha sido por seu proprietário e à sua custa. O C.C traz as seguintes regras:
Quem semeia, planta, ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade deles, ficando obrigado a lhe pagar o valor + perdas e danos, se agiu de má-fé.
‘’ em terreno alheio, com material próprio, perde, em proveito do proprietário, o que foi empregado. 
Se procedeu de boa-fé terá direito à indenização. 
Contudo, se o valor da construção ou plantação exceder consideravelmente o valaor do terreno, aquele que DE BOA-FÉ EDIFICOU ADQUIRE A PROPRIEDADE DO SOLO MEDIANTE PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO FIXADA POR JUIZ, SE NÃO HOUVER ACORDO.
Se ambos agirem de má-fé, o dono do solo irá adquirir a propriedade de tudo, devendo indenizar o dono dos materiais. 
Se a construção, feita parcialmente em solo próprio invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, o construtor de boa-fé adquiria a propriedade do solo invadido. 
Se exceder a vigésima parte, responderápor perdas e danos + indenização da parte que invadiu.
Pagando 10x as perdas e danos, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste o valor da construção exceder consideravelmente a dessa parte e não puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção. 
Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão exceder a vigésima parte, adquire a propriedade da parte invadida, respondendo por perdas e danos que abrangem o valor que a invasão acrescer à construção e o a desvalorização da área remanescente. 
Se agiu de má-fé, será obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos que serão devidas em dobro. 
Subseção V
Das Construções e Plantações
Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões.
Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua.
Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio.
Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do plantador ou construtor.
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.
Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção.
Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.
Usucapião: É forma originária que será vista depois.
Do registro do título: É a principal forma derivada, regulada nos arts. 1.245 a 1.247, CC. 
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule.
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.
Enunciado n° 87: Considera-se também título translativo, para fins do art. 1.245 do novo Código Civil, a promessa de compra e venda devidamente quitada (arts. 1.417 e 1.418 do Código Civil e § 6º do art. 26 da Lei n. 6.766/79).
Sucessão hereditária: Constitui forma de transmissão derivada da propriedade que se dá por ato causa mortis.
AULA 07: USUCAPIÃO DE IMÓVEIS E MÓVEIS
Conceito: A usucapião constitui uma situação de aquisição do domínio pela posse prolongada. 
Posse ad usucapionem: Possui características próprias, atos de mera tolerância não induzem a ela. 
Características da posse ad usucapionem: 
Animus domini: Conceito de Savigny;
Posse mansa e pacífica: Exercida sem manifestação em contrário de quem tenha o legítimo interesse, isto é, o proprietário;
Posse contínua e duradoura e com determinado lapso temporal;
Posse Justa: Não pode ter vícios objetivos, ou seja, ser clandestina (obtida às escondidas), sem violência (física e moral) e precariedade (com abuso de confiança).
Posse de boa-fé e com justo título: É a regra, mas há exceções. 
Observações:
É possível a acessio possessionis (soma do tempo das posses) entre sucessores, mortis causa ou inter vivos, desde que todas sejam contínuas e pacíficas (e tenham demais atributos que a algumas modalidades exigem, v.g, o justo título).
OBS:. ENUNCIADO 317: A ACCESSIO POSSESSIONIS DE QUE TRATA O ART. 1.243, PRIMEIRA PARTE, DO CÓDIGO CIVIL NÃO ENCONTRA APLICABILIDADE RELATIVAMENTE AOS ARTS. 1.239 E 1.240 DO MESMO DIPLOMA LEGAL, EM FACE DA NORMATIVIDADE DO USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL URBANO E RURAL, ARTS. 183 E 191, RESPECTIVAMENTE.
O lapso de tempo exigido é chamado de PRESCRIÇÃO AQUISITIVA. Em regra a prescrição é a perda de uma pretensão pelo decurso do tempo, nesta, adquire-se uma “pretensão” (a propriedade) pelo decurso do tempo.
Assim, aplicam-se à usucapião as causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, conforme art 1.244, CC.
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
 Seção III
Das Causas que Interrompem a Prescrição (zera e conta de novo)
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescriçãointerrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
Modalidades: 
AULA 08: AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL:
Da ocupação: Aquele que se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, art. 1.263, CC. 
Destaca-se que a coisa perdida não pode ser ocupada, uma vez que tem dano, mas este está temporariamente privado de exercer sobre ela o domínio. 
Coisa sem dano = Res nullius;
Coisa abandonada = Res derelictea
Achado do Tesouro: Tesouro é o antigo depósito de coisas preciosas, oculto e de cujo o dano não haja memória. 
OBS:. ACHADO EM TERRENO PÚBLICO PERTENCE SEMPRE AO ESTADO. 
Temos 03 regras:
De boa-fé achei no terreno do outro: Divido com ele;
Achei no meu terreno: 100% meu, também é meu se eu ordenei que fosse feito pesquisas ou por 3º intrometido (achou sem eu autorizar). 
Se o tesouro for encontrado em terreno aforado será dividido por igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor. 
OBS:. Não há mais enfiteuse, sendo vedado por força do art. 2.038, CC), Tartuce entende que pode aplicar por analogia aos demais direitos reais sobre coisa alheia. 
Da descoberta: Quem achar coisa perdida (res perdita), deverá restituí-la ao proprietário ou possuidor. 
Veda-se o enriquecimento sem justa causa. 
Se não conhecer o dano, deve se esforçar para encontrá-lo, guiado pela boa-fé. Não encontrando o dono, deve entregar à autoridade competente (delegado ou Juiz, sendo que o primeiro deve remeter ao segundo). 
A autoridade dará conhecimento da descoberta pela empresa/meios diversos e, se o valor da coisa compensar, pelo DO. 
Após 60 dias das publicações, não se apresentando quem comprova e propriedade/posse sobre a coisa, será esta vendida em hasta pública e, deduzidas as despesas e a recompensa, pertencerá ao município onde foi achada. O município, contudo, pode abandonar a coisa em favor de quem a achou, se o valor do objeto for de pequena monta. 
Direitos de quem acha: Achádego: Recompensa não inferior a e 05% do valor da coisa achada; Despesas para a conservação e transporte.
Se o dono não quiser pagar, poderá abandonar a coisa em favor de quem a achou. 
O juiz ao fixar o valor do achádego, levará em conta o esforço empenhado por quem achou em descobrir e achar o dano, bem como a situação econômica de ambos.
 
Responsabilidade do descobridor: Somente responde pelos prejuízos que causou por dolo. 
Da usucapião de bens móveis: Estudada no quadro. 
Da especificação: Transformação da coisa em uma nova espécie, diante do trabalho do especificador, não sendo possível o retorno à forma anterior. Ex:. pedra esculpida. 
Novamente com atenção à vedação ao enriquecimento sem justa causa, tem-se as seguintes regras:
Parte da Matéria-prima alheia: A espécie nova será do especificador se não for possível retornar ao estado anterior. Mas, o especificador deverá indenizar o proprietário do material. O CC considera o trabalho como bem principal. 
Se toda a matéria-prima for alheia: Sendo impossível reduzir à coisa a forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova. 
Sendo possível a redução ao estado anterior, ou quando impraticável, se a especificação se deu de má-fé, pertencerá a nova coisa ao dano da matéria prima, sem direito à indenização pelo trabalho. 
Em qualquer caso, a matéria nova será do especificador se o seu valor exceder consideravelmente o da matéria-prima. 
Da confusão, da comistão e da adjunção: 
Confusão: Mistura entre líquidos ou gases, não sendo possível a separação;
Comistão: No DO foi publicado equivocadamente como comissão. Mistura de coisas sólidas ou secas. Ex: areia + cimento;
Adjunção: justaposição ou sobreposição de uma coisa e outra. 
Regras: 
Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração.
§ 1o Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado.
§ 2o Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizando os outros.
Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado.
Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas da especificação. 
Da tradição: 
Conceito: É a entrega da coisa ao adquirente, com a intenção de lhe transferir a propriedade ou posse. Classificação já estudada.
CONFORME ART. 1.267, CAPUT, CC, A TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE MÓVEL OCORRE COM A TRADIÇÃO. 
Alienação a non domino: Aquela feita por quem não é dono. Nesse caso a tradição não aliena a propriedade, salvo se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial for transferida em condições em que, ao adquirente de boa-fé e a qualquer pessoa, o alienante se figurar como dano. Prestigia a boa-fé do comprador e a teoria da aparência. 
Tartuce afirma ser caso de ineficácia da venda. 
Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição. 
Não transfere a propriedade a tradição fundada em título nulo ou em negócio jurídico nulo.
Da sucessão hereditária: Igual na imóvel. 
AULA 09: PERDA DA PROPRIEDADE
Pela alienação: Consiste na transmissão do direito de propriedade a outro, como ocorre, por exemplo, na compra e venda e na doação. No caso de imóveis há a necessidade do registro do título translativo no SRI competente. 
Pela renúncia: Trata-se de ato unilateral pelo qual o proprietário declara expressamente sua vontade de não mais ter o direito de propriedade sobre a coisa. 
Pelo Abandono: O proprietário deixa a coisa com animus de não mais tê-la como sua, ocorrendo a derrelição, de forma que surge a res derelictae. 
Pelo perecimento da coisa: É a perda completa da coisa. 
Pela desapropriação: Por necessidade de interesse público ou privado, nesta última mediante posse trabalho. 
Abandono de imóvel: Requer cuidado. Seu abandono quando urbano acarreta a arrecadação pelo Município, quando rural, pela União. 
Há presunção absoluta (apesar da inconstitucionalidade levantada por Tartuce) de que quem não paga os impostos (ônus fiscais) abandona o imóvel. 
Contudo, a arrecadação depende de devido processo legal, sendo assegurado ao prejudicado o direito de demonstrar a não cessação da posse. 
Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, trêsanos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições.
§ 1o O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize.
§ 2o Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais.
Enunciado n° 242: A aplicação do art. 1.276 depende do devido processo legal, em que seja assegurado ao interessado demonstrar a não-cessação da posse.
AULA 10: PROPRIEDADE SUPERFICIÁRIA
Trata-se de um direito real de gozo sobre coisa alheia tipificado no art. 1.225, II, CC, regulado pelos arts. 1.369 a 1.377, CC.
É o instituto pelo qual o proprietário concede a outrem, gratuita ou onerosamente, por tempo determinado ou não, o direito de construir ou plantar em seu terreno. 
OBS:. EM REGRA NÃO AUTORIZA OBRAS NO SUBSOLO, SALVO SE DO CONTRATO DISPOR EM CONTRÁRIO OU SE FOR INERENTE À CONCESSÃO. 
Recai sobre imóveis e deve ser registrado no CRI. 
Partes:
Proprietário: Também denominado de fundieiro, é aquele que cede o uso do bem imóvel;
Superficiário: Pessoa que recebe o imóvel, a fim de efetivar a construção ou plantação, tendo os atributos de uso e gozo. 
Preço: Na superfície onerosa, a remuneração é denominada de solarium ou CÂNON SUPERFICIÁRIO, podendo ser pago à vista ou não. 
Deveres: O superficiário deve zelar pela coisa como se sua fosse, respondendo pelos encargos e tributos (é norma de ordem privada, podendo as partes convencionar de modo diverso acerca da divisão dos encargos). 
Transferência: Poderá haver a transferência da quantia a terceiros, bem como sua transmissão aos herdeiros do superficiário, vedado a estipulação de pagamento pela transferência, nos termos do art. 1.372, CC. 
Prelação: Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o superficiário ou o fundieiro tem direito de preferência, em igualdade de condições. Aplica-se por analogia o art. 504, CC. 
Extinção: Pode ser extinto antes do prazo se o superficiário der destinação diversa ao terreno da qual foi estipulada, sendo caso de inadimplemento. 
Efeitos da extinção: O proprietário volta a ter a propriedade plena (GRUD) do imóvel, incluindo as construções e plantações independentemente de indenização, salva se for estipulado ao contrário, conforme art. 1.375, CC. 
O comando legal afasta as disposições gerais sobre as benfeitorias ao possuidor de boa-fé, que é o caso do superficiário.
Desapropriação: A indenização que caberá ao proprietário será dividida com o superficiário na proporção de seu direito. 
AULA 11: DIREITO DE VIZINHANÇA E CONDOMÍNIO:
DIREITO DE VIZINHANÇA
Ações fundadas no direito de vizinhança:
Ação de obrigação de fazer / não fazer: Nos moldes do art. 497, CPC;
Ação de reparação de danos: O uso anormal da propriedade constitui ato ilícito, havendo dano existirá o dever de repará-lo. Trata-se de responsabilidade civil objetiva;
Ação demolitória: Visa demolir obra COMPLETAMENTE CONSTUÍDA. DEVIDO GRAVIDADE, DEVE SER UTILIZADA COMO ÚTIMO RECURSO;
Ação de nunciação de obra nova: Visa embargar uma obra, isto é, seu não prosseguimento;
Ação de dano infecto: Objetiva exigir do vizinho uma caução idônea, havendo riscos à propriedade / posse, diante do uso anormal da propriedade, com escopo no art. 1.281, CC. 
CONDOMÍNIO
Conceito: Verifica-se quando mais de uma pessoa detêm, concomitantemente, o domínio sobre um determinado bem, atribuindo-se a cada um uma fração ideal da coisa.
Os direitos dos condôminos possuem duas acepções: 
Em face de 3º: Abrange a totalidade do direito de propriedade;
Entre os condôminos: O direito de cada um é limitado pelos direitos dos demais, na medida de sua fração ideal. 
Natureza Jurídica: Tartuce afirma ser real, uma vez que Copropriedade é propriedade. 
Classificação:
Convencional / Voluntário: Decore do exercício da autonomia privada, através de um negócio jurídico bilateral. 
Incidente / Eventual: Quando decorre de motivos alheios à vontade das partes como, por exemplo, na situação em que duas pessoas recebem um único bem de herança.
Necessário / Forçado: Ocorre por determinação legal ou como consequência da indivisão da coisa, v.g, as paredes, muros e cercas divisas no direito de vizinhança (art. 1.327, CC).
Dos Direitos e Deveres dos Condôminos
Direito de uso: Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. 
Nota-se que o condômino tem a propriedade plena (GRUD) mas que esta é limitada pela propriedade plena dos demais condôminos.
Alteração de destinação da coisa e cessão a terceiros: É possível, mas necessita do consentimento dos demais. 
Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros.
Havendo desrespeito, cabe reintegração de posse em face do terceiro. 
Despesas de conservação: Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita.
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. A presunção é iuris tantum.
Direito de renúncia: Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e dívidas, renunciando à parte ideal.
§ 1o Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, a renúncia lhes aproveita, adquirindo a parte ideal de quem renunciou, na proporção dos pagamentos que fizerem.
§ 2o Se não há condômino que faça os pagamentos, a coisa comum será dividida.
Responsabilidade por dívidas: Arts. 1.372 e 1.338, CC.
Contraída por todos: Não sendo descriminada a parte cada um ou a solidariedade, entende-se que cada um se obrigou na proporção de sua quota, havendo presunção relativa.
Contraída por um em favor da comunhão: Somente a ela obriga, resguardado o direito de ação de regresso contra os demais consortes.
Responsabilização por danos e frutos colhidos: Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou.
Direito de divisão: Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão.
OBS:. NÃO SENDO RESPEITADO CABE AÇÃO DE DIVISÃO, QUE É IMPRESCRITÍVEL.
Direito de indivisão; § 1o Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior.
§ 2o Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador.
§ 3o A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo.
Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomínio, no que couber, as regras de partilha de herança (arts. 2.013 a 2.022).
Direito de preferência: Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, não as havendo, o de quinhão maior.
Parágrafo único. Se nenhum dos condôminos tem benfeitorias na coisa comum e participam todos do condomínio em partes iguais, realizar-se-á licitação entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu maior lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a coisa seja adjudicada a quem afinal oferecer melhor lance, preferindo, em condições iguais, o condômino ao estranho.
Administração do Condomínio:Deliberações: Tomadas por maioria obsoluta, calculada pelo valor das quotas. 
Não sendo possível alcançar a maioria absoluta, o Juiz decidirá a requerimento do condômino, ouvido os demais.
Administrador: A maioria delibera para escolhê-lo, que pode ser um estranho. Ele age com um mandato legal, representando os interesses do condomínio. 
OBS:. O condômino que administra sem oposição dos demais, ainda que não seja eleito, terá presunção de ser o representante comum.
Do condomínio necessário: 
Seção II
Do Condomínio Necessário
Art. 1.327. O condomínio por meação de paredes, cercas, muros e valas regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307).
Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com paredes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297).
Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da obra, será este arbitrado por peritos, MEDIANTE AÇÃO DE FIXAÇÃO DO PREÇO DA OBRA DIVISÓRIA, a expensas de ambos os confinantes.
Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da meação, enquanto aquele que pretender a divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra divisória.
AULA: 12: CONDOMÍNIO EDILÍCIO: 
Introdução:
Não há relação de consumo entre o condomínio e os condôminos;
Áreas de propriedade exclusiva: São as denominadas áreas autônomas, havendo uma fração ideal. Podem ser alienadas separada e livremente, NÃO HAVENDO DIREITO DE PREFERÊNCIA.
OBS:. ABRIGO PARA VEÍCULOS / GARAGEM É EXCEÇÃO A REGRA, NÃO PODENDO SER ALIENADO OU ALUGADO A PESSOA ESTRANHA AO CONDOMÍNIO, SALVO SE A CONVENÇÃO O AUTORIZAR DE FORMA EXPRESSA.
Áreas de propriedade comum: Solo, estrutura, telhado etc. Não podem ser alienadas, além disso, nenhuma unidade autônoma podem ser privados deles ou do acesso à rua.
Atos para estruturação:
Instituição: Feita por ato inter vivos ou por testamento, ambos registrados no CRI, devendo constar, nos termos do art. 1.332, CC:
I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns;
II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns;
III - o fim a que as unidades se destinam.
Convenção de condomínio: Constitui o estatuto coletivo que regula os interesses das partes, sendo um negócio jurídico. Deve ser assinado por, no mínimo, 2/3 das frações ideais, tornando-se obrigatória a todos, com eficácia inter partes. Somente será oponível erga omnes após o registro no CRI. 
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará:
I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio;
II - sua forma de administração;
III - a competência das assembléias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações;
IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores;
V - o regimento interno.
Direitos dos condôminos: 
Art. 1.335. São direitos do condômino:
I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades;
II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores;
III - votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite.
Deveres dos condôminos:
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004)
II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes.
Administração do condomínio: 
Síndico: É escolhido em assembleia geral para ser o administrador geral, possuindo um mandato legal para representar os interesses do condomínio. 
Pode ser morador ou não, devidamente remunerado. Possui mandato de 02 anos, podendo ser renovado.
Competências: 
Art. 1.348. Compete ao síndico:
I - convocar a assembléia dos condôminos;
II - representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns;
III - dar imediato conhecimento à assembléia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio;
IV - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assembléia;
V - diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores;
VI - elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano;
VII - cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas;
VIII - prestar contas à assembléia, anualmente e quando exigidas;
IX - REALIZAR O SEGURO DA EDIFICAÇÃO. (RESPONDE CIVIL E CRIMINALMENTE SE NÃO O FIZER). 
Eventualmente a assembleia poderá investir outra pessoa com os poderes de representação. 
Da mesma forma, o síndico pode transferir total ou parcialmente seus poderes a outrem, mediante autorização da assembleia, salvo se assim a convenção vedar.
A destituição do síndico se dá pela maioria absoluta.
Assembleias: São 02:
Assembleia Geral Ordinária – AGO: Convocada pelo síndico anualmente para aprovar contas, orçamentos e prestar contas. Além disso, eventualmente elege o novo sindico. 
Se o síndico não convocá-la, ¼ dos condôminos pode fazê-lo. Se a assembleia não se reunir, o juiz decidirá a requerimento dos condôminos. 
Extraordinária: Convocada pelo síndico ou ¼ dos condôminos, a qualquer momento, para tratar de assunto relevante e urgente. 
OBS:. SOMENTE PODE SER VOTADO/DELIBERADO NAS ASSEMBLEIAS AQUILO QUE FOI COLOCADO NA PAUTA DE CONVOCAÇÃO. 
Extinção do condomínio edilício: 
Destruição total ou considerável ou ameaça de ruína: Os condôminos deliberam acerca da reconstrução ou venda da coisa (quórum necessário ½ + 1 das frações ideais). 
Escolhida a reconstrução: O condômino que não concordar ou quiser se eximir dos custos poderá alienar seus direitos a outros condôminos mediante avaliação judicial. 
Escolhida a venda: Há prelação legal para os condôminos. O valor obtido será partilhado entre os consortes na proporção de suas frações ideais. 
Desapropriação: A indenização será partilhada de acordo com as quotas de cada um. 
da usucapião AULA 13: DIREITOS REAIS SOBRE A COISA ALHEIA:
Considerações gerais: 
Situações de direito real em que há divisão dos atributos do direito de propriedade (GRUD). Transfere-se a outrem um ou alguns dos direitos.
Servidão: Arts. 1.378 a 1.389, CC:
Conceito: Instituto de direito real pelo qual um prédio (bem imóvel) proporciona utilidade a outro, gravando o último, que é de domínio de outra pessoa. Constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários ou por testamente, subscritos no CRI. NÃO SE PRESUME SERVIDÃO.
OBS:. NÃO SE CONFUNDE COM O DIREITO DE PASSAGEM FORÇADA DO DIREITO DE VIZINHANÇA. ESTE É UMA FACULDADE, O OUTRO UMA OBRIGAÇÃO LEGAL. 
Partes: As denominações são feitas em relação aos imóveis.
Prédio dominante: Aquele que recebe a servidão em seu favor;
Prédio serviente: Aquele que serve a outro, em detrimento de seu domínio. 
Origens:
NJ inter vivos ou causa mortis;
Usucapião: Há usucapião de servidão, em duas espécies:
Ordinária: Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nomeno Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião.
Extraordinária: Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo será de vinte anos.
Destinação do proprietário: O proprietário, em caráter permanente, reserva determinada serventia de prédio seu em favor de outrem. Se futuramente, os dois imóveis passam a pertencer a proprietários diversos, a serventia se transforma em servidão. 
Sentença judicial: Não havendo acordo entre os proprietários, entendendo o juiz que o direito real deve persistir em AÇÃO CONFESSÓRIA.
Exercício da servidão: 
Art. 1.380. O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação e uso, e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os respectivos donos.
Art. 1.381. As obras a que se refere o artigo antecedente devem ser feitas pelo dono do prédio dominante, se o contrário não dispuser expressamente o título.
Art. 1.382. Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio serviente, este poderá exonerar-se, abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono do dominante.
Parágrafo único. Se o proprietário do prédio dominante se recusar a receber a propriedade do serviente, ou parte dela, caber-lhe-á custear as obras.
Art. 1.383. O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum o exercício legítimo da servidão. CABERÁ AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO OU REINTEGRAÇÃO NA POSSE
Art. 1.384. A servidão pode ser removida, de um local para outro, pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua custa, se houver considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente.
Art. 1.385. Restringir-se-á o exercício da servidão às necessidades do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, agravar o encargo ao prédio serviente.
§ 1o Constituída para certo fim, a servidão não se pode ampliar a outro.
§ 2o Nas servidões de trânsito, a de maior inclui a de menor ônus, e a menor exclui a mais onerosa.
§ 3o Se as necessidades da cultura, ou da indústria, do prédio dominante impuserem à servidão maior largueza, o dono do serviente é obrigado a sofrê-la; mas tem direito a ser indenizado pelo excesso.
Art. 1.386. As servidões prediais são indivisíveis, e subsistem, no caso de divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam a gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se, por natureza, ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro.
Extinção: 
Art. 1.387. Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada.
Parágrafo único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor.
Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne:
I - quando o titular houver renunciado a sua servidão;
II - quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão;
III - quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão.
Art. 1.389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção:
I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa;
II - pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso;
III - pelo não uso, durante dez anos contínuos.
Do usufruto:
Partes: Há divisão igualitária dos atributos inerentes ao direito de propriedade (GRUD), temos:
Nú-proprietário: Diz-se que sua propriedade está nua, pois está despida dos atributos de uso e gozo, mantendo apenas os atributos de disposição e sequela. 
Usufrutuário: Aquele em favor do qual o usufruto foi instituído, possui o poder de usar e fruir/ gozar da coisa, não podendo dispor. Fala-se que possui o domínio útil da coisa. 
Objeto: Pode recair sobre mais de um bem, seja móvel ou imóvel, no patrimônio inteiro ou em parte desse, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. 
Constituição: O usufruto de imóveis, se não resultar de usucapião, ocorre com o registro do CRI.
Transferência: Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas seu exercício pode ser cedido por título gratuito ou oneroso.
OBS:. POR SER INALIENÁVEL, HÁ ENTENDIMENTO DE QUE NÃO SE PODE PENHORAR O USUFRUTO. CONTUDO, SEUS FRUTOS PODEM SER ALIENADOS. 
Direitos do usufrutuário:
Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos.
Art. 1.395. Quando o usufruto recai em títulos de crédito, o usufrutuário tem direito a perceber os frutos e a cobrar as respectivas dívidas.
Parágrafo único. Cobradas as dívidas, o usufrutuário aplicará, de imediato, a importância em títulos da mesma natureza, ou em títulos da dívida pública federal, com cláusula de atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos.
Art. 1.396. Salvo direito adquirido por outrem, o usufrutuário faz seus os frutos naturais, pendentes ao começar o usufruto, sem encargo de pagar as despesas de produção.
Parágrafo único. Os frutos naturais, pendentes ao tempo em que cessa o usufruto, pertencem ao dono, também sem compensação das despesas.
Art. 1.397. As crias dos animais pertencem ao usufrutuário, deduzidas quantas bastem para inteirar as cabeças de gado existentes ao começar o usufruto.
Art. 1.398. Os frutos civis, vencidos na data inicial do usufruto, pertencem ao proprietário, e ao usufrutuário os vencidos na data em que cessa o usufruto.
Art. 1.399. O usufrutuário pode usufruir em pessoa, ou mediante arrendamento, o prédio, mas não mudar-lhe a destinação econômica, sem expressa autorização do proprietário.
Deveres do usufrutuário:
Art. 1.400. O usufrutuário, antes de assumir o usufruto, inventariará, à sua custa, os bens que receber, determinando o estado em que se acham, e dará caução, fidejussória ou real, se lha exigir o dono, de velar-lhes pela conservação, e entregá-los findo o usufruto.
Parágrafo único. Não é obrigado à caução o doador que se reservar o usufruto da coisa doada.
Art. 1.401. O usufrutuário que não quiser ou não puder dar caução suficiente perderá o direito de administrar o usufruto; e, neste caso, os bens serão administrados pelo proprietário, que ficará obrigado, mediante caução, a entregar ao usufrutuário o rendimento deles, deduzidas as despesas de administração, entre as quais se incluirá a quantia fixada pelo juiz como remuneração do administrador.
Art. 1.402. O usufrutuário não é obrigado a pagar as deteriorações resultantes do exercício regular do usufruto.
Art. 1.403 Incumbem ao usufrutuário:
I - as despesas ordinárias de conservação dos bens no estado em que os recebeu;
II - as prestações e os tributos devidos pela posse ou rendimento da coisa usufruída.
Art. 1.404. Incumbem ao dono as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico; mas o usufrutuário lhe pagará os juros do capital despendido com as que forem necessárias à conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa usufruída.
§ 1o Não se consideram módicas as despesas superiores a dois terços do líquido rendimento em um ano.
§ 2o Se o dono não fizer as reparações a que está obrigado, e que são indispensáveis à conservação da coisa, o usufrutuário pode realizá-las, cobrando daquele a importância despendida.
Extinção do usufruto: EXTINGUE-SE COM O CANCELAMENTO DO GRAVAME:
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;
II - pelo termo de sua duração;
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer;
IV - pela cessação do motivo de que se origina;
V - pela destruiçãoda coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409;
VI - pela consolidação;
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395;
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399).
Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente.
Do uso:
Partes: É constituído de forma gratuita ou onerosa, havendo a cessão de apenas um dos atributos, o de usar a coisa, seja móvel ou imóvel. Também é denominado de usufruto anão. 
Usuário: Aquele que recebe o DIREITO PERSONALÍSSIMO de usar;
Proprietário: Aquele que se priva do atributo de usar. 
Fruição: É possível, desde que seja para atender às necessidades do usuário e de sua família. 
Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua família.
§ 1o Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do usuário conforme a sua condição social e o lugar onde viver.
§ 2o As necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge, dos filhos solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico.
Demais regras: Aplica-se, no que não for incompatível, as regras do usufruto. 
Da habitação:
Partes: Apenas é cedido o atributo de usar. Contudo, é mais limitado que o uso. 
Proprietário: aquele que transmite o direito;
Habitante: aquele que possui o direito de habitar o imóvel com sua família.
Espécies:
Legal: Por força de lei, NÃO PRECISA SER REGISTRADO NO CRI. 
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
Convencional: Deve ser registrado no CRI. 
Direito real de habitação simultâneo: Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la.
Considerações gerais:
Possui caráter eminentemente gratuito, não podendo seu titular alugar ou emprestar o bem a outrem. Pode tão somente residir no imóvel com sua família. 
A não observância desse caráter acarreta o desvio de finalidade, permitindo a retomada do bem. 
Trata-se de um direito intuitu personae.
Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto.
AULA 14: DIREITOS DO PROMITENTE COMPRADOR:
Compromisso de compra e venda não registrada: Possui natureza pessoal, ou seja, de direito obrigacional. Há um contrato preliminar com efeito inter partes, gerando a obrigação de fazer o contra definitivo após a quitação. Não sendo este celebrado, o promitente comprador poderá, no entendimento de Flávio Tartuce:
Ingressar com ação de obrigação de fazer, com fulcro no art. 463, CC. Neste caso cabe multa diária a ser fixada pelo juiz. 
Esgotado o prazo assinalado pelo juiz na obrigação de fazer (alínea “a”), o magistrado poderá suprir o consentimento do promitente vendedor, conforme art. 464, CC, gerando efeitos semelhantes à adjudicação compulsória, contudo de efeitos inter partes.
Se o contrato não mais interessar ao promitente comprador, poderá este requerer a conversão da obrigação de fazer em perdas e danos, conforme art. 465, CC. 
Compromisso de compra e venda registrado no CRI: Haverá direito real de aquisição em favor do promitente comprador, conforme art. 1.225, VII, CC. Por se tratar de direito real, possui efeitos erga omnes, criando a obrigação de dar a coisa. 
Não sendo cumprida, CABERÁ AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA EM FACE DO PROMITENTE VENDEDOR OU DE TERCEIRO A QUEM TENHA SIDO CEDIDO O DOMÍNIO DO IMÓVEL.
Disposições legais: O CC trata do assunto em 02 principais assuntos. 
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.
Inadimplemento do promitente comprador: O promitente vendedor poderá ingressar com AÇÃO RESCRISÓRIA C/C REINTEGRAÇÃO NA POSSE.
Obs:. ANTES DE PROPOR A AÇÃO O PROMITENTE VENDEDOR DEVERÁ CONSTITUIR O PROMITENTE COMPRADOR EM MORA ATRAVÉS DE NOTIFICAÇÃO JUDICIAL OU EXTRAJUDICIAL. 
Contudo, atualmente, tem-se 02 hipóteses:
Contrato com cláusula resolutiva expressa: 15 dias de inadimplemento, independente de notificação o contrato estará rescindido;
Contrato sem cláusula resolutiva expressa: Requer a prévia notificação antes da resolução.
AULA 15: DIREITOS REAIS DE GARANTIA:
Introdução:
Garantia é a segurança especial do recebimento de um crédito convencionada pelas partes. Essa garantia é requerida tendo em vista que, por vezes, o devedor pode exceder seu débito em relação ao valor de seu patrimônio. A garantia pode ser:
Pessoal ou fidejussória: pela qual um terceiro se responsabiliza pela solução da dívida se o devedor não cumprir sua obrigação. Decorre, por exemplo, do contrato de fiança, sendo esta uma garantia relativa, já que o fiador pode se tornar insolvente por ocasião do vencimento da dívida.
Real: vincula determinado bem do devedor (coisa) ao pagamento da dívida. Como, por exemplo, nos casos de penhor e hipoteca.
Os direitos de garantias real se diferem dos de gozo e fruição pelo fato de não poder o devedor, no primeiro caso, usar e gozar do bem que se encontra em seu poder. Por exemplo, se um relógio é penhorado (garantia real), o credor não pode usá-lo, pois somente foi posto à sua disposição a fim de garantir uma dívida. 
Efeitos: São 4 os efeitos dos direitos reais de garantia:
Direito de preferência: o credor com garantia real tem preferência no recebimento dos montantes devidos pela dívida, ou seja, quando houver diversos credores para uma única dívida e ocorrer a arrematação do bem, será dada preferência ao pagamento dos credores que possuírem garantias reais para que, posteriormente, se efetue o pagamento dos demais. E se, por acaso, um produto obtido em hasta pública não for suficiente para quitar sua dívida, este credor continuará tendo preferência sobre o próximo saldo, porém em condição de quirografário, pois o bem dado em garantia já foi arrematado.
Direito de excussão: os credores pignoratício e hipotecário podem executar judicialmente bens do devedor dado em garantia, ou seja, têm direito de promover a venda em hasta pública do bem empenhado ou hipotecado por meio de uma execução judicial, desde que a obrigação esteja vencida. Cumpre ressaltar que sempre se deve observar a prioridade no registro quando houver mais de uma hipoteca sobre o mesmo bem. 
Direito de sequela: "é o direito de perseguir a coisa dada em garantia, em poder de quem quer que se encontre, para sobre ela exercer o seu direito de excussão, pois o valor do bem está afeto à satisfação do crédito", segundo explica Carlos Roberto Gonçalves. 
Indivisibilidade: dispõe o artigo 1.421 do CC que "o pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ouna quitação". Em consequência deste princípio o artigo 1.429 estabelece que "os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo", já que para que o sucessor do devedor possa liberar o seu quinhão deverá pagar a totalidade do débito, subrogando-se nos direitos do credor pelas cotas dos co-herdeiros.
Requisitos: São exigidos, por lei, alguns requisitos para que se considere eficaz uma garantia real, estando estes divididos em:
Subjetivos - Referem-se aos sujeitos, sendo que estes devem apresentar capacidade genérica para realização de atos da vida civil, e capacidade especial para alienar.
Objetivos - No tocante dos bens e/ou coisas, deve-se observar que somente as coisas suscetíveis de alienação podem ser dadas em garantia, conforme prevê o artigo 1.420 do CC. A garantia real pode recair tanto sobre bem móvel quanto sobre bem imóvel, sendo a primeira o penhor e a seguinte hipoteca. Assim, nos termos do citado pelo artigo 1.420 do CC, as coisas fora do comércio não podem ser objeto de garantia. 
Formais - os contratos de garantias reais devem apresentar uma descrição detalhada, expondo alguns quesitos exigidos em lei, mais especificamente nos incisos do artigo 1.424 do CC, sendo estes: o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; o prazo fixado para pagamento; a taxa dos juros, se houver; o bem dado em garantia com as suas especificações. Assim como também deve obedecer, para ter sua eficácia garantida, a publicidade, que será dada pelo registro do título constitutivo no Registro de Imóveis ou no Registro de Títulos e Documentos, conforme prevê os artigos 1.438 e 1.492 do Código Civil.
Cláusula comissória: Segundo Carlos Roberto Gonçalves, cláusula comissória é "a estipulação que autoriza o credor a ficar com a coisa dada em garantia, caso a dívida não seja paga". O artigo 1.428 do Código Civil dispõe que "é nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento". 
Peculiaridade: A lei garante aos credores com garantias reais uma maior segurança, pois antecipa o vencimento das dívidas fundadas nessas garantias independentemente de estipulação, nos casos elencados nos incisos do artigo 1.425 do CC:
I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir; 
II - se o devedor cair em insolvência ou falir; 
III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução imediata; 
IV - se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído; 
V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor.
Podendo também ocorrer o vencimento antecipado das obrigações, conforme prevê o artigo 333 do mesmo diploma legal. 
Penhor
Conceito: Segundo versa o artigo 1.431 do Código Civil, "constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação", ou seja, é um direito real que vincula uma coisa móvel ao pagamento de uma dívida. Este se difere principalmente da hipoteca, quanto ao objeto, que neste caso é uma coisa móvel e no segundo, coisa imóvel.
Características: Por principais características podemos estabelecer que é este um direito real e acessório, que só se completa com a tradição do objeto ao credor. 
Conforme já mencionado, o penhor incide sobre bens móveis, corpóreos ou incorpóreos, podendo, em algumas de suas espécies, recair sobre bens imóveis por acessão intelectual ou física, como são os casos dos penhores agrícola e industrial. 
Extinção: De acordo com o previsto no artigo 1.436, do Código Civil, o penhor pode ser extinto:
I - extinguindo-se a obrigação; 
II - perecendo a coisa; 
III - renunciando o credor; 
IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa; 
V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada.
A extinção do penhor produzirá efeitos depois de averbado o cancelamento do registro, à vista da respectiva prova. 
Espécies:
Penhor convencional: decorrente de uma manifestação de vontades; 
Penhor legal: estabelecido por lei; 
Penhor comum: mencionado no artigo 1.431, do CC: "constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação", já anteriormente tratado; 
Penhor especial, que não segue o padrão tradicional, se subdividindo em:
Penhor rural;
Penhor industrial e mercantil;
Penhor de direitos e de títulos de crédito;
Penhor de veículos;
Penhor legal.
Hipoteca
Conceito: É o direito real de garantia que tem por objeto bens imóveis, assim como aviões e navios do devedor ou até mesmo de terceiros que irão assegurar o recebimento de um crédito, mesmo que não entregues ao credor. 
Características: Apresenta algumas características similares ao penhor, entretanto, se difere em outras. Suas principais características são:
O objeto gravado não pode ser do próprio credor, mas sim deve pertencer a terceiro ou ao devedor;
A hipoteca grava o bem em sua totalidade sendo, portanto, indivisível;
Assegura ao seu titular os direitos de sequela e de preferência, já estudados;
Tem caráter assessório;
O devedor continua com a posse do bem hipotecado;
quando convencional, somente deverá respeitar o negócio solene;
Fundamenta-se em dois princípios: publicidade e especialização, por este último entende-se que devem os contratos apresentar descrição detalhada, conforme explica o resumo nos requisitos formais dos direitos de garantias reais.
Objeto: Segundo elenca o artigo 1.473, do Código Civil, podem ser objeto de hipoteca: 
a) os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles; 
b) o domínio direto; 
c) o domínio útil; 
d) as estradas de ferro; 
e) os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham; 
f) os navios; 
g) as aeronaves; 
h) o direito de uso especial para fins de moradia; 
i) o direito real de uso; 
j) a propriedade superficiária.
Extinção: O artigo 1.499 do Código Civil determina as possibilidades de extinção da hipoteca: 
Pela extinção da obrigação principal; 
Pelo perecimento da coisa; 
Pela resolução da propriedade; 
Pela renúncia do credor; 
Pela remição; 
Pela arrematação ou adjudicação. 
Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da respectiva prova, segundo prevê o artigo 1.500 do mesmo diploma legal.
E ainda preceitua que a arrematação e a adjudicação não extinguirá a hipoteca, devidamente registrada, sem que tenham sido notificados judicialmente os respectivos credores hipotecários, que não forem de qualquer modo partes na execução. 
Anticrese
Conceito: É o direito real sobre coisa alheia, em que o credor recebe a posse de coisa frugífera, ficando autorizado a perceber-lhe os frutos e imputá-los no pagamento da dívida. 
Prevê o artigo 1.506, do CC que "pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos".
Característica: É este, portanto, um direito de garantia real que requer determinada capacidade das partes, não conferindo ao anticresista preferência no pagamento de um crédito com a importância obtida na execução judicial do bem onerado, uma vez que o único direito a ele conferido é o de retenção. Para queseja efetivamente constituído, requer escritura pública e registro no Registro de Imóveis.
A anticrese se difere do penhor comum, pois a primeira recai sobre bens imóveis e a segunda bens móveis, e inclusive pelo fato de na primeira o credor ter o direito aos frutos, até o pagamento da dívida. Se difere também da hipoteca, uma vez que mesmo ambas tendo o mesmo objeto, ou seja, imóvel, na hipoteca o credor não tem a posse do bem, enquanto o anticrético tem. 
Extinção: A anticrese será extinta:
Pelo pagamento da dívida; 
Pela caducidade ou pelo término do prazo legal, conforme prevê o artigo 1.423 do CC; 
Pela renúncia do anticresista; 
Se executar os bens por falta de pagamento da dívida, ou permitir que outro credor o execute, sem opor o seu direito de retenção ao exeqüente, não terá preferência sobre o preço ou seja, pela execução judicial de outros credores quando o anticrético não se valer de seu direito de retenção; 
OBS:. O credor anticrético não terá preferência sobre a indenização do seguro, quando o prédio seja destruído, nem, se forem desapropriados os bens, com relação à desapropriação. 
O adquirente dos bens dados em anticrese poderá remi-los, antes do vencimento da dívida, pagando a sua totalidade à data do pedido de remição e imitir-se-á, se for o caso, na sua posse, isto é, quando o adquirente realizar o resgate do bem gravado.

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