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SDE 3960- PARASITOLOGIA Prof.ª M.a. Hellen Bitencourt Aula 06 – Helmintologia: Esquistossomose PARASITOLOGIA PROTOZOÁRIOS Amebas e Giárdias Criptosporidíase e Tricomoníase Leishmania Trypanosoma, Plasmodium, Toxoplasma HELMINTOS Esquistossoma Filariose, Tênias Ascaris, Enterobios e Trichuris Ancilostomídeos ROTEIRO Agente etiológico Histórico Epidemiologia Transmissão – Hospedeiro Intermediário Ciclo de vida Morfologia Patogenia Diagnóstico Tratamento Controle Introdução O que é a esquistossomose? As esquistossomíases são infecções produzidas por trematódeos do gênero Schistossoma, que para o homem têm como principais agentes etiológicos as espécies: S. haemotobium, S. japonicum e S. mansoni. Sinonímeas: bilharzioses, bilharzíase, Xistose, Doença dos Caramujos, Barriga d’Água Agente Etiológico Distribuição das esquistossomoses no mundo Schistosoma mansoni -Sintomas predominantemente intestinais -Hospedeiro Intermediário: caramujo do gênero Biophalaria Schistosoma japonicum -Sintomas intestinais -Hospedeiro Intemediário: molusco prosobrânquios do gênero Oncomelania Schistosoma haematobium -Sintomas urinários -Hospedeiro intermediário: moluscos do gênero Bulinus Histórico 1900 a.C – Hematúria do Egito (S. hematobium); Theodor Bilharz descreve o parasito em 1852 a partir do exame da veia mesentérica de um paciente no Cairo; Patrick Mansom em 1902 descreve ovos com espinho lateral encontrados nas fezes de um paciente na Índia; Pirajá da Silva em 1904 descreve ovos com espinho lateral encontrados nas fezes de paciente na Bahia; Leiper em 1915 estabelece o ciclo biológico envolvendo Planorbídeo. Epidemiologia - Mundo Schistosoma mansoni África (52 países), Caribe, Mediterrâneo Oriental, América Latina (Brasil, Venezuela e Ilhas do Caribe) Schistosoma japonicum Países asiáticos e no Pacífico Schistosoma haematobium África (54 países), Mediterrâneo Oriental Epidemiologia - Mundo 200 milhões de pessoas infectadas 800 mil mortes por ano Epidemiologia - Brasil Epidemiologia - Brasil Epidemiologia - Amapá Hospedeiro Intermediário • Moluscos da Família Planorbidae • Várias Espécies do Gênero Biomphalaria • Habitam coleções hídricas lênticas; • Infecção por toda a vida. Hospedeiro Intermediário Espécies brasileiras • Biomphalaria glabrata Regiões Nordeste e Sudeste, Goiás e Paraná. • Biophalaria tenagophila Região Sul • Biomphalaria straminea Região Nordeste Agente Etiológico Taxonomia: -Filo: Platyhelminthes -Classe: Trematoda -Subclasse: Digenea -Espécie: Schistosoma mansoni http://www.columbia.edu/itc/hs/medical/pathophys/parasitology/2006/PAR-04Color.pdf Morfologia Ovo: • Mede de 150 µm x 60 µm; • Forma oval; • Espícula lateral; • Longevidade do ovo maduro: 3 a 4 semanas (até 5 dias no meio externo); • Contêm o embrião em formação; • Necessitam do contato com a água para continuar a sua evolução. Miracídio Espícula Morfologia Ovo: Opérculo aberto Morfologia Miracídio: • Viável por até 12 horas • Epitélio ciliado – deslocamento • Fototropismo + Termotropismo + Quimiotropismo pelo molusco • Invasão: 5-10 min→ Enzimas histolíticas + movimento giratório. • Superinfecção mata os moluscos Morfologia Esporocistos: Miracídio perde a estrutura ciliada 32-33°C Temperatura ótima para o desenvolvimento Morfologia Cercária: • Tem 8 horas para invadir o hospedeiro definitivo; • Fatores facilitadores: -Movimento da cauda; -Glândulas secretoras de proteases, hialorunidades, colagenases; -Turbulência da água: sombra do corpo; -Quimiotropismo por moléculas da pele. Morfologia Cercária: • Liberação de cercarias por B. glabrata: 3-4 semanas após a infecção; • Ritmo circadiano. Morfologia Cercária: Penetração das cercárias na pele Invasão tecidual da cercária Morfologia Após a infecção no homem: • Perda da cauda e transforma-se em esquistossômulos; • Produz irritação na pele do indivíduo (urticária e exsudato pápulo-eritematoso em alguns casos); • São levadas para o coração e pulmões, além de outros órgãos; • Somente os que chegam ao sistema porta hepático (3 semanas depois) amadurecem; • No fígado, as formas jovens se diferenciam sexualmente e crescem, alimentando-se de sangue e migram para a veia porta, concluindo sua evolução nas veias mesentéricas. Morfologia Esquistossômulo: Morfologia Esquistossômulo: Corte histológico da pele. Esquistossômulo (seta) próximo ao vaso sanguíneo após 72 horas de infecção. Morfologia Desenvolvimento no homem: Morfologia Verme adulto: Diferenças entre macho e fêmea Topologia do canal ginecófaro Schisto = fenda + Soma = Corpo Schistosoma (corpo em forma de fenda) Morfologia Verme adulto: Morfologia Verme adulto: Macho: Mede 1 cm, cor esbranquiçada, corpo dividido em duas porções: -Anterior → ventosa oral e ventral -Posterior → canal ginecófaro Fêmea: Mede 1,5 cm, cor mais escura, corpo dividido em duas porções: -Anterior → ventosa oral e ventral -Posterior → glândulas vitelinas e cego Morfologia Verme adulto: • Vermes adultos realizam o acasalamento no fígado e nos ramos terminais das veias mesentéricas; • Migram para a vênulas da submucosa intestinal onde se darão as posturas dos ovos por meio de contrações musculares; • A migração dos ovos para a luz intestinal provoca microhemorragias e áreas de inflamação responsáveis pelo aparecimento dos distúrbios gastrointestinais; • Os ovos que não alcançam a luz intestinais formam granulomas – forma grave da doença. Morfologia Verme adulto: • Nutrição: hemácias. Machos: 40.000 hem/dia Fêmeas: 300.000 hem/dia • Elimina até 300 ovos/dia • Vida média: 3-10 anos (mais que 30 anos) • Ovos: 6-8 semanas após a infecção → 1 semana até sair na fezes. Período de Incubação • 2-6 semanas após a infecção (penetração da cercaria até o aparecimento dos primeiros sintomas) Mecanismos de Transmissão Doença de vinculação hídrica cujo o indivíduo suscetível entra em contato com a água onde existem cercarias livres Ciclo de vida Patogenia Evolução Clínica: -Resposta do hospedeiro à invasão; -Desenvolvimento do verme; -Oviposição. Patogenia Fase inicial: • Formas agudas: -Assintomática -Sintomática Patogenia Fase tardia: • Formas crônica – de acordo com o órgão mais acometido -hepatointestinal -hepática: fibrose periportal sem esplenomegalia; -hepatoesplênica: fibrose periportal com esplenomegalia; -formas complicadas – vasopulmonar, glomerulopatia, neurológica, outras localizações (olho, pele, urogenital etc.), pseudoneoplástica, doença linfoproliferativa. Patogenia Doenças associadas que modificam o curso da esquistossomose: • Salmonelose prolongada • Abcesso hepático • Imunossuprimidos (aids, HTLV, uso de imunossupressores) • Hepatopatias: virais e alcoólicas Patogenia Esquistossomose aguda: • Cercária → Dermatite cercariana: sensação de comichão, eritema, edema, pequenas pápulas e dor; • Esquistossômulos → 3 dias após são levados aos pulmões e 1 semana depois estão nos vasos do fígado (febre, eosinofilia, linfadenopatia, esplenomegalia, hepatomegalia e urticária). Forma toxêmica. • Vermes → os mortos causam lesões no fígado → ação espoliadora (consomem 2,5 mg de ferro por dia) Patogenia Patogenia Esquistossomose aguda: • Ovos: -Fase pré-postural: 10 a 35 dias após a infecção →Assintomática ou inaparente →Mal estar, febre, tosse, hepatite aguda -Fase aguda: 50 a 120 dias após a infecção →Disseminação de ovos, provocando a formação de granulomas, caracterizando a forma toxêmica -Forma toxêmica: sudorese, calafrios, emagrecimento, fenômenos alérgicos, cólicas, hepato-esplenomegalia discreta, alteração das transaminases, etc. Patogenia Patogenia Esquistossomose crônica: • Forma Hepática No início: fígado aumentado e doloroso a palpação. Os ovos prendem-se nos espaços porta, com a formação de numerosos granulomas (fibrose) Fibrose com lobulações Fibrose periportal → obstrução dos ramos intra-hepáticos da veia porta Hipertensão arterial Patogenia Esquistossomose crônica: • Forma esplênica – devido a congestão do ramo esplênico → Esplenomegalia Consequências Desenvolvimento da circulação colateral anormal intra-hepática e de anastomoses do plexo hemorroidário, umbigo, esôfago, região inguinal Formação de varizes esofagianas Diagnóstico Parasitológico: Exame de fezes: -Kato-Katz -Lutz (sedimentação espontânea) Biópsia retal, hepática Imunológico: Intradermoreação Elisa, hemaglutinação, imunofluorescência Tratamento Praziquantel: • Aumenta o influxo de cálcio e afeta a contração muscular • Liga-se à miosina do parasita • Indicação: -50 mg/kg de peso do paciente, dose única por via oral; -Crianças: 60 mg/kg de peso, dose única, por via oral Tratamento Inibição da bomba de Na+ e K+ Aumento da permeabilidade da membrana do helminto Aumento da atividade muscular Contração e paralisia espática Separação dos helmintos do tecido do hospedeiro Deslocamento dos helmintos das veias mesentéricas para o fígado e os intestinais são expelidos Tratamento Oxamniquine: • Possível paralisia e destacamento do parasitos das veias mesentéricas. • Indicação: -20 mg/kg de peso do paciente, dose única por via oral; -Crianças com menos de 30kg: 20 mg/kg de peso, em duas doses de 10mg/kg, com intervalo de 4 a 6 horas Tratamento Critério de cura pós-tratamento Indicador mais utilizado: exame de fezes negativo por mais de 4 meses Controle • Tratamento dos doentes; • Controle do molusco (drogas ou biológico) • Saneamento básico e educação Atividade 1. Quais são os principais agentes etiológicos da esquistossomose? 2. Qual o gênero do hospedeiro intermediário da esquistossomose? 3. Como se pode diferenciar as principais espécies de Schistosoma? 4. Explique de forma resumida o ciclo de vida do Schistosoma. 5. Durante a patogenia quais os sinais e sintomas que indicam a evolução da infecção para o quadro crônico? Atividade 6. Identifique o nome, localização (tipo de hospedeiro) e a principal característica das formas do Schistosoma mansoni.
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