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Normas Gerais da Vigilância Sanitária INTRODUÇÃO A vigilância sanitária é exercida para preservar a saúde da população. Além dos produtos alimentícios, outros produtos ou atividades estão sujeitos à inspeção e ao licenciamento do órgão competente. Neste estudo são apresentadas as principais regras para registro de produtos alimentícios no Ministério da Saúde, através do competente órgão estadual, bem como os produtos e atividades sujeitos à inspeção e ao licenciamento pelo órgão municipal de vigilância sanitária. DEFINIÇÃO A vigilância sanitária é o conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I. o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II. o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. BENS E PRODUTOS DE INTERESSE À SAÚDE São bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária: medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais insumos, processos e tecnologias; alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos, resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários; cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes; saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfestação em ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos; conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico; equipamentos e materiais médico-hospitalares, odontológicos, hemoterápicos e de diagnóstico laboratorial e por imagem; imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderivados; órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em transplantes ou reconstituições; radioisótopos para uso diagnóstico in vivo, radiofármacos e produtos radioativos utilizados em diagnóstico e terapia; cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outro produto fumígero, derivado ou não do tabaco; quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de risco à saúde, obtidos por engenharia genética, por outro procedimento ou ainda submetidos a fontes de radiação; SERVIÇOS DE INTERESSE À SAÚDE São serviços submetidos ao controle e fiscalização sanitária: aqueles voltados para a atenção ambulatorial, seja de rotina ou de emergência, os realizados em regime de internação, os serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, bem como aqueles que impliquem a incorporação de novas tecnologias; as instalações físicas, equipamentos, tecnologias, ambientes e procedimentos envolvidos em todas as fases de seus processos de produção dos bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária, incluindo a destinação dos respectivos resíduos; INCLUSÃO DE OUTROS PRODUTOS E SERVIÇOS A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), poderá incluir outros produtos e serviços de interesse para o controle de riscos à saúde da população, alcançados pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS Todos os estabelecimentos que exercerem atividades pertinentes à área de alimentos devem ser inspecionados e licenciados pela autoridade sanitária. Existem produtos, previstos na legislação específica, que estão dispensados de registro, enquanto os demais devem ser registrados no órgão competente do Ministério da Saúde. Todo alimento deve ser produzido de acordo com o Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) ou Regulamento Técnico (RT) e demais diretrizes estabelecidas, aprovados pela autoridade competente. A não conformidade com os critérios estabelecidos, constatada por meio do monitoramento de qualidade do produto, implicará na aplicação, às empresas, das penalidades previstas na legislação vigente. PRODUTOS DISPENSADOS DA OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO Relativamente aos produtos dispensados da obrigatoriedade de registro no órgão competente do Ministério da Saúde, as empresas devem informar o início da sua fabricação à autoridade sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município, podendo já dar início a comercialização. A autoridade sanitária terá um prazo de 60 dias, a contar da data da comunicação da empresa, para proceder a inspeção sanitária na unidade fabril. A realização da inspeção neste prazo dependerá, isoladamente ou em conjunto, da natureza do produto, do risco associado ao produto, da data da última inspeção e do histórico da empresa. No caso da empresa não ser aprovada na inspeção, será notificada para adotar os seguintes procedimentos, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades previstas na legislação: a. suspender a produção; b. recolher o(s) produto(s) no mercado, quando a autoridade sanitária julgar necessário com base na legislação pertinente, arcando com os custos da divulgação para notificação à população. Estão também dispensados da obrigatoriedade de registro e, adicionalmente, dispensados da necessidade de informar o início da fabricação à autoridade sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município, os seguintes produtos: a. As matérias-primas alimentares e os alimentos "in natura"; b. Os aditivos alimentares (intencionais) inscritos na Farmacopéia Brasileira, os utilizados de acordo com as Boas Práticas de Fabricação e aqueles dispensados pelo órgão competente do Ministério da Saúde; c. Os produtos alimentícios elaborados conforme Padrão de Identidade e Qualidade, usados como ingredientes alimentares, destinados ao emprego na preparação de alimentos industrializados, em estabelecimentos devidamente licenciados, desde que incluídos na legislação brasileira de alimentos; d. Os produtos de panificação, de pastifício, de pastelaria, de confeitaria, de doceria, de rotisseria e de sorveteria, quando exclusivamente destinados à venda direta ao CONSUMIDOR, efetuada em balcão do próprio PRODUTOR, mesmo quando acondicionados em recipientes ou embalagens com a finalidade de facilitar sua comercialização. REGISTRO DE PRODUTOS Todos os produtos constantes do Anexo II da Resolução nº 23, de 15/03/2000, que dispõe sobre o "Manual de Procedimentos Básicos para Registro e Dispensa da Obrigatoriedade de Registro de Produtos Pertinentes à Área de Alimentos", devem ser registrados no órgão competente do Ministério da Saúde. A solicitação de registro deve ser efetuada pela empresa interessada, junto ao órgão de Vigilância Sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município onde uma das unidades fabris da empresa esteja localizada. A solicitação de registro requer a entrega, pela empresa, dos documentos e formulários próprios, previstos na Resolução nº 23, de 15/03/2000. Os referidos formulários devem ser protocolizados na Vigilância Sanitária do Estado, do Distrito Federal, ou do Município. Para as embalagens recicladas, registra-se somente a embalagem final. O valor para registro de produto ou procedimentos administrativos são regidos por Resolução específica de Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária. DEMAIS PROCEDIMENTOS PARA REGISTRO DE PRODUTOS I - Registro Único: Pode ser solicitado quando um mesmo produto é fabricado por unidades fabris distintas de uma mesma empresa, localizadas em um ou mais Estado/País. O registro único deve ser solicitado por apenas uma das unidades fabris da empresa, que passa a ser responsável por todas as eventuais modificações pertinentes ao produto. A empresa deve apresentar junto ao órgão de vigilância sanitária o Alvará Sanitário ou a Licença de Funcionamento, de cada uma das unidades fabris e anexar aos demais documentos exigidos pela legislação. A empresa pode anexar ao processo os relatórios de inspeção de cada uma das unidades fabris. Deve estar claramente identificado no rótulo o nome do fabricantee o endereço da unidade produtora. O registro único pode ser requerido ainda nas seguintes situações: a. produtos com a mesma base de formulação diferenciando-se entre eles: fruta e/ou sabor e/ou aroma e/ou cobertura e/ou formato e/ou concentração de ingredientes, desde que não altere a natureza do produto; b. produtos com a mesma base de formulação, diferenciando-se apenas o CORANTE se o mesmo possuir IDA (Ingestão Diária Aceitável) não especificada ou não limitada. Havendo variação de corantes que possuam IDA numérica, o registro é distinto para cada produto; c. produtos com a mesma base de formulação e marcas diferentes. Extensão Para Registro Único: Pode ser solicitada a extensão para registro único nos casos previstos nas letras "a" e "b", acima. II - Registro de produto no caso de empresa distribuidora: A empresa distribuidora pode utilizar sua marca registrada nos produtos fabricados por outra (s) empresa (s) por meio de contrato, devendo apresentar, obrigatoriamente, cópia do Alvará Sanitário ou Licença de Funcionamento. O pedido de registro de um produto que utiliza a marca ou o nome de uma empresa distribuidora, deve ser feito pela empresa fabricante, indicando no campo correspondente do formulário de petição a marca da empresa distribuidora. Os dizeres de rotulagem devem identificar a distribuidora e o fabricante. III - Registro de produção terceirizada (registro novo): Utilizado quando a empresa alimentícia possui unidade fabril autorizada para produção de alimentos e quer terceirizar produtos que ela produza ou não. A solicitação de registro deve ser feita por uma das empresas que apresente as condições para produção de alimentos. Os requisitos necessários para terceirização, além dos documentos constantes no Anexo III da Resolução nº 23, de 15/03/2000, são: a) o órgão de Vigilância Sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município deve ter ciência desse acordo mediante apresentação do contrato de terceirização ou documento equivalente; b) os dizeres de rotulagem devem identificar o fabricante e o detentor da marca; c) as empresas devem apresentar cópia do Alvará Sanitário ou Licença de Funcionamento. IV - Registro de Produtos que não constam na relação de obrigatoriedade: Produto sem Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) ou sem Regulamento Técnico (RT): A empresa interessada deve apresentar uma proposta de PIQ ou RT, anexando referência internacional, na seguinte ordem de prioridade: Codex Alimentarius, Comunidade Européia (CE) e Code of Federal Regulations (CFR) - FDA-USA; bem como, legislação sobre o assunto em outros países ou atender às exigências das diretrizes de avaliação de risco e segurança estabelecidas em regulamento técnico específico; Embalagem Reciclada: A empresa deve apresentar uma proposta de regulamento técnico, contendo as seguintes informações: referência internacional, na ordem de prioridade: Codex Alimentarius, Comunidade Européia (CE) e Code of Federal Regulations (CFR) - FDA-USA ou atender às exigências das diretrizes de avaliação de risco e segurança estabelecidas em regulamento técnico específico; estudos sobre a toxicidade do material da embalagem; metodologia sobre determinação de migração (total e específica) para o alimento; relação dos alimentos em que será utilizada e justificativa tecnológica; metodologia analítica para a identificação e verificação do grau de pureza do material da embalagem. V - Registro de Produtos Importados Pertinentes à Área de Alimentos: Para efeito de registro e dispensa da obrigatoriedade de registro de produtos importados devem ser obedecidos os mesmos trâmites e procedimentos para os alimentos produzidos nacionalmente, previstos na legislação específica. Para efeito de registro, os produtos importados na embalagem original e prontos para oferta ao consumidor passam a ser registrados de acordo com a legislação específica (vide Resolução nº 22, de 15/03/2000, que dispõe sobre os "Procedimentos Básicos de Registro e Dispensa de Registro de Produtos Importados Pertinentes à Área de Alimentos"). ENTIDADES PARA CONTATO Junta Comercial do Estado do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 1433 - Praia do Canto, Vitória - ES - CEP: 29045-401 - Tel: (027) 325-1600 Secretaria de Estado da Saúde Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, 2025 Bento Ferreira, Vitória - ES - CEP: 29010-330 Tel: (027) 381-2394 (para registro de produtos de origem vegetal a nível de Estado) SIF - Serviço de Inspeção Federal (Ministério da Agricultura) Avenida Nossa Senhora dos Navegantes , 495 Edifício Centro Empresarial Enseada, 2º andar, sala 201, Vitória - ES - CEP: 29050-420 - Tel: (027) 325-8331 (para registro de produtos de origens vegetal e animal, a nível nacional) IDAF - Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo Rua Raimundo Nonato, 135 - Forte São João, Vitória - ES - CEP: 29010-540 - Tel: (027) 222-6766/223-5733 (para registro de produtos de origem animal a nível de Estado) Prefeitura Municipal de Vitória SEMUS - Secretaria Municipal de Saúde Vigilância Sanitária de Produtos de Interesse à Saúde Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, 1185, Forte São João, Vitória - ES - Tel: (027) 331-2800/331-2865/331-2828 EMCAPA - Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária R. Alberto de Oliveira Santos, 42, Ed. AMES, sala 901 Centro, Vitória - ES - Tel: 222-3188 Instituto Adolpho Lutz Av. Dr. Arnaldo, número 355, Bairro Cerqueira Cesar, São Paulo - SP - CEP: 01246-902 - Tel: (011) 3061-0111 Laboratório Agrolab Av. Resplendor, 645, Itapuã, Vila Velha - ES - Tel: 329-3921 ABIA - Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação Av. Brigadeiro Faria Lima, 1478 - Cj. 1104, São Paulo - SP - - Tel: (011) 211-2654 ABRABE - Associação Brasileira de Bebidas Av. 9 de julho, 5017 - 1º andar, São Paulo - SP CEP: 01407-903 - Tel: (011) 3064-6381 Associação Brasileira de Embalagem Rua Oscar Freire, 379 - 16º andar - Cj. 161, São Paulo - SP - CEP: - 01426-001 - Tel: (011) 282-9722 ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas Av. 13 de maio, 13 - 28º andar, Rio de Janeiro - RJ CEP: 20031-000 - Tel: (021) 220-1709 ITAL - Instituto de Tecnologia de Alimentos Av. Brasil, 2880, Campinas - SP - CEP: 13073-001 - Tel: (019) 241-5034 Links Interessantes: · Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): (http://www.anvisa.gov.br) · Secretaria de Estado da Saúde (SESA): (http://www.saude.es.gov.br) · Prefeitura Municipal de Vitória (PMV): (http://www.vitoria.es.gov.br) Fontes: FUNDAMENTAÇÃO LEGAL Lei 9.782, de 26/01/1999 Medida Provisória 2.000-17, de 09/06/2000 Decreto 3.029, de 16/04/1999 Resolução nº 22, de 15/03/2000 Resolução nº 23, de 15/03/2000 Responsável pela atualização Wiliam Wagner Silva Sarandy Sebrae-ES
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