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1 DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL 1ª INFÂNCIA Quando e como se desenvolvem as emoções, e como os bebês as demonstram? • O desenvolvimento emocional é ordenado, emoções complexas parecem desenvolver-se de emoções anteriores mais simples. • O choro, o sorriso e a risada são os primeiros sinais de emoção. Outros indicativos são as expressões faciais, atividade motora, linguagem corporal e mudanças fisiológicas. • O desenvolvimento do cérebro está intimamente ligado ao desenvolvimento emocional. • Emoções autoconscientes e auto valorativas surgem após o desenvolvimento da autoconsciência. Como os bebês demonstram diferenças de temperamento e quanto tempo elas duram? • Muitas crianças parecem pertencer a uma das três categorias de temperamento: “fácil”, “difícil” e de “aquecimento lento”. • Padrões de temperamento parecem ser, em grande parte, inatos e de base biológica. Geralmente são estáveis, mas podem ser modificados pela experiência. • A adequação das exigências ambientais ao temperamento da criança ajuda na adaptação. • Diferenças transculturais no temperamento podem refletir práticas de educação dos filhos. Qual é o papel que a mãe e o pai desempenham no desenvolvimento inicial da personalidade? • As práticas de educação dos filhos e os papéis de assistência à criança variam de acordo com a cultura. • Os bebês têm grande necessidade de proximidade com a mãe, afeto e responsividade, bem como de cuidados físicos. • A paternidade é uma construção social. O papel do pai difere nas várias culturas. Quando e como aparecem as diferenças de gênero? • Embora diferenças significativas de gênero não costumem aparecer antes da primeira infância, o pai promove desde cedo a tipificação de gênero. Como os bebês adquirem confiança em seu mundo e formam vínculos afetivos, e como bebês e cuidadores leem os sinais não verbais uns dos outros? • Segundo Erikson, os bebês nos primeiros 18 meses de idade estão no primeiro estágio de desenvolvimento da personalidade, confiança básica versus desconfiança. • Uma assistência sensível, responsiva e coerente é a chave para o êxito na resolução desse conflito. • Pesquisa baseada na Situação Estranha constatou a existência de quatro padrões de apego: seguro, evitativo, ambivalente (resistente) e desorganizado-desorientado. • Instrumentos mais recentes medem o apego no ambiente cotidiano e na pesquisa transcultural. • Os padrões de apego podem depender do temperamento do bebê, bem como da qualidade da educação dos filhos, e podem apresentar implicações de longo prazo para o desenvolvimento. • A ansiedade diante de estranhos e a ansiedade de separação podem surgir durante a segunda metade do primeiro ano de vida e parecem estar relacionadas ao temperamento e às circunstâncias. • As memórias de apego infantil dos pais podem influenciar o apego de seus próprios filhos. • A regulação mútua permite ao bebê desempenhar um papel ativo na regulação de seus estados emocionais. depressão materna, principalmente se for grave ou crônica, poderá ter sérias consequências para o desenvolvimento do bebê. • A referenciação social tem sido observada aos 12 meses. Quando e como surge o senso de identidade, e como as crianças pequenas exercitam a autonomia e desenvolvem padrões para comportamentos socialmente aceitáveis? • O senso de identidade surge entre 4 e 10 meses, à medida que o bebê começa a perceber uma diferença entre ele próprio e os outros e a experimentar um senso de atuação e auto coerência. • O autoconceito se forma a partir desse senso perceptual de identidade e se desenvolve entre 15 e 24 meses, com o surgimento da autoconsciência e do autor reconhecimento. • O segundo estágio de Erikson diz respeito à autonomia versus vergonha e dúvida. O negativismo é uma manifestação normal da passagem do controle externo para o autocontrole. • A socialização, que tem por base a internalização de padrões socialmente aprovados, começa com o desenvolvimento da auto regulação. • Um precursor da consciência moral é a obediência comprometida com as exigências do cuidador; crianças pequenas que demonstram esse comprometimento tendem a internalizar as regras dos adultos mais prontamente do que aquelas que demonstram obediência situacional. Crianças que demonstram cooperação receptiva podem ser parceiros ativos de sua socialização. • A maneira de educar os filhos, o temperamento da criança, a qualidade da relação entre pais e filhos e fatores culturais e socioeconômicos podem afetar o sucesso da socialização. 2 Como os bebês e as crianças pequenas interagem com os irmãos e com as outras crianças? • O relacionamento entre irmãos desempenha um importante papel na socialização; o que as crianças aprendem na relação com os irmãos é transferido para os relacionamentos fora de casa. • Entre 1 ano e meio e 3 anos, a criança tende a demonstrar mais interesse nas outras crianças e entende cada vez mais como lidar com elas. Como o fato de os pais trabalharem fora e os primeiros cuidados afetam o desenvolvimento dos bebês e das crianças pequenas? • De um modo geral, o fato de a mãe trabalhar fora durante os três primeiros anos parece ter pouco impacto sobre o desenvolvimento, mas o desenvolvimento cognitivo poderá sofrer quando a mãe trabalha 30 horas ou mais por semana até o nono mês da criança. • Os serviços de creche variam em qualidade. O elemento mais importante na qualidade da assistência é o cuidador. • Embora qualidade, frequência, estabilidade e tipo de assistência prestada pela creche influenciem o desenvolvimento psicossocial e cognitivo, de um modo geral a influência das características da família parece ser maior. Quais são as causas e as consequências do abuso e da negligência infantil, e o que pode ser feito? • Os maus-tratos podem se manifestar sob a forma de abuso físico, negligência, abuso sexual e maus-tratos emocionais. • A maioria das vítimas de maus-tratos são bebês e crianças pequenas. Alguns morrem devido ao déficit de crescimento. Outros são vítimas da síndrome do bebê sacudido. • As características de quem pratica o abuso ou a negligência, a família, a comunidade e a cultura de um modo geral, tudo isso contribui para o abuso e a negligência infantil. • Os maus-tratos podem interferir no desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social, e seus efeitos podem continuar na idade adulta. Entretanto, muitas crianças maltratadas demonstram uma notável resiliência. • A prevenção ou a eliminação dos maus-tratos exigem esforços múltiplos e coordenados da comunidade. DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL 2ª INFÂNCIA Como o autoconceito se desenvolve durante a segunda infância e como as crianças demonstram Autoestima, crescimento emocional e iniciativa? • O autoconceito sofre grandes mudanças na segunda infância. De acordo com um modelo neopiagetiano, a auto definição passa de simples representações a mapeamentos representacionais. Crianças pequenas não veem a diferença entre a identidade real e a identidade ideal. • A autoestima na segunda infância tende a ser global e irrealista, refletindo a aprovação dos adultos. • A compreensão das emoções direcionadas à própria criança e das emoções simultâneas se desenvolve gradualmente. • Segundo Erikson, o conflito de desenvolvimento na segunda infância é o de iniciativa versus culpa. A resolução bem-sucedida desse conflito resulta em virtude do propósito. Como meninos e meninas tornam-se conscientes do significado do gênero, e como explicar as diferenças comportamentais entre os sexos? • A identidade de gênero é um aspecto do autoconceito em desenvolvimento. • A principal diferença de gênero na segunda infância é a maior agressividade dos meninos. As meninas tendem a ser mais empáticas e pró-sociais e menos propensas a ter problemas comportamentais. Algumas diferenças cognitivas aparecem já bem cedo, outras sóna pré-adolescência ou mais tarde. • As crianças aprendem os papéis de gênero bem cedo por meio da tipificação de gênero. Os estereótipos de gênero atingem um ponto máximo durante os anos de pré-escola. • Cinco importantes perspectivas sobre o desenvolvimento do gênero são a biológica, a evolucionista, a psicanalítica, a cognitiva e a da aprendizagem social. • Evidências sugerem que algumas diferenças de gênero podem ser de base biológica. • A teoria evolucionista considera os papéis de gênero das crianças uma preparação para o comportamento de acasalamento adulto. • Na teoria freudiana, a criança se identifica com o genitor do mesmo sexo depois de ter desistido do desejo de possuir o genitor do sexo oposto. • A teoria cognitivo-desenvolvimental sustenta que a identidade de gênero se desenvolve sobre a consciência que se tem do próprio gênero. Segundo Kohlberg, a constância de gênero leva à aquisição de seus papéis. • A teoria do esquema de gênero sustenta que a criança categoriza as informações relacionadas ao gênero, observando o que homens e mulheres fazem em sua cultura. • Segundo a teoria social cognitiva, a criança aprende os papéis de gênero por meio da socialização. Os pais, os colegas, a mídia e a cultura influenciam a tipificação de gênero. 3 Como as crianças em idade pré-escolar brincam, e de que maneira o brincar reflete e contribui para o desenvolvimento? • O brincar traz benefícios físicos, cognitivos e psicossociais. As mudanças nos tipos de brincadeira em que a criança se envolve refletem os desenvolvimentos cognitivo e social. • Segundo Smilansky, a criança progride cognitivamente do jogo funcional para o jogo construtivo, o jogo dramático e então para jogos formais com regras. O jogo dramático torna-se cada vez mais comum durante a segunda infância e ajuda a criança a desenvolver habilidades sociais e cognitivas. Brincadeiras impetuosas também têm início durante a segunda infância. • Segundo Parten, o brincar torna-se mais social durante a segunda infância. No entanto, pesquisas posteriores constataram que jogos não sociais não são necessariamente um sinal de imaturidade. • As crianças preferem brincar (e brincar mais socialmente) com outras do mesmo sexo. • Aspectos cognitivos e sociais do brincar são influenciados pelos ambientes culturalmente aprovados que os adultos criam para as crianças. Como as práticas de parentalidade influenciam o desenvolvimento? • A disciplina pode ser uma poderosa ferramenta de socialização. • Tanto o reforço positivo quanto a punição administrada com prudência podem ser instrumentos apropriados de disciplina no contexto de um relacionamento positivo entre pais e filhos. • Afirmação de poder, técnicas indutivas e retirada do amor são três categorias de disciplina. A argumentação geralmente é o recurso mais eficaz, e a afirmação de poder é a de menos eficácia, pois promove a internalização de padrões parentais. Palmadas e outras formas de castigo corporal podem trazer consequências negativas. • Baumrind identificou três estilos de parentalidade: autoritário, permissivo e democrático. Um quarto estilo, negligente ou omisso, foi identificado mais tarde. Pais democráticos tendem a criar filhos mais competentes. Entretanto, os resultados obtidos por Baumrind podem ser enganosos quando aplicados a algumas culturas. Por que as crianças pequenas ajudam ou ferem as outras e por que desenvolvem medos? • As primeiras manifestações do altruísmo e do comportamento pró-social surgem bem cedo. Talvez se trate de uma disposição inata, que pode ser cultivada pelo modelo parental e por incentivo. • Agressão instrumental – primeiro física, depois verbal – é mais comum na segunda infância. • Os meninos tendem a praticar a agressão explícita, enquanto as meninas geralmente se envolvem em agressão relacional. • Crianças em idade pré-escolar demonstram medos temporários de objetos e eventos reais e imaginários; os medos de crianças mais velhas tendem a ser mais realistas. Como as crianças pequenas se relacionam com irmãos, colegas e amigos? • A maioria das interações entre irmãos é positiva. Os irmãos mais velhos tendem a tomar as iniciativas e os irmãos mais novos imitam. Irmãos do mesmo sexo, sobretudo meninas, relacionam-se melhor. • Irmãos tendem a resolver conflitos com base em princípios morais. • O tipo de relacionamento que a criança tem com os irmãos geralmente se transfere para o relacionamento com os colegas. • Filhos únicos parecem se desenvolver pelo menos tão bem quanto crianças que têm irmãos. • Crianças em idade pré-escolar escolhem colegas e amigos que sejam como elas e com quem tenham experiências positivas. • Crianças agressivas são menos populares que crianças pró-sociais. DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL 3ª INFÂNCIA Como as crianças em idade escolar desenvolvem um autoconceito saudável e realista, e como elas demonstram crescimento emocional? • O autoconceito torna-se mais realista durante a terceira infância, quando, de acordo com um modelo neopiagetiano, a criança forma sistemas representacionais. • De acordo com Erikson, a principal fonte de autoestima é como a criança vê sua competência produtiva. Essa virtude se desenvolve por meio da resolução do quarto conflito psicossocial – produtividade versus inferioridade. • As crianças em idade escolar internalizaram a vergonha e o orgulho e podem entender melhor e regular as emoções negativas. • A empatia e o comportamento pró-social aumentam. • O crescimento emocional é afetado pelas reações dos pais à expressão de emoções negativas. • A regulação emocional envolve controle por esforço. Como os relacionamentos entre pais e filhos se transformam na terceira infância, e como a atmosfera e a estrutura familiar influenciam o bem-estar das crianças? • Crianças em idade escolar passam menos tempo com os pais e estão menos próximos a eles do que antes, mas o relacionamento com os pais continua sendo importante. A cultura influencia as relações e papéis familiares. • O ambiente familiar tem dois grandes componentes: a estrutura familiar e a atmosfera familiar. 4 • O desenvolvimento da co-regulação pode afetar o modo como a família lida com os conflitos e a disciplina. • O impacto causado pelo fato de a mãe trabalhar fora depende de muitos fatores relativos à criança, ao trabalho da mãe e ao que ela sente a respeito; depende ainda de ela ter um parceiro que a apoia; do nível socioeconômico da família; e do tipo de cuidados e grau de monitoração recebidos pela criança. • A pobreza pode prejudicar o desenvolvimento das crianças indiretamente através de seus efeitos sobre o bem- estar dos pais e seus estilos de parentalidade. • Muitas crianças hoje crescem em estruturas familiares não tradicionais. Dessa forma, as crianças tendem a se desenvolver melhor em famílias tradicionais com pai e mãe do que em famílias de coabitação, divorciadas, de pai ou mãe solteiros ou segundas famílias. A estrutura da família, porém, é menos importante do que seus efeitos sobre a atmosfera familiar. • A adaptação dos filhos ao divórcio depende de fatores relativos à criança, do modo como os pais lidam com a situação, da custódia e de esquemas de visitação, circunstâncias financeiras, contato com o genitor que não detém a custódia (geralmente o pai), e o segundo casamento do pai ou da mãe. • A quantidade de conflitos num casamento e a probabilidade de sua continuação após o divórcio podem influenciar o fato de as crianças estarem em melhor situação se os pais ficarem juntos. • Na maior parte dos divórcios, a mãe obtém a custódia, embora a custódia paterna seja uma tendência em crescimento. A qualidade do contato com o pai, quando este não detém a custódia, é mais importante do que a frequência desses contatos. • A custódia conjunta pode ser benéfica para crianças quando os pais podem cooperar. A custódiaconjunta legal é mais comum do que a custódia conjunta física. • Embora o divórcio parental aumente o risco de problemas no longo prazo para os filhos, a maioria se adapta razoavelmente bem. • Crianças que vivem apenas com um dos pais correm um risco maior de ter problemas comportamentais e escolares, em grande parte relacionados ao nível socioeconômico. • Estudos têm constatado desfechos positivos de desenvolvimento em crianças que vivem com pais homossexuais. • Crianças adotadas são geralmente bem ajustadas, embora enfrentem desafios especiais. • Os papéis e responsabilidades de irmãos em sociedades não industrializadas são mais estruturados do que em sociedades industrializadas. • Irmãos aprendem sobre resolução de conflitos em seu relacionamento um com o outro. O relacionamento com os pais afeta o relacionamento entre os irmãos. Como se dá a mudança no relacionamento com os colegas na terceira infância, e que influências afetam a popularidade e a escolha dos amigos? • O grupo de pares torna-se mais importante na terceira infância. Esses grupos geralmente consistem de crianças de idade, sexo, etnia e nível socioeconômico semelhantes e que vivem próximas umas das outras ou que vão juntas para a escola. • O grupo de pares ajuda a criança a desenvolver habilidades sociais, permite que ela teste e adote valores independentemente dos pais, proporciona um senso de afiliação e ajuda a desenvolver seu autoconceito e a identidade de gênero. Também pode encorajar a conformidade e o preconceito. • Na terceira infância, a popularidade tende a influenciar a adaptação futura. A popularidade pode ser medida sociometricamente ou pela condição social percebida. Os resultados podem ser diferentes. Crianças populares tendem a ter boas habilidades cognitivas e sociais. Comportamentos que afetam a popularidade podem resultar de relacionamentos familiares e valores culturais. • A intimidade e a estabilidade das amizades aumentam durante a terceira infância. Os meninos tendem a ter mais amigos, enquanto as meninas tendem a ter amizades mais íntimas. Quais são as formas mais comuns de comportamento agressivo na terceira infância e quais são as influências que contribuem para esse comportamento? • Durante a terceira infância, a agressão tipicamente diminui. A agressão instrumental geralmente dá lugar à agressão hostil, quase sempre com um viés de hostilidade Crianças altamente agressivas tendem a ser impopulares, mas podem ganhar status à medida que elas passam para a adolescência. • A exposição à violência na mídia promove a agressividade, que pode estender-se até a idade adulta. • A terceira infância é um período propício para a intimidação, mas padrões de intimidação e vitimização podem ser estabelecidos bem antes. As vítimas tendem a ser fracas e submissas ou encrenqueiras e provocadoras, e têm baixa autoestima. Quais são os transtornos emocionais que podem se desenvolver na infância, e como eles são tratados? • Transtornos emocionais e comportamentais comuns entre crianças em idade escolar incluem transtornos da conduta, transtornos de ansiedade e depressão infantil. • Técnicas de tratamento incluem psicoterapia individual, terapia familiar, terapia comportamental, arteterapia, ludoterapia e terapia medicamentosa. Normalmente as terapias são utilizadas em combinação. Como o estresse da vida moderna afeta as crianças e por que algumas são mais resilientes que outras? • Como resultado das pressões da vida moderna, muitas crianças ficam estressadas. As crianças tendem a se preocupar com escola, saúde e segurança pessoal e podem ficar traumatizadas diante do terrorismo e da guerra. 5 • Crianças resilientes são mais capazes do que outras de suportar o estresse. Os fatores de proteção envolvem relacionamentos familiares, capacidade cognitiva, personalidade, grau de risco e experiências compensatórias. DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL NA ADOLESCÊNCIA Como os adolescentes formam uma identidade, e qual é o papel do gênero e da etnia? • Uma preocupação central durante a adolescência é a busca da identidade, que tem componentes ocupacionais, sexuais e de valores. Erik Erikson descreveu o conflito psicossocial da adolescência como identidade versus confusão de identidade. A virtude que deve surgir deste conflito é a fidelidade. • James Marcia, em pesquisa baseada na teoria de Erikson, descreveu quatro estados de identidade: realização de identidade, execução, moratória e difusão de identidade. • Os pesquisadores têm opiniões divergentes quando questionados se garotos e garotas seguem caminhos diferentes na formação da identidade. Apesar de algumas pesquisas sugerirem que a autoestima das garotas tende a diminuir na adolescência, pesquisas posteriores não dão sustentação a essa constatação. • A etnia é uma parte importante da identidade. Adolescentes integrantes de grupos minoritários parecem atravessar estágios de desenvolvimento da identidade étnica de uma forma muito similar aos estados de identidade de Marcia. O que determina a orientação sexual, quais são as práticas sexuais mais comuns entre os adolescentes e o que leva alguns deles a se envolver em um comportamento sexual de risco? • A orientação sexual parece ser influenciada por uma interação de fatores biológicos e ambientais, e parece ser, pelo menos parcialmente, de origem genética. • Devido à falta de aceitação social, o curso da identidade homossexual e do desenvolvimento dos relacionamentos pode variar. • A atividade sexual adolescente envolve riscos de gravidez e de infecções sexualmente transmissíveis. Os adolescentes que correm maior risco são aqueles que iniciam cedo a atividade sexual, têm múltiplos parceiros, não usam contraceptivos e são mal informados sobre sexo. • O uso regular de preservativos é a melhor segurança para adolescentes sexualmente ativos. • Programas de educação sexual abrangentes retardam a iniciação sexual e estimulam o uso de contraceptivos. Programas que somente promovem a abstinência não têm sido tão eficazes. • As DSTs têm maior probabilidade de se desenvolver sem serem detectadas nas meninas. • As taxas de gravidez e de parto adolescentes tende a aumentar conforme baixas condições socioeconômicas. • A maternidade na adolescência frequentemente tem desfechos negativos. As mães adolescentes e suas famílias tendem a ter problemas de saúde e a enfrentar dificuldades financeiras, e as crianças muitas vezes se ressentem da parentalidade ineficaz. Como os adolescentes se relacionam com os pais, com os irmãos e com os amigos? • Embora os relacionamentos entre os adolescentes e seus pais nem sempre sejam fáceis, a rebeldia adolescente em ampla escala é incomum. Para a maioria dos jovens, a adolescência é uma transição razoavelmente tranquila. Para a minoria que parece ser mais profundamente problemática, pode-se prever uma vida adulta difícil. • Os adolescentes passam uma quantidade de tempo cada vez maior com seus pares, mas o relacionamento com os pais continua a ser influente. • O conflito com os pais tende a ser maior durante o início da adolescência. O estilo de parentalidade democrático está associado a resultados mais positivos. • Os efeitos da estrutura familiar e do trabalho materno sobre o desenvolvimento dos adolescentes podem depender de fatores como recursos econômicos, qualidade do ambiente doméstico e de quanto os pais monitoram de perto o paradeiro dos filhos. • O relacionamento com os irmãos tende a tornar-se mais distante durante a adolescência, e o equilíbrio de forças entre os irmãos mais velhos e os mais jovens fica mais simétrico. • A influência do grupo de pares é mais forte no início da adolescência. A estrutura do grupo de amigos torna-se mais elaborada, envolvendo panelinhas e turmas, bem como amizades. • As amizades, especialmente entre as meninas, ficam mais íntimas, estáveis e solidárias na adolescência.• Os relacionamentos amorosos satisfazem a uma série de necessidades e se desenvolvem com a idade e a experiência. Quais são as causas fundamentais do comportamento antissocial e da delinquência juvenil, e o que pode ser feito para reduzir esses riscos na adolescência? • A delinquência crônica geralmente origina-se de comportamentos antissociais de início precoce. Ela está associada com a interação de múltiplos fatores de risco, incluindo educação familiar ineficaz, fracasso escolar, influência dos pares e da vizinhança, e nível socioeconômico baixo. Programas que atacam os fatores de risco desde os primeiros anos de vida têm obtido êxito.
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