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MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear Unidade 6 - Dependeˆncia e independeˆncia linear A. Hefez e C. S. Fernandez Resumo elaborado por Paulo Sousa PROFMAT - SBM 10 de agosto de 2013 Dependeˆncia e independeˆncia linear Vimos na sec¸a˜o anterior, que um conjunto finito de vetores S gera um dado espac¸o vetorial V se cada vetor em V pode ser escrito como uma combinac¸a˜o linear dos vetores de S . Em geral, pode haver mais de uma maneira de expressar um vetor em V como uma combinac¸a˜o linear de vetores de um conjunto gerador. Veja exemplo a seguir: Exemplo: Considere os conjuntos S1 = {(1, 1), (1,−1)} e S2 = {(1, 2), (2, 1), (1,−1)}. Dado (x , y) ∈ R2, temos que I (x , y) = x+y2 (1, 1) + x−y 2 (1,−1); I (x , y) = 2y−x3 (1, 2) + 2x−y 3 (2, 1) + 0 · (1,−1); I (x , y) = x+y3 (1, 2) + 0 · (2, 1) + 2x−y3 (1,−1). Portanto, R2 = G (S1) = G (S2). Ale´m disso, existem formas dis- tintas de escrevermos os vetores de R2 como combinac¸a˜o linear dos elementos de S2. Este fato na˜o ocorre com o conjunto S1. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 2/6 Dependeˆncia e independeˆncia linear A seguir, estudaremos condic¸o˜es sob as quais cada vetor de um espac¸o vetorial V pode ser escrito de uma u´nica maneira como combinac¸a˜o linear dos elementos de um conjunto gerador. Na pro´xima unidade veremos que conjuntos geradores com esta propriedade desempenham um papel fundamental no estudo dos espac¸os vetoriais. Definic¸a˜o: Sejam v1, . . . , vr vetores em um espac¸o vetorial V . Dize- mos que os vetores v1, . . . , vr sa˜o linearmente independentes, ou LI, se a equac¸a˜o a1v1 + · · ·+ arvr = 0 e´ satisfeita somente quando a1 = · · · = ar = 0. Caso exista algum ai 6= 0, dizemos que os vetores v1, . . . , vr sa˜o linearmente dependen- tes, ou LD. O termo “linearmente dependente” sugere que os vetores de alguma maneira dependem uns dos outros. O pro´ximo resultado mostra que isto realmente ocorre. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 3/6 Dependeˆncia e independeˆncia linear Teorema: Um conjunto finito S com dois ou mais vetores de um espac¸o vetorial V e´ LD se, e somente se, pelo menos um dos vetores de S pode ser escrito como uma combinac¸a˜o linear dos outros vetores. Dem.: Seja S = {v1, . . . , vr } um subconjunto de um espac¸o V . Se S e´ LD, enta˜o existem nu´meros reais a1, . . . , ar na˜o todos nulos, tais que a1v1 + · · ·+ arvr = 0. Suponhamos que a1 6= 0, enta˜o v1 = − a2 a1 v2 · · ·− ar a1 vr mostrando que v1 e´ uma combinac¸a˜o linear dos demais vetores de S . Reciprocamente, se v1 e´ combinac¸a˜o linear dos outros vetores de S existem b2, . . . , br tais que v1 = b2v2 · · ·+ brvr . Logo, 1 · v1 − b2v2 · · ·− brvr = 0 mostrando que os vetores v1, . . . , vr sa˜o LD. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 4/6 Dependeˆncia e independeˆncia linear Exemplo: Determinemos para quais valores reais de a os vetores (a,−1,−1), (−1, a,−1) e (−1,−1, a) formam um conjunto linear- mente dependente em R3. Para tanto, devemos garantir a existeˆncia de constantes x , y , z na˜o todas nulas tais que x(−1,−1, a) + y(−1, a,−1) + z(a,−1,−1) = (0, 0, 0). Existe soluc¸a˜o na˜o trivial para a equac¸a˜o se, so´ se, o sistema ho- mogeˆneo abaixo tem soluc¸a˜o diferente da soluc¸a˜o (0, 0, 0): −x − y + az = 0 −x + ay − z = 0 ax − y − z = 0 . Aplicando o me´todo do escalonamento, conclu´ımos que o sistema e´ poss´ıvel e indeterminado quando a = −1 ou a = 2. A soluc¸a˜o deste problema motiva o pro´ximo resultado, que nos oferece um me´todo para verificar se n vetores de Rn LI ou LD. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 5/6 Dependeˆncia e independeˆncia linear Proposic¸a˜o: Sejam v1, . . . , vn vetores em Rn, onde para cada i com 1 6 i 6 n, temos vi = (ai1, . . . , ain). Seja A = (aij). Temos que {v1, . . . , vn} e´ LI se, e somente se, A e´ invert´ıvel. O pro´ximo resultado reponde ao mesmo questionamente para o caso que tenhamos n + 1 vetores em Rn. Proposic¸a˜o: Sejam v1, . . . , vr vetores em Rn. Se r > n, enta˜o os vetores v1, . . . , vr sa˜o linearmente dependentes. Ide´ia da Dem.: Obter uma combinac¸a˜o linear dois vetores v1, . . . , vr resultando no vetor nulo, e´ equivalemte a encontrar soluc¸o˜es para um sistema linear homogeˆneo com r -inco´gnitas e n-equac¸o˜es. E´ sabido que, um sistema linear cuja quantidade de inco´gnitas e´ maior que a quantidade de equac¸o˜es e´ poss´ıvel e indeterminado. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 6/6
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