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DEFESA DO RÉU - Contestação

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DA DEFESA DO RÉU 
 
Importante entender qual o papel da ação judicial – atuação do Poder Judiciário no 
Estado Democrático de Direito, que é a busca da pacificação social através da solução 
dos litígios insurgentes entre os cidadãos. 
 
Contudo, não pode o juiz decidir apenas com amparo nos argumentos apresentados pelo 
Autor. Necessita dar oportunidade ao Réu de apresentar seus argumentos, sua defesa. 
Assim o é em virtude das garantias constitucionais da AMPLA DEFESA e do 
CONTRADITÓRIO. Vejamos: 
 
- contraditório: necessidade de ouvir a parte acionada; 
- ampla defesa: assegurar a acionada o acesso a todos os meios possíveis na atuação em 
juízo; 
 
Contudo, diferentemente quando do ajuizamento da ação, que o Autor somente pode 
lançar mão da petição inicial, de modo diverso, na defesa do réu, este pode utilizar de 
mais de um modo de defesa, de mais de uma peça. Vejamos o disposto no art. 213 do 
CPC: 
 
Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o 
interessado a fim de se defender. 
(Grifamos) 
 
 
 
CAPÍTULO II 
DA RESPOSTA DO RÉU 
Seção I 
Das Disposições Gerais 
 
Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, 
em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, 
exceção e reconvenção. 
(Grifamos) 
 
Art. 299. A contestação e a reconvenção serão oferecidas 
simultaneamente, em peças autônomas; a exceção será 
processada em apenso aos autos principais. 
 
 
Seção II 
Da Contestação 
 
Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria 
de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que 
impugna o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir. 
 
 
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta; 
III - inépcia da petição inicial; 
IV - perempção; 
V - litispendência; 
Vl - coisa julgada; 
VII - conexão; 
Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de 
autorização; 
IX - convenção de arbitragem; 
X - carência de ação; 
Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como 
preliminar. 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se 
reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, 
a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3o Há litispendência, quando se repete ação, que está em 
curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi 
decidida por sentença, de que não caiba recurso. 
§ 4o Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de 
ofício da matéria enumerada neste artigo. 
 
 
Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre 
os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os 
fatos não impugnados, salvo: 
I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento 
público que a lei considerar da substância do ato; 
III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em 
seu conjunto. 
Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação 
especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao 
curador especial e ao órgão do Ministério Público. 
 
 
Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas 
alegações quando: 
I - relativas a direito superveniente; 
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em 
qualquer tempo e juízo. 
 
 
Assim, podemos observar que a defesa do Réu é composta por mais de uma opção: 
- contestação; 
- exceção de incompetência relativa; 
- reconvenção. 
 
 
I. Contestação 
 
É o mais importante meio de defesa do réu. Na contestação o réu apresentará 
exatamente as objeções ao pedido formulado na inicial. Caso pretenda requerer algo em 
seu favor, poderá fazê-lo por meio da reconvenção ou pedido contraposto que 
analisaremos posteriormente. 
 
Importante frisar a necessidade do promovido impugnar especificamente todos os 
pontos aduzidos na inicial (ônus da impugnação específica), se assim não proceder, os 
fatos aduzidos na inicial poderão e deverão ser tido como verdadeiros. 
 
A contestação não poderá ser complementada ou emendada a posteriori (preclusão da 
possibilidade de trazer novos argumentos de defesa). Assim, mesmo que aparentemente 
contraditórios, o advogado do réu deve apresentar todas as matérias de defesa. 
Ex.: defende a inexistência do dano moral; mas caso o juiz entenda a sua existência, que 
não o faço de modo a causar o enriquecimento sem causa do requerente. 
(Assim, na eventualidade de V. Exa. não acolher a alegação de prescrição, o que se 
admite apenas para argumentar, então se requer o reconhecimento do pagamento). 
 
O Réu poderá pleitear tanto a improcedência do pedido, como também a extinção do 
processo sem resolução do mérito, conforme o argumento da defesa. 
 
Importante observar que a ausência de contestação – e não qualquer outra peça de 
defesa – acarreta a revelia. 
 
Art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão 
verdadeiros os fatos afirmados pelo autor. 
 
Efeitos da revelia: 
- presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor, na inicial (art. 319, CPC); 
- os prazos correm independentemente de intimação (art. 322, CPC); 
- não havendo controvérsia quanto a um dos pedidos ou parte do pedido (“revelia 
parcial”), caberá, mediante requerimento da parte, concessão de antecipação de 
tutela da parte não contestada (CPC, art. 273, § 6º). 
 
 
Aspectos formais 
 
Além dos argumentos que embasam a defesa do contestante, a contestação deverá, 
ainda, observar alguns aspectos formais: 
- endereçamento e número do processo; 
- nome das partes (apenas se faz necessário apresentar a qualificação das partes na 
hipótese de retificação ou complementação dos dados apresentados na inicial); 
- requerimento de provas; 
- conclusão: (requer-se a extinção ou remessa dos autos a outro juízo, ou ainda, a 
improcedência do pedido; condenação no ônus da sucumbência. Em regra geral 
não há pedido propriamente dito, com exceção para os casos de pedido 
contraposto). 
 
A contestação deverá ser dividida em relação ao seu conteúdo: 
1º - defesa processual ou preliminar; 
2º - defesa de mérito (quanto ao direito material). 
 
a) Defesa de mérito 
 
A defesa de mérito é baseada na relação jurídica material, ou seja, envolve o próprio 
tema trazido pelo autor (ex.: se houve ou não a batida; se o réu é ou não pai; se há ou 
não direito a indenização pleiteada). 
 
Prescrição e decadência são questões a ser tratadas no mérito, apresentadas no Código 
Civil, e não no Código de Processo Civil, bem como podemos observar no art. 269, inc. 
IV do CPC, hipótese de resolução de mérito. 
 
No tocante a defesa de mérito, urge destacar a divisão desta em direta e indireta. 
Contudo, na contestação não se fará necessário a apresentação destas de forma 
separadas. 
Na defesa direta o réu nega a existência das alegações da inicial, nega a existência do 
próprio fato. Ou seja, por exemplo, numa ação de cobrança, ele nega a existência do 
fato gerador da cobrança. 
Por sua vez, na defesa indireta, apesar do réu negar as afirmações existentes na inicial, o 
faz com base em questões de ordem impeditiva, modificativa ou extintiva do direito do 
autor. Exemplo: Existiu o fato que, segundo o autor, gera a presente ação. Contudo, já 
ocorrera o pagamento. 
 
 
b) Defesa processual 
 
Corriqueiramente denominada de “Preliminar”, balizando-se no art. 301 do CPC, onde 
afirma que compete aos réus, antes de discutir o mérito, apresentar algumas defesas deordem processual. 
 
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta; 
III - inépcia da petição inicial; 
IV - perempção1; 
V - litispendência; 
Vl - coisa julgada; 
VII - conexão; 
Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de 
autorização; 
IX - convenção de arbitragem; 
X - carência de ação2; 
 
1 Perempção é a perda do direito do autor renovar a propositura da mesma ação. Embora a perempção 
cause a perda do direito de ação, nada impede que a parte invoque seu eventual direito material em 
defesa, quando sobre ele vier a se abrir processo por iniciativa da outra parte. 
2 Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a 
legitimidade das partes e o interesse processual; 
 
 
 
Art. 295. A petição inicial será indeferida: 
I - quando for inepta; 
II - quando a parte for manifestamente ilegítima; 
III - quando o autor carecer de interesse processual; 
IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a 
prescrição (art. 219, § 5o); 
V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não 
corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em 
que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de 
procedimento legal; 
VI - quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo 
único, primeira parte, e 284. 
Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - Ihe faltar pedido ou causa de pedir; 
II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
III - o pedido for juridicamente impossível; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
 
 
 
RESUMO DA ESTRUTURA DA CONTESTAÇÃO 
I) DA SINTESE DA INICIAL 
II) DA REALIDADE FÁTICA 
III) PRELIMINARMENTE (defesa processual) 
IV) PREJUDICIAL DE MÉRITO (PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA) * (pode ser 
apresentada dentro do próprio mérito, ou ainda como “prejudicial de mérito) 
V) MÉRITO 
VI) DA CONCLUSÃO 
 
Vide exemplo a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: reparação de dano moral ocorrida nas dependências de um shopping. Defesa 
apresentada pelo shopping: 
 
Ante o exposto, requer o réu a V. Exa: 
 
a) preliminarmente, seja reconhecida a ilegitimidade passiva da ré, com a 
extinção do feito sem resolução de mérito; 
b) se afastadas as preliminares, no mérito, o reconhecimento da 
existência de prescrição, tendo em vista o lapso temporal decorrido desde 
a mencionada situação; 
c) subsidiariamente, na remota hipótese de procedência do pedido 
principal, seja o valor da condenação arbitrado de forma a não ocasionar 
o enriquencimento ilícito do parte autora; 
d) a condenação do autor no ônus da sucumbência. 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito 
admitidos, especialmente pelos documentos ora juntados aos autos, 
depoimento da parte adversa, oitiva de testemunhas, tudo de logo 
requerido. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local/data. 
 
Advogado 
OAB

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