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O novo Código foi elaborado, a Lei 9.307 (Lei de Arbitragem) também passou por modificações. No dia 27 de maio de 2015 foi publicada no Diário Oficial da União a Lei 13.129, que alterou a Lei de Arbitragem para ampliar o âmbito de aplicação da arbitragem e dispor sobre a escolha dos árbitros quando as partes recorrem a órgão arbitral, a interrupção da prescrição pela instituição da arbitragem, a concessão de tutelas cautelares e de urgência nos casos de arbitragem, a carta arbitral e a sentença arbitral, e revogou alguns dispositivos da Lei 9.307. Dentre as alterações, a nova Lei de Arbitragem acabou por incluir o artigo 22-C, que dispõe: “Art. 22-C. O árbitro ou o tribunal arbitral poderá expedir carta arbitral para que o órgão jurisdicional nacional pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato solicitado pelo árbitro.” Desta forma, se um árbitro defere uma medida de urgência e há a necessidade de execução forçada desse provimento, torna-se necessário recorrer ao Poder Judiciário a fim de “emprestar” força coercitiva aquele ato. Isso porque, o árbitro tem jurisdição, mas não tem imperium, ou seja, não tem o poder de constrição, o poder de determinar o uso da força para cumprimento do determinado, precisando da intervenção do Poder Judiciário para a efetivação da ordem, que, por sua vez, fica impossibilitado de realizar novo exame de mérito da questão. Entretanto, ainda que o juiz não tenha competência para modificar ou limitar o remédio determinado pelo árbitro, o artigo 267 do novo CPC prevê hipóteses que o juiz togado pode se recusar a cumprir a carta arbitral, in verbis: “Art. 267. O juiz recusará cumprimento a carta precatória ou arbitral, devolvendo-a com decisão motivada quando: I- a carta não estiver revestida dos requisitos legais; II- faltar ao juiz competência em razão da matéria ou da hierarquia; III- o juiz tiver dúvida acerca de sua autenticidade.” Assim, com a expressa previsão da carta arbitral tanto no novo Código de Processo Civil como na nova Lei de Arbitragem, torna-se evidente o intuito do legislador em ressaltar a cooperação nacional entre os órgãos judiciais e os tribunais arbitrais, abrindo caminhos para a solução do litígio em prazo razoável e com uma decisão justa e efetiva. https://marcusfilipe.jusbrasil.com.br/artigos/292139861/a-carta-arbitral-no-ordenamento-juridico-a-instrumentalizacao-da-comunicacao-entre-o-arbitro-e-o-juiz-estatal
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