Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Como prometido, estamos fazendo uma série inteira sobre Crianças e Raça. Nós abordaremos temas como, por que e quando conversar com crianças sobre raça. Também lhe desafiaremos a romper sua própria parcialidade, poder e privilégio para desconstruir o racismo individual e institucional. Falar é um primeiro passo, mas, como disse Ijeoma Oluo, "não podemos destruir um sistema racialmente opressivo com conversa". Se falar e aprender como dizer as coisas certas é a sua meta de justiça racial, esta série não é para você. Este é um chamado à ação e uma mudança de estilo de vida. "Não basta que as pessoas se unam e dialoguem para obter conhecimento de sua realidade social. Elas devem agir juntas em seu ambiente para refletir criticamente sobre sua realidade e, assim, transformá-la em ação e reflexão crítica." A partir de 1º de abril, dedicaremos 21 dias ao seguinte: • Melhores práticas para falar com as crianças sobre raça; • Mudança do discurso e valores antirracistas para a ação antirracista; • Apoio ao desenvolvimento da identidade racial positiva; • Impedir o racismo na sala de aula. Todas as postagens serão marcadas com a hashtag: #DisruptingRacismWithKids e gostaríamos de convidá-lo a usá-la em postagens sobre sua prática antirracismo com as crianças daqui para frente. Pode servir como um recurso da comunidade e espaço para compartilhar, explorar e construir sobre o que outros pais e educadores estão fazendo. Série do perfil @theconsciouskid Esclarecimentos sobre a tradução: O texto original em inglês usa a expressão “person of color” (“pessoa de cor”) para designar qualquer pessoa não-branca como negros, índios, latinos, asiáticos, aborígines, esquimós, etc. Largamente usado atualmente nos Estados Unidos e Canadá substituiu os termos “colored” (“de cor”) e “minority” (“minorias”). Ainda que seu intuito seja o de abranger todos os grupos não-brancos afim de enfatizar as experiências comuns do racismo sistêmico, a expressão reforça a ideia enganosa de que o branco é o neutro pois ele seria o único que não teria cor e portanto raça. Feito esse alerta, informo que mantive a tradução literal considerando que não cabe a mim fazer intervenções no texto. Além disso, manter a expressão pode servir para uma reflexão especial aos brancos brasileiros: a branquitude está sempre em busca de restringir o grupo dos privilegiados, sendo assim os brancos no Brasil são “pessoas de cor” (latinas) nos EUA. Algumas expressões não soube como traduzir e as deixei em inglês entre aspas. Se quiser me ajudar pode mandar sugestões para marina.barral@gmail.com. “Se o seu antirracismo prioriza o 'crescimento' e a 'iluminação' da América branca em detrimento à segurança, dignidade e humanidade das pessoas de cor – então não é antirracismo. É supremacia branca ” Ijeoma Oluo “Em um workshop que conduzi na semana passada, uma mulher branca se perguntou se talvez as pessoas de cor nos Estados Unidos são muito sensíveis em relação à raça. Como ela seria capaz de aprender quando ficamos tão chateados com suas perguntas? Já sofri tantas interrupções e questionamentos similares que não sou nem capaz de contar. Mesmo quando meu nome está no pôster, nenhum desses lugares parece ser o lugar certo para falar sobre o que eu e tantas pessoas de cor precisamos falar. Muitas vezes os participantes brancos decidem por si mesmos o que será discutido, o que ouvirão, o que aprenderão. E é o espaço deles. Todos os espaços são. Um dia, frustrada, postei esse status de mídia social: “Se o seu antirracismo prioriza o 'crescimento' e a 'iluminação' da América branca em detrimento à segurança, dignidade e humanidade das pessoas de cor – então não é antirracismo. É supremacia branca ”. Será que um pouco de contaminação do nosso trabalho antirracista pela supremacia branca é melhor do que nenhum trabalho antirracista? Uma das primeiras respostas que recebi de um comentarista branco foi: "OK, mas não é melhor que nada?" É isso? Pouco silenciamento é melhor do que muito silenciamento? Será que um pouco de contaminação na nossa luta antirracista pela supremacia branca é melhor do que nenhuma luta antirracista? Toda vez que estou diante de uma plateia para abordar a opressão racial nos Estados Unidos, sei que estou diante um monte de pessoas brancas que estão na sala para se sentir menos mal diante das notícias de discriminação racial e violência, para “ganhar pontos”, para que todos saibam que eles não são como os outros, para fazer amigos negros. Eu sei que estou falando com muitos brancos que estão certos de que não são o problema porque estão lá. Só uma vez eu gostaria de falar com uma sala de pessoas brancas que sabem que estão lá porque são o problema. Que sabem que eles estão lá para começar o trabalho de ver onde eles foram cúmplices e prejudiciais para que eles possam começar a mudar. Porque a supremacia branca é uma construção sua, uma construção do qual eles se beneficiaram, e desconstruir a supremacia branca é o seu dever. "(Ijeoma Oluo para The Guardian). É o 1° dia da nossa série de três semanas sobre Crianças & Raça e queremos começar fazendo-lhe refletir sobre suas primeiras experiências com raça: • Quantos anos você tinha quando teve sua primeira memória relacionada à raça e como você se sentiu? • Você cresceu falando sobre raça e, em caso afirmativo, como isso moldou sua identidade? • O que você mudaria sobre suas experiências com relação a raça? Negros / Indígenas / Pessoas de Cor (BIPOC – sigla em inglês) frequentemente crescem falando sobre raça diariamente como parte natural e inevitável de nossas vidas. Muitos outros foram criados com o daltonismo como a ideologia dominante, na qual 70% das mães americanas brancas ainda se encaixam. O daltonismo é uma ideologia racial que diz: "Eu não vejo raça". As pessoas podem "parecer diferentes", mas "somos todos iguais por dentro" e fazem parte de "uma família humana". Reflete um ideal na sociedade em que a cor da pele é insignificante (desconsiderando o fato de que na realidade ela é significativa). Em vez de reconhecer que estão no topo da hierarquia racial, as pessoas brancas podem se ver como “sem raça”, ou dizer “eu não tenho raça”. Isso desvia a atenção dos brancos para seu papel na criação dos seus filhos, perpetua e beneficia o racismo e a supremacia branca, bem como o racismo estrutural e embutido nas políticas e instituições. Outro impacto do daltonismo é a supressão de conversas em torno de raça e racismo. As pessoas de cor que mencionam as formas reais e tangíveis como a raça e o racismo influenciam suas vidas e os efeitos que produzem são acusadas de “mimimi” ou de “racismo reverso”. Pais brancos frequentemente acreditam que uma abordagem daltônica os ajudará a criar uma criança não-racista, no entanto omitir conversas sobre raça na verdade perpetua o racismo e as disparidades raciais. Soa familiar? “Eu não sou branca, sou cor de pêssego”. Algumas observações de acompanhamento da primeira postagem de Crianças & Raça. Primeiro, deveríamos ter colocado um aviso de gatilho na postagem para os BIPOC e pedimos desculpas. Agora adicionamos. Toda esta série envolve falar sobre questões sensíveis de raça e identidade e nenhum de nós está no mesmo lugar em termos de nossa experiência e compreensão. Os comentários podem ter gatilhos, por isso, sinta-se à vontade para recusar-se a ler ou interagir com eles. Obrigado a todos que refletiram e compartilharam suas primeiras experiências com raça. Sabemos que essas coisas não são fáceis de compartilhar ou dizer em voz alta. Isso nos deu um feedback para pensar no que mais precisamos falar durante esta série e a citaçãosobre essa imagem é uma que queremos abordar agora. Muitas pessoas tem usado a palavra “pêssego” (peach em inglês) para descrever pessoas brancas e “moreno” (brown em inglês) para descrever pessoas negras. Isso é problemático por várias razões, é recomendado (e importante) que você use e nomeie “branco” e “negro”. É muito comum e compreensível que crianças pequenas fiquem confusas quando a cor real de sua pele (como pêssego, marrom escuro, bege, marrom claro, etc.) não coincide com o nome do seu grupo racial. Por exemplo, ouvimos crianças dizendo: "Eu não sou negra, sou morena" porque elas estão observando e falando a cor real de sua pele. É importante acolher o que eles estão dizendo e validar que está correta sua observação, mas também fornecer a elas a informação de que existe uma diferença entre cor e raça. Você pode dizer algo como: “sim, você está absolutamente certo de que a cor real da sua pele é marrom. Os negros não são na verdade de cor preta. Nós temos a pele marrom de todos os diferentes e belos tons, mas o termo que usamos para descrever a nós mesmos é o negro. Eu sou negro também e veja como minha pele é da cor marrom? Adoro a sua negritude e a cor da sua pele ”. Uma conversa semelhante precisa ser feita com crianças brancas usando a palavra “branco”. Não nomear a palavra "branco" mascara a branquitude, a supremacia branca, o privilégio, o poder e a história do povo branco como membros desse grupo. Dia 2: Faça uma auto-avaliação. “Se você não consegue pensar criticamente sobre o racismo, então você não está preparado para criar sua criança a pensar criticamente sobre racismo”. Fique à vontade para falar e aprender sobre raça, racismo e desigualdade racial. Se você não puder explicar a outro adulto por que os padrões de desigualdade racial existem e persistem, será impossível explicar a uma criança de quatro anos de idade. Há maneiras apropriadas de explicar o racismo estrutural e o preconceito implícito para crianças pequenas, mas primeiro os adultos têm que entender completamente esses conceitos. Se você não aprendeu essas coisas, certamente não é culpa sua, mas é sua responsabilidade aprender agora. Se você não está acostumado a pensar e falar sobre essas coisas em sua vida cotidiana, faça um esforço conjunto para fazê-lo. ” "Comece dedicando algum tempo para pensar em como sua raça afeta sua vida e as vidas daqueles ao seu redor. Se você estiver desconfortável falando sobre raça, pergunte-se por quê. Pense em quais mensagens você recebeu sobre raça quando criança. Leia artigos e livros que ajudem você a entender como raça e racismo afetam a vida de uma variedade de pessoas e aprenda sobre raça, racismo, preconceito e ódio. Pense no conceito de interseccionalidade de Kimberlé Crenshaw. Raça não é um monólito, o racismo existe dentro de um sistema de múltiplas opressões. Pense em como a raça se cruza com etnia, religião, sexo, identidade de gênero, sexualidade, idade, habilidade, nacionalidade, status de cidadania e muito mais. Leia sobre microagressões, supremacia branca, privilégio branco, fragilidade branca e “tone policing” - estes são especialmente importantes para os brancos. Entenda o racismo estrutural e institucional e a história e legado do racismo neste país. Você não precisa ter todas as respostas, mas deve se envolver em algum nível de entendimento e educação continuada. Nossa pergunta para você hoje é: Para aqueles que começaram a aprender sobre raça, que livros, artigos ou recursos você achou útil para você? Também compartilharemos alguns dos nossos favoritos nos comentários. • The Fire This Time: A New Generation Speaks About Race por Jesmyn Ward • So You Want to Talk About Race por Ijeoma Oluo • White Fragility por Robin DiAngelo • Why are All the Black Kids Sitting Together in the Cafeteria And Other Conversations About Race by Beverly Daniel Tatum • I'm Still Here: Black Dignity in a World Made for Whiteness by • The First R: How Children Learn Race and Racism by Debra Van Ausdale and Joe Feagin • Stamped from the Beginning: The Definitive History of Racist Ideas in America Minha bibliografia sugerida em português: • Quem tem medo do feminismo negro de Djamila Ribeiro • O que é lugar de fala de Djamila Ribeiro • Na minha pele de Lázaro Ramos Dia 3: O Porquê Os adultos muitas vezes acham que devem evitar conversar com crianças sobre raça ou racismo porque isso as faria notar a raça ou as tornaria racistas. Mas quando os adultos não falam sobre raça ou usam a retórica “daltônica” 1 , eles na verdade reforçam o preconceito racial em crianças. Desde muito cedo, as crianças veem padrões - quem vive onde; que tipos de casas eles veem quando andam ou caminham por diferentes bairros; quem é o personagem mais desejável nos filmes que assistem; quem ocupa qual cargo no consultório médico, na escola, na mercearia; e assim por diante - e tentam atribuir "regras" para explicar o que elas veem. O silêncio dos adultos sobre esses padrões e o racismo estrutural que os causa, combinado com a falsa mas onipresente narrativa do “Sonho Americano” de que todos podem conseguir o que quiserem, resulta em crianças concluindo que os padrões que veem “devem ter sido causados por significativas diferenças inerentes entre os grupos”. Em outras palavras, as crianças pequenas inferem que as desigualdades raciais que elas veem são naturais e justificadas. Portanto, apesar das boas intenções, quando falhamos em falar abertamente com nossos filhos sobre a desigualdade racial em nossa sociedade, estamos de fato contribuindo para o desenvolvimento de seus preconceitos raciais, que os estudos mostram que já existem aos 3 anos de idade (E. Winkler). Falar de raça com crianças é fornecer informações precisas, de modo que, quando confrontadas com estereótipos ou informações imprecisas, elas terão sua própria base de informações e entendimentos precisos para utilizar. Tudo se resume a um valor fundamental de reconhecer que é essencial quebrarmos a supremacia branca na nossa cultura e instituições; rejeitar o racismo e o ódio; e ajudar a criar comunidades onde a diversidade é celebrada, a equidade é alcançada e a inclusão é a norma. Estes são os grandes objetivos, dado onde estamos como sociedade agora, esses esforços devem ser feitos em uma multiplicidade de níveis e em uma infinidade de contextos, inclusive quando se trabalha com e/ou vive com crianças pequenas (ALSC). Falar sobre raça também incentiva o desenvolvimento de uma identidade racial positiva nas crianças (o que discutiremos mais adiante), a segurança e o bem-estar das crianças e o desenvolvimento de sua consciência crítica. "A consciência crítica é a capacidade de reconhecer e analisar sistemas de desigualdade e o compromisso de agir contra esses sistemas. Pesquisas mostram que a consciência crítica aumenta a motivação acadêmica, a autossuficiência, a resiliência e os resultados acadêmicos (A. El-Amin). 1 Daltonismo racial é a prática de dizer que raça não existe, ou que não enxerga diferença entre as pessoas independentemente da sua cor de pele. O que se esconde atrás do discurso de igualdade é o silenciamento das opressões vividas cotidianamente por pessoas que não são brancas. (Este é um adendo pessoal) Às vezes visualizo o ciclo contínuo do racismo como uma esteira rolante no aeroporto. O comportamento racista ativo é equivalente a andar rápido na esteira. A pessoa que pratica comportamento racista ativo identificou-se com a ideologia da supremacia branca e está andando na sua direção. O comportamento racista passivo é equivalente a ficar parado na esteira. Nenhum esforço evidente está sendo feito, mas a esteira move os espectadores para o mesmo destino daqueles que estão andando ativamente.Alguns espectadores podem sentir o movimento da esteira, podem ver os racistas ativos à sua frente e optar por se virar, sem vontade de ir para o mesmo destino que os supremacistas brancos. Mas a menos que eles estejam caminhando ativamente na direção oposta a uma velocidade mais rápida que a esteira - a menos que sejam ativamente antirracistas - eles serão transportados junto com os outros. Dr. Beverly Daniel Tatum ---------------------- Onde você está na esteira rolante? Enquanto as pessoas de cor não podem, por definição, ser racistas, ainda podemos internalizar e perpetuar a supremacia branca. Estamos na passarela também? Dia 4: Nomeando o problema. “Quando não há um nome para um problema, você não consegue ver o problema. Quando você não consegue ver o problema, não consegue resolvê-lo.” Kimberlé Crenshaw O propósito de discutir a terminologia serve para nomear o problema e criar consciência em torno de uma linguagem compartilhada. Ao conectar termos a experiências, as crianças e os adultos podem nomear a opressão. Quando eles começam a aprender e a experimentar a opressão, eles são capazes de identificar e articular como ela se manifesta, em vez de simplesmente se frustrar ou pior, internalizar a opressão. Aqui estão as definições para raça, racismo e preconceito. Que outros termos você gostaria de ter definições? Nós estaremos definindo mais ao longo da série. Raça: refere-se a grupos de pessoas que têm diferenças e semelhanças nas características físicas consideradas pela sociedade como socialmente significativas (como a cor da pele). A raça é uma construção social e política, não científica. Não tem base genética. Nenhuma característica, feição ou mesmo gene distingue todos os membros de uma raça de todos os membros de outra raça. No entanto, o impacto que isso tem é muito real. A raça é uma poderosa força política, social e econômica que dá às pessoas um acesso diferente a riqueza, poder, oportunidades e recursos. (PBS / DismantlingRacism) Racismo: Um sistema de vantagens baseado na raça (Wellman). O racismo não é apenas uma ideologia pessoal baseada no preconceito racial, mas um sistema que envolve mensagens culturais e políticas e práticas institucionais (Tatum). O racismo também envolve poder: acesso a recursos sociais, culturais e econômicos e à tomada de decisões, o que leva à institucionalização de políticas e práticas racistas (Tatum). O racismo é diferente do preconceito porque envolve um grupo com o poder de levar a cabo a discriminação sistemática através das políticas e práticas institucionais da sociedade e moldando as crenças e valores culturais que apoiam essas políticas e práticas racistas. Porque as pessoas de cor não têm poder pessoal e sistêmico baseado na raça, elas podem ser preconceituosas, mas não racistas (DismantlingRacism). Preconceito: Um julgamento ou opinião baseada em informações limitadas. É geralmente, mas nem sempre, negativo. Em alguns casos, os preconceitos de pessoas oprimidas (“você não pode confiar em x”) são necessários para a sobrevivência. Ninguém está livre de preconceitos. Dia 5: O quando. “Quando começa o racismo e a viés racial em crianças?” Desde 3-6 meses de idade os bebês começam a notar e expressar preferência por raça. Os bebês que vivem em uma comunidade homogênea mostram preferências por rostos de seu próprio grupo racial, enquanto bebês em ambientes heterogêneos não o fazem (Bar-Haim, 2006). Entre as idades de 3 e 5 anos, as crianças começam a aplicar estereótipos, categorizar pessoas por raça e expressar viés racial (Winkler, 2009). As crianças brancas norte-americanas começam a ter atitudes explicitamente negativas em relação às pessoas de cor já aos 3 anos de idade (Baron, 2006). Aos 3 anos, as crianças também usam a linguagem racista intencionalmente e para criar hierarquias sociais, para provocar reações emocionais em pessoas de cor e produzir resultados nocivos (Van Ausdale, 2001). Crianças hispânicas de até 5 anos mostram uma preferência por hispânicos em detrimento a negros, mas não mostram preferência por hispânicos em detrimento a brancos, o que sugere que as atitudes intergrupais implícitas são aprendidas bem cedo e que as crianças oriundas de grupos marginalizados experimentam o mais baixo índice de preferência por seu grupo. (Dunham, 2004). Com 6 anos, as crianças demonstram viés pró-branco/anti-negro (Baron, 2006). A maioria dos americanos, independentemente da raça, apresenta um preconceito pró- branco/anti-negro implícito (ou inconsciente) (Kirwan, 2014). Crianças de 10 anos também revelam uma preferência explícita e implícita por brancos em detrimento a negros. Aos 13 anos, as crianças negras não mostram a preferência intragrupo que os americanos brancos têm (Baron, 2006). Adolescentes, quando olham para os rostos das pessoas negras, mostram níveis mais altos de atividade na área do cérebro conhecida por suas reações de luta e fuga. Aos 14 anos, crianças negras e brancas mostram atividade aumentada da amígdala (uma resposta emocional subconsciente) ao ver rostos negros em relação às faces brancas. Essa diferença não está presente na primeira infância, e as respostas às faces brancas permaneceram estáveis ao longo das idades estudadas (idades de 4 a 16 anos) (Telzer, 2013). Qual era a idade da criança mais jovem que você viu praticar racismo ou preconceito? Quantos anos você tinha quando percebeu pela primeira vez em si mesmo? [Fonte: Welcoming Schools] Quanto aos adultos: os adultos mostram o mesmo viés implícito pró-branco/anti- negro, no entanto, eles auto-relatam uma preferência igual para brancos e negros (Baron, 2006). Dia 6: Bebês e crianças (0-3). “Nunca é cedo demais para falar de raça. Como seria isso com bebês e crianças pequenas?” Como mencionamos ontem, a partir dos 3-6 meses, os bebês percebem e reagem de maneira diferente às diferenças raciais. Aos 3 anos de idade, eles categorizam e expressam preconceitos com base na raça e podem até usar linguagem racista intencionalmente. A ideia de que conversar com crianças sobre raça não é apropriada porque elas são muito jovens e inocentes ou porque "criará racismo", não é correta. Aqui estão algumas coisas que os pais podem fazer para combater o preconceito racial desde o nascimento: • Antes que os bebês possam conversar, os pais podem ensinar através de ações. Modele comportamentos em interações e relacionamentos inter- raciais e inter-religiosos, e busquem ativamente grupos diversos de recreação e creches. É importante que as crianças tenham experiências positivas com colegas que sejam pessoas de cor, e que elas vejam você tendo essas experiências também. É igualmente importante que as crianças pequenas vivam situações em que pessoas de cor ocupam cargos/profissões de liderança, como pediatra ou professora. • Selecione livros, música, mídia, bonecos e brinquedos com representações positivas de diferentes raças, cores, culturas, idiomas e religiões. Escolha livros escritos por autores de cor e mostre crianças de cor fazendo coisas cotidianas para que não vejam a diferença como exóticas. Ao brincar com brinquedos ou ler livros, aponte e afirme semelhanças e diferenças. Por exemplo, "essa pessoa tem uma bela pele morena, assim como você" ou "essa pessoa tem uma bela pele morena. É uma cor diferente da sua, mas tão bonita quanto. E olha, vocês dois amam a hora do banho!”. • Esteja preparado para responder a perguntas e corrigir comentários imprecisos. É comum que crianças de 2 ou 3 anos falem ou perguntem sobre as diferenças, especialmente a cor da pele. • Dr. Beverly Daniel Tatum fala sobre a importância da valorização desde o nascimento, especialmente para crianças negras e crianças de cor. “Desde a infância eu venhofalado o quanto eu gostava da pele morena do meu filho e daqueles pequenos cachos. Sempre que eu o banhava ou escovava seu cabelo. Era importante ter certeza de que ele se visse positivamente de todas as maneiras possíveis, como um protetor contra as mensagens negativas sobre a negritude oferecidas pela sociedade no geral. ”Você acrescentaria alguma coisa? [Fontes: Tatum, Mlynek, 2017, Pais] “Eddie diz que minha pele é marrom porque eu bebo muito leite achocolatado. Isso é verdade?” “Eddie era um menino branco de três anos na turma do [meu filho] Jonathan, que havia observado uma diferença física e estava procurando por uma explicação. "Não", respondi, "sua pele é marrom porque você tem algo em sua pele chamado melanina. A melanina é muito importante porque ajuda a proteger a pele do sol. Eddie tem melanina também. Todo mundo tem melanina. Mas algumas pessoas têm mais que outras. Na sua escola, você é o garoto que mais tem. Eu falei mais sobre o quanto eu gostava da cor da sua pele amendoada2, como era uma mistura perfeita da minha pele e a do pai dele. Eu queria reforçar quem era Jonathan, um lindo menino de pele morena. Eu queria contrariar a implicação da pergunta de Eddie - que talvez houvesse algo errado com a pele morena, o resultado de leite com muito chocolate. As crianças em idade pré-escolar são muito focadas em aparências externas, e a cor da pele é a característica racial que eles têm mais probabilidade de comentar. O fato de Eddie perguntar sobre a pele de Jonathan, em vez de especular sobre a sua, refletiu que ele já havia internalizado a "brancura" como norma. Sua teoria era falha e ele precisava de ajuda. Muitos adultos não sabem como responder quando as crianças fazem observações relacionadas à raça. Imagine esse cenário. Uma mãe branca e uma criança pré- escolar estão no supermercado. Eles passam por uma mulher e uma criança negras, e a criança branca diz em voz alta: "Mamãe, olhe para aquela menina! Por que ela está tão suja? 'A mãe branca, envergonhada pelo comentário de seu filho, responde rapidamente com um 'Ssh!' Uma resposta apropriada poderia ter sido:' Querida, aquela garotinha não está suja. Sua pele é tão limpa quanto a sua. É apenas uma cor diferente. Assim como temos diferentes cores de cabelo, as pessoas têm diferentes cores de pele. A explicação da melanina também pode ser adicionada. Talvez com medo de dizer a coisa errada, no entanto, muitos pais não oferecem uma explicação. Eles param em "Ssh", silenciando a criança, mas não respondendo à pergunta ou ao raciocínio subjacente. Crianças que foram silenciadas com frequência aprendem a não falar sobre raça. Suas perguntas não desaparecem, elas simplesmente não são feitas. "-Dr. Beverly Daniel Tatum 2 Traduzi pecan-colored como amendoado por desconhecer cor-de-noz. Dia 7: Melhores Práticas Parte 1 “Falando sobre raça com crianças pequenas. Melhores práticas com crianças da pré-escola ao fundamental” 1. Faça perguntas: já há muito sobre como falar com as crianças - precisamos pensar mais sobre como ouvir as crianças. Por exemplo, se seu filho disser algo que soe racista ou preconceituoso racialmente, pare por um momento E pergunte a si mesmo: O que ele está dizendo? O que ele está percebendo? Pergunte a ele: "O que faz você pensar isso?" A observação deles pode ser completamente diferente do que você inicialmente imaginou. Depois de entender o raciocínio por trás da declaração da criança, você pode trabalhar para mudar sua percepção. 2. Use o Conceito de Justiça: Se você convive com crianças pequenas regularmente, então você sabe que elas adoram falar do que é justo e o que não é justo! Você pode aproveitar esse senso apurado de justiça para ajudar a explicar que os padrões que eles veem são absolutamente injustos, assim como para envolver as crianças na tentativa de corrigir esses erros. As crianças já estão percebendo padrões no mundo ao seu redor e esta é a sua oportunidade de ajudá-las a pensar criticamente sobre o que estão vendo, em vez de aceitar as coisas como são. Mostre situações cotidianas que o incomodam porque são injustas - por exemplo, que você não vê crianças negras nos livros na prateleira da biblioteca - e por que você acha que isso injusto. Mas também, certifique-se de fornecer esperança e um caminho a seguir. 3. Empodere: Mostre às crianças que, embora enfrentemos problemas preocupantes como sociedade, há (e sempre houve) pessoas e organizações trabalhando por mudanças positivas todos os dias. Mostre às crianças que elas podem ajudar também. Continuando com o exemplo acima - que os personagens de cor estão tristemente sub-representados ou deturpados na literatura infantil - você e seus filhos podem trabalhar com outras famílias para reunir uma lista de livros que você gostaria de ter na sua biblioteca ou escola, ou escreva para editores. Se isso parece muito, procure organizações em sua cidade que já estejam fazendo um trabalho antirracista, muitas acolhem a participação de crianças. [Fontes: S. Benites, E. Winkler, 2017] “Tudo bem não saber. Descubra, retorne ao tema depois ou aprenda junto.” Quando as crianças começam a ficar curiosas sobre raça ou diferenças raciais, elas normalmente pedem para os pais a explicação. Mas, e se você honestamente não souber o que dizer? Os pais precisam saber que não há problema em não saber. Pode ser natural querer ter todas as respostas, mas às vezes a melhor resposta é: "Não tenho certeza. Mas vamos analisar e aprender sobre isso juntos." Dessa forma, você não está apenas mostrando aos seus filhos a importância de admitir quando você está em dúvida sobre algo, mas também mantendo a conversa aberta. Além disso, não há problema em retornar a uma pergunta se você não sabe o que dizer imediatamente, haverá oportunidade. [Fonte: S. Benites, E. Winkler] Alguém perguntou se nós temos uma loja de bonecas favorita que nós recomendaríamos e sim nós temos: @harperimandolls É uma companhia de boneca artesanal, administrada por um duo de mãe / filha negras e elas aceitam encomenda. “As bonecas de cor são sub-representadas. Não há muitas opções para escolher e as disponíveis não representam com precisão nossos diferentes tons de pele e texturas de cabelo. Acreditamos na frase "é difícil ser o que você não pode ver". Criamos bonecos com um propósito em mente: para ajudar a reforçar o quão bonitas e fortes nossas crianças são, dando-lhes reafirmações de si mesmas com as quais possam se identificar. " Dia 8: Melhores práticas para falar sobre raça com crianças pequenas – Parte II “Quando as crianças são ensinadas a prestar atenção em multiplos atributos de uma pessoa de uma só vez, pesquisas mostram que seu nível de viés é diminuído” Crianças muito jovens são propensas a algo que os psicólogos desenvolvimentistas chamam de 'raciocínio transdutivo', o que os leva a pensar que, se as pessoas são parecidas (por exemplo, a cor da pele), elas devem ser semelhantes de outras maneiras. Isso pode levar a pensamentos como: "Eu tenho pele morena e sou boa em colorir, então ser de pele marrom torna as pessoas boas em colorir". É fácil ver como esse padrão de pensamento pode levar a um viés racial, por isso é importante interromper esse processo ensinando as crianças a pensar de maneiras mais complexas. De fato, quando as crianças são ensinadas a prestar atenção a múltiplos atributos de uma pessoa ao mesmo tempo, a pesquisa mostra que seu nível de viés é reduzido. Então, ajude seu filho a pensar em pessoas de múltiplas dimensões. Eles têm um parente ou amigo com quem compartilham o mesmo tom de pele ou identidade racial, mas que gostam de coisasdiferentes? Eles têm um parente ou amigo que tem um tom de pele ou identidade racial diferente, mas quem gosta das mesmas coisas? Incentivar seu filho a pensar nas pessoas como multidimensional pode ajudar a reduzir o preconceito. ”[Fonte: Winkler, 2017] “Eu não posso acreditar no que você diz, porque eu vejo o que você faz” James Baldwin Deixe suas ações falarem mais que suas palavras. Como você provavelmente já sabe, as crianças raramente caem na tática do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço ”. Se você disser que algo é importante, mas seus filhos não o virem se comportando de acordo com sua afirmação, eles sabem que isso não é muito importante para você. Por exemplo, se você disser que é importante ter um grupo diversificado de amigos, mas seus filhos não virem um grupo diversificado de pessoas chegando à sua casa, eles sabem que você não está fazendo disso uma prioridade em sua vida, então por que eles deveriam fazer? Isso também vale para coisas como escolher e consumir mídia que se contrapõe aos estereótipos raciais ou se manifestar contra as desigualdades raciais. Podemos dizer às crianças que essas coisas são importantes, mas também devemos modelar esse comportamento para elas. [Fonte: Winkler, 2017] Nós abordaremos isso ainda mais nos próximos dias e amanhã passaremos dever de casa para pais brancos. Pediremos a você que leia um artigo de jornal sobre a diferença entre valores antirracistas e práticas parentais antirracistas. Pesquisas mostram que há inconsistências significativas entre pais que se identificam como antirracistas e sua modelagem de ação antirracista. Fique ligado. Dia 9: Parentalidade Antirracista: Princípios vs. Prática (Tarefa de Casa!) Como mencionamos ontem à noite, hoje pedimos aos pais brancos que leiam um artigo de jornal de Sarah Matlock e Robin DiAngelo chamado: “'Colocamos em termos não-delicado: brancos antirracistas e parentalidade”. O link está em nossos stories e em nosso perfil. Tem aproximadamente 20 páginas, por isso, separe algum tempo. Este artigo enfoca um estudo envolvendo pais brancos, mas vale a pena a leitura para qualquer pessoa interessada em questionar o que significa aplicar e praticar o antirracismo na parentalidade (em oposição a apenas aprender e falar sobre isso). Convidamos alguém (você não precisa ser branco, não precisa ser pai) para se juntar a nós na leitura. Por favor, responda nos comentários com pelo menos uma coisa que você aprendeu com o artigo e como você aplicará o que aprendeu à sua própria criação. “A pesquisa mostra que os pais brancos que se identificam com os valores antirracistas contradizem quase universalmente seu sistema de valores de maneiras significativas. Os pais brancos antirracistas, em geral, estavam cientes do racismo como um sistema de opressão que conferia privilégios imerecidos e transmitiam essa consciência a seus filhos, mas havia uma modelagem mínima de ação antirracista. A consciência deve ser levantada dentro da comunidade de pais brancos antirracistas sobre quantos de seus comportamentos reforçam, ao invés de desafiar, a supremacia branca. ”Nós estaremos adicionando trechos mais notáveis do artigo aos comentários ao longo do dia. Como o racismo explícito está frequentemente nos nossos noticiários e nossos círculos, os pais brancos se preocupam em como educar crianças brancas para que sejam gentis, compassivas e, principalmente, não racistas. Os conselhos que eles recebem com mais frequência são simples: converse mais com seus filhos sobre raça. Isso é certamente importante, mas tenho visto em primeira mão que isso não é suficiente. As crianças brancas aprendem sobre raça como resultado de suas próprias experiências independentes - não apenas conversas. Sua experiência vivida e suas interações com colegas, professores, vizinhos, treinadores, irmãos e estranhos são muito importantes. As escolhas que os pais fazem sobre como configurar a vida das crianças influenciam as ideias dos filhos sobre raça e racismo. O bairro em que vivem, a escola em que frequentam e as atividades em que participam definem os parâmetros de como as crianças entendem a raça. E isso é verdade se os pais estão conscientes de que essas escolhas são importantes ou não, e independentemente do que os pais explicitamente digam sobre raça. Comportamentos cotidianos de pais brancos também são importantes: quando trancar as portas do carro, que conversas ter na mesa de jantar, que livros e revistas ter em casa, como reagir às manchetes, quem convidar para os churrascos de verão, se e como responder a perguntas feitas por crianças sobre raça, quem são os pais amigos delas mesmas, quando revirar os olhos, que mídia consumir, como responder a comentários abertamente racistas feitos pelo avô em um jantar de família e onde passar tempo de lazer. (Restaurantes, destinos de férias e eventos sociais podem ser deliberadamente e automaticamente maioritariamente brancos - ou propositalmente não.) Os pais podem nem mesmo estar conscientes de que estão transmitindo ideias sobre raça através desses comportamentos, mas as crianças aprendem com eles o tempo todo. As conversas que os pais têm com os filhos brancos sobre a questão da raça e do racismo - é o mesmo que tudo o que os pais fazem. Em vez de se concentrar apenas no que dizem às crianças sobre a raça, os pais brancos deveriam pensar de maneira mais crítica e cuidadosa sobre como o que eles fazem no dia a dia pode realmente reproduzir as ideias e formas de desigualdade racial que eles afirmam desafiar. "(Margaret Hagerman) “Ser branco pode não ter muita importância para alguns brancos, mas isso não significa que não tenha importância. Todos as pessoas brancas são brancas no contexto de uma sociedade que continua a prejudicar pessoas de cor por causa da sua raça. Ser branco, em essência, significa não ter que lidar com essa desvantagem e por isso não ter que percebê-la. Enquanto crianças podem precisar serem consolodas de que elas não pediram para nascerem brancas, nem para receberem as vantagens que vem com isso, elas também precisam saber que a realidade em que elas estão inseridas atribui privilégios imerecidos por sua branquitude. É por se enxergarem em um contexto maior racializado que pessoas brancas podem começar a entender qual o papel deles em transformar o racismo – e transformar o significa ser branco.” Michael and Bartoli, 2014 Os pais podem promover a conscientização sobre o significado da branquitude, ajudando as crianças brancas a desenvolver uma identidade racial positiva, o que requer uma compreensão do racismo sistêmico. Estaremos discutindo o racismo sistêmico e como é uma identidade branca positiva nos próximos 2 posts. Para mais informações sobre o privilégio branco, por favor, consulte o artigo de Peggy McIntosh, "White Privilege: Unpacking the Invisible Knapsack" (linked no profil). Dia 10: Racismo Estrutural. “Sem uma análise estrutural do racismo, é impossível entender porquê e até que ponto a raça ainda importa.” Entender o racismo estrutural ajuda a mudar a conversa de uma questão de culpabilidade individual para outra em que todos somos fortemente influenciados por nossa posição dentro de um sistema de estratificação racial. Ela ajuda as crianças a ampliar suas lentes além do seu entorno imediato e ver como o racismo molda a paisagem mais ampla de suas vidas. Sem uma análise estrutural do racismo, é impossível entender porquê e até que ponto a raça ainda importa. As crianças devem desenvolver um senso de como o racismo estrutural funciona em nível individual, comunitário e institucional. O racismo estrutural é um sistema no qual políticas públicas, práticas institucionais, representações culturais eoutras normas funcionam de várias maneiras, muitas vezes reforçadoras, para perpetuar a desigualdade do grupo racial. É primariamente caracterizado pela supremacia branca - o tratamento preferencial, privilégio, poder, acesso e oportunidades para pessoas brancas - à custa de resultados adversos cumulativos e crônicos para pessoas de cor. Abrange todo o sistema de supremacia branca, difundido e infundido em TODOS os aspectos da sociedade, incluindo a nossa história, cultura, política, economia e todo o nosso tecido social. O racismo estrutural é a forma mais profunda e penetrante de racismo - todas as outras formas de racismo (institucionais, interpessoais, internalizadas, etc.) emergem do racismo estrutural. Não é algo que poucas pessoas ou instituições escolhem praticar. Em vez disso, tem sido uma característica de todos os sistemas sociais, econômicos e políticos em que todos nós existimos. Por favor, assista ao vídeo de 4 minutos, “Structural Racism: The Unequal Opportunity Race" (Racismo Estrutural: A Raça de Oportunidade Desigual) e conte- nos seus pensamentos / reações nos comentários. O vídeo foi produzido por Kimberlé Crenshaw e o Fórum de Política Afro-Americano para destacar as barreiras históricas e estruturais que cria injustiças com base na raça. Chama a atenção para as desvantagens de ter que correr em pistas moldadas pela iniquidade racial, e as vantagens que se acumulam para aqueles que não enfrentam tais obstáculos. Link em nossos stories e perfil. [Aviso de gatilho: pode provocar emoções fortes] [Fontes: Michael / Bertoli, 2014; Lawrence / Keleher, 2004; SURJ; Inst Aspen] “Ainda que pessoas brancas não se vejam ou se reconheçam como brancas, outras pessoas o fazem. O legado do racismo acompanha qualquer e toda interação de pessoas brancas com pessoas de cor” Há muito silêncio sobre raça nas comunidades brancas e, como consequência, as pessoas brancas tendem a pensar na identidade racial como algo que outras pessoas têm, e não algo que é evidente para elas. Além disso, como a branquitude é a norma dominante, ela não é vista como uma cultura, sendo a cultura definida como "um conjunto de práticas compartilhadas, mitigadas por estruturas de poder", neste caso, com a branquitude sendo privilegiada por essas estruturas de poder. Como essas práticas são a norma dominante, elas não são nomeadas proativamente pelo grupo. Eles são prejudiciais para pessoas brancas e pessoas de cor porque promovem o pensamento de supremacia branca. Como a identidade racial não é vista como importante para os adolescentes brancos, geralmente não é discutida. Uma consequência dessa omissão que deve preocupar todos nós é que ela afeta todas as interações e relacionamentos que as pessoas brancas têm (ou não podem ter) com as pessoas de cor. Mais sobre o desenvolvimento da identidade racial branca a seguir. [Fonte: Tatum, 2017] “Todas as pessoas brancas são maus?” Eu me lembro de uma conversa que tive há alguns anos com uma amiga branca que costumava conversar com seu filho pré- escolar sobre questões de justiça social. Ela repetiu pra ele diversas vezes a história de Rosa Parks & o boicote de ônibus de Montgomery, e era uma de suas favoritas com 4 anos de idade. Mas quando ele foi crescendo, ela começou a notar um certo desconforto nele quando falava sobre esses temas. "Todos os brancos são maus?", Perguntou ele. Na idade de 5 anos, ele parecia estar se sentindo mal por ser branco. Ela me pediu conselhos, então eu recomendei que ela começasse a falar mais sobre o que as pessoas brancas fizeram para se opor à injustiça. Para muitas pessoas brancas que passaram a compreender a realidade cotidiana do racismo, a branquitude é frequentemente experimentada como fonte de vergonha, e não como fonte de orgulho. Os brancos precisam buscar novas maneiras de pensar sobre a branquitude, maneiras que os levam além do papel de vitimizadores. De fato, existe outro papel. Há uma história de protesto branco contra o racismo, uma história de brancos que resistiram ao papel de opressor e que foram co-conspiradores com pessoas de cor. Infelizmente, esses brancos muitas vezes são invisíveis para nós, porque aqueles que se opõem ao racismo são frequentemente marginalizados, de modo que suas histórias não são amplamente conhecidas. Há uma necessidade de saber sobre os co-conspiradores brancos que falaram e resistiram ao racismo. Como eles se libertaram dos confins da socialização racista que certamente experimentaram para reivindicar essa identidade para si mesmos? Ter acesso a essas narrativas é capacitar as crianças que estão procurando maneiras de serem agentes de mudança. As mensagens que recebemos sobre a superioridade ou inferioridade assumidas moldam nossas percepções da realidade e influenciam nossas interações. Enquanto a tarefa para pessoas de cor é resistir a mensagens sociais negativas e desenvolver um senso de autonomia em uma sociedade racista, a tarefa para pessoas brancas é desenvolver uma identidade branca positiva baseada na realidade, não na suposta superioridade. Para fazer isso, cada pessoa deve se tornar consciente de sua branquitude, reconhecer que ela é pessoal e socialmente significativa, e aprender a se sentir bem com ela, não no sentido do “orgulho branco” da KKK, mas no contexto de um compromisso com ela. uma sociedade justa ". (Tatum, 2017)
Compartilhar