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1 É um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, independente de outros fatores. Dos com hipertensão (HAS), 90 a 95% apresentam hipertensão essencial ou primária para qual a causa não pode ser determinada, incluindo uma combinação de fatores ambientais e genéticos. Nos outros 05% a HAS surge como resultado de outra doença, normalmente endócrina e, desta forma é considerada como uma hipertensão secundária. Dependendo da extensão da doença de base, a hipertensão secundária pode ser curada. No Sixth (VI) Report of Joint National Comittee on Detection, Evaluation and Treatment of Blood Pressure (JNC VI) citado pelo Dan (2009), a HAS é classificada em estágios com base no risco de desenvolver doença cardiovascular, como mostra a tabela 1. A classificação proposta por Chemin é a Seventh (VII) Report of Joint National Comittee on Detection, Evaluation and Treatment of Blood Pressure (JNC VII) e encontra-se na tabela 02. Tab.1 Classificação da Pressão Sangüínea (mmHg) em Adultos a partir dos 18 anos (Dan, 2009 e Chemin, 2011) Categoria Sistólica Diastólica Ótima < 120 E < 80 Normal < 130 E < 85 Normal elevada / Limítrofe 130 a 139 Ou 85 a 89 Hipertensão Estágio 1 140 a 159 Ou 90 a 99 Estágio 2 160 a 179 Ou 100 a 109 Estágio 3 180 Ou 110 Hipertensão sistólica isolada 140 E <90 Tab.2 Classificação da Pressão Sangüínea (mmHg) em Adultos a partir dos 18 anos (Chemin) Categoria Sistólica Diastólica Normal < 120 < 80 Pré-hipertensão 120 - 139 80 – 89 Pré-hipertensão essa classificação foi introduzida, a fim de melhorar os programas de educação de cuidados na diminuição dos níveis de PA, e dessa forma prevenir o desenvolvimento da hipertensão na população em geral. Apesar dos pacientes hipertensos serem, com freqüência, assintomáticos, a HAS não é uma doença benigna. Os sistemas cardíaco, cerebrovascular e renal são afetados pela pressão sangüínea cronicamente elevada. FISIOPATOLOGIA A pressão sangüínea é uma função do débito cardíaco multiplicado pela resistência periférica (a resistência nos vasos sangüíneos ao fluxo de sangue). PS = débito cardíaco x resistência periférica O diâmetro dos vasos afeta o fluxo de sangue. Quando o diâmetro está diminuído como na aterosclerose, a resistência e a pressão sangüínea aumentam. Inversamente, quando o diâmetro está aumentado (como na terapia com droga vasodilatadora), a resistência se reduz e a pressão sangüínea é diminuída. Muitos mecanismos mantêm o controle homeostático da pressão sangüínea. Os reguladores principais são: - o sistema nervoso simpático para controle a curto prazo em resposta a uma queda na pressão o sistema nervoso simpático, secreta norepinefrina, um vasoconstritor que atua nas artérias pequenas e arteríolas para aumentar a resistência periférica e aumentar a pressão sangüínea - o rim para controle a longo prazo o rim regula a pressão sangüínea por controlar o volume de fluído extracelular e secretar renina que ativa o sistema renina- angiotensina. (Fig. 01) Com a redução da pressão arterial ou diminuição do volume circulante e/ou redução da pressão de perfusão renal (1), as células glomerulares do rim secretam renina em resposta à (2). A renina cliva o angiotensinogênio secretado no fígado em angiotensina I (3). A angiotensina I é rapidamente convertida em angiotensina II através da enzima conversora de angiotensina (ECA) nos pulmões e outros tecidos. A angiotensina II é um potente vasopressor e também atua estimulando a produção de aldosterona (4), consequentemente tem-se reabsorção de sódio e água, com aumento da pressão arterial. Fig. 1 Sistema renina-angiotensina-aldosterona. TERAPIA NUTRICIONAL NA HIPERTENSÃO Prof. José Aroldo Filho goncalvesfilho@nutmed.com.br 2 PREVENÇÃO PRIMÁRIA Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão são: - sobrepeso (Dan e Chemin) - consumo excessivo de sal, (Dan e Chemin) - inatividade física e (Dan e Chemin) - consumo de álcool. (Dan e Chemin) FATORES DIETÉTICOS São importantes a mudança de diversos fatores dietéticos com o objetivo de prevenir e controlar a HAS, a saber: Perda de peso, caso haja sobrepeso Limitação da ingestão de álcool Adoção do padrão alimentar DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) Redução da ingestão de sódio Aumento da atividade física Interrupção do tabagismo Vários estudos demonstraram efeitos da modificação destes fatores no controle da HAS. Excesso de Peso Corporal O peso corporal é um determinante da pressão sangüínea, independente da raça, em todas as idades. Segundo Chemin, estima-se que 20 a 30% da prevalência de HAS possa ser explicada por esta associação. As alterações fisiológicas propostas para explicar a ação do sobrepeso sobre a pressão são: - a resistência à insulina e a hiperinsulinemia (a ingestão excessiva de energia também a insulina que é um potente retentor de sódio); - a distribuição centrípeta da gordura, independente da obesidade estão associadas à pressão arterial elevada e a resistência à insulina; A perda de peso diminui a resistência vascular, o volume sangüíneo total, o débito cardíaco e a atividade do sistema nervoso simpático, suprime o sistema renina-angiotensina e melhora a resistência á insulina. A recomendação para prevenção e controle do aumento da HAS é a manutenção do peso dentro da faixa de normalidade do IMC (18,5 a 24,9 kg/m2) Consumo Excessivo de Cloreto de Sódio Existe um papel etiológico para o sal no desenvolvimento da HAS. O excesso de sódio inicialmente eleva a pressão arterial por aumento da volemia e, conseqüentemente, com aumento do débito cardíaco. Através dos mecanismos de auto-regulação, ocorre um aumento da resistência vascular periférica, mantendo-se elevados os níveis de pressão arterial. A alta ingestão de sal também influencia outros mecanismos pressores como aumento da vasoconstrição renal, aumento da reatividade vascular nos agentes vasoconstritores (catecolaminas e angiotensina II) e elevação dos inibidores da Bomba de Na/K ATPase. (Dan e Chemin) Algumas pessoas com HAS não aumentam a pressão sangüínea com ingestões maiores de sal (HAS resistente ao sal). Porém, cerca de 30 a 60% dos hipertensos são sensíveis ao sal. Recomenda-se, então: Redução da ingestão de sal para 06 gramas diários ou 2400 mg de sódio / dia, equivale a 100 mEq/dia. (Chemin, Dan 2009), Em termos práticos, deve-se considerar 2g de sal próprios do alimentoss (aproximadamente 26 a 30mEq, deve ser proveniente de sódio intrínseco). A restrição mais importante para atingir estas metas deve ser dos alimentos processados e do sal de adição. A restrição de sal auxilia também na maior eficácia das drogas hipotensoras. O uso de substitutos de sal contendo cloreto de potássio poderá ser recomendado, porém devemos lembrar que o uso destes substitutos deverá ser cuidadosamente monitorado na insuficiência renal. Consumo de Álcool Para prevenir isto, recomenda-se que a ingestão de álcool deve ser: - inferior a duas doses por dia para homens e - 01 dose ao dia para mulheres ou pessoas com menor peso. 30ml/g de etanol = 02 doses de bebidas, que equivale a: Chemin, Dan (2009) - 60ml de bebidas destiladas, - 720ml de cerveja - 240 ml de vinho Atividade Física As pessoas menos ativas têm probabilidade 30 a 50% maior de desenvolver HAS do que seus correspondentes ativos. (Kra - Chemin e Dan (2009) atividade aeróbica, 30 minutos, 04 vezes na semana. Potássio O potássio da dieta é inversamente relacionado com a pressão sangüínea, isto é, ingestões aumentadas de potássio estão relacionadas com pressões sangüíneas menores. DIETA DASH A dieta DASH (Abordagens Dietéticas para Diminuir a Hipertensão) diminui de maneira eficaz a pressão sangüínea. Ela é usada tanto para prevençãoquanto para controle da HAS. O plano alimentar DASH equilibra macro e micronutrientes de uma maneira considerada ideal para redução expressiva dos níveis de pressão arterial. 3 Objetivo: diminuir o consumo de gordura total, saturada e colesterol (com aumento da relação poliinsaturado/saturado) e aumentar o aporte de proteína e cálcio. É também rica em potássio, magnésio e fibras. Uma das características de grande relevância no plano alimentar DASH é quantidade de sódio, pois, neste caso, a quantidade de sódio é a que corresponde a uma dieta normossódica. Sendo assim, a eficácia deste plano alimentar está associado ao conjunto de nutrientes e não, exclusivamente ao sódio. No entanto, o sódio exerce papel muito importante na redução da pressão e benefícios ainda maiores são alcançados quando se associa o plano alimentar DASH a uma restrição de sódio (2400mg). (Chemin e Dan, 2009) CARACTERÍSTICAS DO PLANO DIETÉTICO DASH TRATAMENTO MÉDICO A meta do tratamento é diminuir a morbimortalidade. A avaliação dos pacientes com HAS tem 03 objetivos: (Dan, Chemin) 1. Identificar as causas conhecidas de HAS; 2. Avaliar a presença ou ausência de lesão em órgãos-alvo e doença cardiovascular e 3. Identificar outros fatores de risco cardiovascular que possam definir o prognóstico e orientar o tratamento. O tratamento da HAS engloba dois tipos de abordagens: (Dan) - o farmacológico (à base de drogas anti-hipertensivas, como -bloqueadores, inibidores da ECA, diuréticos e outros) e; - o não farmacológico, com base em mudanças no estilo de vida, em que a dieta desempenha papel fundamental. - Diuréticos: promovem depleção de volume e perda de sódio. - Diuréticos tiazídicos: Depletam potássio - risco para hipopotassemia. - Diuréticos poupadores de potássio: Espironolactona ou triamtereno. A perda de peso e a mudança de hábitos alimentares são condições fundamentais no tratamento da HAS. O tratamento farmacológico é iniciado se a pressão permanecer elevada após 06 a 12 meses de alterações no estilo de vida. A maioria dos pacientes com HAS mais grave requerem o tratamento com drogas, contudo, as modificações do estilo de vida ainda são parte do tratamento, mesmo quando as drogas são usadas. 4 Questões: 1) A hipertensão arterial é um importante fator de risco de doença cardiovascular. Sobre os fatores que podem interferir no controle da pressão sanguínea é incorreto dizer: (A) O efeito do NaCl sobre o aumento da pressão arterial é maior em indivíduos hipertensos e nos que possuem história familiar de hipertensão. (B) Recomenda-se a ingestão adequada de magnésio, cálcio e fósforo como terapia adjunta para hipertensão. (C) A sensibilidade da PA ao NaCl é potencializada com alto consumo de sacarose. (D) É recomendado manter uma proporção na ingestão Na: K de 1,0. 2) São fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão: (Governo do Estado do Piauí –2006) (A) sobrepeso e consumo excessivo de carboidratos; (B) histórico familiar de hipertensão e alta atividade física; (C) ancestrais afro-americanos e sobrepeso; (D) consumo de álcool e alta atividade física; (E) histórico familiar de hipertensão e alta atividade física. 3) Na hipertensão, quando se recomenda restrição moderada de sal, isto significa 6 gramas de sal, o que corresponde a: (Governo do Estado do Piauí –2006) (A) 2400mg de sódio/dia (B) 1400mg de sódio/dia (C) 1800mg de sódio/dia (D) 2800mg de sódio/dia (E) 1500mg de sódio/dia 4) Para a prevenção e controle da hipertensão arterial deve-se: (Ministério da Saúde 2005) (A) limitar a ingestão de álcool ate o máximo de 50ml de etanol por dia; (B) aumentar a atividade física anaeróbica; (C) reduzir a ingestão de sódio, para no máximo 100 mmol/dia; (D) manter a ingestão adequada de potássio de aproximadamente 90mmol/dia; (E) manter uma ingestão adequada de cálcio e magnésio para a saúde em geral. 5) Segundo a Associação Médica Americana as estratégias de alvo dirigem as intervenções para baixar a pressão sanguínea em indivíduos que estão em maior risco de desenvolver hipertensão. Não é considerado o fator que influencia o desenvolvimento da hipertensão arterial (Bombeiros – 2001) (A) história na família de hipertensão (B) atividade física (C) sobrepeso (D) consumo de sal excessivo (E) consumo de álcool 6) Para o planejamento de uma dieta restrita em sódio, considera-se importante que você profissional de nutrição conheça as fontes dietéticas de sódio. O norte americano consome muito mais que o mínimo de 250mg de sódio diário necessário para os humanos manterem a vida. 35 a 80% do sódio dietético são provenientes de: (Bombeiros 2001) (A) sal adicionado aos alimentos durante a preparação ou na mesa (B) alimentos processados (C) água quimicamente diluída (D) alimentos protéicos de origem animal (E) alimentos protéicos de origem vegetal 7) No manejo alimentar da hipertensão arterial, recomenda-se a redução da ingestão de sódio associado: (PMRJ 2000) (A) ao aumento da ingestão de magnésio (B) à diminuição da ingestão de cálcio (C) à diminuição da ingestão de magnésio (D) ao aumento da ingestão de potássio (E) à diminuição da ingestão de potássio 8) A restrição de sódio é uma pratica comum para o nutricionista no controle de diversas doenças. A composição em cloreto e sódio do sal de cozinha e respectivamente, de: (PMRO 2004) (A) 60% e 40% (B) 40% e 60% (C) 50% e 50% (D) 70% e 30% (E) 30% e 70% 9) Para prevenção da hipertensão arterial, preconiza-se como mudança do estilo de vida: (UFRJ/UNIRIO 2005) (A) diminuir a atividade física aeróbica; (B) aumentar o consumo dos ácidos graxos trans; (C) adotar o padrão alimentar descrito no estudo DASH; (D) consumo diário de vinho mínimo de 500mL; (E) consumo mínimo de cloreto de sódio de 15g/dia 10) Qual a quantidade de Na+ que deve ser ofertada ao hipertenso moderado? (Prefeitura de Itaituba, Pará, 2006) (A) 150 a 200 mEq. (B) 90 a 120 mEq. (C) 70 a 100 mEq. (D) 200 a 300 mEq. 11) No tratamento e na prevenção da Hipertensão Arterial Sistêmica, bem como na prevenção de Doenças Cardiovasculares, além da restrição de sódio, é importante um bom aporte dietético de: (Estado Tocantins, 2005) (A) ácido fólico, tiamina e potássio. (B) cobre, zinco e magnésio. (C) cálcio, magnésio e potássio. (D) cálcio, potássio e tiamina. (E) cálcio, ácido fólico e potássio. 12) No que se refere à Hipertensão Arterial, pode-se dizer que o potássio induz a queda da pressão arterial. Qual o mecanismo de ação proposto para o potássio? (UFPR, 2003) (A)Estimula a diminuição da produção de prostaglandinas. (B)Aumenta a produção de óxido nítrico. (C)Estimula o aumento da natriurese. (D)Diminui os níveis de cortisol e aldosterona. (E) Aumenta a secreção de norepinefrina 13) No controle da pressão arterial, é incorreto afirmar: (A) Rins e fígado são reguladores homeostáticos da pressão sanguínea 5 (B) Atividade física atua no controle da pressão arterial (C) Anticoncepcionais orais e esteróides podem aumentar a pressão arterial (D) Atingir ou manter o peso corpóreo normal previne para o desenvolvimento da hipertensão arterial (E) Diuréticos aumentam a pressão sanguínea 14) Sobre a hipertensão arterial em adultos, assinale a alternativa correta: (A) a hipertensão pode ser definida como uma pressão sistólica igual ou maior que 130mm Hg e/ou pressão diastólica igual ou maior que 90 mm Hg (B) a restrição de sal (consumo de até 4g/dia) é recomendada no tratamento da hipertensão arterial (C) a principal causa de morte em indivíduos hipertensos é a falência renal (D) o consumo de bebidas alcoólicas não está associado ao desenvolvimento da hipertensão arterial 15) São fatores que contribuem para o desenvolvimento da hipertensão: (A) Fumo, atividade física e álcool (B) Sobrepeso, baixas temperaturas e fumo (C) Atividadefísica, altas temperaturas e álcool (D) Álcool, alta ingestão de sal e inatividade física 16) Sobre as mudanças no estilo de vida para preservação e controle da hipertensão, NÃO é correto afirmar: (Prefeitura Municipal de Mesquita – 2006) (A) limitar a ingestão de álcool até no máximo de 30ml de etanol por dia; (B) aumentar a atividade física aeróbica; (C) reduzir a ingestão de sódio para no máximo 200mmol/dia; (D) manter a ingestão adequada de cálcio e magnésio para a saúde em geral; (E) abandonar o tabagismo e diminuir a ingestão de gordura saturada e colesterol. 17) O aumento da prevalência de Hipertensão arterial pode ser observada em pacientes que apresentam: (Residência – HUPE/1998) (A) Aumento do peso corporal, aumento da relação cintura-quadril e aumento da resistência a insulina (B) Aumento do peso corporal, dimuição da relação cintura-quadril e diminuição da resistência a insulina (C) Diminuição do peso corporal, aumento da relação cintura-quadril e diminuição da resistência a insulina (D) Aumento do peso corporal, diminuição da relação cintura-quadril e aumento da resistência a insulina (E) Diminuição do peso corporal, diminuição da relação cintura-quadril e diminuição da resistência a insulina 18) A hipertensão arterial é um importante fator de risco para a doença cardiovascular. O sal é o componente da dieta mais lembrado para ser restringido, entretanto evidências cada vez maiores têm mostrado que o mesmo deve ser feito com a sacarose. As conseqüências de altas ingestões de sacarose sobre a pressão arterial são (Prefeitura de Vassouras – 2007): (A) Reduzir a sensibilidade ao NaCl e efeito antinatriurético; (B) Aumentar a sensibilidade ao NaCl e efeito antinatriurético; (C) Reduzir a sensibilidade ao NaCl e efeito natriurético; (D) Aumentar a sensibilidade ao NaCl e efeito natriurético; (E) Neutralizar a sensibilidade ao NaCl e efeito natriurético. 19) Considerando a dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), utilizada para prevenção e controle da hipertensão, relacione os grupos alimentares apresentados na coluna da esquerda com os respectivos números de porções diárias citados na coluna da direita. (Secretaria de Saúde do Estado/2009) 1. cereais e derivados ( ) 1-2 porções 2. leguminosas, nozes e sementes ( ) 2-3 porções 3. frutas ( ) 2 porções ou menos 4. laticínios desnatados ( ) 4-5 porções 5. carnes, aves e peixes ( ) 7-8 porções A seqüência correta é: (A) 2 – 4 – 5 – 3 – 1 (B) 3 – 4 – 5 – 2 – 1 (C) 2 – 5 – 4 – 3 – 1 (D) 4 – 5 – 2 – 1 – 3 (E) 2 – 5 – 4 – 1 – 3 20) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmativas abaixo relacionadas a medidas de controle da hipertensão arterial: (Especialização INCA/2009) ( ) Ingestão reduzida de gordura saturada e colesterol. ( ) Manter o potássio e o zinco dietéticos adequados. ( ) Reduzir a ingestão de sal para < 6 g/dia. ( ) Realizar exercícios aeróbicos regularmente. A seqüência CORRETA é: (A) F,V,F,F (B) V,F,V,V (C) V,V,F,V (D) F,F,V,F 21) No tratamento da hipertensão arterial, a dietoterapia é fundamental, não somente no que concerne à ingestão de sódio, mas também na qualidade dos lipídeos. O óleo é fonte de ácido graxo linolênico é conhecido como: (Unirio, 2009) (A) de oliva. (B) de milho. (C) de girassol. (D) de soja. (E) de coco. 22) Vários estudos de intervenção nutricional têm demonstrado a eficácia das alterações dietéticas na prevenção da hipertensão ou diminuição da pressão sangüínea em pessoas com pressão normal-elevada. Além dos fatores dietéticos, alterações no estilo de vida também podem diminuir a incidência de hipertensão. Deste modo, a afirmativa INCORRETA de procedimento para a diminuição da incidência de hipertensão e doenças cardiovasculares é: (Macaé, 2009) (A) Parar de fumar diminui o risco cardiovascular; (B) Manter a ingestão adequada de potássio dietético, aproximadamente 90 mmol/dia (C) Reduzir o consumo de gordura saturada e colesterol total para saúde cardiovascular geral (D) Limitar a ingestão de álcool para 40ml de etanol para as mulheres e 80ml de etanol para os homens 23) O ganho de peso durante a vida adulta é responsável pela elevação de grande parte dos níveis pressóricos observada com o envelhecimento. No estudo de 6 Framinghan, o aumento de peso foi considerado preditivo de uma elevação de pressão arterial. No que diz respeito a esta estudo, podemos afirmar que: (Macaé, 2009) (A) O aumento de 10% do peso corporal corresponde a elevação de pressão arterial de 7 mmHg (B) O aumento de 10% do peso corporal corresponde a elevação de pressão arterial de 10 mmHg (C) O aumento de 5% do peso corporal corresponde a elevação de pressão arterial de 7 mmHg (D) O aumento de 5% do peso corporal corresponde a elevação de pressão arterial de 10 mmHg 24) Os dois mecanismos que explicam o efeito hipotensor do consumo elevado de potássio dietético são: (UFRJ- 2009) (A) aumento na liberação de renina e efeito natriurético; (B) diminuição na liberação de óxido nítrico e redução da síntese de tromboxano; (C) inibição da liberação de renina e vasodilatação direta; (D) produção reduzida de calidina e aumento da síntese de tromboxano; (E) redução da vasodilatação endotélio dependente e efeito natriurético. 25) O consumo recomendado de sal de cozinha (NaCl) e sódio (Na) para prevenção e tratamento da hipertensão arterial sistêmica é, respectivamente: (UFRJ-2009) (A) 8 e 3,2 g/dia; (B) 10 e 6 g/dia; (C) 4 e 1,6 g/dia; (D) 2 e 0,8 g/dia; (E) 6 e 2,4 g/dia. 26) No processo de prevenção da hipertensão arterial, algumas modificações de hábitos alimentares e estilo de vida são recomendados. Assinale a opção que apresenta uma dessas modificações: (Marinha – 2009) (A) Aumentar a atividade física anaeróbica de modo a promover o aumento de massa muscular (B) Restringir o consumo de cloreto de sódio a 10g ao dia (C) Restringir o consumo de etanol a 100ml ao dia, dando preferência ao vinho tinto (D) Aumentar a oferta de magnésio, potássio e cálcio (E) Promover o ajuste do peso corporal , mantendo o índice de massa corpórea (IMC) entre 25 e 29,9 kg/m² 27) Sobre a prevenção primária da hipertensão, é CORRETO afirmar que: (INCP, 2010) 1 – A abordagem dietética na prevenção primária do controle da hipertensão apresenta eficácia comprovada na obesidade mórbida e no consumo de álcool. 2 – A prevenção primária da hipertensão pode melhorar a qualidade de vida e os custo associados com o tratamento médico de hipertensão e suas complicações 3 – É comprovado que a abordagem dietética na prevenção primária da hipertensão pode reduzir em média 8kg de peso corporal ou 20% do peso corporal. (A) Somente as afirmativas 1 e 2 estão corretas (B) Somente as afirmativa 1 e 3 estão corretas (C) Somente a afirmativa 2 está correta (D) Todas as afirmativas estão corretas 28) De acordo com a dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) usada tanto para prevenção, quanto no controle da hipertensão, não se recomenda: (PM Itaocara, 2010): (A) suplementação de cálcio e potássio (B) o consumo de maior quantidade de frutas e hortaliças, cerca de 8 a 10 porções por dia. (C) o aumento do consumo de leguminosas, nozes e sementes para 4 a 5 porções ao dia (D) suplementação de magnésio e óleo de peixe (E) consumo de laticínios e alimentos com baixo teor de gordura saturada 29) Therezinha, 66 anos, foi encaminhada ao ambulatório de nutrição com diagnóstico de diabetes tipo 2 e hipertensão arterial, com pressão arterial de 150x80 mmHg. Na anamnese alimentar foi identificado o uso de edulcorante (frutose), alimento dietético (chocolate), frutas oleoginosas (abacate) e vinho tinto. (Residência HUPE/2001) Exames bioquímicos: Glicose: 146 mg/dl Hemoglobina glicosilada: 9% Colesteroltotal: 190 mg/dl LDL: 115mg/dl HDL: 35 mg/dl Triglicerídeos: 255 mg/dl Avaliação antropométrica: Peso atual: 69kg Estaura: 1,50 m Objetivando a redução dos níveis de pressão arterial de Therezinha, você, nutricionista deste ambulatório, prescreveu, além de dieta hipossódica, adição de: (A) aveia (B) linhaça (C) fitosteróis (D) probióticos 30) A adoção de estilo de vida saudável é o principal fator na prevenção da hipertensão arterial. Assinale a opção em que todos são fatores de prevenção. (Residência UFF/2011) (A) Restrição de sódio, história clínica e reduzido consumo de álcool. (B) Atividade física e maior consumo de potássio, cálcio e magnésio. (C) Peso adequado, atividade física e hereditariedade. (D) Restrição de sódio, comorbidade e maior consumo de fibras. 31) A hipertensão arterial é uma doença crônica de etiologia múltipla e fisiopatogenia multifatorial, que causa lesão em órgãos alvos, coração, cérebro, vasos e rins. Assinale a opção em que TODAS são medidas dietéticas para controle da hipertensão e dos fatores de risco cardiovascular: (Residência INCA/2011) (A) Redução do consumo de sódio, líquidos e maior ingestão de alimentos fontes de tiamina. (B) Maior ingestão de alimentos fontes de potássio e cálcio e redução do peso corpóreo. (C) Dietas ricas em fibras, redução do consumo de etanol e maior consumo de vitaminas antioxidantes. (D) Restrição de alimentos com fontes elevadas de sódio, maior consumo de ácido graxo ômega 3, ácido graxo poli-insaturado e fibras. Gabarito: 1 B 2-C 3-A 4-C 5-B 6-B 7-D 8 A 9-C 10C 11C 12C 13E 14B 15D 16C 17A 18B 19A 20B 21D 22D 23A 24C 25E 26D 27C 28C 29B 30B 31B 7 FISIOPATOLOGIA E ETIOLOGIA A doença arterial coronariana (DAC) resulta do fluxo de sangue impedido para a rede de vasos que circundam o coração e servem o miocárdio. Sua principal causa é a aterosclerose que envolve alterações na composição e estrutura da íntima da parede das artérias que produzem fluxo sangüíneo prejudicado ou inadequado. (Fig. 1) Fig.1 Progressão da aterosclerose com deposição de lipídios, cálcio e fibrina na íntima da parede das artérias A aterosclerose nas artérias coronárias pode causar infarto e angina (sensação de desconforto no tórax, ou em região próxima, tipicamente provocado por esforço ou ansiedade, em geral, durando alguns minutos, aliviado pelo repouso); nas artérias cerebrais, acidente vascular cerebral (AVC); na circulação periférica, claudicação intermitente (sensação de cãibra nas pernas que se torna presente durante exercícios ou caminhadas e ocorre como resultado do suprimento de oxigênio diminuído) e grangrena (morte tecidual quase sempre em massa considerável, geralmente com perda de suprimento vascular (nutritivo) e seguida de invasão bacteriana e putrefação) e pode afetar também os rins. ATEROSCLEROSE A aterosclerose é um processo que se desenvolve em artérias musculares médias e grandes (coronárias e artérias das extremidades inferiores) e em artérias elásticas (aorta, carótidas e ilíacas). É uma resposta inflamatória e proliferativa às lesões da parede arterial (lesão endotelial). Este processo começa na infância e leva décadas para avançar e sua patogênese é multifatorial. Alguns fatores que produzem lesão endotelial são: - hipercolesterolemia, - colesterol LDL oxidado, - hipertensão (HAS), - fumo, - diabetes mellitus (DM), - obesidade, - homocisteína e - dietas ricas em gorduras e colesterol. O depósito de lipídios e outros materiais (produtos de eliminação celular, cálcio, fibrina) na camada íntima é chamado de placa ou ateroma. A aterogênese é dividida em 05 fases e a presença dos fatores de risco influenciam a progressão para lesão mais complicada: Fase 01 ou assintomática consiste de pequenas estrias de gordura que não são obstrutivas e que são observadas em pessoas com menos de 30 anos; Fase 02 é caracterizada por placa de alto teor de gordura (LDL plasmático que entra na parede endotelial) que é mais propensa à ruptura; Fase 03 caracterizada por lesões agudas complicadas com trombo não oclusivo; Fase 04 consiste de lesões agudas complicadas com trombo oclusivo (o que gera provação de oxigênio e nutrição do miocárdio), levando a angina, infarto e morte; Fase 05 lesão fibrótica ou oclusiva. Processo aterosclerótico Vários fatores lesam o endotélio, tornando-o mais permeável e facilitando a entrada de LDL oxidada no subendotélio. A LDL oxidada, torna-se um estímulo para a liberação de citocinas que promovem ativação do macrófago com fagocitose do LDL. O macrófago ativado juntamente com o subendotélio liberam a MCP-1 (proteína quimioatrativa de monócito 1) atraindo monócitos circulantes. Este processo inflamatório leva o endotélio a expressar moléculas de adesão como a ICAM-1 (molécula de adesão intercelular 1), VCAM-1 (molécula de adesão vascular 1), E e P selectinas que promovem a penetração de monócitos no subendotélio. Os monócitos transformam-se em macrófagos que captam LDL oxidada, formando as células espumosas que darão origem as estrias gordurosas, que são a primeira lesão da aterosclerose. A formação das células espumosas é acompanhada pela migração de células musculares lisas presentes na camada muscular para o subendotélio. Moléculas como PDGF (fator de crescimento derivado de plaquetas), IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina 1) e TNFα estão envolvidos na proliferação da camada muscular lisa, levando a formação das placas fibrosas ou ateroscleróticas que são a lesão madura e contém uma capa fibrosa rica em células musculares lisas envolvendo um núcleo lipídico. O crescimento da lesão está associado à redução do lúmen arterial reduzindo o fluxo sanguíneo. Quando a lesão provoca estreitamentos superiores a 70% do lúmen das coronárias ocorrem sintomas de insuficiência coronariana (angina). Porém é a formação do trombo arterial sobreposto à placa rota a maior responsável pela ocorrência de eventos agudos e potencialmente letais. Como o desenvolvimento da lesão é lento podem se desenvolver colaterais para a área de isquemia, evitando áreas de necrose ou infarto do miocárdio. Porém quando a evolução da placa é rápida não há tempo para formação de colaterais. TERAPIA NUTRICIONAL NA DOENÇA CARDIOVASCULAR Prof. José Aroldo Filho goncalvesfilho@nutmed.com.br 8 Disfunção Edotelial O óxido nítrico (ON) é um vasodilatador chave produzido pelas células endoteliais a partir do aminoácido L-arginina. Ele inibe a agregação plaquetária e a proliferação de células de músculo liso e diminui a aderência de monócitos. Sem a vasodilatação do ON, a vasoconstrição aumenta a probabilidade de ruptura da placa. Trombose Resulta da ruptura da capa fibrosa da placa de ateroma. Os fatores de risco para trombose são: tabagismo, estresse, uso de cocaína, hipercolesterolemia, fibrinogênio e lipoproteínas, fibrinólise prejudicada e infecção. A placa de ateroma mais vulnerável a ruptura possui capa fibrosa fina, com intensa atividade inflamatória local e hipercoagulabilidade, presença de um volume lipídico no seu núcleo superior a 50% do volume total da placa, além de poucas células musculares lisas e muitos macrófagos. PREVENÇÃO DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA Diversos fatores de risco têm sido associados ao aumento das DAC. Lipídios e Lipoproteínas Sanguíneas Os lipídios do sangue (colesterol, triglicerídeos e fosfolipídeos) são transportados no sangue ligados a proteínas (as lipoproteínas) que variam em composição, tamanho e densidade. As lipoproteínas mais densas são as que têm mais proteína e as menos densas, mais lipídios O colesterol total (CT) tem uma relação positiva direta com DAC. Ele constitui o colesterol contido em todas as lipoproteínas: - 60 a 70% encontra-se na LDL - 20 a 30% na HDL e - 10 a 15% na VLDL Os níveis de CT são afetados pela idade, dieta dealto teor de gordura, gordura saturada e colesterol, genética, hormônios sexuais, esteróides exógenos (anabolizantes ou hormônios sexuais), drogas (-bloqueadores, tiazídicos), peso, intolerância à glicose, atividade física, doenças (DM, tireóide, fígado) e estação do ano. As lipoproteínas ricas em triglicerídeos (TG) incluem os quilomícrons e VLDL e outros remanescentes formados no catabolismo. Os IDL, quilomícrons e VLDL remanescentes são aterogênicos, uma vez que uma vez que ativam as plaquetas e a cascata de coagulação, levando a formação do coágulo. Devido à natureza hidrofóbica das gorduras neutras, triglicerídeos e éteres de colesterol, o mecanismo de transporte e distribuição dos lípides no plasma não seria possível sem alguma forma de adaptação hidrofílica. Os lípides são, então, transportados por estruturas micelares complexas, denominadas lipoproteínas, que consistem de uma camada externa que contém proteína (apolipoproteína ou simplesmente apo), lípides polares (fosfolípides e colesterol não-esterificado) e um núcleo mais terno de lípides neutros (triglicerídeos, ésteres de colesterol e vitaminas lipossolúveis). Lipoproteínas e Metabolismo As lipoproteínas plasmáticas diferem quanto à origem, à proporção das frações lipídica e protéica e quanto às propriedades físicas. A porção protéica das lipoproteínas, denominada apolipoproteína (apo), exerce várias funções fisiológicas no metabolismo das lipoproteínas: age como co-fatores de enzimas, ligantes de receptores de superfície celular, além de permitir a solubilização da macromolécula em meio aquoso. Transporte exógeno de Lipídios (Fig. 02) Os lipídios absorvidos são transportados pelos quilomícrons, (que possuem apo B-48 como sua principal lipoproteína) através do sistema linfático para a corrente sangüínea. Na circulação, interagem com a lipoproteína HDL e recebem coletsterol, apo CII, apo CIII e apo E. Ao adquirir apo CII, sofrem a ação da lípase lipoprotéica (LPL) que está presente no endotélio capilar da maioria dos tecidos, que hidrolisa os TG que são enviados como ácidos graxos para os tecidos extra-hepáticos para utilização. Os quilomícrons remanescentes são, então, captados no fígado . Fig 02 Metabolismo exógeno de lipídios. Ingestão de gordura Absorção de colesterol, fosfolipídios e TG Transporte pelos QUILOMÍCRONS na corrente sangüínea Ação de hidrólise pela LPL (presente endotélio células musculares e adiposas) AG para tecidos periféricos Captação de quilomícrons remanescentes 9 Transporte endógeno de lipídios (Fig. 03) A VLDL é sintetizada no fígado para transporte de TG e colesterol endógenos (60% da partícula de VLDL é TG). A principal apolipoproteína da VLDL é a apo B100. No sangue, as VLDL incorpora, também as Apo CI, CII, CIII e Apo E provenientes das HDL. De modo semelhante aos quilomícrions, os TG/fosfolipídios da VLDL sofrem ação da LPL que hidrolisa os TG que são enviados como ácidos graxos para utilização em tecidos periféricos. Os VLDL (ricas em apo C e apo E) remanescentes podem ser captados no fígado ou transformarem-se em IDL (ricas em colesterol e em apo E) e, em seguida, LDL (cerca de 50%), que farão o transporte de colesterol para os tecidos periféricos. A LDL é rica em apo B-100. Após a sua formação, 60% da LDL é capturada pelos receptores de LDL no fígado, adrenais e outros tecidos. O restante é catabolizado através de receptores não renais (tanto o n.° quanto atividade destes receptores são os maiores determinantes do nível de colesterol sérico). Um pouco da LDL pode ser oxidada e captada pelas células endoteliais e macrófagos na parede arterial, levando aos primeiros estágios da aterosclerose. Fig. 03 Metabolismo endógeno de lipídios. Transporte reverso de colesterol (Fig. 04) O colesterol livre nos tecidos extra-hepáticos é esterificado na circulação e transferido para a HDL. Após, o transporte reverso de colesterol ocorre por duas vias: 1) após ação da lípase hepática que hidrolisa fosfolipídeos e triglicerídeos, as HDL são captadas pelo fígado por meio de receptores específicos denominados SR-BI, que captam seletivamente colesterol esterificado e 2) quando por ação da enzima proteína de transferência de éster de colesterol (CETP), no plasma, a HDL tranfere ester de colesterol para quilomícrons e VLDL em troca de TG. O remanescente destas lipoproteínas será também captado no fígado. A HDL é a lipoproteína de maior conteúdo protéico, por isso seu papel em dirigir o metabolismo lipídico. A apo A-I é a principal lipoproteína da HDL, e tem papel antiinflamatório e antioxidante. A apo C e a apo E da HDL são transferidas para os quilomícrons e VLDL e a apo E ajuda o fígado a fazer o reconhecimento dos quilomícrons/VLDL remanescentes. Fig 04 Metabolismo do transporte reverso de colesterol. Colesterol livre dos tecidos extra- hepáticos Esterificação sérica pela Lecitina colesterol Acil transferase Transporte do colesterol esterificado para HDL Ação da Proteína de transferência do colesterol esterificado para a VLDL Ação de hidrólise pela LPL (presente endotélio células musculares e adiposas) AG para tecidos periféricosCaptação do VLDL remanescentes pelo fígado 1 2 AG para tecidos periféricos VLDL remanescentes Ação de hidrólise pela LPL (presente endotélio células musculares e adiposas) IDLLDL Transporte de colestrol para tecidos extra hepáticos VLDL sintetizadas no fígado para transporte de TG e colesterol endógeno 10 Lipoproteína Apoproteínas Função Origem Quilomicron (QM) B-48, CII, CIII, E Transporte de triglicerídeos exógenos Intestinal QM remanescente B-48, E Transporte de colesterol exógeno Intravascular VLDL B-100, CII, CIII, E Transporte de triglicerídeos endógenos Hepático IDL B-100, E Transporte de colesterol Endógeno Intravascular LDL B-100 Transporte de colesterol aos tecidos Intravascular HDL AI, AII, CII, CIII, E Transporte reverso de colesterol Intestinal, hepático e intravascular AVALIAÇÃO DE LIPOPROTEÍNAS O perfil de lipoproteínas engloba o colesterol total, LDL, HDL e TG após jejum de 8-12 horas. O LDL pode ser obtido pela fórmula de Friedewald (LDL= CT – HDL – (TG/5)), que pode ser usada com valores de TG<400 mg/dl. Os valores para avaliação de todas as lipoproteínas, colesterol total e TG encontram-se na tabela 01. O colesterol total e o LDL aumentam com o envelhecimento, em média, entre os 20 e os 65 anos aumentarão 13% em homens e 21% em mulheres. Deve-se avaliar perfil lipídico de: 1. portadores de DAC ou de outras manifestações de aterosclerose, independente do sexo e da idade. 2. todos os homens e mulheres com 20 anos ou mais. Tab.01 Valores em mg/dl para avaliação de lipoproteínas, colesterol e TG Exame Valor Classificação Triglicerídeos < 150 Normal 150 a 199 Limite superior 200 a 499 Alto ≥ 500 Muito alto Colesterol Total < 200 Desejável 200 a 239 Limite superior 240 Alto LDL < 100 Ótimo 100 a 129 Próximo do ótimo / acima do ótimo 130 a 159 Limite superior 160 a 189 Alto 190 Muito alto HDL < 40 Baixo 60 Alto Segundo Chemin, de acordo com a etiologia as dislipidemias podem ser classificadas em: 1. primárias, quando são resultantes de causas genéticas associadas ou não a fatores ambientais e podem ser classificadas em: - hipercolesterolemia isolada, - hipertrigliceridemia isolada, - hiperlipidemia mista (↑TG e CT), - redução isolada de HDL ou em associação com ↑ LDL e/ou TG. 2. secundárias, quando são causadas por outras doenças ou uso de medicamentos. - causas clínicas incluem: diabetes mellitus, nefropatia crônica, hipotireoidismo, obesidade, alcoolismo e lúpus eritematoso sistêmico. - causas medicamentosas incluem: diuréticos, betabloqueadores, anticoncepcionais, corticosteróides, retinóides, anabolizantes e anti-retrovirais. AVALIAÇÃO DO RISCO DE DOENÇA CARDIOVASCULAROs fatores de risco para doenças cardiovasculares podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis. Observe abaixo os Fatores de Risco modificáveis de acordo com as diferentes referências: - Tabagismo - DM - HAS - Dislipidemias - Obesidade, principalmente central - Sedentarismo - Fatores psicossociais (Chemin, não considera este) Obs: a ausência desses fatores não garante proteção total contra DCV. A AHA sugere que a prevenção primária da Doença Arterial Coronariana (DAC) deve começar aos 2 anos de idade, sendo a atividade física enfatizada para manutenção de peso ideal. O rastreio precoce é indicado em crianças com história familiar de hipercolesterolemia ou DAC. Concentrações Colesterol total (mg/dl) LDL (mg/dl) Aceitável <170 <110 Limítrofe 170 – 199 110 – 129 Alto ≥200 ≥130 Fatores de Risco Modificáveis: Fumo de Cigarro: - É um fator de risco que se torna muito maior quando associado com outros fatores de risco e influencia diretamente eventos coronarianos agudos (inclusive formação de trombos), instabilidade da placa e arritmias. - Mulheres que fumam e usam anticoncepcionais orais tem 10 vezes mais chance de desenvolver DAC do que as mulheres sem estes fatores de risco. - O risco é maior quanto maior o n.° de cigarros e cigarros de baixo teor de alcatrão não diminuem o risco. - O fumo passivo também é considerado um fator de risco. - O fumo diminui o HDL (6-8 mg/dl), aumenta VLDL e glicose. - Cessar o fumo diminui em 50% o risco e após 15 anos o risco é semelhante ao da população geral. - Chemin é um fator de risco independente para aterosclerose. Aumenta em 18% a mortalidade 11 cardiovascular em homens e 31% em mulheres, para cada 10 cigarros fumados ao dia. LDL-colesterol: - Conclusivamente ligada à doença cardiovascular e eventos agudos. - A LDL com o envelhecimento, genética, dieta, baixos níveis de estrogênio, progestinas, DM, hipotireoidismo, síndrome nefrótica, hepatopatia, obesidade e algumas drogas esteróides e anti-hipertensivas. - Dietas com alto teor de gordura e colesterol o LDL porque diminuem os receptores de LDL no fígado, assim, menos LDL é eliminada do plasma e seus níveis aumentam. - Os valores para avaliação da LDL encontram-se na tabela 01, porém pessoas já com doença cardiovascular ou de, o alvo é sempre LDL < 100 mg/dl, pois quanto menor, há regressão das lesões e retardo do progresso da aterogênese, bem como menor morbi-mortalidade primária e secundária. Hipertensão (HAS): - É definida como pressão sangüínea média de 140/90 mmHg ou pelo uso de medicação anti-hipertensiva. - A prevalência de HAS aumenta com a idade e é maior em negros do que em brancos. - A HAS causa lesão vascular e estresse do miocárdio por isso contribui para o avanço da doença cardiovascular. Além disso, é um fator que compõe a Síndrome Metabólica. - Chemin é um dos mais importantes fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Cerca de 25% das mortes por DAC são explicadas pela HAS. Hipertrofia ventricular esquerda: - Há o aumento do ventrículo esquerdo pela HAS e carga de trabalho. Pode ocorrer secundariamente à obesidade. Diabetes Mellitus (DM): - Tanto DM tipo I quanto tipo II aumenta o risco de DAC. - O fator de risco atribuível ao DM é a presença de outros fatores de risco concomitantes como dislipidemia, HAS e obesidade. - Chemin os diabéticos têm 3 a 5 vezes mais risco de desenvolver doença cardiovascular do que indivíduos não diabéticos. Cerca de 80% dos diabéticos tem como causa de morte as doenças cardiovasculares. Entre os efeitos da hiperglicemia persistente, está a formação de produtos finais de glicosilação avançada (AGE), classe heterogênea de proteínas e lípides glicosilados que se acumulam no tecido vascular, induzindo proliferação celular e a inflamação e, consequentemente a progressão acelerada da aterosclerose. O grau de glicosilação é determinado pela concentração da glicose e pelo tempo de exposição à hiperglicemia. Além disso, alterações hemostáticas contribuem para a hipercoagulabilidade e um estado pró- trombótico. Inatividade física: - É um fator de risco independente para DAC e da magnitude da hipercolesterolemia, HAS e do fumo. - O risco de sedentários é 02 vezes maior que a de fisicamente ativos. - É o fator de risco modificável mais prevalente. - A atividade física diminui o risco de DAC por retardar a aterogênese, aumentar a vascularidade do miocárdio, aumentar a fibrinólise e modificar outros fatores de risco como aumentar o HDL, melhorar a tolerância à glicose e sensibilidade da insulina, auxiliar o controle do peso e diminuir a pressão sangüínea. - Chemin atividade física também melhora a hipertrigliceridemia. Para alcançar os benefícios, recomenda-se a execução de 3 a 6 sessões por semana, de exercícios aeróbicos com duração de 40 minutos em média. HDL-colesterol: - Fator de risco independente negativo para a incidência de DAC e mortalidade em homens e mulheres (HDL > 60mg/dl – protetor e HDL< 40mg/dl – fator de risco). - O mecanismo anti-aterogêncio é desconhecido, mas sugere-se que pode alterar positivamente o endotélio, além do seu papel no transporte reverso de colesterol que auxilia a prevenir o acúmulo de lípides na parede arterial. - HDL – estrógeno exógeno, exercício, perda de gordura corporal em excesso e consumo moderado de álcool. - HDL – obesidade, fumo, esteróis adrenérgicos e relacionados (anabólicos, anticoncepcionais com predominância de progesterona), bloqueadores - adrenérgicos, hipertrigliceridemia e fatores genéticos. Obesidade: - Conforme IMC DAC. - A obesidade afeta as DAC, provavelmente por estar relacionada com outros fatores de risco coexistentes como intolerância a glicose, HAS, dislipidemia, marcadores inflamatórios (IL-6, TNF-alfa e proteína C reativa), apnéia do sono, estado pró-trombótico e disfunção endotelial . - Quanto menor o peso corpóreo, menores os níveis de proteína C reativa e de fibrinogênio. - A obesidade abdominal é mais preditiva de DAC e afeta a tolerância a glicose e os níveis séricos de lipídeos. - Pequenas perdas de peso podem melhorar o LDL, HDL, os TG, a HAS, a tolerância à glicose e os valores de proteína C reativa, mesmo sem atingir-se o peso ideal. - Chemin a obesidade visceral está associada à produção de citocinas e mediadores que reduzem a sensibilidade à insulina, o que gera uma resposta compensatória no pâncreas, havendo hiperinsulinemia. Essa alteração hormonal favorece o aparecimento de hipertensão, dislipidemia caracterizada por aumento de TG, redução de HDL e aparecimento de LDLs pequenas e densas com maior potencial aterogênico. 12 O adipócito também produz o inibidor do ativador do plasminogênio 1 (PAI-1), importante trombolítico que inibe a agregação plaquetária. O excesso de tecido adiposo promove redução da produção de adiponectina que é um mediador que melhora a sensibilidade insulínica. Fatores psicossociais: - Personalidade tipo A (urgência de tempo, impaciente e compulsivo), estresse, depressão e nível educacional (inferior a 2° grau), estão associadas ao aumento do risco de doença cardiovascular. Triglicerídeos (TG): - Níveis aumentados é fator de risco para DAC. - As lipoproteínas ricas em TG – remanescentes de quilomícrons, VLDL e IDL- são capazes de ultrapassar a barreira endotelial e fornecer material lipídico (TG e colesterol esterificado) para macrófagos e células musculares lisas que se encontram na íntima arterial. - É comum o aumento de TG na Síndrome Metabólica. - Em função de seus papéis, normalmente TG e HDL estão inversamente relacionados, ou seja, quando os TG o HDL . - TG - dieta (vegetariana, baixo teor de gordura, carboidrato refinado) estrógenos, obesidade, DM não tratado, nefropatia crônica e hepatopatia. - TG – perderpeso em pacientes com sobrepeso, dieta com baixo teor de gordura saturada e colesterol, baixa ingestão de carboidratos refinados, aumentar a atividade física, cessar o fumo, tratar o DM, se presente e diminuir o consumo de álcool. Lipoproteína (a): - Lipoproteína não envolvida no transporte de lipídeos. - Tem semelhança estrutural com o plasminogênio, uma pró-enzima envolvida na quebra de fibrina, porém não tem sua ação, estimulando assim, a fibrinogênese. - Não é recomendada dosagem para triagem de rotina. - Os seus níveis diminuem com estrógeno, esteróis e niacina. Estresse Oxidativo: - Quanto maior a oxidação do LDL, maior a aterogênese. - Substâncias que diminuem a oxidação do LDL incluem vitamina C, E, beta caroteno, selênio, flavonóides, magnésio e gordura monoinsaturada. Álcool: - O consumo de 01 dose de álcool ao dia por mulheres ou 02 doses de álcool por dia por homens diminui o rico de DAC, porém não é recomendado. Fatores de Risco Não Modificáveis Sexo masculino Idade >=45 anos(H) >=55 anos (M) História familiar precoce de aterosclerose (< 55 anos (H) < 65 anos (M) Raça (adicionada pela Chemin, 2011) Fatores de risco não modificáveis Idade: - Quanto maior a idade, maior a ocorrência de DAC. Tem maior risco de DAC: Homens com mais de 45 anos e Mulheres com mais de 55 anos, o que significa, normalmente após a menopausa História familiar: - Uma história familiar de doença prematura (menos de 55 anos para homens e menos de 65 anos para mulheres) é um forte fator de risco, mesmo quando outros fatores de risco são considerados. Menopausa: - O estrógeno protege contra DAC em mulheres na pós- menopausa provavelmente por prevenir lesão vascular. Quanto menores os níveis de estrógeno, maior o risco. TRATAMENTO Segundo Chemin, usam-se as mesmas categorias de risco acima (alto, moderado ou baixo risco), porém as categorias de risco são definidas da seguinte forma: Risco alto: doença cardiovascular estabelecida; diabetes mellitus; ou > 3 fatores de risco. Risco intermediário: 2 fatores de risco ou síndrome metabólica. Risco baixo: 0 – 1 fator de risco. Nesta classificação são considerados fatores de risco: HDL baixo, TG alto, hipertensão arterial, diabetes mellitus, fumo, antecedente familiar de infarto ou AVC e idade avançada (homens > 45 anos e mulheres > 55 anos). (Chemin). As metas de LDL e lipídios não HDL são diferentes para estes pacientes por conta de seu risco e encontram-se na tabela 04. Tab. 04 Metas de lipoproteínas (mg/dl) para categorias de risco do estudo de Framinghan Categoria Meta LDL Meta Não-HDL 1. Alto risco < 100* < 130 2. Risco moderado < 130 < 160 3. Baixo risco < 160 < 190 * opcional <70mg/dl segundo Dan (2009) para aterosclerose acentuada O ATP III classifica os outros fatores de risco (além dos já citados acima) em fatores de estilo de vida (obesidade, inatividade física, dieta aterogênica) e fatores de risco emergentes (lipoproteína (a), homocisteína, fatores pró- trombóticos e pró-inflamatórios e glicemia de jejum alterada). Os fatores de estilo de vida constituem as áreas de intervenção e os fatores de risco emergentes guiam as decisões com relação à intensidade da terapia de redução do risco. Além da abordagem para diminuição da LDL, deve ser dada atenção a indivíduos portadores de síndrome metabólica que também devem ter seu estilo de vida alterado. A síndrome metabólica é um conjunto de fatores 13 FATORES DIETÉTICOS Vários fatores dietéticos afetam positivamente ou negativamente os lipídios séricos, a aterogênese e a DAC. Ácidos graxos Saturados (AGS) Os AGS não possuem duplas ligações e são sólidos à temperatura ambiente. AGS: - é a principal causa alimentar de elevação do colesterol LDL do plasma. - em função da sua estrutura retilínea, permite maior entrada de colesterol nas partículas de LDL. Mecanismo ação os AGS aumentam o LDL por: - diminuírem a síntese e atividade dos receptores celulares B-E de LDL. Na tabela 02 abaixo podemos observar a estrutura e fontes do AGS na ordem de seu poder de aterogenicidade. Os TCM são ácidos graxos saturados, mas como sua absorção é direta, via veia porta para o fígado, sua ingestão não aumenta os níveis de TG em quilomícrons. Tab. 02 Ácidos graxos saturados (Dan) Poder aterogênico Ácido graxo Fontes e características 01 Mirístico (C14:0) Gordura do leite, cerne de palmeira e óleo de coco, leite e derivados 02 Palmítico (C16:0) Mais rico na dieta, corresponde a 60% do AGS da dieta. Rico em alimentos de origem animal, mas também presente em alimentos de origem vegetal (óleo de dendê) 03 Láurico (C12:0) Único ácido graxo saturado de cadeia média. Fontes: óleo de cerne de palmeira, óleo de coco Apesar de ser um ácido graxo saturado o ácido esteárico (C18:0) este não tem feito sobre os lipídios sangüíneos e é considerado neutro, aparentemente porque é rapidamente convertido em ácido oléico (C18:1) ao entrar no corpo. Com um aumento de 1% no VET vindo de AGS é previsto um aumento de 2,7 mg/dl no colesterol plasmático. Mas, apesar de os AGS serem hipercolesterolêmicos, nem todas as pessoas respondem da mesma maneira. Segundo Chemin, para se diminuir o consumo de AGS aconselha-se restrição na ingestão de gordura animal, leite e derivados integrais, polpa de coco e de alguns óleos vegetais (dendê e coco). Ácidos Graxos Poliinsaturados 6 (AGP6) O ácido linoléico (C18:2) é o mais abundante AGP6 na dieta, além de constituir-se um ácido graxo essencial e ser precursor dos demais ácidos graxos poliinsaturados da série ômega 6. Os efeitos demonstrados destes AG até o momento é a redução do CT e do LDL. Os mecanismos de ação propostos são: - diminuição a produção e aumento da remoção de LDL (provavelmente pelo aumento da atividade do receptor hepático de LDL) - alteração da estrutura das LDL de forma a diminuir o conteúdo de colesterol da partícula. As principais fontes são óleos vegetais (com exceção do de coco, cacau e dendê ou palma), molhos para salada e margarinas. Uma desvantagem dos AG poliinsaturados (AGPI) é a suscetibilidade à peroxidação lipídica, quando são incorporados a LDL, aumentando a fagocitose destes pelos macrófagos. A ingestão habitual de AGP6 é de 07% do VET, quantidades aumentadas aumentam a oxidação do LDL e por isso, não são recomendadas. Ácidos Graxos Poliinsaturados 3 (AGP3) São considerados cardioprotetores primários ou secundários. Os principais são o ácido eicosapentaenóico (EPA – C20:4) e o ácido docosaexaenóico (DHA - C20:6) que são ricos em peixes marinhos, óleos de peixe e cápsulas de óleos de peixe. Outro AGP3 é o ácido -linolênico. Ele também é essencial ao ser humano e é encontrado em vegetais, principalmente soja e linhaça. Os AGP3: - não afetam o colesterol total, - aumentam o HDL (Chemin) - diminuem ou não alteram o LDL em indivíduos normocolesterolêmicos A ação dos AGP3 na diminuição dos TG ocorre porque eles inibem a síntese de VLDL, apo B100 e diminuem a lipemia pós prandial. A ação na diminuição dos TG depende da dose de AGP3. Os AGP3 também afetam outras etapas da aterogênese, pois são precursores de prostraglandinas que interferem na coagulação sangüínea, ou seja, um aumento na ingestão de AGP3 leva a um maior tempo de sangramento ( viscosidade do sangue). Além disso, Chemin coloca que os AGP3 auxiliam no relaxamento das artérias, na redução da pressão arterial e também tem efeitos antiarrítmicos e anti-inflamatórios. As recomendações da quantidade ideal de AGP3 na dieta ainda não está bem estabelecida. - FAO (Food and Agriculture Administration) e a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendam a ingestão de 1 a 2% das calorias totais da dieta. (Chemin e Dan, 2009) - A American Dietetic Association (ADA) recomenda o consumo semanalde 180g de peixes ricos em ômega 3. (Chemin e Dan, 2009) - Ingestão de peixe rico em w-3 pelo menos 2x/sem. (Dan, 2009) - Para aqueles com DCV: 1g de EPA e DHA combinados/dia. (Dan, 2009) 14 - Para aqueles com hipertrigliceridemia: 2 a 4 g de EPA e DHA/dia (Dan, 2009) Conteúdo de AG 3 em animais marinhos (por 100g) (Chemin) Alimento AG3 Cavala 1,8 – 5,1 Arenque 1,2 – 3,1 Sardinha 1,7 Salmão 1,0 – 1,4 Atum 0,5 – 1,6 Truta 0,5 – 1,6 Linguado 0,2 Ácidos Graxos Cis-Monoinsaturados (AGCM) ou Série ômega 9 O ácido oléico (C18:1) é o AGCM mais prevalente na dieta. A principal fonte de AGCM é o azeite de oliva, mas também é encontrado no óleo de canola, azeitona, abacate e oleoginosas (castanhas, nozes e amêndoas). Segundo Chemin e Dan (2009) o ácido oléico é considerado neutro por não interferir na concentração de CT e LDL. Populações que vivem no Mediterrâneo possuem menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares em virtude da principal fonte de gordura ser o azeite (efeitos anti- inflamatórios) associado com alto consumo de cereais, vegetais e frutas. Ácidos Graxos Trans (AGT) Os AGT contêm pelo menos uma dupla ligação na configuração trans, os seja os dois átomos de hidrogênio estão em lados opostos. A dupla ligação trans é resultado da fermentação bacteriana anaeróbica que ocorre em animais ruminantes (5% da gordura total) e é desta forma introduzida na cadeia alimentar. Também pode ser formada durante o processo de hidrogenação, que solidifica óleos líquidos (60% da gordura total produzida), dando origem as gorduras hidrogenadas, margarinas e shortenings, que são usados na composição de sorvetes cremosos, cookies, chocolates, pães, cremes e sobremesas aeradas, óleos para fritura industrial e molhos para salada (maionese). O AGT mais comum na dieta é o ácido elaídico, que é o isômero trans do ácido oléico. A ingestão desses AG aumenta o risco de DAC. Eles: - aumentam o LDL, da mesma forma que os AGS - reduzem o HDL Mecanismo de ação: - A configuração trans confere semelhança estrutural com os AGS, o que pode explicar a ação de elevar o LDL. - Supressão da atividade dos receptores de LDL no fígado, - Tem ação inibindo a formação de ácidos graxos essenciais de cadeia longa (que aumentam o número de receptores de LDL), por interferir na ação da enzima desaturase. Essa ação também pode promover mudanças na produção de eicosanóides (Chemin). O consumo de AGT é bastante variável entre a população. Nos Estados Unidos é em média de 2,6% do VET. Conteúdo de ácido elaídico em alimentos produzidos no Brasil (por 100g) (Chemin) Alimento Ac Elaídico Biscoito wafer sabor morango 7,24 Tablete de caldo de carne 5,32 Biscoito cream cracker 1,57 Biscoito de maisena 1,36 Carne bovina, cupim cru 0,30 Carne bovina, filé mignon magro cru 0,10 Carne bovina, lagarto cru 0,08 Carne de frango,peito sem pele cru 0,03 Leite condensado 0,20 Chocolate ao leite 0,17 Quantidade de Gordura Dietética A ingestão total de gordura está relacionada com a obesidade que afeta outros fatores de risco para aterosclerose. O aumento da ingestão de gordura aumenta a lipemia pós-prandial e os remanescentes de quilomícrons e ambos estão associados com maior risco de DAC. Segundo o Dan (2009), o excesso de calorias leva ao aumento do LDL. Mecanismo de ação: Excesso de gordura excesso de calorias aumento do peso sobrecarga do fígado produz mais VLDL o excesso desta é transformada em LDL. Dietas com baixo teor de gordura só diminuem o LDL quando acompanhadas da diminuição de AGS (Adult Painel Treatment III (ATPIII) – ingestão total de gordura 25- 35% e de AGS <7%). Colesterol Dietético O colesterol é encontrado somente em produtos de origem animal. O colesterol dietético aumenta o LDL, porém em extensão menor que os AGS. (Dan e Chemin). Aumentar 25mg de colesterol dietético aumenta em 01mg/dl o colesterol sérico, porém aumentar mais de 500mg o colesterol dietético parece aumentar muito pouco a mais o colesterol sérico, o que significa que parece haver um limiar para uma resposta do colesterol plasmático ao colesterol dietético. Algumas pessoas são hiporresponsivas (não aumentam o colesterol sérico frente a aumentos de colesterol dietético) enquanto outras são hiperresponsivas. Sugeriu-se que os hiperresponsivos podem ter alelo E-4 e taxas precárias de conversão de colesterol em ácidos biliares o que provoca aumento do colesterol. 15 Os AGS e o colesterol dietético têm efeito sinérgico sobre os níveis de colesterol LDL, juntos, eles diminuem a síntese e atividade dos receptores de LDL, aumentam VLDL enriquecida com apo E, aumentam todas as lipoproteínas e diminuem o tamanho dos quilomícrons (associadas a DAC). Fibras As fibras solúveis (pectinas, gomas, mucilagens, polissacarídeos de algas e algumas hemiceluloses) diminuem o colesterol sérico total e o LDL (as fibras insolúveis não têm esta ação). Recomendações de fibras: - Chemin e NCEP (National Cholesterol Education Program) – 20 a 30g/dia, sendo 5 a 10g de fibra solúvel Os mecanismos propostos para esta ação são: 1) a fibra se liga aos sais biliares no intestino favorecendo a sua excreção e aumentando a necessidade de colesterol para síntese de novos sais biliares; 2) as bactérias colônicas fermentam a fibra e produzem ácidos graxos de cadeia curta (acetato, propionato e butirato) que inibem a síntese de colesterol. (limitando a ação da HMG-CoA redutase) Segundo Chemin, o farelo de aveia é o alimento mais rico em fibras solúveis e com maior capacidade de diminuir o colesterol sanguíneo, reduzindo a absorção de colesterol e retardando a digestão das gorduras. A American Heart Association não recomenda a suplementação de fibras para prevenção de DAC, ainda que muitas pessoas o façam. O Dan (2009), relata ainda algumas funções adicinais das fibras: Redução do colesterol (fibras solúveis) Redução do triglicerídeo (principalmente fibras solúveis) Redução da HAS ( solúveis e insolúveis) Redução da Glicemia pós- prandial (solúveis e insolúveis) Frutooligossacarídeos (FOS) – reduzem o LDL. Segundo Chemin também reduzem os TG. O uso de FOS com alimentos que contêm certos tipos de lactobacilos parece potencializar o efeito redutor do perfil lipídico. Álcool O álcool aumenta os TG dependendo da dose e tem um efeito maior em pessoas com TG > 150 mg/dl. O álcool também aumenta o HDL, mas seu uso com este objetivo não é recomendado. O resveratrol do vinho (componente antifúngico da casca da uva) aumenta o HDL e inibe a oxidação do LDL, além de reduzir o fibrinogênio. Proteína da soja Substituir a fonte protéica por soja diminui o colesterol total (9%), LDL (13%) e TG (11%) não possuindo efeito nos níveis de HDL. Os efeitos são adicionais aos da dieta passo I e parecem ocorrer somente em pessoas com hipercolesterolemia. Há uma resposta dose-dependente de ingestão de soja e os efeitos são independentes de outros fatores de risco. Ingestão de 25g de proteína de soja ao dia com, pelo menos, 50mg de isoflavonas intactas diminui o LDL em 4 a 8% em pessoas hipercolesterolêmicas e assim, a incidência de DAC. Segundo o Dan (2009), um produto deverá conter 6,25g de proteína da soja ou mais, pouca quantidade de gordura total (<3g) e gordura saturada (<1g) e possuir baixo teor de colesterol (<20mg) para efetivamente melhorar o perfil lipídico. (Não mencionam o peso total do produto!!!) Acredita-se que as isoflavonas possam estar relacionadas à prevenção da aterosclerose pelas ações que exercem sobre concentração dos lípides plasmáticos, efeitos antioxidantes, efeitos antiproliferativos e antimigratórios sobre as células musculares lisas, efeitos sobre a formação do trombo e na manutenção da reatividade vascular normal. (Chemin e Dan, 2009) Estanóis e EsteróisOs esteróis vegetais também são conhecidos como fitosteróis e são em extrato vegetal de sementes de girassol e soja. Os fitosteróis mais comuns são: sitosterol, campesterol e estigmasterol. Eles reduzem o colesterol LDL por reduzir a absorção intestinal do colesterol exógeno (dietético) e do colesterol endógeno (produzido pelo fígado e liberado no intestino junto com a bile). Para que o colesterol seja absorvido na luz intestinal, ele precisa se tornar solúvel através da sua interação com a bile e formação de micelas, caso contrário permanecerá insolúvel e será eliminado nas fezes. Quando os fitosteróis estão presentes na dieta eles são introduzidos nas micelas, impedindo a entrada ou deslocando o colesterol destas micelas. A redução na absorção do colesterol estimula o fígado a aumentar a síntese de colesterol, porém esse aumento não é suficiente, havendo também um aumento no número de receptores de LDL. Consequentemente caem o CT e LDL, sem alterar o HDL. Segundo Chemin e Dan (2009), a dose de 1,6g de fitosteróis reduz de 8 a 15% os níveis de colesterol e LDL. Os fitosteróis são encontrados adicionados a margarina sendo recomendada a ingestão de 20g/d, para atingir 1,6g de fitosterol. O ATP III inclui os estanóis como parte das recomendações para diminuição do LDL em adultos. Os esteróis não afetam os níveis de TG e HDL. Flavonóides (Dan, 2009) São oxidantes polifenólicos encontrados nos alimentos, principalmente em verduras, frutas, grãos, sementes, castanhas, condimentos e ervas, e também em bebidas como vinho tinto, suco de uva e chá verde. Os flavonóides mais importantes são quercetina (frutas, grãos, batata, berinjela, feijão marrom e cebola), campferol (rabanete, couve, escarola e nabo), miricetina (vinhos e suco de uva) e crisina. Estudos demonstram relação inversa entre o consumo de alimentos ricos em flavonóides e mortalidade por DAC em virtude de sua ação na inibição da oxidação da LDL- colesterol e na redução da agregação plaquetária. 16 Oleuropeína e hidroxitirosol são poderosos antioxidantes presentes no azeite de oliva, principalmente no extra virgem. CONDUTA DIETOTERÁPICA NAS DISLIPIDEMIAS (DAN, 2009) HIPERTRIGLICERIDEMIA GRAVE Dieta hipolipídica: <15% do VET Aumentar a quantidade de fibras Açúcar simples< 10% Restringir bebidas alcoólica HIPERTRIGLICERIDEMIA ISOLADA HIPERCOLESTEROLEMIA ISOLADA 17 DISLIPIDEMIA MISTA (AUMENTO DE CT, LDL E TG) TERAPIA CLÍNICA E NUTRICIONAL Alteração do Estilo de vida Composição da dieta de alteração do estilo de vida (Dan, 2009) (Recomendações do ATP III, AHA e Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemia 2010) Nutrientes Ingestão recomendada Gordura total 25 a 35% VET Ácidos graxos saturados ≤ 7% VET Ácidos graxos poliinsaturados Até 10% VET Ácidos graxos monoinsaturados Até 20% do VET Carboidratos 50 a 60% do VET Fibra 20 a 30 g/dia Proteínas Aproximadamente 15% do VET Colesterol < 200 mg/dia Calorias Para atingir e manter o peso desejável Tratamento Farmacológico A terapia farmacológica segue é dependente da categoria de risco e do alcance da meta de colesterol conforme a tabela 08. Independente da droga, as alterações do estilo de vida sustentam todo o tratamento. Uma dieta AEVT com drogas pode reduzir os lipídios em até 40%. As drogas de diminuição dos lipídios uma vez iniciadas são necessárias por toda a vida. As classes de drogas englobam: 1. Seqüestrantes de ácidos biliares (colestiramina) 2. Ácido nicotínico 3. Inibidores da redutase da HMG-Coa (lovastatina, provastatina) 4. derivados do ácido fíbrico (clofibrato, genfibrozil), 5. probucol Obs: as classes 1, 2 e 3 são as de 1ª escolha para o tratamento (NCEP, 2001). Hoje existem várias drogas para a redução de LDL-c, sendo as estatinas (ou inibidoras da HMG-CoA redutase, enzima-chave na síntese endógena de colesterol) as de primeira escolha. Têm-se também as resinas seqüestrantes de sais biliares (colestiramina) que atuam ligando-se aos ácidos biliares no intestino, diminuindo sua absorção e forçando, assim, sua maior produção a partir de colesterol hepático, precursor de ácidos biliares. Os fibratos são drogas que tem maior efeito na redução dos TG, pois estimulam a atividade da enzima lípase lipoprotéica, aumentando a retirada de ácidos graxos da circulação, aumentando a oxidação hepática de sais 18 biliares e reduzindo a exportação hepática de TG em VLDL. Tabela 7. Classificação para Prevenção e Tratamento das DCV: (Chemin) (Dan, 2009) Obs.: O Dan (2009) coloca que o nível de LDL-colesterol ideal para indivíduos com aterosclerose acentuada <70mg/dl e o HDL deve ser (>40mg/dl para homens e > 50mg/dl para mulheres e diabéticos. Tab. 8. Medidas Terapêuticas iniciais e períodos de avaliação (Dan, 2009) Tratamento da Hipercolesterolemia em Crianças e Adolescentes Com relação à triagem, o NCEP recomenda: Triagem de crianças e adolescentes cujos pais e avós, aos 55 anos ou menos descobriram ter aterosclerose, ou sofreram de alguma doença cardiovascular ou foram submetidos a terapia cardíaca invasiva; Triagem de colesterol na prole de um pai com um colesterol sangüineo de 240mg/dl ou mais. Em 1991, o Programa de Educação em Colesterol (NCEP) fez recomendações para o tratamento da hipercolesterolemia a ser aplicado a adolescentes e crianças com mais de 02 anos: Dieta nutricionalnete adequada, variada Ingestão de energia adequada para promover crescimento Gordura saturada – menos que 10% VET Gordura total – máximo 30% VET Colesterol dietético – menos que 300mg/dia Em crianças com hipercolesterolemia, usa-se uma dieta passo I por 03 meses, após reavalia-se. Se o nível desejável não for atingido usa-se então a dieta passo II por mais 06 meses. Se após 6 meses a 01 ano não tiver havido diminuição adequada do colesterol, pode-se considerar terapia com drogas para crianças com mais de 10 anos. Na tabela 10 podemos observar os limites de colesterol total e LDL para crianças e adolescentes e na tabela 11 os níveis séricos recomendados de TG e HDL. 19 Tab. 9 Níveis séricos de colesterol e LDL em mg/dl em crianças e adolescentes Categoria Colesterol total Colesterol - LDL Aceitável < 170 < 110 Limite 170 a 199 110 a 129 Alto 200 130 Tab. 10 Níveis séricos de TG e HDL-colesterol em mg/dl em crianças e adolescentes Lipídeos séricos Idade Desejável Risco HDL-c Abaixo 10 anos > 40 10-19 anos >30 TG Abaixo 10 anos < 100 > 100 10-19 anos < 130 > 130 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) A principal causa do IAM é a privação de fluxo sangüíneo para o miocárdio. O trombo ocorre sobre uma placa aterosclerótica complexa e irregular, geralmente fissurada e ulcerada. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do IAM são: - herança genética; - sexo masculino; - idade > 45 anos para homens e > 55 anos para mulheres; - HAS; - DM; - dislipidemias; - obesidade; - tabagismo; - estresse e; - alterações hemostáticas. A terapia Para o cálculo das necessidades calóricas, pode-se usar a fórmula de Harris-Benedict, acrescentando-se os fatores de lesão e estresse. O paciente deverá permanecer em jejum nas primeiras 04 a 12 horas (no máximo, segundo Chemin e Dan). Vômitos e náuseas são comuns nas primeiras 24horas. Após diagnosticado o evento e, ao iniciar a alimentação, é recomendado seguir as seguintes orientações: em caso de pacientes hemodinamicamente estáveis, porém com incapacidade de se alimentar por via oral, deve-se instituir suporte nutricional por via enteral, utilizando baixa velocidade de infusão; (Chemin e Dan) fracionar a dieta em 4 a 6 vezes ao dia, ou seja, pequenos volumes e várias vezes, evitando assim sobrecarga do trabalho cardíaco no processo de digestão; consistência líquido-pastosa para melhor mastigação,deglutição e digestão, afastando o risco de bronco- aspiração; evitar temperaturas extremas dos alimentos, prevenindo assim, resposta vagal; incluir fibras (solúveis e insolúveis) para facilitar o funcionamento intestinal, a quantidade recomendada é de 20 a 30 gramas ao dia; pode-se usar suplementos orais para atingir-se as necessidades calóricas do pacientes, caso seja necessário; recomendações de macro e micronutrientes devem estar de acordo com o quadro clínico e exames laboratoriais; necessidade hídrica do indivíduo adulto em torno de 1500 ml ao dia (30 ml/kg/dia) e em idosos mínimo de 1700 ml ao dia (30 kcal/kg/dia). contra-indica-se o uso de alimentos que dificultem o funcionamento intestinal, bem como alimentos flatulentos que possam causar desconforto digestório; considerando a boa evolução do quadro, pacientes infartados podem voltar à alimentação com consistência normal após o 4° ou 5° dia pós-IAM, desde que já estejam deambulando. seguir recomendações do NCEP para prevenir complicações secundárias. 20 QUESTÕES: 01)Considerando os principais tipos de ácidos graxos, é correto afirmar que: (Corpo de Saúde da Marinha 2011) (A) os ácidos graxos saturados podem ser de cadeia curta, média ou longa (B) o colesterol é o principal triglicerídeo de cadeia longa insaturada (C) o ácido graxo oléico é um ácido graxo monoinsaturado essencial de cadeia média (D) amêndoas e manteiga são as principais fontes de ácidos graxo de cadeia média (E) os ácidos insaturados ômega 9 não dependem da carnitina para sua oxidação na mitocôndria 02) Assinale a opção CORRETA quanto à recomendação dietética para tratamento das hipercolesterolemias: (Residência INCA/2011) (A) Gordura total 25-35% das calorias totais; ácidos graxos saturados < 7% das calorias totais; ácido graxo poli- insaturado até 10% das calorias totais e ácido graxo monoinsaturado até 20% das calorias totais; colesterol < 200mg/dia. (B) Gordura total até 25% das calorias totais; ácidos graxos saturados até 10% das calorias totais; ácido graxo poli-insaturado até 10% das calorias totais e ácido graxo monoinsaturado até 10% das calorias totais; colesterol até 100mg/dia. (C) Gordura total até 30% das calorias totais, sendo 1/3 de ácidos graxos saturados, 1/3 de ácido graxo poliinsaturado e 1/3 de ácido graxo monoinsaturado; colesterol 200- 250mg/dia. (D) Gordura total até 35% das calorias totais, sendo 10%de ácidos graxos saturados, 10% de ácido graxo poli- insaturado e 10% de ácido graxo monoinsaturado; colesterol 300-350mg/dia. 03) A fração da fibra dietética que tem ação hipocolesterolemizantes é: (Cia Nacional de Abastecimento – 2005) (A) celulose (B) hemicelulose (C) arabinanas (D) psylium (E) xilanas 04) São fatores de risco modificáveis para as doenças cardiovasculares: (Residência UFF/2011) (A) dislipidemia, hipertensão arterial e uso de anticoncepcionais. (B) hereditariedade, dislipidemia e hipertensão arterial. (C) obesidade, diabetes e história familiar. (D) sedentarismo e tabagismo 05) Os fatores da dieta que influenciam profundamente os níveis e o metabolismo das lipoproteínas, alterando a susceptibilidade dos indivíduos em relação à aterosclerose são: (Prefeitura Municipal de Niterói – 2003) (A) gordura dietética, fibras e consumo de álcool; (B) proteínas, cromo e fibras; (C) balanço energético da dieta, cromo e consumo de álcool; (D) selênio, fibras e cobre; (E) balanço energético da dieta, selênio e gordura dietética. 06) As pesquisas científicas com lipídeos indicam os seguintes critérios na adequação de dietas para adultos: (Governo do Estado do Piauí –2006) (A) < 10% de gordura poliinsaturada e < 200mg de colesterol; (B) > que 30% de gorduras totais e < 200mg de colesterol; (C) > 15 % de gordura poliinsaturada e > 300mg de colesterol; (D) > 15% de gordura saturada e < 200mg de colesterol; (E) < 10% de gordura saturada e < 300mg de colesterol. 07) Apenas uma das alternativas abaixo não é característica da síndrome metabólica. Assinale-a: (Instituto de Ass. Social e Cidadania – 2006) (A) Hipertensão arterial (B) Peso excessivo (C) Diabetes tipo 2 (D) Risco aumentado de doença coronariana (E) Tolerância à insulina. 08) Segundo o “National Cholesterol Education Program” (NCEP/1993), as dietas dos estágios 1 e 2 para Doenças Cardiovasculares devem conter, respectivamente: (Ministério da Saúde 2005) (A) teor inferior a 30% de gorduras totais, 8 a 10% de ácidos graxos saturados e teor inferior a 300mg de colesterol /dia; (B) teor inferior a 20% de gorduras totais, 6 a 8% de ácidos graxos saturados e teor inferior a 200mg de colesterol /dia; (C) teor inferior a 35% de gorduras totais, 8% de ácidos graxos saturados e teor inferior a 400mg de colesterol /dia; (D) teor inferior a 35% de gorduras totais, 6% de ácidos graxos saturados e teor inferior a 200mg de colesterol /dia; (E) teor inferior a 20% de gorduras totais, 12% de ácidos graxos saturados e teor inferior a 300mg de colesterol /dia; 09) A ateroesclerose é uma doença multifatorial que se inicia na infância. Dentre os fatores abaixo, aquele que causa lesões ateroescleróticas é: (Nutricionista Jr. 2005) (A) dieta com baixo teor de fibras alimentares. (B) dieta com baixo teor de gorduras monoinsaturadas. (C) nível sérico reduzido de protrombina. (D) nível sérico elevado de homocisteina. (E) nível serico reduzido de cálcio. 10) A circunferência abdominal apresenta positiva correlação com a quantidade de gordura intra- abdominal em adultos. Sendo assim, os valores limítrofes de circunferência abdominal associados ao desenvolvimento de doenças relacionadas à obesidade para homens e mulheres, respectivamente, em cm, são: (Nutricionista Jr 2005) (A) 94 e 82 (B) 94 e 88 (C) 100 e 82 (D) 102 e 80 (E) 102 e 88 11) A síndrome metabolica é uma doença que acomete grande parte dos pacientes obesos e tem como principais características, exceto: (Nutricionista 2005 - Prefeitura Águas de Lindóia – SP) 21 (A) Aumento da lipoproteína de alta densidade. (B) Hiperinsulinemia. (C) Aumento da lipoproteína de baixa densidade. (D) Intolerância à glicose 12) Dentre as recomendações da American Heart Association (2006) para a redução do risco de doença cardiovascular em adultos, não se inclui: (IABAS/2010) (A)Consumir dieta rica em vegetais e frutas (B)Limitar a ingestão de gordura saturada para menos que 7% da Energia e gordura trans para menos que 3% da energia (C)Consumir peixes, especialmente peixe gorduroso, pelo menos duas vezes na semana (D)Minimizar a ingestão de bebidas e alimentos com adição de açúcar (E)Escolher e preparar alimentos com pouca ou nenhuma quantidade de sal 13) A medida do colesterol total sanguíneo indica a quantidade de colesterol contida em todas as lipoproteínas. O percentual do colesterol total sanguíneo, normalmente carreado na lipoproteína de baixa densidade, é: (Concurso da Residência em Nutrição-HUPE 2005) (A) 60 – 70% (B) 20 - 30% (C) 40 – 50% (D) 80 – 90% 14) São ácidos graxos saturado, polinsaturado e monoinsaturado, respectivamente, os seguintes: (Concurso da Residência Nutrição- HUPE 2004) (A) ácido elaídico, ácido linoléico e ácido oléico (B) ácido miristico, ácido a-linolêico e ácido láurico (C) ácido esteárico, ácido eicosapentaenóico e ácido oléico (D) ácido palmítico, ácido docosaexanenóico e ácido capróico 15) Quais são os fatores dietéticos que possuem efeitos adversos no metabolismo das lipoproteínas? (Comando da Marinha 2004) (A) Aumento da ingestão de gorduras saturadas, colesterol e excessiva ingestão calórica. (B) Diminuição do consumo de fibras insolúveis e alimentos funcionais (C) Aumento da ingestão de flavonóides e de ácidos graxos ômega 6 (D) aumento da ingestão de carboidratos simples, colesterol e ácidos graxos poliinsaturados (E)
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