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Epilepsia (20)

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ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 89Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
epilepsia
89
Prevalência de epilepsia = 2% da população.
algumas definições importantes:
Epilepsia: patologia que se apresenta com 
crises epilépticas, desde que estas ocorram 
sem condições tóxicas, metabólicas ou febris.
Convulsão: tipo de crise epiléptica caracteriza-
da por ser tonicoclônica generalizada. Nem 
todo paciente que apresenta uma convulsão 
é portador de epilepsia: pode ter sido apenas 
uma convulsão febril isolada, por exemplo.
Crises generalizadas: Originam-se simul-
taneamente dos dois hemisférios cerebrais. 
Exemplos: crise tonicoclônica generalizada 
(Grande Mal), ausência (Pequeno Mal), clô-
nicas, tônicas, mioclônicas, atônicas e espas-
mos. Quase todas cursam com comprometi-
mento da consciência, exceto as mioclonias.
Crises focais ou parciais: A atividade epiléptica 
se restringe a determinada área do córtex ce-
rebral. A consciência pode estar preservada ou 
comprometida. Quando há preservação plena 
da consciência a crise é denominada crise focal 
simples, porém, se a consciência for comprome-
tida a crise é considerada focal complexa.
O que significa Paralisia de Todd? Paresia 
localizada durante alguns minutos a muitas 
horas na região acometida durante a crise 
epiléptica.
Principais síndromes epilépticas:
	Ausência: perda total da consciência, com 
duração de 5 a 25 segundos, até 200 vezes 
ao dia. Pode ser acompanhada de compo-
nente motor, autonômico e automatismos. 
As crises podem ser desencadeadas por 
hiperventilação, estresse, hipoglicemia. 
EEG: complexos ponta-onda na frequência 
3 ciclos/segundo.
	Epilepsia parcial benigna da infância 
(Rolândica): crise parcial simples (motora 
ou sensitiva). Normalmente envolvendo 
língua, lábios, musculatura da faringe, bo-
chechas. As crises geralmente são curtas 
(1 a 2 minutos). Quando noturna, é comum 
se tornar generalizada. 
	Epilepsia Mioclônica Juvenil: crises mio-
clônicas principalmente ao despertar. Fre-
quentemente os pacientes evoluem com 
crises tônico-clônicas após as mioclonias. 
Em 1/3 dos casos há fotossensibilidade.
	Epilepsia do Lobo Temporal: é a epilepsia 
parcial mais frequente no adulto e a causa 
mais comum é a esclerose mesial temporal. 
Caracteriza-se na maioria das vezes por 
crises parciais complexas recorrentes (olhar 
fixo, automatismos orais e manuais) de du-
ração de 1 a 2 minutos. A ressonância mag-
nética de crânio é capaz de mostrar sinais 
indicativos de esclerose mesial temporal.
	Síndrome de West (espasmos infantis): es-
pasmos infantis + atraso no desenvolvimen-
to neuropsicomotor + EEG com hipsarritmia.
	Síndrome de Lennox-Gastaut: podem 
apresentar diversos tipos de crises e estão 
associadas a retardo mental e distúrbio 
comportamental.
Diagnóstico: EEG
Tratamento: depende do tipo de crise – As-
sociações mais cobradas: Ausências  etos-
suximida ou valproato; Ausências + tonicoclô-
nica generalizada  valproato; Tonicoclônica 
ROSE
Highlight
ROSE
Highlight
ROSE
Highlight
ROSE
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ROSE
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Highlight
ROSE
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Highlight
Meu computador
Sublinhado
ROSE
Highlight
ROSE
Highlight
ROSE
Highlight
ROSE
Highlight
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 90Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
generalizada  carbamazepina, fenitoína, 
valproato; Parcial simples ou complexa  
carbamazepina, fenitoína, valproato; Síndro-
me de West: Vigabatrina (caso indisponível 
tratar com ACTH, corticosteroides).
anticonvulsivante que serve para todas as 
crises = valproato.
Como tratamos o status epilepticus? Inicial-
mente com glicose a 50% + tiamina IV. Em se-
guida deve-se administrar lorazepam ou diaze-
pam IV. Caso as convulsões continuem, pode-se 
repetir a dose. A partir daí, caso as convulsões 
persistam é necessário adicionar drogas. A pri-
meira a ser adicionada é a fenitoína. Se o status 
não for controlado deve-se tentar fenobarbital. 
O último passo é anestesiar o paciente com 
midazolam, propofol ou pentobarbital.
Convulsão febril: Ocorre, principalmente, nas 
crianças entre 6 meses e 5 anos. Caracterís-
ticas clássicas: febre alta e/ou que aumenta 
rapidamente, duração < 10 minutos, convulsão 
generalizada, principalmente tonicoclônica ou 
apenas clônica, período pós-ictal com altera-
ção da consciência. Em 30-50% das crianças 
as convulsões febris se repetem e o risco de 
epilepsia futura é mais alto apenas nas crianças 
que apresentam algum sinal de alarme.
A punção lombar só é recomendada de rotina 
em menores de 1 ano, devendo ser considera-
da entre 12 e 18 meses e sempre que houver 
suspeita de meningite. O EEG não prediz o 
risco de recorrência das convulsões febris, es-
tando reservado apenas para os casos em que 
se suspeite de epilepsia (ex.: crises atípicas).
Tratamento: acalmar os pais + tratar causa 
da febre. O Nelson recomenda diazepam re-
tal em crises > 5 minutos. Pode ser prescrita 
profilaxia, opcional, para prevenir convulsões 
recorrentes, com diazepam oral durante os 
episódios febris.
Introdução
Vamos falar de uma doença que ainda provo-
ca rejeição e estigma de pacientes e até de 
alguns médicos, pois muitas vezes é errada-
mente associada a distúrbios psiquiátricos e 
retardo mental. A epilepsia não escolhe classe 
social, sexo, idade, área geográfica... 
Qualquer indivíduo pode ser acometido por 
ela. É o transtorno neurológico grave mais 
comum!!! O paciente e a família devem ser 
muito bem esclarecidos sobre a doença, pois 
aderência ao tratamento é fundamental para 
o seu controle...
Definições
Não pule essa parte! No decorrer do capítulo, 
você verá que as definições recordadas aqui são 
importantíssimas para a compreensão do texto!!!
O que é epilepsia?
Não há ainda uma definição que agrade a 
todos. Não tem características de doença es-
pecífica e nem de síndrome. 
Então vamos falar que epilepsia é uma pato-
logia que se apresenta com crises epilépticas, 
desde que estas ocorram sem condições tó-
xicas, metabólicas ou febris. 
O que é crise epiléptica?
É uma alteração temporária e reversível do 
funcionamento do cérebro. Durante um curto 
período de tempo (segundos ou minutos), uma 
parte do cérebro manda descargas elétricas 
anormais e excessivas. 
Essas descargas podem ficar restritas a uma 
parte de cérebro (crise focal ou parcial) ou 
podem se espalhar para os dois hemisférios 
cerebrais (crise generalizada). 
O que é estado de mal epiléptico (status 
epilepticus)?
É definido como uma crise prolongada. Existem 
vários critérios de status. Vamos citar alguns:
 Status convulsivo:
• 20 a 30 minutos de crises convulsivas 
contínuas (subentrantes).
• Pelo menos 3 crises em uma hora.
• Crises com mais de 5 minutos de duração.
 Status não convulsivo:
• Crises não convulsivas (parcial com-
plexa, ausência...) sem recuperação da 
consciência entre elas.
Convulsão x epilepsia
Um erro bastante comum é a con-
fusão entre os termos “convulsão” 
e “epilepsia”. É importante que 
você, como bom médico, saiba 
diferenciá-los!
 A convulsão é um tipo de crise 
epiléptica caracterizada por ser 
tonicoclônica generalizada. Nem 
todo paciente que apresenta uma 
convulsão é portador de epilepsia: 
pode ter sido apenas uma convul-
são febril isolada, por exemplo...
 A epilepsia, como vimos há 
pouco, é uma patologia que se 
apresenta com crises epilépticas, 
desde que estas ocorram sem 
condições tóxicas, metabólicas ou 
febris. Nem toda crise epiléptica 
é uma convulsão: a crise por ser 
de ausência, mioclônica...
Assim, mais uma vez: “con-
vulsão” e “epilepsia” não são 
sinônimos!!!
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 91Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
 Você tem a dimensão desta patologia?
 Estima-se que 2% (isso mesmo, duas em 
cada 100 pessoas) da população apresen-
tem epilepsia. Empaíses desenvolvidos, 
espera-se que até os 20 anos 1% da popu-
lação desenvolva epilepsia. Quando aborda-
mos a população até 80 anos, mais de 3% 
possui epilepsia. Com certeza, esta doença 
é uma das mais comuns da humanidade. 
Independente da especialidade que você 
escolher, com certeza encontrará pacientes 
com epilepsia.
Fisiopatologia
De uma maneira resumida vamos entender o 
seguinte: a doença se caracteriza por des-
cargas elétricas neuronais excessivas. Se 
essa descarga estiver apenas em uma parte 
do cérebro, teremos as crises parciais ou fo-
cais; se envolver os dois hemisférios, teremos 
as crises generalizadas; e se começar em uma 
parte do cérebro e depois se propagar para os 
dois hemisférios, teremos as crises parciais 
com generalização secundária.
O que leva a essa descarga excessiva?
Ela pode ocorrer por aumento da excitação 
neuronal (principal responsável é o glutama-
to) ou por falta de inibição neuronal (principal 
inibidor é o ácido gama-aminobutírico).
etiologia
Primeiramente temos que ter o seguinte con-
ceito: as causas de crises epilépticas variam 
com a idade!! Observe:
• Período neonatal: doenças congênitas, 
trauma, anóxia e desordens metabólicas.
• Crianças entre 3 meses e 5 anos de ida-
de: predominam as convulsões febris, 
mas temos também as causas anteriores, 
idiopática e infecções.
• Entre 5-12 anos: a causa mais comum 
de epilepsia é genética, em especial, as 
síndromes epilépticas primárias. 
• Adultos jovens: o TCE, a neurocisticer-
cose, o abuso de drogas ilícitas e a abs-
tinência alcoólica compõem os principais 
fatores etiológicos, mas as neoplasias 
também devem ser consideradas. 
• Idosos: a causa mais comum é a doença 
cerebrovascular, responsável por 30-70% 
dos casos (fase aguda ou principalmente 
meses ou anos após o evento). Os tumo-
res cerebrais respondem por 10-15% dos 
casos de epilepsia em idosos, enquanto 
causas tóxicas, metabólicas e isquêmico-
-hipóxicas correspondem a cerca de 10% 
dos casos. Outras causas menos comuns 
de epilepsia no idoso são: TCE, hematoma 
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016
COMISSÃO ESTADUAL DE RESIDÊNCIA 
MÉDICA DO AMAZONAS – AM
Homem, 70 anos, é trazido ao pronto socorro 
devido quadro de crise convulsiva. A causa 
mais frequente nesta faixa etária é:
a) Neuroinfecção.
b) Doença de Alzheimer.
c) Acidente vascular encefálico.
d) Tumores intracranianos. 
 Em pacientes idosos, a causa mais comum 
de crises convulsivas é o Acidente Vascular 
Encefálico (AVE), que responde por cerca de 
50% dos casos. As crises convulsivas podem 
ocorrer em 4 a 9% dos casos de AVE. Outras 
causas comuns são: encefalopatia metabólica 
(hipoglicemia, hiperglicemia, hiponatremia, 
hipocalcemia), uso de medicamentos, tumores 
e infecções. Devido à elevada relação com 
AVE, pacientes idosos que se apresentam 
com uma primeira crise convulsiva devem 
sempre ser avaliados com exame de neu-
roimagem. Resposta: C.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
FUNDAÇÃO JOÃO GOULART – HOSPITAIS 
MUNICIPAIS – RJ
Paciente feminina com 20 anos de idade e 
história de crises convulsivas frequentes nos 
	Epilepsia Primária ou Idiopática
 Por mais que se investigue esse paciente, 
não se encontra causa orgânica para sua 
epilepsia. Geralmente abrem o quadro na 
infância e adolescência, e tendem a desa-
parecer na idade adulta. 
	Epilepsia Secundária ou Sintomática
 Para ser considerada sintomática ou se-
cundária, o paciente tem que apresentar 
duas ou mais crises associadas a distúr-
bios metabólicos, eletrolíticos, intoxicação 
exógena, abstinência ao álcool, meningi-
tes, encefalites, AVE, tumores, vasculite... 
 OBS.: Considerando a definição mais 
aceita para epilepsia, esta não deveria en-
globar alterações devidas a intoxicações e 
distúrbios metabólicos dentre suas causas 
secundárias. Contudo, a prática médica, 
ao longo dos anos, acabou consagrando 
essa definição errada para as epilepsias 
secundárias, ou seja, que as mesmas po-
deriam se dever a distúrbios metabólicos 
crônicos, por exemplo.
ATENçãO!!
Todo adulto que apresente uma crise epilép-
tica, não importa se parcial ou generalizada, 
deve ter como hipótese diagnóstica a crise 
secundária, portanto há necessidade de 
investigação etiológica em todos os casos 
(TC ou RM de crânio, exames laboratoriais, 
pesquisa de intoxicação exógena, liquor...).
subdural, infecção do SNC e doença cere-
bral degenerativa (Ex.: Alzheimer).
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 92Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
últimos dois meses. É submetida à tomografia 
computadorizada do crânio que demonstra 
múltiplas microcalcificações difusas pelo pa-
rênquima cerebral, sem outras alterações. O 
diagnóstico mais provável é:
a) Glioma cerebral.
b) Tuberculose.
c) Toxoplasmose.
d) Neurocisticercose.
 As causas de convulsões variam com a 
idade. Até os 5 anos, a principal causa são as 
convulsões febris. Dos 5 aos 12 anos, as prin-
cipais causas são as síndromes epilépticas 
primárias. Em idosos predomina a doença 
cerebrovascular. Nestas, as convulsões po-
dem ocorrer durante o evento primário ou até 
mesmo meses após a instalação de um AVE 
hemorrágico ou isquêmico. Em adultos, as 
principais causas são: o TCE, neurocisticer-
cose, o abuso de drogas ilícitas ou abstinência 
alcoólica. As neoplasias também devem ser 
consideradas como diagnóstico diferencial em 
qualquer idade. No enunciado, não foi infor-
mado acerca de TCE ou uso de drogas e 
abstinência pelo álcool. Assim, nossas princi-
pais hipóteses figuram entre as causas de 
processo expansivo do SNC - neurocisticer-
cose e neoplasias. Frente ao achado de múl-
tiplas calcificações difusas pelo parênquima 
cerebral, ficamos com a hipótese de Neuro-
cisticercose. Resposta: D.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS – HNMD 
Paciente de 75 anos, hipertenso e diabético é 
atendido na emergência, apresentando quadro 
de confusão mental seguido de convulsões 
tonicoclônicas generalizadas. 
Diante deste quadro, assinale a opção correta.
a) A anamnese deve questionar ocorrência de 
traumatismos cranianos recentes ou remotos. 
b) É irrelevante excluir alterações metabólicas 
agudas, tais como hiperglicemia.
c) A presença de febre contraindica a rea-
lização de punção liquórica, pelo risco de 
contaminação.
d) Os antecedentes clínicos excluem acidente 
vascular agudo como causa das convulsões.
e) O tratamento inicial indicado é carbama-
zepina sublingual.
 Convulsões no idoso: as principais causas 
são AVE, tumores, toxicidade, metabólicas 
(distúrbio da natremia, glicemia, coma mi-
xedematoso, crise addisoniana...) e trauma, 
mais ou menos nessa ordem... Analisando as 
opções de trás para diante: E é absurda (nem 
sabemos o que o paciente teve!); D é erra-
da, pois não há dados de história e exames 
complementares que nos permitam afastar 
AVE; C chega a ser engraçada (Coitados dos 
pacientes com meningite!); B também é erra-
da, pois menospreza as causas metabólicas 
como origem de convulsões (embora seja mais 
comum com a hipoglicemia, a hiperglicemia 
também pode estar associada). Resposta, por 
eliminação simples, letra A.
Classificação
Para caracterizar o quadro clínico, primeira-
mente temos que separar as crises generali-
zadas das focais.
CRiSES GENERaLizaDaS x FOCaiS 
(PaRCiaiS)
As crises generalizadas originam-se 
simultaneamente dos dois hemisférios 
cerebrais.
O sistema reticular ativador ascendente é aco-
metido, portanto o paciente perderá a cons-
ciência. O paciente pode perder a consciência 
por poucos segundos várias vezes ao dia (crise 
de ausência) ou até perder a consciência por 
minutos com movimentos (crise tonicoclônica 
generalizada). Normalmente nestas crises há 
envolvimento muscular, seja com aumento da 
contração (crise tônica, clônica, mioclônica, 
espasmos), ou com diminuição da contração 
(crise atônica).Todas as crises generalizadas cursam 
com comprometimento da consciência?
Quase todas!
As crises mioclônicas são a exceção: 
cursam com preservação da consciência 
apesar de serem generalizadas.
Nas crises focais ou parciais, a atividade 
epiléptica se restringe a determinada área 
do córtex cerebral
Como a crise é restrita a um local do cérebro, 
os sintomas dependerão da área afetada. 
Crises frontais vão apresentar manifestações 
motoras, enquanto crises parietais apresenta-
rão manifestações sensitivas, crises occipitais 
manifestações visuais; crises temporais, alte-
rações comportamentais...
E como fica a consciência durante 
as crises parciais? 
Depende. Pode ser preservada 
ou comprometida.
Quando há preservação plena da 
consciência a crise é denominada crise 
parcial simples. Porém, se a consciência 
for comprometida a crise é considerada 
parcial complexa.
SUbCLaSSiFiCaçÃO DaS CRiSES 
GENERaLizaDaS 
 Crise Tonicoclônica Generalizada 
(Grande Mal)
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 93Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
 Caracterizada pela perda súbita da cons-
ciência seguida de uma contração tônica e 
terminada pela fase clônica. Ocorre o grito 
epiléptico, os quatro membros são afetados 
e pode ocorrer sialorreia com liberação es-
fincteriana. Após a crise, o paciente entra 
no período pós-ictal, de aproximadamente 
15-30 minutos, apresentando letargia, con-
fusão mental e sonolência.
Crises de ausência (Pequeno Mal)
 Perda súbita e breve (até 30 segundos) da 
consciência várias vezes ao dia (pode che-
gar a 200 vezes). Pode vir acompanhada de 
alterações motoras muito discretas, como 
piscamento, sinais autonômicos, automatis-
mos orais e manuais. Na escola, a criança 
não consegue acompanhar as aulas.
Crises Clônicas
 Presença de abalos musculares clônicos.
Crises Tônicas
 Aumento do tônus muscular. Duram de 10 
a 20 segundos.
Crises Mioclônicas 
 Contrações musculares súbitas semelhantes 
a choques, com preservação da consciência. 
Frequentemente ocorrem após privação do 
sono, ao acordar ou ao início do sono. Aconte-
ce, por exemplo, quando sonhamos que esta-
mos em queda livre e, de repente, acordamos.
Crises atônicas
 Caracterizada por perda do tônus muscular. 
Leva o indivíduo a quedas que realmente 
machucam e podem ser desencadeadas 
por sustos.
Não esqueça
 que as crise
s parciais 
podem diss
eminar-se p
or todo o có
rtex 
em um segu
ndo moment
o. Neste cas
o, 
teremos as c
rises parciais
 com 
generalizaçã
o secundária
, as 
quais també
m cursam co
m 
perda da con
sciência.
Ah! Então qual é a diferen
ça 
entre e crise parcial comple
xa 
e a crise parcial com 
generalização secundária?
Na crise parcial complexa a área envolvida 
é restrita e há acometimento do sistema 
reticular. Por outro lado, na crise 
secundariamente generalizada, a crise 
começa em uma área restrita e evolui 
para os dois hemisférios cerebrais com 
acometimento do sistema reticular. 
Espasmos 
 São contrações tônicas rápidas, de 1 a 15 
segundos. Normalmente ocorrendo várias 
vezes ao dia, com preferência ao acordar 
ou durante o sono. São semelhantes às 
crises tônicas.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2014
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE 
PERNAMBUCO
Assinale dentre as alternativas abaixo aquela 
que melhor identifica as características clínicas 
das crises convulsivas do tipo grande mal.
a) Breve comprometimento da consciência; 
geralmente, o paciente não percebe os ataques.
b) Espasmos mioclônicos únicos ou múltiplos 
sem comprometimento da consciência.
c) Convulsões repetidas, sem recuperação 
entre elas, com duração acima de 30 minutos.
d) Perda da consciência, com atonia muscular 
súbita e queda ao solo, sem espasmos mus-
culares associados.
e) Perda súbita da consciência, rigidez, espas-
mos musculares e liberação esfincteriana, 
seguidos de confusão pós-ictal.
 A crise Tonicoclônica Generalizada (Gran-
de Mal) é caracterizada pela perda súbita da 
consciência seguida de uma contração tôni-
ca e terminada pela fase clônica. Ocorre o 
grito epiléptico, os quatro membros são afe-
tados e pode ocorrer sialorreia com liberação 
esfincteriana. Após a crise, o paciente entra 
no período pós-ictal, de aproximadamente 
15-30 minutos, apresentando letargia, con-
fusão mental e sonolência. Melhor resposta, 
portanto, opção E.
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 94Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
SUbCLaSSiFiCaçÃO DaS CRiSES PaRCiaiS 
(FOCaiS) 
Simples 
 Sintomas de uma determinada área cere-
bral, mas sem alteração da consciência. Os 
sintomas podem ser motores (clônicos, tô-
nicos), ou sensoriais (parestesias, sintomas 
visuais, auditivos, olfatórios, autonômicos).
 Vamos ver algumas nomenclaturas 
relevantes para as nossas provas:
1) Paralisia de Todd: paresia localizada 
durante alguns minutos a muitas horas na 
região acometida durante a crise epiléptica
2) Marcha jacksoniana: representa a ex-
tensão da atividade epiléptica para uma 
região progressivamente maior do córtex 
motor. Ocorre, por exemplo, quando a crise 
inicia-se nos dedos e evolui para acometer 
todo o membro.
Complexas
Normalmente surge no lobo frontal ou tem-
poral. Caracterizada pela alteração da cons-
ciência (não responsividade) e automatismos 
faciais com movimentos repetitivos. Normal-
mente dura de 45 a 90 segundos. Período 
pós-ictal marcado por desorientação.
Gelásticas
São crises de risos inapropriados. Associadas 
aos hamartomas hipo talâmicos.
 Fatores que podem desencadear 
uma crise
	Privação do sono
	Álcool
	Estresse
	Uso inadequado do anticonvulsivante
	Estímulos específicos como luzes, video-
game ou músicas
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO – UNIRIO
Uma adolescente procura assistência relatan-
do desmaio presenciado pelo namorado, que 
descreve uma crise tonicoclônica clássica. 
Na anamnese, você verifica que a paciente 
refere, antecedendo o quadro, visão de luzes 
brilhantes intermitentes, após o que de mais 
nada lembra. Você classificaria o episódio 
luminoso descrito como crise:
a) Atônica. 
b) De automatismo. 
c) Parcial simples.
d) Parcial complexa.
e) De ausência.
 Nessa questão é possível trabalhar os con-
ceitos mais básicos de classificação de uma 
crise convulsiva. O enunciado pede para que 
seja feita a classificação do referido “episódio 
luminoso”. Perceba que a atividade epiléptica 
se restringiu à topografia occipital (alucina-
ção visual), sendo uma CRISE FOCAL OU 
PARCIAL. Como não houve perda inicial da 
consciência (tanto que a paciente está relatan-
do o ocorrido), podemos falar que o episódio 
luminoso foi uma CRISE PARCIAL SIMPLES. 
Logo depois, essa crise evoluiu com genera-
lização secundária, conforme relatado (crise 
tonicoclônica generalizada). Resposta letra C.
PRiNCiPaiS SÍNDROMES 
EPiLÉPTiCaS
ausência infantil ou 
Pequeno mal
Idade: início entre 5 e 8 anos.
Crise: perda total da consciência, com du-
ração de 5 a 25 segundos, até 200 vezes ao 
dia. Pode ser acompanhada de componente 
motor (alteração do tônus, movimentos clôni-
cos), autonômico (palidez, dilatação pupilar, 
taquicardia) e automatismos (continuar a fazer 
o que estava realizando, movimentos faciais). 
As crises podem ser desencadeadas por hi-
perventilação, estresse, hipoglicemia. Cerca 
de 40% dos pacientes desenvolvem também 
crises tônico-clônicas generalizadas.
Eletroencefalograma: complexos ponta-onda 
na frequência de três ciclos por segundo.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2012
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS
A.A.M., de oito anos, do sexo feminino, foi ao 
ambulatório com queixa de dificuldade escolar. 
Durante a consulta, a paciente apresentou 
perda de consciência súbita, acompanhada 
de piscamento, com duração de cercade 30 
segundos. Houve recuperação total e rápida 
do quadro. A mãe afirmou que já observou 
vários episódios semelhantes anteriormente. 
Qual o diagnóstico etiológico e como proceder 
a investigação diagnóstica?
a) Epilepsia tipo ausência e eletroencefalografia.
b) Transtorno do déficit de atenção e avaliação 
neuropsicológica.
c) Tique e tomografia computadorizada de crânio.
d) Mioquimia ocular e eletroneuromiografia.
 Questão que descreve a clínica clássica de 
uma crise de ausência: típica da criança co-
mum, que apresenta perda de consciência 
súbita, acompanhada de movimentos repeti-
dos e involuntários – automatismos (no caso, 
piscamento), de rápida duração e elevada 
frequência. O diagnóstico é feito pelo EEG que 
é típico com complexos ponta-onda na fre-
quência de 3 ciclos/segundo (3 Hertz). 
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO 
– UNIFESP
Uma adolescente, com 12 anos de idade, 
apresenta 3 episódios diários de comprome-
timento de consciência com duração de cerca 
de 20 segundos, sem confusão pós-crítica. 
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 95Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
Qual dos itens abaixo seria mais útil durante 
a consulta neurológica?
a) Reflexos patelares. 
b) Hiperventilação. 
c) Fundo de olho.
d) Manobra de Valsalva.
e) Reflexo cutaneoplantar.
 Tanto as crises clínicas quanto as alterações 
eletroencefalográficas podem ser desencadea-
das por alcalose respiratória. Por causa dessa 
peculiaridade, é clássica a recomendação de 
solicitar ao paciente que hiperventile (“respire 
rápido”) durante o exame eletroencefalográfico 
(ou mesmo exame físico), de modo que isso 
nos permita flagrar as manifestações patogno-
mônicas da doença!!! Resposta certa: letra B.
epilepsia parcial benigna da 
infância (Rolândica) 
É a forma mais comum de epilepsia na in-
fância (corresponde de 15 a 25% dos casos)
Idade: 3 a 13 anos.
Crise: parcial simples (motora ou sensitiva). 
Normalmente envolvendo língua, lábios, mus-
culatura da faringe, bochechas. As crises ge-
ralmente são curtas (1 a 2 minutos). Quando 
noturna, é comum se tornar generalizada. 
Eletroencefalograma: complexos ponta-onda 
centrotemporais.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2012
FUNDAÇÃO JOÃO GOULART – HOSPITAIS 
MUNICIPAIS
A epilepsia parcial benigna é um tipo comum 
de epilepsia parcial na infância, com excelen-
te prognóstico, com pico de incidência entre 
os 9 e 10 anos de idade, ocorrendo durante o 
sono em 75% dos pacientes que apresentam 
crises parciais com sinas motores e somatos-
sensoriais confinados à face. O padrão do 
EEG apresenta focos de ponta repetidas na 
área centrotemporal ou rolândica com a ativi-
dade da base normal. A droga preferida para 
o controle dessas crises é:
a) Carbamazepina. 
b) Fenobarbital. 
c) Lamotrigina. 
d) Ácido valproico.
 As epilepsias parciais benignas da infância 
são síndromes idiopáticas que ocorrem em 
crianças sem alteração neurológica ou de de-
senvolvimento e têm um curso benigno, com 
remissão antes da adultidade. O tipo principal é 
a “Epilepsia Parcial Benigna da Infância com 
Ondas Agudas Centrotemporais”, também co-
nhecida como “Epilepsia Rolândica”, responsá-
vel por 15-25% dos casos de epilepsia na infân-
cia. As manifestações são mais comuns entre 3 
a 13 anos de idade, com um pico de incidência 
entre os 7 e 10 anos, acometem mais frequen-
temente meninos e possuem uma forte predis-
posição familiar. Os achados clínicos consistem 
em crises motoras que se iniciam na hemiface. 
Sintomas orofaríngeos também estão presentes 
e incluem contrações tônicas e parestesias da 
língua, formigamento da bochecha, disfagia e 
salivação excessiva. O comprometimento toni-
coclônico das extremidades ipsilaterais pode ser 
encontrado. A consciência pode ou não se en-
contrar preservada e, eventualmente, ocorre 
generalização secundária, que costuma acon-
tecer com maior frequência no período noturno 
(75% dos casos), razão pela qual alguns casos 
acabam não sendo diagnosticados...
O EEG demonstra complexos ponta-onda em 
região centrotemporal ou área rolândica. Esta 
variedade de epilepsia possui caráter inteira-
mente benigno. Na grande maioria dos pacien-
tes os achados anormais do EEG desapare-
cem com a idade. O tratamento consiste no 
uso de carbamazepina, que geralmente é 
descontinuada em torno dos 14 a 16 anos de 
idade, quando a remissão espontânea da de-
sordem geralmente ocorre. 
Resposta certa: letra A.
epilepsia mioclônica Juvenil 
(síndrome de Janz) 
Idade: 13 a 20 anos.
Crise: crises mioclônicas principalmente ao des-
pertar e geralmente desencadeadas por privação 
do sono. Frequentemente os pacientes evoluem 
com crises tônico-clônicas após as mioclonias. 
Também pode haver crises de ausência. Em 
cerca de 1/3 dos casos há fotossensibilidade.
Eletroencefalograma: heterogêneos, mas 
geralmente mostram atividade de pontas e 
polipontas-onda, bilateral e sincrônica, ou 
complexos de ponta-onda ritmados com fre-
quência superior a 3/s (geralmente entre 3,5 
e 4,5 ciclos por segundo).
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016 
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – GO
Paciente do sexo masculino, de 17 anos, há 
uma semana começou a apresentar crises de 
“repuxamento”. A mãe relata que pela manhã, 
quando vai acordar o filho para a escola, presen-
ciou quatro episódios em que ele fica com corpo 
todo duro e, em seguida, apresenta movimen-
tos repetidos de flexão dos braços, por cerca 
de três minutos. Ela conta que ele dorme por 
mais alguns minutos após a crise e acorda sem 
ter percebido nada. Seu eletroencefalograma 
apresenta complexos espícula-onda lenta irre-
gulares, generalizados, com atividade de base 
normal. No momento da consulta, o paciente 
estava assintomático e seus exames geral e 
neurológico eram normais. Nesse caso, a droga 
de primeira escolha para tratamento em mono-
terapia e a principal hipótese diagnóstica são:
a) Valproato e epilepsia generalizada idiopática.
b) Clonazepam e epilepsia focal sintomática.
c) Etossuximida e epilepsia focal idiopática.
d) Gabapentina e epilepsia generalizada se-
cundária.
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 96Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
 Estamos diante de um quadro muito suges-
tivo de epilepsia mioclônica juvenil, uma das 
formas mais frequentes de epilepsia generali-
zada idiopática. A manifestação clínica básica 
dessa doença é a ocorrência de MIOCLONIAS 
bilaterais nos membros, tipicamente ao des-
pertar (mioclonia = contrações repetitivas, sú-
bitas e involuntárias de apenas um músculo ou 
grupo de músculos, tipicamente acometendo 
as extremidades). A privação de sono pode 
ser desencadeante, e o paciente pode ou não 
ter crises tônico-clônico generalizadas e/ou 
crises de ausência associadas. O EEG mostra 
um padrão de complexos ponta-onda difusos, 
com atividade de base normal. A faixa etária 
de maior incidência vai dos 13 aos 20 anos, 
e a droga de primeira linha no tratamento é o 
valproato. Resposta certa: A.
epilepsia do Lobo Temporal 
É a epilepsia parcial mais comum no adulto (40% 
dos casos). A causa mais comum é a esclerose 
mesial temporal (esclerose hipocampal). 
Crise: caracteriza-se na maioria das vezes por 
crises parciais complexas recorrentes (olhar 
fixo, automatismos orais e manuais) de dura-
ção de 1 a 2 minutos. 
Frequentemente são seguidas de crises tôni-
co-clônicas generalizadas. Alguns pacientes 
podem apresentar distúrbios da memória e 
pode haver história de crises febris na infância.
Epilepsia do lobo temporal mesial = 
Eletroencefalograma: atividade epileptiforme 
nas regiões temporais médio-basais.
OBS.: a ressonância magnética de crânio 
é capaz de mostrar sinais indicativos de 
esclerose mesial temporal.
Podem não responder aos anticonvulsivantes, 
mas a intervenção cirúrgica costuma ser uma 
boa opção.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS– GO
Nas crises epilépticas de difícil controle, o 
achado de imagem mais comum é:
a) Displasia cortical. 
b) Esclerose mesial temporal.
c) Tumor embrionário. 
d) Gliose por anoxia perinatal.
 Todas as condições citadas são causas 
possíveis de epilepsia de difícil controle clíni-
co, porém a maioria delas é rara... A mais 
comum de todas - estatisticamente falando - é 
a chamada epilepsia do lobo temporal mesial 
(ELTM), condição diretamente causada por 
uma lesão conhecida como esclerose mesial 
temporal (atrofia do hipocampo e do lobo tem-
poral, que fica com o corno temporal aumen-
tado). Esses pacientes respondem bem ao 
tratamento cirúrgico, após ressecção dessa 
lesão. Resposta certa: B.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – UFG
Leia o caso a seguir para responder às próxi-
mas duas questões:
Desde a idade de 10 anos, uma mulher, agora 
com 21 anos, tem ataques de medo incapacitan-
te. Aos três anos, apresentou duas convulsões 
generalizadas tonicoclônicas, que foram asso-
ciadas à febre. Aos 10 anos, ela começou a ter 
episódios de medo incapacitante, que duravam 
de 2 minutos a 12 horas. Permanece alerta 
nesses episódios, não quer ficar sozinha, fica 
pálida, com sudorese e apresenta movimentos 
estereotipados, como movimentos mastigatórios 
ou de esfregar as mãos. Tem também episódios 
noturnos, quando engatinha ao redor da cama, 
boceja, mastiga, saliva e parece amedrontada. 
Que tipo de convulsão a paciente apresenta e 
qual a Epilepsia associada?
a) Crise generalizada tonicoclônica com sinto-
mas autonômicos e Epilepsia Mioclônica Juvenil.
b) Crise parcial motora com generalização se-
cundária e Epilepsia Sintomática do lobo frontal.
c) Convulsão febril generalizada e Epilepsia 
Sintomática do lobo temporal.
d) Crise parcial simples, crise parcial complexa 
e generalização secundária e Epilepsia Sinto-
mática do lobo temporal.
e) Crises parciais com generalização secun-
dária e Epilepsia Sintomática do lobo parietal.
 Neste caso, teremos a crise parcial simples 
representada pela sensação de medo e a crise 
parcial complexa representada pelos automa-
tismos, como engatinhar ao redor da cama, 
bocejar, mastigar e salivar. Não há episódios 
de generalização secundária, mas a opção 
D permanece a melhor escolha... Parada do 
comportamento + automatismos = Epilepsia 
do lobo temporal mesial.
Qual o melhor exame para confirmar o diag-
nóstico e qual a etiologia mais provável?
a) TCC e tumor de lobo frontal.
b) Estudo genético e Epilepsia Mioclônica 
Juvenil.
Parada do comportamento/olhar fixo + 
automatismos
Observe a esclerose mesial tempo-
ral na RM (corte coronal).
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 97Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
c) RM e Esclerose Mesial Temporal.
d) EEG e malformação arteriovenosa lobar.
e) RM e Paquigiria do lobo parietal.
 O diagnóstico da esclerose mesial temporal 
pode ser confirmado através da RM. Opção 
C correta.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – HCG
Paciente do sexo feminino de 23 anos apre-
sentou quatro episódios que se iniciaram com 
mal-estar epigástrico e gosto ruim na boca, 
depois dos quais não se lembra do que ocor-
reu. A acompanhante relata que a paciente 
fica parada com olhar fixo e mastigando por 
poucos minutos, em seguida fica confusa, 
falando palavras desconexas, por cerca de 
10 minutos. Nos intervalos dos episódios, a 
paciente não tem outras queixas. Possui an-
tecedente de convulsão febril na infância. Seu 
exame médico é totalmente normal, bem como 
a investigação laboratorial e de imagem. Com 
base nos dados da história, o tipo de crise epi-
lética, sua localização e o tratamento indicado 
são, respectivamente:
a) Crise parcial simples, lobo parietal e car-
bamazepina.
b) Crise parcial complexa, lobo temporal e 
carbamazepina.
c) Crise parcial complexa com generalização 
secundária, lobo parietal e ácido valproico.
d) Crise primariamente generalizada, bicortical 
e ácido valproico.
 O enunciado descreve um quadro clássico 
de Epilepsia do Lobo Temporal, que é a epilep-
sia parcial mais comum do adulto. Em primeiro 
lugar, temos o relato de uma forma clássica 
de aura nessa topografia temporal (que, nes-
te caso, nada mais é do que uma convulsão 
parcial simples, sem perda da consciência): 
sensação epigástrica ascendente, que mui-
tos doentes referem como uma “sensação da 
montanha russa”, aquele “friozinho na barriga” 
quando nos aventuramos neste tipo de brin-
quedo. Pra quem achou “a maior onda”, uma 
má notícia: a convulsão parcial simples pode 
evoluir para parcial complexa (com perda da 
consciência) que nos pacientes com epilepsia 
focal sintomática do lobo temporal se mani-
festa na forma de um olhar fixo associado a 
automatismos ou maneirismos gestuais em 
cerca de 60% dos casos. Exatamente como 
o relatado... 
Os automatismos são definidos como movi-
mentos sem propósito, estereotipados e repe-
titivos, que em geral envolvem as mãos (por 
exemplo: ato de “pegar”) e a boca (ex.: atos 
de “mastigar”, “beijar”...). Um aspecto carac-
terístico da epilepsia do lobo temporal é que o 
automatismo aparece do mesmo lado do lobo 
temporal comprometido. A confirmação da Epi-
lepsia do lobo temporal pode ser feita, de fato, 
tanto pelo EEG interictal (pontas agudas que 
tendem a ser máximas nos eletrodos antero e 
médio-temporais) quanto pela RM mostrando 
esclerose mesial ou hipocampal, que parece 
ser a causa mais comum deste tipo de epilep-
sia. O tratamento é feito com uso contínuo das 
drogas de primeira linha para tratamento das 
convulsões parciais (simples, complexas ou 
com generalização secundária): principalmen-
te carbamazepina e fenitoína, como veremos 
a seguir. Resposta certa letra B.
síndrome de West (espasmos 
infantis) 
Compreende a seguinte tríade:
1. Espasmos infantis
2. Retardo do desenvolvimento neurop-
sicomotor
3. EEG com padrão de hipsarritmia
Idade: inicia-se quase exclusivamente no pri-
meiro ano.
Crise: espasmos breves intermitentes da mus-
culatura do pescoço, tronco e membros, poden-
do levar a movimentos de extensão ou flexão.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE BELO 
HORIZONTE – MG
Lactente de 6 meses de idade inicia com qua-
dro de episódios de flexão cervical e membros 
superiores abruptos em salvas (cluster) segui-
do de choro, principalmente ao adormecer e 
ao despertar. Mãe relata que o filho parou de 
sorrir e não senta mais, além de estar mais 
apático. Foi à consulta com o neurologista, 
que pediu tomografia de crânio, que foi normal, 
e eletroencefalograma, que mostrou hipsarrit-
mia. Considerando o caso descrito, assinale 
a alternativa que apresenta o diagnóstico 
MAIS provável desse paciente. 
a) Síndrome de West.
b) Doença do refluxo gastroesofágico.
c) Epilepsia benigna da infância.
d) Síndrome de Lennox Gastaut.
 A questão aborda uma urgência na Neuro-
logia Pediátrica: a síndrome de West ou es-
pasmos infantis. Esta síndrome normalmente 
inicia-se na fase de lactância, entre os quatro 
e oito meses de idade.
O paciente da questão tem seis meses, que 
apresenta episódios abruptos de flexão cervi-
cal e de membros superiores em salvas (es-
pasmos), com impacto direto no neurodesen-
volvimento do menor, visto que o mesmo não 
consegue mais sorrir e sentar, sendo marcos 
do desenvolvimento já esperados para a faixa 
etária. Para confirmar, temos um padrão ele-
troencefalográfico patognomônico da patolo-
gia, a hipsarritmia, que caracteriza-se por um 
padrão caótico de atividade de ondas lentas 
bilaterais assincrônicas e de alta voltagem. 
Resposta: alternativa A.
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 98Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2014 
ALIANÇA SAÚDE – PR
Uma criança de 8 meses é conduzida para 
avaliação no pronto-socorro, por estar apre-
sentando, há 10 dias, episódios frequentesde 
contração dos membros superiores e abalos 
de flexão da cabeça de curta duração, às ve-
zes seguidos de choro. A genitora diz que a 
criança sustentou a cabeça com 5 meses, 
ainda não senta nem com apoio. Foi realizado 
um EEG que revelou a presença de intensas 
descargas tipo polipontas-ondas, ondas lentas 
com aspecto caótico, assincrônico, hipervol-
tagem e desorganizado com falta de um ritmo 
padrão de base. Frente a este quadro clínico, 
você pensaria inicialmente em:
a) Síndrome de Landau-Kleffner.
b) Síndrome de Lennox-Gastaut.
c) Síndrome de Ohtahara.
d) Epilepsia com ausência e mioclonia juvenil.
e) Síndrome de West.
 O enunciado nos traz um lactente de 8 meses 
com ATRASO DO DESENVOLVIMENTO mo-
tor (sustento cervical aos 5 meses ao invés de 
2 meses, e ausência da capacidade de sentar 
com apoio, que deveria ter sido alcançada até 
6 meses), e “crises” caracterizadas por contra-
ções breves de membros e cabeça, altamente 
sugestivas de ESPASMOS. O eletroencefalo-
grama revelando polipontas e ondas lentas de 
aspecto caótico traduz-se no traçado de HIP-
SARRITMIA. Portanto, reunindo a tríade de 
espasmos + hipsarritmia + atraso do desenvol-
vimento chegamos ao diagnóstico de SÍNDRO-
ME DE WEST, uma encefalopatia epilética da 
lactância. A Síndrome de Ohtahara (SO) e a 
Encefalopatia Mioclônica Precoce (EMP) são 
encefalopatias epiléticas do lactente mais jo-
vens, também cursam com grave atraso do 
desenvolvimento, refratariedade ao tratamento, 
crises do tipo tônicas (SO) e mioclônicas (EMP) 
e o EEG revela um padrão de surto-supressão. 
A síndrome de Lennox-Gastaut, é outro exem-
plo de encefalopatia epilética, mais comum nos 
pré-escolares e o traçado típico do EEG é a 
ponta-onda lenta. Gabarito letra E.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – 
UFPR
Paciente com 6 meses de idade apresenta, ao 
despertar e ao adormecer, 5 a 10 contrações 
rápidas em flexão dos membros superiores, 
repetidas, acompanhadas de queda da cabe-
ça. O eletroencefalograma é compatível com 
hipsarritmia. No exame clínico, observa-se 
leve atraso no desenvolvimento motor e cog-
nitivo, manchas hipocrômicas em forma de 
chama de vela e no estudo de imagem nódu-
los hiperdensos subependimários. Apresenta 
antecedente de rabdomioma do coração que 
está em remissão. 
Assinale os diagnósticos e o tratamento indicado.
a) Reflexo de Moro e epilepsia mioclônica - 
fenobarbital.
b) Síndrome de West e neurofibromatose - 
vigabatrina.
c) Síndrome de West e neurofibromatose - ACTH.
d) Síndrome de West e toxoplasmose congê-
nita - ácido valproico.
e) Síndrome de West e esclerose tuberosa - 
corticosteroide.
 A síndrome de West pode ser criptogênica 
(sem causa aparente – 10 a 20%) ou secun-
dária a eventos pré-natais e perinatais, como 
encefalopatia anóxico-isquêmica com leuco-
malácia periventricular, infecções congêni-
tas, erros inatos do metabolismo, síndromes 
neurocutâneas como esclerose tuberosa, 
anormalidades estruturais e prematuridade, 
ou pós-natais, como infecções do SNC, TCE 
e encefalopatia hipóxico-isquêmica.
A principal característica da síndrome de West 
é que ela cursa com crises de espasmos mus-
culares (daí a sinonímia “espasmos infantis”), 
apresentando o clássico padrão eletroencefalo-
gráfico de “hipsarritmia”. Hipsarritmia é o termo 
que descreve um padrão cerebral marcado por 
complexos ponta-onda lentos e de alta volta-
gem, geralmente multifocais. Existe associação 
com a esclerose tuberosa (para mais informa-
ções, vide a primeira questão do texto para 
R3) e, antigamente, utilizava-se tanto o ACTH 
quanto os corticosteroides para o tratamento 
dessa síndrome. Contudo, atualmente temos 
uma droga chamada vigabatrina que melhorou 
consideravelmente o controle das crises desses 
pacientes. Resposta certa: letra E.
síndrome de Lennox- 
-Gastaut 
Idade: início geralmente entre dois e dez anos.
Crise: podem apresentar diversos tipos de 
crises (tônicas, atônicas, mioclônicas, tônico-
-clônicas, parciais complexas), associadas a 
retardo mental e distúrbio comportamental.
Etiologia: pode ser devida à encefalopatia 
anóxica prévia, ou precedida pela síndrome 
de West, ou criptogênica. 
Eletroencefalograma: complexo de ponta-
-onda de frequência lenta (até 2,5 ciclos/se-
gundo) e atividade de base caótica na vigília.
OBS.: Geralmente são refratárias ao tratamento 
antiepiléptico. Carbamazepina piora as crises.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2009
ALIANÇA SAÚDE – PUC – PR – CLÍNICA 
MÉDICA
Que afirmação está CORRETA com relação 
à síndrome de Lennox-Gastaut?
a) Crises de variados tipos, usualmente genera-
lizadas tonicoclônica, atônica, ausência atípica.
b) O eletroencefalograma mostra < 3Hz pon-
ta-onda.
c) Comprometimento das funções cognitivas 
na maioria dos casos.
d) Essa síndrome está associada com doen-
ças ou disfunção do sistema nervoso central 
devido a uma variedade de causas, incluindo 
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 99Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
anormalidades do desenvolvimento, hipóxia 
perinatal, isquemia perinatal, trauma, infecção.
e) Todas as afirmações estão corretas.
 Opção “E”.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2014 
FACULDADE DE MEDICINA DE 
CAMPOS – RJ
Pré-escolar, cinco anos, sexo masculino, desen-
volvimento neurológico adequado, vem cursan-
do com crises epilépticas generalizadas tonico-
clônicas e crises motoras focais há 5 meses. Há 
um mês passou a apresentar afasia. Ao exame 
neurológico apresenta cognitivo normal, sem 
sinais focais, ressonância magnética de crânio 
e a avaliação auditiva estão normais, EEG mos-
tra atividades epileptiformes temporais indepen-
dentes e descarga contínua durante o sono. A 
principal hipótese diagnóstica é:
a) Síndrome de Landau-Kleffner.
b) Síndrome opercular epileptiforme adquirida.
c) Síndrome de Lennox-Gastaut.
d) Epilepsia rolândica.
e) Síndrome de Panayiotopoulos. 
 Aprenda com a questão. A descrição de cri-
ses epilépticas associadas a afasia, além de 
um EEG que revela atividades epileptiformes 
temporais independentes e descarga durante 
o sono, caracterizam a chamada Síndrome de 
Landau-Kleffner. Trata-se de uma doença rara, 
de causa desconhecida, caracterizada por per-
da das capacidades da linguagem numa crian-
ça previamente normal. Um grande percentual 
dos casos (mais de 70%!) tem crises convulsi-
vas associadas. Resposta: letra A.
Diagnóstico
O primeiro passo para o diagnóstico é a rea-
lização de uma anamnese detalhada sobre a 
crise. Como começou? Como se apresentou? 
Como o paciente estava após a crise (Sono-
lento? Confuso?). Normalmente isso é conse-
guido com parentes do paciente. Não esqueça 
que existe muito simulador de crise por aí!! 
Trabalhos mostram que 30% das crises nos 
próprios epilépticos são falsas (pseudocrise)!!
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2008 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE 
JANEIRO – UFRJ
TAÍS, 31 anos, apresentou perda da consciên-
cia há algumas semanas.
Caso Clínico: Diabetes mellitus desde os 8 
anos. Há três meses apresentou glicemia 
de jejum de 150 mg/dl, hemoglobina glicada 
(método HPLC) de 8,3; proteinúria (++). Seu 
médico sugeriu intensificação das atividades 
aeróbicas e ajustou as doses de insulina para 
40U de insulina NPH humana + 5U de insuli-
na regular, antes do desjejum e 10U de NPH 
humana + 10U de insulina regular 30 minu-
tos antes do jantar. Após algumas semanas, 
os níveis de glicemia de jejum passaram a 
variar entre 70 e 90 mg/dl e a média nunca 
ultrapassou 150 mg/dl. Há três semanas, pela 
primeira vez na vida, apresentou palpitações, 
seguidas de perda da consciência. Recupe-
rou-se rapidamente e foi levada à Emergência, 
aonde chegou acordada, lúcida, sem lesões 
traumáticas e com leves abalos clônicos fa-
ciais. Foi medicada com glicose intravenosa. 
Posteriormente teve 3 episódios de náuseas, 
sudorese, palpitação e borramento da visão, 
porém semperda da consciência. Ganhou 3 kg 
nos últimos meses. Refere trabalhar muito, por 
vezes não consegue almoçar, fazendo “lan-
che” e não tem condições de se automonitorar. 
Tinha crises de hipoglicemia na infância. Nega 
tabagismo, etilismo ou uso de drogas ilícitas.
Peso: 72 kg. Sinais Vitais: Tax = 36ºC, PA= 126 
x 76 mmHg, FC = 62 bpm, FR = 15 irpm. Fun-
doscopia normal. Exame físico sem alterações.
Exames laboratoriais: Hemoglobina: 15.3 g/dl; 
leucometria: 5.500 mm3 (diferencial normal), 
ureia 20 mg/dl, creatinina 1,0 mg/dl; glicemia 
de jejum 66 mg/dl; colesterol total 160 mg/dl, 
HDL 45 mg/dl, LDL 100 mg/dl, triglicerídeos 
120 mg/dl, hemoglobina glicada 8,0%; EAS 
normal; microalbuminúria = 42 mg/24 horas; 
cortisol sérico (60 min após teste da cortrosina) 
25µg/dl. Eletrocardiograma (ECG) de repouso:
O achado do ECG:
Em relação ao diagnóstico diferencial entre 
síncope e crise epiléptica neste caso:
a) A ocorrência de abalos clônicos localizados 
confirma o diagnóstico de epilepsia.
b) É fundamental a realização do tilt-teste.
c) O nível de consciência, imediatamente após 
o episódio, caracteriza o quadro de epilepsia.
d) A recuperação rápida da consciência sugere 
o diagnóstico de síncope.
 Atenção a questões como esta. A Taís apre-
sentou um episódio de síncope e não uma cri-
se convulsiva. Esses dois diagnósticos muitas 
vezes se confundem. As convulsões possuem 
algumas características especiais como a 
desorientação pós-ictal. Lembre que a Taís 
apresentou um período de inconsciência pre-
cedido por palpitação. O retorno à consciência 
foi rápido. Pacientes com síncope apresentam 
uma transição estereotipada da consciência 
para a inconsciência com recuperação rápida 
da consciência. Além disso, a hipoglicemia 
é principal causa de perda súbita da cons-
ciência em diabéticos insulinodependentes 
(nada impede que essa paciente tivesse DM 
e epilepsia, porém temos de concordar que é 
muito mais provável que ela seja apenas uma 
portadora de DM que tenha apresentado uma 
simples síncope). Resposta D.
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 100Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
Quais são os principais exames comple-
mentares?
Eletroencefalograma (EEG)
 É um exame essencial. Mais de 90% dos epi-
lépticos têm traçado anormal quando realizado 
várias vezes, em sono e em vigília, principal-
mente com técnicas estimulativas (fototerapia, 
hiperventilação, privação do sono...).
 Tonicoclônica generalizada  carbama-
zepina, fenitoína, valproato, lamotrigina, 
topiramato
 Parcial simples ou complexa  carbama-
zepina, fenitoína, valproato, lamotrigina, 
levetiracetam
 Parcial com generalização secundária 
(incluindo epilepsia do lobo temporal)  
carbamazepina, fenitoína, valproato
 Mioclônica  valproato, lamotrigina
 Espasmos infantis  vigabatrina (na 
falta desta, ACTH e corticosteroides)
Anticonvulsivante que serve 
para quase todas as crises =
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO 
ALEGRE – RS
Criança de 7 anos, com desenvolvimento neu-
ropsicomotor normal, foi trazida à consulta por 
vir apresentando vários episódios de perda 
abrupta da consciência durante o dia. A mãe 
relatou que a criança ficava parada, com olhos 
abertos por um breve momento, e melhorava 
logo a seguir. O eletroencefalograma mostrou 
descargas generalizadas do tipo ponta-onda 
na frequência de 3 Hz. Esses episódios aca-
baram por interferir no aprendizado. Não havia 
outros sintomas. O diagnóstico de epilepsia 
foi confirmado. Que fármaco, dentre os abaixo, 
é o mais indicado para o tratamento desse tipo 
de crise?
a) Carbamazepina.
b) Ácido valproico.
c) Oxcarbazepina.
d) Fenitoína.
e) Fenobarbital.
 
 A primeira pergunta que você deve respon-
der é a seguinte: Como caracterizar as crises 
apresentadas por essa escolar? O que esse 
escolar apresenta são crises de ausência. O 
quadro costuma ter início entre 5 e 8 anos e 
pode permanecer muito tempo sem ser diag-
nosticado. As crises duram alguns segundos 
e caracterizam-se por desvio do olhar, mas 
sem os automatismos que são encontrados 
nas crises parciais complexas. Não há ocor-
rência de período pós ictal e o paciente retoma 
suas atividades logo após o término da crise, 
exatamente como no caso descrito. Esses 
episódios podem ser deflagrados por hiper-
ventilação (durante 3-5 minutos) e a avaliação 
eletroencefalográfica pode revelar complexos 
ponta-onda lentas de 3 ciclos/segundo. O tra-
tamento pode ser feito com ácido valproico ou 
etossuximida. Resposta: letra B.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2013
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE MATO 
GROSSO DO SUL
Paciente de 15 anos, sexo masculino veio ao 
PS por ter apresentado o 4° episódio de crise 
Valproato
EEG mostrando ondas epileptiformes em 
todos os canais. 
Videoeletroencefalograma
 A realização do EEG é feita com registro de 
imagem 24 horas por dia (pode chegar a 
vários dias consecutivos). Permite a visua-
lização da crise junto com a alteração do 
traçado elétrico.
Tomografia Computadorizada 
 Consegue diagnosticar lesão associada à 
crise epiléptica em 30% dos casos. Permite 
a visualização de malformações arterioveno-
sas, calcificações cerebrais, tumores. 
Ressonância Magnética
 Consegue diagnosticar lesões mais sutis 
que a tomografia.
Tratamento
Objetivos:
 Controlar as manifestações.
 Evitar efeitos colaterais das medicações.
 Restaurar qualidade de vida do paciente.
Princípios básicos
 Preferência monoterapia.
 Iniciar com dose baixa e aumentar gra-
dativamente.
 Nunca retirar a droga de modo súbito.
Para que serve o tratamento medicamen-
toso?
Ele é sintomático, impede novas crises.
Qual droga escolher (primeira linha)?
 Ausências  etossuximida ou valproato
 Ausências + tonicoclônica generalizada 
 valproato
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 101Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
caracterizada pelos pais como tonicoclônica 
generalizada. Paciente refere não ter pressen-
tido, porém já há 3 meses vem apresentando 
episódios de choque nos MMSS que o faz 
derrubar objetos das mãos, mais pela manhã, 
principalmente quando vai dormir tarde. O 
diagnóstico e o melhor tratamento são:
a) Epilepsia focal idiopática e carbamazepina.
b) Epilepsia focal idiopática e fenitoína.
c) Epilepsia focal sintomática e fenitoína.
d) Epilepsia mioclônica juvenil e acido valproico.
e) Epilepsia generalizada idiopática e fenitoína.
 O quadro descrito é característico da epilep-
sia mioclônica juvenil, uma das epilepsias ge-
neralizadas idiopáticas mais frequentes. Tipi-
camente o paciente é um adolescente com 
abalos mioclônicos que predominam nos mem-
bros superiores (principalmente ao despertar), 
crises de ausência e/ou crises tônico-clônicas 
generalizada. A consciência costuma estar 
preservada durante os abalos mioclônicos. A 
privação do sono piora o quadro convulsivo e, 
por vezes, ajuda no diagnóstico, desencadean-
do as ondas características no EEG, que é o 
teste de confirmação mais sensível e mostra 
descargas em ponta, poliponta ou ponta/poli-
ponta, no EEG de rotina em vigília, durante o 
sono e/ou durante o acordar. Outros fatores 
precipitantes são a luz (fotossensibilidade) e a 
ingestão alcoólica. O tratamento é com anticon-
vulsivantes de amplo espectro como o ácido 
valproico e a lamotrigina, sendo opções o topi-
ramato, o levetiracetam ou o clonazepam. A 
resposta aos fármacos é muito boa. O prog-
nóstico é considerado benigno.
 
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2013
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO 
VANDERLEI – PB
É droga anticonvulsivante indicada para o 
tratamento dos espasmos infantis:
a) Vigabatrina.
b) Fenitoína.
c) Primidona.
d) Carbamazepina.
e) Fenobarbital.
 
 De acordo com a mais recente classificação 
de epilepsias e síndromes epilépticas da liga 
internacional contra a epilepsia, espasmos in-
fantis (EI) são convulsõestípicas da infância, 
caracterizadas por contrações bruscas e simul-
tâneas de vários grupos musculares, mais 
frequentemente em flexão, rápidas e repetidas, 
que geralmente se associam a diferentes graus 
de retardo do desenvolvimento neuropsicomo-
tor (DNPM) e, quando também associadas a 
um padrão típico de eletrencefalograma (EEG) 
chamado hipsarritmia, configuram a entidade 
clínica denominada síndrome de West. 
A vigabatrina tem sido citada na literatura 
como droga de excelência para os EI. Seu 
mecanismo de ação é o aumento do GABA 
(ácido gama-aminobutírico), um neurotrans-
missor inibitório e vem sendo usado por alguns 
serviços já em detrimento ao ACTH, classica-
mente utilizado. Portanto, resposta, letra A.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – 
UFPR
Menino com 6 anos de idade apresenta há 
3 semanas crises de “desligamento” com 
duração de segundos. Essas crises ocorrem 
durante hiperventilação. O eletroencefalogra-
ma mostrou atividade generalizada do tipo 
3 ciclos/segundo de ponta/onda. Assinale o 
tratamento medicamentoso indicado para o 
tratamento desse quadro clínico:
a) Carbamazepina ou ácido valproico.
b) Carbamazepina ou oxcarbazepina.
c) Fenobarbital ou ácido valproico.
d) Ácido valproico ou etosuccimida.
e) Topiramato ou ácido valproico.
 Caso típico de pequeno mal epiléptico, 
incluindo associação com hiperventilação e 
EEG característico. Drogas de escolha? Etos-
suximida e ácido valproico. Resposta letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE 
DO NORTE – UFRN
Homem, 30 anos, apresentou episódio úni-
co de crise tonicoclônica generalizada com 
duração de 5 minutos, enquanto assistia à 
televisão. Exame neurológico normal. Rea-
lizou Ressonância Magnética de Encéfalo e 
Eletroencefalograma os quais foram normais. 
Nega antecedente de convulsão febril, TCE ou 
neuroinfecção. A conduta recomendada para 
esse paciente é:
a) Iniciar fenobarbital e realizar acompanha-
mento clínico.
b) Iniciar ácido valproico e realizar EEG a cada 
seis meses por dois anos.
c) Não iniciar tratamento para epilepsia e rea-
lizar EEG a cada dois meses.
d) Não iniciar tratamento para epilepsia e man-
ter observação ambulatorial.
 Neste caso, temos um relato de convulsão 
isolada com EEG e RM normais. Esses exa-
mes são 100% sensíveis para o diagnóstico 
de epilepsia? Na verdade não. Mais de 90% 
dos epilépticos têm traçado anormal quando 
realizado várias vezes, em sono e em vigília, 
principalmente com técnicas estimulativas (fo-
toterapia, hiperventilação, privação do sono...). 
Observe que este paciente fez apenas um 
EEG, sem relato de técnica estimulativa. Isso 
não nos dá o direito de simplesmente excluir 
o diagnóstico de epilepsia, mas muito menos 
de iniciar um tratamento. Baseado em que 
faríamos isso? Qual é a conduta de “senso 
comum”, então? Não iniciar tratamento por 
enquanto, mantendo o paciente sob observa-
ção. Resposta letra D.
Aprenda com as questões!
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2009
CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS 
ÓRGÃOS – UNIFESO 
Um menino de 7 anos de idade é acompa-
nhado ao ambulatório de neuropediatra por 
apresentar epilepsia e faz uso rotineiro de 
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 102Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
ácido valproico (Depakene). Assinale a ma-
nifestação clínico laboratorial que pode ser 
encontrada neste paciente, causada pelo an-
ticonvulsivante em questão:
a) Plaquetopenia. 
b) Leucocitose. 
c) Hiperglicemia. 
d) Hiperpotassemia.
e) Hipocalcemia.
 Dentre os possíveis efeitos adversos asso-
ciados ao uso do ácido valproico destacamos: 
ganho ponderal, tremor, acne, alopécia, náu-
seas e vômitos, pancreatite, trombocitopenia, 
disfunção plaquetária, hepatotoxicidade, rash 
(risco de síndrome de Stevens-Johnson, espe-
cialmente em associação com a lamotrigina) e, 
em mulheres, hipermenorreia e irregularidade 
menstrual. Opção “A” correta.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DO 
CEARÁ – UFC
Você prescreveu fenitoína para uma criança 
com epilepsia. Dentre os efeitos colaterais, 
qual o mais frequente?
a) Síndrome hemoagocítica. 
b) Fenômeno de Raynaud. 
c) Insuficiência Hepática aguda.
d) Hiperplasia gengival.
e) Atrofia óptica.
 Os principais efeitos adversos associados 
ao uso da fenitoína são: hiperplasia gengival, 
hirsutismo, dermatite, discrasia sanguínea, 
ataxia, síndrome lúpus-like, síndrome de Ste-
vens-Johnsons, linfadenopatia, hepatotoxida-
de e nistagmo. A hiperplasia gengival é bas-
tante frequente em indivíduos menores de 23 
anos que fazem uso crônico de difenil-hidan-
toína, principalmente se a dose diária for maior 
que 500 mg. Parece ter relação com distúrbio 
na síntese do colágeno e normalmente ocorre 
nos primeiros 6 meses de tratamento. Tal efei-
to colateral suplanta a insuficiência hepática 
aguda como o mais comumente relacionado 
ao uso de fenitoína, ficando essa última mais 
restrita a portadores de doença hepática de 
base. Atenção ao diagnóstico diferencial com 
a hiperplasia gengival da LMA! Resposta D.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2012
FACULDADE DE MEDICINA DO ABC
Qual das afirmações é falsa em relação à epi-
lepsia e à gravidez?
a) Drogas antiepiléticas aumentam o risco de 
malformações fetais.
b) O maior risco de malformações fetais ocor-
re pela exposição a drogas antiepilépticas no 
primeiro trimestre da gravidez.
c) Suplementação com folato previamente e 
durante a gestação diminui a incidência de 
malformações fetais.
d) É recomendada a troca da medicação an-
tiepiléptica no início da gestação, se a droga 
em uso for vigabatrina ou ácido valproico.
 Em pacientes epilépticas que pretendem 
engravidar, a conduta mais aceita é a seguin-
te: (1) deve-se reavaliar a necessidade de 
manter as drogas anticonvulsivantes; (2) caso 
essas drogas sejam necessárias, deve-se 
tentar utilizar a menor dose possível (e se 
possível, deve-se evitar a combinação de dro-
gas), monitorando-se o nível sérico; (3) NÃO 
TROCAR A DROGA ESPECÍFICA, EXCETO 
SE FOR O ÁCIDO VALPROICO... 
Ainda não conhecemos por completo a segu-
rança gestacional de todas as drogas antiepilép-
ticas. Registros de epilepsia na gravidez têm 
coletado dados importantes, mas, principalmen-
te em relação às drogas mais novas (como a 
vigabatrina), ainda não temos dados consisten-
tes. No entanto, como dissemos, no caso do 
ácido valproico o risco de teratogenicidade já foi 
muito bem estabelecido, e parece que esta dro-
ga é mais prejudicial do que os demais anticon-
vulsivantes! Assim, especificamente no caso do 
ácido valproico (mas não com a vigabatrina) 
devemos trocar a medicação - se possível - an-
tes de uma gravidez planejada!!! Outras medidas 
devem ser lembradas, como a suplementação 
pré-concepcional de ácido fólico, que compro-
vadamente reduz a incidência de malformações 
congênitas. Resposta letra D.
Observe o esquema abaixo:
OBS.: No Brasil, a medicação mais usada no controle inicial do status é o diazepam 
venoso devido à indisponibilidade de lorazepam IV.
Glicose 50% + tiamina
Lorazepam 0,1 mg/kg IV a 2 mg/min
Repetir uma vez se necessário em 8-10min
Opção diazepam 10 mg IV em 2min
Repetir uma vez se necessário em 3-5min 
Fenobarbital 20 mg/kg 
IV a 50-70 mg/min
Fenitoína (20 mg/kg IV a 50 mg/min)
Opção: fosfenitoína 20 mg/kg IV a 
150 mg/min
Fenitoína (5-10 mg/kg)
Opção: fosfenitoína 5-10 mg/kg 
(ou dias doses de 5 mg/kg)
Fenobarbital 5-10 mg/kg
Anestesia com midazolam, 
propofol ou pentobarbital
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 103Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
E o tratamento do status epilepticus?
Existem várias abordagens na literatura.
Antes de qualquer coisa, devemos excluir 
a possibilidade de causas potencialmente 
tratáveis gerando a convulsão, como hipo-
glicemia. Para isso, é recomendada a admi-
nistração de glicose a 50% após tiamina IV 
(exceto emcasos onde os níveis glicêmicos 
são conhecidos e estejam normais). Em 
seguida, deve-se administrar lorazepam IV 
(no Brasil usamos o diazepam IV, pois não 
existe o lorazepam venoso). Caso não seja 
possível obter acesso venoso, uma opção é 
a administração retal. Se convulsões conti-
nuarem, pode-se repetir a dose.
A partir daí, caso as convulsões persistam é 
necessário adicionar drogas. A primeira a ser 
adicionada é a fenitoína. Se o status não for 
controlado deve-se tentar fenobarbital. 
 
O último passo é proceder à intubação orotra-
queal e anestesiar o paciente com midazolam, 
propofol ou pentobarbital.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE – 
DISTRITO FEDERAL – DF
Julgue o seguinte item, relativo à epilepsia. 
Classifica-se o mal epiléptico em estágios 
de acordo com o tempo referente à atuação 
dos mecanismos de homeostasia cerebral. 
No estágio I, a convulsão apresenta duração 
menor que trinta minutos. Todavia, caso não 
haja controle nesse intervalo de tempo, o es-
tágio II se instala e, após este, ocorre o mal 
epiléptico refratário.
a) CERTO.
b) ERRADO.
 
 O estado de mal epiléptico é caracterizado 
pela presença de crise epiléptica com mais de 
30 minutos de duração ou de crises epilépticas 
repetidas sem que haja recuperação da cons-
ciência entre elas. É uma situação que exige 
tratamento imediato e de ocorrência mais 
frequente na infância do que na idade adulta.
A duração de 30 minutos que define o estado 
de mal epiléptico está relacionada ao tempo 
no qual os mecanismos de homeostasia ce-
rebral são capazes de atender ao aumento 
da demanda metabólica produzida pela crise 
prolongada, o que corresponde ao estágio I, 
também chamado de fase compensada. À 
medida que a crise continua, inicia-se a fase 
de descompensação ou estágio II. Nesse 
período, ocorre falha da auto-regulação ce-
rebral e surgem complicações tanto cerebrais 
quanto sistêmicas. Quando, a despeito do 
tratamento instituído, persiste a atividade 
convulsiva, instala-se o estado de mal epi-
léptico refratário, cuja mortalidade é cerca de 
40% nos pacientes adultos.
A afirmativa está CORRETA!
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016 
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE 
LOPES – UFRN – RN
Quando uma criança chega ao Pronto Socor-
ro em estado de mal epiléptico convulsivo, a 
conduta inicial a ser adotada é:
a) Internar imediatamente a criança na Unidade 
de Terapia Intensiva sem qualquer intervenção 
e sem infusão de fármaco anticonvulsivante, 
como diazepan.
b) Realizar breve história clínica, com concomi-
tante punção venosa para coleta de sangue e 
infusão de fármaco anticonvulsivante como o 
diazepan, e desobstruir as vias áreas superiores.
c) Verificar a febre antes de qualquer outra 
conduta e, em seguida, realizar a história clí-
nica do paciente.
d) Realizar uma infusão imediata de fenobar-
bital e encaminhar a criança para a Unidade 
de Terapia Intensiva.
 O estado de mal epiléptico é uma emergên-
cia médica com possibilidade de complicações 
significativas e risco de morte. É importante que 
essa situação seja rapidamente reconhecida e 
que se tenham condutas bem estabelecidas. O 
tratamento deve ser iniciado de imediato, pois 
as crises epilépticas de duração prolongada 
estão associadas a um maior número de com-
plicações e risco de dano neurológico perma-
nente. Desta forma, o tratamento inicial inclui: 
- Assegurar ventilação e oxigenação adequada; 
- Assegurar acesso venoso (para infusão de 
medicação e coleta de sangue); 
- Iniciar tratamento medicamentoso; 
- Iniciar investigação diagnóstica após o con-
trole das crises epilépticas; 
Logo, a resposta que contempla todas as 
condutas a serem tomadas é a alternativa B!
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2008 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO 
PARANÁ – UFPR
Um menino de 5 anos de idade é atendido 
com perda de consciência acompanhada de 
movimentos tonicoclônicos generalizados que 
persistem há 35 minutos. Assinale a alternativa 
que apresenta a conduta medicamentosa mais 
adequada para o caso.
a) Diazepam intrarretal na dosagem de 0,5 
mg/kg/dose.
b) Hidantoínato intramuscular na dose de 5 
mg/kg.
c) Fenobarbital 100 mg via sonda nasogástrica 
ou intrarretal.
d) Midazolam intramuscular na dose de 2,0 
mg/kg.
e) Diazepam endovenoso na dosagem de 2 
mg/kg.
 Pegadinha. Veja bem. Você vai atender 
uma criança de 5 anos com movimentos toni-
coclônicos generalizados. Será fácil obter um 
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 104Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
acesso venoso e iniciar diazepam na dose de 
0,1 a 0,3 mg/kg? Com certeza não. Apesar de 
a via IV ser a recomendada para o tratamento 
agudo do status, podemos nas crianças iniciar 
o tratamento com diazepam retal. Caso o local 
de atendimento não disponha de diazepam 
gel pode-se dissolver a ampola em soro fi-
siológico e administrar com uma seringa pelo 
reto. Níveis terapêuticos são obtidos em 5 a 
10 minutos. Opção “A” correta.
CRIse FebRIL
Introdução e epidemiologia
Imagine você como um pai de “primeira via-
gem”. Seu filho de apenas 1 ano de idade 
apresenta prostração e febre. Provavelmente 
ele tem uma virose simples e ficará bom em 
alguns dias. Mas, de repente, ele começa a 
apresentar um episódio convulsivo. Pânico 
é pouco para descrever o que a maior parte 
dos pais sente neste momento. No imaginário 
popular, as convulsões estão associadas a 
doenças graves e estigmatizantes. 
Calma! As convulsões febris são tão benignas 
quanto assustadoras. E é esta aparente con-
tradição que torna o tema tão interessante e o 
faz ser um dos mais frequentes nas questões 
de provas.
Veja a dimensão deste achado: 
É o tipo de convulsão mais frequente na in-
fância.
Considerando as crianças menores de 5 anos, 
entre 2 a 5% apresentarão esta alteração.
Mas atenção: A alta frequência e benignida-
de não são motivos para você desprezar as 
convulsões associadas à febre:
Febre + Convulsão são manifestações 
comuns em meningites e sepse.
Por isso é imprescindível descartar 
essas duas condições!
 
Quem são as crianças que sofrem convul-
sões febris?
Segundo o Nelson (referência na maior parte 
das provas do país):
Crianças dos 6 meses aos 5 anos
Entenda um ponto importante! Fora desta fai-
xa etária, este evento se torna raro, mas não 
impossível. Além disso, existem referências 
que trazem outras faixas etárias como mais 
comuns, como de 3 meses a 5 anos e de 9 
meses a 5 anos. Portanto, fique atento!
 Fisiopatologia / 
 Quadro Clínico
Não se sabe ao certo, mas parece que fato-
res genéticos estão envolvidos. As convul-
sões febris são mais frequentes em crianças 
com histórico familiar em parentes de pri-
meiro grau. A deficiência de ferro parece ser 
outro fator de risco. 
Vamos descrever um episódio 
clássico de convulsão febril:
 Uma criança de um ano e meio apresenta um 
episódio de febre cuja temperatura aumenta 
rapidamente e passa os 39ºC. Subitamente 
um episódio de convulsão tonicoclônica se 
inicia e dura apenas poucos minutos. A criança 
entra então num período pós-ictal marcado 
por sonolência ou torpor. Após este período a 
criança melhora e persiste apenas a prostração 
associada à febre.
Mas atenção, crises atípicas podem ocorrer. 
Quem são elas?
Veja as características clássicas:
 Criança entre 6 meses e 5 anos.
 Febre alta e/ou que aumenta rapidamente.
 Duração menor que 10 minutos.
 Convulsão generalizada, principalmente to-
nicoclônica ou apenas clônica.
 Período pós-ictal marcado por alteração do 
nível de consciência.
Crises atípicas:
 Duram mais de 15 minutos
	Crises do tipo focal
	Ocorrem repetidamente
	Permanecem deficits neurológicos focais 
no período pós-ictal
Você tem que estar preparado para respon-
der duas perguntas que todos os pais vão 
querer saber e principalmente as bancas 
de provas:
1- Isso vai acontecer denovo quando a 
criança apresentar novo episódio febril?
 • Em 30-50% das crianças as convulsões 
febris se repetem. As crianças com maior 
risco de recidiva são aquelas com menos 
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 105Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
de 1 ano e as que apresentam convulsões 
com febre relativamente baixa (38-39ºC) 
e de curta duração (< 24 horas).
2- Esta criança possui maior risco de desen-
volver epilepsia primária no futuro?
 • Não, exceto se houver algum sinal de 
alarme. Crianças que não apresentam 
os fatores de risco listados a seguir têm 
incidência de epilepsia primária no futuro 
de apenas 1%. Já as que apresentam al-
terações no desenvolvimento neurológico 
chegam a 33%, por exemplo.
Sinais de alarme para o desenvolvimento 
futuro de epilepsia:
 Anormalidades do desenvolvimento neu-
rológico.
 Crise focal complexa.
 História familiar de epilepsia.
 Febre com duração < 1 hora antes da 
convulsão febril.
 Manifestação atípica do episódio convul-
sivo (vide quadro anterior).
 Convulsões febris recorrentes.
Além disso, já foi comprovado que as crian-
ças que apresentam convulsões febris não 
têm risco aumentado de alterações de com-
portamento, deficit de atenção ou distúrbio 
cognitivo, a não ser que desenvolvam epi-
lepsia posteriormente.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico. Só solicitaremos algum 
exame complementar em casos selecionados, 
em que suspeitarmos de algo mais grave que 
uma simples convulsão febril. Veja:
 Punção Lombar: O Nelson é claro: “Se 
houver alguma dúvida sobre a possibilidade 
de meningite, uma punção lombar deve ser 
feita”. a punção é fortemente recomen-
dada nos menores de 1 ano que se apre-
sentam com convulsão febril e deve ser 
considerada (não é obrigatória) entre os 
12 e 18 meses. Isso mesmo se a criança 
tiver outro foco infeccioso conhecido (ex.: 
otite média), pois isso não exclui a presença 
concomitante de meningite! Devemos res-
saltar que quanto menor a criança, menos 
provável é o encontro dos sinais clássicos 
de irritação meníngea. Acima de 18 meses, 
a punção lombar está recomendada ape-
nas se o quadro clínico sugerir meningite. 
Nos casos de convulsão febril, a análise do 
liquor será normal.
 Eletroencefalograma: Não prediz o risco de 
recorrência das convulsões febris, estando 
reservado apenas para os casos em que se 
suspeite de epilepsia (ex.: crises atípicas). 
Mesmo as convulsões febris benignas podem 
alterar o EEG pelo período de até 2 sema-
nas (padrão de lentificação posterior), razão 
pela qual o exame, quando indicado, deve 
ser postergado por este período. Outra indi-
cação seria nas crianças que demoram a se 
recuperar, para diferenciar entre status não 
convulsivante e período pós-ictal prolongado.
 Exames de neuroimagem (TC, RM): A 
princípio não estão recomendados. Devem 
ser considerados em caso de crises atí-
picas, particularmente se a crianças tiver 
outras alterações neurológicas.
 Exames laboratoriais (como dosagem de 
eletrólitos): Só devem ser feitos se houver 
suspeita pela anamnese e exame físico 
de um outro diagnóstico. Vômitos, diarreia 
e desidratação são boas indicações para 
avaliação da bioquímica sérica. 
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR – 
HPM – MG
As convulsões febris constituem uma das ma-
nifestações neuropediátricas mais frequentes. 
Marque a alternativa CORRETA.
a) O diagnóstico é clínico e nem sempre fácil 
de ser definido inicialmente.
b) Apresenta alta morbidade e baixa mortali-
dade.
c) Ocorre com mais frequência no período 
neonatal.
d) O EEG na crise febril tem grande valor 
prognóstico. 
 A opção correta é a letra A, visto que a convul-
são febril é a desordem convulsiva mais comum 
da infância. Contudo, apesar de frequente, pode 
ser de difícil diagnóstico em alguns casos, já que 
podemos, por exemplo, observar convulsões em 
infecções do SNC. Em suspeita de meningites 
ou meningoencefalites, a obtenção de liquor 
para análise é fundamental para elucidar o qua-
dro. Assim, a alta frequência e a benignidade 
não podem ser motivos para se desprezar as 
convulsões associadas à febre; as demais são 
incorretas pelo que acabamos de estudar.
Tratamento 
A primeira medida a ser tomada é acalmar os 
pais e explicar sobre a benignidade do ocorrido.
Em seguida, aplicar tratamento (se houver) 
para a causa da febre (ex.: antibioticoterapia). 
Os antitérmicos podem ser administrados, 
mas há dúvidas de que reduzam o risco de 
recorrência das convulsões febris.
Se a crise durar mais de 5 minutos, o Nelson 
recomenda tratamento com benzodiazepínico 
(ex.: diazepam retal).
No caso de status epilepticus febril, estão 
indicados benzodiazepínicos ou outros an-
ticonvulsivantes, como a fenitoína, via intra-
venosa. No tratamento do status epilepticus 
febril na infância não está preconizado nem 
tiamina e nem glicose 50% (a não ser que 
exista hipoglicemia).
ClíniCa MédiCa - VoluMe 15 106Medgrupo - CiClo 2: M.E.D
Nos casos de ansiedade extrema dos pais, 
o Nelson recomenda profilaxia, para prevenir 
convulsões recorrentes: diazepam oral na dose 
de 0,33 mg/kg 8/8h durante os episódios febris. 
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO 
ERNESTO – RJ
Menino de dez meses, previamente hígido, foi 
levado ao pronto-atendimento pelos pais com 
quadro de febre de até 39°C, otalgia e vômitos 
(três episódios) há 36 horas. No dia anterior, 
em vigência de febre, teve crise convulsiva, 
tônico-clônica generalizada, que durou três mi-
nutos. Tem alternado períodos de irritabilidade 
e sonolência, com dificuldade em se alimentar. 
A história vacinal é completa para idade e o 
pai relata que há história de convulsão febril 
na família. Ao exame físico, a criança está 
sonolenta, com estado geral comprometido, 
Tax = 37ºC, FR = 48 ipm, FC = 140 bpm, sem 
demais anormalidades ao exame físico. Dian-
te desse quadro: Aponte dois dados contra e 
dois que sugerem convulsão febril. Contra: 
sonolência, comprometimento do estado geral, 
irritabilidade; A favor: idade, história familiar de 
convulsão febril, curta duração da convulsão 
(menos de 15 minutos).
 As crises febris são crises que ocorrem em 
crianças entre 6 e 60 meses com temperatura 
maior ou igual a 38ºC, que não são o resul-
tado de infecções no sistema nervoso central 
ou distúrbios metabólicos e que ocorrem na 
ausência do relato de crises afebris anterior-
mente. As crises febris simples, que são as 
mais comuns, costumam ser tônico-clônicas, 
duram menos do que 15 minutos e não recor-
rem em um período de 24 horas. Esta con-
dição parece ter um importante componente 
genético, posto que é comum a existência de 
história familiar positiva em um grande número 
de casos. A maioria das crianças com crises 
febris apresentam um período pós-ictal bem 
curto e retornam ao seu nível basal de com-
portamento e consciência em alguns minutos. 
Assim, vendo o relato trazido, a descrição da 
sonolência e da irritabilidade nos preocupa: a 
irritabilidade pode ser uma das manifestações 
de uma infecção do sistema nervoso central 
(lembre-se de que os sinais clássicos de irrita-
ção meníngea não são habitualmente notados 
no exame do lactente pequeno com meningi-
te). Porém, temos dados que corroboram esta 
suspeita, como a história familiar e a idade da 
criança e, também, a curta duração da crise.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE 
SERGIPE – SE
As crises convulsivas febris correspondem a 
um dos problemas neurológicos mais frequen-
temente observados na população pediátrica, 
sendo que de 2 a 5% das crianças neurologi-
camente saudáveis apresentarão pelo menos 
um episódio durante a infância. Qual das al-
ternativas abaixo constitui uma afirmativa 
verdadeira sobre tal entidade nosológica?
a) A faixa mais suscetível encontra-se entre o 
segundo mês de vida

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