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Serie Criança e Raça - the conscious kid

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Como prometido, estamos fazendo uma série inteira 
sobre Crianças e Raça. Nós abordaremos temas 
como, por que e quando conversar com crianças 
sobre raça. Também lhe desafiaremos a romper sua 
própria parcialidade, poder e privilégio para 
desconstruir o racismo individual e institucional. 
Falar é um primeiro passo, mas, como disse Ijeoma 
Oluo, "não podemos destruir um sistema 
racialmente opressivo com conversa". Se falar e 
aprender como dizer as coisas certas é a sua meta 
de justiça racial, esta série não é para você. Este é 
um chamado à ação e uma mudança de estilo de 
vida. "Não basta que as pessoas se unam e 
dialoguem para obter conhecimento de sua 
realidade social. Elas devem agir juntas em seu 
ambiente para refletir criticamente sobre sua realidade e, assim, transformá-la em 
ação e reflexão crítica." A partir de 1º de abril, dedicaremos 21 dias ao seguinte: 
 
• Melhores práticas para falar com as crianças sobre raça; 
• Mudança do discurso e valores antirracistas para a ação antirracista; 
• Apoio ao desenvolvimento da identidade racial positiva; 
• Impedir o racismo na sala de aula. 
 
Todas as postagens serão marcadas com a hashtag: #DisruptingRacismWithKids e 
gostaríamos de convidá-lo a usá-la em postagens sobre sua prática antirracismo 
com as crianças daqui para frente. Pode servir como um recurso da comunidade e 
espaço para compartilhar, explorar e construir sobre o que outros pais e educadores 
estão fazendo. 
 
Série	do	perfil	@theconsciouskid	
	
Esclarecimentos	sobre	a	tradução:		
O	 texto	 original	 em	 inglês	 usa	 a	 expressão	 “person	 of	 color”	 (“pessoa	 de	 cor”)	 para	
designar	qualquer	pessoa	não-branca	 como	negros,	 índios,	 latinos,	 asiáticos,	 aborígines,	
esquimós,	etc.	Largamente	usado	atualmente	nos	Estados	Unidos	e	Canadá	substituiu	os	
termos	 “colored”	 (“de	 cor”)	 e	 “minority”	 (“minorias”).	 Ainda	 que	 seu	 intuito	 seja	 o	 de	
abranger	 todos	 os	 grupos	 não-brancos	 afim	 de	 enfatizar	 as	 experiências	 comuns	 do	
racismo	sistêmico,	a	expressão	reforça	a	ideia	enganosa	de	que	o	branco	é	o	neutro	pois	
ele	seria	o	único	que	não	teria	cor	e	portanto	raça.		Feito	esse	alerta,	informo	que	mantive	
a	 tradução	 literal	 considerando	que	 não	 cabe	 a	mim	 fazer	 intervenções	 no	 texto.	 Além	
disso,	manter	a	expressão	pode	servir	para	uma	reflexão	especial	aos	brancos	brasileiros:	
a	branquitude	está	sempre	em	busca	de	restringir	o	grupo	dos	privilegiados,	sendo	assim	
os	brancos	no	Brasil	são	“pessoas	de	cor”	(latinas)	nos	EUA.	
	
Algumas	expressões	não	soube	como	traduzir	e	as	deixei	em	inglês	entre	aspas.	Se	quiser	
me	ajudar	pode	mandar	sugestões	para	marina.barral@gmail.com.	
 
 
“Se o seu antirracismo prioriza o 
'crescimento' e a 'iluminação' da América 
branca em detrimento à segurança, 
dignidade e humanidade das pessoas de 
cor – então não é antirracismo. É 
supremacia branca ” 
Ijeoma Oluo 
 
“Em um workshop que conduzi na semana 
passada, uma mulher branca se perguntou 
se talvez as pessoas de cor nos Estados 
Unidos são muito sensíveis em relação à 
raça. Como ela seria capaz de aprender 
quando ficamos tão chateados com suas 
perguntas? 
 
Já sofri tantas interrupções e questionamentos similares que não sou nem capaz de 
contar. Mesmo quando meu nome está no pôster, nenhum desses lugares parece 
ser o lugar certo para falar sobre o que eu e tantas pessoas de cor precisamos falar. 
Muitas vezes os participantes brancos decidem por si mesmos o que será discutido, 
o que ouvirão, o que aprenderão. E é o espaço deles. Todos os espaços são. 
 
Um dia, frustrada, postei esse status de mídia social: 
“Se o seu antirracismo prioriza o 'crescimento' e a 'iluminação' da América 
branca em detrimento à segurança, dignidade e humanidade das pessoas de 
cor – então não é antirracismo. É supremacia branca ”. Será que um pouco de 
contaminação do nosso trabalho antirracista pela supremacia branca é melhor do 
que nenhum trabalho antirracista? Uma das primeiras respostas que recebi de um 
comentarista branco foi: "OK, mas não é melhor que nada?" 
 
É isso? Pouco silenciamento é melhor do que muito silenciamento? Será que um 
pouco de contaminação na nossa luta antirracista pela supremacia branca é melhor 
do que nenhuma luta antirracista? Toda vez que estou diante de uma plateia para 
abordar a opressão racial nos Estados Unidos, sei que estou diante um monte de 
pessoas brancas que estão na sala para se sentir menos mal diante das notícias de 
discriminação racial e violência, para “ganhar pontos”, para que todos saibam que 
eles não são como os outros, para fazer amigos negros. Eu sei que estou falando 
com muitos brancos que estão certos de que não são o problema porque estão lá. 
 
Só uma vez eu gostaria de falar com uma sala de pessoas brancas que sabem que 
estão lá porque são o problema. Que sabem que eles estão lá para começar o 
trabalho de ver onde eles foram cúmplices e prejudiciais para que eles possam 
começar a mudar. Porque a supremacia branca é uma construção sua, uma 
construção do qual eles se beneficiaram, e desconstruir a supremacia branca é o 
seu dever. "(Ijeoma Oluo para The Guardian). 
 
 
	É o 1° dia da nossa série de três semanas 
sobre Crianças & Raça e queremos começar 
fazendo-lhe refletir sobre suas primeiras 
experiências com raça: 
 
• Quantos anos você tinha quando teve 
sua primeira memória relacionada à raça e 
como você se sentiu? 
 
• Você cresceu falando sobre raça e, em 
caso afirmativo, como isso moldou sua 
identidade? 
 
• O que você mudaria sobre suas 
experiências com relação a raça? 
 
 Negros / Indígenas / Pessoas de Cor (BIPOC – sigla em inglês) frequentemente 
crescem falando sobre raça diariamente como parte natural e inevitável de nossas 
vidas. Muitos outros foram criados com o daltonismo como a ideologia dominante, 
na qual 70% das mães americanas brancas ainda se encaixam. 
 
O daltonismo é uma ideologia racial que diz: "Eu não vejo raça". As pessoas podem 
"parecer diferentes", mas "somos todos iguais por dentro" e fazem parte de "uma 
família humana". Reflete um ideal na sociedade em que a cor da pele é 
insignificante (desconsiderando o fato de que na realidade ela é significativa). Em 
vez de reconhecer que estão no topo da hierarquia racial, as pessoas brancas 
podem se ver como “sem raça”, ou dizer “eu não tenho raça”. Isso desvia a atenção 
dos brancos para seu papel na criação dos seus filhos, perpetua e beneficia o 
racismo e a supremacia branca, bem como o racismo estrutural e embutido nas 
políticas e instituições. Outro impacto do daltonismo é a supressão de conversas em 
torno de raça e racismo. 
 
As pessoas de cor que mencionam as formas reais e tangíveis como a raça e o 
racismo influenciam suas vidas e os efeitos que produzem são acusadas de 
“mimimi” ou de “racismo reverso”. 
 
Pais brancos frequentemente acreditam que uma abordagem daltônica os ajudará a 
criar uma criança não-racista, no entanto omitir conversas sobre raça na verdade 
perpetua o racismo e as disparidades raciais. 
 
Soa familiar? 
 
“Eu não sou branca, sou cor de pêssego”. 
 
Algumas observações de acompanhamento 
da primeira postagem de Crianças & Raça. 
Primeiro, deveríamos ter colocado um aviso 
de gatilho na postagem para os BIPOC e 
pedimos desculpas. Agora adicionamos. 
Toda esta série envolve falar sobre questões 
sensíveis de raça e identidade e nenhum de 
nós está no mesmo lugar em termos de 
nossa experiência e compreensão. Os 
comentários podem ter gatilhos, por isso, 
sinta-se à vontade para recusar-se a ler ou 
interagir com eles. 
 
Obrigado a todos que refletiram e 
compartilharam suas primeiras experiências com raça. Sabemos que essas coisas 
não são fáceis de compartilhar ou dizer em voz alta. Isso nos deu um feedback para 
pensar no que mais precisamos falar durante esta série e a citaçãosobre essa 
imagem é uma que queremos abordar agora. 
 
Muitas pessoas tem usado a palavra “pêssego” (peach em inglês) para descrever 
pessoas brancas e “moreno” (brown em inglês) para descrever pessoas negras. 
Isso é problemático por várias razões, é recomendado (e importante) que você use 
e nomeie “branco” e “negro”. É muito comum e compreensível que crianças 
pequenas fiquem confusas quando a cor real de sua pele (como pêssego, marrom 
escuro, bege, marrom claro, etc.) não coincide com o nome do seu grupo racial. Por 
exemplo, ouvimos crianças dizendo: "Eu não sou negra, sou morena" porque elas 
estão observando e falando a cor real de sua pele. É importante acolher o que eles 
estão dizendo e validar que está correta sua observação, mas também fornecer a 
elas a informação de que existe uma diferença entre cor e raça. Você pode dizer 
algo como: “sim, você está absolutamente certo de que a cor real da sua pele é 
marrom. Os negros não são na verdade de cor preta. Nós temos a pele marrom de 
todos os diferentes e belos tons, mas o termo que usamos para descrever a nós 
mesmos é o negro. Eu sou negro também e veja como minha pele é da cor 
marrom? Adoro a sua negritude e a cor da sua pele ”. Uma conversa semelhante 
precisa ser feita com crianças brancas usando a palavra “branco”. Não nomear a 
palavra "branco" mascara a branquitude, a supremacia branca, o privilégio, o poder 
e a história do povo branco como membros desse grupo. 
 
Dia 2: Faça uma auto-avaliação. 
 
“Se você não consegue pensar criticamente 
sobre o racismo, então você não está 
preparado para criar sua criança a pensar 
criticamente sobre racismo”. 
 
Fique à vontade para falar e aprender sobre 
raça, racismo e desigualdade racial. Se você 
não puder explicar a outro adulto por que os 
padrões de desigualdade racial existem e 
persistem, será impossível explicar a uma 
criança de quatro anos de idade. 
Há maneiras apropriadas de explicar o 
racismo estrutural e o preconceito implícito 
para crianças pequenas, mas primeiro os adultos têm que entender completamente 
esses conceitos. Se você não aprendeu essas coisas, certamente não é culpa sua, 
mas é sua responsabilidade aprender agora. Se você não está acostumado a 
pensar e falar sobre essas coisas em sua vida cotidiana, faça um esforço conjunto 
para fazê-lo. ” 
"Comece dedicando algum tempo para pensar em como sua raça afeta sua vida e 
as vidas daqueles ao seu redor. Se você estiver desconfortável falando sobre raça, 
pergunte-se por quê. Pense em quais mensagens você recebeu sobre raça quando 
criança. Leia artigos e livros que ajudem você a entender como raça e racismo 
afetam a vida de uma variedade de pessoas e aprenda sobre raça, racismo, 
preconceito e ódio. Pense no conceito de interseccionalidade de Kimberlé 
Crenshaw. Raça não é um monólito, o racismo existe dentro de um sistema de 
múltiplas opressões. Pense em como a raça se cruza com etnia, religião, sexo, 
identidade de gênero, sexualidade, idade, habilidade, nacionalidade, status de 
cidadania e muito mais. Leia sobre microagressões, supremacia branca, privilégio 
branco, fragilidade branca e “tone policing” - estes são especialmente importantes 
para os brancos. Entenda o racismo estrutural e institucional e a história e legado do 
racismo neste país. 
Você não precisa ter todas as respostas, mas deve se envolver em algum nível de 
entendimento e educação continuada. Nossa pergunta para você hoje é: Para 
aqueles que começaram a aprender sobre raça, que livros, artigos ou recursos você 
achou útil para você? Também compartilharemos alguns dos nossos favoritos nos 
comentários. 
 
• The Fire This Time: A New Generation Speaks About Race por Jesmyn Ward 
• So You Want to Talk About Race por Ijeoma Oluo 
• White Fragility por Robin DiAngelo 
• Why are All the Black Kids Sitting Together in the Cafeteria And Other Conversations About 
Race by Beverly Daniel Tatum 
• I'm Still Here: Black Dignity in a World Made for Whiteness by 
• The First R: How Children Learn Race and Racism by Debra Van Ausdale and Joe Feagin 
• Stamped from the Beginning: The Definitive History of Racist Ideas in America 
Minha bibliografia sugerida em português: 
• Quem tem medo do feminismo negro de Djamila Ribeiro 
• O que é lugar de fala de Djamila Ribeiro 
• Na minha pele de Lázaro Ramos 
Dia 3: O Porquê 
 
Os adultos muitas vezes acham que devem 
evitar conversar com crianças sobre raça ou 
racismo porque isso as faria notar a raça ou 
as tornaria racistas. Mas quando os adultos 
não falam sobre raça ou usam a retórica 
“daltônica” 1 , eles na verdade reforçam o 
preconceito racial em crianças. Desde muito 
cedo, as crianças veem padrões - quem vive 
onde; que tipos de casas eles veem quando 
andam ou caminham por diferentes bairros; 
quem é o personagem mais desejável nos 
filmes que assistem; quem ocupa qual cargo 
no consultório médico, na escola, na 
mercearia; e assim por diante - e tentam atribuir "regras" para explicar o que elas 
veem. O silêncio dos adultos sobre esses padrões e o racismo estrutural que os 
causa, combinado com a falsa mas onipresente narrativa do “Sonho Americano” de 
que todos podem conseguir o que quiserem, resulta em crianças concluindo que os 
padrões que veem “devem ter sido causados por significativas diferenças inerentes 
entre os grupos”. Em outras palavras, as crianças pequenas inferem que as 
desigualdades raciais que elas veem são naturais e justificadas. Portanto, apesar 
das boas intenções, quando falhamos em falar abertamente com nossos filhos 
sobre a desigualdade racial em nossa sociedade, estamos de fato contribuindo para 
o desenvolvimento de seus preconceitos raciais, que os estudos mostram que já 
existem aos 3 anos de idade (E. Winkler). 
 
Falar de raça com crianças é fornecer informações precisas, de modo que, quando 
confrontadas com estereótipos ou informações imprecisas, elas terão sua própria 
base de informações e entendimentos precisos para utilizar. Tudo se resume a um 
valor fundamental de reconhecer que é essencial quebrarmos a supremacia branca 
na nossa cultura e instituições; rejeitar o racismo e o ódio; e ajudar a criar 
comunidades onde a diversidade é celebrada, a equidade é alcançada e a inclusão 
é a norma. Estes são os grandes objetivos, dado onde estamos como sociedade 
agora, esses esforços devem ser feitos em uma multiplicidade de níveis e em uma 
infinidade de contextos, inclusive quando se trabalha com e/ou vive com crianças 
pequenas (ALSC). 
 
Falar sobre raça também incentiva o desenvolvimento de uma identidade racial 
positiva nas crianças (o que discutiremos mais adiante), a segurança e o bem-estar 
das crianças e o desenvolvimento de sua consciência crítica. "A consciência crítica 
é a capacidade de reconhecer e analisar sistemas de desigualdade e o 
compromisso de agir contra esses sistemas. Pesquisas mostram que a consciência 
crítica aumenta a motivação acadêmica, a autossuficiência, a resiliência e os 
resultados acadêmicos (A. El-Amin). 																																																								
1 Daltonismo racial é a prática de dizer que raça não existe, ou que não enxerga diferença entre as 
pessoas independentemente da sua cor de pele. O que se esconde atrás do discurso de igualdade é 
o silenciamento das opressões vividas cotidianamente por pessoas que não são brancas. (Este é um 
adendo pessoal) 
 
Às vezes visualizo o ciclo contínuo do racismo como uma esteira rolante no 
aeroporto. O comportamento racista ativo é equivalente a andar rápido na esteira. A 
pessoa que pratica comportamento racista ativo identificou-se com a ideologia da 
supremacia branca e está andando na sua direção. O comportamento racista 
passivo é equivalente a ficar parado na esteira. Nenhum esforço evidente está 
sendo feito, mas a esteira move os espectadores para o mesmo destino daqueles 
que estão andando ativamente.Alguns espectadores podem sentir o movimento da esteira, podem ver os racistas 
ativos à sua frente e optar por se virar, sem vontade de ir para o mesmo destino que 
os supremacistas brancos. Mas a menos que eles estejam caminhando ativamente 
na direção oposta a uma velocidade mais rápida que a esteira - a menos que sejam 
ativamente antirracistas - eles serão transportados junto com os outros. 
 
Dr. Beverly Daniel Tatum 
 
---------------------- 
Onde você está na esteira rolante? Enquanto as pessoas de cor não podem, por 
definição, ser racistas, ainda podemos internalizar e perpetuar a supremacia branca. 
Estamos na passarela também? 
Dia 4: Nomeando o problema. 
 
“Quando não há um nome para um 
problema, você não consegue ver o 
problema. Quando você não consegue ver o 
problema, não consegue resolvê-lo.” 
Kimberlé Crenshaw 
 
O propósito de discutir a terminologia serve 
para nomear o problema e criar consciência 
em torno de uma linguagem compartilhada. 
Ao conectar termos a experiências, as 
crianças e os adultos podem nomear a 
opressão. Quando eles começam a aprender 
e a experimentar a opressão, eles são 
capazes de identificar e articular como ela se manifesta, em vez de simplesmente se 
frustrar ou pior, internalizar a opressão. Aqui estão as definições para raça, racismo 
e preconceito. Que outros termos você gostaria de ter definições? Nós estaremos 
definindo mais ao longo da série. 
 
Raça: refere-se a grupos de pessoas que têm diferenças e semelhanças nas 
características físicas consideradas pela sociedade como socialmente significativas 
(como a cor da pele). A raça é uma construção social e política, não científica. Não 
tem base genética. Nenhuma característica, feição ou mesmo gene distingue todos 
os membros de uma raça de todos os membros de outra raça. No entanto, o 
impacto que isso tem é muito real. A raça é uma poderosa força política, social e 
econômica que dá às pessoas um acesso diferente a riqueza, poder, oportunidades 
e recursos. (PBS / DismantlingRacism) 
 
Racismo: Um sistema de vantagens baseado na raça (Wellman). O racismo não é 
apenas uma ideologia pessoal baseada no preconceito racial, mas um sistema que 
envolve mensagens culturais e políticas e práticas institucionais (Tatum). O racismo 
também envolve poder: acesso a recursos sociais, culturais e econômicos e à 
tomada de decisões, o que leva à institucionalização de políticas e práticas racistas 
(Tatum). O racismo é diferente do preconceito porque envolve um grupo com o 
poder de levar a cabo a discriminação sistemática através das políticas e práticas 
institucionais da sociedade e moldando as crenças e valores culturais que apoiam 
essas políticas e práticas racistas. Porque as pessoas de cor não têm poder pessoal 
e sistêmico baseado na raça, elas podem ser preconceituosas, mas não racistas 
(DismantlingRacism). 
 
Preconceito: Um julgamento ou opinião baseada em informações limitadas. É 
geralmente, mas nem sempre, negativo. Em alguns casos, os preconceitos de 
pessoas oprimidas (“você não pode confiar em x”) são necessários para a 
sobrevivência. Ninguém está livre de preconceitos. 
 
Dia 5: O quando. 
 
“Quando começa o racismo e a viés racial 
em crianças?” 
 
Desde 3-6 meses de idade os bebês 
começam a notar e expressar preferência por 
raça. Os bebês que vivem em uma 
comunidade homogênea mostram 
preferências por rostos de seu próprio grupo 
racial, enquanto bebês em ambientes 
heterogêneos não o fazem (Bar-Haim, 2006). 
Entre as idades de 3 e 5 anos, as crianças 
começam a aplicar estereótipos, categorizar 
pessoas por raça e expressar viés racial 
(Winkler, 2009). As crianças brancas norte-americanas começam a ter atitudes 
explicitamente negativas em relação às pessoas de cor já aos 3 anos de idade 
(Baron, 2006). Aos 3 anos, as crianças também usam a linguagem racista 
intencionalmente e para criar hierarquias sociais, para provocar reações emocionais 
em pessoas de cor e produzir resultados nocivos (Van Ausdale, 2001). 
 
Crianças hispânicas de até 5 anos mostram uma preferência por hispânicos em 
detrimento a negros, mas não mostram preferência por hispânicos em detrimento a 
brancos, o que sugere que as atitudes intergrupais implícitas são aprendidas bem 
cedo e que as crianças oriundas de grupos marginalizados experimentam o mais 
baixo índice de preferência por seu grupo. (Dunham, 2004). Com 6 anos, as 
crianças demonstram viés pró-branco/anti-negro (Baron, 2006). A maioria dos 
americanos, independentemente da raça, apresenta um preconceito pró-
branco/anti-negro implícito (ou inconsciente) (Kirwan, 2014). Crianças de 10 anos 
também revelam uma preferência explícita e implícita por brancos em detrimento a 
negros. Aos 13 anos, as crianças negras não mostram a preferência intragrupo que 
os americanos brancos têm (Baron, 2006). 
 
Adolescentes, quando olham para os rostos das pessoas negras, mostram níveis 
mais altos de atividade na área do cérebro conhecida por suas reações de luta e 
fuga. Aos 14 anos, crianças negras e brancas mostram atividade aumentada da 
amígdala (uma resposta emocional subconsciente) ao ver rostos negros em relação 
às faces brancas. Essa diferença não está presente na primeira infância, e as 
respostas às faces brancas permaneceram estáveis ao longo das idades estudadas 
(idades de 4 a 16 anos) (Telzer, 2013). 
 
Qual era a idade da criança mais jovem que você viu praticar racismo ou 
preconceito? Quantos anos você tinha quando percebeu pela primeira vez em si 
mesmo? [Fonte: Welcoming Schools] 
 
Quanto aos adultos: os adultos mostram o mesmo viés implícito pró-branco/anti-
negro, no entanto, eles auto-relatam uma preferência igual para brancos e negros 
(Baron, 2006). 
Dia 6: Bebês e crianças (0-3). 
 
“Nunca é cedo demais para falar de raça. 
Como seria isso com bebês e crianças 
pequenas?” 
 
Como mencionamos ontem, a partir dos 
3-6 meses, os bebês percebem e reagem 
de maneira diferente às diferenças 
raciais. Aos 3 anos de idade, eles 
categorizam e expressam preconceitos 
com base na raça e podem até usar 
linguagem racista intencionalmente. A 
ideia de que conversar com crianças 
sobre raça não é apropriada porque elas 
são muito jovens e inocentes ou porque "criará racismo", não é correta. Aqui estão 
algumas coisas que os pais podem fazer para combater o preconceito racial desde 
o nascimento: 
 
• Antes que os bebês possam conversar, os pais podem ensinar através de 
ações. Modele comportamentos em interações e relacionamentos inter-
raciais e inter-religiosos, e busquem ativamente grupos diversos de 
recreação e creches. É importante que as crianças tenham experiências 
positivas com colegas que sejam pessoas de cor, e que elas vejam você 
tendo essas experiências também. É igualmente importante que as crianças 
pequenas vivam situações em que pessoas de cor ocupam cargos/profissões 
de liderança, como pediatra ou professora. 
 
• Selecione livros, música, mídia, bonecos e brinquedos com representações 
positivas de diferentes raças, cores, culturas, idiomas e religiões. Escolha 
livros escritos por autores de cor e mostre crianças de cor fazendo coisas 
cotidianas para que não vejam a diferença como exóticas. Ao brincar com 
brinquedos ou ler livros, aponte e afirme semelhanças e diferenças. Por 
exemplo, "essa pessoa tem uma bela pele morena, assim como você" ou 
"essa pessoa tem uma bela pele morena. É uma cor diferente da sua, mas 
tão bonita quanto. E olha, vocês dois amam a hora do banho!”. 
 
• Esteja preparado para responder a perguntas e corrigir comentários 
imprecisos. É comum que crianças de 2 ou 3 anos falem ou perguntem sobre 
as diferenças, especialmente a cor da pele. 
 
• Dr. Beverly Daniel Tatum fala sobre a importância da valorização desde o 
nascimento, especialmente para crianças negras e crianças de cor. “Desde a 
infância eu venhofalado o quanto eu gostava da pele morena do meu filho e 
daqueles pequenos cachos. Sempre que eu o banhava ou escovava seu 
cabelo. Era importante ter certeza de que ele se visse positivamente de todas 
as maneiras possíveis, como um protetor contra as mensagens negativas 
sobre a negritude oferecidas pela sociedade no geral. ”Você acrescentaria 
alguma coisa? [Fontes: Tatum, Mlynek, 2017, Pais] 
“Eddie diz que minha pele é 
marrom porque eu bebo 
muito leite achocolatado. 
Isso é verdade?” 
 
“Eddie era um menino 
branco de três anos na 
turma do [meu filho] 
Jonathan, que havia 
observado uma diferença 
física e estava procurando 
por uma explicação. "Não", 
respondi, "sua pele é 
marrom porque você tem 
algo em sua pele chamado 
melanina. A melanina é 
muito importante porque 
ajuda a proteger a pele do 
sol. Eddie tem melanina 
também. Todo mundo tem 
melanina. Mas algumas 
pessoas têm mais que outras. Na sua escola, você é o garoto que mais tem. Eu falei 
mais sobre o quanto eu gostava da cor da sua pele amendoada2, como era uma 
mistura perfeita da minha pele e a do pai dele. Eu queria reforçar quem era 
Jonathan, um lindo menino de pele morena. Eu queria contrariar a implicação da 
pergunta de Eddie - que talvez houvesse algo errado com a pele morena, o 
resultado de leite com muito chocolate. 
 
As crianças em idade pré-escolar são muito focadas em aparências externas, e a 
cor da pele é a característica racial que eles têm mais probabilidade de comentar. O 
fato de Eddie perguntar sobre a pele de Jonathan, em vez de especular sobre a sua, 
refletiu que ele já havia internalizado a "brancura" como norma. Sua teoria era falha 
e ele precisava de ajuda. 
 
Muitos adultos não sabem como responder quando as crianças fazem observações 
relacionadas à raça. Imagine esse cenário. Uma mãe branca e uma criança pré-
escolar estão no supermercado. Eles passam por uma mulher e uma criança 
negras, e a criança branca diz em voz alta: "Mamãe, olhe para aquela menina! Por 
que ela está tão suja? 'A mãe branca, envergonhada pelo comentário de seu filho, 
responde rapidamente com um 'Ssh!' Uma resposta apropriada poderia ter sido:' 
Querida, aquela garotinha não está suja. Sua pele é tão limpa quanto a sua. É 
apenas uma cor diferente. Assim como temos diferentes cores de cabelo, as 
pessoas têm diferentes cores de pele. A explicação da melanina também pode ser 
adicionada. Talvez com medo de dizer a coisa errada, no entanto, muitos pais não 
oferecem uma explicação. Eles param em "Ssh", silenciando a criança, mas não 
respondendo à pergunta ou ao raciocínio subjacente. Crianças que foram 
silenciadas com frequência aprendem a não falar sobre raça. Suas perguntas não 
desaparecem, elas simplesmente não são feitas. "-Dr. Beverly Daniel Tatum 																																																								2	Traduzi	pecan-colored	como	amendoado	por	desconhecer	cor-de-noz.	
Dia 7: Melhores Práticas Parte 1 
 
“Falando sobre raça com crianças pequenas. 
Melhores práticas com crianças da pré-escola ao 
fundamental” 
 
1. Faça perguntas: já há muito sobre 
como falar com as crianças - precisamos 
pensar mais sobre como ouvir as crianças. 
Por exemplo, se seu filho disser algo que soe 
racista ou preconceituoso racialmente, pare 
por um momento E pergunte a si mesmo: O 
que ele está dizendo? O que ele está 
percebendo? Pergunte a ele: "O que faz você 
pensar isso?" A observação deles pode ser 
completamente diferente do que você inicialmente imaginou. Depois de 
entender o raciocínio por trás da declaração da criança, você pode trabalhar 
para mudar sua percepção. 
 
2. Use o Conceito de Justiça: Se você convive com crianças pequenas 
regularmente, então você sabe que elas adoram falar do que é justo e o que 
não é justo! Você pode aproveitar esse senso apurado de justiça para ajudar 
a explicar que os padrões que eles veem são absolutamente injustos, assim 
como para envolver as crianças na tentativa de corrigir esses erros. As 
crianças já estão percebendo padrões no mundo ao seu redor e esta é a sua 
oportunidade de ajudá-las a pensar criticamente sobre o que estão vendo, 
em vez de aceitar as coisas como são. Mostre situações cotidianas que o 
incomodam porque são injustas - por exemplo, que você não vê crianças 
negras nos livros na prateleira da biblioteca - e por que você acha que isso 
injusto. Mas também, certifique-se de fornecer esperança e um caminho a 
seguir. 
 
3. Empodere: Mostre às crianças que, embora enfrentemos problemas 
preocupantes como sociedade, há (e sempre houve) pessoas e organizações 
trabalhando por mudanças positivas todos os dias. Mostre às crianças que 
elas podem ajudar também. Continuando com o exemplo acima - que os 
personagens de cor estão tristemente sub-representados ou deturpados na 
literatura infantil - você e seus filhos podem trabalhar com outras famílias 
para reunir uma lista de livros que você gostaria de ter na sua biblioteca ou 
escola, ou escreva para editores. Se isso parece muito, procure organizações 
em sua cidade que já estejam fazendo um trabalho antirracista, muitas 
acolhem a participação de crianças. [Fontes: S. Benites, E. Winkler, 2017] 
 
“Tudo bem não saber. Descubra, retorne ao tema 
depois ou aprenda junto.” 
 
Quando as crianças começam a ficar 
curiosas sobre raça ou diferenças raciais, 
elas normalmente pedem para os pais a 
explicação. Mas, e se você honestamente 
não souber o que dizer? Os pais precisam 
saber que não há problema em não saber. 
Pode ser natural querer ter todas as 
respostas, mas às vezes a melhor resposta 
é: "Não tenho certeza. Mas vamos analisar e 
aprender sobre isso juntos." Dessa forma, 
você não está apenas mostrando aos seus 
filhos a importância de admitir quando você 
está em dúvida sobre algo, mas também mantendo a conversa aberta. Além disso, 
não há problema em retornar a uma pergunta se você não sabe o que dizer 
imediatamente, haverá oportunidade. 
[Fonte: S. Benites, E. Winkler] 
 
 
Alguém perguntou se nós temos uma loja de 
bonecas favorita que nós recomendaríamos 
e sim nós temos: @harperimandolls É uma 
companhia de boneca artesanal, 
administrada por um duo de mãe / filha 
negras e elas aceitam encomenda. 
 
“As bonecas de cor são sub-representadas. 
Não há muitas opções para escolher e as 
disponíveis não representam com precisão 
nossos diferentes tons de pele e texturas de 
cabelo. Acreditamos na frase "é difícil ser o 
que você não pode ver". Criamos bonecos 
com um propósito em mente: para ajudar a 
reforçar o quão bonitas e fortes nossas 
crianças são, dando-lhes reafirmações de si mesmas com as quais possam se 
identificar. " 
 
 
 
 
Dia 8: Melhores práticas para falar 
sobre raça com crianças pequenas 
– Parte II 
 
“Quando as crianças são ensinadas a 
prestar atenção em multiplos atributos de 
uma pessoa de uma só vez, pesquisas 
mostram que seu nível de viés é diminuído” 
 
Crianças muito jovens são propensas a algo 
que os psicólogos desenvolvimentistas 
chamam de 'raciocínio transdutivo', o que os 
leva a pensar que, se as pessoas são 
parecidas (por exemplo, a cor da pele), elas 
devem ser semelhantes de outras maneiras. Isso pode levar a pensamentos como: 
"Eu tenho pele morena e sou boa em colorir, então ser de pele marrom torna as 
pessoas boas em colorir". É fácil ver como esse padrão de pensamento pode levar 
a um viés racial, por isso é importante interromper esse processo ensinando as 
crianças a pensar de maneiras mais complexas. 
 
De fato, quando as crianças são ensinadas a prestar atenção a múltiplos atributos 
de uma pessoa ao mesmo tempo, a pesquisa mostra que seu nível de viés é 
reduzido. Então, ajude seu filho a pensar em pessoas de múltiplas dimensões. Eles 
têm um parente ou amigo com quem compartilham o mesmo tom de pele ou 
identidade racial, mas que gostam de coisasdiferentes? Eles têm um parente ou 
amigo que tem um tom de pele ou identidade racial diferente, mas quem gosta das 
mesmas coisas? Incentivar seu filho a pensar nas pessoas como multidimensional 
pode ajudar a reduzir o preconceito. ”[Fonte: Winkler, 2017] 
 
“Eu não posso acreditar no que você diz, 
porque eu vejo o que você faz” James 
Baldwin 
 
Deixe suas ações falarem mais que suas 
palavras. 
 
Como você provavelmente já sabe, as 
crianças raramente caem na tática do “faça o 
que eu digo, não faça o que eu faço ”. Se 
você disser que algo é importante, mas seus 
filhos não o virem se comportando de acordo 
com sua afirmação, eles sabem que isso não 
é muito importante para você. Por exemplo, 
se você disser que é importante ter um grupo 
diversificado de amigos, mas seus filhos não virem um grupo diversificado de 
pessoas chegando à sua casa, eles sabem que você não está fazendo disso uma 
prioridade em sua vida, então por que eles deveriam fazer? Isso também vale para 
coisas como escolher e consumir mídia que se contrapõe aos estereótipos raciais 
ou se manifestar contra as desigualdades raciais. Podemos dizer às crianças que 
essas coisas são importantes, mas também devemos modelar esse comportamento 
para elas. [Fonte: Winkler, 2017] 
 
Nós abordaremos isso ainda mais nos próximos dias e amanhã passaremos dever 
de casa para pais brancos. Pediremos a você que leia um artigo de jornal sobre a 
diferença entre valores antirracistas e práticas parentais antirracistas. Pesquisas 
mostram que há inconsistências significativas entre pais que se identificam como 
antirracistas e sua modelagem de ação antirracista. Fique ligado. 
 
 
Dia 9: Parentalidade Antirracista: 
Princípios vs. Prática (Tarefa de 
Casa!) 
 
Como mencionamos ontem à noite, hoje 
pedimos aos pais brancos que leiam um 
artigo de jornal de Sarah Matlock e Robin 
DiAngelo chamado: “'Colocamos em termos 
não-delicado: brancos antirracistas e 
parentalidade”. O link está em nossos stories 
e em nosso perfil. Tem aproximadamente 20 
páginas, por isso, separe algum tempo. Este 
artigo enfoca um estudo envolvendo pais 
brancos, mas vale a pena a leitura para 
qualquer pessoa interessada em questionar o que significa aplicar e praticar o 
antirracismo na parentalidade (em oposição a apenas aprender e falar sobre isso). 
Convidamos alguém (você não precisa ser branco, não precisa ser pai) para se 
juntar a nós na leitura. Por favor, responda nos comentários com pelo menos uma 
coisa que você aprendeu com o artigo e como você aplicará o que aprendeu à sua 
própria criação. 
 
“A pesquisa mostra que os pais brancos que se identificam com os valores 
antirracistas contradizem quase universalmente seu sistema de valores de maneiras 
significativas. Os pais brancos antirracistas, em geral, estavam cientes do racismo 
como um sistema de opressão que conferia privilégios imerecidos e transmitiam 
essa consciência a seus filhos, mas havia uma modelagem mínima de ação 
antirracista. A consciência deve ser levantada dentro da comunidade de pais 
brancos antirracistas sobre quantos de seus comportamentos reforçam, ao invés de 
desafiar, a supremacia branca. ”Nós estaremos adicionando trechos mais notáveis 
do artigo aos comentários ao longo do dia. 
 
Como o racismo explícito está 
frequentemente nos nossos noticiários e 
nossos círculos, os pais brancos se 
preocupam em como educar crianças 
brancas para que sejam gentis, compassivas 
e, principalmente, não racistas. Os conselhos 
que eles recebem com mais frequência são 
simples: converse mais com seus filhos 
sobre raça. Isso é certamente importante, 
mas tenho visto em primeira mão que isso 
não é suficiente. 
 
As crianças brancas aprendem sobre raça 
como resultado de suas próprias 
experiências independentes - não apenas 
conversas. Sua experiência vivida e suas interações com colegas, professores, 
vizinhos, treinadores, irmãos e estranhos são muito importantes. As escolhas que os 
pais fazem sobre como configurar a vida das crianças influenciam as ideias dos 
filhos sobre raça e racismo. O bairro em que vivem, a escola em que frequentam e 
as atividades em que participam definem os parâmetros de como as crianças 
entendem a raça. E isso é verdade se os pais estão conscientes de que essas 
escolhas são importantes ou não, e independentemente do que os pais 
explicitamente digam sobre raça. 
 
Comportamentos cotidianos de pais brancos também são importantes: quando 
trancar as portas do carro, que conversas ter na mesa de jantar, que livros e 
revistas ter em casa, como reagir às manchetes, quem convidar para os churrascos 
de verão, se e como responder a perguntas feitas por crianças sobre raça, quem 
são os pais amigos delas mesmas, quando revirar os olhos, que mídia consumir, 
como responder a comentários abertamente racistas feitos pelo avô em um jantar 
de família e onde passar tempo de lazer. (Restaurantes, destinos de férias e 
eventos sociais podem ser deliberadamente e automaticamente maioritariamente 
brancos - ou propositalmente não.) 
 
Os pais podem nem mesmo estar conscientes de que estão transmitindo ideias 
sobre raça através desses comportamentos, mas as crianças aprendem com eles o 
tempo todo. 
 
As conversas que os pais têm com os filhos brancos sobre a questão da raça e do 
racismo - é o mesmo que tudo o que os pais fazem. Em vez de se concentrar 
apenas no que dizem às crianças sobre a raça, os pais brancos deveriam pensar de 
maneira mais crítica e cuidadosa sobre como o que eles fazem no dia a dia pode 
realmente reproduzir as ideias e formas de desigualdade racial que eles afirmam 
desafiar. "(Margaret Hagerman) 
 
 
 
“Ser branco pode não ter muita importância para alguns brancos, mas isso não 
significa que não tenha importância. Todos as pessoas brancas são brancas no 
contexto de uma sociedade que continua a prejudicar pessoas de cor por causa da 
sua raça. Ser branco, em essência, significa não ter que lidar com essa 
desvantagem e por isso não ter que percebê-la. Enquanto crianças podem precisar 
serem consolodas de que elas não pediram para nascerem brancas, nem para 
receberem as vantagens que vem com isso, elas também precisam saber que a 
realidade em que elas estão inseridas atribui privilégios imerecidos por sua 
branquitude. É por se enxergarem em um contexto maior racializado que pessoas 
brancas podem começar a entender qual o papel deles em transformar o racismo – 
e transformar o significa ser branco.” Michael and Bartoli, 2014 
 
Os pais podem promover a conscientização sobre o significado da branquitude, 
ajudando as crianças brancas a desenvolver uma identidade racial positiva, o que 
requer uma compreensão do racismo sistêmico. Estaremos discutindo o racismo 
sistêmico e como é uma identidade branca positiva nos próximos 2 posts. 
 
Para mais informações sobre o privilégio branco, por favor, consulte o artigo de 
Peggy McIntosh, "White Privilege: Unpacking the Invisible Knapsack" (linked no 
profil). 
 
	Dia 10: Racismo Estrutural. 
 
“Sem uma análise estrutural do racismo, é 
impossível entender porquê e até que ponto 
a raça ainda importa.” 
 
Entender o racismo estrutural ajuda a mudar 
a conversa de uma questão de culpabilidade 
individual para outra em que todos somos 
fortemente influenciados por nossa posição 
dentro de um sistema de estratificação racial. 
Ela ajuda as crianças a ampliar suas lentes 
além do seu entorno imediato e ver como o 
racismo molda a paisagem mais ampla de 
suas vidas. Sem uma análise estrutural do 
racismo, é impossível entender porquê e até que ponto a raça ainda importa. As 
crianças devem desenvolver um senso de como o racismo estrutural funciona em 
nível individual, comunitário e institucional. 
 
O racismo estrutural é um sistema no qual políticas públicas, práticas institucionais, 
representações culturais eoutras normas funcionam de várias maneiras, muitas 
vezes reforçadoras, para perpetuar a desigualdade do grupo racial. É primariamente 
caracterizado pela supremacia branca - o tratamento preferencial, privilégio, poder, 
acesso e oportunidades para pessoas brancas - à custa de resultados adversos 
cumulativos e crônicos para pessoas de cor. Abrange todo o sistema de supremacia 
branca, difundido e infundido em TODOS os aspectos da sociedade, incluindo a 
nossa história, cultura, política, economia e todo o nosso tecido social. O racismo 
estrutural é a forma mais profunda e penetrante de racismo - todas as outras formas 
de racismo (institucionais, interpessoais, internalizadas, etc.) emergem do racismo 
estrutural. Não é algo que poucas pessoas ou instituições escolhem praticar. Em 
vez disso, tem sido uma característica de todos os sistemas sociais, econômicos e 
políticos em que todos nós existimos. 
Por favor, assista ao vídeo de 4 minutos, “Structural Racism: The Unequal 
Opportunity Race" (Racismo Estrutural: A Raça de Oportunidade Desigual) e conte-
nos seus pensamentos / reações nos comentários. O vídeo foi produzido por 
Kimberlé Crenshaw e o Fórum de Política Afro-Americano para destacar as 
barreiras históricas e estruturais que cria injustiças com base na raça. Chama a 
atenção para as desvantagens de ter que correr em pistas moldadas pela iniquidade 
racial, e as vantagens que se acumulam para aqueles que não enfrentam tais 
obstáculos. Link em nossos stories e perfil. [Aviso de gatilho: pode provocar 
emoções fortes] [Fontes: Michael / Bertoli, 2014; Lawrence / Keleher, 2004; SURJ; 
Inst Aspen] 
 
“Ainda que pessoas brancas não se vejam 
ou se reconheçam como brancas, outras 
pessoas o fazem. O legado do racismo 
acompanha qualquer e toda interação de 
pessoas brancas com pessoas de cor” 
 
Há muito silêncio sobre raça nas 
comunidades brancas e, como 
consequência, as pessoas brancas tendem 
a pensar na identidade racial como algo que 
outras pessoas têm, e não algo que é 
evidente para elas. Além disso, como a 
branquitude é a norma dominante, ela não é 
vista como uma cultura, sendo a cultura 
definida como "um conjunto de práticas 
compartilhadas, mitigadas por estruturas de poder", neste caso, com a branquitude 
sendo privilegiada por essas estruturas de poder. Como essas práticas são a norma 
dominante, elas não são nomeadas proativamente pelo grupo. Eles são prejudiciais 
para pessoas brancas e pessoas de cor porque promovem o pensamento de 
supremacia branca. 
 
Como a identidade racial não é vista como importante para os adolescentes 
brancos, geralmente não é discutida. Uma consequência dessa omissão que deve 
preocupar todos nós é que ela afeta todas as interações e relacionamentos que as 
pessoas brancas têm (ou não podem ter) com as pessoas de cor. 
Mais sobre o desenvolvimento da identidade racial branca a seguir. [Fonte: Tatum, 
2017] 
 
“Todas as pessoas brancas são maus?” 
 
Eu me lembro de uma conversa que tive há 
alguns anos com uma amiga branca que 
costumava conversar com seu filho pré-
escolar sobre questões de justiça social. Ela 
repetiu pra ele diversas vezes a história de 
Rosa Parks & o boicote de ônibus de 
Montgomery, e era uma de suas favoritas 
com 4 anos de idade. Mas quando ele foi 
crescendo, ela começou a notar um certo 
desconforto nele quando falava sobre esses 
temas. "Todos os brancos são maus?", 
Perguntou ele. Na idade de 5 anos, ele 
parecia estar se sentindo mal por ser branco. 
Ela me pediu conselhos, então eu recomendei que ela começasse a falar mais 
sobre o que as pessoas brancas fizeram para se opor à injustiça. 
 
Para muitas pessoas brancas que passaram a compreender a realidade cotidiana 
do racismo, a branquitude é frequentemente experimentada como fonte de 
vergonha, e não como fonte de orgulho. Os brancos precisam buscar novas 
maneiras de pensar sobre a branquitude, maneiras que os levam além do papel de 
vitimizadores. De fato, existe outro papel. Há uma história de protesto branco contra 
o racismo, uma história de brancos que resistiram ao papel de opressor e que foram 
co-conspiradores com pessoas de cor. Infelizmente, esses brancos muitas vezes 
são invisíveis para nós, porque aqueles que se opõem ao racismo são 
frequentemente marginalizados, de modo que suas histórias não são amplamente 
conhecidas. Há uma necessidade de saber sobre os co-conspiradores brancos que 
falaram e resistiram ao racismo. Como eles se libertaram dos confins da 
socialização racista que certamente experimentaram para reivindicar essa 
identidade para si mesmos? Ter acesso a essas narrativas é capacitar as crianças 
que estão procurando maneiras de serem agentes de mudança. 
 
As mensagens que recebemos sobre a superioridade ou inferioridade assumidas 
moldam nossas percepções da realidade e influenciam nossas interações. Enquanto 
a tarefa para pessoas de cor é resistir a mensagens sociais negativas e desenvolver 
um senso de autonomia em uma sociedade racista, a tarefa para pessoas brancas é 
desenvolver uma identidade branca positiva baseada na realidade, não na suposta 
superioridade. Para fazer isso, cada pessoa deve se tornar consciente de sua 
branquitude, reconhecer que ela é pessoal e socialmente significativa, e aprender a 
se sentir bem com ela, não no sentido do “orgulho branco” da KKK, mas no contexto 
de um compromisso com ela. uma sociedade justa ". 
(Tatum, 2017)

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