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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA ONLINE: ENTREVISTA PSICOLÓGICA TUTORA: LUSANIR DE SOUZA CARVALHO ENTREVISTA PSICOLÓGICA PRÁTICA EM CONTEXTO CLÍNICO OU SOCIOINSTITUCIONAL POR KATIANE MONIQUE GOMES RODRIGUES - 20151111977 Rio de Janeiro 2018/1 KATIANE MONIQUE GOMES RODRIGUES - 20151111977 ENTREVISTA PSICOLÓGICA PRÁTICA EM CONTEXTO CLÍNICO E SOCIOINSTITUCIONAL Trabalho apresentado ao curso de Psicologia, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Veiga de Almeida, em cumprimento ao trabalho AV3, compondo a nota da A1 da disciplina online Entrevista Psicológico. Rio de Janeiro 2018/1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 04 2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................... 05 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 07 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 08 ANEXO 1 – ENTREVISTA ......................................................................................... 09 4 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho se refere ao cumprimento da avaliação III da disciplina Entrevista Psicológica, na qual fora entrevistada uma profissional de psicologia do contexto clínico. A entrevista psicológica é um instrumento utilizado em todos os âmbitos, quer sejam clínicos ou institucionais, pois permite ao entrevistador conceber dados a respeito do entrevistado, e dependendo do seu objetivo cumprirá com as exigências de cada área. Sendo assim a entrevista psicológica é um instrumento essencial no trabalho dos psicólogos, tanto os que atuam no cenário socioinstitucional, quanto os que operam na clínica, por possibilitar informações que possam conduzir um trabalho terapêutico, um psicodiagnóstico, um acompanhamento em um hospital, escola, entre outros espaços que temos a atuação do psicólogo. Cabe salientar que a entrevista é igualmente utilizada em outros campos do saber, não sendo assim um instrumento único da psicologia. No que tange a entrevista, foram realizadas 5 perguntas nas quais tiveram como objetivo compreender como se realiza a entrevista psicológica no contexto clínico, a base para as perguntas foram os conteúdos trabalhados na disciplina supra. A abordagem teórica que dirigiu e estruturou as perguntas foi a psicanálise na qual existem algumas particularidades no que se refere à estrutura da entrevista psicológica. Fora utilizada a entrevista semidirigida na qual a entrevistada teve liberdade para expor suas diretrizes de resposta através de 5 (cinco) perguntas estruturadas, no entanto a entrevistada tinha a liberdade de falar / acrescentar o que julgasse necessário. 5 2. DESENVOLVIMENTO A entrevista psicológica é um instrumento utilizado em diversos contextos, possuindo múltiplos usos e uma variedade de objetivos. Desta forma postula Bleger (2011) que: A entrevista é um instrumento fundamental do método clínico e é, portanto, uma técnica de investigação científica em psicologia. Como técnica tem seus próprios procedimentos ou regras empíricas [...] (pg. 1). No que se refere à entrevista com a profissional, a mesma fora realizada em uma instituição de ensino superior do Estado do Rio de Janeiro, o contato com a entrevistada durou aproximadamente 15 (quinze) minutos. A entrevista foi semiestruturada contendo 5 (cinco) perguntas nas quais foram abordados questões sobre o uso da entrevista psicológica no contexto clínico juntamente com a experiência da profissional em seu campo. Observa-se que na pergunta de número 1 a entrevistada expõe a importância da entrevista psicológica a qualquer âmbito, informa ainda que no caso da entrevista no campo da psicanálise essa se dá pela forma aberta através da associação livre. No que tange a entrevista aberta Bleger (2011) postula “que o campo da entrevista se configure, o máximo possível, pelas variáveis que dependem da personalidade do entrevistado” (pg. 4). Desta forma no caso da entrevista aberta, reside num manejo, que permita, na medida do possível, que o entrevistado configure o campo da entrevista segundo sua estrutura psicológica particular e subjetiva. Ademais no que se refere a pergunta de número 2, sobre as diferenças do diagnostico na clínica psicanalítica, a entrevista informa que ele se dá de forma bem 6 peculiar, pois parte de aspectos como a transferência, a questão edípica do sujeito, bem como seu paradigma simbólico. No que diz respeito a instrumentos de apoio na entrevista psicológica da abordagem psicanalítica, a entrevistada alega que a única regra utilizada nas entrevistas em psicanálise é a associação livre, isto é, utiliza-se a linguagem no sentido de acessar seu inconsciente, desta forma entende-se que não são necessários outros instrumentos na clínica psicanalítica. Neste sentido postula Freud que “a razão dessa regra – a única que deve seguir, na verdade – você perceberá e compreenderá depois. Portanto, diga tudo o que lhe vier à mente (FREUD, pg. 135)”. No que concerne a pergunta de número 4 sobre os procedimentos utilizados na clinica com a criança, a entrevistada aduz que possui suas especificidades, primeiro se fazendo necessário a entrevista com os pais. Sendo assim afirma Ocampo e Azerno (2001) que: [...] a entrevista com os pais, queremos esclarecer que a presença de ambos é imprescindível. Consideramos a criança como emergente de um grupo familiar e podemos entendê-la melhor se vemos o casal parental (pg. 17). Outro aspecto apontado pela entrevistada, é que no caso de entrevistas com crianças é necessário utilizar materiais de apoio, isto é, aparatos lúdicos, como brinquedos, desenhos. Sendo assim EFRON, A.M; FAINBERG, E; KLEINER,Y. et al (2001), postulam que “a atividade lúdica é sua forma de expressão própria, assim como a linguagem verbal é no adulto” (pg. 165). E finalizando a entrevista fora abordado com a entrevistada o que não poderia se fazer em uma entrevista psicológica na clínica psicanalítica, e expõe a entrevistada que não se pode interpretar aquilo que é trazido pelo paciente nas entrevistas 7 preliminares na qual o entrevistador deverá relançar as questões que o paciente traz para o mesmo. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se claramente observar a importância da entrevista psicológica no contexto clínico, é através desse instrumento que o profissional estruturará todo o andamento do seu labor. No caso em questão, é por meio das entrevistas preliminares que se dará um diagnostico diferencial e através desse diagnostico uma direção de tratamento no caso clínico. Desta forma, a entrevista psicológica em psicanálise possui suas particularidades, no entanto não perde sua relevância, inclusive é por meio da linguagem que essa abordagem teórica formula a estrutura do sujeito, podendo assim prosseguir com seu tratamento. A entrevistada delineou de forma muito precisa a importância desse instrumento em seu campo, pontuando ainda que não há uma limitação da quantidade de entrevistas, podendo haver quantas forem necessárias.Percebe-se assim como a entrevista psicológica é rica em seus objetivos, podendo ser utilizada por psicólogos, e inclusive por outros profissionais de diversos campos, como jornalistas, médicos, advogados e etc. 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Freud, Sigmund. (2010a). Observações Psicanalíticas Sobre Um Caso de Paranoia Relatado em Autobiografia (“O Caso Schreber”). In Sigmund Freud, Obras completas, volume 10: Artigos Sobre a Técnica e outros textos (1911- 1913) (Paulo César de Souza,Trad.). São Paulo: Companhia das Letras. EFRON, A.M; FAINBERG, E; KLEINER,Y. et al. A hora do jogo diagnóstica OCAMPO, M. L; ARZENO. M.E.G. A entrevista inicial. In: OCAMPO, M. L; ARZENO. M.E.G et al.O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 17. BLEGER, J. Temas de psicologia: entrevistas e grupos. São Paulo: Martins Fontes. 2011. 9 ANEXO 1 - ENTREVISTA CRP nº: 0794 1. Como você utiliza a entrevista psicológica no contexto clínico? As entrevistas preliminares são necessárias em qualquer contexto clínico, e é uma entrevista aberta baseada no método da associação livre, então o paciente fala o que ele quiser e você vai obtendo a partir de fragmentos, e você não tem um número restrito de entrevistas psicológicas, podem ser quantas entrevistas forem necessárias. 2. Por se tratar de psicanálise há diferenças no diagnóstico? Não, o diagnostico diferencial ele feito da mesma maneira através das entrevistas clínicas, a partir da transferência para dar direção de tratamento, e o diagnostico diferencial é feito com o paradigma simbólico, que é o édipo, da questão edípica que se faz um diagnóstico diferencial. 3. A psicanálise utiliza alguns instrumentos na sua entrevista? Como por exemplo, testes? Não, a psicanálise só se utiliza da associação livre que é a única regra fundamental da clínica psicanalítica. 4. Como se dá à entrevista no caso de uma criança? No caso de uma criança sempre se tem primeiro o contato com os pais , faz primeiro a entrevistas com os pais , e com criança pode-se utilizar – eu não trabalho com crianças, mas já trabalhei com crianças , e você pode utilizar materiais de apoio , como desenhos, brinquedos, enfim material lúdico próprio para o atendimento de crianças. 5. O que não se pode fazer em uma entrevista psicanalista? 10 Freud vai falar no tratamento de ensaio – sobre o “Início do Tratamento” e Lacan vai falar em Entrevistas Preliminares, que o que não se pode fazer é interpretar, nessas entrevistas psicanalítica você tem que relançar as questões que o paciente traz, as questões do paciente, não cabe interpretação nas entrevistas.
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